A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE
Data: 02/05/2013. Hinos sugeridos: 198,
253, 576.
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
Apesar da grotesca e abominável exploração sexual que vitima o mundo
atual, não podemos esquecer-nos dos princípios bíblicos que regem o
relacionamento entre os sexos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1
Pe 1. 15. Santos em toda a
maneira de viver.
Terça - 1 Ts 3. 13. Irrepreensíveis
em santidade.
Quarta - Is 5. 20. Deus
condena a inversão de valores.
Quinta - Gn 2. 22-24. Deus
criou dois sexos: masculino e feminino.
Sexta - Gn 2. 24. Intimidade
só após o casamento.
Sábado - Hb 13.4. Leito sem mácula.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Tessalonicenses 4. 3-5; 5. 23; 1 Pedro 1. 14-16.
3 Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos
abstenhais da prostituição,
4 que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra,
5 não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a
Deus.
1
Tessalonicenses 5
23 E o mesmo
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma e corpo
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo.
1 Pedro 1
14 Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que
antes tínheis na vossa ignorância;
15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
todo o vosso procedimento;
16 porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.
INTERAÇÃO
Por muito
tempo era tabu falar sobre a sexualidade na Igreja Evangélica. Muito se avançou
neste sentido, mas sabemos que o assunto ainda é necessário e precisa ser
desenvolvido com propriedade e seriedade. Pessoas mal resolvidas na sua
sexualidade podem ter sérios problemas conjugais. É importante descontruir a
ideia de que sexo é pecaminoso. Os cristãos devem entender que o sexo no âmbito
do casamento expressa a vontade de Deus para o matrimonio feliz.
OBJETIVOS
Apos a aula, o aluno devera estar apto a:
Identificar algumas questões importantes sobre a sexualidade.
Reconhecer o valor da pureza sexual antes do casamento.
Compreender o que a bíblia ensina sobre a homossexualidade.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, a
homossexualidade é um tema polêmico em qualquer debate, seja na politica, seja
na ciência ou na religião, No entanto, a postura da igreja local é educar os
seus membros à luz da Bíblia mostrando que o homossexualismo é pecado e como o
crente deve lidar com essa questão. Para aprofundar o tópico III da presente lição
sugerimos a seguinte atividade: divida a classe em dois ou três grupos de, no
máximo, cinco pessoas por grupo. Peça para eles opinarem sobre as seguintes
questões, respectivamente: O homossexualismo é pecado? ; Como deve ser o nosso
relacionamento pessoal com um homossexual (na escola, no trabalho, etc.)? Em
seguida, conclua o debate dizendo que o senhor aborrece a pratica pecaminosa,
mas ama as pessoas, pois foi por elas que o senhor Jesus morreu. Boa aula!
PALAVRA-CHAVE
Sexualidade: O conjunto dos fenômenos da vida sexuais; Qualidade sexual:
Sexo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sabemos que o sevo
foi criado por Deus tom um proposito elevado, nobre e saudável. No entanto, desde
a Queda a sexualidade vem sendo deturpada de modo irresponsável, pecaminoso e
grotesco.
Assim, por ser também
um tema bíblico, tal assunto deve ser abordado na Escola Dominical. O objetivo
desta lição e ajudar as famílias, proporcionando-lhes uma visão bíblica e
ortodoxa a respeito deste assunto. Afinal, como Igreja de Cristo, temos de ser santos
em toda a nossa maneira de ser
I - QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
1. Um mundo dominado pelo erotismo. Vivemos numa sociedade
marcada, por um erotismo tão maligno e ímpio, que não poupa sequer as crianças.
Nossas famílias,
principalmente as crianças estão sendo exposta a exploração do sexo de modo
intenso e irresponsável. O sexo em si não é pecaminoso, pois foi Deus quem o
criou. O Diabo, porem, encarregou-se de transforma-lo em algo vergonhoso e vil,
ris porque temos de educar nossas crianças e jovens segundo os princípios da
Palavra de Deus para que não sejam destruídos. Infelizmente ha cristãos, inclusive
obreiros, que, utilizando se indevidamente da internet tornam-se vitimas da
pornografia.
O fácil acesso a esse
tipo de material vem roubando a alegria da salvação de muita gente. Portanto,
tomemos cuidado com o que vemos no computador (Leia SI 101,3).
