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9° LIÇÃO 2° TRI DE 2013 A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE


A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE
Data: 02/05/2013.                           Hinos sugeridos: 198, 253, 576.
TEXTO ÁUREO
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmia os criou (Gn 1. 27).
VERDADE PRÁTICA
Apesar da grotesca e abominável exploração sexual que vitima o mundo atual, não podemos esquecer-nos dos princípios bíblicos que regem o relacionamento entre os sexos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda       - 1 Pe 1. 15.             Santos em toda a maneira de viver.
Terça             - 1 Ts 3. 13.              Irrepreensíveis em santidade.
Quarta            - Is 5. 20.                  Deus condena a inversão de valores.
Quinta            - Gn 2. 22-24.          Deus criou dois sexos: masculino e feminino.
Sexta              - Gn 2. 24.                Intimidade só após o casamento.
Sábado          - Hb 13.4.                 Leito sem mácula.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Tessalonicenses 4. 3-5; 5. 23; 1 Pedro 1. 14-16.
3 Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,
4 que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra,
5 não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus.
1 Tessalonicenses 5
23 E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
1 Pedro 1
14 Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância;
15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
16 porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.
INTERAÇÃO
Por muito tempo era tabu falar sobre a sexualidade na Igreja Evangélica. Muito se avançou neste sentido, mas sabemos que o assunto ainda é necessário e precisa ser desenvolvido com propriedade e seriedade. Pessoas mal resolvidas na sua sexualidade podem ter sérios problemas conjugais. É importante descontruir a ideia de que sexo é pecaminoso. Os cristãos devem entender que o sexo no âmbito do casamento expressa a vontade de Deus para o matrimonio feliz.
OBJETIVOS
Apos a aula, o aluno devera estar apto a:
Identificar algumas questões importantes sobre a sexualidade.
Reconhecer o valor da pureza sexual antes do casamento.
Compreender o que a bíblia ensina sobre a homossexualidade.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, a homossexualidade é um tema polêmico em qualquer debate, seja na politica, seja na ciência ou na religião, No entanto, a postura da igreja local é educar os seus membros à luz da Bíblia mostrando que o homossexualismo é pecado e como o crente deve lidar com essa questão. Para aprofundar o tópico III da presente lição sugerimos a seguinte atividade: divida a classe em dois ou três grupos de, no máximo, cinco pessoas por grupo. Peça para eles opinarem sobre as seguintes questões, respectivamente: O homossexualismo é pecado? ; Como deve ser o nosso relacionamento pessoal com um homossexual (na escola, no trabalho, etc.)? Em seguida, conclua o debate dizendo que o senhor aborrece a pratica pecaminosa, mas ama as pessoas, pois foi por elas que o senhor Jesus morreu. Boa aula!
PALAVRA-CHAVE Sexualidade: O conjunto dos fenômenos da vida sexuais; Qualidade sexual: Sexo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sabemos que o sevo foi criado por Deus tom um proposito elevado, nobre e saudável. No entanto, desde a Queda a sexualidade vem sendo deturpada de modo irresponsável, pecaminoso e grotesco.
Assim, por ser também um tema bíblico, tal assunto deve ser abordado na Escola Dominical. O objetivo desta lição e ajudar as famílias, proporcionando-lhes uma visão bíblica e ortodoxa a respeito deste assunto. Afinal, como Igreja de Cristo, temos de ser santos em toda a nossa maneira de ser
I - QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
1. Um mundo dominado pelo erotismo. Vivemos numa sociedade marcada, por um erotismo tão maligno e ímpio, que não poupa sequer as crianças.
Nossas famílias, principalmente as crianças estão sendo exposta a exploração do sexo de modo intenso e irresponsável. O sexo em si não é pecaminoso, pois foi Deus quem o criou. O Diabo, porem, encarregou-se de transforma-lo em algo vergonhoso e vil, ris porque temos de educar nossas crianças e jovens segundo os princípios da Palavra de Deus para que não sejam destruídos. Infelizmente ha cristãos, inclusive obreiros, que, utilizando se indevidamente da internet tornam-se vitimas da pornografia.
O fácil acesso a esse tipo de material vem roubando a alegria da salvação de muita gente. Portanto, tomemos cuidado com o que vemos no computador (Leia SI 101,3).
2. Fornicação é pecado. Não querendo Deus que o homem vivesse só Deu-lhe uma esposa (Gn 2.1 8). Por isso, o Cântico dos Cânticos de Salomão exalta o relacionamento sexual não entre solteiros, mas entre um homem e uma mulher devidamente casados (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Isso significa que o sexo antes ou fora do casamento desagrada a Deus e quem vive na pratica do pecado não herdara o Reino de Deus (Ef 5 5),
3. Prazer no casamento. Muita gente acha que o relacionamento sexual entre mar ido e mulher tem como único objetivo a procriação. Isso e um erro. Na Bíblia encontramos vários textos que incentivam o casal a desfrutar das alegrias conjugais. Em Proverbio a 5.18-23, os cônjuges são exortados a usufruírem da intimidade matrimonial. Por outro lado, o homem é advertido contra “a mulher estranha", a adultera. Em seguida, é incentivado a valorizar a união matrimonial e santa, exaltando sempre a monogamia, a fidelidade e o amor (Ec 3.9; Ct 4. 1 12; 7.1-9).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Vivemos numa sociedade dominada pelo erotismo e pela sexualidade distorcida que nada Cem com a ética crista.
II - O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES DO CASAMENTO
1. No Antigo Testamento. A Bíblia exalta a pureza na vida de um jovem (Sl 119.9-11). Alias esse texto e indispensável a todo servo de Deus. As leis sobre a castidade eram rigorosas. Se uma jovem, por exemplo, tivesse relações sexuais antes da casamento era apedrejada. ate a morte (DL 2 2 .2 0 ,2 1 ) . e o sacerdote só poderia se casar com uma virgem (Lv 21. 13,14), demostrando que em Israel, a virgindade era necessária e valorizada por todos (Gn 34.7) .
2. Em o Novo Testamento. Doutrinando os coríntios sobre a fidelidade a Cristo, Paulo faz alusão ao valor da virgindade: forque estou zeloso de vos com zelo de Deus: porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11. 2). Por conseguinte, a pureza sexual em o Novo Testamento e tanto para o homem quanto para a mulher. Ambos devem manter-se castos e virgens ate o casamento.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
No Antigo e em o Novo Testamento, a pureza sexual de um jovem e exaltada e valorizada.
III - O SEXO QUE A BÍBLIA CONDENA
1. A pratica do homossexualismo. De acordo com o Dicionário Houalss, homossexualismo é a pratica amorosa ou sexual entre indivíduos do mesmo sexo. O que a Bíblia tem a dizer sobre esse assunto? No principio, o Criador não uniu dois "machos” nem duas "femeas". A Bíblia é clara: "E criou Deus o homem a sua imagem; a Imagem de Deus o criou; macho e femea os criou" (Gn I .27). Mais adiante acrescenta o texto bíblico: "E disse o Senhor Deus: Não e bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele’ (Gn 2.18). Tais passagens mostram que Deus criou apenas dois gêneros bem distintos: homem e mulher. Isto significa que o homossexualismo é pecado. Não resta duvida? É um pecado de tal forma abominável que ate mesmo o dinheiro proveniente de tal pratica não deve ser introduzido na Casa de Deus: ''Não trarás salario de prostituição nem preço de sodomita a Casa do Senhor teu Deus, por qualquer voto; porque uma outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor, teu Deus" (Dt 23.1 8 - ARA). Cumpre ressaltar, aqui, que não admitimos qualquer tipo de violência contra os homossexuais. Mesmo porque, cumpri-nos ganha-los para jesus. E, graças a Deus, ha muitos ex-homossexuais que, hoje, servem fielmente ao Senhor (1 Co 6 , 11).
2. Educando os jovens na Palavra de Deus. Com base na Bíblia Sagrada, ensinemos as nossas crianças, adolescentes e jovem, que o sexo é permitido por Deus para o prazer de um homem e uma mulher unidos pelo matrimonio.
O sexo fora ou antes do casamento é pecado e contrario ao plano de Deus na vida de um casal crente. Enquanto isso, prontifiquemo-nos a orar pelas autoridades constituídas, para que não instituam leis cujo único objetivo é promover o pecado e destruir a família tradicional. A união heterossexual é o único modelo de casamento aprovado por Deus. Tal verdade condena o homossexualismo.
CONCLUSÃO
O casamento, de acordo com a Palavra de Deus, é monogâmico, heterossexual e indissolúvel, não podemos fugir a esse padrão. Quanto ao ato sexual, só é licito se praticado no casamento; antes e fora do matrimonio é pecado. Que sejamos, como servos do Senhor, exemplo de moderação, ética e acima de tudo, santidade e pureza em todos os aspectos de nossa vida.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A união heterossexual é o único modelo de casamento aprovado por Deus. Tal modelo condena o homossexualismo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídios Vida Cristã
Você necessita de algum encorajamento e ideias para ajuda-lo a iniciar um relacionamento [no casamento]?
Pensamos ser possível que haja tal relacionamento antes das crianças deixarem o lar. Na verdade você precisa disto! Quando chegar o dia em que as crianças tiverem partido, e você acordar, olhar espantado para a pessoa com quem não esta encorajado a passar o resto da sua vida... pode não ter o desejo de reacender a chama do casamento.
Qual porta do renascimento Você Deseja Abrir?
A maioria dos homens com quem conversamos enquanto pesquisamos para este livro, admitiam pensar que um relacionamento seria fazer amor quatro vezes por semana [...]. Após conscientizarem-se quão ridículo isto era, muitos apontaram a amizade que desejavam restabelecer com sua esposa.
O renascimento desejado pelas mulheres não divergia muito do dos homens: m marido atencioso às necessidades emocionais, alguém para conversar e valoriza-la por quem ela é - e não por seus dotes domésticos  como: quão bem ela limpa casa, a cozinha ou dá conta do serviço [...] (JHONSOM, Greg: YORKEY, Mike. A segunda década do Amor: Renovando o casamento antes que os filhos saiam para viver suas próprias vida. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 23).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
O relato da criação ensina que homens e mulheres foram criados para viver em relação com o criador e uns com os outros. O fato de a humanidade rejeitar uma relação com o criador resulta na perversão de todas as outras relações.
O que Deus declarou bom, isto é, que o homem e mulher vivessem juntos numa relação como uma só carne (Gn 2. 18-25), é trocado por relações nas quais os homens se enganam em relações sexuais com outros homem, e mulheres com outras mulheres [Romanos 1] (vv. 26, 27). Estes atos são contrário[s] à natureza, ou seja, eles infringem a ordem criada. A frase no versículo 27, cometendo torpeza, mostra que o que é condenado é o ato homossexual ou lésbico, não a tentação em si. O contexto também deixa claro que a razão de a homossexualidade ser abordada aqui não é porque seja mais perversa que os outros tipos de pecados sexuais. Antes, Paulo a usa para mostrar como o pecado perverte a ordem criada de macho e femea.
O versículo 28 segue o mesmo padrão que já vimos acima: O ato de a humanidade rejeitar o conhecimento de Deus que lhes está disponível conduz á punição divina. Há um jogo de palavras no original grego que reforça o argumento de Paulo de que a punição se ajusta ao pecado. Porque eles não importam (dokimazo) em reter o verdadeiro conhecimento de Deus, Deus os entregou a um sentimento perverso (adokimos). A lista de vícios que se segue denota os tristes efeitos da perda da capacidade de a humanidade ver a verdade. A linha introdutória da lista de maus comportamentos: Estamos cheios de toda a iniquidade (v 29), indica que o apostolo quer o que a lista seja considerada como um todo. O ponto dos versículos 29 a 31 não deve ser achado examinando cada ação mencionada. A ênfase esta em como o vasto alcance da depravação humana pode ser remontada à rejeição voluntariosa de Deus. Lista de vicio como esta eram comuns em escritos do período, tanto em judaicos quanto helenistas (ARRINGTON, French L. ;STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp. 823-824).
EXERCÍCIOS.
1. Qual advertência do Salmo 101. 3 para o cristão?
R: Não porei coisa má diante de meus olhos.
2. O sexo e algo pecaminosa? Justifique a sua resposta
R: O sexo em si não é pecado (Gn 1. 31) pois foi Deus que o criou.
3. O relacionamento sexual entre marido e mulher como objetivo único a procriação? Cite uma referencia bíblica que justifique sua resposta.
R: Não. Na bíblia encontramos vários que incentivam o casal a desfrutar das alegrias conjugai: Pv 5. 18-23; Ec 9. 9; Ct 4. 1-12; 7. 1-9.
4. Cite um texto bíblico em o Novo Testamento que faca alusão à virgindade para o homem e para a mulher.
R: 2 Coríntios 11. 2.
5. Cite duas referencias bíblicas que mostre que Deus criou apenas dois gêneros distintos: homem e mulher.
R: Gênesis 1. 27; 2. 18.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
JHONSOM, Greg: YORKEY, Mike. A segunda década do Amor: Renovando o casamento antes que os filhos saiam para viver suas próprias vida. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 23.
HEGSTROM, Paul. Homens violentos e as Mulheres que os Amam: Quebrando o ciclo do Abuso Físico e Emocional. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MILLER, Molly Ann. Meu Marido tem um Segredo: Encontrando a libertação para o vício sexual. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 54, p.40.
Tratar do assunto "sexo" tem sido um tabu para muitas pessoas, inclusive na igreja. Vivemos em um mundo dominado pela exposição corporal, sem pudores e com oferta abundante de pornografia, e isso tem influenciado profundamente pessoas dentro e fora da igreja, despertando o pior sentimento em relação a essa grande bênção que é o sexo.
O sexo foi criado por Deus tanto para a procriação quanto para a recreação do casal. Por meio dele, a união heterossexual tem dado prosseguimento à ordem divina de fazer com que homens e mulheres perpetuem suas gerações. E por meio também do sexo, Deus traz o prazer ao casal. Temos ciência de que aqueles que experimentam o sexo fora dos padrões de Deus obtém prazer e também têm filhos, pois essas duas manifestações da bênção de Deus para o sexo não são revogadas. Entretanto, o sexo irresponsável traz consequências para o homem e a mulher, como filhos não planejados e não reconhecidos, mães assumindo lares sozinhas, doenças sexualmente transmissíveis, memórias contaminadas pelo desprezo e pelo abandono etc.
Uma das coisas que devemos relembrar neste assunto da sexualidade é a seriedade com que Deus trata a infidelidade conjugal e o sexo pré-conjugal. O sexo é mais que um ato de prazer: é um ato de responsabilidade.
O papel dos pais para com os filhos. Deus espera que os pais tenham um papel ativo no sentido de conversar com seus filhos sobre a sexualidade. É melhor que nossos filhos ouçam de nossa boca esse assunto, tratado de forma coerente e bíblica, do que ouvir do mundo em um momento de curiosidade e aprender errado sobre questões de sexualidade. O mundo não ensinará nossos filhos a se guardarem da prática sexual antes do casamento. O mundo não valorizará a castidade e a abstinência, mas incentivará uma relação promíscua, adúltera e irresponsável. Para que não pequemos por omissão, busquemos conversar com nossos filhos de forma bíblica e inteligente, mostrando a eles o valor daquilo que Deus diz que é valioso, e as consequências de se desprezar aquilo que Deus considera importante para dar valor ao que o Diabo alega ser importante.
A Bíblia e o homossexualismo - A Palavra descreve o homossexualismo como sendo um pecado contra Deus, e lei alguma pode mudar essa realidade descrita na Bíblia. Nunca fomos e nunca seremos favoráveis a atos criminosos contra homossexuais, pois devemos tratar a todas as pessoas com a devida dignidade, orar por elas e apresentar-lhes a Jesus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Há uma deseducação sexual de caráter relativista imposta aos alunos, em todos os níveis, em escolas públicas e particulares. No século passado e, principalmente, no século atual, o mundo tem se tornado “sexo-cêntrico”. A partir da visão freudiana, tudo, na vida, tem motivação sexual. Certamente, essa é uma visão materialista e reducionista do que significa a sexualidade humana. O sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano.
No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de modo irresponsável. No tempo presente, na era da pós-modernidade, há uma exacerbada valorização da sexualidade, que ultrapassa tudo o que se poderia esperar de um ser racional. Homens e mulheres comportam-se de maneira liberalista e, às vezes, até de maneira animalesca, no exercício da sexualidade.
Neste estudo, pretendemos abordar uma análise objetiva do tema, sem a pretensão de esgotá-lo, tomando por base os princípios éticos, emanados da palavra de Deus. Esses princípios são bem definidos, em todos os aspectos. Com relação à sexualidade, a Bíblia tem normas, regras e ensinos, que são considerados como verdadeiros artigos de fé, e merecem ser respeitados por todos aqueles que dão valor à Palavra de Deus. Em termos de ética, de moral e de conduta, Deus é um Deus de santidade. Diz a Bíblia: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).
E um desafio enorme para o cristão ser santo “em toda a maneira de viver”. Ser santo é ser separado do pecado, do mundo que “jaz no maligno” e viver de acordo com os princípios imutáveis ditados por Jesus Cristo. Esses princípios assumem caráter absoluto. Jesus disse, certa vez: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Jesus não admite meio termo. Ou se está do seu lado ou contra ele. Ou se ajunta com ele, ou se espalha sem ele. Em termos éticos, não há lugar para o relativismo no meio cristão.
O que significa essa inversão de valores tão acentuada, que domina a mentalidade do homem pós-moderno? Não é nenhuma novidade. O profeta Isaías, séculos antes de Cristo, já reverberava: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20). Era a antevisão do relativismo exacerbado, que haveria de dominar a mente dos homens sem Deus. O que é errado aos olhos de Deus é visto como certo. O que Deus considera virtude, o mundo materialista considerada retrocesso.
O que é sexo?
De acordo com o dicionário, sexo é a “Conformação particular que distingue o macho da fêmea, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração e conferindo-lhes certas características distintivas” (grifo nosso).1 Pode ser entendido no sentido figurado, confundindo-se com sensualidade ou sexualidade, no sentido mais amplo; também pode significar “os órgãos genitais externos”, na linguagem mais comum.
À luz da Bíblia, sexo são as características internas e externas, que identificam e diferenciam o homem da mulher, ou, do “macho e da fêmea”, como diz dicionário. Diz a palavra de Deus: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Deus fez “o homem” (ser humano), de modo bem claro, com a conformação heterossexual.
O que é sexualidade?
Numa definição do léxico, lemos que sexualidade é: “1. Qualidade do sexual. 2. O conjunto dos fenômenos da vida sexual”.2 A visão moderna de sexualidade insere-se no contexto do relativismo e do hedonismo.
Num artigo, na web, lemos: “O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é o traço mais íntimo do ser humano e, como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo”.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 101-103.
