A
NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMÉSTICO
Data 09/05/2013. Hinos sugeridos: 124,
251, 388.
TEXTO ÁUREO
E ensinai-a as a
vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te (Dt 11. 19).
VERDADE PRÁTICA
Se não nos voltarmos
com urgência à prática do culto doméstico, nossas famílias não poderão resistir
às investida das trevas nestes últimos dias. A adoração no lar é
imprescindível.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Dt 4. 9. Guardando
o ensino em Família.
Terça - Hb 4. 12. A
eficácia da palavra de Deus.
Quarta - Pv 22. 6. O
ensino desde a tenra idade.
Quinta - Êxo 20.12. Honra
pai e mãe.
Sexta - Ef 6. 4. Pais
ensinando a palavra.
Sábado - 2 Tm 3. 14-15. Permanecendo na palavra de
Deus.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 11.18-21; 2 Timóteo 14-17.
Deuteronômio 11
15 - Ponde, pois, estas minhas palavras
no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam
por testeiras entre os vossos olhos,
19 - e ensinai-as a vossos filhos,
falando delas assenta do em tua casa, e a n d a n d o pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te;
20 - e escreve-as nos timbrais de tua
casa nas tuas portas,
21 - para que se multipliquem os
vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR, jurou a vossos pais
dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.
2 Timóteo 3
14 - Tu, porém, permanece na quilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 - E que, desde a tua meninice, sabes
as sagradas letras, que podem fazer-te sábia para a salvação, pela fé que há em
Cristo Jesus.
16 - Toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça,
17 - para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
IMTERAÇÃO
A nossa vida espiritual deve começar em
casa! Certa feita o Senhor Jesus falou: "Mas tu, quando orares, entra no teu
aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está
oculto".
Aqui, o Senhor Jesus ensina que o
nosso aposento — em vez de grandes catedrais — é um excelente lugar para
buscarmos a face do Senhor. Não há nada melhor do que cultuar o nosso Deus em
família, juntamente com os pais, filhos, netos, sobrinhos, etc. Definitivamente,
não podemos depender apenas dos cultos oficiais de nossas igrejas locais para termos
comunhão com o Pai. A nossa casa e toda a família devem ser uma extensão da
igreja de Cristo. Pense nisso!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto
a:
Conhecer aí bases bíblicas do Culto
Doméstico.
Classificar as bênçãos provenientes do
culto no lar.
Organizar a Culto Doméstico.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, ao concluir a lição
dessa semana, sugerimos que faça um convite para a classe. Convide-a para por em
prática o que se aprendeu nesta lição. Distribua para os alunos folhas de papel
oficio e peça que eles estabeleçam uma agenda semanal para o culto doméstico em
suas casas. Após elaborarem a agenda, peça que eles tenham o zelo de cumpri-la.
No prazo de um mês, separe um dia para
os alunos testemunharem as experiências pessoais provenientes dos cultos domésticos
realizados com toda a família. Boa aula!
PALAVRAS-CHAVE.
Culto: Adoração ou homenagem à urna divindade em quaisquer de suas formas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A negligência para com oculto doméstico
tem esfriado espiritualmente a família cristã. A comunhão, que deveria ser
intensa no lar, é substituída, hoje, pela televisão e pelas longas horas de navegação
na internet.
Consequentemente, o culto ao Senhor em
nossas casas, outrora tão prioritário, praticamente desapareceu. Como se não
bastasse, muitos pais optaram par terceirizar a formação espiritual e moral de
seus filhos. Não querem ter trabalho algum com as suas crianças, adolescentes e
jovens. E, para se justificarem, alegam falta de tempo. O que será dessa nova geração
sem o ensino cristão?
É necessário resgatarmos com urgência
o culto doméstico. Caso contrário, nossas famílias não poderão subsistir nestes
dias difíceis, maus tenebrosos.
I - O CULTO DOMÉSTICO.
1.
Adoração em família. Moisés reuniu o povo e fez-lhe saber a
vontade de Deus através dos estatutos e dos juízos divinos (Lv 19.37). O lar judaico,
por conseguinte, teria de ser urna escola para as crianças aprenderem a temer e
a amar ao Senhor (Dt 6. 7; 11. 18-19). Lamentavelmente, já não se vê o mesmo zelo
e determinação nas famílias cristã atuais. Não há uma cultura de adoração a
Deus no lar. Entretanto, a Bíblia Sagrada destaca o valor do ensino divino
cultivado no coração humano (Pv 4. 20-23). A Palavra de Deus deve ser o
livro-texto dos pais na educação dos seus filhos, pois ela "é viva e
eficaz" e produz um poderoso efeito na vida de quem a observa e a pratica (Hb
4,12).
2.
A restauração da instrução doméstica. A respeito do ensino
divino a ser ministrado no lar, o Senhor ordena: “E estas palavras que hoje te
ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado
em tua casa. e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te" (Dt
6.6,7). Mais do que nunca, torna-se imperativo o ensino da Palavra de Deus no
lar (Pv 22,6). Nossos filhos precisam aprender com a máxima urgência a amar a
Deus como Ele o requer: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de todo o teu poder" (Dt 6.5).
3.
A prática da adoração doméstica. Muitos casais
supõem que, pelo fato de ainda não serem pais, acham-se dispensados do culto
doméstico. Na verdade, o culto doméstico não apresenta qualquer restrição no
tocante á quantidade de membros em uma família. Portanto, quer você tenha filhos,
quer não, a devoção na família não pode esperar. A diferença está apenas no
fato de que havendo filhos, a Palavra deverá ser ministrada com o objetivo de
alcançá-los também, com uma linguagem própria para cada faixa etária.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
O Culto Doméstico promove a adoração
em família, à instrução doméstica e uma prática consciente da comunhão cristã.
II - O CULTO NO LAR.
1
- Organizando o culto doméstico. Tendo em vista a prática
do culto doméstico, a primeira coisa a fazer é definir um dia e um horário em
que todos os membros da família possam participar. A liturgia não precisa ser a
mesma da igreja, todavia o louvor, a mensagem e a oração são elementos indispensáveis.
Procure não utilizar o momento do culto para discutir problemas familiares ou
de outra ordem.
Faça estudos bíblicos, incentive os filhos
a falarem acerca de sua fé e ouça as instruções dos mais velhos, Este é o
momento da família cristã! Sejamos, portanto, prudentes para edificarmos o nosso
lar na rocha inabalável: Cristo Jesus (Mt 7.24,25; Ef 2.20).
Mão deixe, de ler diariamente a Bíblia
com o seu cônjuge e filhos. Programe a leitura diária para o ano todo. E
aproveite as datas comemorativas, como o Natal e os aniversários, para celebrar
a Deus em família e agradecê-lo pelas vitórias conquistadas. Um lar que assim
procede jamais será destruído.
2.
Ganhando os que ainda não são crentes. Sempre é possível que
haja na família pessoas que ainda não tenham aceitado a Jesus como seu Salvador
e Senhor. Apesar disso, o culto doméstico não pode ser negligenciado.
Não deixe de convidar os familiares decrementes,
com amor e sabedoria, para que participem da adoração a Deus. Siga o exemplo de
Jó. Ele não forçava seus filhos a servirem ao Senhor. Mas, ainda pela
madrugada, levantava-se para oferecer holocaustos a Deus por todos eles (Jó 1.
4,5).Mão despreze os momentos de comunhão com o Senhor no seu lar. Busque-o e
adore-o de todo o coração {Mc 12.30).
3
- Eu e minha casa servindo ao Senhor. Alguns crentes negligenciam
o culto doméstico por acharem-no antiquado e desnecessário. A falta de tempo e
o cansaço são as desculpas mais utilizadas, Entretanto, há textos bíblicos
contundentes que exortam os chefes de família a ensinar a Palavra de Deus a
toda a sua casa (Dt 6.7-9).
O culto doméstico foi eficaz na vida
de Timóteo, Desde a mais tenra idade, ele era zelosamente instruído nas
Sagradas Escrituras por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Loide. E o resultado foi
maravilhoso. O Jovem Timóteo tornou-se um grande obreiro de Cristo (1 Tm 1.2; 2
Tm 1.2).
Tomemos como exemplo a mesma atitude
de Josué. Ele deixou claro que o povo de Israel deveria escolher a quem deveria
servir quando da entrada na Terra Prometida, mas "fechou a questão quando
disse que ele e sua família serviriam ao Senhor (Js 24. 15), motivando a mesma
atitude naqueles que o ouviam.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O culto doméstico deve ser prioridade
em todo lar cristão. Ali, a família adora a Deus e cresce em graça e
conhecimento.
III - BÊNÇÃOS ADVINDAS DO CULTO DOMÉSTICO
1.
Fortalece os laços familiares. Como resultados do
culto doméstico, podemos apontar o fortalecimento tanto da vida social quanto
da espiritual, proporcionando-nos bênçãos extraordinárias- O livro de Ester é
um exemplo do que ocorre quando instruímos os nossos familiares na Palavra de
Deus. Embora rainha e esposa do homem mais poderoso daquele tempo, ela jamais
se esqueceu dos ensinos que lhe transmitira seu primo, Mardoqueu, pois os laços
entre ambos eram fortes (Ef 2.5-7). No momento certo, ela saiu em defesa do
povo de Israel, e Deus se manifestou em todo o Império Persa. Na união espiritual
do lar, sempre haverá lugar para Deus operar e agir. abençoando a todos (El
133.1,3).
2.
Santifica e protege a família. Ouvimos todos os
dias noticias estarrecedoras sobre tragédias familiares. Como se não bastasse,
aumenta, a cada ano, o número de divórcios em todo o mundo. E o que dizer das
drogas e da prostituição infantil que vitimam milhões de crianças oriundas de
lares desestruturados? Mas quando nos unimos para buscar a face do Senhor,
através da devoção doméstica. Satanás não encontra espaço para destruir nossos
filhos. A família que verdadeiramente serve ao Senhor não será abalada, pois o
Senhor santifica-a e a guarda (Ef 6 16-18).
3.
Torna a família piedosa. Vemos que, em Israel, era comum a
família adorar ao Senhor por ocasião da Páscoa (Éx 12.14). É gratificante e
profundamente saudável a adoração a Deus em família: “Nas tendas dos justos há
voz de Júbilo e de salvação; a destra do Senhor faz proezas” (SI I
18.15). Pais e filhos orando, lendo a Bíblia e cantando alegremente, no lar,
produzem uma atmosfera espiritual de grande valor perante Deus, a Igreja e a
sociedade.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Podemos participar de algumas bênçãos
promovidas pelo Culto Doméstico: Fortalecimento dos laços familiares;
Santificação e proteção da família; além de um lar piedoso.
CONCLUSÃO
O culto doméstico precisa ser
urgentemente resgatado, pois o mundo quer impor sobre nossas famílias condutas
totalmente contrárias às recomendadas pelas Sagradas Escrituras. Se ensinarmos os
preceitos do Senhor aos nossos filhos, eles jamais serão tragados por este
século, cujo príncipe é o Diabo. Quando a família é alicerçada na Palavra de
Deus, a igreja local é fortalecida e a sociedade, como um todo, é beneficiada.
Enfim, todos somos abençoados. Não perca tempo, inicie hoje mesmo o culto
doméstico e Jesus jamais deixará o seu lar.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsidio Bibliológico
Eunice
Este nome, que quer dizer 'vitoriosa',
aparece somente uma vez na Bíblia (2 Tm 1.5). Eunice era a mãe de Timóteo, e
isso lhe confere certa importância. Ela, e sua mãe Lóide são descritas como
mulheres de fé genuína no Senhor, e tinham, aparentemente, incentivado uma fé semelhante
na vida do jovem Timóteo. Eunice era uma Judia devota, casada com um grego. É
improvável que fosse uma fiel cristã antes da primeira visita de Paulo a Derbe
e Listra, onde vivia, mas tinha evidentemente ensinado, de maneira completa, as
Escrituras do Antigo Testamento a Timóteo (2 Tm 3. 15) [...]" {Dicionário Bíblico
Wydiffe. CPAD, 2009, p. 710).
[...] Lóide
Avó de Timóteo e sem dúvida, mãe de
Eunice, a mãe de Timóteo.
Ela é mencionada apenas uma vez (2 Tm
1.5). Aparentemente, a família vivia em Listra, onde Paulo foi apedrejado. Lóide
possuía uma fé sincera em Deus, á qual juntaram-se Eunice e Timóteo, embora o
marido de Eunice fosse grego e, evidentemente, um homem descrente (At 16-1).
Parece bem provável que ela tenha sido uma judia religiosa antes da primeira
visita de Paulo a Derbe e Listra e que ela, sua filha e seu neto se converteram
ao cristianismo por causa do ministério de Paulo. Talvez as circunstâncias que
cercaram o apedrejamento de Paulo e sua recuperação tenham contribuído para essa
conversão" (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John {Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. I, ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 11 76-77).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe.
I, ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009
SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez Deus a família: O padrão divino
para um lar feliz. I .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1 999.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, qual deve
ser o livro-texto dos pais?
R: A Palavra de Deus.
2. O que a Senhor ordena a respeito do
ensino a ser ministrado no lar?
R: “E estas palavras que hoje te
ordeno estarão no teu coração e as intimarás a teus Filhos e delas faras
assentada em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te levantando-te (Dt
6. 7).
3. Quais são as desculpas mais utilizadas
por aqueles que negligenciam a culto doméstico?
R: Falta de tempo a o cansaço.
4. Relacione as bênçãos vindas do culto
doméstico.
R: Fortalecimento dos laços familiares,
santificação e proteção da família e a piedade na família.
5. Você tem sido fiel na realização do
culto doméstico?
R: Resposta pessoal.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°54, p.41.
A nossa devoção ao Senhor não pode ser
resumida à adoração no santuário onde nos congregamos com outras famílias e
amigos, em nossa localidade ou outro ambiente escolhido por nós. Ela deve ser estendida
ao nosso fare, com frequência, para que a nossa comunhão com o Senhor seja
ampliada também para o nosso lar.
O culto doméstico é um culto realizado
por uma família, dentro do lar, reunidos os membros e outras pessoas que
desejam dele participar. Nele, são entoados cânticos ao Senhor, lida e
explicada a Palavra de Deus, e solidificada a comunhão familiar e cristã.
O culto doméstico e a transmissão da
Palavra de Deus no ambiente familiar têm a sua base em Deuteronômio 11.19:
"E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te".
É curioso observar como Deus trata de
momentos familiares e da influência da difusão de sua Palavra em cada um deles.
A ordem do Senhor era que seus testemunhos fossem ensinados no lar:
"assentado em sua casa", em uma posição de conforto e de amor; "e
andando pelo caminho", pois a vivência da família não se resume ao lar,
mas a outros ambientes for a da casa onde residem; "e deitando-te",
no momento de descansarem de um dia repleto de atividades, em que deveria
lembrar-se de agradecer ao Senhor pelo dia que tiveram; "e
levantando-te", no momento em que começa o dia, Deus deveria ser lembrado
por toda a família, e a Ele deveriam agradecer pela noite de descanso que
tiveram. Portanto, a hora de ensinar a Palavra de Deus e de falar dela é em
qualquer momento, tanto fora do lar quanto dentro dele.
A Bíblia nos mostra que há frutos
colhidos quando a Palavra de Deus é ensinada no lar. Timóteo, jovem que foi
pastor na Igreja em Éfeso, veio de um lar cujo casamento foi considerado misto.
Seu pai era grego e sua mãe, judia. Ainda assim, Timóteo foi ensinado na Palavra
de Deus. Isso deve servir de advertência aos pais: Um menino criado em um lar
dividido tornou-se missionário e depois pastor.
Em que estão se tornando nossos
filhos? Que direção estamos dando a nossos filhos no tocante à fé? Será que
eles, neste momento, ressalvando evidentemente os fatores idade e maturidade,
estão sendo conduzidos de forma a pensar até mesmo em serem integrantes do
santo ministério no futuro? Ou eles veem com desprezo o ministério e a fé
cristã?
Vejamos, portanto, com cuidado, a
forma como temos conduzido nossos filhos, para que não os percamos para o mundo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O
que está faltando, na maioria dos lares cristãos, é espaço para a família
adorar a Deus. Essa adoração se dá através do culto doméstico.
Todavia,
essa prática tem sido negligenciada. Na maioria dos lares cristãos, não se faz o
culto doméstico. Milhões de crentes deixam de ir ao culto nas igrejas para
ficar em casa, assistindo a uma programação que nada tem de edificante para as
vidas de servos de Deus (1 Co 6.12; 10.23).
A
família cristã precisa ter em mente que há um plano diabólico para destruir
suas bases e levá-la à queda espiritual e moral. Não há outra forma de fazer
face a esse ataque mortal, se não for através da busca da presença de Deus no
lar. O culto doméstico propicia os momentos diários para o fortalecimento do lar,
por meio da oração, da leitura da Bíblia, “a espada do Espírito”, e do louvor a
Deus, no meio do qual Ele se faz presente.
Sabemos
que neste século XXI, quando o materialismo avassala as mentes; quando
crianças, nas escolas, são bombardeadas com os ensinos que eliminam Deus da
origem do universo e do homem; crianças e adolescentes são estimuladas à
prática do sexo precoce, e o homossexualismo é impingido como prática normal e
saudável; se os pais não despertarem para a adoração a Deus, no lar, será impossível
evitar a derrocada da família.
Inclusive
da família cristã. Ocorrerá o que aconteceu na Europa, que um dia foi berço de
grandes avivamentos.
Hoje,
com algumas exceções, há igrejas vazias, pelo afastamento de crianças e jovens;
lares destruídos pelo ateísmo e pelo demonismo, pela ausência de Deus. O
estrago por anos a fio de desprezo à educação cristã nos lares não será
reparado. Mas ainda há tempo para salvar alguns (1 Co 9.22). Se houver
conscientização por parte dos pais cristãos, que considerem os filhos como
"... herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (SI 127.3),
haverá motivação para restaurar ou implantar o culto doméstico.
O
SIGNIFICADO DO CULTO DOMÉSTICO
Como
o nome sugere, o culto doméstico é uma reunião da família, sob a liderança dos
pais cristãos, com a finalidade de cultuar a Deus no lar. Sua realização tem
sólido fundamento bíblico, como será observado neste estudo. O culto doméstico
é tão importante que Satanás tem tido especial cuidado para desestimular sua
realização em mais de 90% dos lares cristãos.
O
resultado da ausência da adoração nos lares, diariamente, é causa para a
maioria dos problemas que os casais e as famílias cristãs enfrentam nestes
“tempos trabalhosos”, previstos na Palavra de Deus. Que o Senhor Jesus desperte
os pais cristãos para tomarem a decisão sábia e firme de desenvolver esse
trabalho, que é simples, mas de grande efeito sobre a formação espiritual,
moral e social da família cristã.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 113-114.
"tomou
Abrão a sarai, sua mulher,... e vieram à terra de canaã,... e edificou ali um
altar ao senhor." Gênesis 12.5-7
Assim
escreveu um obreiro evangélico: "Quando eu era capelão na penitenciária de
Arkansas, dos 1.700 presos, só um se criara num lar no qual havia culto
doméstico. E soube depois que foi libertado porque provaram a sua
inocência".
É
possível levantar o itinerário das peregrinações de Abraão se, tão-somente,
visitarmos os lugares onde o patriarca construiu os altares para sacrificar ao
Senhor. Eis o que lemos em Gênesis: "Ali edificou Abrão um altar ao
Senhor, que lhe aparecera. Passando dali... edificou um altar ao Senhor, e
invocou o nome do Senhor" (Gn 12.6-8).
O
que podemos aprender com Abraão? Embora fosse praticamente o único servo de
Deus em toda a terra, resistiu ao mundanismo e alcançou o título de pai dos
fiéis (Rm 4.11,16). A resposta está nos altares que ele construía para,
juntamente com toda a sua casa, invocai o nome do Senhor (Gn 18.19).
Encontramos
em Jó outro ideal de pai que, verdadeiramente, soube ordenar seus filhos nos
caminhos de Deus. "Seus filhos iam nas casas uns dos outros e davam
banquetes, cada um por sua vez... Jó santificava-os; e, levantando-se de
madrugada, oferecia holocaustos... pois dizia: Talvez meus filhos tenham pecado
(Jó 1.4,5)". Não lhe bastava evitar o próprio pecado; cuidava que seus
filhos também não pecassem. Como sacerdote do lar, chamava-os para os
santificar; levantava-se antes do romper da aurora para oferecer holocaustos
por eles.