2. Fornicação é pecado. Não querendo Deus que
o homem vivesse só Deu-lhe uma esposa (Gn 2.1 8). Por isso, o Cântico dos Cânticos
de Salomão exalta o relacionamento sexual não entre solteiros, mas entre um
homem e uma mulher devidamente casados (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Isso significa que
o sexo antes ou fora do casamento desagrada a Deus e quem vive na pratica do
pecado não herdara o Reino de Deus (Ef 5 5),
3. Prazer no casamento. Muita gente acha que o relacionamento
sexual entre mar ido e mulher tem como único objetivo a procriação. Isso e um
erro. Na Bíblia encontramos vários textos que incentivam o casal a desfrutar
das alegrias conjugais. Em Proverbio a 5.18-23, os cônjuges são exortados a usufruírem
da intimidade matrimonial. Por outro lado, o homem é advertido contra “a mulher
estranha", a adultera. Em seguida, é incentivado a valorizar a união matrimonial
e santa, exaltando sempre a monogamia, a fidelidade e o amor (Ec 3.9; Ct 4. 1
12; 7.1-9).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Vivemos numa
sociedade dominada pelo erotismo e pela sexualidade distorcida que nada Cem com
a ética crista.
II - O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES
DO CASAMENTO
1. No Antigo Testamento. A Bíblia exalta a
pureza na vida de um jovem (Sl 119.9-11). Alias esse texto e indispensável a todo
servo de Deus. As leis sobre a castidade eram rigorosas. Se uma jovem, por exemplo,
tivesse relações sexuais antes da casamento era apedrejada. ate a morte (DL 2 2
.2 0 ,2 1 ) . e o sacerdote só poderia se casar com uma virgem (Lv 21. 13,14), demostrando
que em Israel, a virgindade era necessária e valorizada por todos (Gn 34.7) .
2. Em o Novo Testamento. Doutrinando os coríntios sobre a fidelidade
a Cristo, Paulo faz alusão ao
valor da virgindade: forque estou zeloso de vos com zelo de Deus: porque vos tenho
preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a
Cristo (2 Co 11. 2). Por conseguinte,
a pureza sexual em o Novo Testamento
e tanto para o homem quanto para a mulher. Ambos devem manter-se castos e
virgens ate o casamento.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
No Antigo e em o Novo
Testamento, a pureza sexual de um jovem e exaltada e valorizada.
III - O SEXO QUE A BÍBLIA
CONDENA
1. A pratica do homossexualismo. De acordo com o Dicionário
Houalss, homossexualismo é a pratica amorosa ou sexual entre indivíduos do mesmo
sexo. O que a Bíblia tem a dizer sobre esse assunto? No principio, o Criador não
uniu dois "machos” nem duas "femeas". A Bíblia é clara: "E criou Deus o homem a
sua imagem; a Imagem de Deus o criou; macho e femea os criou" (Gn I .27).
Mais adiante acrescenta o texto bíblico: "E disse o Senhor Deus: Não e
bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele’
(Gn 2.18). Tais passagens mostram que Deus criou apenas dois gêneros bem distintos:
homem e mulher. Isto significa que o homossexualismo é pecado. Não resta
duvida? É um pecado de tal forma abominável que ate mesmo o dinheiro proveniente
de tal pratica não deve ser introduzido na Casa de Deus: ''Não trarás salario de
prostituição nem preço de sodomita a Casa do Senhor teu Deus, por qualquer
voto; porque uma outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor, teu
Deus" (Dt 23.1 8 - ARA). Cumpre ressaltar, aqui, que não admitimos
qualquer tipo de violência contra os homossexuais. Mesmo porque, cumpri-nos ganha-los
para jesus. E, graças a Deus, ha muitos ex-homossexuais que, hoje, servem
fielmente ao Senhor (1 Co 6 , 11).
2. Educando os jovens na Palavra de Deus. Com base na Bíblia
Sagrada, ensinemos as nossas crianças, adolescentes e jovem, que o sexo é
permitido por Deus para o prazer de um homem e uma mulher unidos pelo
matrimonio.