I. Caracterização Geral
Embora a palavra sexo não seja mencionada na Bíblia, o tema ocupa um espaço muito amplo nessa coleção de documentos, e tudo o que há de bom e de ruim relacionado a isso é descrito de forma explícita. Os hebreus não eram um povo puritano. Na verdade, eram um povo do vinho, das mulheres e da canção. Confinar o sexo dentro do casamento exigia a instituição do concubinato, que, de modo geral, tinha regras muito frouxas, portanto o ideal (da Criação) de um homem para uma mulher na prática quase nunca teve efeito. Apenas as mulheres estavam limitadas a um único homem. O ideal original de Gên. 1.26-28 era que houvesse uma união entre um homem e uma mulher e que essa união tivesse o propósito da procriação, pois era obrigação deles "frutificar e multiplicar". Jesus aprovou o plano original como sendo parte do esforço contra o abuso (Mat. 19.4.8).
Os casamentos restritos tinham por propósito produzir a "raça de Abraão" (culminando nos hebreus e então nos judeus) como um povo distinto, que participou dos diversos pactos (Abraârnico, Mosaico, Palestino etc.; ver o artigo Pactos). Havia um propósito espiritual que não poderia ser cumprido se as leis do casamento permitissem a livre mistura com outros povos, pois isso anularia um povo especial a longo prazo. A ameaça da extinção da linhagem biológica de um povo era o temor comum dos povos antigos do Oriente Médio e pragas de tratados sempre traziam esse temor à tona. Ver Deu. 28.18, 32; Jos. 6.26; Sal. 109.13. Um motivo para o medo era que a continuação da linhagem, família ou raça de uma pessoa possibilitava um tipo de imortalidade biológica nos dias em que a doutrina da imortalidade da alma ainda não havia sido desenvolvida. Leis de herança (ou famílias e tribos dentro de uma nação) eram um reforço da esperança da imortalidade biológica.
O concubinato era um auxílio ao desejo da "grande raça" e, enquanto fosse confinado a uma tribo ou nação à qual alguém pertencia, era prática favorecida. Mas o adultério ameaçava a pureza de linhagens específicas de famílias e tribos, e o casamento misto com estrangeiros tendia a ser um tipo de suicídio coletivo.
A virgindade antes do casamento era fator crucial para mulheres no Antigo Testamento, mas aparentemente não era respeitada para homens. Isso ajudava a evitar a confusão das linhagens familiares e, em sua essência, servia aos mesmos propósitos das leis contra o adultério.
A procriação era tratada como um bem sem qualificação, contanto que mantida dentro das leis indicadas acima. O casamento era considerado o estado normal para homens e mulheres. O celibato era absolutamente estranho à mentalidade hebraica e judaica e, longe de deixar um homem mais qualificado espiritualmente, era considerado um dano ao homem e à sociedade. Os líderes judeus eram quase necessariamente homens casados, e a família era muito mais importante do que alguma piedade artificial e pessoal que possa ter sido promovida através do celibato.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 192-193.
Ortodoxia é uma palavra que vem do grego orthóa, e reto. e dóxa, «opinião». Dai essa palavra veio a indicar «crença correta», Os vícios de várias ortodoxias (e há muitas) é que elas equiparam a crença certa (conforme elas a julgam) com a verdade.
Entretanto, a história tem frequentemente demonstrado, nos campos da ciência, da filosofia e da religião, que a ortodoxia de uma geração é contradita por alguma heterodoxia, e que esta' última, ao obter poder, torna-se uma nova ortodoxia.' Pode-se ver isso de geração em geração, até mesmo nas ciências, quando novas ideias substituem antigas ideias.
Consideremos o caso do judaísmo ortodoxo. Este foi substituído, no caso de muitos milhões de pessoas, por uma grande heterodoxia e heresia, a fé cristã. O judaísmo considerou Jesus e Paulo os arqui-hereges; mas não demorou para que eles fossem considerados os campeões da nova ortodoxia.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Candeias. pag. 663-664.
SALVAÇÃO ATRAVÉS DO SEXO?
Todos as rupturas intelectuais e culturais da modernidade foram de uma
maneira ou de outra ligadas aos desejos sexuais que seus progenitores sabiam ser ilícitos, mas que, todavia, escolheram. Suas teorias, em última análise, eram racionalizações das escolhas que sabiam ser erradas. E. MICHAEL JONES
O sexo é parte vital da ordem criada por Deus, compondo a sagrada aliança do casamento; nossa natureza sexual é um bom presente divino.
Porém, para muitos pensadores modernos, a sexualidade tornou-se a base para uma cosmovisão inteira, a fonte final de significado e cura, um meio de redenção. O sexo tem sido exaltado a ponto de nos elevar a nós mesmos para o próximo nível da evolução, criando um novo tipo de natureza humana e uma avançada civilização. Em resumo, a sexualidade tem sido transformada em outra versão do Mito da Escada Rolante.
Qual é a origem dessas ideias quase místicas da sexualidade? Em grande medida, vêm de Rousseau, que ensinou que a natureza humana era boa e que o mal era o resultado dos constrangimentos da civilização, com sua regras morais e convenções sociais. No século XIX, Freud atribuiu que a neurose resultava dos constrangimentos das regras morais e da culpa que elas produzem. Então, como a ciência aprendeu mais sobre a psicologia da sexualidade — por exemplo, as ações das glândulas — essas mesmas ideias foram vestidas com trajes científicos.
Por exemplo, no início do século XX, Margaret Sanger, geralmente lembrada como a primeira campeã do controle de natalidade, ensinou uma ampla filosofia sobre a sexualidade, reforçada pela ciência. Ela afirmava que a repressão sexual suprimia a atividade das glândulas do sexo e assim prejudicava a saúde e entorpecia o intelecto. Assim, a própria ciência, argumentou, ampara a liberação sexual.
O drama da história, no relato de Sanger, consiste das lutas para libertar nossos corpos e mentes dos constrangimentos da moralidade, as proibições que distorcem e empobrecem a natureza humana, Ela inflexivelmente resistiu “os ‘moralistas’ que pregam a abstinência, a autonegação e a proibição” e descreveu a ética cristã como “moralidade cruel de ‘pecado1 e auto-negação” , Sanger esperava substituir isso com sua própria moralidade de liberação sexual, prometendo que liberar as energias sexuais era “o único método” pelo qual uma pessoa poderia encontrar “paz interior, segurança e beleza”. E também o único método para superar as doenças sociais vindouras: “Remova os constrangimentos e proibições que agora obstruem a liberação das energias interiores, [e] a maioria dos males abundantes da sociedade perecerá”.
O que Sanger ofereceu era nada menos do que uma doutrina da salvação na qual a moralidade é a raiz de todo o mal e a livre expressão sexual o caminho para a redenção. Ela até recorreu à linguagem religiosa, convocando a elite sexual para “remover os tabus morais que agora amarram o corpo e o espirito humano, libertar o indivíduo da escravidão da tradição, e, acima de tudo, responder ao seu incessante clamor pelo conhecimento que tornaria possível a auto direção e salvação”. Salvação?
Em outra passagem, Sanger promete que os homens e as mulheres se tornarão literalmente em gênios através “da remoção das inibições e constrangimentos fisiológicos e psicológicos, o que tornará possível a libertação e canalização das energias interiores primordiais do homem em expressão completa e divina”. Divina? Aqui está outra alteração da promessa da serpente no Éden: não é comer do fruto da árvore do Jardim que nos tornará deuses; é a liberação das energias sexuais.
A filosofia de Sanger é apenas outra versão do Mito da Escada Rolante, na qual a liberdade sexual é o meio para transformar a natureza humana e criar o Novo Homem. Está em nosso poder “remodelar a raça [humana]” e criar “uma civilização real”, para “transmutar e sublimar o mundo de cada dia em um reino de beleza e alegria”, ela escreveu eufórica. Para recorrer outra vez à linguagem religiosa: “Através do sexo, a. humanidade poderá alcançar a grande iluminação espiritual que transformará o mundo, que iluminará o único caminho para um paraíso terreno”.
Entre os contemporâneos de Sanger, Alfred Kinsey era igualmente influente em configurar hábitos sexuais e teorias de educação sexual, particularmente em seus livros Sexual Behavior in the Human Male e Sexual Behavior in the Human Female (Comportamento Sexual no Ser Humano Masculino e Comportamento Sexual no Ser Humano Feminino) publicados nos anos de 1940. O impacto de Kinsey foi devido em parte à sua postura como cientista objetivo, tabulando o que os Americanos faziam na intimidade de seus quartos. Porém, a verdade é que ele não era nem objetivo nem cientista. Como Sanger, estava comprometido com uma ideologia que definiu a moralidade como uma força prejudicial para ser rejeitada e que elevou a sexualidade a um meio salvação.
Para liberar o sexo da moralidade, Kinsey reduziu-o a um simples ato biológico de orgasmo físico. Para então alegar que todos os orgasmos são moralmente equivalentes - seja entre pessoas casadas ou não, entre pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, entre adultos e crianças e até entre seres humanos e animais. Seu modelo era o mundo animal.
Kinsey era um darwinista devoto o qual acreditava que se os seres humanos evoluíram dos animais, não há então diferenças significativas entre eles. Ele gostava de falar sobre “o animal humano”, e se um comportamento em particular pudesse ser achado nos animais, considerava-o também normativo para os seres humanos. Por exemplo, Kinsey alegou que certos mamíferos são observados tendo contatos sexuais entre machos e até entre espécies; assim concluiu que ambos, o homossexualismo e o bestialismo, são “parte do quadro normal dos mamíferos” e comportamentos aceitáveis para os seres humanos.
Kinsey estava tão ansioso em provar sua filosofia que empregou métodos de pesquisa altamente não científicos, tal como contar com amostras não representativas que incluíam porcentagem desproporcional de infratores sexuais e aberrações. E dificilmente considerado cientifico usar amostras deformadas para definir a sexualidade “normal”, e apesar disso, como o biografo James Jones documenta, Kinsey persistentemente estudou pessoas que estavam à margem, ou até mesmo além dos limites, em seus comportamentos sexuais: homossexuais, sadomasoquistas, voyeurs, exibicionistas, pedófilos, travestis e fetichistas.
Não obstante, Kinsey continuou sem sentir-se amedrontado pela crítica, pois suas visões sexuais não eram baseadas em definitivo na ciência, mas numa crença intensamente pessoal. Nas palavras do professor Paul Robinson, da Universidade de Stanford, um crítico simpatizante, Kinsey via a história “como um grande drama, em que as forças da ciência competiam com as das superstições para conquistar as mentes e corações dos homens”. Por “superstição”, Kinsey quis dizer religião e suas prescrições morais. Kinsey algumas vezes falou como se a introdução da moralidade sexual baseada na Bíblia fosse a linha divisória na historia do ser humano, um tipo de “Queda” da qual devemos ser redimidos. Para ele, a expressão sexual era o meio de salvar a natureza humana da opressão da religião e moralidade.
Outra grande influencia na atitude sexual dos americanos e do mundo ocidental veio do psicólogo austríaco Wilhetm Reich, que se tornou uma cultuada figura nos anos de 1960. Sua contribuição foi a busca pelo “orgasmo definitivo”, que rapidamente se tornou uma das manias do movimento do potencial humano. Reich ensinou que quase todo mundo é neurótico em algum grau e que toda neurose é por sua vez um sintoma de falha sexual. Portanto, a resposta para todas as disfunções do ser humano seria desenvolver “a capacidade de se render ao fluxo da energia biológica sem nenhuma inibição, a capacidade de descarregar completamente todo o excitamento sexual acumulado através das involuntárias e agradáveis contrações do corpo”. Reich acreditava que os seres humanos não são nada além de criaturas biológicas e que a redenção vem através da completa imersão no reflexo sexual.
O inimigo no Éden de Reich é, uma vez mais, religião tradicional e moralidade, essa “filosofia assassina” que cria culpa, distorce nossos desejos e dá vazão a desvios de personalidade. Para ele, desde que a natureza nada sabe sobre moralidade, qualquer restrição moral ao impulso sexual funciona como um veneno vagaroso sobre a totalidade da personalidade.
Num livro convenientemente intitulado Salvation through Sex (Salvação Através do Sexo), o psiquiatra Eustace Chesser diz que para Reich o orgasmo “é a única salvação para o homem, levando-o ao Reino dos Céus na terra”.
As ideias de Reich foram incorporadas por Robert Rimmer em seu romance provocativo The Harrad Experiment (O Experimento Harrad), publicado em 1966. O livro vendeu três milhões de cópias e ajudou a alimentar a revolução sexual. Para uma geração inteira de americanos com curso superior, tornou-se leitura recomendada nos cursos universitários sobre casamento e família, e muitas pessoas creditam ao livro a rápida fusão de universidades masculinas com universidades femininas e a criação de dormitórios mistos.
O romance retrata uma faculdade experimental onde os alunos têm que fazer várias combinações e permutas entre casais a fim de desenvolver uma abordagem livre e desinibida da sexualidade. A filosofia por trás dessa utopia sexual é expressada pelo professor que fundou a faculdade: “A premissa é que o homem nasce bom e pode elevar-se pelos seus esforços para um mundo infinitamente melhor“. Como? Pela liberação sexual. Esse é o meio de atingir “um degrau a mais na escada evolucionária”, para “chegar a uma nova forma de homem e mulher”.
A visão de Rimmer sobre o sexo é francamente religiosa, e ele professa de forma aberta a afirmação de que o intercurso “é de fato um ato de adoração”. Ou, segundo a opinião de outra personalidade que ele utiliza (citando o filosofo Alan Watts): “O que os amantes sentem um pelo outro nesse momento não é nada além de adoração no completo sentido religioso... Tal adoração devida a Deus seria realmente idolatria se não fosse o fato de o amor, nesse momento, levar à ilusão e mostrar aos amantes o que eles em verdade são... realmente divinos”. O sexo é retratado como um caminho para a divindade.
Em posfácio acrescentado à edição de 1990 do romance, Rimmer sumariza concisamente sua religião: “Poderemos levantar a nós mesmos pelos nossos esforços e criar um novo tipo de sociedade onde a sexualidade humana e a maravilha completa do corpo e da mente tornem-se a nova religião - uma religião humanista, sem a necessidade de um deus, porque você e eu e todos os outros bilhões de seres podemos interagir mostrando cuidado e afeição uns com os outros de modo que sejamos os únicos deuses de que precisamos? Penso que podemos .
A sexualidade está claramente sendo apresentada como mais do que uma mera gratificação ou deleite sensual. Não é nada menos que uma forma de redenção, um meio para curar a falha fundamental da natureza humana. Somente quando virmos essas ideologias sexuais como cosmovisões completas, defendidas com fervor religioso, entenderemos por que os cristãos e os conservadores morais acham tão difícil reformar os currículos dos cursos de educação sexual nas escolas públicas. Você não encontrará educadores sexuais contemporâneos usando palavras como salvação; todavia, muitos têm a mesma suposição básica de que a expressão sexual livre é o meio para uma vida completa e saudável.
Por exemplo, Mary Calderone, a principal arquiteta da educação sexual contemporânea e ex-diretora executiva do Conselho de Informação e Educação Sexual dos Estados Unidos, insinuou, em artigo de 1968, que a “verdadeira questão” que os educadores sexuais encaram é esta: “Que tipo [de pessoa] queremos produzir” para tomar o lugar da natureza humana como conhecemos hoje? E “como desenharemos a linha de produção» para criar essa criatura avançada ?
O problema, como Caíderone o vê, é que a natureza humana não está evoluindo tão rápido quanto a tecnologia; por essa razão devemos remodelar a natureza humana em si para combinar com o mundo moderno e sempre em mudanças. Um novo estágio de evolução está cortando o horizonte, ela escreve, e a tarefa dos educadores é preparar as crianças para entrarem nesse novo mundo. Para alcançá-lo, os educadores devem afastar as crianças das velhas visões e valores, especialmente das formas da moralidade sexual bíblica e outras tradicionais — pois “leis religiosas ou regras sobre sexo foram feitas com base na ignorância”.
Nesse novo estágio de evolução, todos os valores atualmente defendidos cairão por terra, dando espaço para os novos valores baseados somente na ciência. Portanto, diz Calderone, a melhor coisa que podemos fazer por nossas crianças é prepará-las para ver todas as noções de certo e errado como tentativas mutantes e relativas. Assim, libertadas dos velhos valores, elas poderão sentir-se incutidas com os valores de uma elite cientificamente treinada (consistindo de profissionais como ela mesma, naturalmente), que saberão o que fazer para que os seres humanos sejam realmente saudáveis. Calderone chama as escolas e as igrejas para usarem a educação sexual para desenvolver “seres humanos de qualidade através de processos tão conscientemente elaborados como as melhores mentes da sociedade podem projetar” Aqui o utopismo sexual aparece com tom quase assustador, pois liga a educação sexual a uma visão de engenharia social de acordo com um “projeto” desenhado pela elite científica.
Quando rastreamos a história das ideias sobre sexualidade, torna-se claro que os fundadores da educação sexual nunca realmente buscaram simplesmente transmitir uma coleção de fatos sobre como nossos corpos funcionam. Antes, foram os evangelistas de uma cosmovisão utópica, uma religião, na qual o entendimento “cientifico” sobre a sexualidade é o meio de transformar a natureza humana, libertando-a dos constrangimentos da moralidade e introduzindo uma sociedade ideal. Essa é outra forma do Mito da Escada Rolante.
Mesmo assim, se examinarmos as vidas desses que se intitularam a si próprios como profetas, encontraremos pouco fundamento para acreditar em suas promessas. Margaret Sanger casou-se duas vezes e teve vários amantes - ou, como ela mesma define, “parceiros voluntários”.
Era viciada no analgésico Demerol e obcecada por numerologia, astrologia e mediunidade, numa tentativa desesperada de achar significado para a existência. Em sua vida, a liberação sexual não foi o grande caminho para a salvação que prometera em seus escritos.
Kinsey, igualmente, tinha uma vida secreta sobre a qual raramente ouvimos falar. Seu objetivo era “criar sua própria utopia sexual”, diz o biógrafo James Jones, e Kinsey construiu um grupo seleto de amigos e colegas que se comprometeram com sua filosofia de total liberdade sexual.
Sabemos que Kinsey e sua mulher tinham relações sexuais com muitos dos membros de sua equipe, homens e mulheres, e outras pessoas. Kinsey também era masoquista, às vezes envolvido com práticas bizarras e dolorosas.
Mas Kinsey tinha um segredo ainda mais escuso. Em Kinsey, Sex, and Fraud(Kinsey, Sexo e Fraude), a pesquisadora Judith Reisman argumenta convincentemente que a pesquisa de Kinsey sobre as reações sexuais em crianças somente podem ter sido obtidas se ele ou seus colegas de fato estiveram envolvidos com abuso sexual infantil. Como poderiam ser feitas “observações atuais” da reação sexual em crianças dos dois meses aos quinze anos? * E esse é o homem cujas ideias têm sido tão influentes na formação da educação sexual americana e de outros países.