Desde
o tempo de Jó, os fiéis são unânimes em reconhecer a necessidade de se cultivar
o culto doméstico.
Um
dos mais conhecidos pregadores na história da Inglaterra foi Ricardo Baxter.
Quando ainda jovem, foi chamado a pastorear uma grande igreja, cujos membros
eram ricos e instruídos. Achou-os, porém, frios e carnais. Por isso ficou
desapontado e deixou-se levar pelo desânimo. No auge da crise, declarou:
"O único meio de salvar a igreja e a circunvizinhança é estabelecer a
religião nos lares, e levantar o altar familiar". Passou três anos
trabalhando, visitando casas, disposto a estabelecer o culto doméstico em todos
os lares. Seus esforços foram coroados de êxitos. E, assim, o culto doméstico
serviu de base a um movimento que trouxe a igreja milhares de pecadores. Baxter
provou que, para a igreja, o altar familiar é indispensável para se estender as
estacas do Reino de Deus.
Tomaz
Bastos foi também um grande ministro. Ao contrário de Baxter, foi ele chamado a
trabalhar num subúrbio muito atrasado. Lá, também, encontrou uma igreja fria e
quase desassistida. Como não podia influenciar o povo, ficava triste e
desalentado. Foi aí que resolveu: "O único meio de salvar a igreja é
salvar a família". Decidiu, pois, andar por todo aquele subúrbio, restabelecendo
o altar familiar. Levou aqueles crentes a fazer o culto doméstico todos os dias
da semana. Nesta luta, levou três anos. Enfim, a igreja começou a dar sinais de
vida. O poder daquela igreja a influenciou de tal forma a toda a
circunvizinhança, que os frutos passaram a ser contados a cem por um.
Havia
dezenove filhos na família Wesley, mas nunca se acharam demasiadamente ocupados
a ponto de não realizar o culto doméstico. Desfrutavam de tão grandes bênçãos
nestas ocasiões que, às vezes, até cem vizinhos se congregavam nas divisões da
humilde casa para ajoelharem-se com a família perante o trono de Deus. Eram
horas perdidas? Não! Eram os alicerces do avivamento mundial que acompanhou o
ministério de João e Carlos Wesley.
Cortland
Myers conhecia dois irmãos que, depois da morte do pai, resolveram vender a
velha casa onde se criaram. Ao voltarem para revê-la, começaram a recordar os
tempos de infância, quando sentados na varanda, os pais conduziam o culto
doméstico. De repente um se deteve e disse: "Roberto, não podemos vender a
casa". O outro também parou e respondeu: "Interessante; resolvi a
mesma coisa, quando olhei para esta cadeira e lembrei-me de como papai se
assentava nela e lia-nos a Bíblia, no culto doméstico. É a cadeira que
rodeávamos de joelhos, enquanto ele nos dirigia a Deus em oração". E ali
mesmo, os irmãos ajoelharam-se ao lado da velha cadeira, choraram e decidiram
não mais vender a casa. A partir daquele dia, resolveram dedicar-se com mais
afinco à Obra de Deus.
É
ainda Cortland Myers quem conta: "Está perante mim uma outra casa velha.
Na varanda, meu pai, minha mãe e nós, os doze filhos, duas vezes por dia,
líamos a Bíblia e orávamos a Deus. Não é de admirar, pois, que todos os filhos
sejam salvos pela graça de Deus. Quatro deles estão pregando a mensagem de
Jesus Cristo e os outros são professores da Escola Dominical. E todos achavam
inspiração e vida quando nosso pai abria a Bíblia, e nos dirigia a elevar o
coração de Deus".
Parece-me
também que estou de novo na casa de meus pais, onde todos os dias, no culto
doméstico, sentíamos a presença do Pai Celestial. Aquilo que eles me legaram
durante aquelas horas tão abençoadas, constituem para mim uma herança muito
mais preciosa do que o ouro todo do mundo.
Minha esposa e eu sempre primamos pela
realização do culto doméstico. E, hoje, graças a Deus, podemos olhar com
serenidade o passado. Apesar dos problemas decorrentes da educação dos filhos,
cumprimos a nossa missão. Há um túmulo nos altos sertões do Ceará, onde jazem
os restos mortais de um de nossos filhos. Ele tinha 16 anos quando Jesus o
chamou para estar consigo. O menino estava pronto para a chamada inesperada,
porque participava dos cultos domésticos diariamente. Nossa filha, que de igual
forma sempre participava dessas reuniões, foi escolhida para ser esposa de
missionário.
Aqui
desejo enumerar algumas das vantagens que a família usufrui quando, em espírito
e verdade, faz o culto doméstico todos os dias:
1) Torna o ambiente familiar um lugar
agradável e enriquece a comunhão entre os membros da família;
2) Evita as desavenças e acaba com os focos
de desunião;
3) Leva os filhos a perseverarem em seguir
a Cristo, e determina o seu bem estar na eternidade;
4) Prepara-nos a render o melhor serviço e
a glorificar a Deus no trabalho diário, na escola, em casa, no escritório, no
comércio ou na fábrica;
5) Dá-nos força a enfrentar, com coragem,
todos os problemas e tentações durante o dia;
6) Faz-nos passar o dia na presença do
divino Amigo e Ajudador;
7) Consagra a amizade com os hóspedes em
nossa casa;
8) Aumenta a influência e a obra da igreja
no mundo inteiro;
9) Anima outros lares a seguirem o mesmo
exemplo;
10) Honra ao Pai celestial e manifesta nossa
gratidão por sua misericórdia e bênção.
O
segredo do culto doméstico está justamente em sua direção. Deve ser dirigido
por alguém que mantenha comunhão com Deus, que estude a Bíblia e cujo objetivo
seja o de levar toda a família a fazer o mesmo.
Ninguém
pode desculpar-se, dizendo que não tem tempo, porque os poucos minutos que
dedicamos ao Senhor hão de representar um peso tremendo na vida de nossos entes
queridos. Mais valem alguns minutos na presença do Senhor, do que milhares de
horas passadas longe dele. Certamente todos podem achar tempo para aquilo que é
essencial à salvação e segurança de todos os membros da família.
Conta
um biógrafo do presidente Lincoln como este chefe da nação fez seu discurso
inaugural à frente do governo. A tempestade da Guerra Civil estava para
desencadear-se sobre a nação, e não havia meio de se evitá-la. O Senado estava
superlotado. O cadáver de um dos seus filhos jazia na Casa Branca, e o outro
estava às portas da morte. A nação estava face a face com a maior crise da sua
história. Lincoln, contudo, levantou-se e falou com tal clareza, calma e
coragem, que os homens e mulheres se sentiram como se estivessem presenciando
um milagre.
Não
sabiam que Lincoln, antes de sair de casa, lera a Bíblia e fizera o culto
doméstico como de costume. Depois, no silêncio do seu quarto, cairá de joelhos
e rogara Àquele cujas mãos sustentam o mundo, para que sustentasse e guiasse a
nação.
BOYER. Orlando. Toda a Família Como Preservar a família em tempos de crise. Editora
CPAD. pag. 12-14.
I - O CULTO DOMÉSTICO.
1.
Adoração em família.
O
CULTO DOMÉSTICO NO ANTIGO TESTAMENTO
1.
No primeiro lar, Deus estava presente Talvez não se tenha dado muita
importância ao que ocorreu no Éden, no primeiro lar do ser humano, depois que
ele foi criado por Deus.
Era
um ambiente perfeito, sem doenças, sem violência, sem qualquer coisa que
abalasse a estabilidade e a segurança dos seus habitantes. Mas o que era mais
importante, ali, era a presença de Deus junto ao casal. No Éden, começou o
culto doméstico. Não é força de expressão ou apenas uma linguagem metafórica.
Os seres criados podiam não apenas crer, mas ver e
ouvir ao próprio Criador. Em atitude de reverência e adoração, ouviam a voz de
Deus, que os visitava (Gn 3.8).
Ali,
havia um maravilhoso culto doméstico, dirigido pelo próprio Deus! E, se não
fosse a desobediência, não só o Éden, mas toda a terra seria um ambiente de
adoração ao Criador. Enquanto Adão e Eva permaneceram naquele estado santo,
diante de Deus, só havia bênçãos.
Aquele
culto doméstico foi prejudicado, quando desobedeceram à voz do Senhor, e
ouviram a voz do tentador. Deus não mais se fez presente ali. O culto doméstico
deixou de ser realizado no Jardim, Satanás prevaleceu. Hoje, acontece a mesma
coisa. Quando os pais de família, os líderes e sacerdotes do lar, deixam de
obedecer ao Senhor, todos são prejudicados. A primeira coisa que acontece é a
ausência de Deus no lar. E quando Deus não está num lar, coisas terríveis
acontecem. O Diabo, o adversário da família, promove a desarmonia, a falta de
paz, a falta de amor; assim a desunião, a desconfiança, o ciúme e as contendas
têm lugar.
2.
A adoração na família era valorizada. O povo de Israel estava prestes a entrar
na terra de Canaã, 40 anos depois da saída do Egito. O líder Moisés precisava
dar as orientações indispensáveis sobre como se comportar no destino de sua
grande jornada. O deserto serviu de campo de experiências marcantes com Deus. A
passagem do mar Vermelho; a água tirada da rocha; o pão enviado por Deus; os
livramentos extraordinários, e as vitórias sobre os inimigos, tudo isso só
teria sentido se o povo continuasse a servir ao Senhor com fidelidade.
A
multidão que sobreviveu ao deserto estava às portas de Canaã. Achavam-se
acampados na terra de Moabe, na parte oriental ao Jordão e ao mar Morto. Moisés
reuniu-os e lhes fez saber a vontade de Deus, através da sua Lei, dos seus
estatutos e juízos (Lv 19.37). Sem isso, ja mais poderiam ser um povo
abençoado. Havia uma verdadeira preocupação em integrar a família na adoração a
Deus, em todas as gerações. Havia clima espiritual e emocional para o culto
doméstico. As palavras que receberam do Senhor deveriam ser ensinadas às
gerações da atualidade e também “aos filhos de teus filhos”, às gerações
futuras. Lamentavelmente, nos dias presentes, não se vê essa determinação nas
famílias atuais, mesmo no meio dos cristãos.
Falta
uma cultura de adoração a Deus no lar. Parece que o comodismo e
o individualismo levaram as famílias a só irem às igrejas (aos templos) aos
domingos ou em eventos considerados importantes, como congressos e festas
anuais, de fim de Natal ou de Ano Novo. Depois, a rotina toma conta das
famílias, sem incluir, em sua programação, a realização do culto doméstico.
3.
A adoração e amor ao único Deus verdadeiro.
Os
ensinos transmitidos por Moisés aos israelitas tinham grande significado para a
família.
a)
A família precisa saber que Deus é o “único Senhor” (Dt 6.4). O povo de Israel
iria habitar numa terra, onde as nações, ao longo dos séculos, eram
politeístas. Adoravam imagens de escultura, adoravam “ao pau e a pedra”, aos
animais e às forças da natureza, em sua ignorância espiritual. E os povo de
Deus tinha que ter consciência de que só existe um Deus, o único Deus, Criador
dos céus, da terra, do homem e de todas as coisas. E que esse Deus é o único
Senhor, a quem deveriam reverenciar e adorar.
No
culto doméstico, hoje, os pais precisam enfatizar essa verdade. A Nova Era, uma
mistura de religião, filosofias, ocultismos e misticismos, tem tido êxito em
influenciar muitos jovens e adolescentes, com suas invencionices, do tipo tarô,
pirâmides, avatares, e uma gama enorme de elementos esoteristas. A família
cristã precisa ser “vacinada” contra essa onda de espiritualismo herético.
b)
A família precisa saber que Deus deve ser amado com todo o ser (Dt 6.5). Essa
foi uma das maiores lições que Deus deu ao povo de Israel.
Ao
longo da caminhada, gerações inteiras esqueciam-se de amar a Deus.
Dos
que saíram do Egito, todos os homens de guerra pereceram, exceto Josué e
Calebe. Por que? A maioria pereceu por causa da murmuração contra Deus e contra
a liderança por ele estabelecida, como na rebelião de Coré, Data e Abirã (Nm
16.33).
Não
será o que falta, hoje, no meio de grande parte das famílias cristãs? No
Brasil, os evangélicos tiveram um crescimento extraordinário, nos últimos anos,
segundo o IBGE. Mas grande parte desse crescimento não é acompanhado de
crescimento qualitativo. E comum famílias inteiras não realizarem qualquer tipo
de atividade devocional em seu lar. Amar a Deus de todo o coração requer
devoção sincera, que parte do íntimo do ser. Amar a Deus de toda
a alma e de todo o poder exige sentimentos santos de reverência e de práticas
devocionais, no dia a dia das pessoas. Não se pode dizer que uma família ama a
Deus de todo o coração, se seus integrantes, mesmo sem motivo que justifique,
como trabalho ou estudos, só vai à igreja local, para adorar a Deus, em fins de
semana, ou se sobrar tempo para isso.
4.
A ordenança do culto doméstico.
No
Antigo Testamento, o povo de Israel estava passando por uma experiência de
aprendizado, no que concernia ao seu desenvolvimento espiritual. Depois de
tantos desvios e desacertos, a pedagogia de Deus teve que ser muito rígida. O
cativeiro egípcio ensinara ao povo que a desobediência tem um alto preço a
pagar. O Êxodo, através do deserto abrasador, onde a sobrevivência de quase
três milhões de pessoas era um risco tremendo, deu ao povo oportunidade de
conhecer o poder de Deus em suas vidas. Mas, mesmo assim, com tantos sinais e
maravilhas, jamais imaginadas, na vida de um povo, os hebreus costumavam a
esquecer-se de Deus, quando as circunstâncias adversas eram superadas. Dessa forma,
Deus determinou que as famílias deveriam adorá-lo, não apenas diante do
Tabernáculo, mas o culto a Deus deveria começar nos lares. De modo solene, a
Bíblia registra a ordenança para a realização do culto doméstico, no livro de
Deuteronômio.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
114-117.
Dt.
6.7 — E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. A revelação de Deus seria
uma coisa tão importante para uma família dedicada ao Senhor que os mais velhos
poderiam falar naturalmente do Criador enquanto
estivessem desempenhando outras atividades.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 322-323.
Dt.
6.7 Tu as inculcarás a teus filhos. As crenças religiosas que têm mostrado
interesse em cumprir este mandamento organizam escolas, cursos e catecismos,
que são coisas boas, mas por muitas vezes acabam falhando. A letra sempre
ameaça o espírito. Os melhores mestres das crianças são os pais que praticam o
que eles ensinam a seus filhos. Há três coisas que um pai ou mãe devem a seus
filhos: exemplo, exemplo e exemplo. Sem isso, muitos anos de instrução
religiosa formal redundam em fracasso.
O
profeta Baha Ullah disse, com toda a verdade, que o pior erro que um pai pode
cometer é conhecer algum ensinamento, mas não transmiti-lo a seus filhos.
Existe tal coisa como um “crente-casulo”, ou seja, um crente que foi criado e
educado somente na igreja, tal como a larva de um inseto é guardada em seu
casulo fechado. Trata-se de uma espécie de “virtude infantil enclausurada”. Uma
vez que a larva emerge do casulo, um mundo hostil logo a consome. E também há
aquelas corrupções internas que nenhum acúmulo de educação formal é capaz de
eliminar. Isso posto, a educação de uma criança precisa ser multifacetada,
envolvendo instrução formal, exemplo vivo e muita oração.
Um
Ensino Completo. A instrução deve ser levada a efeito no lar; quando caminhamos
ou viajamos; quando nos deitamos para dormir; quando nos levantamos para
começar um novo dia, conforme nos diz o texto. Eu mesmo ensinei disciplinas
seculares, por algum tempo, em uma escola judaica. Essa escola (em Chicago)
dedicava três horas a estudar disciplinas seculares, pela manhã, e três horas
para estudos religiosos, à tarde. Mas quero informar a meu leitor que aquele
foi um dos grupos de crianças mais difíceis de controlar que já conheci. Elas
“colavam” nas provas, e eram mais difíceis de controlar do que os grupos
gentios para quem já ensinei. No entanto, 0 filho do rabino, um de meus alunos,
era um modelo de comportamento, além de destacar-se como líder intelectual. Na
verdade, ele era um estudante modelo em todas as coisas, dotado de mui poderoso
intelecto. A espiritualidade não se origina somente nos bancos escolares. Na
verdade, é uma inquirição que dura a vida inteira. E nessa inquirição a escola
desempenha somente um papel parcial.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 786.
Dt.
6.7 - Os hebreus foram extremamente bem-sucedidos ao tornar a religião parte
integral de sua vida. O motivo do sucesso foi à combinação entre a educação
religiosa e uma prática de vida. Eles utilizavam o contexto diário para ensinar
sobre Deus.
Nesse
versículo, está a chave para seus filhos aprenderem a amar a Deus. Se você deseja
que eles sigam a Deus é preciso que o Senhor se torne presente em suas
experiências diárias.
É
necessário ensinar seus filhos de forma zelosa a verem Deus em todos as áreas
da vida. não apenas naquelas relacionadas à Igreja.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
241.
Pv.
4.20-27 — Este trecho bíblico orienta a cuidar das vontades e das emoções, e a
manter a fala honesta, o olhar atento e o bom senso no proceder. Adentrar o
caminho da sabedoria não é um acaso.
Responsabilidade
dos Pais.
Conforme a sociedade moderna vem descobrindo
a cada dia, não há substituto para um lar sólido e estável. Com pais ausentes,
negligentes ou abusivos, os filhos provavelmente não aprendem a lidar com o
mundo de forma saudável. Por este motivo, Provérbios ressalta a
responsabilidade dos pais em instruir as crianças e ensina-lhes a sabedoria (Pv.
4.3,4). Por terem acumulado idade, dificuldades e sofrimentos, os pais são
capazes de oferecer experiência e ideias que vão ajudar a próxima geração a
manter-se na trilha certa.
A intenção de Deus é de que pai e mãe
participem da educação dos filhos. Os pais devem assumir a liderança como guias
e orientadores, e as mães devem proporcionar princípios dominantes com base na
Palavra de Deus (Pv 1.8; 4.1; 6.20). Além disso, Provérbio 4.3,4 deixa
implícito que os avós também têm sua dose de responsabilidade na educação dos
netos. Desta forma, a família deve instruir o menino no caminho em que deve
andar (22:6). Esta é a dádiva do lar. A criança pode não apreciar por um
momento os ensinamentos dados, mas os pais devem concedê-los de qualquer modo.
Aliás, devem fazê-lo para o seu próprio bem.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 953.
Pv
4.20 Filho meu, atenta para as minhas palavras. Uma vez mais o mestre (pai)
convoca seu estudante (filho) a ouvir com cuidado suas palavras, visto estar
ele começando uma nova exortação que requer atenção. O livro de Provérbios
reitera tais exortações aqui e acolá. Cf. Pro. 1,5,8; 4.1,10; 5.7; 8.6,33;
19,20,27; 22.17 e 23.19. Cada novo assunto tratado requer audição renovada. A
tendência do aluno é tornar-se cansado e desatento. Nesse estado, ele perde de
vista a lição. Nos versículos que se seguem, o aprendiz deve usar os ouvidos, os
olhos, o coração e a boca, no que diz respeito à obtenção da sabedoria, e o
acúmulo dos órgãos dos sentidos fala da intensidade e da sinceridade de sua
busca."... curva-te e inclina os ouvidos; escuta com atenção o que te é
dito, como algo que se reveste do maior momento e importância” (John Gill, in
loc.). Quanto à palavra “atenta”, ver Pro. 4.1,20; 5.1 e 7.24.
Pv
4.21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos. Os olhos e o coração fazem parte
do quadro da mente atenta e da sensibilidade para com a mensagem espiritual,
ditames e promessas da sabedoria e da instrução. Os olhos fixam-se sobre a
sabedoria; não se desviam dela para contemplar algo de menor importância. Em
seguida, o coração (o homem interior, o homem espiritual) aceita a sabedoria. O
coração, pois, torna-se o tesouro da sabedoria. Cf. este versículo com Éxo.
13.16 e também com os “frontais”, que aparecem nesse versículo, onde temos o
mesmo tipo de mensagem insistente no tocante à lei: "... coração, como um
tesouro escondido na câmara mais interior de uma casa (2.1; 3.3,21; Deu. 6.6)”
(Fausset, in loc.). Um bom estudante deve concentrar o coração em sua busca
espiritual. Não se trata de algo que foi adicionado à sua vida. Deve ser a sua
própria vida.
