O Legado de Elias
Data: 24 de Fevereiro 2013 HINOS SUGERIDOS 4, 33, 394.
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRATICA
Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.
LEITURA DIARIA
Segunda - 1 Rs 19.16 A origem da chamada
Terça - 1 Rs 19.20 A exclusividade da chamada
Quarta - 1 Rs 19.21 O custo da chamada
Quinta - 2 Rs 2.14 A autoridade da chamada
Sexta - 2 Rs 3.13,1 Os inimigos da chamada
Sábado - 2 Rs 2.15 Os resultados da chamada
LEITURA BIBLICA EM CLASSE
1 Reis 19.16,17,19-21
16 - Também a Jeú, filho de Ninsi, ungiras rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meola, ungiras profeta em teu lugar.
17 - E ha de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
19 - Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima.
Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.
20 - Então, deixou ele os bois, e correu apos Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta;
porque que te tenho eu feito?
21 Voltou, pois, de o seguir, tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.
INTERAÇÃO
A lição de hoje tem como objetivo refletir acerca do legado de Elias. Aprendemos com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são aqueles que tem o coração disposto a servir. Elias serviu a Deus com integridade e foi um modelo para o seu sucessor, Eliseu. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias encerrou-se. Todavia, ele, como profeta do Senhor, não foi pego de surpresa. Como um líder fiel e integro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor.
OBJETIVOS
Apos a aula, o aluno devera estar apto a:
Reconhecer o caráter divino da vocação e chamada de Elias.
Detalhar os princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.
ORIENTACAO PEDAGOGICA
Professor, para introdução da lição sugerimos um estudo dirigido. Divida a classe em três grupos. Depois que já estiverem formados, entregue a cada grupo uma das questões relacionadas no quadro da pagina seguinte. Cada grupo terá, no máximo, cinco minutos para discutir seu tema e outros cinco minutos para expor suas conclusões a classe. Explique que Elias lançou sua capa sobre os ombros de Eliseu, demonstrando que ele seria seu sucessor. Quando a sucessão foi concluída, Elias a deixou para Eliseu (2 Rs 11-14). Conclua a atividade explicando que todo ministério e transitório, e que o mais importante não e como começamos, e sim como terminamos.
INTRODUÇÃO
O teólogo norte-americano A.W. Tozer disse certa vez que “nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!” Essa máxima e verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor, Eliseu. Elias exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e sem duvida, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor, bem como em prepara-lo da forma correta. Esta lição nos ensinara como se deu esse processo e como podemos aprender com ele.
I - O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1. Uma volta a s origens. Elias fez um longo percurso ate chegar ao Monte Horebe, também conhecido na literatura bíblica como Monte Sinai (Ex 3.1; 19.1,2). De Berseba ate ao monte Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi nesse Monte que o Senhor havia se revelado há Moises muito tempo antes como o grande EU SOU (Ex 3.14). Posteriormente, foi nesse mesmo monte que o Senhor revelou a Lei a Moises (Ex 1 9 — 20). A distancia era grande, mas Elias necessitava voltar as origens da sua fé! Sem duvidas, esses fatos estavam na mente de Elias quando ele para ali se dirigiu. Para reorientar a caminhada, nada melhor do que uma volta as origens!
2 . Uma revelação transformadora. Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio Senhor trata de dialogar com o profeta. E nesse dialogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes: Deus continuava sendo Senhor da historia e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs 1 9.9-14). O Senhor revela, então, ao profeta a existência de sete mil remanescentes da adoração a Deus (1 Rs 1 9.1 8). Quem eram? Ninguém sabe, mas com certeza pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao Senhor. Foi o próprio Deus quem
os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus revelou a Elias a necessidade de um sucessor (1 Rs 19.16). Deus agora tinha outros planos para Elias. Deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos descartáveis, mas ninguém e insubstituível.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Precisamos nos conscientizar que na obra de Deus não somos descartáveis, mas, de igual forma, ninguém e insubstituível.
II - ELIAS NA CASA DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada. O texto de 1 Reis 19.19-21, que trata sobre a vocação de Eliseu, e rico em detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato. Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fieis. Sem duvida, Eliseu fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama para o seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze juntas de bois! A obra de Deus não e profissão nem tampouco emprego. E vocação! Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético e um “servir”. Eliseu passou-a servir a Elias.
2. A autoridade da chamada. Quando Elias encontrou a Eliseu, o texto sagrado registra: “E lançou o seu manto sobre ele” (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto e símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Com esse gesto, Eliseu estava sendo credenciado para o oficio profético. De nada adianta o oficio se a unção não o acompanha! Não e, portanto, o oficio que determina a unção, mas a unção que valida o oficio! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um ministério marcado por milagres. Hoje ha muita titulação, mas pouca unção de Deus!
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Deus chama e prepara pessoas fieis para a sua obra. A obra do Senhor e para os chamados e vocacionados.
III - ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu. O relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu. Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o discípulo a prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o Senhor; estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa historia. Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o acompanhou em Gilgal, Betei, Jerico e Jordao (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado pelo caminho, não teria sido o homem
de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo assunto aos céus! (2 Rs 2.12).
2. A nobreza de um pedido. O pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus e algo que merece uma reflexão a parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a nobreza da sua chamada. Diante de uma
oportunidade única, Eliseu não teve duvidas, e pediu: “Que haja porção dobrada do teu espirito sobre mim” (2 Rs 2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha duvidas; queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do pedido de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10). Muitas vezes as pessoas preferem aquilo que e medíocre em vez do que e nobre. Preferem escolher o que satisfaz o ego em vez de escolher o que agrada e alegra a Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Eliseu era perseverante, se ele tivesse ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim.
IV - O LEGADO DE ELIAS
1. Espiritual. Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs 18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe
e predisse a grande seca sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse legado como herança.
2. Moral. O profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também portador de singulares predicados morais. O seu valor
e coragem são perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injusto, era bem patente na vida de Elias. Por isso ele teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.1 7-20). Eliseu aprendera que ninguém conseguira ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.
SINOPSE DO TÓPICO (4)
Ninguém conseguira ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.
CONCLUSÃO
A historia de Elias e de seu sucessor, Eliseu, e instrutiva para a liderança
espiritual. Com Elias, aprendemos que os lideres são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas. Aprendemos que a historia do reino de Deus e construída por homens que se dispõem a obedece-lo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsidio Bibliográfico
“Eliseu, o sucessor Poucos ‘substitutos’ nas Escrituras foram tão eficientes quanto Eliseu que foi o sucessor de Elias como profeta de Deus para Israel.
