UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO
Antíoco
IV Epifânio foi um déspota selêucida cruel, vingativo e opressor. Para a aula
do capítulo 11 do livro de Daniel, precisamos conhecer um pouco mais sobre as
ações desse rei que procurou "helenizar" a Palestina entre 168-164
a.C.
A
história nos conta que a partir das rixas locais em Jerusalém —Jasão, por
exemplo, tentou se reconduzir ao cargo de Sumo-Sacerdote matando partidários de
Menelau — Antíoco Epifânio invadiu a Cidade Santa massacrando muitos judeus,
saqueando o Templo e reempossando Menelau a função de Sumo-Sacerdote. Note que
o Sumo-Sacerdócio há muito havia deixado de ser uma instituição nomeada por
Deus. Era uma instituição marcada pela conquista do poder pelo poder. Essa
cultura permaneceria assim com o advento do Senhor Jesus. Através dessa cultura
de poder o nosso Senhor foi assassinado em plena Palestina.
Anos
mais tarde Antíoco Epifânio voltou a atacar a Palestina. Dentre as suas
intenções para com aquela região estava não somente o ataque, mas a mudança da
mentalidade cultural dos judeus, da sua religião e da sua identidade como povo.
Veja as seguintes ações de Epifânio:
1.
Forçou a aculturação dos judeus na cultura helénica.
2.
Ordenou uma perseguição amarga e sangrenta aos que resistiram à cultura e à religião
helenísticas na Palestina.
3.
Em 167 a.C., erigiu um ídolo consagrado a Zeus e sacrificou porcos sobre o
altar no Templo de Jerusalém.
4.
Proclamou-se divino. Seu sobrenome, "Epifânio", significa "deus
manifestado".
A
figura de Antíoco Epifânio representa o ápice do cumprimento da profecia
bíblica. Foi um ser cruel e histórico. Entrou no lugar santo o blasfemou.
Voltou-se contra o Deus de Israel profanando o altar do Templo. Antíoco
Epifânio é uma prova de como uma profecia bíblica cumpri-se na história. Mostra
como Deus é ^temporal e encontra-se para além da história. De acordo com os
estudiosos da linha dispensasionalis- ta, até o versículo trinta e cinco do
capítulo onze de Daniel vemos a exata descrição de Antíoco Epifânio.
Pelo
caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador de Antíoco Epifânio é que muitos
estudiosos colocam como um tipo do Anticristo de acordo com o Novo Testamento.
Estudar a história de um povo para compreendermos o todo de uma profecia é uma
tarefa importantíssima.
Revista Ensinador
Cristão.
Editora CPAD. pag. 42.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste
capítulo trataremos de um personagem que se destaca dentro da profecia de
Daniel e envolve fatos que já aconteceram e se cumpriram historicamente. O
cumprimento dessas profecias fortalece a confiança e a credibilidade das visões
e revelações de Daniel. Porém, o personagem que aparece é um dos últimos reis
do Império Grego, chamado Antíoco Epifânio IV, da família dos ptolomeus, o qual
será destacado pela crueldade e pelo desprezo às coisas sagradas. Ele aparece
mais no final do capítulo 11.
O
capítulo 11 traz uma profecia que abrange os dois últimos Impérios, o
Medo-persa e o Grego. O seu cumprimento se inicia, literalmente, a partir do
fmal dos dias da vida de Daniel sob o reinado de Dario, o medo. Neste capítulo
Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período
interbíblico, ou seja, aquele período entre o Antigo e o Novo Testamentos.
Porém, a revelação maior dessa profecia diz respeito ao personagem histórico
Antíoco Epifânio. Esse personagem refere-se a um futuro rei com as mesmas
caraterísticas que aparecerá, escatologicamente, no futuro, como o Anticristo
revelado no Novo Testamento. As profecias do capítulo 11 se cumpriram e
ocorreram entre os reinados de Dario, o medo (539 a.C.) e Antíoco Epifânio
(175-163 a.C.). Porém, a parte do texto dos versículos 36-45 diz respeito a
Israel em tempos ainda não cumpridos e que estão relacionados intimamente com
os capítulos 12 de Daniel e 13 de Apocalipse.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 149-150.
No
capítulo 11 do livro de Daniel o anjo de Deus ainda está falando com ele. Os
reinos se levantam e caem segundo o programa de Deus. Deus é soberano, e Ele está
dirigindo a história.
A
Babilônia caiu pela mão de Deus. Stuart Olyott descreve essa verdade assim: “O
império babilônico foi derrubado pelo poder de Cristo. Os medos e persas foram
Seus instrumentos terrenos, mas a efetiva queda de Babilônia foi um ato divino
realizado pelo próprio Filho de Deus”. Agora, os reis da Pérsia também cairão.
Cairá também o grande rei da Grécia. As lutas internas que se travarão entre os
reinos do Norte e do Sul estão profetizadas e nada escapará ao controle divino.
Esse
capítulo 11 de Daniel é um verdadeiro retrato do futuro. E a história sendo
contada antes dela acontecer. Osvaldo Litz chama esse capítulo de “recortes do
futuro”.
Deus
está levantando a ponta do véu e mostrando o futuro para Daniel (v. 2). Deus
escreve a história antecipadamente. As coisas acontecem porque Deus as
determinou. A história estava escrita desde a eternidade nos livros divinos (Dn
10.21), mas também seria registrada no livro de Daniel bastante tempo antes que
acontecesse.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 135-136.
Nesse
capítulo, o anjo Gabriel trabalha no cumprimento da promessa feita a Daniel no
capitulo anterior, isto é, ele mostra o que aconteceria ao seu povo nos dias
finais, de acordo com o que estava escrito nas escrituras da verdade. E, muito
particularmente, ele prevê aqui a sucessão dos reis da Pérsia e da Grécia e os
negócios desses reinos, especialmente a maldade que Antíoco Epifânio praticaria
nos seus dias contra o povo de Deus.
E isso
já havia sido previsto anteriormente (cap. 8.11-12). Temos aqui: I. Uma breve
profecia sobre o estabelecimento da monarquia grega que estava agora começando
a se instalar sobre as ruínas da monarquia persa (w. 1-4). II. Uma previsão
sobre os negócios dos dois reinos do Egito e da Síria, fazendo referências a
cada um deles (w. 5-20). III. A ascensão de Antíoco Epifânio, seus atos e seus
sucessos (w. 21-29). IV A grande maldade que iria praticar contra a nação
judaica e a sua religião, e o seu desprezo por todas as religiões (w. 30-39). V
A sua queda e derradeira ruína quando estava no auge da sua perseguição (w.
40-45).
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 894.
I - PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS
COM EXATIDÃO (11.2-20)
1. A
revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (11.2).
“Eu,
porém, no primeiro ano de Dario, o medo” (11.1). A importância dessa profecia é
constatar a fidelidade e exatidão do cumprimento das profecias especialmente no
período inter-bíblico. O primeiro ano do reinado de Dario foi em 539 a.C.,
conforme se pode constatar nos textos de Dn 6.1 e 9.1.0 anjo de 11.1 é mesmo
anjo de 10.20,21 que veio a Daniel, não apenas para confortá-lo, mas continuar
a revelar o futuro de dois Impérios: o medo-persa (com todos os seus reis) e o
grego (11.2-4).
A
revelação sobre o fim do Império Medo-persa (11.2). Aparece no versículo 1 o
rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Dn 5.31. No capítulo 9.1, ele é chamado
“Dario, filho deAssuero”.A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dario
como rei enquanto ele estava no campo de batalha na conquista de outras terras
e nações. Porém, o versículo 2 fala de três reis e destaca um quarto. Os três
primeiros reis persas em sequência normal são, segundo Scofield, em seu
comentário: Ciro II (550-530 a.C.), Cambises II (529-522 a.C.) e Dario I
Histapes (521-486 a.C.). O quarto rei é Xerxes (486-465 a.C). Existe pouca
informação acerca desses reis, sobre os quais Daniel citou que reinariam em
sequência, não por muito tempo. Porém, os dados proféticos são precisos e
confirmados pela própria história. As evidências históricas do cumprimento da
profecia são tão reais, que os críticos da Bíblia sugerem que a profecia foi
escrita, pelo menos 400 anos depois de Daniel, depois que tudo tinha
acontecido. Entretanto, a revelação futura dada a Daniel encontra respaldo
histórico e credibilidade porque Deus cumpre sua palavra. Além dos fatos
cumpridos, a profecia aponta para o futuro, com o aparecimento do Anticristo,
um tipo de Antíoco Epifãnio.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 150.
Dn
11.2 “Eis que ainda três reis estarão na Pérsia”. O “homem vestido de linho”
revela a Daniel que o reino da Pérsia está chegando ao seu fim: somente três
monarcas restariam para que aquela dinastia expirasse. Lendo o capítulo quatro
do livro de Esdras, encontramos os nomes dos três monarcas que reinaram depois
de Ciro: 1) Cambises (Assue- ro). 2) Esmerdis (Artaxerxes). 3) Dario (Persa). A
ordem cronológica estabelecida ali não é tão fácil de ser determinada, a não
ser aquilo que podemos depreender dos textos sagrados.
Cambises
(Assuero). Este monarca não deve ser confundido com o Assuero marido de Ester;
o do presente texto é posterior àquele. “Cambises vem citado no livro de Esdras
4.6, com o nome de Assuero. Este rei era neto da princesa Mondane, a mãe de
Ciro e, conseqüentemente, filha da Rainha Ester” (doutor Goodman).
Evidentemente, ele é o Assuero persa, e o outro, Assuero, da nação dos medos
(Et 1.1; Dn 9.1). Esse rei governou poucos anos. Seu feito principal foi atacar
e tomar o Egito, cujo rei era Psamético. Estendeu suas armas vitoriosas e
atacou também a Etiópia. Só não atacou Cartago, porque os fenícios o
dissuadiram de atacar a sua colônia predileta. Voltando de suas conquistas,
achou uma rebelião no Egito. Revoltado, matou Psamético, e outros nobres daquele
império.