Não
os deixes apartar-se. Cf. Pro. 3,21, cujas notas expositivas também se aplicam
aqui. Quanto a “coração”, ver Pro. 2.2. A palavra “apartar-se" envolve os
afetos da pessoa. O bom estudante deve amar a lei, na qual reside a sabedoria.
Nesse caso, não amará os valores deste mundo.
Pv.
4.22 Porque são vida para quem os acha. Uma vez mais, a sabedoria é aqui
declarada como doadora de vida. Ofereço uma nota de sumário sobre isso em Pro.
4.13. Para que um homem tenha vida longa e próspera, ele precisa também ter boa
saúde; e essa é a razão pela qual temos essa promessa aqui. Oh, Senhor,
concede-nos tal graça. Esse é o sine qua non da vida boa, embora existam
santos, neste mundo, que conseguem viver bem espiritualmente, mesmo na
enfermidade. Por outra parte, se eles estão fazendo isso, então que obtenham por
isso uma recompensa. Oh, Deus, concede-nos boa saúde e vida longa, a fim de que
possamos cumprir nossa missão e ver nossas tarefas terminadas, sem exceção.
Dizer alguém que um homem bom não pode nem deve adoecer é naturalmente uma
proposição extremada e insensata. Pois nas enfermidades mais está envolvido do
que o simples pagar pelos pecados. Além disso, alguns homens bons aparentemente
adoecem e, no entanto, vão para o Senhor, como foi o caso de Paulo (ver II Cor.
12.8). Mas também existem santos que vivem fisicamente bem e usam de sua boa
saúde para o bem. Portanto, Senhor, permite-nos fazer parte da segunda classe,
se, porventura, isso não ferir alguma lei cósmica. E penso que essa é uma
petição que podemos fazer a Deus, razoavelmente, visto que o presente versículo
promete boa saúde àqueles que seguem a vereda da sabedoria. E o homem, por
inteiro, receberá cura, o que deixa entendido que agora uma parte e, depois,
outra, podem sofrer de alguma enfermidade, mas para novo caso de doença haverá
cura da parte do Senhor.
Ele
é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades. (Salmo
103.3)
Ver
I Tim. 4.8, onde se lê que a piedade é proveitosa para tudo. Ela promete a
vida, tanto neste mundo como no outro, e, presumivelmente, está em pauta uma
vida boa, que pode incluir a boa saúde.
Será
isto saúde para o teu corpo, e refrigério para os teus ossos.
(Provérbios
3.8) Palavras
agradáveis são como favo de mel, doces para a alma, e medicina para o corpo.
(Provérbios
16.24)
Este
versículo tem sido espiritualizado a fim de falar do sangue de Cristo como a
panacéia para todos os males humanos."... as doutrinas do evangelho são as
palavras saudáveis de nosso Senhor Jesus. Elas são sãs, salutares e saudáveis,
e servem para manter a alma em bom estado de saúde, como também o corpo” (John
Gill, in loc).
Pv.
4.23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração. O Coração e a
Saúde Espiritual. As emoções e a vontade eram atribuídas, pelos hebreus, ao
coração literal, mas muita coisa também era atribuída ao homem interior, o
homem espiritual, simbolizado pelo coração. O livro de Provérbios usa a palavra
“coração” com o sentido de “fé do coração”, que corresponde à chamada para a
sabedoria. Quando lemos o livro de Provérbios, vemos que o termo “coração” é
usado mais ou menos no mesmo sentido em que usamos esse vocábulo no linguajar
moderno. Aponta para o centro do ser humano, o homem interior, em contraste com
o homem exterior, o homem físico. O coração precisa estar bem com Deus, e essa
é outra maneira de afirmar que devemos ter uma espiritualidade genuína, e não
uma espiritualidade superficial ou hipócrita. Ver Mat. 15.19. Meus amigos, há
cerca de oitenta referências ao coração em Provérbios, e cerca de cem no livro
de Salmos. Convido o leitor a examinar em uma boa concordância todas essas
referências. Dou alguns exemplos do livro de Provérbios: 2.2; 3.1; 4.4;
23.5,12; 10.8; 13.12; 14.33; 16.1 e 23.7.
Porque,
como imagina em sua alma, assim ele é.
(Provérbios
23.7)
Porque
dele procedem as fontes da vida. Tudo quanto faz a vida tornar-se digna de ser
vivida origina-se no homem espiritual e então manifesta-se na vida externa do
homem, de múltiplas maneiras. Estão em pauta todos os valores espirituais de um
homem, bem como os atos daí resultantes. Provavelmente a alusão é a todas as
artérias que, saindo do coração, alcançam todas as partes do corpo e levam
nutrição a partir daquele centro. Como é óbvio, os antigos não tinham
consciência da circulação do sangue, mas sabiam que o coração e o sangue que
percorre o corpo estão, de alguma forma, relacionados. Cf. Mat. 15.19 quanto às
coisas negativas que procedem do coração. “O coração de um homem saudável é um
coração saudável. A vida e o coração de um homem dependem, em grande parte, das
condições de seu coração” (Rolland W. Schloerb, in loc).
Tudo
o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se
algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Filipenses 4.8)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2557.
A
oitava lição (4.20-27)
O
tema é: "Apega-te àquilo que é bom". Contudo, outro apelo para que os
alunos deem ouvidos às instruções transmissoras de vida do mestre (20-22) é
seguido por um apelo para que mantenham o coração (23), a linguagem (24), os
olhos (25) e os pés (26-27) na direção que conduz à vida.
No
verso 21 o mestre demonstra que não é suficiente ouvir instruções sábias: estas
devem ser assimiladas, ponderadas, e entesouradas no centro do ser do homem.
Cf. Sl 119.11 e Lc 2.19. O verso 23 nos fornece a chave para toda esta série de
lições. A sabedoria conduz à vida; mas, fundamentalmente, a sabedoria se
origina, não em seguir uma coleção de sábios preceitos, mas se origina no
coração, o foco da mente e da vontade e a fonte da ação. (Quanto ao sentido de
coração, no hebraico, ver 2.2 e segs.). Israel estava necessitando de um
"coração para que me conheçam" (Jr 24.7). As palavras de nosso
Senhor, sobre essa questão, e que provocaram tal escândalo (Mt 15.10-20) se
baseiam no ensinamento deste versículo. No verso 26, em lugar de pondera é
melhor traduzir "endireita" como diz na Septuaginta e em Hb 12.13.
Atualmente se reconhece que esse é o sentido dessa palavra; a remoção de tudo
quanto pode servir de obstáculo moral é subentendida. Mas isso ainda não é
tudo. O aluno também é recomendado a verificar que seus
caminhos sejam bem ordenados (26). A raiz desta palavra significa "tornar
firme". Tendo sido desimpedida dos obstáculos, a estrada em seguida deve
ser feita firme, e então não se poderá alguém desviar dela (27).
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag. 23-24.
Hb.
4.12 — A palavra de Deus é o padrão de medida que Cristo usará no juízo (2 Co
5.10). A mensagem de Deus é viva e eficaz, penetrando as partes mais íntimas do
ser. Diferencia o que é natural do que é espiritual, assim como os pensamentos (as
reflexões) e as intenções (desejos) de cada pessoa. A palavra de Deus, enfim,
expõe as motivações naturais e as espirituais do coração do crente (Hb 4.7;
3.8,10,12,15; 8.10; 10.16,22; 13.9).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 645.
Hb. 4. 12 Os
versículos décimo segundo e décimo terceiro foram acrescentados para reforçar a
advertência contra seguirmos o péssimo exemplo de desobediência da «geração do
deserto». Esses dois versículos não são uma apóstrofe intercalada de descrição
e louvor à Palavra de Deus, embora também cumpram essa função. O Deus cujo
descanso buscamos receber, nos deu sua palavra poderosa e penetrante ;
facilmente revela a incredulidade e a desobediência, se não nos esforçarmos por
entrar no descanso.
«..palavra de
Deus...» Muito debate tem havido sobre o que significaria
essa expressão.
Abaixo damos as ideias centrais:
1. Alguns limitam a
alusão às Escrituras à o A.T. Apesar de que a Palavra de Deus se acha nela, não
se pode limitar a qualquer documento escrito.
2. Alguns estudiosos,
desconsiderando o fato de que na época ainda não havia cânon do N.T., e que, de
fato, muitos dos livros desse cânon ainda não tinham sido escritos quando foi
composta a epístola aos Hebreus, supõem que o termo «palavra», neste caso, seja
a Bíblia inteira, o Antigo e o Novo Testamentos. Mas nenhum intérprete sério
pode concordar com isso.
3. Há outros
estudiosos que personalizam a «palavra», como se neste caso ela significasse
«Cristo», de acordo com o ensinamento de João 1:1. É verdade que o Cristo deste
tratado tem todas as características do Verbo joanino, e não há que duvidar que
o autor sagrado estava familiarizado com o «Logos» ou «palavra» dos escritos de
Filo. Essa palavra é criadora, orientadora (ver Heb. 1:2,3), ativa em toda a
criação de Deus. No trecho de Heb. 11:1, porém, quando ele fala sobre a criação
como algo produzido pela «palavra de Deus», utiliza-se do termo «rema», e não
da palavra «logos»; mas certamente teria usado esta última palavra se tivesse
querido transmitir ideias filônicas. Os adjetivos usados para descrever a
«Palavra», como viva, ativa, incisiva, que divide alma e espírito, juntas e
medulas, pensamentos e intuitos, não são apropriados para descrever a pessoa de
Cristo. Antes descrevem como os oráculos de Deus, dados de muitos modos, e
através de muitos instrumentos, se comportam. Portanto, apesar de que o Cristo
apresentado pelo autor sagrado é o «Verbo», ele não procurava perpetrar o mesmo
ensino de Filo. Alguns estudiosos têm visto esta epístola aos Hebreus como uma
espécie de passo intermediário, entre os documentos do N.T., na direção da
identificação de Cristo com o «logos», dentro das antigas ideias
filosófico-teológicas, que transparecem no evangelho de João.
De fato, parece que a
questão é justamente essa, embora o autor sagrado não tentasse destacar essa
identificação. O seu Cristo já possuía as qualidades atribuídas ao «logos»,
embora sem ser chamado por esse nome.
Essas considerações
são contrárias ao pensamento que aqui temos em foco a «Palavra» personificada,
a pessoa de Cristo. Naturalmente, é verdade que o Verbo personificado usa os
oráculos de Deus (suas palavras) em sua mensagem aos homens, cumprindo-os com
perfeição, no tocante a quaisquer porções proféticas que se aplicam à sua
própria pessoa.
4. O autor sagrado
indica todos os oráculos de Deus, suas declarações e orientações aos homens,
sem importar a forma em que forem dados. Ele incluía «palavra profética»,
segundo se vê em Heb. 1:1,2; suas palavras de promessa, advertência, juízo e
descanso, conforme nos mostram os capítulos segundo e terceiro. A palavra de
Deus é «geral», Deus falando aos homens, de qualquer modo que ele o queria
fazer. Naturalmente, essa palavra deve ser entendida como algo que recebe
energia da parte do Espírito de Deus; não se trata de mera palavra escrita ou
falada. Pode ser transmitida aos homens sob grande variedade de maneiras:
mediante os profetas, em mensagens faladas; mediante as Escrituras, em
mensagens escritas; mediante o Filho, em sua vida e ministério, mas sempre com
o poder do Espírito : «Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes
a sua voz, não endureçais os vossos corações...» (Heb. 3:7,8). O trecho de Heb.
1:2 mostra-nos que a grande mensagem de Deus está centralizada em Cristo, de
tal modo que ele é a Palavra de Deus. Não há que duvidar que esse é o intuito
desta passagem, embora sem limitar a «palavra» a essa faceta personificada. A
Palavra de Deus, posto estar centralizada em Cristo, inclui o evangelho
cristão, grande parte do qual veio a ser registrado em nosso N.T., embora aqui
não haja qualquer indício de que a palavra de Deus seja esse documento, porque,
ao serem escritas as palavras deste versículo, o N.T. ainda não fora
completado.
«...viva...» O Senhor
Jesus afirmou que as palavras que proferia são espírito e são vida, segundo se
lê em João 6:63, A palavra nos transmite vida por ser usada
pelo Espírito, o qual é o doador da vida. Estando vivas, as declarações divinas
transmitem vida, contanto que sejam aceitas. A palavra de Deus é impulsionada
pelo Espírito Santo; não se trata de nenhuma letra morta. Consideremos os
pontos seguintes:
1. Trata-se da declaração
de uma deidade viva, cujo fito é transmitir sua própria vida aos homens, por
meio de Cristo, o Deus homem (João 5:25,26 e 6:57).
2. Essa palavra é
impelida pela energia divina, o Espírito Santo; portanto, é algo vital e
poderoso, realizando aquilo que lhe compete; não é algo morto, ocioso e
improdutivo. A Palavra de Deus dá vida ou condena, dependendo da obediência e
da fé. 1 «...eficaz...» No grego é usado o termo «energes», que significa
«ativo», «eficaz», «poderoso». Cumpre seus propósitos; não se pode resistir à
Palavra divina. Conforme diz Cotton (in loc.)·. «A Palavra de Deus é forte, com
a força de Deus. Quando ele fala, coisas começam a acontecer. O propósito inteiro
do intérprete deveria ser permitir que a Palavra de Deus chegasse fresca e
clara ao seu povo, pois o seu poder será imediata e poderosamente sentido».
«...assim será a
palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me
apraz, e prosperará naquilo para que a designei» (Isaías 55:11). Não há como
escapar, portanto, de seu escrutínio e poder. Se Deus fizer alguma promessa,
devemos apegarmo-nos a ela; se ele proferir alguma advertência, devemos dar
ouvidos à sua mensagem. Trata-se de uma palavra revestida de sabedoria e graça
infinitas, mas muito exigente,ninguém pode ignorá-la ou dela zombar.
«...cortante...» É
afiada e cortante, penetrante, aguda. Não há «dureza»
que ela não possa
penetrar; não há negligência que ela não possa identificar e condenar; não há
desvio que ela não repreenda; não há desobediência que ela não possa descobrir;
não há desobediência que ela não possa censurar eficaz é severamente; não há segredo
que não possa descobrir. Esse é o tipo de ideia que o autor nos expõe à
atenção. É como uma afiada espada de dois gumes, uma temível arma que corta um
homem em dois de um golpe só. No primeiro século de nossa era os romanos tinham
uma arma formidável: uma espada de bronze, com ambos os fios extremamente
cortantes. Seu desígnio era especialmente o combate de corpo a corpo, um
instrumento versátil que podia cortar com movimento para a frente ou para trás.
A figura simbólica da espada é bem familiar na Bíblia. (Ver Isa. 49:2; Efé.
6:17; Apo. 1:16 e 2:16). Na referência da epístola aos Efésios, a «palavra de
Deus» também é comparada a uma espada. Nessa passagem, trata-se de uma arma
para ser usada pelo crente, no combate contra os inimigos da alma. Neste caso, trata-se
da palavra de Deus que examina os homens, aceitando-os ou rejeitando-os,
aplicando estritamente sua vontade e exigências. A Palavra de Deus desnuda as
ilusões, os ludíbrios, as fraudes e os intuitos humanos. Examina os motivos
humanos; é palavra de sabedoria e justiça infinitas. Filo chamava o Logos de
cortador, com base na ideia que é capaz de cortar o caos existente no mundo,
levando este a ser algo ordeiro e organizado—um cosmos organizado ao invés de
caos. A Palavra de Deus faz isso na vida de todo homem. Revela o que é confuso
e o que é «organizado».
«...penetra...» Tal
como uma espada, que não para ante a resistência da pele, da carne e dos ossos,
assim também a Palavra de Deus revela o coração inteiro, o intuito e o caráter
de um homem. Deixa claro quem é obediente e tem fé, e quem é incrédulo e
desobediente. Revela quem pode entrar no descanso divino e quem deve perecer no
deserto da incredulidade.
« ...dividir alma e
espírito ...» Esta porção do versículo tem sido empregada, com razão ou sem
razão, na controvérsia sobre o problema «tricotomia-dicotomia». O homem se
comporia de dois elementos (dicotomia), isto é, «corpo e espírito»(a «alma»
seria sinônimo deste último), ou se comporia de três elementos (tricotomia,
isto é, «corpo», «alma» e «espírito». Neste último caso, haveria certa
distinção entre duas espécies de energia «espiritual»: a «alma», que teria
consciência sobre as coisas terrenas, e o «espírito», que teria consciência de
Deus, como algo aliado à «razão».
(Notas expositivas
completas sobre esse problema aparecem em I Tes. 5:23, onde é examinada a
natureza metafísica do homem). Porém, não há como resolver essa pendência, com
base nas Escrituras, pois não há informações suficientes sobre a mesma. Os
versículos que parecem estabelecer diferença entre a alma e o espírito são
vistos como duvidosos pela maioria dos eruditos. Entretanto, através de estudos
feitos no campo da parapsicologia, ficou conclusivamente demonstrado que o
homem possui pelo menos três formas distintas de energia, talvez havendo até
maior número de formas. Pelo menos se sabe que há mais de um nível de energia
espiritual no homem, e que um desses níveis está preso à
terra, ao passo que o outro é transcendental. Esses estudos favorecem muito
mais a posição da tricotomia do que a posição da dicotomia; mas é possível que
o homem tenha mais de «três» níveis de energia. As notas expositivas, sobre a referência
aludida, tentam relatar o que já se sabe, dentro de nosso conhecimento
presente. Uma coisa é certa, porém, o homem é mais do que meramente o seu
corpo. (Ver II Cor. 5:8 quanto a uma nota de sumário sobre a «imortalidade». Na
introdução ao comentário são apresentados vários artigos que demonstram a
existência e a sobrevivência da alma ou espírito).
O
presente versículo, apesar de parecer estabelecer certa distinção entre alma e
espírito, não pode ser dogmaticamente pressionado a serviço da posição
tricotômica, porquanto as expressões usadas são poeticamente apresentadas. É
verdade, porém, que se pode estabelecer certa divisão dentro das energias
«espirituais» de um homem. Assim, haveria o «veículo da vitalidade», que
provavelmente seria o responsável pela maioria dos fantasmas, mas que não seria
a verdadeira pessoa, por ser uma espécie de espírito elementar, e o espírito,
que seria a pessoa real, inteligente. Não sabemos até que ponto o autor sagrado
reconhecia essas coisas; mas podemos supor que ele usava uma linguagem
meramente poética, para comentar sobre o poder extremamente penetrante da
«palavra de Deus», sem referir-se a qualquer realidade metafísica que
conhecesse, no tocante à personalidade humana.
«...juntas
e medulas...» Naturalmente, as juntas não estão ligadas à
medula
óssea; e o autor sagrado provavelmente não tinha o intuito de dizer que essas
duas coisas estão juntas, a despeito do fato que, literalmente, sua linguagem
parece indicar isso. Tudo quanto ele queria dizer, bem provavelmente, é que a
agudíssima espada da Palavra de Deus, com um único golpe, pode dividir as
juntas, abrindo até mesmo os ossos e expondo a medula óssea, no seu interior. O
autor sagrado não estava interessado pela fisiologia ou pela psicologia, e não
se preocupava com a exatidão biológica de suas palavras. Meramente empregou
várias expressões poéticas para impressionar seus leitores com o que dizia
sobre o que a Palavra de Deus pode fazer espiritualmente, quão penetrante e
discernidora ela é, do mesmo modo que o corpo físico pode ser cortado por uma
espada cortante.
«...apta
para discernir...» O «homem interior», o «homem essencial», a «alma», é
desnudado perante os olhos perscrutadores de Deus, mediante a instrumentalidade
da Palavra. Não se trata meramente ’de um livro, de algumas declarações, de uma
vibração de ondas sonoras. Aquilo que Deus diz em seu livro, através dos seus
profetas, por meio de Cristo, no evangelho cristão, é ativado pelo Espírito, de
modo a revelar, condenar e julgar, ou então dar promessa e abençoar, dependendo
das condições espirituais do indivíduo.
Desse
modo a hipocrisia se desfaz, o engano é desmascarado. Algumas
vezes
o indivíduo nem compreende claramente seus motivos e intenções.