Mas Eliseu teve o profeta Elias como um grande exemplo a ser seguido. Ele permaneceu com Elias ate os últimos momentos da vida do seu mestre na terra. Estava disposto a seguir e aprender a fim de receber poder para fazer o trabalho o qual Deus o havia chamado. Tanto Elias como Eliseu concentraram
seus esforços nas necessidades do povo que estava ao seu redor. O impetuoso Elias confrontou e expos a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente. Eliseu então agiu
com a finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para todos aqueles que vieram a ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal. A Bíblia registra 1 8 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas, porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que tudo o que somos e temos vem de Deus"
(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL, Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento:
O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. De que forma o Senhor corrigiu a compreensão que Elias possuía dos fatos?
R: Mostrando a ele que havia ainda sete mil fieis e, portanto, ele não havia trabalhado em vão.
2. De que forma Eliseu reagiu à chamada divina?
R: Sacrificando os animais e deixando o convívio familiar para acompanhar
Elias.
3. De que forma Eliseu demonstrou ser um homem virtuoso?
R:Demonstrando discernimento, perseverança e vigilância.
4. Cite os legados deixados pelo profeta Elias listados na lição.
R: Moral e espiritual.
5. Como podemos perceber o valor e coragem de Elias no relato bíblico?
R:Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente.
QUESTÕES PARA O ESTUDO DIRIGIDO
O LEGADO DE ELIAS
1. “Qual o significado de lançar a capa sobre Eliseu (1 Rs 19.1 9)?”
2. “Por que Eliseu matou seus bois (2 Rs I 9.20)?” “Qual o significado desse gesto?"
3. “Como se deu a chamada de Elias e o termino do seu ministério?”
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
A Bíblia nos mostra que Elias deixou uma herança para as gerações posteriores, e seu legado foi visto na pessoa de Eliseu, em atitudes, milagres e espiritualidade. Sobre esse assunto, duas observações devem ser feitas: Onde Eliseu estava por ocasião de sua chamada. A Palavra nos diz que Eliseu estava "lavrando com doze juntas de bois" quando Elias, por orientação divina, o escolheu para ser profeta em seu lugar. Não raro, a Bíblia nos apresenta profetas de Deus que tinham uma vida produtiva na sociedade, que contribuíam com seu trabalho. Eliseu estava lavrando a terra quando foi chamado por Deus. Amós era boiadeiro, e foi escolhido por Deus para falar nos reinados de Uzias, em Judá, e de Jeroboão II, em Israel. Daniel, além de profeta, era um exímio administrador, e ocupou diversos cargos fora dos limites de Israel. Portanto, Deus nos quer como seus servos e tendo uma vida produtiva na sociedade em que vivemos. O exemplo deixado por Elias. Elias deixou um exemplo de dedicação ao trabalho do Senhor. A forma como foi usado por Deus confrontando Acabe é um exemplo para todos os que são seduzidos a adular as lideranças ímpias. Elias também foi um exemplo de obediência em relação à sua substituição. Conforme a orientação de Deus, convocou para o ministério profético Eliseu, que seria seu substituto, um fato que deve nos servir de inspiração: Elias não teve receio de ser substituído por outra pessoa. Não teve medo de Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais "poderoso nem deter um ministério mais longo. Elias simplesmente obedeceu a Deus e "formou" Eliseu, deixando para Israel um profeta de grande quilate. Há líderes que se tornam tão vaidosos que não admitem ser substituídos. Mas Deus espera que o seu trabalho continue, e todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele. Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (Jo 14.12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, porque não o podemos seguir?
SUBSÍDIO EXTRA
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história da sucessão do profeta Elias e o chamamento do profeta Eliseu nos ensina uma verdade muitas vezes esquecida: não somos insubstituíveis, embora não sejamos descartáveis. Talvez a atual crise na liderança evangélica reside no fato da ausência de líderes substitutos. No livro de minha autoria, intitulado: Rastros de Fogo, escrevi sobre a realidade dessa crise, tomando por base o período dos juízes.
Ali observei que a crise ministerial contemporânea assemelha-se àquela vivida pela escassez sacerdotal naquele período. Como um período de transição entre um governo tribal e a monarquia, os juízes tiveram de conviver com as ameaças constantes de uma anarquia generalizada. O texto bíblico em Juízes 17.1-13 relata o ápice dessa crise. Nele podemos extrair lições que servem para mostrar que uma crise institucional pode ter sérios reflexos no ministério vocacional.
Em primeiro lugar havia uma crise de modelos — “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto” (v.6).
Por natureza somos dependentes de modelos. Na nossa infância eram nossos pais, professores ou até mesmo um amigo. Os modelos são necessários e não há nada de errado em tê-los (1 Co 11.1)! O termo “modelo” traduz a palavra grega paradigma, e mantém o sentido em nossa língua de um referencial. Sem referenciais ficamos à deriva assim como os israelitas beiravam o caos por falta dos mesmos. Quando um povo não possui um modelo ou paradigma para seguir então ele corre perigo. Foi assim com os israelitas no período dos juízes e parece ser assim na igreja atual!
Em segundo lugar havia uma crise no ministério sacerdotal — “Havia um homem da região montanhosa de Efraim cujo nome era Mica (...) consagrou a um dos seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote” (v.l, 5).
Aqui não havia nenhum respeito pelo ministério vocacional e o que determinava o exercício do sacerdócio não era a vocação, mas a ocasião. Mica adorava a Deus e aos deuses (v.5) e ele mesmo consagrou um de seus filhos para lhe oficiar como sacerdote! Possuía um sacerdote particular.
R. N. Champlim observa que essa passagem mostra que:
“Ocorreram desvios idólatras que violavam o segundo mandamento da lei de Moisés (cf Jz 8.27; Mq 1.7; 1 Rs 12—13). Yahweh estava sendo cultuado, mas com o acompanhamento de ídolos e através de um sacerdócio não autorizado. Era uma situação própria do sincretismo, que de modo algum se harmonizava com a legislação mosaica”.1
Quando o assunto é vocação pastoral, devemos observar o binômio: vocação-qualificação. Há o perigo de termos um ministro vocacionado, mas não qualificado; como podemos tê-lo qualificado, mas não vocacionado. Somente um ministro vocacionado e qualificado pode exercer a contento e com êxito o ministério pastoral. No caso do filho de Mica ele poderia até mesmo ser qualificado, mas não era vocacionado pela simples razão de não pertencer à tribo de Levi — Mica era de Efraim! (v.l). Mica pareceu ficar incomodado com esse fato, pois posteriormente consagrou uma outra pessoa, agora da tribo de Levi, para lhe oficiar como sacerdote (Jz 17.12). Mas o problema não se resolveu, pois se primeiramente temos alguém que poderia ser qualificado, mas não era vocacionado, agora temos alguém que é vocacionado, pois pertence à tribo de Levi, mas demonstra ser desqualificado — era um andarilho e que ficava onde melhor lhe parecesse (v.8). Essa não era uma atribuição de um sacerdote levita (,Ex 28 — 29).