Esmerdis
(Artaxerxes). Esse monarca persa, devido às suas grandes conquistas, teve seu
nome mudado para “Artaxerxes Longímano”, que reinou provavelmente de 465 a 425
a.C. (Ed 4.7, 8,11, 23; 6.14; 7.1, 11, 12, 21; 8.1; Ne 2.1; 13.6). Segundo
Heródoto, “Artaxerxes” quer dizer “grande guerreiro”. Foi cognominado de
“Longímano” por sua excessiva bondade. A Enciclopédia Internacional diz que
Longímano “... foi célebre pela sua bondade e generosidade; permitiu aos judeus
que tinham ficado em Babilônia, depois do edito de Giro, que voltassem a
Jerusalém para restabelecer a sua religião”. Pelo testemunho bíblico, foi ele o
monarca que promulgou a “ordem” para que Nee- mias reconstruísse os muros da
cidade de Jerusalém, em 445 a.C. (Ne 2.1; Dn 9.25). Em seu governo, Neemias
subiu a Jerusalém, levando consigo uma leva de cativos voltando à sua terra,
com prazer e grande júbilo. (Comp. SI 126). Foi a terceira leva de cativos que
desejaram acompanhá-lo.
Dario
(Persa). Este monarca vem citado no livro de Es- dras, (caps. 4.5,24; 5.6, 7;
6.1,12,14,15). Após oito (8) meses de governo do usurpador Gomates, Dario
Histaspis subiu ao trono. Seu primeiro trabalho foi extinguir as revoluções em
todo o seu Império. Sua energia, coragem, dedicação e gênio bélico, conseguiram
isso. Este rei decretou o “reinicio” da construção da casa de Deus em Jerusalém
(Ed 4.24; 6.1-12).
“... o
quarto será cumulado de grandes riquezas”.
Xerxes(Kchiarcha).
Todos os estudiosos da Bíblia concordam em que o “quarto” monarca aqui mencionado
é Xerxes. Ele foi o sucessor de Dario, o persa. Seu nome aparece na História
como Kchiarcha. Os dados históricos e proféticos se combinam entre si sobre a
vida deste soberano. Ele foi realmente o que diz a profecia: “Foi cumulado de
grandes riquezas, mais do que todos”. Ele, durante o seu reinado, atacou a
Grécia e foi derrotado nesta invasão.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 198-199.
Ele
prevê o reino dos quatro reis persas (v. 2): “Agora, te declararei a verdade”,
isto é, o verdadeiro significado das visões da grande imagem, e das quatro
bestas, e explicarei com termos simples aquilo que antes foi representado
através de tipologias difíceis. (1) Levantar-se-ão três reis na Pérsia, além de
Dario, em cujo reino essa profecia foi datada (cap. 9.1). Broughton entende que
esses reis eram Ciro, Artaxasta ou Arta- xerxes, chamado pelos gregos de
Cambises, e o Assue- ro que se casou com Ester, também chamado de Dario, filho
de Histaspe. E, de acordo com Heródoto, a esses três reis os persas deram os
seguintes atributos - Ciro era um pai, Cambises era um mestre, e Dario era um
colecionador. (2) Haveria um quarto rei, muito mais rico do que todos eles,
Xerxes, cuja riqueza foi registrada pelos autores gregos. Por causa do seu
poder (do seu vasto exército que consistia de pelo menos 800.000 homens) e das
suas riquezas, com as quais ele mantinha e pagava o seu vasto exército, ele era
capaz de incitar a todos contra o reino da Grécia. A expedição de Xerxes contra
a Grécia ficou famosa na história, assim como a vergonhosa derrota que sofreu.
Aquele que quandopartiu ameaçava ser o terror da Grécia, quando retornou não
passava de um alvo do seu desdém. Ninguém precisava descrever a Daniel o
desapontamento que Xerxes sentiu, pois ele havia feito o possível para obstruir
a construção do templo. Mas, cerca de trinta anos após o primeiro retorno do
cativeiro, Dario, um jovem rei, recomeçou a construção do Templo e atribuiu à
mão de Deus as derrotas dos seus predecessores que haviam impedido essa
reconstrução (Ed 6.7)
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 894-895.
1.
Profecia sobre os medos e persas (11.1,2). "Dario, o medo" (v. 1). É
o mesmo Dario de 5.31. Em 9.1 ele é chamado "Dario, filho de
Assuero". Esse monarca foi constituído rei por Ciro, interinamente, na
Caldéia, enquanto ele completava suas conquistas. Assuero, o pai deste Dario,
não é mencionado em Ester 1.1. Quem estuda a Bíblia e a História precisa saber
que houve mais de um Dario e mais de um Assuero nas Escrituras. Por falar em
Dario e Assuero, convém saber que esses termos são títulos e não nomes
propriamente ditos. Dario significa mantenedor, e Assuero, poderoso. Muitos
desses monarcas têm mais de um nome. Também alguns deles têm nomes diferentes
na Bíblia e na história secular, como é o caso de Assuero, que na história
secular é conhecido por Xerxes. Xerxes é palavra grega, ao passo que Assuero é
hebraica.
"três
reis se levantarão na Pérsia, e o quarto..." (v. 2). Quatro reis da Pérsia
são aqui mencionados, isso além de Ciro, pois este já estava no trono (10.1).
Esses quatro reis são:
a.
Assuero, filho de Ciro. Reinou de 529 a 522 a.C. É conhecido na história por
Xerxes I e Cambises II. É mencionado em Esdras 4.6.
b.
Artaxerxes I. Reinou de 522 a 521 a.C. É conhecido na história por Smeredis. É
mencionado em Esdras 4.7-11. Determinou a suspensão das obras do templo do
pós-cativeiro.
c.
Dario II. Filho de Artaxerxes. Reinou em 521 a 485 a.C. É mencionado em Esdras
4.5. É conhecido na história por Dario Histaspes, ou simplesmente Histaspes.
Foi ele quem ordenou a conclusão das obras do templo, conforme Esdras capítulo
6. Ele é o famoso Dario registrado na Pedra de Behistum, perto de Hamadã, no
Irã, a antiga capital dos medos, chamada então Ecbátana. Foi derrotado na
famosa Batalha de Maratona, na Grécia, em 490 a.C.
d.
Assuero, o esposo de Ester (Et 1.1). Foi o mais rico e o mais poderoso rei
persa. Reinou de 485 a 465 a.C. A história chama-o Xerxes II. (Não confundir
esse Assuero com o de Esdras 4.6.) Era filho de Dario II e foi derrotado pela
esquadra grega de Salamina, Chipre, em 480 a.C.
Aqui
termina a história da Pérsia na profecia. Nada é dito dos reis restantes, uns
cinco, pelo menos. É que a glória da Pérsia entrou em rápido declínio com a
morte de Assuero ou Xerxes II. Os reis restantes nada realizaram de importante
para a história.
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os
últimos dias. Editora CPAD.
2.
Um rei valente (11.3).
A
revelação profética sobre o Império Grego (11.3).
Xerxes
I, sucessor de Dario, o persa, foi o quarto e último rei do Império Medo-persa.
Foi um rei que juntou muita riqueza, mas ao enfrentar a Grécia, conquistou a
cidade de Atenas e isto irritou aos gregos. Despontava naquele tempo a
liderança de Alexandre, o Grande, que reuniu todas as forças bélicas e humanas
dos seus exércitos e derrotou a Xerxes, da Pérsia, vingando a nação grega.
Portanto, em 331 a.C., Alexandre, o grande, “o rei valente” se levantou e
suplantou o último rei dos medos-persas com grande força e domínio sem qualquer
resquício de misericórdia (v. 3). Era jovem e cheio de energia, inteligente e
perspicaz, porque foi capaz de persuadir com carisma seus subordinados para que
se unissem a ele a fim de conquistar o mundo de então. Com força pujante e
implacável, Alexandre foi aumentando seu domínio geográfico e cultural
conquistando outras nações. Ele procurou agregar os povos conquistados e tornar
o seu domínio num “império unido”. Ele promoveu a miscigenação das nações
conquistadas, para ter o domínio sobre todos. Ele formou um exército coeso e
forte recrutando homens de todas as nações conquistadas. Em pouco tempo, para o
contexto da época, suas conquistas ultrapassaram todos os índices de tempo para
dominar e fazer o que lhe aprouvesse. Cumpria-se, de fato, a soberania de Deus
dirigindo a história e fazendo valer a sua soberana vontade. Era a sua vontade
exercida nos destinos das nações e, acima de tudo, especialmente para Israel.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 151.
Dn 11.3
“... um rei valente”. O leitor deve observar que o Império Greco-Macedônio
entra em cena neste versículo. Não é mais representado como nas composições
anteriores descritas por Daniel: 1) “Cobre” (Dn 2.32). 2) “Metal” (Dn 2.39). 3)
“Folhas” (Dn 4.21). 4) “Leopardo” (Dn 7.6). 5) “Bode peludo” (Dn 8.20, 21).
Agora, no presente versículo, este reino tem sua representação na pessoa de um “rei
valente” que reinaria com grande domínio. Este rei valente foi Alexandre Magno,
ele realmente tomou o Império Medo- persa, e reinou com grande poder (Dn 8.3,
4). Ale-xandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso, porém, tudo quanto fez e
conquistou foi derramando sangue (dos ou-tros) e pela espada. Ele foi a
antítese do verdadeiro Cristo, que tudo quanto fez e conquistou foi derramando
o seu próprio sangue, e manifestando seu grande amor. Vejamos o caráter
negativo de Alexandre e o caráter positivo de Cristo: Jesus e Alexandre
morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim
e por você. O grego morreu num trono; o judeu morreu numa cruz. A vida de um
foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um
deles comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um pequeno grupo,
desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu
próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo. Alexandre conquistou o mundo em
vida; Jesus perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu
na Babilônia, o outro no Calvário. Um conquistou tudo para si, e o outro a si
mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou todos os tronos; Jesus, na
morte e na vida, conquistou o Trono de Glória. Um deles sendo servo se fez
Deus; o outro sendo Deus se fez servo (F1 2.6 a 7). Um deles ganhou um grande
nome: Alexandre! O outro “um nome que é sobre todo o nome”: JESUS! Um deles
viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono,
conquistado pela espada, ruiu para sempre. Jesus, quando morreu ganhou o trono
que permanece para sempre (SI 93.2).