Ficou
auto-iludido; pensa que é algo, quando ainda não é nada; imagina-se espiritual,
quando ainda é carnal. A história abaixo ilustra o ponto. Certo homem foi
hipnotizado; e, nesse estado, foi-lhe dito que ao despertar tomaria um vaso de
flores da janela, o colocaria em um sofá e se prostraria perante o mesmo por
três vezes. Era um ato totalmente irracional. Ao despertar, segundo ele mesmo
contou, eis o que sucedeu: «Ao despertar, vi o vaso de flores ali; pensei que
fazia frio e que seria bom que o vaso fosse esquentado para que a plantinha não
morresse”. Portanto, embrulhei-o em um pano. Como o sofá estava perto da
lareira, coloquei ali o vaso. E me inclinei porque fiquei satisfeito comigo
mesmo, por ter tido tão brilhante ideia». (W. Fearon Halliday, Psychology and
Religious Experience, pág. 75).
Isso
mostra como um homem geralmente racionaliza os seus motivos, ocultando-os até
mesmo de si próprio, embora esses é que façam dele o que é e o que pratica. A
Palavra de Deus pode dar-nos real discernimento sobre os nossos motivos.
«...coração...»
O «homem interior», o homem essencial, a alma, algumas vezes vista como a
natureza «intelectual» ou «moral» do homem. A Palavra de Deus trata do homem
essencial, do espírito, tal como uma espada corta o corpo físico.
O
ponto deste versículo é que é impossível alguém enganar a Deus. Sua Palavra
revela-nos aquilo que somos. A «geração do deserto» não pode entrar no descanso
de Deus por causa de incredulidade e desobediência.
Nem
podemos nós enganar ao Senhor, se tivermos o mesmo caráter possuído por
aqueles. Se finalmente entrarmos em seu descanso, será porque Deus julgou-nos
dignos de tal. Se desobedecermos e formos incrédulos, sua Palavra se voltará
contra nós e nos desmascarará.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 519-520.
2.
A restauração da instrução doméstica.
Dt.
6-16. Aqui estão os meios para mantermos e guardarmos a fé em nosso coração e
em nosso lugar.
1.
Meditar na Palavra de Deus. Devemos colocar a Palavra de Deus em nosso coração,
para que os nossos pensamentos estejam diariamente ocupados nela.
2.
A educação religiosa das nossas crianças. Devemos repetir os ensinos com
frequência. Sede cuidadosos e precisos no ensino aos vossos filhos. Devemos
ensinar estas coisas a todos os que estiverem, de alguma maneira, sob o nosso
cuidado.
3.
Linguagem piedosa. Devemos falar destes assuntos com a devida reverência e seriedade,
para benefício não somente de nossos filhos, mas também dos nossos servos,
amigos e colegas. Devemos aproveitar todas as ocasiões para discorrer com os
que nos rodeiam, não assuntos duvidosos e discutíveis; porém, a clara verdade e
a lei de Deus, e o que corresponde à nossa paz.
4.
A leitura frequente da Palavra de Deus. Deus mandou que o seu povo escrevesse
as palavras da lei em suas paredes, e em rolos de pergaminho que deveriam levar
pendurados em seus punhos. Esta era uma obrigação que deveria ser cumprida ao
pé da letra pelos judeus, assim como é o plano para nós, a saber, que por todos
os meios devemos nos familiarizar com a Palavra de Deus, para que a utilizemos
em todas as ocasiões, para nos prevenirmos contra o pecado, e sermos guiados em
nosso dever. Jamais devemos nos envergonhar de nossa religião, nem de nos
reconhecermos como sob o seu controle e governo.
Existe
aqui uma advertência: não nos esqueçamos de Deus no dia da prosperidade e da
abundância. Quando tudo lhes era facilitado por dádiva, tinham a tendência de
sentir-se seguros em si mesmos e a esquecer-se de Deus. Portanto, devemos
cuidar para não nos esquecermos do Senhor quando estivermos sãos e salvos.
Quando o mundo sorri, somos propensos a cortejá-lo e esperar que sejamos
felizes nele, e nos esquecemos daquEle que é a nossa única porção e repouso. Em
um momento como este, é necessário muita cautela e atenção. Então tenhamos
cuidado; uma vez que já fomos advertidos quanto ao perigo, estejamos alerta.
"Não
tentarás ao Senhor teu Deus"; não percamos a esperança quanto ao seu poder
e bondade. Enquanto prosseguimos na senda do nosso dever, nem sequer cogitemos
em sair deste caminho.
HENRY.
Matthew. Comentário Bíblico Matthehw
Henry. Editora CPAD. Deuteronômio. pag. 12-13.
Dt.
6.5,6 — Moisés aconselhou repetidamente os israelitas a responderem ao amor de
Deus com devoção. Neste contexto, a palavra traduzida como amor pode também
significar fazer a escolha por. Deus ordenou a Seu povo que o escolhesse com
toda a sua alma, e assim negasse as outras supostas divindades.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 323.
6.6
Estas palavras... no teu coração. As pessoas deviam pensar sobre esses
mandamentos e meditar neles, de modo que a obediência não fosse uma questão de
legalismo formal, mas uma resposta baseada no entendimento. A lei escrita no
coração seria uma caraterística essencial da nova aliança futura (cf. )r
31.33).
6.7
As inculcarás a teus filhos. Os mandamentos deviam ser tema das conversas,
tanto no lar como fora dele, do início ao fim do dia.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 240.
Pv
22.5,6 — E prudente evitar as armadilhas e ciladas na beira da estrada da vida.
Tolo é aquele que ingressa em lugares perigosos sem necessidade, sem saber ou
importar-se com o risco que está correndo.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 979.
Pv.
22.6 caminho em que deve andar. Há apenas uni caminho certo, o caminho de Deus,
o caminha da vicia. Esse caminho está bem detalhado em Provérbios. É
indiscutível que a instrução precoce produz hábitos para toda a viria, por isso
os pais devem insistir nesse caminho, ensinando a Palavra do Deus e reforçando
esse ensino com disciplina amorosa e consistente durante todo o desenvolvimento
da criança.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 821.
3.
A prática da adoração doméstica.
O Culto Doméstico
como um Dever
Dada a importância do
culto doméstico como uma força poderosa em ganhar incontáveis milhões para a
verdade do evangelho ao longo das eras, não deveríamos nos surpreender por Deus
exigir que os cabeças dos lares façam tudo que puderem para conduzir as suas
famílias no culto ao Deus vivo. Josué 24.14-15 diz: “Agora, pois, temei ao
SENHOR e servi-O com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos
quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR.
Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se
aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates (i.e., lá
em Ur dos caldeus) ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais (i.e.,
aqui em Canaã). Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”.
Observe três coisas
nesse texto: Primeiro, Josué não faz da adoração ou do culto a Deus vivo algo
opcional. No v.14, logo depois de ordenar a Israel para que tema ao Senhor, ele
enfatiza imediatamente, no v.15, que o Senhor quer ser adorado e servido
voluntária e deliberadamente pelas nossas famílias.
Em segundo lugar, no
v.15 Josué reforça o ato de culto a Deus nas famílias com o seu próprio
exemplo. O v.1 deixa claro que ele está se dirigindo aos cabeças das famílias.
O v.15 declara que Josué vai fazer aquilo que ele quer que as outras famílias
de Israel façam: “servir ao SENHOR”. Josué tem uma liderança de tal ordem sobre
a sua família que ele fala por toda a sua casa, assim diz ele: “Eu e a minha
casa serviremos ao SENHOR”. Vários fatores reforçam esta ousada declaração:
· Quando Josué declarou isso ele tinha mais de
100 de idade e tem, como ancião, um zelo notável; · Josué sabe que o seu controle direto sobre a
sua família logo findará. Deus havia lhe dito que morreria em breve. Josué, no
entanto, confia que a sua influência há de continuar em sua família e que eles
não deixarão de adorar depois da sua morte; ·
Josué sabe que ainda persiste em Israel muita idolatria. Ele acabara de dizer
ao povo que lançasse fora os seus falsos deuses (v.14). Ele sabe que a sua
família, ao servir ao Senhor, estará remando contra a corrente — apesar disso
ele declara enfaticamente que a sua família vai continuar a fazer assim de
qualquer maneira; · Os registros
históricos mostram que a influência de Josué foi tão ampla que a maior parte da
nação seguiu o seu exemplo ao menos por uma geração. Josué 24.31 diz: “Serviu,
pois, Israel ao SENHOR todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que
ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué (i.e., pela geração
seguinte) e que sabiam todas as obras feitas pelo SENHOR a Israel”. Que
encorajamento para pais que temem a Deus saberem que o culto que estabeleceram
em casa pode durar uma geração após eles!
Em terceiro lugar, a
palavra servir no v.15 é uma palavra abrangente. É, na Escritura, traduzida
muitas vezes como adorar. A palavra original não apenas abrange servir a Deus
em todas as esferas da nossa vida, mas também em atos especiais de adoração.
Aqueles que interpretam as palavras de Josué em termos vagos ou ambíguos perdem
de vista o ensinamento essencial. Josué tinha em mente diversas coisas,
inclusive a obediência a todas as leis cerimoniais que envolviam o sacrifício
de animais que apontavam para o Messias vindouro, cujo sangue do sacrifício
seria, de uma vez por todas, eficaz para pecadores.
Certamente todo
marido, pai e pastor temente a Deus deve dizer com Josué: “Eu e a minha casa
serviremos ao Senhor. Buscaremos ao Senhor, o adoraremos e, como família,
oraremos a Ele. Leremos a Sua Palavra, que é rica em instruções, e reforçaremos
os seus ensinamentos em nossa família”. Cada pai representante precisa entender
que, assim como diz Kelly, “o princípio da representação inerente ao pacto de
Deus no trato com a nossa raça indica que o cabeça de cada casa deve
representar a sua família diante de Deus no culto divino, e que a atmosfera
espiritual e o bem-estar pessoal de cada família em longo prazo será afetado
grandemente pela fidelidade — ou pela sua falta — do cabeça da família nessa
área”.
De acordo com a
Escritura, Deus hoje deveria ser servido por atos especiais de culto nas
famílias nos três modos seguintes:
(1) Instrução diária
na Palavra de Deus. Deus deveria ser cultuado pelas leituras e instruções
diárias da Sua Palavra. Pais e filhos deverão interagir diariamente uns com os
outros através de perguntas, respostas e instruções acerca da Verdade Sagrada.
Como diz Deuteronômio 6.6-7: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no
teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (cf. Dt
11.18-19).
As atividades
ordenadas por esse texto são atividades diárias que acompanham o deitar-se à
noite, o levantar-se pela manhã, o reunir-se à mesa, e o andar pelo caminho.
Numa casa organizada elas ocorrem em ocasiões específicas do dia e dão
oportunidade a momentos diários de instrução regular e consistente.
Moisés não estava
sugerindo uma conversinha, mas a conversação e a instrução diligentes que
brotam do coração ardente de pais e mães. Moisés diz que as palavras de Deus
devem estar no coração do pai. Os pais, genitores, têm o dever de ensinar
diligentemente essas palavras à sua prole.
Um texto paralelo no
Novo Testamento é Efésios 6.4: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à
ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação (i.e., instrução) do Senhor”.
Quando os pais não puderem cumprir pessoalmente esse dever, eles devem
encorajar as suas esposas a realizarem esse preceito. Por exemplo, Timóteo
tirou grande proveito da instrução diária de uma mãe e de uma avó tementes a
Deus.
(2) Orações diárias
dirigidas ao trono de Deus. Jeremias 10.25 diz:
“Derrama a tua
indignação sobre as nações que te não conhecem e sobre as gerações que não
invocam o teu nome” (ARC). Embora seja verdade que no contexto de Jeremias
10.25 a palavra gerações refere-se aos clãs, ela também se aplica a famílias
individuais. Vamos raciocinar partindo do maior para o menor.
Se a ira de Deus se
derrama sobre clãs ou grupo de famílias que negligenciam a oração em
comunidade, quanto mais não se derramará ela sobre as famílias individuais que
se recusam a invocar o Seu nome? Todas as famílias devem invocar o nome de
Deus, senão submeter-se-ão à Sua indignação.
A família deve
reunir-se diariamente para orar, exceto por impedimento previamente planejado.
Considere o Salmo 128.3: “Tua esposa, no interior de tua casa, será como a
videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa”.
As famílias comem e bebem à mesa da provisão diária recebida de um Deus
gracioso. Para fazer isso de modo cristão a família deve seguir I Timóteo 4.4-5:
“pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável,
porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado”. Se se desejar comer
e beber para a glória de Deus (1Co 10.31) e o alimento a ser comido estiver
separado com esse propósito, diz Paulo que é necessário que seja santificado
pela oração; e assim como oramos para que a comida e a bebida sejam santificadas
e abençoadas para a nutrição dos nossos corpos, também devemos orar para que as
bênçãos da Palavra de Deus nutram as nossas almas. “Não só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Dt 8.3; Mt 4.4).
Além disso, as
famílias não cometem pecados diários? Não deveriam, também, buscar o perdão
diário? Deus não as abençoa de muitas maneiras a cada dia? Não deveriam
reconhecer essas bênçãos com ações de graças a cada dia? Não deveriam reconhecê-lo
em todos os seus caminhos, rogando-Lhe para que as conduza por Suas veredas?
Não deveriam se entregar diariamente aos cuidados e proteção de Deus? Como
afirmou Thomas Brooks: “Uma família sem oração é como uma casa sem telhado:
aberta e exposta a tudo quanto é tempestade que cai do céu”.
(3) Louvar
diariamente a Deus com cânticos. Diz o Salmo 118.5: “Nas tendas dos justos há
voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas”.
É uma referência
clara ao cantar. O salmista diz que há (não disse meramente que deveria haver)
este som nas tendas dos justos. Philip Henry, pai do famoso Matthew Henry,
acreditava que esse texto estabelece a base bíblica para o cântico de salmos
nas famílias. Ele argumentava que das tendas dos justos vem o cântico jubiloso.
Isso envolve tanto o cantar em família quanto o cantar no templo. Por isso, o
som da salvação e da alegria deveria ser ouvido diariamente nos lares. De modo
semelhante, diz o Salmo 66.1-2: “Aclamai a Deus, toda a terra.
Salmodiai a glória do
seu nome, dai glória ao seu louvor”. Aqui, o dever de louvar a Deus com
cânticos, impõe-se a todas as terras, a todas as nações, a todas as famílias, a
todas as pessoas. Em segundo lugar os nossos cânticos devem ser os salmos dados
pela inspiração de Deus que manifestam a honra do Seu Nome — o verbo
“salmodiai” (zamar) é raiz da palavra salmo (mizmor), e é vertido por “cantar
salmos” noutro lugares (Sl 105.2; cf. Tg 5.13). Em terceiro lugar, devemos
louvá-lO de modo digno, em alta voz (2Cr 20.19), e com graça no coração (Cl
3.16), fazendo assim o Seu louvor glorioso.
O SENHOR deve ser
adorado diariamente pelo cântico de salmos. Deus é glorificado e as famílias
são edificadas. Como esses cânticos são Palavra de Deus, cantá-los é um meio de
instrução, iluminação e entendimento. Louvar, na medida em que vai aquecendo o
coração, leva à piedade. As graças do Espírito são avivadas em nós e nos
estimulam ao crescimento em graça. “Habite, ricamente, em vós a palavra de
Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a
Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração” (Cl 3.16).
Como chefes de
família temos de pôr em praticar o culto doméstico em casa. Deus exige que O
adoremos não apenas particularmente como pessoas, mas também em público como
membros do corpo e da comunidade da Aliança, e socialmente, como famílias. O
Senhor Jesus é digo disso, a Palavra de Deus o ordena, e a consciência o
reconhece como nosso dever. As nossas famílias devem ser fiéis a Deus. Deus nos
colocou em posição de autoridade para guiarmos os nossos filhos no caminho do
Senhor. Não somos apenas seus amigos e conselheiros; como seus mestres e
senhores no lar o nosso exemplo e liderança são cruciais. Revestidos de santa
autoridade, devemos a nossos filhos o ensinamento profético, a intercessão
sacerdotal e a verdadeira orientação (veja a Pergunta 32 do Catecismo de
Heidelberg). Devemos dirigir o culto doméstico pela Escritura, oração e
cântico.
Os que dentre nós são
pastores, têm a obrigação de informar amorosamente aos chefes de família que
eles devem conduzir as suas casa na adoração a Deus do mesmo modo que Abraão o
fez: “Porque eu o escolhi”, disse Deus, “para que ordene a seus filhos e a sua
casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a
justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a
seu respeito”. (Gn 18.19).
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 6-9.
II - O CULTO NO LAR.
1
- Organizando o culto doméstico.
1. Providências preliminares
a)
Conscientização. Antes de tudo, é necessário e
desejável que os pais conversem com os filhos, principalmente se já são
adolescentes e jovens, mostrando que a partir de determinado momento, os pais
desejam que todos se reúnam para o culto doméstico. Se os filhos são crianças,
os pais devem mostrar sua autoridade com amor, chamando-os para a reunião em
família. Neste caso, o programa do culto precisa ser ameno, agradável e
atraente para as crianças. Os pais devem chamar a atenção dos filhos para os
perigos que rondam seu lar, em todos os momentos. Diz a Bíblia: “Sede sóbrios,
vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Esse bramido diabólico é mais forte e
mais sorrateiro hoje do que nunca.
b)
Superar os obstáculos ao culto doméstico. Os
desencontros de horários da família têm servido para dificultar a realização do
culto doméstico. A vida moderna tem levado a família a viver dispersa, mesmo durante
o dia. Pais trabalham em horários diferentes; filhos estudam em horários
diferentes, em escolas distantes, muitas vezes. Isso faz parte da vida agitada
dos últimos tempos. Os filhos à “roda da mesa”, como diz o Salmo 128.3 torna-se
cada vez mais difícil. Mas esse é apenas um desafio que precisa ser encarado e
vencido com sabedoria, determinação e com a graça de Deus.
Se
possível, é desejável que toda a família esteja reunida, em volta da mesa, ou
na sala de visitas, de maneira informal, mas reverente. Porém, se todos não
puderem reunir-se, por motivo de trabalho ou de estudo, os pais devem combinar
a escolha de um horário em que pelo menos a maior parte dos familiares esteja
presente ao culto doméstico. Outro obstáculo é o cansaço das atividades
diárias. Mas tudo deve ser feito para que o lar tenha o momento de adoração a
Deus. O maior obstáculo, no entanto, é a pouca importância que se dá ao culto
doméstico. As novelas, os filmes, os esportes e outros programas de TV têm mais
valor para muitos cristãos. Filhos passam horas a fio nas redes sociais, e não falta
tempo para isso. M as para a adoração a Deus há muitas desculpas. Um dia,
poderemos ser questionados por Deus.
Os
obstáculos dificultam, mas não devem ser usados como desculpas para a não
realização do culto doméstico. Os obstáculos podem ser vencidos com o Poder do
Espírito Santo e o esforço de todos, principalmente dos líderes do lar (Pai e
mãe). Há tempo para todo propósito (Ec 3.1); Podemos tudo naquele que nos
fortalece (Fp 4.13). O inimigo do lar pode agir com base nas desculpas. É
necessário colocar o culto doméstico como prioridade. Só traz benefícios e
bênçãos para toda a família.
c)
Definir o horário do culto. A duração do culto
não deve passar de quinze a vinte minutos para não se tornar reunião cansativa,
e não haver desculpas de que o culto atrapalha os deveres escolares, as
atividades dos pais, etc. Essa é uma definição importante.
d)
Não impor o culto aos que não são crentes. Há casos em que parte da família não
é cristã. Ou há pessoas afastadas da igreja. Se só os pais são cristãos, eles
devem tomar a decisão de fazer o culto sozinhos, orando pelos filhos para que
eles se voltem para Deus. Se só um membro da família é crente em Jesus, ainda
assim pode ter seu momento devocional a sós com Deus, no seu quarto, ou em
ambiente em que não seja per turbado. Uma irmã idosa, serva de
Deus, disse, num seminário: “Pastor, ninguém lá em casa é crente. Mas eu não
faço o culto sozinha”. Indagamos como ela fazia. E respondeu: “Eu faço com mais
três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Todos acharam interessante a
colocação descontraída mas sincera daquela querida irmã. Ela não se acomodou com
o fato de ter que adorar a Deus em seu lar, sem o apoio e a companhia dos
familiares. Um belo exemplo para quem quer dar desculpas para não fazer o culto
doméstico.
e)
Preparo de materiais para o culto doméstico.