Em terceiro lugar havia uma crise de propósitos — “Sou levita de Belém de Judá e vou ficar onde melhor me parecer” (Jz 17.9).
Era um sacerdote sem propósitos. O ministério sacerdotal para ele era um meio e não um fim! Não possuía propósito algum em ser um sacerdote! Apareceu a oportunidade e ele oportunamente abraçou. Há sites que oferecem, e em várias parcelas sem juros, o título de pastor. Basta pagar e pronto: é pastor! Isso se parece muito com essas reportagens que a TV faz sobre a venda da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Vemos pessoas que jamais fizeram prova de legislação e muito menos de percurso receber a habilitação para dirigir. São verdadeiras armas que se movem no trânsito! Qual a diferença disso para o ministério pastoral? Apenas esta: enquanto um usa o carro como arma para matar, o outro usa a Bíblia! Cometerão crimes da mesma forma!
Em quarto lugar havia uma crise ético-moral (ver 10—12; 18.4,18,19,20)
Essa crise se manifestava de três maneiras:
a) Em um ministério legal, mas não moral — Nem tudo o que é legal é moral! Uma coisa pode ser amparada por um costume ou lei, isto é, ter respaldo legal ou jurídico, mas mesmo assim não se enquadrar no padrão estabelecido pelas Escrituras Sagradas! O divórcio, por exemplo, é amplamente amparado pela legislação e é aceito pela sociedade como uma prática normal. Todavia encontramos um sério conflito entre aquilo que preceitua a Bíblia e o que diz a legislação (Mt 5.31,32; Mt 19.1-12). Há pastores de renome que afirmam que qualidade de liderança nada tem a ver com divórcio, enquanto outros simplesmente ignoram o que diz a Escritura para se ajustar ao modelo adotado pela sociedade secular. É evidente que devemos levar em conta as exceções preceituadas na Palavra de Deus, todavia jamais fazendo da exceção uma regra (1 Co 7.15).
b) Em um ministério sacerdotal controlado pelas leis de mercado — A razão do levita oficiar como sacerdote é dada por ele mesmo: “Assim e assim me fez Mica; pois me assalariou, e eu lhe sirvo de sacerdote” (Jz 18.4). O pastor que quer ser um ministro de Deus jamais deve condicionar o seu ministério à lei da oferta e da procura. Às vezes, determinadas ofertas são financeiramente tentadoras, mas não são acompanhadas pela aprovação divina.
c) Em um ministério determinado pela posição e não pela unção —“Entrando eles, pois, na casa de Mica e tomando a imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? Eles lhe disseram: Cala-te, e põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. Ser-te-á melhor seres sacerdote da casa de um só homem do que seres sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel? Então, se alegrou o coração do sacerdote, tomou a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de escultura e entrou no meio do povo” (Jz 18.19,20).
O texto diz que o Levita se alegrou porque seria sacerdote de uma tribo inteira e não de uma casa apenas! Visivelmente possuía um ministério condicionado pela posição em vez de fundamentá-lo na unção. Nosso sistema de governo episcopal possui suas vantagens, porém tem suas desvantagens. Uma delas está no perigo de se viver em função do título! Esses títulos dão grandes honrarias para quem os possui e por isso essas posições, que são biblicamente apenas funções, são, às vezes, disputadas a tapas! Quando um obreiro dirige seu ministério com essa atitude, assemelha-se àquele homem que fez um esforço enorme para colocar sua escada em uma parede muito alta. Quando chegou em seu topo descobriu com enorme tristeza que havia posto a escada na parede errada!
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag.92, 95.
I - O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1. Uma volta as origens.
HOREBE
Ver o artigo geral sobre o monte Sinai. Horebe significa «deserto», «sequidão», Ver Exo. 3:1; 17:6; 36:6; Deu. 1:2,6; [ Reis 8:9; li Crô, 5:10; Sal. 106:19 e Mal. 4:4. Alguns supõem que Horebe era o nome do pico menor do monte Sinai, de onde alguém poderia descer na direção sul; mas outros estudiosos supõem que esse nome designa a cadeia inteira da qual o Sinai era apenas um cume especifico. A dificuldade de identificação surge do fato de que, nos livros de Levítico e Números, lemos que o Sinai foi o lugar onde a lei mosaica foi dada. Porém, no livro de Deuteronômio, Horebe é que aparece, nessa conexão. Nos Salmos, entretanto, os dois nomes parecem ser usados intercambiavelmente. O monte Sinai e o deserto que o circunda são distinguidos como o palco onde tiveram lugar os eventos historiados quanto ao distrito de Horebe. A totalidade do Horebe é chamada de «o monte de Deus», em Êxo. 3:1,13; 4:27 e 17:6. Todavia, o Sinai aparece isolado, em trechos como Êxo, 19:11,19,41. Além disso, com frequência, o Horebe é mencionado sozinho, e os mesmos eventos que teriam tido lugar em Horebe também teriam tido lugar no Sinai (ver Deu. 1:2,6,19; 4:10; 5:2 e 9:8). Escritores posteriores não parecem ter feito distinção entre esses dois nomes, pelo que Horebe é usado em I Reis 8:9; 11 Crê. 5:10; Sal. 106:19; mas Sinai ocorre em Jui. 4:5; Sal. 68:8,17. No Novo Testamento, sempre é mencionado o monte Sinai (ver Atos 7:30,38; Gál. 4:24,25). Não sabemos em que sentido esses nomes parecem indicar diferentes localizações geográficas, e se ao menos fazem essa distinção.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 3. pag.161.
SINAl, MONTE
I. Termo e Localização Geográfica
II. Observações Bíblicas
Ill. Tentativas de Identificação
IV. Depósito de Manuscritos Bíblicos
I. Termo e Localização Geográfica
O significado da palavra Sinai é desconhecido, mas há diversas sugestões e possíveis derivações. Alguns supõem que quisesse dizer "espinhoso", a partir da palavra seneh (arbusto espinhoso), em referência aos muitos desfiladeiros e ravinas do monte que, com um pouco de imaginação, podem relembrar um conglomerado de arbustos espinhosos. Mas essa poderia ser uma referência ao deus lua Sin, cujo culto havia-se espalhado por toda a Arábia. Outros supõem que a palavra signifique lamacento, barrento ou brilhante. O local exato do monte no qual a Lei foi dada não pode ser determinado, mas foi próximo à península triangular ou mesmo na própria península que fazia fronteira com o norte pelo mar Mediterrâneo, a oeste pelo golfo de Suez, e a leste pelo golfo de Ácaba. O terreno se eleva gradativamente à medida que se aproxima do platô Ijma, que fica próximo ao centro da península. A região ao sul torna-se montanhosa antes de descer e nivelar-se na costa. As montanhas da área são ricas em cobre, e a mineração tem sido realizada ali desde o quarto milênio a. C. A área pode ser dividida em três partes: a do extremo sul, a vizinhança do Sinai; o deserto de Tih, onde Israel vagueou por 40 anos; o Neguebe, ou país do sul onde Abraão, lsaque e Jacó uma vez viveram. O Sinai fica no centro da península que está entre os dois "chifres" do mar Vermelho. O monte é uma massa de granito e de outros tipos de rocha, com ângulos agudos que chegam a atingir altitudes de 3 mil m. Como o Sinai é o deserto mais próximo ao Egito, é provável que em alguma parte daquela região estivesse localizado o monte Sinai (ver Núm. 33.8-10; Deu. 1.1; Josefo, Apion, 2.2.25).