O sexo fora ou antes
do casamento é pecado e contrario ao plano de Deus na vida de um casal crente. Enquanto
isso, prontifiquemo-nos a orar pelas autoridades constituídas, para que não
instituam leis cujo único objetivo é promover o pecado e destruir a família
tradicional. A união heterossexual é o único modelo de casamento aprovado por
Deus. Tal verdade condena o homossexualismo.
CONCLUSÃO
O casamento, de
acordo com a Palavra de Deus, é monogâmico, heterossexual e indissolúvel, não
podemos fugir a esse padrão. Quanto ao ato sexual, só é licito se praticado no
casamento; antes e fora do matrimonio é pecado. Que sejamos, como servos do
Senhor, exemplo de moderação, ética e acima de tudo, santidade e pureza em
todos os aspectos de nossa vida.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A união heterossexual
é o único modelo de casamento aprovado por Deus. Tal modelo condena o
homossexualismo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídios Vida Cristã
Você necessita de
algum encorajamento e ideias para ajuda-lo a iniciar um relacionamento [no
casamento]?
Pensamos ser possível
que haja tal relacionamento antes das crianças deixarem o lar. Na verdade você
precisa disto! Quando chegar o dia em que as crianças tiverem partido, e você
acordar, olhar espantado para a pessoa com quem não esta encorajado a passar o
resto da sua vida... pode não ter o desejo de reacender a chama do casamento.
Qual porta do renascimento Você Deseja Abrir?
A maioria dos homens
com quem conversamos enquanto pesquisamos para este livro, admitiam pensar que
um relacionamento seria fazer amor quatro vezes por semana [...]. Após
conscientizarem-se quão ridículo isto era, muitos apontaram a amizade que
desejavam restabelecer com sua esposa.
O renascimento
desejado pelas mulheres não divergia muito do dos homens: m marido atencioso às
necessidades emocionais, alguém para conversar e valoriza-la por quem ela é - e
não por seus dotes domésticos como: quão
bem ela limpa casa, a cozinha ou dá conta do serviço [...] (JHONSOM, Greg:
YORKEY, Mike. A segunda década do Amor:
Renovando o casamento antes que os filhos saiam para viver suas próprias vida.
I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 23).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
O relato da criação
ensina que homens e mulheres foram criados para viver em relação com o criador
e uns com os outros. O fato de a humanidade rejeitar uma relação com o criador
resulta na perversão de todas as outras relações.
O que Deus declarou
bom, isto é, que o homem e mulher vivessem juntos numa relação como uma só
carne (Gn 2. 18-25), é trocado por relações nas quais os homens se enganam em
relações sexuais com outros homem, e mulheres com outras mulheres [Romanos 1]
(vv. 26, 27). Estes atos são contrário[s] à natureza, ou seja, eles infringem a
ordem criada. A frase no versículo 27, cometendo torpeza, mostra que o que é
condenado é o ato homossexual ou lésbico, não a tentação em si. O contexto
também deixa claro que a razão de a homossexualidade ser abordada aqui não é
porque seja mais perversa que os outros tipos de pecados sexuais. Antes, Paulo
a usa para mostrar como o pecado perverte a ordem criada de macho e femea.
O
versículo 28 segue o mesmo padrão que já vimos acima: O ato de a humanidade
rejeitar o conhecimento de Deus que lhes está disponível conduz á punição
divina. Há um jogo de palavras no original grego que reforça o argumento de
Paulo de que a punição se ajusta ao pecado. Porque eles não importam (dokimazo)
em reter o verdadeiro conhecimento de Deus, Deus os entregou a um sentimento
perverso (adokimos). A lista de vícios que se segue denota os tristes efeitos
da perda da capacidade de a humanidade ver a verdade. A linha introdutória da
lista de maus comportamentos: Estamos cheios de toda a iniquidade (v 29),
indica que o apostolo quer o que a lista seja considerada como um todo. O ponto
dos versículos 29 a 31 não deve ser achado examinando cada ação mencionada. A
ênfase esta em como o vasto alcance da depravação humana pode ser remontada à
rejeição voluntariosa de Deus. Lista de vicio como esta eram comuns em escritos
do período, tanto em judaicos quanto helenistas (ARRINGTON, French L.
;STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008,
pp. 823-824).
EXERCÍCIOS.
1. Qual advertência
do Salmo 101. 3 para o cristão?