A vida de Wilhelm Reich da mesma forma revela as falhas de sua própria filosofia. Reich exigiu liberdade sexual completa para si e teve vários casos, mas não suportava a ideia de que sua mulher pudesse viver sob a mesma filosofia sexual. Sua terceira mulher escreve que Reich tinha muitos ciúmes e proibiu que vivesse como ele vivia. Um teste para saber se uma cosmovisão é verdadeira ê se ela corresponde à realidade: podemos viver com isso? Obviamente Reich não conseguiu.
A verdade é que a liberação sexual não é nenhum caminho elevado para a salvação para aqueles que a adoram em seu santuário. Ao invés, os resultados trágicos da licenciosidade sexual espalharam-se completamente através da nossa sociedade, produzindo epidemias de abortos, doenças sexualmente transmissíveis (afligindo uma em cada quatro mulheres) e crianças nascidas fora do casamento, com todas as patologias sociais decorrentes, incluindo problemas escolares, abuso de drogas e álcool e crime. Mesmo assim, para muitos, a liberação sexual permaneceu um direito acalentado, e as visões utópicas plantadas por Sanger, Kinsey, Reich e Calderone continuam a prosperar. Suas ideias ainda sustentam suposições no currículo da educação sexual usado em todo o sistema de escolas públicas dos EUA.
Todos baseamos NOSSAS vidas em alguma visão de realidade final que dá significado à nossa existência individual. Se rejeitarmos a Deus, colocaremos algo em seu lugar e absolutizaremos alguma parte da Criação. É exatamente o que tem acontecido com aqueles que contemplam a utopia sexual como meio de satisfação e salvação. A biologia toma o lugar de Deus como a realidade final, e o sexo se torna o caminho para o divino.
A ironia é que aqueles que rejeitam muito enfaticamente a religião, que insistem com muito alarde que são “científicos”, terminam por promover o que só pode ser chamado de religião. De fato, isto parece uma enfermidade comum entre aqueles que se orgulham de serem científicos.
Durante a Era da Razão, a ciência era oferecida como um substituto para a religião. Mas o que alguns previram foi que, no processo, a ciência tomaria as funções da religião. E hoje, como veremos, a ciência em si tornou-se uma das mais populares formas de redenção.
COLSON. Charles. PEARCEY. Nancy. E agora como viveremos? Editora CPAD. pag. 288-297.
I - QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
1. Um mundo dominado pelo erotismo.
Os Diversos Tipos de Pornografia.
Os estudiosos do assunto, bem como os legisladores, fazem geralmente uma distinção entre diferentes tipos de pornografia, para fins de estudo e compreensão:
1. Softcore – Refere-se a material pornográfico que apresenta imagens de nudez e cenas que apenas sugerem a relação sexual.
2. Hardcore – Contém representação explícita dos órgãos genitais em cópula e de relações sexuais de toda a sorte.
3. Snuff – Fala-se ainda de vídeos snuff, onde pessoas praticam atos sexuais e depois são assassinadas. Entretanto, não se conhece nenhum exemplar destes vídeos que tenha sido distribuído comercialmente.
4. Pornografia infantil – É a representação, sob qualquer forma, de criança em ato sexual implícito ou explícito, simulado ou real, ou qualquer representação dos órgãos sexuais da criança para fins sexuais.
5. Erótica – Algumas feministas fazem uma distinção entre pornografia, que é a sujeição e degradação sexual da mulher através de imagens que representam o homem dominando e humilhando a mulher sexualmente, e a erótica, que é a representação sexual de homem e mulher em posição de igualdade e respeito mútuo.
Estas distinções podem nos ajudar a entender melhor o assunto e a perceber como diferentes pessoas entendem a pornografia. Entretanto, todas as diferentes formas de pornografia têm em comum a exposição pública da nudez e das relações sexuais humanas, com vistas ao despertamento sexual indiscriminado. Por este motivo, os cristãos não devem se deixar iludir por estas distinções, como se alguma forma de pornografia fosse menos errada do que outras.
LOPES. Augustus Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 4-5.
O Que Tem de Mais em Ver Pornografia?
Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do perigo que ela representa.
Mencionamos alguns deles em seguida:
1) Consumir deliberadamente material pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado – A indústria pornográfica é uma grande fonte de renda para o crime organizado em todo o mundo, juntamente com o jogo e as drogas, movimentando bilhões de dólares por ano. A indústria da pornografia apoia e promove a indústria da prostituição e da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com pornografia deveria ir para o sustento de suas famílias. Alguns podem alegar que consomem apenas material soft contendo somente cenas de nudez — esquecendo que esse material é produzido pela mesma indústria ilegal que comercializa a pornografia infantil.
2) Consumir deliberadamente material pornográfico deixa cicatrizes para o resto da vida – As imagens ficam gravadas a fogo na mente e continuam lá para sempre, e vêm à tona com a excitação sexual. É similar a fumantes, que mesmo tendo deixado o cigarro, permanecem com manchas nos pulmões. É isto que testemunha um ex viciado em pornografia, cujo depoimento anônimo na revista Leadership chocou o mundo evangélico: “Trago ainda hoje as cicatrizes do meu vício, apesar de já tê-lo vencido. Há a cicatriz da ‘inocência corrompida’. A pornografia se alimenta de nossa fascinação pelo que é proibido, e sempre estamos querendo mais. Minha vida de fantasia sexual extrapolava em muito a minha vida sexual real no casamento. Eu era um ‘voyeur’, experimentando sexo na solidão e isolamento, cada vez mais me afastando da minha esposa”.
Mencionamos abaixo outras sequelas da pornografia:
a) Insensibilidade para com as perversões sexuais, fazendo-as parecer cotidianas e rotineiras.
b) Comparação injusta entre o corpo do nosso cônjuge e aquele dos modelos apresentados no material pornográfico, provocando impotência e desinteresse sexual dentro do casamento.
c) O hábito da masturbação que se alimenta da pornografia, sua matéria-prima.
d) Despersonificação dos seres humanos, ao exibir seus corpos e órgãos genitais, sem que o rosto apareça.
e) Hábito de desnudar as pessoas com a imaginação, ou de entreter fantasias sexuais enquanto conversa com pessoas do sexo oposto.
3) O consumo de pornografia abate e escraviza o crente – Há muitos servos e servas de Deus que estão vivendo um conflito: querem servir ao Senhor de todo coração, mas se veem escravizados à pornografia. Esta derrota tira-lhes a vontade de ir à Igreja, participar da Escola Dominical, ler a Bíblia e orar e de testemunhar de Cristo a outros. Sobre isto, escreve o Pr. Jorge Luiz César Figueiredo em artigo na Internet:
“Quando a prática [da pornografia] torna-se um círculo vicioso, torna-se algo terrível.
Tenho ouvido testemunhos de jovens que lutaram muito para vencer, alguns tiveram que ser radicais e pediram aos pais para tirar o computador do quarto. Esse quadro também cria uma falta de compromisso com Deus; o jovem não quer compromisso, pois não quer pagar o preço da renúncia. Se você enquadra-se nesse perfil sabe bem do que estamos falando. O sentimento de fracasso às vezes toma conta de você e até pensa em desistir, em largar Jesus, mas como você pertence ao Cristo de Nazaré, não pode mais voltar atrás”.
4) Consumir deliberadamente material pornográfico é violar todos os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra “pornografia” nos aponta essa realidade. Conforme já vimos, ela vem da palavra grega pornéia. Juntamente com mais outras três palavras (pornos, pornê e pornéuo) ela é usada no Novo Testamento para se referir à prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. Frequentemente essas palavras de raiz porn aparecem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam mais exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto, prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Testamento claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição, homossexualismo, sado-masoquismo, masturbação, sexo oral, penetrações com objetos e — pior de tudo — pornografia infantil.
LOPES. Augustus Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 11-13.
Como Evitar e Libertar-se da Pornografia?
Não precisaremos de argumentos sociais, médicos e psicológicos para justificar a necessidade de evitarmos e nos libertarmos da pornografia tais como AIDS, destruição familiar, vício, desvio financeiro para esse fim, a falta de segurança e higiene nos locais destinados a esse fim, entre muitos outros. Acreditamos que as razões bíblicas nos são suficientes para dizermos não, mesmo que tenhamos de lutar contra a nossa própria vontade e nosso próprio coração. “Aquele que quer vir após mim, a si mesmo se negue...” são as palavras de Cristo para a nossa reflexão.
Uma vez que entendemos que a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona para o mal (Rm 3.10-12), temos que buscar meios pelos quais possamos não sucumbir às muitas tentações que nos sobrevirão, cientes de que “não nos vem tentação que não seja humana, mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação nos proverá também o livramento, de sorte que podemos suportar” (1 Co 10.13); e ainda: “naquilo que ele mesmo (Cristo) sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18).
Tais promessas de Deus são como lenitivo para a alma. Mesmo que o salário do pecado seja a morte, “o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Confiados nessas verdades ficamos fortalecidos para lutar contra as nossas concupiscências e fazer a vontade de Deus, pois “Ele é poderoso para nos guardar de tropeços e para nos apresentar com exultação, imaculados, diante da Sua glória” (Jd 24).
Gostaríamos, portanto, de oferecer aos nossos leitores algumas sugestões de como podemos evitar o mal que chamamos de pornografia:
1. Ter cuidado com o legalismo. Paulo escrevendo aos Colossenses diz que as doutrinas dos homens como: “não manuseies isso ou não toques naquilo... não terão valor nenhum contra a sensualidade” (Cl 2.21-23). A mera letra não nos fará fugir da tentação, se não for acompanhada de uma disposição muito forte do nosso coração de abandonarmos o prazer que a pornografia porventura nos proporcione.
2. Evitar lugares que inspirem sensualidade. Uma vez livres do legalismo, cada homem ou mulher deve conhecer suas limitações e jamais provar seus limites. Temos que deixar morrer a nossa natureza terrena (Cl 3.5-8). Aqui cabem as palavras do Salmo 1: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.
Baseados nestas palavras sugerimos as seguintes atitudes:
a) Escolher bem as amizades. Evitar aqueles amigos que tentam nos desviar, não fazendo caso da Palavra de Deus.
b) Aconselhar-se com pessoas crentes e sábias, e não com os ímpios.
c) Elevar os nossos pensamentos a Deus. Meditar dia a dia na Sua Palavra (Salmo 1:2).
d) Fazer nosso culto particular a Deus e encher nossos pensamentos com coisas edificantes. Em Filipenses 4.8, Paulo nos ensina em que pensar: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.
3. Uma mudança de hábitos. É necessário fugirmos da tentação, antes que ela bata à nossa porta. Adquirir os seguintes hábitos pode ser muito proveitoso na hora de evitar e libertar-se da pornografia:
a) Dormir cedo, evitando assim os programas televisivos noturnos, que, via de regra, possuem conteúdo sexual.
b) Ficar na Internet apenas o tempo necessário. Não ficar muito tempo sozinho diante do computador.
c) Ocupar o tempo livre (isso não inclui nossa devocional) com atividades esportivas e edificantes.
d) Evitar envolver-se em qualquer tipo de conversação torpe (Ef 5.3-7).
4. Muito importante é evitar radicalmente o acesso a revistas, vídeos, programas televisivos e sites pornográficos.
5. Estimular o culto doméstico. É sempre bom a família estar unida em torno da Palavra de Deus. Este hábito fortalece o cristão.
Poderíamos colocar aqui muitas outras formas para ajudar cada um a fugir da pornografia, mas o mais importante de tudo, muito além de se colocar regras e estabelecer limites, é deixar muito claro que a raiz do problema não é nenhum desses fatores externos, mas o próprio coração do homem que é depravado e descomprometido com Deus, o Criador de todas as coisas. O antídoto é a fé confiante no poder do evangelho de Cristo que pode e muda o nosso caráter, imprimindo em nós uma nova natureza, regenerada e capaz, pela graça de Deus, de dizer não ao pecado.
Ouçamos a voz de Deus, através das Sagradas Escrituras, e busquemos a santidade oferecida no sangue de seu Filho Jesus Cristo: “tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (1Co 7.1).
LOPES. Augustus Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 14-16.
Há boas razões para acreditarmos que o número de evangélicos no Brasil viciados em pornografia é preocupante. Pesquisadores estimam que nos Estados Unidos cerca de 40% dos evangélicos estão afetados. Há quem ache que este número é bem maior.
Considerando que no Brasil a facilidade de se obter material pornográfico é a mesma ou até maior que nos Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não tem a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a falta de posição aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a pornografia como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente cerca de 50% dos homens evangélicos no Brasil são consumidores de pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que muitos países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem a violência e o erotismo, e assim abrindo brechas por onde a pornografia penetra e se enraíza.
Mais preocupante ainda é a probabilidade de que grande parte desse percentual é de jovens adolescentes evangélicos. Uma pesquisa feita por Josh McDowell em 22 mil igrejas americanas revelou que 10% dos adolescentes haviam aprendido o que sabiam sobre sexo em revistas pornográficas. 42% deles disseram que nunca aprenderam qualquer coisa sobre o assunto através de seus pais. E outros 10% confessaram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras é de deixar pastores e pais em estado de alerta!
Aqui no Brasil, segundo pesquisa da revista Eclésia em setembro de 2002, feita entre jovens evangélicos de 22 denominações, 52% deles já praticaram sexo pré-marital.
Destes, cerca da metade mantêm uma vida sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em que perderam a virgindade é de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as moças, o que coloca as igrejas evangélicas cada vez mais próximas dos padrões mundanos. Um detalhe: estes jovens foram todos criados nas igrejas! Infere se que em comunidades evangélicas onde as noções de moralidade são tão mundanas quanto as dos incrédulos, não é para duvidar que o consumo de pornografia seja corrente, aceitável e tolerado.
É preciso ainda notar que não são somente os homens que consomem pornografia.
Mulheres cristãs também incorrem neste hábito, embora certamente numa proporção menor. Uma evangélica que se identifica como “Solitária” dá o seguinte depoimento num site evangélico: “Tenho 30 anos de idade e nunca consegui casar. Pensei que tinha direito de ser sexualmente feliz, mesmo que o Senhor não tenha me dado um marido. Isto me levou a uma longa e profunda batalha com a masturbação e a pornografia na Internet. No ano passado, quebrantei-me após ouvir um sermão sobre pureza sexual em minha igreja. Após isto, comecei um curso de 60 dias baseado em leituras da Bíblia e acompanhamento de um mentor. Finalmente me vi livre. Também coloquei um filtro contra a pornografia em meu computador.”
Escândalos envolvendo líderes evangélicos revelam abertamente uma outra face do problema. Há pastores evangélicos que também são viciados em pornografia. Por causa do receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos pastores preferem optam por consumir pornografia como voyeurs do que praticar o adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infidelidade prática.
Uma mulher escreve num site evangélico: “Sou divorciada, mãe de três adolescentes.
Fui casada por dez anos, até que meu marido, pastor, teve um caso extra-marital. Ele era viciado em pornografia desde os doze anos de idade e lutou contra isto por muitos anos.”
Há diversos artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas e europeias de aconselhamento pastoral abertamente dirigidos a pastores viciados em pornografia, visando ajudá-los. Uma destas revistas, Leadership, realizou uma pesquisa entre pastores de diversas denominações evangélicas e chegou a conclusões terríveis: a cada dez pastores, quatro já haviam visitado um site pornográfico.
LOPES. Augustus Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 8-9.
A PEDOFILIA
A palavra é enganosamente perigosa em si mesma. Etimologicamente, vem do grego, de. paidos (criança) ephilos (amigo), o que deveria significar “amizade a crianças”. O pedófilo seria um “amigo de crianças”.
Mas, na prática, a pedofilia é um dos mais terríveis crimes que alguém pode cometer contra um ser humano. A Organização de Saúde define pedofilia como sendo “a ocorrência de práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com uma criança na pré-puberdade. A psicanálise encara a pedofilia como uma perversão sexual”.
O pedófilo é uma pessoa de personalidade fraca. Um derrotado em sua psique, que tem medo da resistência de um parceiro de sua idade ou de seu porte físico. Se ele ataca meninos, é porque têm medo procurar homens adultos; se ataca meninas, é porque têm medo de se relacionar
com mulheres jovens ou adultas, temendo o poder delas sobre sua condição de indivíduo que desmoraliza a si mesmo. Trata-se de parafilia, ou um distúrbio psíquico, que leva o indivíduo a práticas sexuais perversas contra crianças indefesas ou vulneráveis.
Pedofilia é a prática de sexo com crianças. E uma demonstração de fraqueza moral de pessoas que têm medo de se relacionar com pessoas adultas, e passam a buscar satisfação sexual com crianças, numa atitude criminosa, prevista como crime na maioria das legislações no mundo.
São pessoas portadoras de distúrbios psicológicos, que têm prazer criminoso de divulgar fotos de crianças, com as quais chegam a praticar sexo, ou simplesmente fotos de crianças despidas, para alimentar o desejo mórbido de sua fraqueza moral e mental. Infelizmente, a Internet tem sido grandemente aproveitada para essas atitudes criminosas. Esse é um fenômeno acentuado pela pós-modernidade.
Em países dos chamados primeiro mundo, há propostas vergonhosas para a legalização da pedofilia. Em 2006, foi proposta a criação do “Partido dos Pedófilos”. “Pedófilos holandeses estão lançando um partido político para pressionar por uma diminuição na idade legal para se manter relações sexuais no país, de dezesseis anos para doze anos. Eles também querem a legalização da pornografia infantil e do sexo com animais. O partido Caridade, Liberdade e Diversidade (NVD, na sigla em holandês) disse, em sua página na Internet, que seria oficialmente registrado na quarta-feira, prometendo: “Vamos sacudir Haia!”. A legenda quer diminuir a idade legal para relações sexuais para os doze anos e, eventualmente, derrubar completamente o limite”.
Percebe-se que, no Brasil, o projeto do Novo Código Penal preconiza, de igual modo, a diminuição da idade legal para se manter relações sexuais, de dezesseis para doze anos. Imagine-se uma criança de 12 anos, muitas das quais não têm a idade mental correspondente à idade cronológica, fazendo sexo com adultos. Certamente, é um incentivo à pedofilia no País. São homens assim, que usam seus conhecimentos ditos científicos, que se colocam, consciente ou inconscientemente como verdadeiros agentes a serviço do diabo.
Segundo a Wikipédia, o famigerado partido foi oficialmente criado em 31 de maio de 2006.6 “O Partido Caridade, Liberdade e Diversidade (NVD, na sigla em holandês) não teve dificuldade para se instalar. Um tribunal de Haia assim se pronunciou: “não pode ser proibido, já que tem o mesmo direito de existir que qualquer outro grupo”. Quando a Lei é usada como instrumento da maldade humana, não se pode esperar que haja ética ou respeito a qualquer princípio.
O ensaio da perversa ideia chegou a ser muito bem entendido pelos ilustres juristas holandeses: “Um tribunal de Haia chumbou, ontem, um requerimento que pretendia que a Justiça holandesa proibisse um grupo criado por três pedófilos de fundarem um partido político. “A liberdade de expressão, incluindo a liberdade de se criar um partido político, é visto como a base de uma sociedade democrática”, afirmou o juiz HFM Hofhuis num acórdão citado pela Associated Press e onde diz que o PNVD, iniciais que traduzem Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade, “não cometeu nenhum crime”.