Designações Às vezes o monte é chamado apenas de "a montanha de Deus" (Exo. 3.1; 4.27); ou Sinai (presumivelmente das fontes J e P do Pentateuco); ou Horebe (presumivelmente das fontes E e D do Pentateuco). Essas variações podem referir-se ao mesmo monte, ou podem estar em vista montanhas diferentes (picos altos). Talvez, como dizem alguns, Horebe tenha sido a designação original, porém mais tarde o monte foi chamado de Sinai, assumindo tal nome por causa da península. Outros dizem que Sinai é o nome mais antigo, e Horebe seria mais recente, ou que os dois nomes designavam dois picos posicionados proximamente. Ver as observações adicionais no artigo sobre Horebe, que trata do problema. Ver ainda J.E.D.P. (S) no Dicionário do Antigo Testamento Interpretado ou na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
II. Observações Bíblicas
A maioria das referências a esse local está no Pentateuco, onde ele é mencionado 31 vezes. Ver Êxo. 16.1 e Deu. 33.2 para mais exemplos; depois ver Juí. 5.5; Nee. 9.13; Sal. 68.8, 17; Atos 7.30, 38; Gál. 4.24, 25. Deixando Elim, os israelitas chegaram ao deserto de Sim e dali a Refidim, onde montaram acampamento (Êxo. 16.1 ss.; 17.1). No terceiro mês após o êxodo, alcançaram o deserto do Sinai (19.1). Ali Moisés recebeu uma comunicação preliminar de Yahweh, lembrando-o da orientação passada e garantindo-lhe que haveria orientação no futuro. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! (19.36). Yahweh convocou o povo a reunir-se para um comunicado direto. Ocorreu uma manifestação divina no Sinai e nenhum homem pôde aproximar-se por temer por sua vida. As pessoas deixaram o acampamento para encontrar com Yahweh, mas permaneceram na parte inferior do monte (19.17). Relâmpagos, trovões e um terremoto informaram ao povo que Yahweh estava próximo. As pessoas moveram-se, assim, a uma distância maior, pois as manifestações eram grandes demais para suportar (20.18).
Moisés recebeu as tábuas da lei duas vezes, inclusive os dez mandamentos e outras revelações que instruíam sobre o cúlto a Yahweh (Êxo. capo 20; 31.18; capo 34; Lev. 7.36). Assim foi estabelecido o Pacto Mosaico, o maior evento na história de Israel e no qual se baseou toda a história subsequente. Ver as observações introdutórias a Êxo. 19 no Antigo Testamento Interpretado, para maiores detalhes sobre esse pacto, e ver também o artigo Pactos. Ver Juí. 5.5; Nee. 9.13; Sal. 69.8, 17; Mal. 4.4; Atos 7.30, 38. Elias visitou Horebe em uma época de desânimo e depressão (I Reis 19.4-8). Paulo falou a respeito do Sinai
como símbolo da aliança da Lei, enquanto Jerusalém, que está acima, representa a liberdade trazida pelo Evangelho de Cristo. Israel transformou-se em uma nação distinta pelo que aconteceu no Sinai. Ver Deu. 6.
III. Tentativas de Identificação
1 . O monte Serbal no wadi Feiran foi uma suposição até a época de Eusébio. Mas a área não tem espaço suficiente para abrigar o acampamento de um grande número de pessoas (6.000.000?).
2. Jebel Musa (a montanha de Moisés) tem sido a suposição mais popular, que data das declarações de monges bizantinos feitas no século IV d. C. Este monte localiza-se próximo ao Monastério de Santa Catarina. Não há, contudo, nenhuma evidência que dê apoio a tal suposição. Jebel Musa faz parte de uma pequena crista que se estende por cerca de 3 km. Ela tem dois picos altos, um chamado Ras es-Safsaf(cerca de 2 mil m de altura) e outro chamado Jebel Musa (cerca de 2,5 mil m).
3. Jebel Musa é rejeitado por alguns, que afirmam que próximo a esse lugar ficavam as mi nas de cobre e turquesa do Egito e não é provável que Israel tenha chegado perto desse local. Assim, eles apontam para Jebel Helal, um pico de cerca de 700 m que se situa aproximadamente 45 km ao sul de El'Arish.
4. O candidato mais recente para a identificação do monte Sinai é o monte Seir, no sul da Palestina, próximo a Mídia. A atividade vulcânica dessa montanha poderia explicar os acontecimentos que se deram durante a entrega da Lei. Logicamente, a teofania não precisa de vulcões para sua atividade, e esse é o único aspecto em favor dessa identificação,
IV. Depósito de Manuscritos Bíblicos
O mosteiro de Santa Catarina no monte Sinai tem a maior coleção de manuscritos bíblicos do mundo. O manuscrito denominado Aleph, ou Codex Sinaiticus, foi descoberto lá em 1844 e tornou-se um dos mais valiosos do mundo, tanto do Antigo como do Novo Testamento. Ver uma descrição a respeito no artigo sobre Manuscritos.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 6. pag.223, 224.
O expositor bíblico Musa Gotom (2010, pp.440,441) destaca o fato que “o Senhor não havia dito para Elias voltar ao monte Sinai, de modo que lhe perguntou: Que fazes aqui, Elias? (19,9). Deus fez essa pergunta ao profeta para lembrá-lo de que ele poderia ter buscado ao Senhor em qualquer parte de Israel. Se o Senhor ouviu às suas orações e respondeu a elas no monte Carmelo, podia ouvi-las em qualquer lugar. Elias desejava buscar ao Senhor da aliança no lugar onde ele se encontrara com Moisés e Israel. O Senhor de Israel, porém, não é um Deus local, mais acessível no Sinai do que em qualquer outro lugar.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag. 95, 96.
2 . Uma revelação transformadora.
“Elias tinha uma visão tão deturpada da situação que não considerou a origem de sua ameaça. Pense nisso. A ameaça não viera de Deus: fora feita por um ser humano carnal e ímpio que vivia uma vida sem Deus e distante de suas coisas. Se Elias estivesse pensando de maneira realista e clara teria percebido isso. Sua boa avaliação do momento, assim como sua fé, teriam produzido o seguinte tipo de conversa consigo mesmo: “Ele, é Deus quem está no controle dessa situação, não Jezabel. Não dê a mínima para suas ameaças. Confie em Deus, do jeito que você tem feito todos esses anos!"