Devem ser providenciadas Harpas Cristãs, cadernos de corinhos, e, de modo
indispensável, Bíblias para todos os membros da família. Na hora do culto, é
interessante desligar os telefones, ou coloca-los em modo silencioso, de modo que
não haja interrupção daqueles preciosos momentos de adoração a Deus no lar. Não
se deixa o telefone ligado numa sala de aula, numa reunião com autoridades. No
culto doméstico, estamos diante do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
2. O roteiro do
culto doméstico
Não
há um roteiro único. O programa simples do culto doméstico pode variar conforme
a realidade da família. Sugerimos a seguir um roteiro básico, que sempre foi
usado em nossa família, e nos trouxe ótimos resultados. Hoje, pela graça e
misericórdia de Deus, podemos dizer: “eu e minha casa servimos ao Senhor”.
a)
Cânticos. Os pais devem providenciar um hinário, a Harpa Cristã, ou um caderno
de corinhos, que sejam bem apreciados pela família. De preferência, cânticos
que não sejam muito longos, tendo em vista o pequeno período do culto. Podem
ser entoados um ou mais cânticos, com equilíbrio, para não ultrapassar o
horário do culto.
b)
Leitura bíblica. Este é um momento especial. O pai ou a mãe, se for líder da
família, escolhe um trecho da Bíblia que seja propício para a edificação dos
filhos. Um salmo, um trecho de Provérbios; uma parábola de Jesus ou outro texto
bíblico que não seja longo. A leitura deve ser realizada, de preferência por
todos os membros da família, cada um lendo um versículo, alternadamente. Esse
tipo de leitura dá oportunidade de unir todos em torno da palavra de Deus. E
ocasião propícia para os pais incentivarem a leitura de toda a Bíblia, a partir
deles e incentivarem os filhos que sabem ler a fazê-lo. Os benefícios serão
eternos.
c)
Comentário bíblico. O pai ou a mãe, conforme o caso, poderá fazer um comentário
rápido e significativo, enfatizando aspectos do texto, e aplicando-os à vida da
família; pode, também, usar o método mais informal do diálogo, fazendo uma ou
mais perguntas sobre o que chamou a atenção dos filhos no texto lido. Há
surpresas interessantes, nas respostas dadas. Nas ocasiões especiais, do
programa da igreja local, enfatizar aspectos relevantes. Dia da Bíblia, Natal
de Jesus, Ano Novo, Santa Ceia, e outros dias considerados solenes.
d)
Pedidos d e oração. Cada um pede por seus problemas e pelos outros; em nossa
experiência, criamos uma “caixinha de oração”, em que cada filho escrevia, num
cartão apropriado, o seu pedido de oração, registrando a data do pedido, que
era lido em todos os cultos; quando a oração era respondida, era anotada a
resposta, no cartão, e dita para que todos tomassem conhecimento. Houve grande
proveito nesse gesto.
Muitas
orações foram respondidas, até mesmo de causas que pareciam “impossíveis”. As
orações não devem ultrapassar cinco a sete minutos.
e)
Oração. Pode ser feita por um membro da família e os outros confirmam com o
“amém”, “assim seja”; ou pode ser feito um rodízio de oração, um após outros,
com a conclusão feita pelo líder da família. Quando os filhos aprendem a orar,
em casa, não têm dificuldade para orar na igreja. “Confessai as vossas culpas
uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um
justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
1221-124.
Pondo
em Prática o Culto Doméstico
Eis
algumas sugestões para auxiliarem a se estabelecer nos lares um culto doméstico
que honre a Deus. Cremos que isso evita dois extremos: a abordagem idealista
que está muito além do alcance até mesmo do lar mais temente a Deus; e a
abordagem minimalista, que abandona o culto doméstico diário porque o ideal parecer
estar bem longe de ser alcançado. Preparando-se para o Culto Doméstico Mesmo
antes de começar o culto doméstico, devemos orar em particular pela bênção de
Deus sobre ele. Em seguida devemos planejar o “o que”, “o onde” e “o quando” do
culto doméstico.
1.
O Quê. Isso inclui, de modo geral, a instrução na Palavra de Deus, orar diante do
trono de Deus e cantar para a glória de Deus. Mas precisamos detalhar mais esses
específicos do culto doméstico.
Primeiro,
tenha Bíblias e exemplares do Saltério e folhas de cânticos para todas as crianças
que sabem ler. Para as criancinhas que ainda não sabem ler, leia alguns
versículos da Escritura e selecione um texto para ser decorado pela família. A
família deve dizê-lo várias vezes em voz alta e então, para ilustrar o texto, reforce-o
com uma breve história da Bíblia. Reserve tempo para ensinar a essas crianças
uma ou duas estrofes de uma seleção do Saltério e encoraje-as a cantá-las com
você.
Para
as criancinhas, experimente utilizar “As Verdades da Palavra de Deus”, com um
guia para professores e pais que ilustra cada uma das doutrinas.
Para
as crianças maiores de nove anos experimente a série “Doutrina da Bíblia” de James
Beeke, que vem com o livro do professor. Em qualquer caso, explique às crianças
aquilo que lê, e faça-lhes uma ou duas perguntas. Depois cante um ou dois
salmos e um hino edificante ou um bom cântico como “Ouse ser como Daniel”.
Conclua com uma oração.
Leia
uma passagem da Escritura para as crianças mais velhas, memorize-a com elas e
faça a aplicação de um provérbio. Pergunte-lhes como é possível aplicar esses
versículos à vida diária, ou talvez leia uma porção dos evangelhos e a sua
seção correspondente nos “Pensamentos Expositivos sobre os Evangelhos” de J. C.
Ryle, que é simples, mas profundo. Seus pontos são claros e ajudam a promover
discussão. Talvez queira ler porções de uma biografia inspiradora. Não permita,
contudo, que a leitura de literatura edificante substitua a leitura da Bíblia e
a as suas aplicações.
“O
Peregrino” e a “Guerra Santa” de John Bunyan, ou as meditações diárias de
Charles Spurgeon são apropriadas a crianças espiritualmente mais conscientes.
Crianças maiores se beneficiarão também do livro de William Jay, “Exercícios
[Espirituais] Matinais e Vespertinos”, do “Tesouro Espiritual” de William
Mason, e do “Porções Matinais e Vespertinas”. Depois dessas leituras cante
alguns salmos conhecidos e talvez aprenda um novo antes de concluir com uma
oração.
Devem-se
usar também os credos e as confissões da igreja. Deve-se ensinar às crianças
menores o Credo dos Apóstolos e a Oração do Senhor. Se você for aderente dos
padrões de Westminster, leve seus filhos a memorizarem o Breve Catecismo pouco
a pouco. Se na sua congregação prega-se o Catecismo de Heidelberg, nos sábados
pela manhã leia o “Dia do Senhor” desse Catecismo que o ministro usará para
pregar à igreja no domingo imediato. Se tiver o Saltério, pode-se usar
ocasionalmente as formas de devoção que se encontram em “Orações Cristãs”.6 O
uso dessas formas em casa dará a você e a seus filhos a oportunidade de aprenderem
a usá-las de modo edificante e proveitoso, habilidades que lhe serão totalmente
proveitosas quando as formas litúrgicas forem usadas como parte do culto
público.
2.
Onde. O culto doméstico pode ser realizado em torno da mesa de jantar; contudo,
pode ser melhor fazê-lo na sala, onde há menos distrações. Seja qual for a
dependência que escolher certifique-se de que tudo de que necessita esteja lá. Antes
de começar retire o telefone do gancho, ou programe o aparelho de fax e a secretária-eletrônica
para receberem as ligações. Seus filhos devem entender que o culto doméstico é
a atividade mais importante de todo o dia e, que não deve ser interrompida por
nada.
3.
Quando. Idealmente, o culto doméstico deveria ocorrer duas vezes ao dia: pela manhã
e ao entardecer. Isso se ajusta melhor às diretrizes bíblicas para o culto tanto
na economia do Velho Testamento — quando o começo e o fim de cada dia eram
santificados pela oferta de sacrifícios matinais e vesperais e também por orações
pela manhã e ao entardecer — quanto na igreja do Novo Testamento, que parece
ter seguido o padrão de orações matinais e vespertinas. O Diretório de Culto de
Westminster declara: “O culto doméstico, que deve ser praticado por todas as
famílias — normalmente pela manhã e ao anoitecer — consiste de oração, leitura
da Escritura e o cântico de louvores”.
Para
algumas famílias o culto doméstico é quase impossível mais que uma vez ao dia,
depois do jantar. De um modo ou de outro, os chefes de família devem estar
atentos aos horários da casa de modo a garantir a participação de todos. Ao programar
o horário da família aplique o princípio de Mateus 6.33 (“buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”).
Mantenha
cuidadosamente o horário do culto doméstico. Se souber com antecipação que, num
certo dia, não será possível realizá-lo no horário normal, redefina o horário
do culto, mas não deixe de cumpri-lo, isso pode cair no costume. Quando
conseguir cumprir os horários que determinou, planeje cuidadosamente e prepare
tudo de antemão para fazer valer cada minuto. Lute contra todos os inimigos do
culto doméstico.
Durante
o Culto Doméstico
Durante
o culto doméstico tenha os seguintes objetivos:
1.
Brevidade. Como disse Richard Cecil; “que o culto doméstico seja curto, saboroso,
terno, celestial”. Cultos domésticos longos demais deixam as crianças inquietas
e pode provocar-lhes a ira.
Se
você realiza o culto doméstico duas vezes no dia, tente dez minutos pela manhã
e um pouco mais à noite. Um período de vinte e cinco minutos de culto doméstico
poderia ser distribuído assim: dez minutos para leitura e instrução bíblica;
cinco minutos para ler uma porção diária ou um livro edificante ou discutir
alguma questão à luz da Bíblia; cinco minutos para cantar; e cinco minutos para
orar.
2.
Coerência. É melhor ter vinte minutos de culto doméstico todo dia do que apelar
para períodos mais extensos em menos dias — digamos, quarenta minutos na
segunda-feira e saltando a terça-feira. O culto doméstico nos proporciona “o maná
que cai todos os dias à porta da tenda, para que as nossas almas se mantenham
vivas”, assim escreveu James W. Alexander em seu excelente livro sobre o culto
doméstico.
Não
admita justificativas para não fazer o culto doméstico. Se perdeu a paciência
com um dos filhos meia hora antes da hora do culto doméstico, não diga: “seria
hipocrisia minha dirigir o culto doméstico, vou deixar de fazê-lo hoje”. Não é
preciso fugir de Deus em tais momentos. Antes, deve voltar-se para Deus como um
publicano arrependido. Comece o momento de culto pedindo a todos aqueles que
testemunharam a sua falta de controle que lhe perdoem, em seguida ore a Deus
para que o perdoe. As crianças lhe respeitarão por isso. Elas tolerarão as
fraquezas e até mesmo os pecados em seus pais, desde que eles confessem os seus
erros e procurem seguir sinceramente o Senhor. Eles e vocês sabem que o sumo
sacerdote do Velho Testamento não era desqualificado por ser pecador, por isso
é que antes de poder oferecer sacrifícios pelos pecados do povo ele era
obrigado a oferecer sacrifícios em favor de si mesmo. Tampouco você e eu somos
desqualificados hoje por causa de pecados confessados, pois a nossa suficiência
está em Cristo e não em nós mesmos. Como disse A. W. Pink: “Não são os pecados do
crente, mas os seus pecados inconfessos, que obstruem o canal da bênção e faz
com que tantos percam o melhor de Deus”.
Dirija
o culto doméstico com mão firme e paternal, e coração sereno e penitente. Mesmo
quando estiver extremamente cansado depois de um dia de trabalho, ore por
forças para levar adiante a sua responsabilidade de pai. Lembre se de que Jesus
Cristo foi à cruz por você cansado ao extremo e exaurido, mas nunca retrocedeu
da Sua missão. Ao negar-se a si mesmo, verá como Ele lhe fortalece durante o
culto doméstico de tal modo que na hora de o encerrar, a sua exaustão estará
superada.
3.
Solenidade esperançosa. “Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor”
é o que nos diz o Salmo 2. No culto doméstico precisamos demonstrar esse equilíbrio
entre esperança e espanto, temor e fé, arrependimento e confiança. Durante este
momento fale naturalmente, mas com reverência, usando o tom que usaria ao falar
com um amigo profundamente respeitável sobre assunto sério.
Espere
por grandes coisas de um grande Deus que é fiel à Aliança.
Sejamos
mais específicos:
1.
Na leitura da Escritura:
· Tenha um plano. Leia dez ou vinte versículos
do Velho Testamento pela manhã e dez ou vinte do Novo Testamento à noite. Ou
então leia séries de parábolas, milagres ou porções biográficas. Leia, por
exemplo, de I Reis 17 a II Reis 2 para estudar o profeta Elias. Ou siga um tema
ao longo da Escritura. Não seria interessante, por exemplo, ler as assim
chamadas “cenas noturnas” — todas as histórias da Escritura que ocorreram à
noite? Ou ler as partes da Escritura que acompanham os sofrimentos de Cristo da
Sua circuncisão ao Seu sepultamento. Ou ler uma série de seleções que salientam
os diversos atributos de Deus? Mas tenha a certeza de ler toda a Bíblia ao
longo de um tempo. Como disse J. C. Ryle: “preencha as suas mentes com a
Escritura. Deixe a Palavra habitar neles ricamente. Dê-lhes a Bíblia, toda a
Bíblia, mesmo sendo jovens”.
· Leve em conta as ocasiões especiais. Aos
domingos pela manhã pode-se querer ler o Salmo 48, 63, 84, 92 ou 118 ou João
20. No Dia do Senhor em que for administrada a Ceia do Senhor leia o Salmo 22,
Isaías 53, Mateus 26 ou parte de João 6. Antes de partir de férias com a
família reúna-a na sala e leia o Salmo 91 ou o Salmo 121. Quando houve alguém
doente na família leia João 11. Quando alguém estiver passando por grande
sofrimento por causa de provação prolongada, leia Isaías 40 a 66. Quando um
crente em Cristo estiver à morte, leia Apocalipse 7.21 e 22.
·
Envolva a família. Cada um dos membros da família que sabe ler deve ter uma
Bíblia para acompanhar a leitura. Leia a Bíblia com expressividade e entonação,
como o livro vivo e cheio de fôlego que é. Designe algumas porções para serem
lidas por sua esposa e seus filhos — inclusive para as crianças em idade
pré-escolar que ainda não sabem ler. Pegue a criança de quatro anos em seu colo
e sussurre algumas palavras ao seu ouvido e peça para que as repita em voz
alta. Um ou dois versos “lidos” dessa maneira são o suficiente para que ela se
sinta incluída na leitura da Bíblia em família.
Crianças
mais velhas poderão ler quatro ou cinco versículos cada uma, ou pode-se
determinar a leitura completa para cada um dos filhos a cada dia. Ensine os
seus filhos como ler articuladamente e com expressão. Não os deixe mastigar as
palavras nem as metralhar de uma vez. Ensine-as a ler com reverência. Ofereça
uma breve palavra de esclarecimento ao longo da leitura, conforme as
necessidades das crianças menores.
· Estimule a leitura e o estudo da Bíblia em
particular. Assegure-se de que você e seus filhos encerrem o dia com a Palavra
de Deus. Você poderia seguir um Calendário para a leitura da Bíblia de modo que
os seus filhos lessem toda a Bíblia por eles mesmo uma vez por ano. Ajude a
cada criança a montar a sua própria biblioteca de livros baseados na Bíblia.
2.
Na instrução bíblica:
· Seja claro. Pergunte se os seus filhos
compreendem aquilo que você está lendo. Seja claro na aplicação dos textos da
Escritura. O Diretório de Culto da Igreja da Escócia (1647) dá aqui o seguinte
conselho:
A
leitura da Escritura em família deve ser algo comum e recomenda se que
conversem sobre ela e que essa discussão leve-os ao bom uso daquilo que foi
lido e ouvido. Por exemplo, se a palavra lida condenou algum pecado deve-se cuidar
para que toda a família esteja prudentemente atenta e vigilante contra ele; se
o texto menciona uma ameaça ou a aplicação dela, toda a família deve temer que
o mesmo juízo, ou pior, caia sobre ela caso não se resguarde do pecado que a motivou;
e, finalmente, se exigiu o cumprimento de uma obrigação ou discorreu sobre uma
promessa, os familiares devem ser estimulados a buscarem de Cristo o
fortalecimento e a capacitação para cumprirem o dever que lhes foi ordenado e
para receberem o consolo oferecido. Em tudo isso o chefe da casa deve ter a
liderança, mas qualquer um dos membros da família pode suscitar questões ou
dúvidas a serem resolvidas.
Encoraje
o diálogo da família em torno da Palavra de Deus conforme o conhecido
procedimento hebraico de perguntas e respostas (cf. Êx 12; Dt 6; Sl 78).
Estimule especialmente os adolescentes a que façam perguntas; ajude-os a se
soltar. Se não souber as respostas, diga-lhes e os encoraje a procurá-las.
Tenha um ou mais comentários à mão, como os de João Calvino, Matthew Poole e
Mathew Henry. Lembre-se: se você não conseguir dar respostas aos seus filhos
eles as conseguirão num outro lugar qualquer — e quase sempre as respostas
erradas.
· Seja puro na doutrina. Tito 2.7 nos diz:
“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade,
reverência, linguagem sadia e irrepreensível”. Não abra mão da precisão
doutrinária quando ensinar os seus filhos pequenos; procure ser simples e
conveniente.
· Seja relevante na aplicação. Quando for
conveniente, não tenha medo de partilhar das suas experiências, mas faça isso
de modo simples. Utilize ilustrações concretas. O ideal seria amarrar as
instruções bíblicas com aquilo que vocês ouviram recentemente nos sermões.
· Seja carinhoso. O livro de Provérbios usa continuamente
a expressão “filho meu”, mostrando o calor, o amor e a importância no
ensinamento de um pai temente a Deus. Quando tiver que infligir as feridas de
um pai-amigo aos seus filhos, faça-o com amor sincero. Diga-lhes que você tem
que comunicar todo o conselho de Deus porque não pode suportar o pensamento de
passar a Eternidade apartado deles. Meu pai sempre nos dizia, entre lágrimas:
“Filhinhos, não posso deixar de ter nenhuma de vocês no céu”.
Diga
aos seus filhos: “nós lhes daremos todos os privilégios que uma Bíblia aberta
nos permitir dar, mas se lhes dissermos não, vocês precisarão entender que isso
vem do nosso amor”. Como disse Ryle: “o amor é o grandioso segredo do
treinamento bem-sucedido. O amor da alma é a alma de todo amor”.
· Exija atenção. Provérbios 4.1 diz: “Ouvi,
filhos, a instrução do pai e estai atentos para conhecerdes o entendimento”.
Pais e mães têm verdades importantes para comunicar. Você deve exigir que se dê
atenção às verdades de Deus em sua casa. No começo isso pode envolver ordens
repetidas como: “Sente-se filho e olhe para mim quando eu falar. Estamos
falando sobre a Palavra de Deus, e Deus merece ser ouvido”. Não deixe que as
crianças saíam de seus lugares durante o culto doméstico.
3.
Na oração:
· Seja breve. Com poucas exceções, não ore por
mais que cinco minutos. Orações tediosas fazem mais mal do que bem. Não ensine
durante a sua oração, Deus não precisa de instrução. Ensine com os olhos
abertos; ore com os olhos fechados.
· Seja simples sem ser superficial. Ore por
coisas das quais os seus filhos já tenham algum conhecimento, mas não permita
que as suas orações se tornem fúteis; não as reduza a pedidos frívolos e
centrados em você mesmo.
· Seja direto. Exponha as suas necessidades
diante de Deus, rogue pelo seu caso e peça misericórdia. Diariamente cite
nominalmente os seus adolescentes e as suas criancinhas e ore pelas suas
necessidades. Isso é muito importante para eles.
· Seja natural, mas solene. Fale com clareza e
reverência. Não fale com voz artificial, aguda ou monótona. Não ore nem alto
nem baixo demais, nem ligeiro nem devagar demais.
· Diversifique. Não ore a mesma coisa todo dia,
isso fica monótono.
Desenvolva
uma oração mais variada trazendo à memória e reforçando os diferentes
ingredientes da oração verdadeira, que são: Invocação, adoração e dependência.
Comece mencionando um ou dois títulos ou atributos de Deus, assim como:
“Gracioso e Santo Deus...”. A isso acrescente a declaração do seu desejo de
adorar a Deus e a sua dependência da assistência dEle à sua oração. Diga, por
exemplo: “Curvamo-nos humildemente diante de Ti, que és digno de ser adorado;
oramos para que as nossas almas sejam elevadas à Tua presença. Assiste-nos com
o Teu Espírito. Auxilia-nos a clamar pelo nome de Jesus Cristo, somente por
quem podemos nos achegar a Ti”.