R: Não porei coisa má
diante de meus olhos.
2. O sexo e algo
pecaminosa? Justifique a sua resposta
R: O sexo em si não é
pecado (Gn 1. 31) pois foi Deus que o criou.
3. O relacionamento
sexual entre marido e mulher como objetivo único a procriação? Cite uma
referencia bíblica que justifique sua resposta.
R: Não. Na bíblia
encontramos vários que incentivam o casal a desfrutar das alegrias conjugai: Pv
5. 18-23; Ec 9. 9; Ct 4. 1-12; 7. 1-9.
4. Cite um texto
bíblico em o Novo Testamento que faca alusão à virgindade para o homem e para a
mulher.
R: 2 Coríntios 11. 2.
5. Cite duas
referencias bíblicas que mostre que Deus criou apenas dois gêneros distintos:
homem e mulher.
R: Gênesis 1. 27; 2.
18.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
JHONSOM, Greg:
YORKEY, Mike. A segunda década do Amor:
Renovando o casamento antes que os filhos saiam para viver suas próprias vida.
I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 23.
HEGSTROM, Paul. Homens violentos e as Mulheres que os Amam:
Quebrando o ciclo do Abuso Físico e Emocional. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010.
MILLER, Molly Ann. Meu Marido tem um Segredo: Encontrando
a libertação para o vício sexual. I. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 54,
p.40.
Tratar do assunto
"sexo" tem sido um tabu para muitas pessoas, inclusive na igreja.
Vivemos em um mundo dominado pela exposição corporal, sem pudores e com oferta
abundante de pornografia, e isso tem influenciado profundamente pessoas dentro
e fora da igreja, despertando o pior sentimento em relação a essa grande bênção
que é o sexo.
O sexo foi criado por
Deus tanto para a procriação quanto para a recreação do casal. Por meio dele, a
união heterossexual tem dado prosseguimento à ordem divina de fazer com que
homens e mulheres perpetuem suas gerações. E por meio também do sexo, Deus traz
o prazer ao casal. Temos ciência de que aqueles que experimentam o sexo fora
dos padrões de Deus obtém prazer e também têm filhos, pois essas duas
manifestações da bênção de Deus para o sexo não são revogadas. Entretanto, o
sexo irresponsável traz consequências para o homem e a mulher, como filhos não
planejados e não reconhecidos, mães assumindo lares sozinhas, doenças
sexualmente transmissíveis, memórias contaminadas pelo desprezo e pelo abandono
etc.
Uma das coisas que
devemos relembrar neste assunto da sexualidade é a seriedade com que Deus trata
a infidelidade conjugal e o sexo pré-conjugal. O sexo é mais que um ato de
prazer: é um ato de responsabilidade.
O papel dos pais para
com os filhos. Deus espera que os pais tenham um papel ativo no sentido de
conversar com seus filhos sobre a sexualidade. É melhor que nossos filhos ouçam
de nossa boca esse assunto, tratado de forma coerente e bíblica, do que ouvir
do mundo em um momento de curiosidade e aprender errado sobre questões de
sexualidade. O mundo não ensinará nossos filhos a se guardarem da prática sexual
antes do casamento. O mundo não valorizará a castidade e a abstinência, mas
incentivará uma relação promíscua, adúltera e irresponsável. Para que não pequemos
por omissão, busquemos conversar com nossos filhos de forma bíblica e
inteligente, mostrando a eles o valor daquilo que Deus diz que é valioso, e as
consequências de se desprezar aquilo que Deus considera importante para dar
valor ao que o Diabo alega ser importante.
A Bíblia e o
homossexualismo - A Palavra descreve o homossexualismo como sendo um pecado
contra Deus, e lei alguma pode mudar essa realidade descrita na Bíblia. Nunca
fomos e nunca seremos favoráveis a atos criminosos contra homossexuais, pois
devemos tratar a todas as pessoas com a devida dignidade, orar por elas e
apresentar-lhes a Jesus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Há uma deseducação sexual de caráter
relativista imposta aos alunos, em todos os níveis, em escolas públicas e
particulares. No século passado e, principalmente, no século atual, o mundo tem
se tornado “sexo-cêntrico”. A partir da visão freudiana, tudo, na vida, tem motivação
sexual. Certamente, essa é uma visão materialista e reducionista do que
significa a sexualidade humana. O sexo foi criado por Deus com propósitos
elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano.