O
grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o aceitaram ou aceitam)
liberta da escravidão do pecado. Um deles construiu um trono forrado de sangue;
o outro edificou o seu com amor. Um deles veio da terra; é terreno (1 Co
15.47). O outro veio do.Céu; é celestial (1 Co 15.47 a 49). O grego morreu para
sempre, o judeu para sempre vive. Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ganha
aquele que dá.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 199-200.
Daniel
previu as conquistas de Alexandre e a divisão do seu reino (v. 3). Alexandre é
aquele poderoso rei que iria se opor aos reis da Pérsia e governar com grande
autoridade e um poder despótico sobre muitos reinos, pois agia de acordo com a
sua vontade, e da mesma forma desfazia o que havia feito. No entanto, a lei dos
medos e dos persas impedia que os seus reis fizessem o mesmo. Depois de
conquistar a Ásia, Alexandre quis ser adorado como um deus. Então esta palavra
foi cumprida, que ele agiria de acordo com a sua vontade. Essa era a sua
pretensão, embora fosse uma prerrogativa divina.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 895.
Dn 11.3
Depois se levantará um rei, poderoso. Esse poderoso rei seria Alexandre, o
Grande, cabeça do império greco-macedônio, que derrubou o império persa, fechando
as páginas da história sobre aquela potência. Quando Alexandre se pôs de pé, o
mundo todo foi abalado, e em breve (no curto espaço de onze anos — 334-323 A.
C.) o mundo inteiro da época estava sob seus pés. Alexandre morreu com apenas
32 anos de idade, devido à malária e às complicações com o alcoolismo. Talvez
seu extraordinário poder e sucesso tenha decorrido do poder concedido pelo anjo
guardião da Grécia (ver Dan. 10.20). Ele fazia tudo de acordo com os ditames de
sua vontade (cf. os vss. 16 e 36 e também Dan. 8.4). Quintus Curtius, História
de Alexandre X.5.35, diz: “Pelo favor de sua fortuna, ele parecia, aos povos,
ser capaz de fazer o que bem entendesse".
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3421.
3. A
divisão do reino entre quatro generais (11.4-20).
“estando
ele em pé, o seu reino será quebrado” (11.4). Muito cedo, aos 33 anos de idade,
Alexandre morreu na Babilônia. Ele era “chifre ilustre” ou “a ponta grande” do
bode peludo do capítulo 8.8, que representava a Grécia. Esse chifre foi quebrado
(8.8) que representa o rei grego, cujo reino foi quebrado em 11.4. Sem seu
líder principal, Alexandre, o Magno, o seu reino perdeu a força da unidade
imperial e foi dividido por seus quatro generais: Cas- sandro, Lisímaco,
Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania de
Deus no destino das nações, não temos o que duvidar. Fazendo uma relação
comparativa das visões dos capítulos 7 ,8 e 11, temos no texto de Dn 7.6 a
figura das quatro cabeças do leopardo alado, e depois, no texto de Dn 8.8 temos
a visão do bode peludo com quatro chifres notáveis. As figuras são diferentes,
mas as representações dessas figuras são as mesmas, porque falam do Império
Grego e sua divisão, depois da morte de Alexandre, pelos quatro generais. São
eles: Cassandro que reinou na Macedônia; Lisímaco que reinou sobre a Trácia e a
Ásia Menor; Ptolomeu que reinou no Egito e, por último, Seleuco que reinou
sobre a Síria e o restante do Oriente Médio. Essa divisão de reinos aguçou a
vaidade e a presunção desses generais que se fizeram reis e tramas de traição e
morte envolveram esses reinos.
(11.5-20)
Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis,
especialmente, entre Egito e Síria, entre os reinos do norte e do sul. Suplantou
o rei do Norte, Antíoco Epi- fanio (entre 175 e 164 a.C.) o qual se tornou um
tipo perfeito do Anticristo. Porém, dois desses reis da divisão do império se
destacam: o rei do Sul e o rei do Norte. Da divisão do império, o rei do Sul é
Ptolomeu. Com ele se iniciou a dinastia dos ptolomeus. O texto diz que ele (o
rei do sul — Egito) seria mais forte que o outro rei (o rei do norte — Síria).
O sul era representado pelo Egito e o norte pela Síria. Detalhes históricos
envolvendo esses dois reinos culminam com conflitos entre ambos e com a
superação do reino do sul (Síria). Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de
guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria, entre os
reinos do norte e do sul. Esse conflito entre os reis do norte e do sul (Egito
e Síria), revelou ao final um personagem por nome Antíoco Epifanio, quando no
ano 198 a.C., Jerusalém e Judeia passaram a ser província da Síria. No
versículo 15, o rei do norte, Antíoco III, o Grande, se impõe sobre a Judeia e
Egito e se apodera fortemente da Palestina (11.16). Esse rei, por causa da
dívida com Roma, a fim de pagá-la, estabeleceu impostos financeiros pesados,
tirando-os dos tesouros da Casa de Deus em Jerusalém. O filho de Antíoco III
foi Antíoco IV, conhecido como Antíoco Epifânio.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 151-152.
Dn 11.4
“O seu reino será quebradoIsto aconteceu realmente como diz a profecia em foco.
Alexandre reinou com grande poder; ele foi chamado de Magno. Mas morreu
prematuramente aos trinta e três anos de idade. O chifre ilustre foi realmente
“quebrado”, como vaticinara o profeta do Senhor (Dn 8.8). Seu império foi
dividido em quatro partes (quatro ventos), depois da batalha de Ipsus, em 301
a.C. A sua posteridade (família) não recebeu o reino, e sim seus quatro
generais de exércitos: 1. Ptolomeu. 2. Seleuco. 3. Lisímaco. 4. Cassandro. As
quatro regiões de que fala o texto divino foram: 1) O Egito (região Sul). 2) A
Síria (região Norte). 3) A Macedônia (região Oeste). 4) A Ásia Menor. Os
generais de Alexandre Magno reinaram também com grande autoridade, mas nenhum
deles chegou à sua glória e magnitude; também não eram de sua família;
cumprindo-se, assim, a profecia: "... seu reino será repartido... mas não
para a sua posteridade”. Esse acontecimento sobre seu reino, o próprio
Alexandre já o previu em vida como ele mesmo declarou ao seu biógrafo: “Ainda
em vida, Alexandre predisse que seus amigos lhe fariam um cruento funeral”.
Cumpriu-se o vaticínio. O Macedônio não deixou sucessor direto ao trono, pois
tinha um irmão que poderia ser seu herdeiro, mas este era imbecil; e um filho,
mas era de poucos anos de idade.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 200-201.
Mas, (v. 4) o seu reino
logo seria rompido e dividido em quatro partes, e nenhuma delas coube aos seus
descendentes. Nenhum dos seus sucessores iria reinar com a mesma autoridade,
nenhum deles iria possuir territórios tão grandes, nem um poder tão absoluto.
Seu reino foi despojado por muitos, além da sua própria família. Arideo, seu
irmão, tornou-se rei da Macedônia. Olímpia, a mãe de Alexandre, o matou, e
envenenou os dois filhos de Alexandre, Hércules e Alexandre. Dessa forma, a sua
família foi desarraigada por suas próprias mãos. Veja como a pompa e as
possessões do mundo são coisas que podem ser perdidas e desaparecerem. O mesmo
ocorre com os poderes através dos quais elas são conquistadas. A vaidade do
mundo e os seus maiores feitos jamais foram demonstrados de uma forma mais
evidente do que na história de Alexandre. Tudo é vaidade e aflição de espírito.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 895.
Daniel
aponta para vários reis da Síria e do Egito (v. 5-20). O poder alternou várias
vezes, ora nas mãos da Síria, ora nas mãos do Egito. Vejamos inicialmente a
aliança entre a Síria e o Egito (v. 5,6).
Berenice,
a filha do rei do Egito, Ptolomeu Filadelfo, foi dada em casamento ao rei da
Síria, Antíoco II, para assegurar a aliança. Mas o casamento não teve o
resultado desejado, ou seja, unir os dois reinos. Com a morte do pai de
Berenice, Antíoco II voltou para sua ex-mulher, Laodice, e esta envenenou
Berenice, o marido Antíoco II e o filho de Berenice, deixando um clima
totalmente desfavorável para uma aliança de paz entre os dois reinos. No
reinado de Ptolomeu II os judeus foram cercados de todos os favores e
garantias. Ele construiu várias cidades em território palestino com o propósito
de ganhar a amizade do povo judeu. Foi nesse período que a Septuaginta foi feita,
a versão grega do Antigo Testamento. A seguir, observemos a derrota da Síria
pelo Egito (v. 7-12). O irmão de Berenice, Ptolomeu III, venceu a batalha
contra o Norte e matou todos os que assassinaram sua irmã. Também levou todos
os tesouros da Síria de volta para sua terra. Por algum tempo houve
considerável superioridade dos ptolomeus sobre os selêucidas. Notemos agora a
derrota do Egito pela Síria (v. 13-16). Embora o Egito esteja fortificado, ele
será destruído. A superioridade do Sul durou pouco. O Norte teve uma decisiva
vitória em Sidom (v. 15). Antíoco, o Grande, rei do Norte, parecia invencível.
Ninguém era capaz de lhe resistir (v. 16).
Finalmente,
vejamos o impasse entre a Síria e o Egito (v. 17-20). O rei da Síria, Antíoco,
o Grande, dá sua filha ao rei do Egito em casamento para destruir internamente
o reino (v. 17). O rei do Norte, para conquistar o Sul, mudou de tática.
Antíoco concluiu que a melhor maneira de vencer o Sul seria por meio do uso de
sutileza. Muito convincentemente foi ao Egito e contratou o casamento de sua
filha, Cleópatra, com o rei Ptolomeu V que na época tinha apenas 12 anos de
idade. O casamento realizou-se cinco anos depois. Pensou que por intermédio
desse casamento firmaria seu poder sobre o reino do Sul. O plano falhou
miseravelmente, pois Cleópatra não fez o jogo do pai, ficando do lado de seu marido.