A
confissão dos pecados da família. Confesse a corrupção da nossa natureza e em
seguida confesse pecados cometidos de fato — especialmente os pecados diários e
os pecados da família. Reconheça o castigo que merecemos das mãos de um Deus
santo, e peça-Lhe para que perdoe todos os seus pecados por causa de Cristo.
Petição
por misericórdia pela família. Peça a Deus para que os livre do pecado e do
mal. Você poderia dizer: “Ó Senhor, perdoa os nossos pecados pelo Teu Filho.
Submete as nossas iniquidades pelo Teu Espírito. Livra-nos da escuridão natural
das nossas mentes e da corrupção dos nossos corações.
Livra-nos
das tentações a que fomos expostos hoje”.
Peça
a Deus para lhe conceder bens espirituais e temporais. Ore para que Ele supra
cada uma das necessidades cotidianas. Ore para que as suas almas estejam
prontas para a eternidade.
Lembre-se
das necessidades familiares e interceda pelos amigos da família. Lembre-se de
orar, em todas essas petições, para que seja feita a vontade de Deus; contudo
não deixe que a sua submissão à vontade de Deus lhe impeça de argumentar com
Deus. Rogue para que Ele ouça as suas petições. Suplique por cada um dos seus
familiares, no caminho deles para a Eternidade. Intercede em favor deles
apelando à Sua misericórdia, ao Seu relacionamento pactual com você e ao
sacrifício de Jesus Cristo.
As
ações de graças como família. Agradeça a Deus pela comida e pela bebida, pelas
misericórdias providenciais, pelas oportunidades espirituais, pela recuperação
de saúde, pelo livramento do mal. Confesse: “As Tuas misericórdias são a causa
de não sermos consumidos como família”.
Lembre-se
da resposta à Pergunta 116 do Catecismo de Heidelberg, que diz:
“Deus
só concederá a Sua graça e o Espírito Santo àqueles que constante e sinceramente
Lhe pedem esses dons e que Lhe são gratos por eles”.
Conclusão.
Bendiga a Deus por Ele ser quem Ele é e pelo que tem feito. Rogue para que o
Seu reino, poder e glória sejam sempre manifestos. Depois conclua com um
“amém”, que significa: “com certeza será assim”.
Matthew
Henry disse que o culto doméstico matinal é um momento especial de louvor e
para suplicar por forças para o dia e pela bênção divina sobre as suas
atividades. O culto doméstico à noite deveria enfocar a gratidão, a reflexão
penitente e as súplicas humildes pela noite.
4.
No cantar:
· Cante cânticos doutrinariamente puros. Não há
justificativa para cantar erros doutrinais por mais atraente que seja a
melodia.
· Cante os salmos primeiro e antes de qualquer
outra coisa, cante hinos edificantes. Lembre-se que os salmos — chamados por
Calvino de “a anatomia de todas as partes da alma” — são a mina do ouro mais
rico e da piedade bíblica profunda, viva e experimental à nossa disposição
ainda hoje.
· Cante salmos simples, se tiver filhos
pequenos. Quando selecionar um salmo para cantar procure por aqueles que as
crianças podem lidar com facilidade, e por cânticos de particular importância
para o conhecimento delas. Escolha cânticos que expressem a necessidade delas
se arrependerem, de terem fé e de renovarem o coração e a vida. Escolha aqueles
que revelam o amor de Deus por Seu povo e o amor de Cristo pelos cordeiros do
Seu rebanho; ou ainda que os faça lembrar dos seus privilégios e deveres pactuais.
As letras devem ser simples e claras e a melodia fácil de cantar.
Por
exemplo, veja no Saltério o número 53: “O Senhor é o meu Pastor e nada me
faltará”. O texto é simples o suficiente para qualquer criança que já aprendeu
a falar; só existem três palavras de mais de duas sílabas (justiça, transborda,
eternamente). Palavras como “justiça”, “bondade” e “misericórdia” devem ser
apontadas e explicadas antes. Não se esqueça de começar dizendo às crianças que
um pastor é alguém que toma conta das ovelhas que ele tem e que ama! Não é sábio
assumir que essas coisas são suficientemente claras e auto evidentes.
· Cante de todo coração e com sentimento.
Segundo diz Colossenses 3.23: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração,
como para o Senhor e não para homens”. Medite nas palavras que está cantando.
Discuta ocasionalmente alguma frase cantada.
Depois
do Culto Doméstico
Quando
se recolher à noite ore para que Deus abençoe o culto doméstico: “Senhor, usa a
instrução para salvar a nossos filhos e para fazê-los crescer em graça e
colocarem a sua esperança em Ti. Usa o nosso louvor ao Teu nome para que o Teu
nome, o Teu Filho e o Teu Espírito sejam amados por suas almas imortais. Usa as
nossas orações vacilantes para trazer os nossos filhos ao arrependimento.
Senhor Jesus Cristo, sopra sobre a nossa família nesse momento de adoração o
Teu Espírito e a Tua Palavra. Que estes sejam momentos de concessão de vida”.
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 10-17.
2.
Ganhando os que ainda não são crentes.
Jó.
1.4. Seus filhos iam às casas uns dos outros. Jó era homem ativo, que se
movimentava e ia a muitos lugares, realizava muitas coisas e era bem-sucedido
em tudo quanto fazia. Seus filhos eram honrados pelos vizinhos, sendo
convidados para muitas festas, e as filhas (bonitas, sem dúvida) eram favorecidas,
sendo convidadas para os lares de criadores de gado e fazendeiros prósperos,
cujos filhos queriam tê-las como esposas. Essa “situação familiar" ajudava
Jó a prosperar cada vez mais. O texto, contudo, não dá a entender “prazeres
descuidados", que poderiam fazer parte da queda de Jó, conforme uma de
minhas fontes pretende. Peio contrário, Jó tinha uma boa família que era
querida pelos seus vizinhos. Nenhum de seus filhos dava trabalho e todos
seguiam o seu bom exemplo. Naturalmente, quando a tribulação chegou, sua
família foi avassalada, mas isso foi resultado do sofrimento de Jó, não a
causa. A pergunta que o autor sagrado apresenta é: “Por que os inocentes
sofrem?”. Ele não falará sobre carma.
O
autor sagrado enfatiza “o amor e a harmonia dos membros da família de Jó, em
contraste com a mina que logo interrompeu tão bela cena de felicidade... A
narrativa dá a entender que a série de festas eram os aniversários de cada
filho ou filha” (Jamielson, in loc.). É possível que tais celebrações fossem
confinadas a tempos específicos, provavelmente a festas de sete dias, nas quais
mais de uma pessoa era honrada.
“Os
filhos desse príncipe edomita eram, ao que tudo indica, solteiros, e, no
entanto, cada um deles mantinha sua casa de uma maneira real (cf. II Sam. 13.7;
14.28
ss.). Tão incomum era a harmonia fraterna, que regularmente eles se reuniam
para ter banquetes em família, para os quais convidavam seus irmãos, costume
excepcional no antigo Oriente" (Samuel Terrien, in loc.).
Jó.
1.5. Chamava Jó a seus filhos e os santificava. Jó era homem piedoso, e assim
fazia com que aquelas muitas festas se tomassem ocasiões de observância
religiosa com o apropriado cerimonial de purificações e sacrifícios. Jó queria
ter certeza de que, se algum de seus filhos tivesse pecado, esse pecado seria
expiado, e nenhum empecilho viria de alguma inadequação espiritual. Ele se
preocupava com que nenhum de seus filhos viesse a amaldiçoar secretamente a
Deus. Ele considerava cuidadosamente o bem-estar espiritual de sua família. O autor
sagrado nos diz que Jó era próspero e piedoso, e que a tragédia atingiria um
homem inocente; de nós espera-se que perguntemos: “Por quê?". Jó era um
homem muito rico, porquanto era rico tanto espiritual quanto materialmente. A
prosperidade sempre arrasta sua própria ameaça. Os ricos acabam por voltar-se à
idolatria de muitas espédes, literais e espirituais. Mas não era esse o caso de
Jó. Ele provou que é melhor um crente ser rico do que pobre, e que o homem
espiritual não tem dificuldade para manusear dinheiro, que, afinal, pode ser
uma fonte de sen/iço espiritual.
Os
Sacerdotes da Família. Sabemos que originalmente o pai era o sacerdote da
família. Mais tarde, entre o povo hebreu, surgiu o clã sacerdotal, os levitas,
o que transformou a tribo deles em uma casta religiosa. Portanto, muitos dos
deveres que cabiam antes aos sacerdotes foram formalizados em adoração pública.
Mas a história de Jó é posta dentro do período patriarcal, quando o chefe de
uma
família
era também o sacerdote da família. Sem dúvida, é isso o que está por trás da
cena referida neste versículo, onde Jó oferece pessoalmente os devidos
sacrifícios. Presumimos que o autor sacro esteja atribuindo à sociedade árabe o
tipo de condições que existiam na sociedade hebreia. Os árabes, afinal, eram
filhos de Abraão e tinham as mesmas tradições essenciais dos hebreus.
E
blasfemado contra Deus em seu coração. Cf. Jó 2.6,9. Satanás supunha que os
homens dotados de riquezas, até mesmo o piedoso Jó, privados de seus bens
materiais e de seus familiares, transformar-se-iam em amaldiçoadores de Deus.
O
Drama no Céu: Deus e Satanás Disputam sobre Jó (1.6-12)
Yahweh
Recomenda Jó; Primeiro Ato do Drama (1.6-8)
Jó
era elogiado pelos homens, e também foi elogiado por Deus. O Adversário
(Satanás), em suas andanças pela terra, tinha observado Jó, aquele grande
homem, mas não demonstrou respeito por ele e duvidou da autenticidade de sua
espiritualidade, questionando a avaliação feita por Deus.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1864.
Jó.
1.4 — Cada filho de Jó participava de um banquete com seus irmãos, cada um no
seu dia. Esta expressão pode referir-se à comemoração de aniversário. No
entanto, o contexto do versículo 5 pode indicar um ciclo regular de
festividades e banquetes, talvez semanal ou sazonal.
Jó.
1.5 — Quando Jó santificava seus filhos por meio das orações e dos holocaustos
que oferecia a Deus a favor deles, cumpria um papel de intercessor; assim como
quando orou por seus amigos no epílogo
(Jó 42.10). Quanto à expressão blasfemaram de Deus, o texto original em
hebraico registra não bendizer a Deus — provavelmente um eufemismo de
amaldiçoar, uma substituição feita por um escriba hebreu por não suportar
escrever a palavra blasfemaram próxima ao nome divino.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 784.
Mc.
12.30,31 — O primeiro mandamento resume os quatro primeiros dos Dez Mandamentos.
O segundo é a base dos mandamentos que vão do quinto ao décimo e referem-se à
maneira como lidamos com nosso semelhante. Alguns estudiosos tentaram encontrar
um terceiro mandamento: “ame a si mesmo”. No entanto, isso não
é um mandamento, mas algo óbvio. Nós nos amamos mesmo. E por isso que corremos
para pegar a caixinha de primeiros socorros quando nos machucamos.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 123-124.
Mc.12.29-31
- As leis de Deus não são difíceis de serem cumpridas: podem ser resumidas em
dois princípios muito simples: amar a Deus e ao próximo. Estes mandamentos
estão no AT (Dt 6.5: Lv 19.18). Quando você ama a Deus completamente e cuida do
próximo como de si mesmo, está cumprindo os Dez Manda mentos e outras leis do
AT. De acordo com Jesus, esses dois mandamentos resumem todas as leis de Deus.
Deixe que elas governem seus pensamentos, suas decisões e ações. Quando não
tiver certeza do que deve fazer, pergunte a si mesmo o que demonstrará melhor
seu amor por Deus e pelo próximo.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
120.
3
- Eu e minha casa servindo ao Senhor.
Objeções
ao Culto Doméstico
Algumas
pessoas citam as seguintes razões contra o culto doméstico em momentos
regulares:
· Não existe na Bíblia nenhum mandamento
explícito para se fazer o culto doméstico. Embora não haja uma ordenança
explícita, os textos citados anteriormente deixam claro que as famílias
adorariam a Deus diariamente.
· A nossa família não tem tempo para isso. Se
vocês têm tempo para recreações e diversões, mas não têm tempo para o culto
doméstico, pensem em II Timóteo 3.4-5, que adverte contra as pessoas que amam mais
os prazeres do que a Deus; elas têm forma de piedade, mas negam o seu poder. O
tempo tirado das atividades e negócios familiares para se buscar a bênção de
Deus jamais é um desperdício. Se levarmos a sério a Palavra de Deus, haveremos
de dizer: “Não posso, em minha família, deixar de dar prioridade a Deus e à Sua
Palavra”. Uma vez Samuel Davis disse o seguinte: “Se vocês fossem criados
apenas para esse mundo essa objeção teria alguma força, mas como uma objeção assim
soa tão estranhamente vinda de um herdeiro da eternidade! Digam-me por favor,
para que é que lhes foi dado tempo? Não foi, principalmente, para que se
preparassem para a eternidade? E vocês não têm tempo para aquilo que é a maior
ocupação de todas as suas vidas?”.
· Nem sempre é possível estarmos todos juntos.
Se vocês têm horários conflitantes — particularmente quando os filhos mais
velhos estão na faculdade — devem fazer o melhor que puderem. Não cancelem o
culto doméstico se algum dos filhos não estiver em casa. Faça o culto doméstico
quando a maior parte da família estiver presente. Se houver choque de horário
transfira ou cancele a atividade que ameaça o culto, se possível. O culto
doméstico deveria ser um evento não-negociável. Negócios, passa-tempos,
esportes e atividades escolares são secundários ao culto doméstico.
· A nossa família é pequena demais. Richard
Baxter disse que para formar uma família basta apenas um que governe e um que
seja governado. Vocês só precisam de dois para fazer o culto doméstico.
Como
disse Jesus: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no
meio deles” (Mt 18.20).
· A nossa família é muito diversificada para
que todos se beneficiem. Faça um plano que cubra todas as idades. Leia um livro
de histórias da Bíblia para as crianças pequenas, faça a aplicação de um
provérbio para os mais velhos, e leia uma ou duas páginas de um livro para adolescentes.
Um plano sábio pode superar as diversidades etárias. Além disso a variação nas
crianças só afeta diretamente cerca de um terço do culto doméstico, não
interfere em orar e louvar. Todas as faixas etárias podem cantar e orar juntas.
Mas, lembre-se também que a instrução bíblica não tem obrigatoriamente de ser
aplicável diretamente a todos os presentes. Quando você estiver ensinando aos
adolescentes mais velhos, as crianças menores estarão aprendendo a ficar
quietas.
Contudo,
não estenda demais a discussão, senão não conseguirá manter o interesse de
todos. Se os adolescentes quiserem continuar a conversa, recomece-a depois de
ter encerrado com uma oração e de ter dispensado os pequenos. Semelhantemente,
enquanto você ensina aos pequenos, os mais velhos estão ouvindo. Eles também
estão aprendendo pelo exemplo como ensinar às crianças menores. Quando casarem
e tiverem filhos vão se lembrar de como você conduzia o culto doméstico.
· Não sou bom em liderar a nossa família no
culto. Eis algumas sugestões. Primeiro, leia um ou dois livros sobre o culto
doméstico como aqueles escritos por James W. Alexander, Matthew Henry, John Howe,
George Whitefield, Douglas Kelly e Jerry Marcellino.17 Use bem o livro de Terry
L. Jonhson, O Livro de Culto da Família: livro de referência para as devoções
em família (The Family Worship Book: A Resourse Book for Family Devotions).18
Em segundo lugar peça orientação a pastores e pais que temam a Deus.
Pergunte-lhes se podem lhe visitar e se também podem lhe mostrar como conduzir
o culto doméstico, ou se podem lhe observar e dar sugestões. Terceiro, comece com
o básico. Creio que vocês já estejam lendo as Escrituras e orando juntos.
Senão, comece a fazer isso. Se já estão lendo e orando juntos acrescente uma ou
duas perguntas à porção lida e cante alguns salmos e hinos. Vá aumentando um ou
dois minutos a cada semana até que cheguem aos vinte minutos. A sua habilidade
crescerá com a prática. É como disse George Whitefield: “o coração corretamente
motivado não requer habilidades incomuns para realizar o culto doméstico de
maneira decente e edificante”.19 E o mais importante, peça ao Espírito Santo para
Lhe mostrar como fazê-lo, e assim a boca fala daquilo que está cheio o coração.
Como afirma Provérbios 16.23: “o coração do sábio é mestre de sua boca e
aumenta a persuasão nos seus lábios”. Será que o nosso verdadeiro problema com
o culto doméstico não seria menos a nossa incapacidade de orar, ler e instruir
e mais o deixarmos de nos apegar com entendimento às extraordinárias promessas
e poder que Deus nos concedeu para moldarmos os Seus filhos da Aliança para a Sua
glória?
· Alguns dos nossos familiares não irão
participar. É possível haver famílias em que seja difícil fazer o culto
doméstico; esses casos, no entanto, são raros. Se você tiver filhos difíceis,
siga uma regra simples: sem Escritura, sem louvor e sem oração, quer dizer sem
comida. Diga: “Nesta casa, serviremos ao Senhor. Todos nós respiramos, por isso
todos em nossa casa têm que louvar ao Senhor”. O Salmo 150.6 não faz exceção,
nem mesmo para os filhos não convertidos. Ele diz: “Todo ser que respira louve
ao SENHOR. Aleluia!”.
· Não queremos tornar os nossos filhos não
convertidos em hipócritas.
Um
pecado não justifica o outro. O padrão mental que apresenta essa objeção é
perigoso. Quem não é convertido jamais poderá recorrer à condição de inconverso
para negligenciar um dever. Não encoraje os seus filhos a usarem essa desculpa
para fugirem do culto doméstico. Enfatize a necessidade que têm de utilizarem
todos os meios de graça.
· Eu sou desentoado. Estimule os seus filhos a
aprenderem a tocar piano ou órgão. Ou grave alguns salmos e hinos numa fita,
digite as letras e acompanhe a gravação em conjunto com a sua família. O uso da
música foi um dos pontos fortes dos reformadores. Lutero disse: “Aquele que não
percebe o dom e a perfeita sabedoria de Deus nas Sua maravilhosas obras
musicais, é mesmo um tolo, e não é digno ser considerado homem”.
BEEKE. Dr. Joel. O Culto Doméstico. pag. 17-20.
Dt.
6.7 — E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. A revelação de Deus seria
uma coisa tão importante para uma família dedicada ao Senhor que os mais velhos
poderiam falar naturalmente do Criador enquanto
estivessem desempenhando outras atividades.
Dt.
6.8,9 — Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre
os teus olhos. Nos anos posteriores, os judeus interpretaram literalmente essas
instruções. Eles orientaram os homens a usarem os filactérios1 quando orassem
(Mt 23.5). Em todo caso, a ideia era as leis de Deus estarem na mente e na mão
das pessoas o tempo todo (compare com Êx 13.9,16; Pv 3.3;6.21). Havia também o
ensinamento e as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Isso
porque, no costume judaico, é comum fixar uma pequena caixa, chamada mezuzá,
nos batentes das portas. Dentro dela é colocado um pequeno rolo em que está escrito
o texto de Deuteronômio 6.4-9; 11.13-21, e o nome de Deus Shaddai.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 323-324.
Também
as atarás... na tua mão (8). Os judeus antigos, interpretando à letra este
versículo, encerraram em pequenas caixas, chamadas filactérios, alguns passos
escritos da Lei, que atavam depois à cabeça ou às mãos. Cf. Mt 23.5; 11.20
nota; 17.18 nota.
Escreverás
(9). Também se alude à escrita da Lei em 4.13; 5.22; 9.10; 10.2,4; 11.20;
17.18; 24.1; 27.3,8; 28.58,61; 29.20-21,27; 30.10; 31.9,19,22,24. Tais
referências foram outrora consideradas anacrônicas, mas escavações recentes
trouxeram a lume documentos irrefutáveis a comprovar a larga utilização da
escrita no tempo de Moisés, embora cuneiforme ou à base do primitiva alfabeto
hebraico. Moisés aprendeu a escrever provavelmente no Egito (At 7.22). Josué
devia também saber escrever, como tantos outros israelitas, apesar de ser
frequente nesse tempo o emprego de "escribas" ou
"copistas".