No entanto, desde a Queda, o sexo e a
sexualidade têm sido deturpados de modo irresponsável. No tempo presente, na
era da pós-modernidade, há uma exacerbada valorização da sexualidade, que
ultrapassa tudo o que se poderia esperar de um ser racional. Homens e mulheres comportam-se
de maneira liberalista e, às vezes, até de maneira animalesca, no exercício da
sexualidade.
Neste estudo, pretendemos abordar uma análise
objetiva do tema, sem a pretensão de esgotá-lo, tomando por base os princípios
éticos, emanados da palavra de Deus. Esses princípios são bem definidos, em todos
os aspectos. Com relação à sexualidade, a Bíblia tem normas, regras e ensinos,
que são considerados como verdadeiros artigos de fé, e merecem ser respeitados
por todos aqueles que dão valor à Palavra de Deus. Em termos de ética, de moral e
de conduta, Deus é um Deus de santidade. Diz a Bíblia: “mas, como é santo
aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”
(1 Pe 1.15).
E um desafio enorme para o cristão ser santo
“em toda a maneira de viver”. Ser santo é ser separado do pecado, do mundo que
“jaz no maligno” e viver de acordo com os princípios imutáveis ditados por
Jesus Cristo. Esses princípios assumem caráter absoluto. Jesus disse, certa
vez: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt
12.30). Jesus não admite meio termo. Ou se está do seu lado ou contra ele. Ou
se ajunta com ele, ou se espalha sem ele. Em termos éticos, não há lugar para o
relativismo no meio cristão.
O que significa essa inversão de valores tão
acentuada, que domina a mentalidade do homem pós-moderno? Não é nenhuma
novidade. O profeta Isaías, séculos antes de Cristo, já reverberava: “Ai dos
que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade,
e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20). Era a antevisão do
relativismo exacerbado, que haveria de dominar a mente dos homens sem Deus. O
que é errado aos olhos de Deus é visto como certo. O que Deus considera
virtude, o mundo materialista considerada retrocesso.
O que é sexo?
De acordo com o dicionário, sexo é a
“Conformação particular que distingue o macho da fêmea, nos animais e nos
vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração e conferindo-lhes
certas características distintivas” (grifo nosso).1 Pode ser entendido no
sentido figurado, confundindo-se com sensualidade ou sexualidade, no sentido
mais amplo; também pode significar “os órgãos genitais externos”, na linguagem
mais comum.
À luz da Bíblia, sexo são as características
internas e externas, que identificam e diferenciam o homem da mulher, ou, do
“macho e da fêmea”, como diz dicionário. Diz a palavra de Deus: “E criou Deus o
homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn
1.27). Deus fez “o homem” (ser humano), de modo bem claro, com a conformação heterossexual.
O que é sexualidade?
Numa definição do léxico, lemos que
sexualidade é: “1. Qualidade do sexual. 2. O conjunto dos fenômenos da vida
sexual”.2 A visão moderna de sexualidade insere-se no contexto do relativismo e
do hedonismo.
Num artigo, na web, lemos: “O termo
“sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas
vezes paradoxal. Pode-se dizer que é o traço mais íntimo do ser humano e, como
tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e
as experiências vivenciadas pelo mesmo”.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
101-103.
I. Caracterização Geral
Embora a palavra sexo não seja mencionada na
Bíblia, o tema ocupa um espaço muito amplo nessa coleção de documentos, e tudo
o que há de bom e de ruim relacionado a isso é descrito de forma explícita. Os
hebreus não eram um povo puritano. Na verdade, eram um povo do vinho, das
mulheres e da canção. Confinar o sexo dentro do casamento exigia a instituição
do concubinato, que, de modo geral, tinha regras muito frouxas, portanto o
ideal (da Criação) de um homem para uma mulher na prática quase nunca teve
efeito. Apenas as mulheres estavam limitadas a um único homem. O ideal original
de Gên. 1.26-28 era que houvesse uma união entre um homem e uma mulher e que
essa união tivesse o propósito da procriação, pois era obrigação deles
"frutificar e multiplicar". Jesus aprovou o plano original como sendo
parte do esforço contra o abuso (Mat. 19.4.8).