Assim, a profecia cumpriu-se mais uma vez (v.17). Antíoco, assim, resolve
conquistar outros mundos e é fragorosamente derrotado (v. 18). Foi uma enorme derrota
que causou o fim das ambições territoriais de Antíoco (v. 19). Selêuco
Filopater, seu sucessor, mandou confiscar os tesouros do templo de Jerusalém.
Mas essa ordem nunca foi cumprida. Crê-se que Heliodoro, o emissário
responsável por saquear o templo de Jerusalém, advertido por uma visão,
desistiu de executar esse ato sacrílego. Crê-se ainda que o próprio Heliodoro o
tenha envenenado (v. 20). Assim, cada detalhe profetizado aconteceu integralmente.
O povo judeu muito sofreu com essas sucessivas guerras, visto que seu
território servia de passagem e, às vezes, também de campo de batalha para os
dois exércitos rivais.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 137-139.
II - O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO
EPIFÂNIO (11.21-35)
1.
Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial.
Antíoco Epifânio, o glorioso
A
presunção desse rei o fez adotar um novo nome e ele chamava a si mesmo “Teos
Epifanes” , isto é, “deus revelado”. Ele ascendeu ao trono da Síria em 175
a.C., e mesmo sendo rejeitado por muitos, fez questão de impor seu domínio pela
crueldade. Sua ascensão foi ilegal, porque, para abrir caminho para o trono da
Síria, ele o fez pelo modo mais ignominioso e detestável. Suas caraterísticas
diabólicas o tornaram o tipo mais próximo do futuro Anticristo.
“Depois,
se levantará em seu lugar um homem vil” (11.21). Os quatro generais que se
tornaram reis depois da morte de Alexandre, não se contentaram com suas regiões
geográficas porque suas ambições os fizeram tramar intrigas entre si, matando e
assassinando opositores para ostentarem mais riquezas do que já tinham. Queriam
mais e mais e começaram a buscar mais terras e partiram para a luta entre si.
Seleuco IV, da Síria, ocupava o trono da Síria em Antioquia e reinou de 187 a
175 a.C., morreu envenenado e seu filho deveria assumir o trono, mas seu tio
Antíoco Epifânio tomou o trono da forma mais ignominiosa e detestável possível.
Antíoco Epifânio assumiu o trono sírio e mudou seu título de Antíoco IV para
Antíoco Epifânio, isto é, o glorioso.
Antíoco Epifânio foi um rei perverso
“mas
ele virá caladamente e tomará o reino com engano” (11.21). Ele chegou ao poder
em 175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. Segundo a história, reinou apenas
onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos anos de reinado usou de
todos os artifícios de mentira, engano, astúcia, lísonjas e crueldade como
ninguém o fizera. Para se manter no poder Antíoco Epifânio não tinha qualquer
escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi através de intrigas e engano
(11.21) e tinha sede de conquista derramando o sangue dos seus adversários em
muitas guerras. Enriqueceu com os despojos das guerras, quando lutou contra o
Egito (11.25-28).
O
versículo 21 o chama de “homem vil”, porque fingindo amizade e aliança, entrou
n o Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 153-154.
Dn 11.25
O personagem descrito no presente texto é ainda Antíoco Epifânio, e o rei do
Sul, de que fala a profecia, é Ptolomeu Phiscon; ele tinha realmente um grande
e poderoso exército em torno de si e podia, como diz a História, vencer o
próprio Antíoco Epifânio; mas foi frustrado seu plano, em razão de, em seu
próprio exército e arraial, existir traição. De ambos os lados existia grande
multidão, os dois exércitos eram numerosos como a areia do mar. Outros- sim, a
ambição predominava, e o rei do Sul (Egito) foi o mais envolvido”. A profecia
já tinha previsto tudo isso quando diz: "... o rei do Sul se envolverá na
guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá”. A causa
deste “envolvimento” foi que ele determinou que seu reino fosse incorporado ao
grande império do rei do Norte (Síria), e, por causa disto, a oposição cresceu
entre seus próprios generais; assim, o rei do Egito foi traído por aqueles que
comiam de seus manjares.
Dn 11.26
O presente versículo e mais quatro que o seguem, neste capítulo, continuam
descrevendo o caráter sombrio de Antíoco Epifânio, falando de rumores de guerra
entre estas duas potências: a do Sul (Egito) e a do Norte (Síria). Durante
alguns anos, os Ptolomeus e Selêucidas fizeram vários tratados, com a
finalidade de encontrarem a paz entre os dois países, mas seus corações tinham
um só intento: enganar um ao outro.
O
leitor pode observar que, dos versículos 25 a 28, o autor sagrado, o profeta
Daniel, como recipiendário da visão, descreve, em síntese, as primeiras
campanhas guerreiras de Antíoco contra o Egito, fala também de uma campanha na
qual Ptolomeu (egípcio), e os seus não puderam resistir, em virtude da traição
existente entre seus próprios generais, como já ficou demonstrado; eles
deveriam tê-lo apoiado. A traição é inimiga do triunfo, mas os traiçoeiros
sempre cairão nas malhas da própria traição.
Dn 11.27
"... uma mesma mesa falarão a mentira”. Podemos observar como estes dois
monarcas fizeram da “mentira seu próprio refúgio”. Mas todos sabem que “mentira
gera mentira”. (Comp. com SI 42.7). Mas ela não prevalecerá. Somente a verdade
permanece e o fim das mentiras virá, como diz a profecia, no tempo determinado.
Estes
dois reis (do Norte e do Sul), segundo o doutor Amo C. Gabelein, são ainda
Antíoco e Ptolomeu Filopater. Eles realmente fizeram vários tratados, mas
sempre mentiram um ao outro: seus corações eram atentos só para fazer o mal. O
que ocasionou esta aliança de Antíoco com Ptolomeu foi ter sido este derrotado;
então decidiu aproximar-se de Antíoco Epifânio e ambos mantiveram uma paz
aparente e, assentados a mesma mesa, falavam a mentira, pois nenhum nem outro
cumpriu aquilo que tinha sido estabelecido no tratado de paz.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 213-214.
A sua
guerra contra o Egito, que foi a segunda expedição que fez a essa nação. Isto
foi declarado nos versículos 25-27. Antíoco iria reforçar o seu poder e tomar
coragem para lutar contra Ptolomeu Filométor, rei do Egito.
Ptolomeu, então, foi forçado a fazer guerra contra ele, e o atacou com um
exército grande e poderoso. Mas, embora o seu exército fosse muito grande, ele
não seria capaz de enfrentar o inimigo. E o exército de Antíoco iria derrotar e
subjugar o exército de Ptolomeu e um grande número de soldados egípcios seria
assassinado. No entanto, o rei do Egito foi traído pelos seus próprios
conselheiros. Eles eram alimentados por ele, comiam do seu pão, mas recebiam
subornos do inimigo, Antíoco. Assim, eles iriam planejar artifícios contra o
seu rei, estando prontos até mesmo a destruí-lo. E que medidas poderiam ser
tomadas para evitar uma traição como esta? Depois da batalha, um tratado de paz
seria colocado em ação, e esses dois reis iriam se reunir em um conselho, a fim
de estabelecerem as condições de paz. No entanto, nenhum dos dois seria sincero
e honesto nesse acordo, pois através das suas pretensões e promessas de amizade
e harmonia, eles estavam mentindo reciprocamente. Pois o coração de um estava
pronto para fazer ao outro todo o mal que pudesse. Logo, não é de admirar que
esse tratado não viesse a prosperar. A paz não seria duradoura, e o seu fim
ocorreria no momento indicado pela Providência divina. Então, a guerra iria
começar novamente, como uma ferida que só foi tratada superficialmente.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 897-898.
Dn 11.25-28
Suscitará a sua força e o seu ânimo contra o rei do Sul. Tendo consolidado seu
poder, Antioco atacou o Egito, porque ali havia mais poder e bens a serem obtidos.
O “rei do sul” foi atacado em 170 A. C. Nas fronteiras com o Egito, ele teve de
enfrentar o exército egípcio. Isso ocorreu em Pelúsio, que ficava perto do
delta do rio Nilo. Embora os egípcios contassem com numeroso exército, foram derrotados.
Então Antioco resolveu mostrar-se amigo desse povo, e ambos os lados favoreciam
a cessação das hostilidades, mas suas esperanças nunca se cristalizaram, pois
ambos se mostravam espertos e enganadores, o que novamente é próprio da
política.
“Em 169
A. C., Antioco invadiu o Egito e capturou Ptolomeu VI. Mas dificuldades em sua
pátria o forçaram a deixar o Egito e, a caminho de volta (levando muito
despojo), ele saqueou Jerusalém e o tesouro do templo” (O xford Annotated Bible,
na introdução aos vss. 25-28). Foi nesse tempo que começaram as grandes atrocidades
de Antioco IV Epifânio contra os judeus, e essa circunstância inspirou o autor
sacro a passar algum tempo descrevendo o sucesso das campanhas de Antioco. O
vs. 25 mostra-nos que seu sucesso contra o Egito foi prejudicado por conspirações
em sua pátria, traições da parte de alguns de seu próprio povo. Eles “fizeram
planos contra ele”.
O vs.
26 pode referir-se a parte das conspirações contra Epifânio. As pessoas que
tinham aceitado riquezas da parte dele não hesitaram em atacá-lo pelas costas. E
também deram-lhe maus conselhos que o levaram a entrar em conflito com seu sobrinho,
o qual, eventualmente, foi feito cativo. Ver os detalhes sobre isso em Políbio,
História XXVIII.21; Diodoro Sículo, XXX.17. O fato de Antioco ter saqueado Jerusalém
incluiu, naturalmente, grande matança do povo judeu (I Macabeus 1.20-24; II
Macabeus 5.11-16; Josefo, Guerras, 1.1.1; Antiq. XII.5.3). Tendo aprisionado seu
sobrinho, Ptolomeu, ele fingiu estar agindo em seu favor, mas o que sucedeu foi
que conseguiu submeter larga porção do Egito. Foi forçado a parar em
Alexandria. O romano Polílio Laenas estragou os planos de Antioco. Ele precisou
evacuar o Egito, pelo que sua ira se voltou contra os judeus não-helenizados de
Jerusalém.