“Partiu, pois, Elias dali”. De maneira graciosa Deus o alimentara e dera descanso, refrigério e sábios conselhos, fazendo que Elias se sentisse novamente parte significativa de seu plano. Isso é que é compaixão!
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag. 96.
ELISEU
Esboço:
I. Nome
lI. Família e Origens
III. Sua Chamada e Esboço de seu Ministério
IV. incidentes conhecido de sua Vida
I. Nome:
No hebraico, EIiha, «Deus é salvação» ou «Deus, sua salvação». A forma grega, na Septuaginta, é Elisâ, No Novo Testamento, Elisa/os (Luc. 4:27).
II A família e a origem:
Há mais informações sobre o passado formativo de Eliseu, do que no caso de Elias (que vide), embora também não muita coisa. O pai de Eliseu chamava-se Safate e era natural da cidade de Abel-Meolá, que alguns estudiosos identificam com o moderno Tell Abu Sifri, a oeste do rio Jordão e cerca de meio caminho entre o mar Morto e o mar da Galiléia. O trecho de I Reis 19:19-21 é que nos fornece essas informações. Entretanto, não se sabe dizer onde Eliseu nasceu, embora possamos supor que foi no mesmo lugar em que nasceu seu pai, Abel-Meolá (ver I Reis 19:16).
III. Sua Chamada e esboço do seu ministério:
Depois de Elias, Eliseu tomou-se o presidente da escola dos profetas de Israel. Os discípulos dos profetas eram chamados de seus «filhos», o que explica a expressão «filhos dos profetas» (que vide). Entre os jovens discípulos de Elias, estivera Eliseu. Se datarmos o ministério de Eliseu a partir de seu chamamento, então esse ministério foi realmente longo, desde os reinados de Acabe, Acazías, Jeorão, passando por Jeú e Jeoacâs, e até Joâs, um período de mais de cinquenta anos. Os textos bíblicos que narram a hist6ria de Eliseu são o décimo nono capítulo de I Reis e os capitulas dois a nove e treze de 11 Reis. Esses textos fornecem-nos dezoito diferentes e significativas crônicas, que poderíamos considerar como uma seleção entre tantos outros incidentes, inútil tentar descobrir a cronologia: desses incidentes. E porquanto há interrupções obvias na sequência dos mesmos. Comparar 11 Reis 6:23 com 6:24; 6:27 com 8:4,5; 13:13 com 13:14 ss, Após o arrebatamento de Elias, Eliseu tomou o seu lugar, como cabeça da escola dos profetas. Ele recebera a dupla porção do poder espiritual de Elias (11 Reis 2:9,10). Por esse motivo, as narrativas a que aludimos contam muitos sinais e prodígios feitos por Eliseu, alguns dos quais tiveram um interesse nacional. Portanto, Eliseu foi um autêntico substituto de Elias, não representando qualquer declínio quanto ao poder espiritual, conforme, com tanta frequência, acontece quando um grande mestre é substituído por algum de seus discípulos, posto que, lideram-te. Eliseu é retratado como um profeta popular, a quem aldeões e reis, igualmente, apelavam, pedindo ajuda. As grandes tensões criadas na nação de Israel por causa da adoração ao deus pagão Baal, tinham amainado, pelo que também o ministério de Eliseu foi mais pacifico que o de Elias.
IV. incidentes conhecido de sua Vida:
1. Testemunha da Translação de Elias. Quando ainda era jovem, Eliseu foi chamado por Elias para tornar-se um de seus filhos», isto é, discípulo. Elias fizera isso a mando do Senhor, e pôs seu manto de pelos de carneiro sobre os ombros de Eliseu, como sinal de sua nova ocupação. Eliseu foi despedir-se dos seus pais, ofereceu uma festa aos seus amigos, e passou a acompanhar Elias, como seu criado e aprendiz. Ver I Reis 19:19-21. Tudo isso faz-nos lembrar o poder de Jesus, quando convocou os seus primeiros discípulos. Que teria impulsionado aos discípulos de Jesus a abandonarem tudo e se tomarem se discípulos de um homem pobre, cuja vida era ponteada por tantas incertezas financeiras? Eles fizeram isso porque haviam encontrado um grande Mestre e tinham consciência do fato. Há pessoas deveras extraordinárias, que dominam a outras com o seu magnetismo pessoal. Elas têm uma presença avassaladora, um poder mental que projeta e cativa. Jesus foi um homem assim. Séculos antes disso, Elias foi reconhecido como um grande Mestre. Creio que Satya Sai Baba, em nossos próprios dias. é um homem assim, resguardadas as devidas proporções. Ver o artigo acerca dele. As profecias, bíblicas e outras, asseguram-nos de que o anticristo será uma figura de grande envergadura. Quando algum grande mestre chama, as pessoas o atendem! Elias chamou e Eliseu o atendeu. Seguir a um mestre não garante uma vida fácil e brilhante. Quase todos os discípulos de Jesus sofreram o martírio e, antes mesmo da morte libertá-los, tiveram muitas tribulações. Porém, o que caracteriza todos :os verdadeiros discípulos do Senhor é que eles têm vidas úteis, sendo capazes de cumprir alguma missão condigna neste mundo. E com esse motivo que estamos neste mundo e não para adquirirmos vantagens pessoais:
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 2. pag.332.
II - ELIAS NA CASA DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada.
CHAMADA
No hebraico, qara, «chamar», «nomears. Palavra usada por mais de setecentas e vinte vezes, desde Gên, 1:4 até Mal. 1:4. No grego, kaléo , «chamar», «nomear», palavra usada de Mat. 1:21 até Apo. 19:13. Consideremos os três pontos abaixo, que nos ajudam no que precisamos saber a respeito:
1.Varios usos Bíblicos
a. Dar nome a uma pessoa ou a uma coisa; chamado por um nome, corno os israelitas e suas respectivas tribos (Gên. 48: 16). pessoas chamadas pelo nome de Deus, tanto no Antigo corno no Novo Testamento, corno Israel, que foi chamado filho de Deus (Isa, 52:2; Osê, 11:1), ou como os crentes, que são chamados cristãos, entre outros nomes (Atos 11:26). Ver também Tia. 2:7:
b. O ato de convidar ou solicitar (Êxo. 2:7
c. Nomear para algum oficio (Êxo, 31:2).
d. Criar, produzir coisas mediante o poder da palavra, ou por um ato da vontade (Rom. 4:17; Eze, 6 29)
e. Convidar alguém a assumir um dever, mediante a palavra, ou através do poder impulsionador do Espírito Santo (Isa. 22:12; Pro. 1:24; Mat. 22:14).
f. O convite feito aos pecadores para o estado de escolhidos. graça, por meio da pregação do evangelho. Essa chamada harmoniza-se com o propósito divino no tocante a cada pessoa (Rom. 8:28; 11 Tim. 1:9). Isso conduz os homens à mais elevada glória e felicidade (Fil. 3:14)" mas essa chamada não é atendida por muitos dos sábios e poderosos (I Cor. 1:26,27). Trata-se de urna chamada santa e gloriosa (11 Ped. 1:3). É uma chamada celestial (Heb. 3:1). É
chamada determinada e mantida pela vontade divina (Rom, 8:29). É universal (João 3:16,' Apo, 22:7', I Tim. 2:4). Tem resultados universais (João 12:32; Efé. 1:10), nos que se salvam ou nos que se perdem (11 Cor. 2:14,15).
g. Proclamar (Joel 1:3). Apelar solenemente a Deus, convocando-o para que faça o registro da alma de alguém (11 Cor. 1:23). Invocar a Deus equivale a adorá-lo, particularmente no caso das orações (I Ped. 1:17).