Essa vergonhosa ideia, de origem diabólica, foi derrotada, visto que o parlamento holandês não aprovou sua implantação. E, após sua aprovação, a agremiação não teve os votos necessários para participar das eleições. Foi dissolvido em 2010. Mas os interessados nessa monstruosidade não se dão por vencidos. Eles continuam lutando por vê-la vigar, naquele país liberalista da Europa.
No início de 2010, o mundo foi mais uma vez abalado com as notícias constrangedoras de que altos líderes católicos, na Europa, e no Brasil, envolveram-se com pedofilia. Nos Estados Unidos, segundo notícias, houve mais de 14.000 casos de abuso sexual de crianças por parte de padres e bispos católicos. Também há muitos casos de pastores, que são acusados de práticas de pedofilia. Os cristãos devem denunciar às autoridades esse tipo de site. Diz a palavra de Deus que devemos levar as crianças a Cristo, e não ao crime. “Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18.16).
Segundo pesquisas, “Em aproximadamente 25% dos casos, o pedófilo foi uma criança molestada. O erotismo infantil está ligado à trajetória da humanidade. Em aproximadamente 450 culturas tradicionais, a idade perfeita para contrair matrimônio está entre 12 e 15 anos. Fisiologicamente, quanto mais jovem for à mulher, maiores são as chances de ocorrer uma fecundação bem sucedida.
De acordo com psicólogos, especialistas em agressão infantil, de Michigan, nos Estados Unidos, cerca de 80% dos casos de abuso sexual de crianças acontecem na intimidade do lar: pais, padrastos e tios são os principais agressores”.9 Esses dados são comuns à maioria dos países. No Brasil, as vítimas da pedofilia são abusadas por pais, padrastos, parentes, ou vizinhos. Isso é uma das piores facetas da perversão do homem caído, longe de Deus e dominado pelo pecado. As crianças são consideradas, na Bíblia, em alto grau de respeito, afeto e proteção. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que as crianças devem ter o respeito e a consideração de seus discípulos. Quando alguns pais levaram suas crianças para perto de Jesus, os discípulos aborreceram-se com seu barulho o algazarra e sugeriram que eles deveriam ser mandados embora.
A atitude de Jesus diz tudo o que ele pensa sobre as crianças: “Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. E tomando-as nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou” (Mc 10.14-16). E terrível quando se sabe que sacerdotes, pastores ou líderes religiosos abusam da boa fé dos pais, e, principalmente da vulnerabilidade de crianças, para delas abusarem, em função de suas perversões. A condenação desses será maior no juízo de Deus.
Os pais cristãos devem educar seus filhos, prevenindo-os contra os assédios de criminosos, em escolas, na vizinhança, no próprio lar, fora ou dentro das igrejas. Devem ser presentes em todos os momentos da vida dos filhos. Procurando saber o que se passa na escola e em outros lugares.
Quem são seus amigos. Observar-se um filho apresenta comportamento estranho, sem querer ir para a escola; se apresenta medo ou desconforto, diante de algum adulto; jamais deixar seus filhos a sós, em casa para que não sejam vítimas de parentes ou vizinhos pedófilos. Os filhos são “herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (SI 127.3).
Recentemente, uma criança de quatro anos desapareceu, em meio a uma reunião, em uma grande igreja evangélica. Os pais ficaram aflitos, e a criança só apareceu, por misericórdia de Deus, viva e sã, dias depois. Foram dias de angústia e desespero. A mãe deixou a filha à vontade durante o culto. Isso é atitude perigosa. As crianças pequeninas devem estar junto aos pais, no culto, ou em atividade apropriada, na igreja local, sob a responsabilidade de pessoas adultas, credenciadas para essa missão.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 106-110.
2. Fornicação é pecado.
FORNICAÇÃO
Ver o artigo geral sobre os vícios, que inclui várias palavras que dizem respeito aos pecados de natureza sexual.
1. Definição dos Dicionários. Relações sexuais ilícitas entre pessoas solteiras. Nesse sentido, os fornicârios (no grego, pornoi) devem ser distinguidos dos adúlteros (moichoi).
2. Quando a porneia e a moicheia são sinônimos? Relações sexuais entre uma pessoa solteira (de qualquer sexo) e uma pessoa casada, podem ser consideradas fornicação ou adultério. Porneia pode indicar qualquer tipo de imoralidade, razão pela qual envolve o adultério imoicheia}, mais limitado. O trecho de Mateus 5:32 envolve esse uso mais amplo. Ver também Mat. 19:9.
3. Em 1 Coríntios 5:1, a palavra porneia é usada com o sentido geral de imoralidade, quando então indica todas as formas de desvio sexual.
4. O trecho de I Coríntios 7:2 diz, no grego, diá tas porneias, que pode ser entendido como tentações tl imoralidade, de qualquer tipo. Os crentes sio exortados a fugirem desse tipo de pecado (I Cor. 6: 18), visto que a intima relação entre Deus e o seu povo assemelha-se ao vínculo matrimonial (Efé. 5:23-27). De fato, o termo «adultério» é frequentemente usado na Bíblia, em sentido metafórico, para indicar a infidelidade do povo de Deus, um pecado particularmente abominado pelo Senhor (Ose, 6:10; Jer. 3:2,9; Apo. 2:12; 19:2). Todavia, a graça divina é capaz de encobrir todos esses pecados. Assim, até mesmo a prostituta Raabe veio a tornar-se ascendente de Jesus Cristo (Mat. 1:5; Heb, 11:31).
5. Paulo preparou sete listas de vícios; e, em cinco delas, a fornicação é incluída. Ver I Cor. 5:11; 6:9; Gâl. 5:19; Efé. 5:3; Col. 3:15. E em cada uma dessas cinco listas é o pecado que figura em primeiro lugar. Os gregos e os romanos não consideravam muito grave o vicio da fornicação, embora falassem severamente contra o adultério.
6. Jesus atribula tanto a fornicação quanto o adultério à concupiscência dos olhos e à ideia da mente, fazendo dos mesmos pecados universais. Pois, quem não tem concupiscência pelo sexo oposto? Ver Mat. 5:28. Uma das preocupações de Jesus, em seus ensinos, era encarar o pecado em seu intuito, e não meramente em sua realização.
7. Paulo referiu-se a esse pecado como uma iniquidade que impede o individuo de participar do reino de Deus (I Cor. 5:11).
8. Paulo dizia que esse é um pecado cometido contra o próprio corpo e, portanto, contra o Espirito Santo, o qual faz do corpo do crente um templo seu (I Cor. 6:18-20). Nas relações sexuais parece haver a mistura de energias espirituais vitais, de tal modo que os dois tomam-se um só. Como isso sucede é algo misterioso, indefinido. Por essa razão é que Paulo encarava com grande seriedade a relação sexual com uma prostituta. Pois ela, por assim dizer, substituía o Espírito Santo, corrompendo àquele que é membro do corpo de Cristo (I Cor. 6:15 ss), Aquele que está unido ao Senhor forma um só espírito com ele, o que fala a respeito de uma intima comunhão mística com ele. Os místicos têm comentado acerca da qualidade espiritual do sexo, dando a entender que está envolvido algo de espiritual, e não meramente a união física de dois corpos.
9. A poligamia, naturalmente, não era classificada como fornicação ou como adultério. Era uma prática generalizada nos tempos bíblicos. Jesus, entretanto, referiu-se favoravelmente ao ideal de um homem e uma mulher (Mat. 19:4 ss).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Candeias. pag. 808-809.
Os Vícios como Obras da Carne: Gál. 5:18-21.
Esses vícios mui naturalmente se dividem em quatro categorias: 1. pecados sensuais, vs. 19.2. Pecados de superstição ou religião falsa, vs. 20. 3. Pecados de mau temperamento vss 20,21. 4. Pecados de várias formas de excessos, vs. 21.
1. Prostituição. A tradução imoralidade ficaria muito melhor aqui, como tradução do termo grego porneia, visto que o termo "prostituição" dá a entender o tráfico comercial do sexo. O sentido original desse vocábulo podia realmente ser traduzido por "prostituição", visto que ela se deriva da raiz grega "porne", que significa "prostituta".
No entanto, o substantivo "prostituição" gradualmente foi assumindo um significado mais lato. O termo básico, no grego, é paralelo a "permeni", que significava "vender", o que alude ao comércio que as mulheres faziam e fazem do sexo. Porém, a tradução imoralidade indica todas as formas de pecado de natureza sexual.
Algumas versões dizem aqui fornicação; mas essa tradução também é inadequada, porquanto atribuímos a esse termo a ideia de pecados sexuais anteriores ao casamento.
Todavia, a fornicação e a prostituição são tipos de imoralidade. Na realidade, a palavra grega aqui usada pode indicar até mesmo o "adultério", isto é, o pecado sexual entre pessoas casadas com outras. Os chamados "cultos de fertilidade", que havia nos dias de Paulo, glorificavam todas as modalidades de imoralidade, transformando-as em atos de devoção religiosa. O dinheiro que as prostitutas religiosas profissionais recebiam de suas nefandas atividades nos templos pagãos, era empregado para o sustento e a expansão de formas de adoração idólatra; por isso mesmo era natural que os judeus sempre tivessem associado a idolatria e pecados sexuais de muitas variedades. A idolatria, pois, era encarada como a raiz da imoralidade sexual. Somente na cidade de Corinto, mais de mil prostitutas religiosas infestavam os seus vários templos pagãos. (Ver o trecho de Rom. I: 18-27, onde Paulo denuncia abertamente os pagãos, por sua imoralidade).
Entre as muitíssimas razões pelas quais não deveríamos participar de tal forma de pecado, destacamos aquela que aparece em 1Cor. 6:13-20 ela: 1- 13, a saber, tais pecados são uma violação de nossa relação e de nossa comunhão com Cristo.
2. Impureza. No original grego, é akatharsia, que significa, literalmente, "impureza", imundícia, "refugo", ainda que, figuradamente, indicasse imoralidade, vício, "impureza nas questões sexuais". Tal vocábulo era empregado para indicar uma ferida suja, na carne, ou a depravação moral do espírito, a iniquidade, embora não necessariamente de ordem sexual. Porém, neste contexto, certamente Paulo tinha em mente as impurezas sexuais praticadas com tantas variedades indefinidas. Os vícios sexuais estão em foco, como a homossexualidade, o abuso das funções sexuais que corrompem o indivíduo a ponto de torná-lo espiritualmente imundo. Essa mesma palavra era utilizada para indicar a "impureza cerimonial", na versão da Septuaginta, do A.T., adquirida mediante o toque em um cadáver, em um leproso, em um animal proibido, etc. As impurezas sexuais nos tomam imundos; e isso é o que Paulo enfatiza aqui, sem especificar nenhuma forma particular de vício.
3. Lascívia. No grego, aselgeia, que significa "licenciosidade", sensualidade exagerada. Está em pauta a conduta assinalada por indulgência sexual irrestrita, por violência e voluntariedade pervertida. No grego clássico tal palavra não tinha, necessariamente, uma conotação sexual; porém, visto que ela é agrupada com outros vocábulos que têm tal sentido, e por ter tal sentido comum, nos escritos de outros autores, é altamente provável que Paulo tenha continuado a frisar pecados sexuais, embora agora o faça sob a luz daqueles que são exageradamente sensuais, violentos, que abusam da moralidade pública e privada. No texto de Efé. 4: 19, vemos que aqueles que destroem completamente a consciência, tendo-a "cauterizada", entregando-se ao "deboche", aos pecados sexuais exagerados (a mesma palavra é usada naquele texto), entregavam-se à "lascívia".
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 636.
Propósito do Livro
Muitos expositores têm sentido grandes dificuldades para justificar a inclusão do livro de Cantares de Salomão no cânon das Escrituras Sagradas. Parte dessa dificuldade se deve ao seu flagrante erotismo. Por outro lado, o livro é um longo mashal ou provérbio, ilustrando a riqueza e a beleza do amor físico humano; e, como tal, faz parte firme da tradição gnômica da Literatura de sabedoria dos hebreus.
Devemo-nos lembrar de que esse material originou-se no Oriente Próximo, onde imperavam diferentes atitudes quanto a certos pontos de moral. Deve-se observar que somente pessoas de classes abastadas poderiam dar-se ao luxo de empregar as substâncias exóticas e caríssimas, mencionadas nesses poemas. Tais pessoas, em contradição com as classes populares, estavam acostumadas a considerar o sexo em termos não tanto ascéticos, como uma questão não embaraçosa. Todavia, talvez essas pessoas e esses poemas se excedam um tanto, em relação com aquilo que nós estamos acostumados. Porém, o livro escolhe um curso que é um meio-termo entre a perversão, ou, pelo menos, o excesso sexual, por um lado, e a negação rígida e emocional das necessidades físicas, por outro lado, descendo até momentos da maior intimidade física entre um homem e uma mulher que se amam. No dizer de E. J. Young, talvez tudo isso reflita um amor mais puro que o nosso; ou, então, comentamos nós, uma atitude não tão vitoriana quanto a nossa.
Conteúdo e Esboço
Não é fácil apresentar uma análise do livro de Cantares à maneira convencional, por causa do fato de que todos os diálogos são muito entretecidos e difíceis de deslindar. Há ali diálogos (por exemplo, Cano 1:9 ss.) e solilóquios (por exemplo, 2.8-3.5), e as palavras passam de uma personagem para outra com tanta freqüência que é impossível identificar precisamente essas personagens. As «filhas de Jerusalém» são mencionadas durante a exposição (Can, 1.5; 2.7; 3.5 etc.), e a elas são atribuídas certas respostas, no diálogo (por exemplo, Cano 1.8, 5.9; 6.1 etc.). Uma situação similar ocorre no caso dos habitantes de Sulém (Can. 8.5) e os de Jerusalém (Can. 3.6-11). Entretanto, em termos gerais, poderíamos esboçar o conteúdo do livro de Cantares como segue:
1. A noiva exprime seu anelo pelo noivo, e canta seus louvores (1.1-2.7).
2. Aprofundando-se a afeição mútua entre eles, a noiva continua a elogiar seu amado, usando sim bolos da natureza (2.8 - 3.5).
3. Louvores ao rei Salomão, à noiva e aos desposóríos (3.6-5.1 ).
4. O noivo ausenta-se por algum tempo, durante o qual a noiva anela pela volta do noivo e continua a elogiá-lo (5.2 - 6.9).
5. Uma série de passagens descritivas sobre a beleza física da noiva (6.10-8.4).
6. Conclusão, que aborda a permanência do verdadeiro amor (8.5-14).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 41-42.
EXPLICAÇÃO
0 sexo é um presente de Deus para a humanidade, mas o Criador restringiu a prática sexual àqueles que estão comprometidos através do
casamento.
Conforme o relacionamento se consolidou, a beleza do romance entre Salomào e sua noiva aflorou. O poder intenso do amor afetou o coração.
a mente e o corpo dos dois amantes.
O amor exige muito mais do que um discurso coerente com o sentimento; exige uma linguagem corporal. O sexo é vital para o ser humano, mas é necessário o casamento para proteger o amor. O casamento é a celebração do compromisso mútuo diário.
Os dois amantes de Cantares elogiaram a beleza que viam um no outro. A linguagem que usaram mostra a espontaneidade e o mistério do amor. C) elogio não deve ser limitado à beleza tísica; uma bela personalidade e a pureza moral também devem ser louvadas.
Com o passar do tempo, os sentimentos de solidão. indiferença e isolamento surgiram entre Salomão e sua esposa. Durante este período, o amor esfriou c barreiras foram levantadas.
IMPORTÂNCIA
Deus quer que o sexo seja motivado pelo amor e pelo compromisso, não pela luxúria. O sexo é para o prazer mútuo, não para uma satisfação egoísta.
Por ser uma expressão tão poderosa de sentimento e compromisso entre duas pessoas, o amor não deve ser considerado uma banalidade. Não devemos manipular as pessoas para que nos amem, e o amor não deve ser prematuramente encorajado em um relacionamento.
Enquanto o romance mantém o casamento interessante, o compromisso mantém o romance vivo.
A decisão de comprometer-se apenas com seu cônjuge começa no altar do casamento, mas deve ser mantida no dia-a-dia.
Nosso amor por alguém faz esta pessoa parecer bonita para nós. Quando você se dispuser a casar, não olhe somente para a atratividade física de uma pessoa; tente ver outras qualidades que não murcham com o tempo, como a espiritualidade e o compromisso com Deus, a integridade, a sensibilidade e a sinceridade.
Através da comunicação, os cônjuges podem reconciliar-se o compromisso pode ser renovado, e o romance, restaurado. Não deixe que muros cresçam entre você c seu cônjuge. Cuide dos problemas enquanto ainda forem pequenos!
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 888.
4.1-7 - Como espectadores, ê possível que fiquemos embaraçados ao ler esta passagem em que os amantes expõem sua intimidade. No êxtase de seu amor. eles se elogiam mutuamente, usando belas imagens. Suas palavras podem ser estranhas para os leitores de uma cultura diferente, porém o intenso sentimento de amor e de admiração são universais. Comunicá-los através de palavras e ações fortalecem qualquer relacionamento.
4.12 - Ao comparar sua esposa com um jardim fechado. Salomão exaltou a virgindade dela. Apesar de. em muitas culturas, a virgindade ser considerada ultrapassada, sempre foi o plano de Deus para os solteiros. Há uma boa razão para isso. O sexo antes do casamento ó prejudicial: torna-se algo sem valor para quem o pratica sem o comprometimento necessário. Não e comparável ao prazer da completa entrega que experimenta a pessoa que se compromete totalmente com a outra pelos laços do casamento.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 890-891.
4.1 — Salomão elogia fartamente a impressionante beleza de sua noiva, empregando símbolos de suavidade para ilustrar a pureza, inocência e beleza da Sulamita. Os teus olhos são como os das pombas (Ct 2.14). São um símbolo de pureza, inocência e beleza (como em Cantares 1.15). As tranças da noiva podem ter coberto parte de seu rosto, deixando apenas os olhos à mostra (Ct 2.14; 5.7). O rei comparou o balanço de seu cabeio ao movimento gracioso de um rebanho de cabras a descer o monte de Gileade.
4.2-5 — O rei faz uma rapsódia da perfeição dos dentes, lábios, traços faciais, pescoço e, por fim, peitos de sua noiva.
Escarlata (v.3) refere-se ao luxo e à beleza; a romã faz analogia à doçura; doce é a mesma palavra rara empregada pela primeira vez em Cantares 1.5. A torre de Davi (v.4) fala de força e graça; os filhos gémeos da gazela (v.5) são incrivelmente adoráveis.
4.6 — Antes que-^refresque. A primeira noite em que o casal passaria junto era um momento precioso (Ct 8.14).