Antioco
contaminou o templo em 167 A. C. O vs. 27 refere-se à falsa barganha de Antioco
no Egito. Os dois reis que figuram naquele versículo são Antioco e Ptolomeu
Filometer, seu sobrinho. Teoricamente, Filometer estava em aliança com seu tio contra
o irmão mais novo do usurpador. Foi assim que Antioco reuniu riquezas e
conquistou terras, presumivelmente em favor de Filometer, mas, na realidade,
ele não se importava em nada com seu sobrinho. Ele agia em interesse próprio o
tempo todo (segundo disse Lívio XLV.11.1). Todo esse esquema teve um fim
nomeado, que alguns estudiosos fazem ser uma referência escatológica, transferindo
tudo para o fim dos tempos e elegendo o anticristo como a verdadeira personagem
traiçoeira. Ou o fim pode ter sido do poder e da vida de Antioco, ou então da
guerra. Mas alguns insistem em dizer: “O Fim”.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3423.
2.
Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém (11.28).
(11.25-28)
Antíoco Epifânio, depois de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de
PtolomeuVI ( w. 25,26), resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente,
Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme contra Israel. Por isso, partiu para a
profanação do templo dos judeus e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31).
Houve resistência da parte de judeus fiéis que não cederam aos abusos de poder
e de arrogância desse rei sírio. Ele ordenou o sacrifício de porcos sobre o
altar sagrado dos judeus para profanar o Santuário.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 154.
Dn
11.28 "... o santo concerto”. O presente versículo, faz alusão a todas as
tiranias de Antíoco Epifânio contra o povo judeu, cujos dados históricos se
encontram narrados no primeiro e segundo livros de Macabeus. A história nos diz
(confirmando a profecia) que, em 168 a.C., ele, Antíoco, voltou da sua
expedição com grande riqueza. Então marchou para a Judéia e praticou grandes atrocidades
ali. Na viagem de volta, ao atravessar a Palestina, com o coração contrário ao
Santo Concerto, saqueou o templo de Jerusalém, deixando na cidade uma guarnição
síria. No primeiro e segundo livros dos Macabeus, lemos de suas tiranias contra
o Santo Concerto e o povo escolhido. Muitas de suas atrocidades foram
frustradas por intervenção divina; então ele, muito indignado, voltou “para sua
terra”, isto é, voltou para a sua cidade: a Capital, Antioquia.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 215.
Então
tornará para a sua terra com grande riqueza. Antioco voltou para sua terra
levando muitos despojos, pelo que seu tempo passado no Egito não foi desperdiçado.
O grande saque do Egito é referido em I Macabeus 1.19, bem como nos Oráculos
Sibilinos 3.614 s. Passando por Jerusalém, ele ainda foi prejudicial. Entre
outras coisas, quis reintegrar Menaieu como sumo sacerdote e expulsou Jasom.
Talvez seja isso o que está em vista na expressão “santa aliança", ou
seja, fazer Jasom ficar no poder. Outros estudiosos, contudo, mais
corretamente, referem-se à fé judaica quando lêem “santa aliança”, pois essa fé
se baseava nos pactos, a com eçar por Abraão. Cf. I Macabeus 1.15,63 quanto à
distheke agia, “santa aliança”. Ver também I Macabeus 1.20-24 e 29.36. Antioco
causou muitos danos a Jerusalém, por causa do conflito entre Jasom
e Menelau. Ele saqueou o tesouro do templo e estacionou tropas na cidade para m
anter a ordem. Contaminou o templo ao oferecer uma porca sobre o altar, e então
retornou à própria terra.
“Antioco
lançou um grande exército contra Jerusalém e tomou-a em ataque relâmpago; matou
40.000 pessoas; vendeu muitos judeus como escravos; cozinhou carne de porco e
salpicou o caldo sobre o altar; invadiu o Santo dos Santos; pilhou os vasos de
ouro e outros itens sagrados do tesouro, que alcançaram o valor de mil
talentos; restaurou Menaleu ao ofício sumo sacerdotal e fez de Filipe o
governador frígio de Judá (I Macabeus 1.24; II Macabeus 5.21)” (Adam Clarke, in
loc., ao descrever os le ito s ” de Antioco Epifânio). A interpretação
escatológica vê o anticristo tipificado em tudo isso.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3423-3424.
O
versículo 28. seguida, ele deve retornar para a sua terra com grandes riquezas
Antíoco voltou, carregado de riquezas, dos despojos que ele tomou no Egito;
ver1Mac 1:19,20. E, ouvindo que tinha havido um relatório de sua morte, em que
os cidadãos de Jerusalém tinha feito grande júbilo, Seu
coração será contra a santa aliança. Ele estava determinado a vingar-se grave,
e ele tinha um pretexto ostensivo para ele, para Jason, que tinha sido privados
do sacerdócio alta, ouvindo o relatório da morte de Antíoco, levantou forças,
marchou contra Jerusalém, tomou-a, e obrigou Menelau, o sumo sacerdote, para
encerrar-se no castelo. Antíoco trouxe um grande exército contra Jerusalém,
tomou de assalto; matou 40 mil de seus habitantes; vendido como muitos mais
para escravos ; carne de porco cozidos, e aspergiu o templo eo altar com o
caldo, invadiu o santo dos santos; levou embora os vasos de ouro e outros
tesouros sagrados, no valor de 801 mil talentos; restaurado Menelau para seu
escritório, e fez um Philip, um governador, frígio da Judéia. 1Mac 1:24 ; 2Mac
5:21 . Prideaux e Newton. Estes são o que chamamos de façanhas; que, tendo
terminado, ele voltou para a sua terra.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
3.
Antíoco Epifânio era cruel (vv.31-35).
(11.31-35) Ao invadir
Jerusalém, Antíoco Epifânio não teve escrúpulo algum para desrespeitar valores
morais, éticos e higiênicos tão importantes na sociedade de Israel. Estabeleceu
regulamentações contra a circuncisão, a observação do sábado, e outras práticas
dietéticas do povo de Israel. O versículo 31 fala da “abominação desoladora”,
quando construiu um altar a Zeus, deus pagão, sobre o altar dos holocaustos no
templo.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 154.
Dn 11.31
A profecia, no que diz respeito aos acontecimentos narrados neste capítulo
(versículos 1 a 30), segue mais ou menos uma ordem cronológica na “vereda dos
séculos”. (Comp. com Jó 22.15). Mas, de acordo com o que falou nosso Senhor em
Mt 24.15 e Mc 13.14, os versículos 31 a 45 não se consolidaram apenas na vida
de Antíoco Epifânio, que, de fato, profanou o santuário; cremos que esta
profanação, feita por esse monarca seleuco, foi apenas um estádio daquilo que
terá lugar na figura sombria do Anticristo, nos dias da Grande Tribulação (2 Ts
2.4).
“...a
abominação desoladora”. Desejamos apontar para o estudioso do livro do profeta
Daniel, uma exposição do doutor Amo C. Gabelien, sobre a abominação desoladora:
“No versículo 31 deste capítulo, lemos da ‘abominação desoladora’. Nosso
Senhor, no seu grande discurso escatoló- gico no monte das Oliveiras (Mt
24.15), disse: ‘Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou
o profeta Daniel, estar no lugar santo; quem lê, atenda’. Alguns crêem, que quando
nosso Senhor falou estas palavras referiu-se a Dn 11.31 [o texto em foco], e
que é isso a ‘abominação desoladora’. Não é assim. A‘abominação desoladora’ do
versículo 31 é passada, e aconteceu nos dias de Antíoco Epifânio. A ‘abominação
desoladora’ a que se refere nosso Senhor, em Mt 24.15 e Mc 13.14, é a
mencionada em Dn 12.11, que diz: ‘E desde o tempo em que o contínuo sacrifício
for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa
dias’. Esta será estabelecida pelo Anticristo, na segunda metade da semana
profética de Daniel 9.27". Nosso ponto de vista, nesta interpretação, é o
que está estabelecido no primeiro ponto desta exposição.
“profanarão
o santuário”. Nos dias de Antíoco, ele fez um decreto em que todo o povo havia
de se conformar com a idolatria da Grécia. Um grego iníquo foi enviado a
sustentar este decreto. Todos os sacrifícios cessaram, e o ritualismo judaico,
dado por Deus terminou. O templo (santuário) foi contaminado com carne de
porco... e dedicado a Júpiter Olímpico. A “fortaleza” (a cidade de Jerusalém)
foi também profanada. Antíoco enviou um tal Apo- lônio com mais de 20.000
homens para destruir Jerusalém (a fortaleza de Sião - Cr 11.5). Houve uma
multidão de mortos, e mulheres e crianças foram levadas cativas.
Dn 11.32
“... aos violadores...” Nos dias sombrios das atrocidades de Antíoco Epifânio
contra o povo escolhido do Senhor, houve alguns judeus incrédulos, que
facilitaram sua infiltração na Cidade Santa. No que diz respeito, porém, à
grande jornada profética futurística, estes versículos apontam diretamente para
“o tempo do fim”. A personagem traidora que entra em cena aqui, é sem dúvida o
Anticristo. Os violadores do santo concerto são aqueles judeus que por ele
serão enganados no início da Grande Tribulação (Dn 9.27).
“... o
povo que conhece ao seu Deus...” Nos dias de Antíoco Epifânio, sem dúvida, este
“povo” conhecedor do Deus do Céu, foram os seguidores dos fiéis Macabeus. Nos
dias do Anticristo, ele será “o remanescente de Israel”. São os 144.000 pertencentes
às doze tribos de Israel (Ap caps. 7 e 14).