2. Na Teologia Paulina
Desenvolvendo algumas das idéias citadas acima, vemos que, nas epístolas de Paulo, a chamada quase sempre denota o decreto de Deus Pai concernente à salvação dos homens, e isso "se toma eficaz mediante as operações regeneradoras e transformadoras do Espírito Santo. Essa chamada produz a reação da fé (Rom. 8:30; I Cor. 1:9; ou. 1:15; 11 Tes. 2:13 ss; 11 Tim. 1:9; Heb. 9:15; I Ped. 2:9). Os teólogos falam sobre a chamada eficaz que ocorre por meio da pregação do evangelho. (Ver Rom. 8:28-30; 9:23-26).
O nono capítulo da epístola aos Romanos realmente limita essa chamada aos eleitos, de onde os calvinistas obtêm força, em seus argumentos. Mas Paulo, no décimo capitulo dessa mesma epístola, e dai por diante, mostra que não há limite para a questão, o que concorda com a universalidade do amor de Deus.
Ver sobre o Determinismo e o Livre-arbítrio, quanto a uma discussão sobre os problemas criados e sobre o exame em separado de cada um dos lados da questão.
3. A Chamada ao Serviço. Deus às vezes chama alguém para algum serviço ou oficio especial, como no caso do apostolado (Rom, 1: 1), da pregação missionária (Atos 13:2; 16:10), do sacerdócio (Heb. 5:4), ou de alguma outra ocupação especifica, mediante o que certos indivíduos terão de expressar-se e desenvolver-se espiritualmente (I Cor. 7:20). O trecho de Apo. 2: 17, com sua doutrina do novo nome, mostra-nos que cada individuo é sui-generis e está encarregado de missões distintivas, tanto agora quanto na eternidade. Ver esse ensino sob o titulo O Novo Nome. (B K NTI)
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 1. pag.710.
2. A autoridade da chamada.
MANTO
No hebraico, beged, «manto». Essa palavra aparece por duzentas e quinze vezes, com o sentido mais simples, igualmente, de «vestes» ou «roupas». Para exemplificar: Gên. 24:53; 27:15,27; 29:20; Lev. 11:32; Núm. 31:20; Deu. 24:17; Jui. 8:26; I Sam. 28:8; 11 Reis 5:5; 7:8; Est. 4:4.
No grego temos a considerar cinco palavras, a saber:
1. Ênduma, «veste". Esse vocábulo ocorre por oito vezes: Mat. 3:4; 6:25,28; 7:15; 22:11,12; 28:3; Luc.12:23.
2. Esthés, «robe-, vocábulo que figura por 7 vezes: Luc, 23:11; 24:4; Atos 10:30; 12:21; Tia. 2:2,3.
3. Imatismás, «veste». Palavra que aparece por cinco vezes: Luc. 7:25; 9:29; João 19:24; Atos 20:9; ITim.2:9.
4. Sképasma, ...coberta». Termo que ocorre somente em I Tim. 6:8.
5. Imâtion, ...veste". Palavra que aparece por cinquenta e nove vezes: Mat. 5:40; 9:16,20,21; 14:36; 17:2; 21:7,8; 24:18; 26:65; 27:31,35; Mar. 2:21; 5:27,28,30; 6:56; 9:3; 10:50; 11:7,8; 13:16; 15:20; Luc. 5:36; 6:29; 7:25; 8:27,44; 19:35,36, 22:36; 23:34; João 13:4,12; 19:2,5,23,24;~Atos 7:58; 9:~9; 12:8; 14: 14; 16:22; 18:6; 22:20,23; Heb. 1:11, 12; Tia. 5:2; I Ped. 3:3; Apo, 3,4,5,18; 4:4; 16:15; 19:13,16.
A gravura existente no obelisco negro de Salmaneser mostra homens vestidos com vestes que lhes chegavam à altura dos joelhos, com beiras orladas. O manto dos hebreus geralmente tinha forma quadrada, com aberturas para os braços. Havia um fio que passava por cima de um dos ombros, e POUCO se usava por baixo do manto. O livro de Rute dá-nos alguma ideia do estilo desse tipo de vestimenta. Vemos ali Boaz deitado no campo plantado e seu manto sendo usado corno coberta. Rute, que reivindicava a proteção dele em sua viuvez, veio e cobriu-se com a ampla beirada dessa vestimenta, aos seus pés, sem que ele a notasse, a princípio. Quando Boaz acordou, viu-a ali e perguntou quem ela era. Ela informou-o de que era sua parenta e serva, e pediu-lhe que a cobrisse com o seu manto. O manto era o símbolo de proteção, e a lei do levirato requeria isso da parte de Boaz, no tocante a Rute.
Moises prescreveu o uso do manto para os sacerdotes (ver Êxo, 28:4,31,34), um precedente seguido por Samuel (I Sam. 28:14). Os sacerdotes e escribas dos dias de Jesus usavam mantos (Mar. 12:38 e Luc. 20:46, onde o original grego diz stole, mas onde nossa versão portuguesa traduz por «vestes talares»), Os anjos usavam um manto, no interior do sepulcro vazio de Jesus (ver Mar. 16:5, onde nossa versão portuguesa diz apenas «vestido de branco»), bem como durante a cena da ascensão do Senhor (ver Atos 1:10, com tradução portuguesa similar, posto que no plural). Na visão, apocalíptica de João, essa também era a veste dos mártires (ver Apo, 6: 11; em português, «vestiduras brancas») e do Senhor Jesus (ver Apo. 1:13; em português. «vestes talares»), Essa palavra grega é usada por oito vezes. Mas uma outra palavra grega, imâtion, «manto púrpura», aparece por sessenta e duas vezes no Novo Testamento, novamente com variegadas traduções em português, nem sempre dando ao leitor a idéia exata do que se tratava. Sabe-se que to imâtion era o manto usado por um rei ou general (ver João 19:2; em português, «manto de púrpura», que dá a impressão de que? tecido era feito de púrpura, quando, na verdade, púrpura era a cor do manto pelo que a tradução devera ser «manto púrpura»): No grego temos ainda as palavras chamús, usada somente em Mateus (27:28 e 27:31; que nossa versão traduz por «manto escarlate» e por «manto», respectivamente), e esthés, palavra grega usada somente por Lucas, que nossa versão portuguesa traduz por «manto aparatoso- (ver Luc, 23:11).