Monte da mirra e outeiro do incenso. Esses nomes nos dão o vislumbre do amor ardente que um tem pelo outro (Ct 1.13,14; 2.6).
4.7 — Formosa. Anteriormente, o rei já empregou este termo para falar de beleza (v. 1). Aqui, porém, há uma diferença com a palavra toda. Agora, ele faz a rapsódia da perfeição de sua noiva; todas as partes do corpo dela são atraentes.
4.8 — Essas palavras demonstram a sensibilidade de Salomão, neste momento, com relação às emoções de sua noiva. Ele clama por sua atenção, que devaneia em pensamentos distantes. Ele diz: Vem comigo. Utiliza o termo esposa pela primeira vez, o que é apropriado aqui em seu leito nupcial (v.9,10,11,12; Ct 5.1).
4.9 — Minha irmã, minha esposa. Essa estranha dupla de palavras baseou-se na ideia de que, ao unir-se em matrimónio, o casal passava a ser uma família. A mulher tornava-se venerável como membro da família real.
4.10 — Os teus amores...os teus amores. Tratasse do amor erótico.
4.11 — Lábios... mel e leite. A doçura dos beijos de sua noiva é como um alimento para ele (Ct 5.1; compare com Ct 1.2).
4.12 — Manancial... fonte selada. Salomão evoca imagens de refrigério e deleite. O fato de ter o rei empregado os termos fechado e selada indica, de forma poética, a virgindade de sua esposa na noite de seu casamento. Foi este o tesouro que ela lhe trouxe, o qual ela incentivou as outras moças da corte a também conservarem para a noite de núpcias de cada uma delas (Ct 2.7).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1014-1015.
Ef 5.22-24 - Assim como Cristo não é inferior ao Pai, mas submete-se a Ele, as mulheres, embora sejam iguais ao seu marido enquanto pessoas, têm papéis diferentes na relação conjugal. A expressão ao Senhor revela que a submissão voluntária da mulher provém de sua submissão primava a Cristo,
Ef 5.25 - Maridos, amai. Paulo não enfatiza a autoridade do marido; pelo contrário, ele exorta os maridos a amar a esposa sacrificando a si mesmos por ela. Eles devem imitar o amor de Cristo, o tipo de amor que está disposto a entregar a vida pela outra pessoa e servir-lhe, ainda que isso signifique sofrimento.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 513.
3. Prazer no casamento.
Pv 5.18-20 — As palavras alegra-te com a mulher da tua mocidade compreendem uma ordem e um estímulo para se achar alegria na felicidade mútua do casamento. De fato, ter prazer no leito conjugal é bendito por Deus (Cantares; Hb 13.4).
5.21-23 — Na expressão os olhos do Senhor reside um ponto decisivo: o que se faz em secreto não passa despercebido aos olhos de Deus, que tudo vê. Nisto, incluem-se também as práticas de adultério, que só leva à ruína. Uma vida insensata termina em morte amarga. O caminho secreto do perverso é um escândalo às claras no céu; termina com a solidão de um inferno particular.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 954.
Pv 5.18-20 - Deus nunca pretendeu que o casamento se tornasse enfadonho, monótono, sem prazer ou propósito. O sexo é uma dádiva de Deus às pessoas casadas, para seu prazer mútuo. A verdadeira felicidade vem quando decidimos encontrar prazer no cônjuge que Deus nos deu e quando nos comprometemos a satisfazer suas necessidades. Há um perigo real em duvidar que Deus nos conhece e cuida de nós. Aqueles que o fazem ressentem-se do tempo escolhido por Deus e procuram negligentemente o prazer sexual sem a sua bênção.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 840.
9.9. Goza a vida com a mulher que amas. O sexo também é uma coisa boa, numa vida casada normal; mas a prostituição e o adultério são truques dos hedonistas: portanto, evita esses excessos, a menos, naturalmente, que Deus te tenha predestinado para esse tipo de vida! Se o filósofo fosse coerente, ele não negaria que a vida de uma prostituta foi aquilo que Deus predeterminou para ela. Ele foi coerente (ver Eclesiastes 3.16), mas não quis confundir o quadro aqui. Pode-se viver uma vida jubilosa com uma boa esposa a quem se ama, mas a totalidade da vida é pura vaidade, e isso faz parte da vida. Não obstante, uma boa esposa é uma dádiva de Deus, para ajudar resistir a todas as outras coisas vãs. A questão resume-se a dizer: toda a tua porção te foi predestinada, pelo que deves suportar tudo da melhor maneira, desfrutando os pequenos prazeres da vida. Se estiveres trabalhando muito, para ocasionalmente para usufruir algum prazer na vida.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2732.
7.1-4 — Salomão faz uma homenagem à beleza de sua noiva. Ao olhar com amor, o ser amado pela pessoa possui uma beleza que transcende o que os outros possam enxergar. Filha do príncipe. Embora tenha nascido em berço comum (Ct 1.2), a Sulamita tem uma beleza digna da realeza. As voltas de tuas coxas. O termo hebraico sugere não apenas a sua forma, como também o movimento fluido de sua dança (Ct 6.13).
7.5 — A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo. A leitura não literal carmim, do hebraico karmil, preserva melhor o paralelismo com a próxima oração. Suas madeixas fluidas e seu belo rosto são fonte de maior deleite para Salomão, que está, literalmente, cativado por eles.
7.6 — Este versículo resume a alegria do rei pela beleza da noiva. Formosa. Este termo (aqui, em forma verbal) de beleza é empregado muitas vezes no livro (Ct 1.8,15). Amor. Nesta passagem, como em Cantares 2.4, ele emprega o termo comum para amor.
7.7,8 — Palmeira. Trata-se de uma imagem sexual com base na polinização das palmeiras. Para fertilizar uma palmeira fêmea, o jardineiro sobe na palmeira macho e tira algumas flores dela. Depois, sobe na palmeira fêmea e amarra as flores portadoras de pólen entre seus ramos.
7.9,10 — Afeição. Esta palavra é usada apenas três vezes na Bíblia. Aqui, ela significa claramente desejo sexual.
Quem foi a Sulamita?
Apenas em uma ocasião, Cantares identifica a noiva do poema como Sulamita (Ct 6.13), e nenhuma outra referência revela diretamente sua identidade. Quem, então, foi esta moça que se tornou objeto tão intenso das afeições de Salomão? Há diversas sugestões.
• Ela pode ter sido uma mulher de Suném, cidade no território de Issacar, próximo a Jezreel (Js 19.18). Neste caso, ela teria sido conhecida como a Sulamita, mas, ao cambiar as letras lamed (/) e nun (n), o que era feito comumente, ela também poderia ter sido chamada de Sulamita.
• Ela pode ter sido Abisague, a virgem Sulamita que acompanhou Davi em sua velhice (1 Rs 1.1-4,15). Após a morte de Davi, um de seus filhos, Adonias, solicitou Abisague. Mas isso era algo indevido, já que Salomão, o sucessor nomeado por Davi, teria direito a dispor dela bem como das demais esposas e concubinas do pai (1 Rs 2.17-22).
• Talvez Sulamita também possa ser transcrito como selomite, o que tornaria o nome um título feminino relacionado ao nome Salomão: a Salomona.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1016-1017.
Ec 7.1 Melhor é a boa fama do que o unguento precioso. Um homem sábio valoriza a boa reputação, evitando coisas que o derrubem no conceito de outras pessoas. Se o triste filósofo disse isso, então, quando muito, ele estava recomendando um valor relativo, visto que seu determinismo absoluto não lhe permitiria confessar que existe um valor real, do ponto de vista humano. Portanto, é possível, conforme insistem alguns eruditos, que este capítulo seja formado por uma coletânea de declarações de sabedoria, injetadas por algum editor no livro de nosso filósofo. Ver a introdução ao presente capítulo, com especulações que seguem essa linha, e também quanto à tentativa de situar esta seção dentro da discussão geral do livro. Cf. a primeira linha deste versículo; ver Pro. 15.30 e 22.1, onde há declarações similares; isso mostra que se trata de declarações comuns de sabedoria, repetidas pelo filósofo, e não criadas por ele. Se o filósofo escreveu realmente esta seção, então sua série de coisas melhores por certo é composta de coisas relativas. Ele não estava defendendo valores verdadeiros, pois sua filosofia niilista não promovia tal coisa. Seja como for, um bom nome é melhor que unguentos preciosos, usados pelos homens nos banquetes, para se saudarem uns aos outros.
Unguento. No hebraico, shemem. Mas o original hebraico diz aqui shem (“nome”). Portanto, o autor produziu um bom jogo de palavras, usando letras e sons semelhantes. Nos banquetes, a pessoa adquiria um bocado de shemem, “unguento", ao mesmo tempo que perdia seu shem, “nome”.
O dia da morte melhor que o dia do nascimento. Antítese. Em contraste com alguma coisa melhor na vida, temos a ideia de que o dia da morte é melhor que o do nascimento de uma pessoa. Essa declaração realmente parece uma afirmação do triste filósofo. Por ocasião da morte, quando a pessoa passa para o nada, ela terá terminado seu curso de “terror” e descansará para sempre. Não há aqui nenhuma ideia sobre um pós vida que dê recompensa e felicidade aos homens, noção que alguns intérpretes injetam no texto, a fim de suavizar o seu pessimismo. Eclesiastes 3.18-20 mostra que o filósofo não acreditava na alma ou na vida após a morte. Estamos informados de que o povo que habitava na Trácia, na região dos montes Cáucasos, onde os nascimentos eram lamentados e as mortes eram celebradas, acreditava que a vida humana se caracterizava pelo sofrimento, e que escapar da vida era melhor que entrar nela (Heródoto, Terpsichore, 1.5, cap. 4).
7.2 Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete. Este versículo reforça a segunda linha do vs. 1 do capítulo. Visto que o fim de tudo é a morte, e nela está o descanso dos sofrimentos e das excentricidades da vida, é melhor ir a um lugar onde as pessoas estejam lamentando a morte de um amigo ou parente, do que ir a um salão de banquete, onde há excessos e folguedos insensatos. Na casa da lamentação, um homem é mais autêntico, porquanto ele vê em que realmente a vida consiste: nada. Dessa maneira, ele obtém uma espécie de sabedoria que não há na ingestão de bebidas e alimentos e em meio aos cânticos; tal homem obtém maior clareza sobre a vaidade da vida. Tendo conseguido sabedoria superior, ele se contentará com alguns prazeres simples que acompanharão sua triste viagem através da mortalidade (ver Eclesiastes 2.24-25); no entanto, se fosse indagado acerca desses prazeres, ele não os defenderia como valores reais. O autor sagrado criticava o hedonismo e recomendava, por implicação, o epicurismo. Ver as notas do vs. 4.
7.3 Melhor é a mágoa do que o riso. A tristeza é melhor do que o riso, porquanto é mais autêntica, refletindo com maior realismo o que a vida realmente é ao passo que o riso põe uma máscara na vida. Um sábio deve refletir só ore a vida de modo realista, não se deixando envolver por excessos. Ele pode voltar aos prazeres simples, como algo dotado de valor relativo, e escapar de toda a conduta sem sentido dos estultos. Cf. Sal. 90.12, que também nos convida a uma atitude séria em relação à vida. Uma sociedade hedonista esquece essa atitude e continua sua maneira frívola e distorcida de viver.
Quando uma atitude séria penetra o coração do indivíduo, ele abandona seus excessos, o que lhe garante a atitude apropriada. Isso pode ser chamado de alegria, mas não levemos muito a sério essa palavra. Os prazeres simples da vida podem dar ao homem uma espécie de alegria, mas finalmente mostram ser totalmente vãos, já que, na total extinção, que importarão algumas alegrias simples que ele tenha desfrutado enquanto viveu? Mas, pelo menos, enquanto estiver a caminho do nada, ele terá sido menos estulto que aqueles que costumam frequentar os banquetes e seu falso riso. Ao longo da vida. pois. tal homem se elevou um pouco acima dos outros homens, mas, por ocasião da morte, ele é nivelado na mesma futilidade.
7.4 O coração dos sábios está na casa do luto. Um homem sábio tem o coração preso na casa da lamentação pelos mortos. Os insensatos, entretanto, sempre podem ser encontrados em alguma festa. Este versículo diz a mesma coisa que o vs. 3, embora de maneira levemente diferente. Devemos recuar ao vs. 2, às duas casas, uma de lamentação pelos mortos e a outra, a casa da festividade. O autor sacro criticava o hedonismo, o qual ele tinha experimentado longamente e rejeitado; ver Eclesiastes 3.1-11. Ele recomendou a moderação e o contentamento com os pequenos prazeres (Eclesiastes 2.24-25). por implicação. Ele contrastou o epicurismo com o hedonismo (ver esses termos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia) e recomendou o epicurismo. não como um verdadeiro valor, mas como o menor dos males que um homem encontra nesta vida.
7.5 Melhor é ouvir a repreensão do sábio. A primeira linha deste versículo, que fala em tirar proveito da repreensão de um sábio, era uma declaração comum das escolas de sabedoria. Ver Sal. 141.5; Pro. 13.18; 15.31,32. Por certo, é melhor que ficar ouvindo as canções insensatas dos bêbados que se reúnem nas festas.
“As reprimendas piedosas ofendem à carne, mas beneficiam o espírito: os cânticos dos insensatos, na casa da alegria, agradam a carne, mas injuriam o espírito" (Fausset, in loc.).
7.6 Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo duma panela, tal é a risada do insensato. O riso dos estultos é qual o crepitar de espinhos que queimam sob uma panela. Há um esperto jogo de palavras, aqui, onde a palavra hebraica smm (espinhos) é paralela à palavra hebraica sir (panela). Os tradutores alemães tentam equiparar esse jogo de palavras usando as palavras nettle (um tipo de espinho) e kettie (uma panela). Plumbtre dá ao versículo um ritmo de stubbie com bubble: “o crepitar do stubbie (restolho) que faz a panela bubble (borbulhar). Seja como for, os espinhos não são bons para ninguém (embora tenham por finalidade proteger a planta que os produz), nem produzem um fogo bom. Isso posto, o riso dos insensatos não é somente inútil, mas também irritante, tal como são todos os espinhos. Todo aquele falso regozijo não passa de vaidade, ao passo que a repreensão de um homem sábio (vs. 5) pode produzir algum bem. embora "aquecido”. Estrume seco de vacas era um combustível comum, desagradável, mas de longa duração. O fogo de espinhos queimava rapidamente e era fácil de ser usado, mas bastante ineficaz. "As chamas de espinhos fazem grande ruído, são altas, mas se extinguem dentro de poucos momentos. Assim, também as alegrias da vida são ruidosas, refulgentes e transitórias'’ (Adam Clarke. in loc.).
7.7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio. Se um homem sábio for oprimido o bastante, pode ficar irado (King James Version) e passar a agir como um insensato. Isso também pode deixá-lo enlouquecido (Atualizada) e, então, ele começará a fazer coisas não características que mancharão sua reputação. Por igual modo, um suborno corrompe a mente daquele que o recebe, e ele terminará por fazer coisas que normalmente não faria. Ver Éxo. 23.8: Deu. 16 19 e Pro. 15.27. Ver também, no Dicionário, o artigo intitulado Suborno. Duas ou três testemunhas podiam condenar um homem inocente ou libertar um culpado, e esse era o número mínimo de testemunhas requeridas pela lei mosaica (ver Deu. 17.6). Por conseguinte, era fácil influenciar o resultado de um caso. ou mesmo criar um caso falso mediante um suborno bem colocado, Além disso, havia juízes corruptos, disponíveis para fornecer decisões perversas. Por certo, esses juízes danam boas-vindas a um suborno para se enriquecerem.
7.8 Melhor é o fim das cousas do que o seu princípio. O autor sacro já nos havia dito que o aia da morte é melhor que o do nascimento (vs. 1). Agora, esse conceito ‘oi expandido para ser aplicado a todos os começos e fins. Zélia Gattai, a esposa de Jorge Amado, afirmou que a coisa que mais a deixava descansada no mundo era entregar um livro terminado ao editor, O produto final de qualquer processo é a fruição de labor. enquanto o começo de um grande projeto nos espanta. Além disso, há aquela ansiedade: "Posso fazer isso? Terei tempo para fazer tal coisa7 Minhas energias serão suficientes para o projeto?".
Começa teu trabalho com mente paciente, E verifica se foi inspirado p or Deus. Ele não faz coisa alguma. nem tolera Que qualquer coisa seja feita, exceto que Ele vè Desde o começo o seu bendito fim. (Russell Champlin)
A segunda linha contem um provérbio comum que louva a humildade e a paciência, e condena o espírito impaciente e orgulhoso. Ver esse contraste em Pro. 11.2: 13.10; 14.3: 15.25; 15.5.18; 18.12; 21.4 e 30.12,32. Ver sobre os olhos altivos em Pro. 6 17. Em seguida, ver no Dicionário os artigos intitulados Orgulho e Humildade. Se essa segunda linha tem por propósito responder à primeira (sem ser um pensamento distinto e não-relacionado ao primeiro), então aprendemos que um homem deve começar seu projeto com espírito paciente e mente humilde, Se um projeto for iniciado com orgulho e impaciência, acabará prejudicado e provavelmente nunca será concluído. Ademais, a segunda linha pode estar convocando para a submissão humilde a vontade de Deus. Deveríamos ter o cuidado em não criticar o Ser divino por projetos mal planejados ou por resultados desfavoráveis, como se isso fosse falha de Deus. Alguns vinculam a segunda linha ao vs. 5: é sábio sofrer, com paciência e humildade, a repreensão do sábio, e não com impaciência e espírito altivo, o que anularia o provável beneficio a ser recebido. Outro tanto pode ser dito sobre o modo como devemos aceitar ou não a providência divina em nossa vida, de cuja decisão resuita qualquer empreendimento.
7.9 Não te apresses em irar-te. Esta recomendação contra a ira procede do teor comum as declarações de sabedoria. O homem que facilmente perde o próprio controle mostra a atitude própria de um insensato cheio de má vontade e pouca paciência. Cf. Pro. 14.17; 15.32 e Tia. 1.19. Ver no Dicionário o artigo chamado Ira. quanto a detalhes. A ira é um fogo no peito que o sábio já aprendeu a apagar; mas os insensatos com frequência nela são consumidos, com a boca flamejando vitupérios. Muitas são as vítimas queimadas pela ira, uma das quais será o próprio iracundo. A ira do louco o destrói, e o zelo do tolo o mata. (Jó 5.2)
"O peito ou seio são comumente representados como a sede da ira, por outros escritores (Ciaudiano. oe 4 Consui Honor, Panegiy. vs. 241)’ (John Gill, in loc.). Irai-vos. e não pequeis: não se ponha o sol sobre a vossa ira.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2723-2724.