Dn
11.33 Podemos ver, no presente texto, uma referência às duas testemunhas
escatológicas dos dias sombrios da Grande Tribulação (Ap cap. 11). Eles
realmente naqueles dias de tantas trevas ensinarão a muitos, mas depois serão
mortas pela espada ferina da Besta que subiu do mar (Abismo - Ap 11.7), para
que o seu testemunho tenha um maior valor. (Comp. Hb 9.17). Daniel e seus
amigos haviam sido livrados e preservados da morte por intervenção divina (Dn 3
e 6), mas nem sempre esta é a vontade de Deus para com seus filhos. Assim,
espada, fogo, cativeiro e roubo são um sumário dos sofrimentos dos homens e
mulheres fiéis até hoje em todas as partes do mundo. O próprio Filho de Deus,
antes de sua partida para estar com o Pai, nos adverte: “Então vos hão de
entregar para serdes atormentados [especialmente os fiéis do tempo da
tribulação], e matar-vos-ão, e sereis odiados de todas as gentes por causa do
meu nome” (Mt 24.9).
Dn 11.34
Admite-se que esta profecia, no que diz respeito ao seu primeiro estádio,
refere-se aos fiéis Macabeus, que, usados por Deus, serviram como instrumentos
para levantarem o ânimo dos judeus desanimados, perseguidos por Antíoco
Epifânio, descendente dos monarcas selêucidas. Mas, evidentemente, todos
concordam em que Antíoco foi uma figura do verdadeiro Anticristo, e, assim,
esta grande profecia terá sua total consolidação no “tempo do fim”. Naqueles
dias também haverá fiéis, que desafiarão o poder hostil da Besta, mesmo que
isso lhes custe a própria vida. (Ver Ap 6.9-10). O autor sagrado, Daniel,
enquanto registrava estas palavras do mensageiro celeste, observava que a
perseguição, tem o seu próprio propósito, dentro do plano de Deus, de
purificação, e refinação do seu povo, mas, no devido tempo, que Ele para si
designou, dará fim a toda e qualquer prova ou perseguição contra o seu povo.
Dn 11.35
“... alguns dos entendidos cairão...” O texto em foco nos faz lembrar o que
Paulo escreveu em Rm 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu
decreto”. E evidente, que, qualquer correção de Deus, momentaneamente, parece
desagradável para aquele que está sendo corrigido, mas “depois” produzirá um
“peso de glória” (Hb 12.11). E certo que a morte de Antíoco Epifâ- nio não pôs
fim às lutas contra o povo escolhido, pois os seus sucessores continuaram a
batalha pela dominação da Palestina. Mas, é evidente que, durante estes anos,
os fiéis Macabeus conseguiram arregimentar todos os elementos fiéis às
tradições judaicas e formar um poderoso exército, para se defrontar com o
exército sírio. Eis uma das razões por que Deus permitiu tal perseguição ao seu
povo: eles precisavam ser purificados e embranquecidos.
"...
ao fim do tempo”. Há quinze alusões no livro de Daniel sobre “o tempo do fim”,
cinco delas neste capítulo. Esse tempo do fim é a septuagésima semana de Daniel
9.27, com especial referência à segunda metade dela. Mas a expressão é também
aplicada à época do Evangelho de Cristo (Hb 1.3), à época do Espírito Santo (At
2.17), e também aos “últimos dias maus” (2 Tm 3.1).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 216-219.
Sua
crueldade (v. 31-35). Antíoco Epifânio possuía um ódio infernal por Israel. Ele
profanou o templo e fez cessar os sacrifícios diários (v. 31). Ele levantou um
altar pagão no templo e mandou sacrificar um porco no altar e borrifar o sangue
no templo. Ele seduziu os judeus apóstatas (v. 31b,32). Contudo, aqueles que
conheciam a Deus eram fortes e ativos (v. 32) e não cederam nem à sedução nem à
violência. Homens com percepção espiritual circulavam entre o povo ensinando as
Escrituras (v. 33). Continuaram pregando, mesmo sob perseguição e morte (v.
33-35). Muitos desses sábios morreram, mas aqueles que sobreviveram
permaneceram puros até o fim. Um grupo de judeus, liderados pelo sacerdote
Matatias, resistiu às ordens sacrílegas de Antíoco Epifânio e começou uma
guerra de resistência, chamada a guerra dos macabeus. Evis Carballosa registra
esse fato assim:
O
terrível ataque de Antíoco Epifânio não enfraqueceu o espírito dos judeus
fiéis. Ao contrário, a perseguição fez com que muitos se unissem para dar
começo ao que se conhece como a guerra dos macabeus. O líder do movimento contra
Antíoco foi um ancião sacerdote chamado Matatias. O fiel sacerdote não só se
recusou a obedecer a ordem de oferecer sacrifícios a um deus pagão, mas também
matou o emissário real e destruiu o altar pagão. Seguidamente, Matatias e seus filhos
João, Simão, Judas, Eleazar ejônatas organizavam uma guerra de guerrilhas que
começou a causar sérios estragos entre as forças de Antíoco.
No ano
166 a.C., só uns meses depois de começada a guerra, Matatias morreu e um de
seus filhos, Judas, sucedeu-o como líder do movimento. Antíoco pensava que seu
exército destruiria a rebelião em curto espaço de tempo, m as equivocou-se. O
exército sírio sofreu derrota após derrota. E m dezembro do ano 164 a. X C., o
exército dos macabeus marchou triunfante pelas ruas de Jerusalém. E m 25 de
dezembro desse ano, o templo foi purificado e restaurado o culto a Yahveh.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 140-141.
As
perseguições e a tirania insana que Antíoco exerceu sobre os judeus e sua
religião (29-35) o tornaram um dos monstros da história. Sua indignação contra
o santo concerto (30), tirando o contínuo sacrifício e estabelecendo a
abominação desoladora (31; a imagem de Zeus do Olimpo) no Templo são exemplos
da sua fúria profana. Ele baniu todas as leis, costumes e cultos judaicos.
Antíoco matou à espada as mães e crucificou os pais que circuncidavam seus
filhos. Embora tenha queimado uma grande parte de Jerusalém, assassinado boa
parte dos homens e escravizado mulheres e crianças, ele não conseguiu destruir
a resistência. Embora muitos tenham apostatado e se submetido a Antíoco, outros
ousaram resistir (32-35). Um exército de fiéis e corajosos judeus se reuniu sob
o comando de Matatias para resistir ao exército de Antíoco.
Quando
Matatias morreu, seu filho Judas ficou à frente do exército rebelde. Suas
táticas de guerrilha (de ataques e fugas repentinos) tornaram-se famosas e lhe
deram o nome de “Martelo” ou Macabeu. Em três anos os macabeus tinham dividido
e derrotado os exércitos sírios de Antíoco e recapturado Jerusalém. O Templo
foi restaurado, o altar purificado e a adoração restituída (em 25 de dezembro
de 165 a.C.). Até o dia de hoje a Festa da Dedicação ou Hanukkah é observada
pelos judeus, comemorando esse evento. A família dos macabeus, chamada
Hasmoneana, tornou-se a reconhecida linhagem de governantes até que os romanos
conquistaram a Palestina sob o comando de Pompeu, em 63 a.C.17
Em
meio à escuridão do quadro profético amedrontador apresentado nesse capítulo,
uma clara luz de fé e heroísmo começa a brilhar. O povo que conhece ao seu Deus
se esforçará e fará proezas (32). Aqui é sugerido “Um Programa de Ação para uma
Minoria Piedosa”. 1) Eles conhecem a Deus. 2) Eles são fortes. 3) Eles fazem
proezas. Eles agem com um claro sentido de direção. 4) Sua batalha está no alto
nível do espírito, uma batalha de idéias santas. Eles ensinarão a muitos (33).
5) Sua causa triunfa. Para serem provados, e purificados, e embranquecidos, até
ao fim do tempo (35).
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 541-542.
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO
1. O
“homem vil” que chega ao poder.
“E
esse rei fará conforme a sua vontade ”(11.36). Até o versículo 35 a história se
cumpriu perfeitamente. A partir do versículo 36, os fatos acontecem de modo
especial e fala de um rei que agirá segundo a sua própria vontade. Trata-se de
um homem que chega ao poder, prospera, cresce em poder e, então, investe contra
o Deus de Israel. Esse rei, na figura de Antíoco Epifânio, assume o papel de
divindade. Essa profecia tem o respaldo do Novo Testamento nas palavras de
Paulo, quando diz que “se opõe contra tudo que se chama Deus ou é objeto de
culto”( 2 Ts 2.4).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 154.
Dn 11.36
O leitor deve observar que os versículos 36 a 45, do presente capítulo, se
revestem de particular interesse para os estudiosos da Bíblia. Muitos
expositores acreditam que eles dão prosseguimento à descrição a respeito de
Antíoco Epifânio e suas atrocidades. Mas, é evidente que há certas dificuldades
nesta posição, em razão da morte deste monarca selêucida ter sido diferente da
que fala o texto. A possível interpretação mantida pela tradição mais antiga e
pelos pais da Igreja cristã era a de que esses versículos, sendo aplicados ao
“tempo do fim”, apontam claramente para o Anticristo. Assim sendo, o texto em
foco demonstra claramente ser o Anticristo a antítese do verdadeiro Cristo;
Jesus é Justo, ele será o iníquo; Jesus, ao entrar no mundo, disse ao Pai: “Eis
aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9), do Anticristo está
dito aqui no presente texto, que ele “fará conforme a sua vontade”. O Senhor
Jesus é o Filho de Deus; ele será “o filho da perdição” (2 Ts 2.3). O texto em
foco, fala-nos também que este monstro hediondo “falará coisas maravilhosas”.
Isto é, abrirá a sua boca em blasfêmia contra Deus e seu tabernáculo. O
Anticristo blasfemará dos “poderes superiores”, ridicularizando a própria
existência de Deus.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 219-220.