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Deuteronômio. pag. 33.
7a.
Tu as inculcarás a teus filhos. O caráter familiar da administração
convencional exige que os filhos sejam educados sob o governo das estipulações
(cons. 20 e segs.). Dia e noite os crentes deviam meditar nas leis de Deus (vs.
7b-9; cons. Sl. 1:2). Moisés não estava aqui fazendo exigências cerimoniais,
mas elaborando com dados concretos a exigência de uma constante focalização de
solicitude com a boa vontade do Senhor de Israel.
9.
Umbrais . . . portas. Estas palavras refletem o costume arquitetural do mundo
nos dias de Moisés. Para o uso figurado desta linguagem, veja Êx. 13:9,16. Uma
prática literal das injunções de Dt. 6:8, 9 entraram na moda entre os judeus
posteriormente, na forma de filactérios usados pelas pessoas (cons. Mt. 23:5) e
o mezuzah afixado nos umbrais.
MOODY.
Comentário Bíblico Moody.
Deuteronômio. pag. 23.
1
Tm 1.2 — Timóteo foi um jovem cristão, de Listra, que viajou e atuou junto com
Paulo durante sua segunda e terceira viagens missionárias (At 16.2,3). Verdadeiro
filho se refere ao filho legítimo, que possuía todos os direitos e privilégios
como membro da família. Paulo queria mostrar que aceitava totalmente Timóteo
como cristão, como filho na fé. A saudação graça (gr. charis) era o olá dos
gregos.
Mas
significa receber o que não se merece. A salvação em Cristo é pela graça (Ef
2.8,9). Misericórdia (gr. eleos) significa não receber [a punição] que na
verdade se mereceria. Somente nas epístolas pastorais Paulo quebra seu padrão
usual de saudar com a expressão graça e paz, incluindo, na saudação, também
misericórdia. Evangelistas e pregadores, certamente, precisam de misericórdia. Paz
(gr. eirenê) significa reunir o que foi separado. Cristo é a nossa paz (Ef
2.14), porque nos une a Deus.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 586.
1:2:
α Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: grata, misericórdia e paz da parte de Deus
Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
«.Timóteo.»
As cartas pastorais foram enviadas a dois crentes individuais, isto é, Timóteo
e Tito; ainda assim seria correto dizermos que essas epístolas foram dirigidas
a uma classe de pessoas, a saber, os líderes da igreja, os pastores é diáconos,
e, mais especificamente ainda, aqueles «pastores» que foram revestidos de uma
autoridade que vai além de uma só comunidade cristã, estendendo-se a outras
comunidades idênticas, mais ou menos a função atribuída ao termo bispo, hoje em
dia. Pode-se observar que Timóteo é visto como quem tinha autoridade de nomear
outros pastores, que servissem em suas respectivas áreas. Timóteo figura como o
bispo ideal, em relação à sua igreja e à área geral em derredor, como Éfeso e
os territórios circunvizinhos, pois em cada cidade principal havia uma
comunidade cristã. Tito, por outro lado, é visto como o «bispo missionário»
ideal, que trabalha em uma área onde novas igrejas estão sendo iniciadas, e
onde aquelas que existem na sede ainda são fracas e problemáticas. A essas
«classes» de líderes cristãos é que as «epístolas pastorais» são
particularmente dirigidas; mas também, de modo geral, elas são dirigidas ao
«ministério» da igreja.
«...verdadeiro
filho na fé...» Com base no décimo sexto capítulo do livro de Atos e outros
trechos bíblicos, onde Timóteo é mencionado, não se pode obter a ideia que
Timóteo era um dos convertidos de Paulo, e, sim, que o apóstolo já o conheceu
convertido ao evangelho, visto que, por assim dizer, procedia de uma «família
crente». Somente nas epístolas pastorais é que encontramos a ideia que ele era,
realmente, um dos convertidos de Paulo. Como e quando isso aconteceu, o livro
de Atos não nos fornece a mínima ideia. Mas o trecho de II Tim. 1:5 mostra-nos
que Timóteo pertencia a uma família piedosa, desde sua avó, Loide, passando por
sua mãe, Eunice, mulheres de notável fé no Senhor. Não há que duvidar que,
antes de tudo, eram judias piedosas, que em seguida se
converteram ao cristianismo, o que, como é claro, serviu de extraordinário
avanço em sua fé e expressão espiritual. Timóteo, pois, seguiu as pegadas de
sua avó e de sua mãe, o que demonstra o grande poder do exemplo. (Quanto a
notas expositivas sobre isso, ver I Cor. 1 1 :1). Um pai deve três coisas a
seus filhos: exemplo, exemplo, exemplo. E isso era o que Paulo, como pai
espiritual de Timóteo, deu a ele—uma herança incalculável.
«...verdadeiro
filho...» porque não havia dúvidas quanto à genuinidade de sua fé em Cristo, em
seu discipulado cristão. Timóteo se tornara companheiro de viagens de Paulo, um
cooperador responsável, sendo considerado com o pessoa de elevados méritos e de
grande utilidade, conforme se vê nos seguintes trechos: II Cor. 1:1; Col. 1:1;
Fil. 1:1; I Tes. 1:1 e II Tes. 1:1. Deve-se notar que seu nome é incluído,
juntamente com o de Paulo, c om o um dos enviadores das epístolas imediatamente
mencionadas; e dificilmente Paulo lhe teria d ad o essa honra se não considerasse
um valioso cooperador do evangelho, um elemento de considerável
responsabilidade. Em Fil. 2:22, Timóteo é referido como alguém que servia a
Paulo como um filho a seu pai. Todavia, há outras interpretações sobre a
expressão «verdadeiro filho», aplicada a Timóteo: 1. Timóteo era filho de mãe
judia e de pai grego (ver Atos 16:1). Isso de acordo com a lei judaica, fazia
dele um filho « ilegítimo », embora o cristianismo não tivesse essa atitude,
segundo se vê em I Cor. 7:14. Todavia, sua «legitimidade» deve ser considerada
como algo que ocorria na área da fé cristã, em seu «nascimento espiritual».
Essa interpretação se afasta muito da realidade do caso.
2.
Essa expressão poderia ser usada no sentido de alguém que prestava obediência
especial e valiosa a um líder espiritual, mais ou menos como os judeus chamavam
os seguidores ou estudantes de um rabino, que eram chamados de seus «filhos».
Naturalmente, isso não subentenderia, necessariamente, qualquer «conversão» do
estudante por parte do rabino; mas, no terreno espiritual, ainda
assim manteriam certa espécie de relação paterno-filial. Todavia, o sentido
neotestamentário comum mui provavelmente é o significado aqui tencionado:
Timóteo é apresentado aqui como um dos convertidos de Paulo. Outro tanto é dito
acerca de Tito, em Tito 1:4. Paulo se referia a todos os crentes como seus
«filhos amados», segundo se lê em I Cor. 4:14-17; e embora nem todos se
tivessem convertido através de seus esforços, todos mantinham para com ele uma
espécie de filiação espiritual, porque ele era apóstolo dos gentios e
trabalhara durante ano e meio na cidade de Corinto.
«...na
fé...» 'A s «epístolas pastorais», em contraste com o uso neotestamentário
normal, empregam frequentemente esse termo, em sentido «objetivo». Aqui, por
exemplo, mui provavelmente a «fé cristã», está em foco, o «sistema cristão»,
como uma entidade espiritual distintiva. Mas normalmente a palavra «fé» é usada
em sentido «subjetivo », isto é, dedicação pessoal da alma a Cristo,
dependência a ele, o ato da pessoa que «confia em» Cristo. (Ver Heb. 11:1
quanto a notas expositivas completas sobre a «fé»). Entretanto, fica entendido
o sentido «subjetivo», quando o sentido «objetivo» é usado, porquanto não
haveria fé cristã se não houvesse crentes. Portanto, todo uso objetivo
subentende o uso subjetivo, ainda que não seja salientado particularmente isso.
E esse sentido «objetivo» é frequentemente usado nas «epístolas pastorais».
(Comparar com outros casos possíveis: I Tm. 1:19; 3:9; 13; 4:1; 5:8; 6:10;21;
II Tim. 3:8; 4:7; Tito 1:4,13 e 3:15)!
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 277-278.
2
Tm 1.2 — Meu amado filho. Na primeira carta a Timóteo, Paulo refere-se a ele
como meu verdadeiro filho nafé (1 Tm 1.2). O profundo amor e a consideração de
Paulo por esse seu discípulo são demonstrados nesta segunda carta.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 606.
Js.
24.14,15 - As palavras de Josué nestes versículos contêm um raro apelo para que
Israel escolhesse entre Deus e os muitos falsos substitutos.
Caso
o povo não optasse por Deus, escolheria entre os deuses que seus ancestrais
serviram ou os deuses dos amorreus (isto é, os cananeus). E claro
que tal apelo é retórico. Da perspectiva do Senhor havia apenas uma opção. Com
suas palavras famosas, Josué depôs, de forma clara e inequívoca, a favor de
Deus. Assim, ele exibiu as perfeitas ações de um líder, estando disposto a seguir
em frente e comprometer-se com a verdade apesar das inclinações do povo. O
enfático exemplo de Josué, sem dúvida, encorajou muitos a seguirem as
afirmações dos versículos 16 a 18.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 399.
III - BÊNÇÃOS ADVINDAS DO CULTO DOMÉSTICO
1.
Fortalece os laços familiares.
São
inúmeras as bênçãos de Deus sobre a família que realiza o culto doméstico. Com
ele, o altar da adoração supera o “altar da televisão”.
Quando
realizado desde que os filhos são pequenos, são indeléveis as marcas impressas
em suas mentes para toda a vida. Até aos sete anos, a personalidade já está
definida, segundo psicólogos. Crianças que participam da reunião em família,
louvando a Deus, lendo a Bíblia, ou mesmo apenas ouvindo por causa da pouca
idade, e veem seus pais orando com elas, certamente terão menos probabilidade
de se desviarem dos caminhos do Senhor.
O
culto doméstico não se destina apenas a crianças. Adolescentes e jovens
precisam muito desse momento especial, na sua formação espiritual. É por falta
de culto doméstico que grande parte dos filhos de cristãos está no mundo,
envolvida no sexo ilícito, nos vícios e na delinquência. Muitos pais dormiram e
se descuidaram de zelar pelos filhos que são “herança do Senhor”. Os benefícios
são evidentes para os lares onde, diariamente, louva-se a Deus, lê-se a sua
palavra e fazem-se orações.
Jesus
se faz presente no lar.
Falando
a seus discípulos, o Senhor prometeu: “Porque onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Pode haver
convidado mais importante do que Jesus, participando da reunião em família?
Naquele pequeno período de adoração, todo o futuro da família pode estar
definido. O salmista declarou: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado
me consolam” (SI 23.4). A família deve aprender e considerar que, com a
presença do Senhor em sua vida, não há o que temer, se todos procuram obedecer
a voz de Deus. Só esse beneficio é suficiente para justificar a realização do
culto no lar cristão todos os dias.
2.
Os laços espirituais são fortalecidos.
Nos
momentos de louvor a Deus, pais e filhos são abençoados, e unidos na presença
do Senhor. Ele habita no meio dos louvores (SI 22.3). Deus agrada-se de ver um
lar que se transforma em ambiente de adoração.
Ao
orarem, pais e filhos atraem as bênçãos, o poder e a proteção de Deus para suas
vidas. Cada um pede oração. Todos sentem as necessidades dos outros. Todos oram
uns pelos outros. A união da família fortalece a vida espiritual e traz bênçãos
extraordinárias. Diz o salmo: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam
em união!” (SI 133.1). Na união espiritual e fraternal, naquele lar, há lugar
para a bênção de Deus: “porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para
sempre” (SI 133.3).
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
124-125.
Et.
2.5. Certo homem judeu... chamado Mordecai. Quanto a detalhes, ver no
Dicionário os verbetes chamados Mordecai e Ester. O nome dele, como é óbvio,
provinha do nome do deus pagão Marduque, o que explica a variação de grafia'
Mcrdecai e Mardoqueu (tudo dependendo da versão portuguesa que estiver sendo
usada). O sentido desse apelativo é incerto. Na mitologia pagã, o deus
«larduque e a deusa Istar eram primos, e assim temos o fato curioso de que
Ester e Mordecai, cujos nomes se derivavam dessas divindades pagãs, também eram
primos. Os nomes de família dados a Mordecai devem ser entendidos como
antepassados remotos, e não como elos familiares recentes. Essa é a
interpretação que nos fornecem Josefo, o Targum e a Midrash. Tanto Simei quanto
Quis foram representantes bem conhecidos da tribo de Benjamim (ver II Sam.
16.5-13; I Reis 2.8,36-46). O primeiro era inimigo de Davi, e o segundo era o pai
de Saul, primeiro rei de Israel (I Sam. 91 14.51 Mordecai não era descendente
direto de Saul, mas veio através de Outra linhagem da família de Quis. O autor
sagrado enfatizou que as pessoas em questão (Ester e Mordecai) eram “judeus
puros” e, assim, guardiães apropriados de seu povo, em Susã. Ester era órfã
criada pelo primo Mordecai (vs. 7). Foi assim que Mordecai, oficial na corte
persa de Susã, transformou-se em amigo e salvador dos judeus. Estando Mordecai
consciente da rara beleza física de sua prima, calculou acertada- mente que ela
seria uma fortíssima candidata a substituir a infeliz Vasti.
Et.
2.6 Que fora transportado de Jerusalém, com os exilados. Mordecai provavelmente
era filho de alguma vítima do cativeiro babilônico (ver a respeito no Dicionário).
Mas sua inteligência e força de vontade superior levaram-no a uma posição
elevada na corte real da Pérsia. Assim ele code agir em favor dos judeus que
permaneciam no exílio (a maior parte dos judeus não voltou para Jerusalém, na
companhia de Zorobabel, Esdras e Neemias). O tempo envolvido indica que
Mordecai, pessoalmente, não tinha sido vítima do exílio. Talvez ele tenha
nascido em Susã, pelo que, em certo sentido, era um nativo da Babilônia. Se
Mordecai fosse um jovem em 597 A C. (ano do cativeiro babilônico , então teria
bem mais de cem aros ao tempo da subida ao trono de Xerxes (485 A. C.), e Ester
teria cerca de 70 anos de idade quando cativou o rei com seus encantos
virginais!
O
autor do livro, entretanto, talvez nada soubesse sobre a cronologia envolvida,
e assim deu a ideia de que Mordecai tinha sido levado pessoalmente para o
exílio. “Uma visão telescópica similar da história encontra-se em outros
escritos produzidos pelo judaísmo (cf. Esd. 4.6; Dan. 1,21; 6.1; Tobias 14.15,
ef passirr (aqui e acolá). De acordo com Esd. 2.2 e Nee. 7.7, certo Mordecai
estava entre os exilados que tinham sido levados por Nabucodonosor. Talvez o
autor sagrado pretendesse identificar os dois (conforme faz o Targum). Mordecai
não é um nome hebraico, conforme seria próprio a um judeu da dispersão"
(Bernhard W. Anderson, in loc.).
Jeconias,
rei de Judá. Este era o rei judeu na época do exílio babilónico. Ver sobre ele
no Dicionário. Ver também II Reis 24.12-16. Falando estritamente, Jeconias foi
o penúltimo dos reis de Judá. Zedequias foi um rei vassalo em Judá, depois que
os outros monarcas judeus foram depostos.
Et.
2.7 Ele criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio. Hadassa (murta) era o
nome hebraico de Ester. Mas alguns estudiosos opinam que esse nome é cognato do
assírio que significa “noiva". Seu nome de cativeiro era Ester, talvez
cognato da palavra persa stara (estrela), porém, mais provavelmente ainda, da
palavra Istar, a deusa babilónica. É evidente que ela era muito mais jovem que
Mordecai, pois, do contrário, não teria sido tomada como filha, quando os pais
da menina morreram. Ela, pois, era prima de Mordecai, e não sobrinha, conforme
algumas traduções dizem, seguindo a Vulgata Latina, que fala em “sobrinha”.
Seja como for, o livro mostra-nos que a moça era “bela, corajosa, esperta e
cheia de recursos. Coisa alguma é dita sobre o que ela pensava a respeite do
plano de ser feita ‘rainha’ em lugar de Vasti” (Arthur C. Lichtenberger, in
loc.). Visto que os hebreus estavam acostumados com haréns, ela não faria
objeção por ter sido levada para o harém real da Pérsia. Casar-se uma judia com
um estrangeiro (mesmo que fosse um rei) era estritamente proibido para a legislação
mosaica, conforme os livros de Esdras e Neemias ilustram sobejamente. Portanto,
Ester foi uma exceção à regra, a fim de trazer algum bem aos judeus. Ela
precisava ter alguma elevada posição na Pérsia, para que fizesse o que fez, e
assim cumprisse a sua missão, razão pela qual as leis hebreias do casamento
tiveram de ser relaxadas em seu caso. As leis, afinal de contas, nunca contam a
história inteira. Existem situações humanas nas quais as leis fixas não são de
grande ajuda.
O
livro de Ester não diz especificamente que Ester, mediante providência divina,
se tomou “rainha" de Assuero, mas qualquer judeu que lesse a história
entenderia isso. Ester foi um instrumento divino para um ato específico de
Yahweh, embora Deus não seja mencionado no livro.
Entrementes,
a rainha-mãe, Amestris, mostrava-se indiferente em relação ao que acontecia no
harém do rei. Heródoto (Callipe, 1.9, cap. 107.11) disse-nos que Amestris era
uma mulher ímpia e cruel. Ela ordenou que a esposa de seu cunhado fosse
mutilada, e que catorze crianças fossem executadas no fogol Poderia Amestris
ter sido assim tão má? Por outra parte, aquelas catorze crianças foram
oferecidas aos deuses, como sacrifícios humanos, e isso serve para provar que
Amestris era devotadamente religiosa Perseguir e matar outras pessoas, em nome
de Deus ou dos deuses, até hoje é um ato aprovado até entre muitas pessoas
religiosas.
O
Targum ajunta que a mãe de Ester morreu de parto, e o pai havia morrido antes
desse acontecimento funesto. Isso pôs as coisas nas mãos de Mordecai, por
intermédio de quem a providência de Deus poderia usar Ester.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Hagnos. pag. 1831-1832.
5-7.
Certo homem judeu . . . chamado Mordecai .. . criara a Hadassa, que é Ester,
filha de seu tio. Agora se introduzem os heróis desta história. Mordecai, da
tribo de Benjamim, era bisneto de um homem chamado Quis, que fora levado. para
a Babilônia junto com o rei Jeconias (Jeoaquim) em 597 A.C. Após a morte de seu
tio Abiail (2:15), Mordecai levou a órfã, filha de seu tio, para sua casa e a
criou. "Considerando que Hadassa vem de hadas, murta, e Ester de sitar, a
palavra
persa para estrela (do sânscrito, sta'na; Akk, istar), temos aqui um exemplo
precoce da prática judia de usar dois nomes – um hebraico e outro gentio, tais
como João Marcos, José Justo, etc".
MOODY.
Comentário Bíblico Moody. Ester.
pag.7-8.
Sl. 133.1 Oh! Como é bom e agradável viverem
unidos os irmãos! Estão em foco os hebreus, agora sujeitados a fatores
universalizadores após o retorno do cativeiro babilônico, aprendendo os
caminhos do mundo helenista. Conforme diz um cântico popular, isso ocorreu no
fim da Segunda Guerra Mundial: “Como você pode mantê-los agora nas fazendas,
depois que viram Paris?”. Agora que Israel se expandia para fora, enquanto seus
vizinhos se expandiam internamente, seria possível conservar os hebreus dentro
de seu contexto distintivo, que fora criado por serem eles o povo da lei (ver
Deu. 4.4-8)? O autor desta pequena porção da literatura de sabedoria esperava
que suas palavras ajudassem Israel a reter sua fraternidade especial.
Naturalmente, essas palavras aplicam-se a indivíduos, e não somente a
comunidades nacionais, mas podemos estar seguros de que a inspiração da paz era
uma preocupação que dizia respeito a laços nacionalistas na nação restaurada de
Israel.