II - O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES DO CASAMENTO
1. No Antigo Testamento.
O VALOR DA PUREZA SEXUAL
No mundo relativista, a moral é elástica. Não há limites para as práticas pecaminosas. Em primeiro lugar, porque esse mundo é materialista. Jesus disse que “o mundo jaz no maligno”. A maioria das pessoas não crê em Deus, Criador e Legislador do Universo. Em segundo lugar, porque, não crendo nEle, não consideram sua palavra como regra de fé ou de conduta. Nesse contexto, a moral está sujeita às mudanças de valores que ocorrem ao sabor dos acontecimentos, das políticas, dos usos e dos costumes sociais. Na cultura relativista, não há lugar para retidão, pureza ou castidade em matéria de sexo. Tudo vale, desde que alguém entenda que é certo. Na Palavra de Deus, no entanto, os valores morais são muito diferentes.
1.    O valor da virgindade no Antigo Testamento
O texto de Salmos 119.9-11 é fundamental para a vida do jovem, servo de Deus, em todos os tempos. No Antigo Testamento, a moral era tão rígida, em termos de pureza sexual que, se uma jovem praticasse sexo antes do casamento seria morta. Sua sentença era a pena capital.
Fornicação era o mesmo que prostituição (Dt 22.20, 21). Na cultura patriarcal, o homem tinha privilégios que não eram desfrutados pela mulher. A moça que fornicava era morta. O homem que fornicasse tinha que casar com a moça (Dt 22.28,29).
Até os lençóis, manchados de sangue, na primeira relação sexual, na “lua de mel”, eram valorizados. Se algum homem acusasse uma moça, em Israel, difamando-a, com acusação de não ter sido encontrada virgem, e isso fosse apurado, o difamador seria condenado a pagar pesada multa e ainda ter que continuar casado com a moça (Dt 22.13-19). Um sacerdote não podia casar com mulher repudiada ou prostituta. Tinha que casar com uma moça virgem (Lv 21.14).
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 104-105.
Observações do Antigo Testamento.
1. Ao criar o homem e a mulher, Deus foi a origem da sexualidade humana (Gên. 1.27), sexualidade que alguns sedutores perverteram para servir como desculpa para seus excessos, mas que outros corretamente empregam para demonstrar que nada há de errado com o sexo per se.
2. A criação do homem e da mulher implica uma diferença de estado e ordem que é declarada abertamente em Gên. 3.16 e reiterada em termos claros por Paulo em I Cor. 11.3 e por Pedro em I Ped. 3.1.
3. No casamento, os dois parceiros têm obrigação de prover satisfação sexual um ao outro, ato que pode estar subordinado à procriação (Gên. 1.22, 28; 8.17), ou meramente dar prazer, que é um fator necessário à saúde e à manutenção de um ego respeitável (I Cor. 7.5).
4. A família é o objeto do sexo (Esd. 8.1-14), algo ilustrado pela quase obsessão demonstrada pelos hebreus e judeus em relação às genealogias.
5. O homem é o líder da família não meramente por motivos tribais, mas também para liderança e desenvolvimento espiritual (Oên. 3.16; Exo. 12.1-6; 20.12; Deu. 6.20-25).
6. O pai era o sacerdote da unidade da família até que foi desenvolvido um sacerdócio formal. Quando isso aconteceu, apenas homens eram sacerdotes aceitáveis e isso foi limitado ainda mais aos descendentes de Levi, através de Arão (Êxo. 19.22; Lev. 1.11).
7. Lideres espirituais especiais, os profetas, eram de modo geral, homens, mas havia exceções a essa regra (Exo. 15.20; Juí. 4.4; II Reis 22.14; II Crô. 34.22; Nee. 6.14; Isa, 8.3).
8. A distinção entre homens e mulheres era mantida de diversas formas, incluindo a regra de que a mulher não podia usar roupas masculinas e de que os homens não poderiam usar roupas tipicamente femininas (Deu. 22.5).
Em um momento posterior, os estilos de cabelo também foram objeto de regras (I Cor. 11.14), mas a história nos mostra que na maioria dos povos os homens usavam cabelos longos, exceto entre os egípcios, que não gostavam de cabelos. Os homens não podiam cortar os cabelos laterais, pois esse era o estilo de cabelos pagão (Lev. 21.5).
Apenas na Diáspora (dispersão) foi que os homens judeus imitaram os estilos romanos para os cabelos, incluindo o corte, mas as mulheres continuaram mantendo cabelos longos. As tribos gregas mantinham práticas de cabelos longos e curtos para homens. A declaração de Paulo em 1 Cor. 11.14 reflete-se a costumes posteriores, não aos do Antigo Testamento.
9. A criação da mulher a partir da costela (Gên. 2.21, 22) ilustra o papel dominante do varão e também que a mulher deveria ser uma "ajudante" do homem (2.20). A mulher existia para propósitos utilitários e encontrava sua plenitude nesse serviço. O principal serviço da mulher era ter filhos e educá-los (Gên, 3.14-16).
10. As mulheres podiam e deveriam ter ocupações diferentes, mas sempre centradas na família (Pro. 31.1031). Elas poderiam ganhar dinheiro, mas trabalhando em casa.
11. A Bíblia culpa as mulheres pela entrada do pecado no mundo (Gên. 3.1-6) e isso levou à degradação da mulher na psique hebraica e judaica, a ponto de alguns rabinos chegarem a duvidar de que as mulheres tivessem alma. Até mesmo a dor do parto era atribuída ao pecado (3.1516), não a uma característica inadequada da anatomia feminina para o parto.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 193.
Sl 119.9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Temos aqui a segunda estrofe, com outras oito linhas que glorificam a lei. Ver na introdução a este salmo a seção chamada Salmos Acrósticos, quanto a explicações sobre o estilo literário deste salmo.
O jovem. Como podem os jovens, cheios das chamas da juventude e sempre tentados a experimentar coisas novas, com frequência pecaminosas, manter- se puros? Até o piedoso e inocente Jó, que não possuía pecado que causasse seus horrendos sofrimentos, cometera pecados em sua juventude (ver Jó 13.26). “O interesse pelo bem-estar dos jovens é uma das grandes características do escritores da Literatura de Sabedoria. Ver Pro. 1.4,8,10,15; 2.1; 3.1; Ecl. 11.9 e 12.1” (William R. Taylor, in ioc.). Ver no Dicionário o artigo chamado Sabedoria, seção III, quanto a esse tipo de literatura na composição hebraica. Os salmos, aqui e acolá, e certas porções deste salmo, participam desse fenômeno. Cerca de treze salmos são essencialmente dessa natureza. Ver as classes dos salmos exibidas no gráfico no início do comentário, o qual atua como uma espécie de frontispício do saltério. Dou ali dezessete classes e listo os salmos pertencentes a cada uma delas. Entre essas classes, estão os salmos de sabedoria.
O salmista encontrou a resposta para o seu problema na lei, chamada aqui de dabar, a segunda dentre as dez palavras usadas para indicar a lei, conforme notas no vs. 1. Compreende-se que um jovem que estude a lei não somente saiba o que é melhor, mas também receba o poder de Yahweh, Autor da lei, possivelmente através do poder do Espírito Santo. Muitos jovens não são pecadores endurecidos, mas tradicionalmente enfrentam problemas de pureza da vida, porquanto se inclinam a fazer experiências, em parte movidos pela curiosidade, em parte por suas corrupções interiores, que já possuem bem desenvolvidas e que são facilmente despertadas. Contudo, não é suficiente a um jovem ser pessoalmente puro. Um homem deve fazer o bem em favor do próximo, através de obras de amor.
Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.
(I Timóteo 4.12)
“As concupiscências dos jovens são naturalmente fortes e inclinam por contaminar a alma (Pro. 1.4; 20.11)” (Fausset, in Ioc.).
Dá o teu melhor ao Mestre,
Dá da força de tua mocidade;
Lança o ardor intenso e fresco de tua alma,
Na batalha pela verdade.
(Sra. Charles Barnard)
Sl 119.10 De todo o coração te busquei. Encontramos aqui uma excelente espiritualidade, que não depende exclusivamente da guarda da lei. Existem corações dedicados a Yahweh, que temem desviar-se da vereda reta e pedem proteção divina contra esse desvio. Uma espiritualidade verdadeira deve ser generosa, pronta a servir o próximo, vivendo a lei do amor.
Dá-me teu coração, diz o Pai, lá no alto,
Nenhum presente é tão precioso quanto o dom do teu amor.
Deste mundo tenebroso ele nos quer desviar,
Falando com tanta ternura:
Dá-me o teu coração.
(Eliza E. Hewitt)
O poeta sagrado havia internalizado a lei de Deus, e o produto disso foi o amor. Ver Rom. 13.9 ss., onde o amor aparece como o cumprimento da lei toda. Cf. Deu. 6.5, quanto ao amor de todo o coração, mente e alma. A primeira cláusula do versículo é provada como genuína pela segunda, que exibe a desconfiança consigo mesmo. O alvo é muito elevado, e o homem duvidava de si mesmo, conforme se vê em certa passagem do Novo Testamento: “Eu creio, ajuda- me na minha falta de fé” (Mar. 9.24). Para que houvesse busca ao Senhor, de todo o coração, o autor sagrado não podia desviar seu coração dos mandamentos de Deus; doutra sorte haveria um novo objetivo em seu amor. Ver o vs. 176, quanto a uma declaração similar. Ver também I Crô. 15.12,15 e Isa. 63.17.
Sl 119.11 Guardo no coração as tuas palavras. Qualquer criança que frequente a escola dominical conhece este versículo e qualquer crente adulto também o conhece, mas porventura nós o observamos? Este versículo é largamente usado para falar sobre a sabedoria da memorização da Bíblia e, embora provavelmente não seja esse o sentido pretendido, é uma boa aplicação. Não precisamos ser como os fanáticos que decoram todo o saltério e o citam diariamente. Eu mesmo memorizei as epístolas paulinas (além da epístola aos Hebreus, que não é paulina) em minha juventude, pelo que agi como um fanático. É possível que as pessoas que colocam em prática esses prodígios mentais se ocupem da Bibliolatria (ver a respeito no Dicionário). Além disso, talvez eles façam viagens pelo próprio “eu”, gabando- se de quantas Escrituras conseguem memorizar. Por outra parte, os abusos não anulam o bem, e a memorização é um modo digno de estudar a Bíblia.
Naturalmente, este versículo fala sobre a lei, empregando a terceira das dez palavras listadas no vs. 1.
Guardo. Isto é, “escondo” (conforme diz a Revised Standard Version), aludindo à metáfora de um tesouro escondido. O homem que tem o tesouro escondido em seu coração tem menor inclinação a ceder à tentação. “A palavra de Cristo deve habitar nele ricamente. Caso contrário, em breve ele pode ser surpreendido por algum pecado teimoso” (Adam Clarke, in Ioc.).
Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações.
(Colossenses 3.16)
“Escondei... como os orientais escondem seus tesouros. Cf. Mat. 13.44” (Ellicott, in Ioc.). Ver II Cor. 7.1 e Tito 2.11,12, que contêm passagens neotestamentárias similares. Ver o vs. 14, quanto a ideias sobre riquezas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2433-2434.
22.13-30 - Por que Deus incluiu todas essas leis sobre os pecados sexuais? A instrução sobre o comportamento sexual era vital para tres milhões de pessoas que viajaram por 40 anos. Mas era igualmente importante quando Israel se estabelecesse como nação na Terra Prometida.
Em Colossenses 3.5-8, Paulo reconheceu a importância da pureza sexual, pois o pecado tem o poder de destruir as pessoas. Os pecados que envolvem o sexo não são inocentes temperos em prazeres proibidos, como a indústria pornográfica costuma apresentar, mas poderosos instrumentos de destruição de relacionamentos. Eles confundem e destroem o respeito, a confiança e a credibilidade, que são essenciais para casamentos felizes e filhos saudáveis emocionalmente.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 259.
Lv 21. 13-15 — O padrão a ser considerado para escolher uma esposa para o sumo sacerdote era mais elevado do que o exigido para um sacerdote comum. O sumo sacerdote só poderia desposar uma virgem dos seus povos, provavelmente a filha de outro sacerdote ou uma mulher israelita. Sua semente tinha de ser pura.
Ao casar-se com uma mulher sem nenhuma experiência sexual, o sumo sacerdote garantia que sua prole era realmente fruto de seu casamento.
Outra interpretação plausível talvez seja que o sumo sacerdote não macularia sua semente ao deitar-se com qualquer mulher. E possível que esses dois conceitos se complementem.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 246.
2. Em o Novo Testamento.
A importância da virgindade no Novo Testamento
Alguém poderia dizer, sem pensar bem, ou por desconhecimento da Bíblia, que a moral, no Novo Testamento, é menos rígida que na antiga aliança. Seria ledo engano. Jesus Cristo não só cumpriu tudo o que estava previsto na Lei, como trouxe uma forma mais profunda e abrangente, em termos de cumprimento dos preceitos legais. Ele deixou de lado o formalismo e o legalismo, que valorizavam apenas os atos exteriores do comportamento, e se fixou na origem dos pecados, que nascem do interior do ser, do coração, ou da mente corrompida do homem (Mt 15.19). Para Jesus, a pureza tem que ser interior, tem que partir de dentro do coração e aparecer no exterior, como “luz do mundo” (Mt 5.14). Daí, porque ele considera adultério, não só o ato sexual entre pessoas não casadas, mas até mesmo o pensamento lascivo (Mt 5.28).
Na parábola das Dez Virgens, vemos o Senhor Jesus alertando para a vigilância, quanto à sua vinda, e tomando como exemplo uma cerimônia de casamento de seu tempo, no Oriente. As testemunhas dos noivos teriam que ser virgens. Em Mateus 25, vemos que ele se refere a “dez virgens”, das quais cinco eram prudentes e cinco eram loucas, insensatas ou imprudentes. O noivo haveria de chegar para o momento especial, com sua noiva, e as damas de honra só poderiam entrar para as bodas se estivessem devidamente preparadas. Se as testemunhas tinham que ser virgens, a noiva também teria de sê-lo. Os costumes do AT estavam em pleno vigor, na época de Jesus.
Doutrinando aos coríntios, sobre a fidelidade que os cristãos devem ter a Cristo, Paulo faz alusão ao valor da virgindade no casamento, ao dizer: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2 — grifo nosso). Assim se expressava o apóstolo, pois essa era a visão que ele tinha, no seu dia a dia. Um homem deveria casar-se com uma virgem.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 105.
Observações do Novo Testamento.
O Novo Testamento preservou as atitudes judaicas do Antigo Testamento relativamente ao sexo. Mas também podem ser observadas as radicalizações das ideias de Filo e dos essênios. Jesus condenou as atitudes por trás dos atos, incluindo os pecados sexuais, e assim apresentou um código ético mais profundo (Mat. 5.27-32; 15.1920).
Embora seu código tivesse mais percepção, também apresentava mais misericórdia, o que é ilustrado por seu desejo de perdoar em vez de participar na matança da mulher adúltera (João 8.1-11).
Paulo foi um pioneiro nos direitos da mulher, ignorando as antigas atitudes judaicas de "homens apenas para a maioria das coisas". Ver Gál. 3.28: "Não há judeu, nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus".
Paulo injetou um significado místico na união do casamento, sugerindo haver uma combinação de energias vitais que transformava duas pessoas numa só, de uma forma indefinida mas real, mística (Efé, 5.31, 32). Ainda assim, o homem continua sendo o líder da mulher, bem como Cristo é o líder do homem (Efé. 5.23).
Como há um tipo de união mística e compartilhamento de energia no ato sexual, o cristão deve tomar cuidado com tal união com uma mulher lasciva (I Cor. 6.15). O corpo de um homem tomou-se um templo para o Espírito, assim ele deve evitar infrações externas (I Cor. 6.14-16).
Não pode haver dúvida sobre o fato de que Paulo pensava que a vida de celibato era superior à vida de casado para aquele que busca espiritual idade intensamente (I Cor. 7.1, 7-9), e tais visões também eram atribuídas a Jesus (Mal. 19.10-12). Essas atitudes provavelmente refletem as de Filo e a dos essênios, que tiveram grande influência no pensamento judaico-cristão do primeiro século. Ver Mal. 8.21-22; 10.34-37; 19.1012; Luc. 8.19-21. Os primeiros cristãos, como os essênios, supunham viver às vésperas do esforço final entre a escuridão e a luz. portanto os apelos feitos a uma vida celibatária eram convincentes para alguns, como foram os chamados "sentimentos anti-familiares", Condições para continuar a vida como sempre deixaram de existir para uma igreja que era continuamente perseguida. Novos caminhos espirituais eram buscados para o seguidor ávido. Um desses caminhos era esquecer o casamento e o sexo e devotar-se às questões espirituais sem os empecilhos das coisas comuns. Levando coisas aos extremos, alguns fundaram monastérios e ordens monásticas como sistemas de apoio para os "seguidores superiores".
Por outro lado, para poucos seletos, a vida monástica pode ser o melhor caminho. A filosofia ensina que todas as generalizações são falsas. Desse ponto de vista, podemos presumir que generalizar a prática do celibato e forçar isso em um sacerdócio geral também é prática precária.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 194
III - O SEXO QUE A BÍBLIA CONDENA
1. A pratica do homossexualismo.
Existem igrejas e pastores gays que procuram negar a condenação bíblica de suas práticas, usando para isso recursos que consistem em modificar o sentido das palavras na língua original da Bíblia. Um deles, numa entrevista à revista Época (n° 254 de 31/03/2003), afirma que a Bíblia não condena a prática homossexual e reinterpreta duas passagens bíblicas que falam sobre o assunto (Lv 18.22; 1 Co 6.9). Assegura que a palavra hebraica, usada para "abominação", em hebraico, toevah, "indica na verdade uma impureza ritual, não algo intrinsecamente mau" (p. 17), e que as palavras gregas usadas para "efeminados" e "sodomitas" não têm a mesma equivalência dos atuais homossexuais, sendo nossas versões um disparate. O presente capítulo pretende mostrar o pensamento bíblico sobre essa prática e a situação da Igreja diante de uma sociedade cada vez mais permissiva.
CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS
Há sete passagens bíblicas que fazem menção dessa prática, todas condenando ou mostrando-a como algo negativo:
4 E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. 5 E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos (Gn 19.4, 5). => 4 Mas, antes que eles fossem dormir, todos os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, cercaram a casa. 5 Eles chamaram Ló e perguntaram: — Onde estão os homens que entraram na sua casa esta noite? Traga-os aqui fora para nós, pois queremos ter relações com eles (Gn 19.4,5 [NTLH)].
Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é [...] Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles (Lv 18.22; 20.13).
Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos (Jz 19.22). => Enquanto eles conversavam alegremente, alguns homens imorais daquela cidade cercaram a casa e começaram a bater na porta. E disseram ao velho: — Traga para fora o homem que está na sua casa! Nós queremos ter relações com ele (Jz 19.22, NTLH).
24 Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém
 26 Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém (Rm 1.24-28).
Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus (ICo 6.10).
9 Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas,
10 para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina (1 Tm 1.9,10).
Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição (Jd 7, ARA).