Ele se
tornou muito orgulhoso, insolente e profano. Estando muito convencido por causa
das suas conquistas, declarou a sua oposição ao Céu, e pisou tudo que era
sagrado (v. 36ss). Alguns entendem que aqui começa a profecia do anticristo e
do reino papal. É claro que o apóstolo Paulo, na sua profecia sobre a ascensão
e o reinado do homem do pecado, está fazendo uma alusão a isso (2 Ts 2.4), e
mostra que Antíoco era um tipo e uma figura desse inimigo, assim como a
Babilônia também havia sido. Mas, juntando essa profecia às profecias
anteriores relativas a Antíoco, formando um discurso contínuo, me parece que
ela esteja provavelmente se referindo principalmente a ele, e que nele ela teve
o seu principal cumprimento, fazendo uma referência a alguma outra apenas para
fins de acomodação. (1) Antíoco ofenderia impiedosamente o Deus de Israel, o
único e verdadeiro Deus, chamado aqui de Deus dos deuses. Desafiando a Deus e
sua autoridade, ele iria agir conforme a sua vontade contra o seu povo e a sua
santa religião, exaltando-se acima dele, como fez Senaqueribe, falando coisas
incríveis contra as suas leis e instituições. Isso se cumpriu quando Antíoco
proibiu que fossem oferecidos sacrifícios no Templo de Deus, ordenou que os
sábados fossem profanados, e que o povo santo deveria ser contaminado, além de
muitas outras perversidades. Antíoco queria fazer com que, sob ameaças de
morte, esquecessem da lei, e mudassem todas as ordenanças (1 Mac 1.45). (2) De
uma forma absolutamente orgulhosa, Antíoco desprezaria todos os outros deuses,
iria se exaltar acima de cada deus, até dos deuses das outras nações. Ele
escreveu a todas as partes de seu reino que todos deveriam abandonar os deuses
que adoravam para adorar somente aqueles que ele mandasse, e esta era uma
atitude contrária à prática de todos os conquistadores que o haviam precedido
(1 Mac 1.41,42). E todos os pagãos concordaram com a ordem do rei, pois embora
amassem os seus deuses achavam que eles não mereciam qualquer sofrimento. No
entanto, como seus deuses eram ídolos, para eles não fazia nenhuma diferença
saber quem eram os deuses que estavam adorando. Antíoco não considerava nenhum
deus e se engrandecia acima de todos (v. 37). Ele era tão orgulhoso que achava
que estava acima da condição de homem mortal, acreditava que podia comandar as
ondas do mar e alcançar as estrelas do céu. E essas eram as expressões da sua
insolência e arrogância (2 Mac 9.8,10). Era assim que tratava todos aqueles que
estavam em sua presença, até que a ira se completou (v. 36), até ter extrapolado
os limites, e transbordado a medida da sua iniqüidade. Pois aquilo que havia
sido determinado seria realizado. Nada mais, nada menos.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 900.
O rei
obstinado — o Anticristo (11.36-45). Jerônimo deu uma dupla interpretação a
essa parte (11.21-45): a primeira, em referência a Antíoco Epifânio, e a
segunda, ao Anticristo.18 Mas muitos comentaristas conservadores, incluindo
Young19 e Seiss,20 entendem que os versículos 21-35 se referem de maneira
apropriada a Antíoco e secundariamente ao Anticristo, e os versículos 36-45
devem referir-se a alguém maior, mais profano e ímpio do que Antíoco.
E esse
rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo
deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero (36).
Aqui a figura clara de Antíoco começa a desvanecer no meio da escuridão e um
aspecto disforme do Anticristo começa a tomar forma nas sombras do pano de
fundo. Lembramo-nos das advertências de Paulo acerca do “homem do pecado” (2 Ts
2.3-4) e da visão de João acerca da “besta” (Ap 13.5-8). Vemos claramente
refletido o “pequeno chifre” dos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma diferença
interessante aparece quando comparamos os dois pequenos chifres com esse rei
furioso do capítulo 11. Enquanto o pequeno chifre do capítulo 8 e o rei furioso
do capítulo 11 estão relacionados ao terceiro reino da profecia de Daniel, a
Grécia, o pequeno chifre do capítulo 7, surge do quarto reino, Roma. Talvez
isso nos deve lembrar que o Anticristo vai procurar tomar para si toda a glória
e poder do empreendimento humano e combinar a cultura da Grécia e a glória de
Roma. Não nos deveria surpreender que o caráter culminante do mal buscará
usurpar para si toda a bondade humana bem como a adoração divina.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 542.
2. O
futuro governante mundial no “tempo do fim”.
“E no
fim do tempo” (11.40). Na verdade, os versículos 40 a 45 retratam as lutas
finais de Antíoco Epifanio com o Egito, o rei do Sul, seu rival maior naquele
tempo. Porém, a descrição desses conflitos prenunciam os atos futuros do
Anticristo. No versículo 45 está descrito o fim de Antíoco Epifanio. Ninguém
ostenta uma glória que só pertence ao Deus Todo-Poderoso. Nos versículos 36-45
está descrito que ele fará conforme sua própria vontade. Quando o versículo 40
fala do “fim do tempo” estava apontando, não só para o fim do personagem
histórico Antíoco Epifanio, mas estava apontando para um tempo especial que a
Biblia descreve como sendo a Grande Tribulação, identificada como a 70a Semana
do capítulo 9.27.
(11.41)
Segundo o texto, os reis do norte e do sul (Egito e Síria) se unirão numa
coligação de nações na “terra gloriosa”(11.41) para a grande batalha do
Armagedom, onde o Anticristo será derrotado naA Segunda Vinda de Cristo (Ap
19.11-20).
(11.41-43)
Escatologicamente, esses versículos falam da extensão do reino do Anticristo.
Ele entrará na “terra gloriosa” que é Jerusalém e promoverá grande perseguição
aos judeus existentes. Os povos que rodeiam como Edom,Moabe e Amon,
identificados hoje, como a Jordânia e pequenas nações próximas estarão sob o
seu domínio. Porém, os povos do Oriente, como a China e rumores vindos do
Norte, a Rússia, mobilizarão seus exércitos e poderes bélicos para combater o
Anticristo na “terra santa”.
(11.44,45)
A destruição do Anticristo. Esses versículos indicam que a força de governo do
Anticristo será arrojada por terra e suplantada pela vinda gloriosa de Jesus
Cristo, o glorioso Messias, desejado e sonhado dia e noite pelos judeus (Zc
14.1,2). Depois de sete anos da Grande Tribulação, no seu final, o Senhor
matará com o sopro da sua boca e com o explendor da sua vinda (2 Ts 2.7,8).
“mas o
seu fim virá” (11.44,45). Subtende-se que a expressão “entre o mar Grande e o
monte santo” refere-se ao Mar Mediterrâneo (“o mar grande”, e “o monte santo e
glorioso” não é outro que não o lugar do Templo de Deus em Jerusalém. O
Anticristo armará suas tendas militares em Jerusalém , nas cercanias do vale do
Armagedon (Ap 16.16; Zc 14), mas será neste vale que ele será derrotado pelo
Messias glorioso. O falso Profeta e ele serão lançados no lago de fogo para
sempre, e o Senhor instalará seu reino de mil anos (Ap 19.11-21).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 155-156.
Dn 11.40
Este versículo e outros correlatos neste capítulo, nos mostram o ressurgimento
do povo egípcio com grande poder militar no tempo do fim. Mas, eles, os
egípcios serão também tragados pelo império brutal do homem do pecado. Este
versículo é realmente futurístico, ele aponta diretamente para o “tempo do
fim”. O autor sagrado deixa de escrever a história e olha para diante, para descrever
como o tirano Anticristo encontrará o seu fim (v. 45). Como evidência para
isso, é destacado que há muitas menções de acontecimentos registrados na
história, que tiveram lugar na parte final deste capítulo, tais como a
conquista do Egito e a batalha entre o mar Mediterrâneo e o monte Sião. Também
não pode ser mais Antíoco Epifânio, pois ele não morreu na Palestina, mas na
Síria, como testemunha Polí- bio. O personagem descrito nestes versículos
finais é sem dúvida o Anticristo; ele encontrará o seu fim, de fato na á- rea
mencionada, isto é, na grande planície, que fica entre o Jordão e o
Mediterrâneo, denominada de Armagedom (Dn 11.45; Ap 16.16; 19.20).
Dn 11.41
“Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom”. Durante o tempo da Grande
Tribulação haverá uma área demarcada por Deus, diante da face do destruidor.
Esta á- rea servirá de “refúgio” para o seu povo: o remanescente. Tanto no
Antigo como no Novo Testamento, esse lugar de “refúgio” tem vários nomes: 1) O
lugar preparado por Deus (Ap 12.6). 2) O refúgio (Is 16.4). 3) O quarto (Is
26.20). 4) O isolamento (SI 55.5-8), etc. Na simbologia profética, isso
significa “o deserto dos povos” (Ez 20.35). Será, sem dúvida, o que está
depreendido do presente texto: “E- dom e Moabe, e as primícias dos filhos de
Amom”. Esses países serão os únicos a escaparem da influência do Anti- cristo.
O Egito não escapará. Edom ou Iduméia: Geograficamente, este país encrava-se na
região montanhosa do mar Morto e do golfo de Acaba; estende-se também para
dentro da Arábia Pétrea.
Moabe:
Encrava-se no Sueste do mar Morto; era separada dos amonitas pelo rio Arnon.
Amom:
Encrava-se na região Nordeste do mar Morto; hoje, esses três povos são tribos
árabes. (Orígenes). Essa região será demarcada por Deus naqueles dias sombrios da
Grande Tribulação e servirá de “refúgio perante a face do destruidor” (Is
16.4). O monte Sião será também demarcado. (Ver Ob v. 17; Ap 14.1). Todos esses
lugares acima mencionados se transformarão no “deserto de Deus”, preparado para
a “mulher” (o Israel Fiel) durante a época da Grande Angústia. (Ver as
seguintes Escrituras sobre este assunto: SI 60.8-12; Is 16.4; 26.20; 64.10; Jr
32.2; 40.11; 48.8, 9; Ez 20.35; Dn 11.41; 12.1; Os 2.14; Ob v. 17, 20; Mt
24.36; Ap 12.6, 13-17). A “mulher” perseguida e guardada por Deus nessa época
representa, sem dúvida, o “remanescente de Israel” (Apocalipse versículo por
versículo).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 222-223.
Os
versículos 36-40 tratam de eventos de que não há correspondência em toda a
história passada: um quadro profético do futuro Anticristo e sua atuação,
especialmente quanto a Israel.