Os casamentos restritos tinham por propósito
produzir a "raça de Abraão" (culminando nos hebreus e então nos judeus)
como um povo distinto, que participou dos diversos pactos (Abraârnico, Mosaico,
Palestino etc.; ver o artigo Pactos). Havia um propósito espiritual que não
poderia ser cumprido se as leis do casamento permitissem a livre mistura com
outros povos, pois isso anularia um povo especial a longo prazo. A ameaça da
extinção da linhagem biológica de um povo era o temor comum dos povos antigos do
Oriente Médio e pragas de tratados sempre traziam esse temor à tona. Ver Deu.
28.18, 32; Jos. 6.26; Sal. 109.13. Um motivo para o medo era que a continuação da
linhagem, família ou raça de uma pessoa possibilitava um tipo de imortalidade
biológica nos dias em que a doutrina da imortalidade da alma ainda não havia
sido desenvolvida. Leis de herança (ou famílias e tribos dentro de uma nação)
eram um reforço da esperança da imortalidade biológica.
O concubinato era um auxílio ao desejo da
"grande raça" e, enquanto fosse confinado a uma tribo ou nação à qual
alguém pertencia, era prática favorecida. Mas o adultério ameaçava a pureza de
linhagens específicas de famílias e tribos, e o casamento misto com
estrangeiros tendia a ser um tipo de suicídio coletivo.
A virgindade antes do casamento era fator
crucial para mulheres no Antigo Testamento, mas aparentemente não era
respeitada para homens. Isso ajudava a evitar a confusão das linhagens
familiares e, em sua essência, servia aos mesmos propósitos das leis contra o
adultério.
A procriação era tratada como um bem sem qualificação,
contanto que mantida dentro das leis indicadas acima. O casamento era
considerado o estado normal para homens e mulheres. O celibato era absolutamente
estranho à mentalidade hebraica e judaica e, longe de deixar um homem mais
qualificado espiritualmente, era considerado um dano ao homem e à sociedade. Os
líderes judeus eram quase necessariamente homens casados, e a família era muito
mais importante do que alguma piedade artificial e pessoal que possa ter sido promovida
através do celibato.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 192-193.
Ortodoxia é uma palavra que vem do grego orthóa,
e reto. e dóxa, «opinião». Dai essa palavra veio a indicar «crença correta», Os
vícios de várias ortodoxias (e há muitas) é que elas equiparam a crença certa
(conforme elas a julgam) com a verdade.
Entretanto, a história tem frequentemente
demonstrado, nos campos da ciência, da filosofia e da religião, que a ortodoxia
de uma geração é contradita por alguma heterodoxia, e que esta' última, ao
obter poder, torna-se uma nova ortodoxia.' Pode-se ver isso de geração em
geração, até mesmo nas ciências, quando novas ideias substituem antigas
ideias.
Consideremos o caso do judaísmo ortodoxo.
Este foi substituído, no caso de muitos milhões de pessoas, por uma grande
heterodoxia e heresia, a fé cristã. O judaísmo considerou Jesus e Paulo os
arqui-hereges; mas não demorou para que eles fossem considerados os campeões da
nova ortodoxia.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 4. Editora Candeias. pag. 663-664.
SALVAÇÃO ATRAVÉS DO SEXO?
Todos as rupturas intelectuais e culturais da
modernidade foram de uma
maneira ou de outra ligadas aos desejos
sexuais que seus progenitores sabiam ser ilícitos, mas que, todavia,
escolheram. Suas teorias, em última análise, eram racionalizações das escolhas
que sabiam ser erradas. E. MICHAEL JONES
O sexo é parte vital da ordem criada por
Deus, compondo a sagrada aliança do casamento; nossa natureza sexual é um bom
presente divino.
Porém, para muitos pensadores modernos, a
sexualidade tornou-se a base para uma cosmovisão inteira, a fonte final de
significado e cura, um meio de redenção. O sexo tem sido exaltado a ponto de
nos elevar a nós mesmos para o próximo nível da evolução, criando um novo tipo
de natureza humana e uma avançada civilização. Em resumo, a sexualidade tem
sido transformada em outra versão do Mito da Escada Rolante.