Líderes das igrejas gays alegam que a Bíblia não condena tais práticas e procuram reinterpretar essas passagens. Dizem que o verbo "conhecer", como aparece no relato da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, em Gênesis 18 e 19, não significa necessariamente "fazer sexo". Dessa forma, querem dizer que a tradição judaico-cristã errou ao longo dos séculos ao associar o pecado de Sodoma à prática homossexual. Quando essa linha de pensamento é cotejada com o contexto bíblico, vem à tona a falácia de tal interpretação. A repulsa bíblica às práticas homossexuais não se restringe apenas à destruição de Sodoma e Gomorra. É verdade que o verbo hebraico nessa passagem éyada', que significa "conhecer, saber" (DITAT, p. 597), traduzido por "conhecer" (Gn 19.5; Jz 19.22), na ARC, mas também é verdade o seu emprego como eufemismo no Antigo Testamento para designar a relação sexual:
"E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim [...] E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete" (Gn 4.1,25); "E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque" (Gn 4.17). Quando Ló apresentou as suas duas filhas aos varões de Sodoma, disse: "Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão" (Gn 19.8). No Novo Testamento não é diferente. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, ela perguntou: "Como se fará isso, visto que não conheço varão?" (Lc 1.34).
O sentido de uma palavra bíblica e em qualquer texto literário deve ser entendido à luz do seu contexto. Note que Ló pediu para os varões de Sodoma não fazerem mal aos seus hóspedes: "Rogo-vos que não façais mal" (Gn 19.7) e acrescentou: "Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado" (Gn 19.8). Qual o sentido de Ló oferecer suas duas filhas aos varões de Sodoma afirmando serem elas virgens e que eles poderiam praticar com elas o que quisessem?
Ló esclareceu ainda que seus hóspedes procuraram sua casa para se livrarem do assédio dos moradores da cidade.
Representantes da literatura rabínica a partir do século II a.C. tais como Filo de Alexandria e Flávio Josefo, chocados, identificaram o pecado de Sodoma com as práticas homossexuais da sociedade grega.
Esse é também o pensamento do Novo Testamento, que para os cristãos é a palavra final: "Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição" (Jd 7, ARA). A verdade é que o pecado de Sodoma não foi apenas esse, mas um deles. Afirmar não haver nesse relato vínculo com a prática homossexual é uma "camisa de força", uma interpretação inconsistente que não se sustenta.
O livro de Levítico afirma ainda que tal prática deveria ser punida com pena capital. "Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles" (20.13). Mas Jesus morreu por todos os pecadores (ICo 15.2; 1 Jo 2.2), na fé cristã a exclusão do rol de membros substitui a pena de morte. O incesto, por exemplo, era punido com a morte na antiga aliança (Lv20.11,12,14). No entanto, o apóstolo Paulo simplesmente ordenou que o praticante de tal pecado fosse excluído do rol de membros da Igreja (ICo 5.1-5), mas depois que o pecador se arrependeu voltou à comunhão (2Co 2.5-10). Da mesma forma a prática homossexual não pode ser aceita nem reconhecida pela Igreja (ICo 6.10).
Deus criou o homem, "macho e fêmea os criou" (Gn 1.27), para a sua glória, portanto ninguém vive para si, mas para fazer a vontade divina. A verdadeira felicidade humana está em cumprir a vontade do Criador. O ser humano, contudo, se afastou de Deus, e isso o levou à idolatria e depois à imoralidade. A consequência dessa apostasia é a imoralidade, incluindo o homossexualismo, tanto masculino como feminino. Isso está claro em Romanos 1.19-28. O texto sagrado diz que "Deus os abandonou às paixões infames" (Rm 1.26), porque não o reconheceram. O apóstolo considera, ainda, tais práticas como "torpeza" (Rm 1.27), uso não natural, "contrário à natureza" (Rm 1.26); e escreve em outro lugar que os tais "não hão de herdar o Reino de Deus" (ICo 6.9). O apóstolo Paulo afirma que alguns sodomitas e efeminados de Corinto foram libertados e serviam a Deus na igreja: "E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus" (ICo 6.11).
DEFININDO OS TERMOS
O ensino bíblico é: "Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel" (Dt 23.17). O termo hebraico para "rameira" é qedêshah, e para "sodomita", qadesh, masculino, que significa "pessoa consagrada, prostituta (o) cultual" (HOLLADAY, 2010, p. 446); "prostituta cultual, prostituto cultual" (DITAT, pp. 1.652, 1.323). A LXX traduziu qedêshah por pomê, "prostituta", aqui e em outras passagens bíblicas (Gn 38.21,22). A palavra kadesh é também traduzida por "rapazes escandalosos" (lRs 14.24; 15.12) ou "prostitutos cultuais" na NVI. A ideia do termo é "prostituição sagrada", pois essa prática era muito comum nos cultos cananeus em que as mulheres serviam nos santuários pagãos.
A Bíblia afirma que tal prática é abominável aos olhos de Deus: "Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é" (Lv 18.22).
A palavra hebraica para "abominação" é toevah, alguma coisa "abomi nável, detestável [...] ofensiva, uma ofensa" (HOLLADAY, 2010, 552); "costume abominável, coisa abominável, abominação [...] pode ser de natureza física, ritual ou ética e pode causar a repulsa em Deus ou no homem" (DITAT, pp. 1.652,1.653). Esse termo é aplicado para condenar a idolatria (Dt 7.25), os sacrifícios de crianças (Dt 12.31), o envolvimento com o ocultismo (Dt 18.9-14), as transações desonestas (Dt 25.13-16), a prostituição cúltica (lRs 14.24) e para aqueles que desrespeitarem as leis dietéticas (Dt 14.8). Os antigos rabinos chamavam o homossexualismo de "pecado dos gregos". O relato da História mostra por que as autoridades religiosas no antigo Israel assim identificavam esse tipo de pecado: "Na antiga Grécia, e precisamente nos momentos em que suas principais cidades alcançavam seu máximo poderio militar e intelectual, onde as práticas homossexuais alcançavam o seu máximo predicamento [...]" (WALKER, 1997, p. 448, os grifos não são nossos).
O apóstolo Paulo classifica os homossexuais em duas categorias: ativos, os "sodomitas", e passivos, os "efeminados". A palavra grega para "sodomita" é arsenokoités, "que mantém relações sexuais com homem" (DGP, vol. 1, p. 131); "sodomita, homossexual" (ADRADOS, vol. III, 1991, p. 527). O termo vem de duas palavras: arsên ou arsen, "homem, sexo masculino, macho" (Mt 19.4) "masculino, varão, animal macho" (BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 475), ou arrên, "varão; macho; masculino; viril" (DGP, vol. l,p. 131), e dekoitê, "cama, relações sexuais" (BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 2.368); "leito, cama, leito nupcial, [...] relação sexual" (DGP, vol. 3, p. 82). O termo arsenokoités só aparece duas vezes no Novo Testamento (ICo 6.9, lTm 1.10). A palavra grega para "efeminado" é malakos, que significa "agradável de tocar; macio; suave; delicado; [...] efeminado" (DGP, vol. 3, p. 82); "Dos quatro testemunhos no NT, três referem-se a pessoas elegantes e às vezes 'vestidas com roupas delicadas' Mt 11.8; [...] Lc 7.25; [...] No catálogo de vícios, em ICo 6.9, menciona os malakoi/ efeminados como exemplo reprovável de homossexualidade passiva" (BALZ & SCHNEIDER, vol. II, 2002, p. 143); "efeminados ou malakoi, que abusam de si mesmo como se fossem mulheres com homens ou homossexuais, como em 1 Tm 1.10" (ROBERTSON, vol. 4, 1989, p. 172).
SOARES. Esequias. CASAMENTO, DIVÓRCIO E SEXO A LUZ DA BÍBLIA. Editora CPAD. pag. 26-32.
A Homossexualidade é Aceitável Para Deus?
A aceitação da homossexualidade como estilo de vida igualitariamente válido está crescendo rapidamente na cultura ocidental.
No entanto, Deus nos diz que o sexo foi planejado apenas para um tipo de relacionamento— dentro do casamento, exclusivamente entre um homem e uma mulher. Como a atividade homossexual, o sexo antes do casamento, e o adultério estão todos fora do casamento, então todos são violações das instruções de Deus. Todas essas coisas são pecados, e aqueles que cometem esses pecados devem arrepender-se deles.
A Bíblia condena as práticas homossexuais em vários lugares, tais como Gênesis 19:1-25, Levítico 18:22 e 20:13 e Juizes 19:1-25. Essas escrituras se referem a atos homossexuais como algo que não deve ser praticado e que é malvisto aos olhos de Deus.
No Novo Testamento, Romanos 1:24-27, 1 Coríntios 6:9-11 e 1 Timóteo 1:9-10 referem-se a homossexualidade da mesma maneira. A passagem de Romanos inclui uma proibição específica do envolvimento homossexual tanto masculino como feminino. Em nenhum lugar a Bíblia apoia ou aprova a homossexualidade. As duas únicas opções reconhecidas para os cristãos adultos são o casamento heterossexual e a abstinência.
A grande maioria dos estudiosos acadêmicos e bíblicos concorda que a Bíblia proíbe as atividades homossexuais. Quase todas as traduções atuais da Bíblia corroboram a proibição de Deus quanto à prática homossexual. Ao contestar as instruções de Deus, alguns homossexuais argumentam que Ele os criou do jeito que são e que, portanto, deve aprovar a homossexualidade. Tal raciocínio é inerentemente falho por várias razões. Em primeiro lugar, Deus criou a todos com livre arbítrio, então nós é que escolhemos o que vamos pensar, acreditar e fazer. Nós não somos robôs incapazes de tomar nossas próprias decisões ou controlar o nosso próprio comportamento. Em segundo lugar, tem sido comprovado que o ambiente no qual uma pessoa vive tem um grande impacto no desenvolvimento de sua sexualidade.
Além disso, estudos com gêmeos idênticos, onde um deles é homossexual e o outro não, prova que a homossexualidade não é regida pela composição genética. Esses fatores mostram que os homossexuais são formados, e não nascidos assim.
Em terceiro lugar, independentemente de quaisquer condições que possam predispor uma pessoa à homossexualidade, todos nós devemos tomar decisões morais, independente das nossas circunstâncias. Quando tomamos a decisão de seguir as instruções de Deus, devemos viver de acordo com todos os Seus princípios. Deus não nos permite reescrever Suas regras simplesmente porque somos naturalmente inclinados ao sexo antes do casamento, ao adultério, à homossexualidade ou qualquer outro pecado.
E, ao falar da maneira como os seres humanos foram criados, a Bíblia revela que todos nós (independentemente da nossa orientação sexual) temos uma predisposição para o pecado. Temos mentes que desde a infância são orientadas contra Deus e Seus caminhos (Jeremias 17:9). Como resultado, todos nós pecamos (Romanos 3:23). O desafio de cada um de nós para correspondermos a Deus é o de nos arrepender de nossos pecados— mudar nossas vidas com a Sua ajuda e ficar em conformidade com Seus padrões (Romanos 12:1-2). Quando entregamos nossas vidas a Deus, então podemos mudá-las.
É encorajador compreender que há claras evidências bíblicas de que Deus pode mudar a vida de uma pessoa envolvida no homossexualismo. Em 1 Coríntios 6, o apóstolo Paulo está se dirigindo a homens e mulheres da igreja de Corinto. Ele enumera várias formas de comportamento, inclusive os atos homossexuais que mantém uma pessoa longe do Reino de Deus (versículos 9-10). Em seguida, Paulo faz a seguinte declaração: “Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (versículo 11, NVI).
Paulo aparentemente conhecia ex-homossexuais na igreja de Corinto. Portanto, a mensagem de que o homossexualismo pode ser mudado não é nova. Os homossexuais têm conseguido mudar desde que a Bíblia foi escrita. A abordagem da Palavra de Deus é a de odiar o pecado e amar o pecador (comparar João 3:16). Qual é a responsabilidade de alguém que quer ser cristão, mas luta com uma atração profundamente arraigada em sua própria sexualidade? As Escrituras dizem que a pessoa é obrigada a controlar seus desejos sexuais da mesma forma que os heterossexuais devem exercer o autocontrole. Em outras palavras, ele ou ela, deve evitar ceder à luxúria.
A Bíblia nos instrui a arrepender-se e sair do pecado. É preciso se arrepender e superar as práticas homossexuais, como qualquer outro pecado. Um homossexual deveria fazer isso ao reconhecer que a homossexualidade é errada e, portanto, deveria deixar de viver um estilo de vida homossexual ou evitar colocar-se em uma situação onde possa ser tentado a se engajar em tal comportamento. Ao reconhecer que o pecado começa na mente (Tiago 1: 13-15), uma pessoa que luta com este ou outros pecados sexuais deve se esforçar para levar “cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10:5, NVI). Este indivíduo pode ser um cristão verdadeiro, embora, ele ou ela, possa estar envolto numa luta, ao longo da vida, para resistir a voltar às práticas homossexuais. Também é importante entender a diferença entre inclinação homossexual, luxúria homossexual e comportamento homossexual. A inclinação não é um pecado, mas a luxúria e o comportamento são pecado. Apesar de existirem muitas pessoas na nossa sociedade de hoje que rejeitam a instrução de Deus sobre este assunto, há muitas outras com inclinações homossexuais que estão saindo deste estilo de vida para viver de acordo com a instrução de Deus. Como recursos para aqueles que desejam superar a homossexualidade e obedecer a Deus, recomendamos o livro Compreender e Curar a Homossexualidade, do psicoterapeuta estadunidense Richard Cohen, assim como a publicação on-line Seja Livre (Breaking Free Journal) em breakingfree.ucg.org, que é uma publicação em inglês da Igreja de Deus Unida dedicada a ajudar os cristãos que lutam contra o homossexualismo, os vícios, e outros comportamentos disfuncionais. O Dr Joseph Nicolosi (Ph. D), fundador e diretor da Clínica Psicológica Thomas de Aquino, em Encino, Califórnia, e ex-presidente da Organização Nacional de Pesquisa e Teraparia da Homossexualidade (NARTH) nos Estados Unidos também escreveu vários livros no tema de Terapia Reparativa do Homossexualismo.
O livro intitulado O Amor Venceu, escrito por John e Anne Paulk, também pode ser encorajador. É uma história verdadeira de como, com a ajuda de Deus, duas pessoas foram capazes de deixar a homossexualidade e se encontrarem.
Casamento e Família: A Dimensão Perdida. pag. 42-44.
AS CAUSAS DO HOMOSSEXUALISMO
Apesar dos talvez milhares de estudos científicos sobre o homossexualismo, a verdade é que não se identificou nenhum fator isolado que possa causar o homossexualismo. Vários pesquisadores competentes investigaram se a orientação e o comportamento homossexual resultam de fatores hereditários ou outras influências biológicas. Alguns concluíram que “a evidência científica favorece a hipótese de que variáveis hormonais e neurológicas, atuando durante a gestação, são as principais causas da orientação sexual.” Entretanto, outros concluíram que “os hormônios pré-natais não determinam a orientação sexual de forma rígida.” Até mesmo médicos e biólogos chegaram à conclusão de que a “socialização pós-natal” tem maior probabilidade de influir na preferência sexual. Trocando em miúdos, não existem provas evidentes que sustentem a teoria de que o homossexualismo só é determinado por fatores físicos ou biológicos.
Porém, a maioria dos pesquisadores concorda que o homossexualismo “não é uma questão de escolha, assim como a língua materna também não é.” Segundo pesquisadores, a orientação sexual deveria ser analisada sob três aspectos: natureza, período crítico e criação.
O aspecto da natureza diz respeito a fatores hormonais congênitos que podem influir, posteriormente, na orientação sexual. Em determinados períodos críticos da vida, principalmente nos primeiros anos da infância, experiências podem influenciar as preferências sexuais da pessoa no futuro. A orientação e o comportamento sexual recebem a influência da criação, que é o impacto que a família e o ambiente social exercem sobre o indivíduo. Numa linguagem mais formal, a heterossexualidade, a homossexualidade “e a bissexualidade têm causas pré-natais e pós-natais, que interagem durante períodos críticos do desenvolvimento para criar uma situação sexo-erótica duradoura, ou mesmo imútável.” Chegamos então à conclusão de que o homossexualismo pode ter várias causas. Alguns dados inconclusivos sugerem que influências biológicas, atuando antes do nascimento, podem ter algum papel no desenvolvimento da orientação sexual futura, mas existem evidências ainda maiores de que as preferências e os comportamentos homossexuais são determinados pelo desenvolvimento psicológico e o aprendizado social. Há várias teorias que descrevem o modo como o homossexualismo é adquirido.
1. Relacionamento entre pais e filhos. As teorias psicanalíticas receberam ampla aceitação e têm sido bastante estudadas.18 Baseados no conceito freudiano de que o homossexualismo é gerado pela repressão do desenvolvimento sexual, os autores psicanalíticos concluíram que os homossexuais masculinos geralmente são criados por famílias em que o pai é fraco, passivo e ineficaz, enquanto a mãe é dominadora. Essa mãe, sutilmente, ensina o filho a ser passivo e dedicado a ela. Ele não tem nenhum exemplo masculino forte em que se espelhar, e logo descobre que é menos competente que seus pares no relacionamento com as garotas. Por causa disso, o filho perde a confiança em sua masculinidade e passa a temer os pensamentos de intimidade com as mulheres. As filhas criadas nesse tipo de família percebem o pai como alguém que as hostiliza e rejeita e, portanto, têm pouca oportunidade de se relacionar com homens. Elas se relacionam melhor com mulheres.
Uma variante dessa teoria, mais instigante e talvez mais plausível, foi apresentada pela autora cristã Elizabeth R. Moberly. Sua pesquisa sugere que o homossexualismo não resulta de um relacionamento problemático com o progenitor do sexo oposto, mas sim de um defeito nas relações com o progenitor do mesmo sexo. No desenvolvimento normal, as necessidades “de amor, dependência e identificação com o progenitor do mesmo sexo são atendidas através da ligação que a criança estabelece com ele”, escreve Moberly. Se esse relacionamento não existe, ou é interrompido, o indivíduo tenta inconscientemente restaurar a ligação. A pessoa que se torna homossexual sente a necessidade de compensar “déficits anteriores no relacionamento pai-filho. A necessidade permanente de receber amor de indivíduos do mesmo sexo é proveniente da carência afetiva gerada na infância pela falta de amor do progenitor do mesmo sexo, e com ela deve ser correlacionada.” Um modo de reparar esse déficit, de suprir necessidades não satisfeitas, e de tratar eficazmente os homossexuais é “construir um bom relacionamento não sexual com um indivíduo do mesmo sexo.” Segundo este ponto de vista, a melhor maneira de ajudar os homossexuais é através do aconselhamento com um profissional do mesmo sexo, que demonstre atenção e seja heterossexual.
Embora muitos homossexuais tenham experimentado rompimentos na relação pai-filho, outros não passaram por isso. Nem todas as crianças de uma mesma família se tornam homossexuais, ainda que seu relacionamento com os pais seja semelhante. Esse fato levou alguns conselheiros a procurar outra explicação para o homossexualismo.