Esses mantos, no Antigo ou no Novo Testamento, envolviam um sentido de nobreza ou dignidade. Assim, a «túnica talar de mangas compridas», que Jacó deu a José (ver Gên. 37:3 ss; no hebraico um termo usado por vinte e nove vezes) e a «melhor roupa" dada ao filho pródigo quando voltou a seu pai (ver Luc. 15:22, no grego stole), eram símbolos de dignidade. Por semelhante modo, as vestiduras dos mártires, nas cenas apocalípticas, têm esse simbolismo (ver Apo. 6:11; 7:9,13,14 e onde a palavra grega é stole), No entanto, o «manto tinto de sangue" usado pelo Senhor Jesus, como vencedor da besta e do falso profeta, em Apo. 19:13, era o imátion. Ver Vestes.
O manto era considerado uma possessão preciosa. Podia ser usado como garantia de devolução de um empréstimo, mas tinha de ser devolvido ao pôr-do-sol, porquanto era usado como coberta, à noite. Ver Deu. 24:15,13,17, quanto às leis nisso envolvidas. O trecho de Êxo, 22:26,27 inclui o mesmo preceito, ameaçando de julgamento divino àqueles que lhe forem desobedientes. Uma recente descoberta arqueológica, feita em Telavive, Israel, em um pedaço de cerâmica, tem uma inscrição que expressa a consternação de alguém que perdeu o seu manto, evidentemente em face de uma divida, porquanto a lei que proibia o confisco não fora obedecida. Notemos, igualmente, o Cuidado de Paulo quanto à sua capa, ao solicitar que a mesma lhe fosse trazida, pois, ao que parece, ele a deixara por engano em Trôade (11 Tim, 4:13).
Usos Figurados: 1. O manto era usado como parte da cerimônia de casamento entre os povos árabes. Simbolizava a possessão e proteção da mulher por parte do homem, sendo passado em volta dela, como parte do aspecto final da cerimônia. 2. A eliminação da cobiça, da malícia, da incredulidade, etc., é retratada pelo manto, nos trechos de I Tes, 2:5; I Ped,2:16 João 15:22. 3. O zelo do Senhor, ao punir aos seus Inimigos e ao livrar o seu povo, é simbolizado por um manto, em [saias 59:17. Deus vive coberto de justiça, e assim exprime a justiça, da maneira como convém. (ID Z)
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 4. pag.61, 62.
III - ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu.
Vv. 19-21. Elias encontrou Eliseu por ordem divina; não na escola de profetas, mas no campo; não lendo, nem orando e nem sacrificando, mas arando. A ociosidade não honra o homem, e a agricultura tampouco e a desgraça para qualquer ser humano. Um chamado honesto no mundo, não nos tira do caminho de nossa chamada celestial de modo superior ao que Eliseu foi impactado. O seu coração foi tocado pelo Espirito Santo, e ele se mostrou pronto a deixar tudo para ajudar Elias. E no dia do seu poder que o seu povo se oferecera voluntariamente; e ninguém vai a Cristo a menos que seja levado a Ele. Era uma época de desalento para os profetas transmitirem suas mensagens. Um homem que consultasse a carne e o sangue não desejaria a capa de Elias; porem, Eliseu deixa tudo alegremente para acompanha-lo. Quando o Salvador disse: "Segue-me", foram abandonados alegremente os melhores amigos e as ocupações mais lucrativas, e foram cumpridos os deveres mais árduos por amor ao seu nome. Que nos, de maneira similar, sintamos a virtude de sua graça trabalhando poderosamente em nos, e que, através de uma submissão sem reservas, possamos de imediato assegurar a nossa chamada e eleição.
HENRY. Matthew Comentário Bíblico de 1 Reis. pag.34 35.
A história da chamada de Eliseu e como se deu o seu discipulado deveria servir de padrão para os ministros hodiernos! Infelizmente a qualidade dos ministros evangélicos da atualidade tem caído muito e a fragmentação das Convenções e Concílios tem uma boa parcela de contribuição nesse processo. Geralmente o processo acontece pela disputa de domínio de determinado espaço ou território entre as lideranças, que não chegando a um consenso sobre as suas esferas de atuação, resolvem dividir de forma litigiosa determinado campo pastoral. Feito isso, a parte menor passa a consagrar ministros para que uma nova Convenção ou Concílio seja formado. E exatamente aí que as qualificações exigidas para a apresentação de um Ministro da Palavra costumam ser esquecidas. O alvo agora não é mais a qualidade, mas a quantidade, visto que se procura quorum para a nova Convenção formada! Já vi e ouvi por esse Brasil afora de Convenções consagrando ao ministério: sodomitas, pedófilos, estelionatários, tec., etc., para oficiarem como ministros do Senhor! A consequência de tudo isso é refletida nas igrejas, que passam a atuar simplesmente como meros clubes sociais e não como o verdadeiro Corpo de Cristo.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag. 98.
2. A nobreza de um pedido.
ESCOLHA BEM OS SEUS MENTORES:
ELISEU ARRISCA O GRANDE PEDIDO
(2Rs 2.9-10)
Cada líder precisa de mentores, especialmente os líderes emergentes. Depois de observar o grande profeta Elias durante muitos anos, Eliseu tomou coragem e pediu a Elias porção dobrada do seu espírito. Deus deu o necessário preparo a Eliseu sob a instrução de Elias. O homem mais moço esperou até o momento certo e, então, fez o pedido. O resultado? As Escrituras registram que Eliseu realizou duas vezes mais milagres do que o seu mentor. Note vários princípios esboçados em I Reis 19 e 2 Reis 2, que sustentaram o preparo de Eliseu:
A preparação de Eliseu
1. Ele foi ungido;
2. Elias encontrou Eliseu arando o campo;
3. Eliseu tocou o manto de Elias muito tempo antes;
4. Ele pediu para despedir-se dos seus pais;
5. Ele queimou as suas ferramentas de trabalho agrícola;
6. Ele acompanhou Elias aonde quer que fosse;
7. Ele absolveu tudo o que pode de Elias.
Principio de Liderança
1. Lideres devem compreender o seu chamado e o seu papel;
2. Lideres devem ter coração de servo;
3. Lideres devem esperar pacientemente pelo tempo certo de Deus para receberem autoridade;
4. Lideres devem respeitar a autoridade paterna;
5. Lideres devem abrir mão de ambições;
6. Lideres devem acompanhar bons mentores;
7. Lideres devem ansiar por crescimento e desenvolvimento.
MAXWELL. John C. Bíblia da Liderança Cristã. Sociedade Bíblica do Brasil. 2 Reis 2. 9, 10.