Uma Ilustração Cristã. F. A. Iremonger era
filho de um arcebispo da comunidade anglicana. Poder-se-ia esperar que ele
saísse apenas um homem daqueles que diziam “somente nós, os anglicanos”. Mas se
ele era um fiel denominacionalista que galgara a elevada posição de arcebispo
de Canterbury, estava sempre olhando por cima das muralhas de sua denominação e
espiando os acampamentos das denominações “rivais”. Ele queria saber o que de
bom haveria “do outro lado” do muro e desejava compartilhar do bem que eles
tinham em sua própria comunidade. Ele cultivava uma paixão pela unidade cristã
que ultrapassava em muito as conveniências das organizações unificadas. Em um
discurso feito na cidade de Nova Iorque, ele declarou que “não era
principalmente um representante da Inglaterra, nem do ramo inglês da Igreja
Católica, mas um ministro do evangelho universal e da própria Igreja Católica:,
termo que usou sem o sentido “romano”.
Contraste-se isso com a posição assumida por
muitos homens da igreja, que pensam ser uma virtude a crítica, a desunião e a
intolerância. Tais homens nunca olharam para fora de suas muralhas
denominacionais, exceto para ver como apontar seus mísseis contra os
acampamentos inimigos.
Bendito seja o laço que ata Nossos corações
em amor cristão:
A comunhão de mentes aparentadas Assemelha-se
à comunhão lá de cima.
(John Fawcett)
A unidade e a comunhão dependem da maior
virtude espiritual de todas: o amor (ver a respeito no Dicionário, quanto a
ideias completas que podem ser usadas para ilustrar este versículo).
Sl. 133.2 É como o óleo precioso sobre a
cabeça. Este versículo não toca no coração dos povos ocidentais e talvez soe
com excessivo sentimentalismo; para dizer o mínimo, parece bastante estranho.
No caso dos hebreus, porém, as coisas não eram assim. Em primeiro lugar,
estamos falando acerca de Arão, o sumo sacerdote que sen/ia toda a comunidade
dos irmãos, sendo a mais alta figura religiosa da Terra Prometida. Fazia parte
de suas responsabilidade produzir a unidade na fé e na prática. Era sua tarefa
deixar o exemplo de fraternidade sincera. Em segundo lugar, temos a honrosa
barba, altamente respeitada pela mente dos hebreus. Uma boa barba era sinal de
distinção e sabedoria. No Dicionário, há um detalhado artigo intitulado Barba,
o qual ilustra bem o assunto e lança luz sobre este versículo. Em terceiro
lugar, temos de considerar o precioso óleo da unção, a unção para o ofício
sacerdotal. Ver no Dicionário o artigo chamado Unção, quanto a maiores
detalhes. O trabalho de um homem tornava-se oficial mediante essa unção, e ele
era ungido para servir à comunidade, sob a direção de Yahweh. Reunindo agora
essas três coisas, podemos ver a força que esse versículo tinha para os
hebreus. Seu intuito era levá-los a emprestar grande valor à unidade da fé e à
unidade da nação de Israel.
"A copiosa efusão da cabeça do sumo
sacerdote diferia da aspersão feita na testa dos sacerdotes ordinários. O
salmista chamou a unção de preciosa, em referência à graça espiritual do amor,
o primeiro fruto do Espírito Santo (ver Gál. 5.22), do qual era uma imagem. O
Espírito Santo foi o precioso unguento com o qual, em sua infinita plenitude, o
Messias havia sido ungido (ver Dan. 9.24; Atos 10.38 e João 3.34)” (Fausset, in
loc.). Hengstenberg e a versão árabe fazem da barba de Arão a coisa que fluía, mas as versões, de modo gera!,
preservam a referência ao óleo que escorria.
O óleo derramado pela barba descia sobre os
ombros de Arão e então sobre suas vestes, inscritas com os nomes das doze
tribos de Israel. Assim sendo, o óleo simbolizava a unidade nacional, sob as
bênçãos do único Deus. Não poderia haver unidade sem sincera fraternidade. “Era
costumeiro, no Oriente, derramar o óleo sobre a cabeça em profusão tal que
descia e atingia cada membro" (Adam Clarke, in loc.).
Sl. 133.3 É como o orvalho do Hermom. “Não
temos aqui o monte Sião (no hebraico, tsiyon), em Jerusalém, mas Sião, que
fazia parte da cadeia do Hermom. Ver Deu. 4.48: “... desde Aroer, que está à
borda do vale de Arnom, até o monte Siom, que é Hermom”. Sobre esse monte, o
orvalho cai muito copioso. Mr. Maundrell diz que “devido a esse orvalho, mesmo
em tempo seco, as tendas das pessoas ficam tão molhadas como se tivesse chovido
a noite inteira" (Adam Clarke, in loc). O orvalho do que normalmente
chamamos de Hermom não atinge Jerusalém. Se esse lugar mais distante está aqui
em foco, então o autor aplicou uma hipérbole oriental. Seja como for, sem água
a terra fica crestada e estéril. Mas com água surge a fertilidade e a
prosperidade, e essas coisas são produtos da fraternidade sob a direção e a
bênção de Yahweh. O on/alho representa o que é refrescante, doador da vida, um
símbolo apropriado para a bênção do Senhor. Mas essa bênção é conferida através
de instrumentos humanos que vivem no espírito do amor.
“Devemos tomar o orvalho do Hermom como um
orvalho especial. Não há por que duvidar que a altura do monte Hermom e o fato
de esse monte ser tão conspícuo determinaram a expressão” (Ellicott, in loc.).
O copioso orvalho do Hermom foi associado ao óleo copioso da unção (vs. 2).
Yahweh decretou suas bênçãos sobre Jerusalém,
e essa bênção era especialmente a vida para sempre. Vida longa e prosperidade
material e espiritual eram os ideais dos hebreus, e a guarda da lei era
declarada como produtora desse tipo de vida (Deu. 4.1; 5.33; 6.2; Eze. 20.1).
Mas isso só se tornaria realidade se Jerusalém contasse com uma comunidade de
irmãos que vivessem em harmonia. Caso contrário, essa bênção poderia falhar. A
contenção sempre faz a bênção divina fracassar.
Este versículo tem sido cristianizado para
falar sobre as bênçãos que Cristo traz por meio de Seu evangelho e através de
Sua Igreja. Ver II Cor. 13.11. Mas o amor é necessário para que isso se torne
uma realidade prática. Dessa maneira, as palavras “para sempre” são aplicáveis
à vida eterna.
Em Cristo não há nem Oriente nem Ocidente,
Nele não há nem Norte nem Sul,
Mas há somente uma grande comunidade de amor,
Que se espalha por toda a larga terra. (John
Oxenham)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2479-2480.
133.1 irmãos. Todos aqueles cuja linhagem
pode ser traçada a Abraão, Isaque e Jacó. união.
A união nacional pode estar na superfície, mas o alicerce tem de ser a união
espiritual. Essa deveria ser a ênfase, aqui, pois esses cânticos eram entoados
pelos peregrinos judeus que viajavam para as três grandes festas.
133.2 óleo... sobre. Provavelmente, refere-se
à unção de Arão como sumo sacerdote da nação ícf. £x 29.7; 30.30), o que
demonstraria alta prioridade para as ricas bênçãos espirituais.
133.3 o orvalho do Hermom. O monte Hermom,
uma elevação de 2.800 mt no extremo norte da Palestina, era responsável pela
maior parte do volume de água do rio Jordão por causa de sua neve derretida.
Essa expressão pode estar se referindo ao suprimento de água ao Jordão ou, de
modo figurado, ao habitual orvalho do Hermom sendo hipoteticamente transportado
para Sião. De qualquer maneira, a expressão apresenta uma nova bênção material
como prioridade secundária. Ali. Parece referir-se a Sião. a vida para sempre.
Cf. Sl 21.4-6.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 783-784.
2.
Santifica e protege a família.
1.
O mal é mantido à distância. Em todos os tempos, o alvo principal do adversário
tem sido a família. E nos dias atuais, os ataques ao lar têm sido incrementados
de forma terrível. Pais aborrecendo filhos, filhos aborrecendo pais; esposos que
rejeitam as esposas e vice-versa. Separações, divórcio; drogas, prostituição,
fornicação, homossexualismo, e tantos outros males, são demonstração de que a
família está sendo atacada sem tréguas pelas “hostes espirituais da maldade”.
Diz Pedro: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8).
Mas,
se a família unir-se, em seu lar, em adoração a Deus, buscando o seu poder, diz
a palavra de Deus: “Então, temerão o nome do Senhor desde o poente e a sua
glória, desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o
Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira” (Is 59.19). Os perigos
que rondam o lar são muitos. E podem estar dentro da própria casa. A TV secular
e internet são ferramentas que podem ser usadas pelo maligno para destruir a
fé, a moral e os bons costumes. Mas com Cristo no lar, a vitória é certa.
2.
A Palavra de Deus é valorizada. Mesmo em pequenas doses de leitura diária, a
cada dia, ela vai realizando seu papel transformador nas mentes dos pais e dos
filhos. Seu poder é extraordinário. E mais forte e mais eficaz do que qualquer
filosofia, do que o materialismo destruidor da fé. Diz Hebreus: “Porque a
palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Os
efeitos benéficos da palavra de Deus alcançam todo o ser, alma e espírito, e
até a parte física, “juntas e medulas”. Por isso, Deus ordenou o cuidado com a
ministração da palavra, todos os dias, sistematicamente, ao povo de Israel:
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as
por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e
ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 11.18,19). No culto doméstico,
após a leitura da Bíblia, os pais devem aproveitar para ensinar a palavra de
Deus, “falando delas assentado em tua casa” e em todas as ocasiões propícias.
“A
tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos,
como plantas de oliveira, à roda da tua mesa” (SI 128.3).
Este
versículo representa bem a cena da família reunida em volta da mesa, para as
refeições e para o culto no lar. No Novo Testamento, há recomendação de igual
modo solene: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os
na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Todo esse esforço é
infinitamente melhor do que deixar os filhos entregues à TV (“a babá eletrônica”),
ou à internet (“a professora virtual”). A leitura de toda a Bíblia é um
aprendizado inestimável para a vida espiritual da família.
3.
A família louva a Deus. “Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação;
a destra do Senhor faz proezas” (SI 118.15). E gratificante e profundamente
saudável a adoração em família. Pais e filhos, cantando alegremente, no lar,
provocam uma atmosfera espiritual de grande valor, perante Deus.
Podemos
estar certos de que o Senhor se volta para ouvir o louvor que sobe de corações
reverentes, na reunião familiar. Que sejam desligados os iPods, os smartphones,
e outros dispositivos eletrônicos, que tocam músicas profanas, que desonram o
“templo do Espírito Santo”, que é nosso corpo (1 Co 6.19,20). E se abram os lábios
dos servos de Deus em louvor e adoração ao Senhor. Os louvores sobem, e as
bênçãos caem sobre a casa dos honram e glorificam a Deus em seu lar.
4.
Toda a família servindo ao Senhor. Josué, sucessor de Moisés, na condução do
povo de Israel a Canaã, reuniu-os e disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos
olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem
serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja
terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). O
povo estava desobedecendo a Deus, e Josué propôs-lhe uma tomada de decisão. Se
quisessem servir aos deuses estranhos, na verdade demônios, que servissem. Mas
ele e sua família haveriam de servir ao Senhor, o Deus verdadeiro. Nos dias
presentes, essa tomada de posição faz-se mais necessária. Os “deuses” da
pós-modernidade estão nas escolas; o materialismo avassala as mentes, na mídia,
na educação, na cultura, na economia, no lazer, em toda a parte. Se a família
não se unir em torno do Senhor Jesus, não haverá esperança. Mas se os pais com
os filhos unirem-se no altar da adoração a Deus em seu lar, toda a família
servirá ao Senhor. “... serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31). Vale a pena o
esforço para a realização do culto doméstico. Levanta barreiras espirituais
contra as forças do mal, e fortalece a vida espiritual de todos no lar.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
124-127.
Ef.
6.16 - Tomando sobretudo o escudo da fé. Sobretudo pode significar que o escudo
deve ser usado contra tudo, mas também que ele deve proteger toda a armadura.
Normalmente, o escudo de um soldado romano media cerca de 80 cm por 120 cm. O
escudo do cristão oferece proteção contra todos os dardos inflamados do
maligno. As flechas com fogo não podiam atravessar o escudo do soldado da Roma
antiga, nem os ataques de Satanás podem penetrar o coração e a mente do cristão
que deposita sua fé em Deus.
Ef.
6.17 - O capacete da salvação. O capacete romano de modelo complexo protegia a
cabeça do soldado e também o fazia parecer mais alto e imponente. A espada do
Espírito é arma de defesa e de ataque para o cristão. E a Palavra específica
que precisamos desembainhar numa determinada situação para combater um golpe
desferido contra nós e desarmar nosso oponente, fazendo-a penetrar nele. Para
ter a Palavra precisa à mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia e
saber manejá-la, usá-la bem.
Ef.
6.18-20 - Paulo, um homem de oração (Ef 1.15-23; 3.14-21), termina esta grande
seção de sua carta para os cristãos de Éfeso com uma exortação para que se
dediquem à oração.
Ef.
6.18 - Sem a oração, toda a armadura seria inútil para os filhos de Deus. As
orações gerais e as petições específicas no Espírito devem ser feitas por todos
os cristãos e em todas as ocasiões, o que significa que eles devem manter-se
orando em todo tempo. Eles devem lembrar-se ainda de que, além das orações,
perseverança e paciência são essenciais.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 515.
Ef.
6.16 o escudo da fé. Essa palavra
grega geralmente diz respeito a um grande escudo (0,75 x 1,35 m), o qual
protegia todo o corpo. A fé à qual Paulo se refere não é o corpo da doutrina
cristã (como o termo é utilizado em 4.13), e sim a confiança básica em Deus. A confiança
contínua do cristão na Palavra e na promessa de Deus é absolutamente necessária
"sobre todas as coisas" para protegê-lo das tentações de toda sorte
de pecado. Todo pecado vem quando a vítima acredita nas mentiras e nas
promessas de prazer de Satanás, e rejeita a escolha melhor da obediência e
bênção, dardos inflamados. As tentações são comparadas a
flechas flamejantes atiradas pelo inimigo e apagadas pelo escudo de couro
tratado com óleo (cf. SI 18.30; Pv 30.5-6; 11o 5.4).
Ef.
6.17 o capacete da salvação. O
capacete protegia a cabeça, sempre o principal alvo durante a batalha. Paulo
está falando para aqueles que já são salvos, e, portanto; não está falando aqui
a respeito de obter a salvação. Ao contrário, Satanás busca destruir a certeza
da salvação do cristão com suas armas da dúvida e do desencorajamento. Isso
está claro na referência de Paulo ao "capacete da salvação" (Is
59.17; veja nota em ITs 5.8). Porém, apesar dos sentimentos do cristão quanto à
sua salvação poderem ser seriamente prejudicados pela dúvida lançada por
Satanás, a sua salvação em si está protegida eternamente e ele não deve temer perdê-la.
Satanás quer amaldiçoar o cristão com dúvidas, porém o cristão pode permanecer
firme nas promessas de Deus a respeito da salvação eterna na Escritura (veja Jo
6.37-39; 10.28-29; Rm 5.10; 0.31-39; Fp 1.6; 1Pe 1.3-5). A segurança é um fato;
a certeza é um sentimento que sobrevêm ao cristão obediente (IPe 1.3-10).
a espada do Espírito.
Assim como a espada era a única arma do soldado, da mesma maneira a Palavra de
Deus é a única arma necessária, infinitamente mais poderosa do que qualquer
arma de Satanás. O termo grego diz respeito a uma arma pequena (15-46 cm de
comprimento). Ela era usada tanto defensivamente, para se defender dos ataques
de Satanás, quanto ofensivamente, para ajudar a destruir as estratégias do
inimigo. É a verdade da Escritura.
Ef.
6.18 Esse versículo introduz o caráter geral da vida de oração de um cristão:
1) "toda oração e súplica" concentra-se na variedade: 2) "em
todo o tempo" concentra-se na frequência (cf. Rm 12.12: Fp 4.6; 1Ts 5.17);
3) "no Espírito" concentra-se na submissão, à medida que nos
ajustamos à vontade de Deus (cí. Rm 8.26-27); 4) "vigiando" concentra-se
no modo (cí. Mt 26.41; Mc 13.35); 5) "toda perseverança,"
concentra-se na persistência (cf. Lc 11.9; 18.7-8); e 6) "todos os
santos" concentra-se nos alvos (cf. 1 Sm 12.23).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1612.
3.
Torna a família piedosa.
Ex.
12.14 — E este dia vos será por memória. Dali em diante, este dia seria um
memorial [hb. zikrown]. Esta palavra é similar àquela usada para descrever Deus
em Êxodo 3.15: este é meu nome eternamente, e assim serei lembrado [hb. zeker, memória,
memorial] de geração em geração.
E
celebrá-lo-eis por festa ao Senhor. Alguns dos deveres religiosos são lúgubres
e pedem jejum. A Páscoa, entretanto, é uma festa, uma celebração.
Nas
vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. O termo traduzido como
perpétuo [hb. ‘owlam, ou ‘olam, longa duração, eternamente] aqui também foi
usado para adjetivar o nome de Deus (Êx 3.15); literalmente, significa em
memória eterna, no sentido do tempo que não se acaba (SI 90.2).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 145-146.
Ex.
12.14Este dia vos será por memorial. Os israelitas nunca deveriam olvidar-se do
dia de seu livramento nacional. Deus fez a distinção entre o crente e o incrédulo,
e isso é refletido na festa da páscoa, sobre a qual ofereço um artigo detalhado
no Dicionário. Ver também ali o artigo geral intitulado Festas (Festividades)
Judaicas. A festa dos pães asmos (vss. 15-20) acabou associada à páscoa, como
se fosse uma só celebração, junto com a dedicação dos primogênitos (Êxo. 13.2).
Ver a introdução a esta seção (no vs. 1), quanto a uma descrição sobre essa
união de festas. Outras ordenanças permanentes também faziam parte da
legislação dos hebreus. Ver Êxo. 27.21; 28.43; 29.9; 30.21; Lev. 16.29,31,34;
23.14,21,41. A festa de sete dias dos pães asmos era uma espécie de continuação
natural da páscoa, que era festa de um único dia, ainda que, provavelmente,
fosse uma celebração separada. A páscoa dos hebreus prossegue, em um senti- do
espiritual, na Ceia do Senhor dos cristãos (I Cor. 5.7,8). Essa associação fez
a festa perpétua dos hebreus tornar-se a eterna festa cristã.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 350.
Êx.
12.14 por memorial. Os detalhes sobre como essa festa da Páscoa deveria ser
lembrada nos anos futuros foram dados (vs. 14-20) e, então, repetidos para os
anciãos (vs. 21-27). A prescrição de comer pães asmos durante sete dias, a
exigência de tirar todo fermento das casas (v. 15), a firme recomendação de não
se comer qualquer coisa levedada (v. 15) e o fato de iniciar c terminar o
período de sete dias por dois dias especiais (v. 16), serviu para sublinhar a
grande importância de a nação relembrar esse acontecimento.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 105.
118.15
Nas
tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação. Havia, nas tendas de Israel,
cânticos de triunfo e alegria, o que sugere a celebração de uma vitória
militar. Vozes eram elevadas em regozijo. A Revised Standard Version tem aqui
uma vivida tradução: “Ouvi, jubilosos cânticos de vitória nas tendas dos
justos". Tinham ocorrido muitos atos heroicos no campo de batalha, o que
garantira a vitória contra inimigos mais numerosos, porquanto o exército de
Israel lutava contra uma grande coligação de povos (vs. 10). Diz o hebraico,
literalmente: “O som de gritos e de salvação”. Poderia estar havendo amargas
lamentações, mas Yahweh garantira a vitória e a alegria.
A
alegria era a principal característica da festa dos Tabernáculos, pelo que as
palavras desta passagem, a começar por este vs. 15, são boas para expressar
isso. Ver no Dicionário os verbetes chamados Tabernáculos, Festa dos e Festas
(Festividades) Judaicas, ll.4,c, quanto a detalhes que podem ser usados para
ilustrar este texto.
A
destra do Senhor. Temos aqui o símbolo do poder. Ver sobre mão direita em Sal.
20.6, e sobre mão em Sal. 81.14. Além disso, ver sobre braço em Sal. 77.15;
89.10; 98.1. Essas partes do corpo são instrumentos de ação, meios de aplicação
de poder, ou seja, metáforas para indicar o poder divino. O vs. 16 prossegue a
fim de repetir a figura da mão direita por duas vezes, pelo que a metáfora é
usada por três vezes.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2429.
ELABORADO: Pb.
Alessandro Silva.
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