2. Outros relacionamentos familiares. Descobriu-se que ocorre homossexualismo quando:
■ A mãe não confia em mulheres, ou tem medo delas, e ensina isso ao filho.
■ A mãe não confia em homens, ou tem medo deles, e ensina isso à filha.
■ O menino vive cercado de mulheres (mães, irmãs, tias), mas tem pouco contato
com homens adultos e, assim, aprende a pensar e agir como menina.
■ Pais que desejavam uma filha, mas tiveram um menino, criam o garoto de forma que ele pense e aja como menina. Situação semelhante ocorre quando os pais queriam um menino, mas nasceu uma menina; em ambos os casos, a criança fica muito confusa sobre sua identidade e orientação sexual.
■ O filho é rejeitado ou desprezado pelo pai e, portanto, se sente inadequado como homem e fica inseguro sobre o modo como os homens se relacionam com as mulheres.
■ A filha é rejeitada pela mãe e, portanto, se sente inadequada como mulher e não consegue se relacionar bem com os homens.
■ Pai e mãe têm medo de sexo, não gostam de discutir o assunto em casa ou condenam o sexo veementemente. Em qualquer um desses casos, a criança adquire uma visão distorcida do sexo e, por causa disso, tem dificuldade de se ajustar sexualmente.
■ A mãe mima tanto o filho, que ele fica preso a ela, não consegue se separar, e se convence de que nenhuma companheira jamais poderá se comparar a ela. O mesmo ocorre com a filha em relação ao pai. Essa lista poderia se estender por várias páginas, mas o que foi dito já é suficiente para mostrar que as causas do homossexualismo podem ser complexas e geralmente estão entranhadas no seio da família.
Em qualquer sociedade, a criança aprende o que é ser homem ou mulher. Se ela não tem oportunidade de aprender papéis adequados, ou se esses papéis são confusos (como acontece na nossa sociedade), o comportamento e as atitudes da criança ficam distorcidos. Essas crianças chegam à idade adulta sem saber o que esperar ou como reagir diante do sexo oposto.
As vezes, é mais cômodo refugiar-se no homossexualismo, principalmente se a pessoa já começou a sentir preferência por indivíduos do mesmo sexo.
3. Outras experiências precoces. O que acontece com um garoto quando seus órgãos genitais são estimulados por um homem mais velho? Seria errado e simplista afirmar que o homossexualismo é sempre consequência de experiências sexuais precoces. No entanto, essas experiências podem ter influência na orientação sexual do adulto.
Um relatório, por exemplo, sugere que o homossexualismo pode ser adquirido em três estágios. O primeiro deles, o estágio egocêntrico, ocorre quando uma criança, ou pré-adolescente, tem problemas de relacionamento com outros de mesma faixa etária e sexo, se sente deslocada e diferente (talvez pela falta de dotes atléticos ou outras habilidades que seus colegas têm) e/ ou se sente excitada ou sexualmente estimulada com uma pessoa do mesmo sexo. Às vezes a criança se sente tão mal com sua identidade sexual que deseja pertencer ao sexo oposto. A maioria dessas crianças se torna homossexual na idade adulta. No segundo estágio, o estágio sociocêntrico, o indivíduo começa a perceber uma orientação homossexual. Geralmente, a pessoa tenta negar a situação para si mesma e faz tudo para escondê-la dos outros. Muitos ficam às voltas com esse estágio a vida inteira.
Alguns chegam ao terceiro estágio, o estágio universalista, no qual admitem seu homossexualismo para si mesmos e para os outros, apesar das consequências.
4. Medo. Por várias razões, algumas pessoas têm medo do sexo oposto. Os medos duradouros podem ser causados pela falta de contato frequente com pessoas do sexo oposto, pela rejeição por parte de pessoas do sexo oposto, ou por experiências traumáticas e embaraçosas com alguém do sexo oposto. Alguns autores têm sugerido que os grupos religiosos, ou escolas só para meninos ou meninas, estimulam o homossexualismo, inadvertidamente. Quando o contato heterossexual é proibido, o homossexualismo se torna uma alternativa menos perigosa.
Em alguns casos, o medo do sexo oposto vem acompanhado do medo, ou inabilidade, com os indivíduos do mesmo sexo. Se a pessoa se sente atraída por alguém do mesmo sexo, pode sentir medo de ser rejeitada, não saber como reagir normalmente ou temer que seus desejos homossexuais sejam percebidos.’'
5. Escolha intencional do homossexualismo. Alguns livros populares dizem que o homossexualismo surge por escolha voluntária, mas esse ponto de vista não é aceito por profissionais experientes, nem pela maioria dos homossexuais. A atração sexual por indivíduos do mesmo sexo raramente, ou nunca, resulta de uma escolha consciente e deliberada. Em algum momento na vida, a maioria dos homossexuais começam a perceber que se sentem atraídos, principalmente, por pessoas do mesmo sexo, embora não estejam escolhendo isso por vontade própria.
A percepção desse fato pode ser tão perturbadora que muitos indivíduos tentam escondê-lo de si mesmos. A pessoa geralmente acaba concluindo que deve ter sido geneticamente predeterminado como homossexual, embora, como vimos, não existam resultados de pesquisas que apoiem essa conclusão.
As tendências homossexuais são adquiridas, geralmente, antes que a pessoa perceba o que está acontecendo. Assim como uma pessoa predominantemente heterossexual é atraída pelo sexo oposto, um indivíduo predominantemente homossexual aprendeu uma atração por pessoas do mesmo sexo. Essa atração não é errada. O que é errado, segundo a Bíblia, é a decisão consciente de se envolver em ações homossexuais.
Sempre que uma pessoa sente prazer em atividades sexuais com pessoas do mesmo sexo, ou do sexo oposto, a atração será maior ainda, na próxima vez. Não importa o modo como começou — por sedução, por curiosidade ou como uma forma de aliviar a tensão, enquanto a pessoa está no serviço militar ou na cadeia.
O mais importante é saber se as atividades sexuais continuam. De acordo com um dos primeiros autores que escreveu sobre o assunto, “os padrões homossexuais duradouros costumam ser estabelecidos pelas práticas homossexuais repetidas que começam até mesmo antes da adolescência e continuam depois dela, principalmente se o parceiro homossexual seja alguém da mesma faixa etária, seja um adulto - é alguém que o jovem admira.” Para muitos jovens, um encontro sexual passageiro, até mesmo com uma pessoa do mesmo sexo, não é especialmente satisfatório e é pouco provável que se repita. No caso de pessoas com uma história de vida e tendências que as tornam vulneráveis, uma experiência sexual pode levar a outra, dando início a um círculo vicioso. Atos homossexuais (inclusive a masturbação com fantasias homossexuais) aumentam as tendências homossexuais que, por sua vez, levam a mais atos homossexuais. É claro que um círculo semelhante começa quando pessoas com tendências heterossexuais começam a praticar atividades sexuais com indivíduos do sexo oposto. De acordo com a Bíblia, este círculo heterossexual não é errado, desde que praticado dentro do casamento, mas fora do casamento esse envolvimento físico é pecado.
COLLINS. Gary R. Aconselhamento Cristão Edição Século 21. Editora Vida Nova. pag. 331-334.
1.27
Criou Deus, pois, 0 homem à sua imagem. Temos aí o nosso mais eleva- do conceito religioso, o qual descrevi com detalhe no artigo no fim do vs. 26. Ver no Dicionário o artigo intitulado Alma.
O Homem Concebe Deus Conforme a Sua Imagem. Em suas muitas religiões e denominações, o homem cria um Deus segundo a sua própria imagem humana. Os muitos deuses" concebidos pelo homem são realmente pequenos. Ver no Dicionário o artigo intitulado Antropomorfismo.
A Evolução e a Alma. A maior parte dos advogados da evolução não acha lugar para a alma. Pensam apenas em termos do corpo físico, e, para eles, nisso consiste o homem total. Alguns poucos, contudo, como McTaggart, presumem que o mais exaltado produto do processo da evolução é a alma. Todavia, eles formam uma minoria. Se Gênesis 1. 26,27 nada ensinam sobre a alma, então nem o primeiro capítulo do Gênesis nem a evolução falam sobre o homem real, a alma mortal, conforme nós 0 conhecemos com nosso avançado conhecimento. Ver no Dicionário 0 artigo intitulado Evolução. A pessoa espiritual, no entanto, pode ter percepções que vão além de seu próprio tesouro de conhecimentos. Estou supondo que isso foi o que sucedeu à doutrina da imagem de Deus.
Homem e mulher os criou. Não vemos aqui os detalhes do ato criativo da mulher, que só figuram em Gên. 2.4 ss. Alguns estudiosos insistem em que os dois relatos foram escritos em dois tipos históricos de hebraico, o que refletiria diferentes fontes. Nesse caso, algum editor reuniu esses informes, como se 0 segundo fosse uma espécie de suplemento do primeiro. Alguns intérpretes judeus afirmam, de modo muito absurdo, que a criação original (Gên. 1) foi um ser hermafrodita, homem e mulher ao mesmo tempo, dois corpos, criados costa com costa. Mas a maioria dos estudiosos prefere pensar que o segundo relato suplementa o primeiro, conforme diz o ponto de vista conservador. Os críticos atribuem o segundo relato à fonte J, ao passo que o primeiro capítulo do Gênesis é atribuído à fonte P (S). Ver no Dicionário o artigo J.E.D.P.fS.), quanto à teoria das várias fontes.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 19-20.
1.27 — E criou Deus o homem. Esta é a terceira vez que o verbo criar é usado em Génesis 1 (v. 1,21). Aqui, é usado três vezes. A linguagem usada nos versículos 26 e 28 é prosa; neste, é pura poesia. As doze palavras do original hebraico estão distribuídas em três linhas, e possuem ritmo e cadência poética. O termo que designa o primeiro homem, Adão (hb. 'adam), está associado ao termo que designa a terra vermelha (hb. 'adama). Aqui, a palavra homem é genérica, designa a humanidade como um todo, incluindo o género masculino e o feminino, o que pressupõe os dois sexos [macho e fêmea]. Algumas pessoas pensam que o descobrimento da sexualidade humana de Adão e Eva se deu após eles comerem o fruto proibido no capítulo 3 de Génesis. Entretanto, as palavras usadas para designar o homem e a mulher indicam que a sexualidade já fazia parte da criação original (5.2).
Apesar de a prática errada da sexualidade ser amplamente condenada nas Escrituras (Lv 18), o padrão correto é celebrado (Gn 2.24,25).
Também vale lembrar que, nos versículos 26 a 28, a mulher não é retratada de maneira inferior ao homem na história da criação.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 10.
Gn 2.18 Não é bom que o homem esteja só. . . O autor sacro interrompeu seu relato que estava mostrando como o mal foi introduzido entre os homens. Mas aqui ele começa a explicar como foram criados homem e mulher. Em Gên. 1.27, temos apenas uma declaração geral de que Deus criou o ser humano como homem e mulher. O segundo relato da criação fornece-nos 0 modus operando!. De novo, os críticos veem aqui muito material mitológico, tomado essencialmente por empréstimo do folclore babilônico. E, uma vez mais, os conservadores dividem-se em simbolistas e literalistas. Deus criou a mulher, mas o episódio sobre a costela deve ser alegorizado e espiritualizado. Ou então, como alguns dizem, devemos aceitar a questão como um relato literal. Busquemos as lições espirituais do trecho, e não nos deixemos arrastar para o lodaçal do mero debate.
Companheirismo. Platão mencionou 0 mito cru de como, originalmente, homens e mulheres formavam um único ser, uma combinação de macho e fêmea. Mas os deuses não gostavam dessa combinação e, então, os separaram, deixando-os sempre a buscar um ao outro. E assim, conforme ele ajuntou, de cada vez em que vemos um homem e uma mulher abraçando-se, podemos estar certos de que eles estão tentando unir-se de novo. Esse mito é ridículo, embora disponha de alguns defensores sérios. Por outra parte, a lição que 0 caso ensina é vital. Alguns ensinam, por esse motivo, a doutrina das almas gêmeas, ou seja, a ideia de que, originalmente (de alguma maneira inexplicável), certo homem e certa mulher eram, de fato, um único ser. E, visto que o conceito envolve a ideia da reencarnação, ao longo da vereda da vida eles se encontram de novo e são instantaneamente atraídos um pelo outro. Um homem vive buscando sua alma gêmea; e uma mulher faz a mesma coisa. Sem importar se essa ideia corresponde ou não à realidade, ela pelo menos ensina uma importante verdade: 0 homem precisa de uma companheira idônea; e a mulher precisa de um companheiro idôneo. A ideia do hermafroditismo é ridícula, embora contenha uma urgente verdade. As pessoas casadas vivem por mais tempo; elas são dotadas de uma melhor psicologia; os seus sistemas vitais funcionam melhor; há menos frustração sexual; há amor e companheirismo nelas. Não, não é bom que 0 homem viva só. Embora o texto nada tenha que ver com o celibato do sacerdócio católico romano, ainda assim indica quão equivocado é aquele sistema, excetuando nos casos em que esse celibato é voluntário. De acordo com a mitologia grega, Hermafrodito era filho de Hermes e de Afrodite. Após ter amado a ninfa Salmacis, ficou tão apaixonado que se uniu a ela formando um único corpo, combinando assim os dois corpos e os dois seres. Esses mitos transmitem a mesma lição que nos ensina 0 trecho de Gênesis 2.18. Interpretando a Existência. As coisas só estão certas, dentro do universo, quando se relacionam devidamente ao Criador. Essa é a mensagem central da história da criação. Uma lição secundária é que as coisas só são certas na terra quando cada homem tem sua companheira, e cada mulher tem seu companheiro. Essa é uma das bases do desenvolvimento mútuo. Temos aí os primórdios da instituição do matrimônio.
Uma Auxiliadora. Essa não é uma palavra aviltante. É enobrecedor alguém ser ajudante em alguma causa justa. A Bíblia não ensina igualdade absoluta entre homem e mulher, mas também não rebaixa a mulher. Quase todos os homens são secundários diante de alguém. Os homens fazem parte das coisas, e não são a totalidade. Por igual modo, uma mulher encontra seu justo valor quando se posta ao lado de um homem bom. Ό amor é um jubiloso conflito de duas ou mais pessoas livres e autoconscientes que se regozijam nas individualidades umas das outras" (G. A. Studdert-Kennedy). o lar provê um lugar ideal para essa expressão de amor e unidade, mediante a individualidade.
A importância do Sexo. O sexo faz parte do casamento, e alguns intérpretes têm a coragem de discutir isso. O sexo é fundamental para os seres humanos. Não podemos desvencilhar-nos dele e nem ignorá-lo. Os essênios experimentaram o celibato. Jesus e Paulo eram celibatários, e Paulo chegou a recomendar essa condição. A Igreja Católica Romana oficializou o celibato no caso do seu clero. Mas o sexo foi uma ordenação divina para as massas, e um indivíduo precisa ser chamado por Deus para a vida celibatária, e não forçado a aceitar a condição. No Dicionário ofereço um detalhado artigo intitulado Celibato. Ver também. o artigo intitulado Sexo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 27-28.
2 .18 — Não é bom. Pela primeira vez uma avaliação negativa aparece em Gênesis  Deus não queria que Adão ficasse só. Então, Ele providenciou uma adjutora que estivesse como diante dele; uma pessoa que o auxiliasse e correspondesse a ele. Isso indica que a companheira seria verdadeiramente adequada, recíproca e o satisfaria de forma plena. Alguns sustentam que este termo adjutora [hb. ‘ezer, auxiliadora] é degradante, mas ele simplesmente significa aquela que ajuda. De fato, esse termo também é usado, em algumas ocasiões, para descrever o amparo de Deus (SI 33.20; 115.9,10,11). Logo, não se aplica a alguém secundário ou inferior.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 13.
Dt 23. 18. Preço do cão. Sobre a palavra cão, outro termo usado para o prostituto, veja Ap. 22:15. Ninguém pode satisfazer as santas exigências da aliança divina, escondendo pecados sob a hipocrisia da religião. Para que as regras dadas em Dt. 23:3-8 não deixem a falsa impressão de que considerações étnicas eram de suma importância, torna-se claro por estas duas regras adicionais, uma acolhendo o estrangeiro e outra excluindo certos israelitas, que a misericórdia e moralidade eram os princípios vitais da administração da aliança.
MOODY. Comentário Bíblico Moody. pag. 81.
Dt 23.17,18 - A prostituição é estritamente proibida pela lei de Deus. Os motivos podem parecer óbvios para nós. mas pode não ter sido para os israelitas. Quase todas as outras religiões conhecidas na época incluíram a prostituição como ritual de adoração aos ídolos. Mas a prostituição escarnece da ideia original de Deus para a família, ao tratar o sexo como um ato que não exige compromisso entre um homem e uma mulher. Fora do casamento, o sexo é destrutivo. No casamento, se abordado com a atitude certa, pode ser um elo que une e fortalece o relacionamento conjugal.
Frequentemente. Deus tinha que advertir as pessoas contra a prática de sexo extraconjugal. Ainda hoje é preciso ouvir esse alerta.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 260.
2. Educando os jovens na Palavra de Deus.
A virgindade nos dias presentes. A igreja cristã deve valorizar a virgindade e preservar os costumes emanados da Palavra de Deus, e de modo bem mais consistente do que os preceitos do Antigo Testamento. Naquele contexto, só quem deveria manter-se virgem era a moça. Em Cristo, é diferente. Ele não faz acepção de pessoas. Se a moça deve ser virgem, o rapaz, também. Fomos questionados se um pastor poderia fazer cerimônia de casamento, numa igreja evangélica, se a noiva não fosse mais virgem. Imediatamente, indagamos: E o noivo? Se ele não for mais virgem? O pastor deve realizar a cerimônia? Por que exigir a virgindade apenas da noiva? O interlocutor ficou calado. E respondemos: Se exigimos a virgindade da jovem, devemos exigi-la do noivo. Do contrário, seremos vistos por Deus como hipócritas e discriminadores.
Devem-se ter alguns cuidados quanto a esse assunto. Há casos em que adolescentes ou moças jovens vêm para a igreja, oriundas da vida mundana, ou de religiões não cristãs, e não são virgens, assim como rapazes na mesma situação. Eles devem ser recebidos como novas criaturas, e participarem de todas as atividades da igreja, pelo fato de terem-se convertido à fé cristã. Diz Paulo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Outro aspecto importante é a natureza da virgindade em si. Há quem só se preocupe com a virgindade anatômica, aquela em que a moça não é mais virgem pelo fato de ter tido o rompimento do hímen.
Mas existem jovens que continuam intactas, anatomicamente, mas não têm mais a virgindade moral. Praticam atos sexuais aparentes, sem penetração, e toda a sorte de carícias ilícitas para uma jovem ou para um jovem cristão. São pessoas que estão fornicando, mas entendem que são virgens. Diante de Deus, a virgindade tem que ser, antes de tudo, espiritual. Depois, precisa ser real, tanto física como moralmente.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 106.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

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