Em o Novo Testamento encontramos o apóstolo Paulo dizendo: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (1 Tm 3.1). Desejar ser um ministro da Palavra é um dos desejos mais nobres! Todavia contrastando aquilo que diz a Escritura com a prática ministerial hodierna, constatamos algumas anomalias. Como essa divulgada por Bill McCartney, diretor de um grande ministério para homens. Em uma pesquisa feita entre pastores americanos ele descobriu dados assustadores:
80% creem que o exercício do ministério tem empobrecido sua vida familiar; 33% creem que a igreja é responsável pelos desastres familiares em suas famílias; 50% sentem-se incapazes para o exercício ministerial; 90% rejeitam o treinamento que receberam, acham que os seminários são inadequados para a tarefa de treinar pastores; 70% têm uma autoestima mais baixa hoje do que quando começaram o ministério; 37% estiveram ou estão envolvidos em uma aventura sexual ilícita com membros de sua igreja; 70% disseram que não tem um só amigo; 40% pensam seriamente em desistir do ministério.8
Esses dados revelam que muitos obreiros não possuem a cosmovisão bíblica do ministério pastoral, mas o veem como uma camisa de força que os oprime. Evidentemente que não é isso que a Bíblia mostra sobre a prática do episcopado. Necessitamos urgentemente voltar para o ensino bíblico sobre a verdadeira função ministerial e como ela enriquece a nossa vida e não o contrário.
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag. 99.
IV - O LEGADO DE ELIAS
1. Espiritual.
Elias não era um homem rico, portanto, não deixou bens materiais. Mas Elias foi um gigante espiritual e como tal deixou para Eliseu essa herança. Elias foi um homem zeloso e foi esse zelo que o fez ir até as últimas consequências na sua defesa da adoração verdadeira (1 Rs 18.1-36). Elias também foi um homem extremamente ousado. Isso é facilmente percebido quando ele enfrenta o rei Acabe e prediz a grande seca sobre Israel (1 Rs 17.1). Por outro lado, Elias foi um homem de grande fé. Somente um homem com a confiança e fé que Elias demonstrou ter, poderia ser capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46).
GONÇALVES, José. Porção Dobrada, CPAD 2012 pag. 99, 100.
2. Moral.
MORALIDADE
A base dessa palavra é o termo mos. (moris), costume, vontade, uso, A ela corresponde a palavra ética, que vem do grego, éthos, um virtual sinônimo de mos. Naturalmente, a moralidade difere, dependendo de cada individuo, e não segue, necessariamente, meros costumes, hábitos ou volições pessoais, conforme a palavra indica, literalmente. Ver o artigo geral sobre a Etica, quanto a uma completa declaração a respeito.
1. Alguns fil6sofos e teólogos consideram a moralidade como algo natural e humano, objetando às idéias que falam sobre alguma mente divina ou cósmica que controlaria a moralidade. Isso corresponde à ética relativa ou ética situacional. Essa é uma moralidade a posteriori,
2. A moralidade também poderia ser considerada a priori, isto é, dependente de regras que antecedem à experiência, presumivelmente alicerçadas sobre fontes extra-humanas ou sobre-humanas. Esse tipo de moralidade equivale à ética rigorosa ou formal, segundo a qual os homens não estabelecem as regras, mas são obrigados a obedecer às mesmas. Fichte (vide) emprestava à consciência moral um primado tal que ele alicerçou as suas ideias metafisicas sobre a mesma. O categórico imperativo de Kant, segundo ele, seria por demais rigoroso, e não dependente das circunstâncias. Esse categórico imperativo apresenta uma regra geral e absoluta: «Faze somente aquilo que gostarias que se tomasse uma lei universal». ,
3. Também existe a moralidade das coisas boas. Essas coisas, embora não reputadas absolutas, são estáveis. Assim, a moralidade não seria algo absolutamente fixo, mas seria estável. As coisas boas valorizadas hoje, serão as mesmas coisas boas valorizadas amanhã. Após longos períodos de tempo, entretanto, poderá haver alguma leve modificação.
4. Poderíamos conceber que a moralidade é derivada do processo evolutivo, e não de poderes divinos, uma variante da primeira possibilidade, acima. As leis morais seriam estabelecidas mediante a experiência, a necessidade e o uso costumeiro.
5. Nietzche ensinava que há dois tipos de moralidade: a moralidade do senhor e a moralidade do escravo. Seriam meras conveniências sociais, e não, necessariamente frutos da vontade de qualquer força divina.
6. Apesar de que ética e moralidade são sinônimos, alguns fil6sofos, como Santayana (vide), fazem distinção entre uma coisa e outra. Ele considerava a ética como uma disciplina racional. Mas para ele a moralidade nada era senão costume ou hábito, sujeito a desenvolvimento e modificações. Ele distinguia entre formas pré-racionais e p6s-racionais de moralidade.
7. Argumentos metafísicos baseados sobre a moralidade. Ver o artigo Moralidade, Argumentos Baseados Sobre a, bem como as referências que damos ali.
A origem Divina da Moralidade
1. Quase todas as filosofias, bem como a esmagadora maioria das religiões, reconhecem a existência do problema do pecado. A maioria delas oferece algumas sugestões sobre como esse problema pode encontrar solução. O cristianismo, por sua parte, salienta que qualquer moralidade autêntica e duradoura, tem de ter origem divina. A santidade puramente humana não é grande coisa, não é muito pura, e é extremamente vacilante.
2. O Espirito Santo, atuante sobre o espírito humano, provê uma real santidade. O Espirito é o agente do arrependimento e, por conseguinte, do impulso e primeiro passo da santidade. Ele é o autor da santificação (ver I Cor. 6:11 e Rom, 15:16) e, portanto, da santificação continua.
3. Da mesma forma que ele é a fonte da santidade, assim também todas as qualidades morais são inspiradas por ele. O trecho de Gil. 5:22,23, mostra-nos que as virtudes espirituais são um cultivo do Espírito. Ele é, igualmente, a origem de todos os dons espirituais, através dos quais expressamos as nossas excelências (ver I Cor. 12; com suas muitas referências).
4. O alvo final é fantasticamente elevado, a saber, as perfeições morais do próprio Deus (ver Mat. 5:48). Através disso, chegaremos a participar da própria natureza e dos atributos de Deus (ver Efé. 3:19). Eis por que a salvação vem pela graça divina (ver no NTI as notas em Efé. 2:8), porquanto, um alvo tão elevado jamais poderia ser atingido pelos esforços ou pelo mérito humano.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Volume 4. pag. 356.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
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