Mediante
a expressão "nesse tempo", no capítulo 12, os eventos escatológicos
nele constantes, como ressurreição dos mortos e recompensa dos justos, estão na
sequencia do tratado nos versículos 36-45. A era em que ocorrem esses eventos
envolve também os eventos do capítulo 12 76
Versículos
40-44. A expressão "rei do Norte", no versículo 40, prova que não se
trata aí de Antíoco Epifânio, porque este seria em breve o "rei do
Norte" (isto é, da Síria), e é evidente que ele não iria combater a si
mesmo... Logo, trata-se de um futuro reino. O versículo mostra que no tempo do
fim, isto é, na época da tribulação de Israel, o rei do Sul (que nesse tempo
certamente não representará apenas o Egito, mas um bloco de nações
norte-africanas) e o rei do Norte lutarão por algum tempo contra o Anticristo.
Israel será a seguir invadido pelo reino do Norte (v. 41). O Egito também não
escapará da sua invasão (v. 42). Certamente uma das razões para isso é o acordo
de paz já hoje existente entre o Egito e Israel. Edom, Moabe e Amom serão
poupados (v. 41), para que mais tarde o remanescente de Israel para aí escape
na sua fuga durante a investida arrasadora do Anticristo contra os judeus (Mt
24.20; Is 16.1-5; Ez 20.35-38; Os 2.14; Ap 12.6,13,14). Esses antigos países
bíblicos fazem hoje parte da Jordânia.
Nos
versículos 40-45 o sujeito gramatical que motiva todos os eventos aí descritos
é certamente o "rei do Norte" do versículo 40. No texto original
esses versículos formam novo parágrafo. Esse reino nos tempos do Anticristo não
será mais a Síria dos versículos anteriores do presente capítulo, mas um bloco
de nações situadas ao extremo norte de Israel, encabeçadas pela Rússia, e
chamadas na profecia, de Gogue e Magogue (Ez 38.15).
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os
últimos dias. Editora CPAD.
3.
Precisão profética.
Dn 11.45
"... as tendas do seu palácio...” Cremos que o objetivo do Anticristo, ao
armar sua tenda entre o mar Mediterrâneo e a cidade de Jerusalém, é alcançar o
monte Moriá, ou seja a área do templo, para estabelecer nele um culto à sua
própria pessoa e seu primeiro ato, após a conquista do lugar santo, é “se
assentar como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.4).
“Mas
virá o seu fim”. Finalmente chegará o “grande dia do Senhor” e a pedra cairá
“nos pés” da estátua (nos dias do Anticristo). Então... o ferro, o barro, o
cobre, a prata, e o ouro ,serão esmiuçados como a pragana das eiras, no estio.
(Ver Dn 2.34, 35; 8.25; 9.27; 11.45; Mt 21.44; 2 Rs 2.8; Ap 19.20). Todos
sabemos que este império de ferro tem atravessado séculos e até milênios, mas
“chegará ao seu fim” como está predito na “Escritura da Verdade”. Cristo (a
grande pedra) como sabemos, não cairá na cabeça (Império Babilónico) da
estátua, nem em seu peito (Império Medo-persa), nem no ventre (Império Greco-
macedônio), nem nas suas pernas (Império-Romano) compreendendo de 754 a.C. a
455 d.C.). Todos sabemos que, quando Jesus veio a este mundo como meigo
Salvador, não destruiu o Império Romano, pelo contrário, este poder de ferro o
crucificou, e prosperou ainda por cinco séculos. Mas, como já ficou demonstrado
acima, chegará o dia em que a pedra cairá “nos pés” da estátua (no Armagedom),
e tudo que diz respeito a esse sistema político mundial terminará no vale de
Armagedom pelo triunfo de Cristo (Ap 19.11-21).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 226.
As lições decorrentes da soberania de Deus
na história
Stuart
Olyott aponta várias lições decorrentes do estudo deste precioso texto141: a
primeira é que a Palavra de Deus é absolutamente confiável. O livro de Daniel
foi escrito no século 6 a.C. Ele conta a história .minuciosamente antes dela
acontecer. Isso prova que a Palavra de Deus é infalível, inerrante e
sobrenatural. A Palavra de Deus não apenas contém a verdade, ela é a verdade
infalível e inerrante.
Assim
como ela é confiável nos relatos históricos, também o é em sua revelação acerca
de Deus, do homem e da salvação, também como da consumação dos séculos. É loucura
consumada ignorar, negligenciar ou descrer desse livro.
A
segunda lição é que Deus é o Senhor soberano da história. Como poderia o Senhor
ter dado a Daniel uma detalhada visão do futuro, se esse estivesse fora de seu controle?
Tudo aconteceu como Deus disse. Ele é quem levanta reis e abate reis. Ele
levanta reinos e abate reinos.
Tudo
acontece como Deus disse. O que fora profetizado se cumpriu. Tudo o que ocorre
na história, ocorre porque está escrito no livro de Deus. Tudo que acontece confirma
os decretos de Deus. Todas as coisas se movem em direção ao triunfo final de
nosso Senhor Jesus Cristo e ao castigo final e eterno dos ímpios. Osvaldo Litz interpreta
corretamente quando diz:
O real
valor da profecia não está na predição, mas em nos mostrar tudo acontecendo sob
a onipotência de Deus, para que à luz da profecia achem os o cam inho certo em
meio às tentações e aos perigos e estejam os consolados em tudo. Pois para os
discípulos de Jesu s sobre todos os acontecim entos do tem po do fim estão também
as palavras de Jesus: ‘Levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se
aproxima.
A
terceira lição é que Deus continua Deus, ainda que não O vejamos em parte
alguma. Vimos o anjo anunciar o futuro a Daniel. Nesse relato não há qualquer menção
à pessoa de Deus. Há um verdadeiro catálogo de guerras, alianças, casamentos,
traições e uma quantidade estonteante de reis que surgem e desaparecem. O homem
ocupa todo o cenário. Frequentemente, temos a impressão de que os
acontecimentos são controlados pelo homem mais forte de sua respectiva época.
Deus não é mencionado em parte alguma. Aparentemente, é como se a história nada
tivesse a ver com Ele. Mas, mesmo nesse tempo, Deus continua o Senhor da
história. Esse fato continua sendo verdade, ainda que pareça não existir
evidência de que Deus está trabalhando. A atenção do mundo estava voltada para
os medos e persas, para os gregos ou para os reinos dos ptolomeus e selêucidas.
Nesse tempo, o povo de Deus parecia apagado. Tinha, sim, muita tribulação e perplexidade.
Mas nesse tempo, Deus continua o Senhor de toda a história. Mesmo quando não
pode ser visto, Ele está governando os assuntos do mundo e também os destinos
do Seu povo. Deus continua Deus ainda que não vejamos em parte alguma.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 142-144.
ASPECTOS
DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Nos
primeiros três anos e meio, seguindo uma sequência que inclui os capítulos 38 e
39 de Ezequiel, teríamos então, no início desse período de sete anos,
primeiramente a invasão de Israel por parte da Rússia e de seus aliados,
aproveitando-se do caos em que ficará o mundo em virtude do desaparecimento de
milhões de pessoas. Esta invasão de Israel está assim profetizada: Tu, pois, ó
filho do homem, profetiza contra Gogue, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eu sou
contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. Far-te-ei virar, e te
porei seis anzóis, e te farei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de
Israel (Ezequiel 39:1-2).
Em
seguida, haverá um rápido conflito nuclear de âmbito mundial. Diz o Senhor:
“Enviarei um fogo sobre Magogue e sobre os que habitam seguros nas ilhas, e
saberão que eu sou o Senhor” (Ezequiel 39:6). O fogo, aqui, é figura muito
apropriada para as armas nucleares. Magogue é o território russo, e as ilhas
podem ser continentes desconhecidos do profeta.
Finalmente,
o caos mundial e o gênio da besta. A Bíblia descreve a pessoa do anticristo
como sendo um homem muito inteligente:
Estando
eu observando os chifres, vi que entre eles subiu outro chifre pequeno; e três
dos primeiros chifres foram arrancados diante dele. Neste chifre havia olhos
como os olhos de homem, e uma boca que falava com vanglória (Daniel 7.8).
“Olhos
de homem” significa inteligência, e “uma boca que falava com vanglória”
significa uma tremenda capacidade oratória.
Embora
todo o período de tribulação tenha a duração de sete anos, será mais acentuada
nos últimos três anos e meio. Eis as passagens bíblicas:
Daniel
7:25: Proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do
Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e as leis. Eles serão entregues nas
suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Apocalipse
11:2: Mas deixa o átrio que está fora do templo; não o meças, porque foi dado
aos gentios. Estes pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
Apocalipse
12:6,14: Amulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus
para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. E foram
dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até o deserto, ao
seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora
da vista da serpente.
Apocalipse
13:5: Foi-lhe dada uma boca para proferir arrogâncias e blasfémias, e
deu-se-lhe autoridade para continuar por quarenta e dois meses.
O
anticristo firmará uma aliança com muitos por uma semana: “Ele confirmará uma
aliança com muitos por uma semana, mas na metade da semana fará cessar o sacrifício
e a oferta de cereais. E sobre a asa das abominações virá o assolador, até a
destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador (Daniel 9.27).
Esta
aliança não será com todos, o que indica que muitos judeus terão o
pressentimento de que terá chegado o tempo de Deus tratar de novo com eles como
o fazia durante a vigência da lei.
A voz
do arcanjo relacionada com o arrebatamento da Igreja é um sinal para os
israelitas. Diz a Bíblia: “Pois o mesmo Senhor descerá do céu com grande brado,
à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo
ressurgirão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:16). Leia estas outras p a ssa gens:
Judas 9; Daniel 10:13,21; Daniel 12:1; Apocalipse 12:7.
Deus
nunca ficou sem um remanescente fiel. Um bom exemplo está em 1 Reis 19:14,18: Respondeu
ele: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos. Os lilhos
de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus
profetas à espada. Só eu fiquei, e agora estão tentando matar-me também... Também
conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e
toda boca que não o beijou.
Abraão
de Almeida. Manual de Profecia Bíblica. Editora
CPAD. 147-150.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Que Cristo Jesus continue te abençoando amado por promover acessibilidade do conhecimento da palavra de Deus!
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