Qual é a origem dessas ideias quase místicas
da sexualidade? Em grande medida, vêm de Rousseau, que ensinou que a natureza
humana era boa e que o mal era o resultado dos constrangimentos da civilização,
com sua regras morais e convenções sociais. No século XIX, Freud atribuiu que a
neurose resultava dos constrangimentos das regras morais e da culpa que elas
produzem. Então, como a ciência aprendeu mais sobre a psicologia da sexualidade
— por exemplo, as ações das glândulas — essas mesmas ideias foram vestidas com
trajes científicos.
Por exemplo, no início do século XX, Margaret
Sanger, geralmente lembrada como a primeira campeã do controle de natalidade,
ensinou uma ampla filosofia sobre a sexualidade, reforçada pela ciência. Ela
afirmava que a repressão sexual suprimia a atividade das glândulas do sexo e
assim prejudicava a saúde e entorpecia o intelecto. Assim, a própria ciência,
argumentou, ampara a liberação sexual.
O drama da história, no relato de Sanger,
consiste das lutas para libertar nossos corpos e mentes dos constrangimentos da
moralidade, as proibições que distorcem e empobrecem a natureza humana, Ela
inflexivelmente resistiu “os ‘moralistas’ que pregam a abstinência, a
autonegação e a proibição” e descreveu a ética cristã como “moralidade cruel de
‘pecado1 e auto-negação” , Sanger esperava substituir isso com sua própria
moralidade de liberação sexual, prometendo que liberar as energias sexuais era
“o único método” pelo qual uma pessoa poderia encontrar “paz interior,
segurança e beleza”. E também o único método para superar as doenças sociais
vindouras: “Remova os constrangimentos e proibições que agora obstruem a
liberação das energias interiores, [e] a maioria dos males abundantes da
sociedade perecerá”.
O que Sanger ofereceu era nada menos do que
uma doutrina da salvação na qual a moralidade é a raiz de todo o mal e a livre
expressão sexual o caminho para a redenção. Ela até recorreu à linguagem
religiosa, convocando a elite sexual para “remover os tabus morais que agora amarram
o corpo e o espirito humano, libertar o indivíduo da escravidão da tradição, e,
acima de tudo, responder ao seu incessante clamor pelo conhecimento que
tornaria possível a auto direção e salvação”. Salvação?
Em outra passagem, Sanger promete que os
homens e as mulheres se tornarão literalmente em gênios através “da remoção das
inibições e constrangimentos fisiológicos e psicológicos, o que tornará
possível a libertação e canalização das energias interiores primordiais do
homem em expressão completa e divina”. Divina? Aqui está outra alteração da promessa
da serpente no Éden: não é comer do fruto da árvore do Jardim que nos tornará
deuses; é a liberação das energias sexuais.
A filosofia de Sanger é apenas outra versão
do Mito da Escada Rolante, na qual a liberdade sexual é o meio para transformar
a natureza humana e criar o Novo Homem. Está em nosso poder “remodelar a raça
[humana]” e criar “uma civilização real”, para “transmutar e sublimar o mundo
de cada dia em um reino de beleza e alegria”, ela escreveu eufórica. Para
recorrer outra vez à linguagem religiosa: “Através do sexo, a. humanidade
poderá alcançar a grande iluminação espiritual que transformará o mundo, que
iluminará o único caminho para um paraíso terreno”.
Entre os contemporâneos de Sanger, Alfred
Kinsey era igualmente influente em configurar hábitos sexuais e teorias de
educação sexual, particularmente em seus livros Sexual Behavior in the Human
Male e Sexual Behavior in the Human Female (Comportamento Sexual no Ser Humano
Masculino e Comportamento Sexual no Ser Humano Feminino) publicados nos anos de
1940. O impacto de Kinsey foi devido em parte à sua postura como cientista
objetivo, tabulando o que os Americanos faziam na intimidade de seus quartos.
Porém, a verdade é que ele não era nem objetivo nem cientista. Como Sanger, estava
comprometido com uma ideologia que definiu a moralidade como uma força
prejudicial para ser rejeitada e que elevou a sexualidade a um meio salvação.
Para liberar o sexo da moralidade, Kinsey
reduziu-o a um simples ato biológico de orgasmo físico. Para então alegar que
todos os orgasmos são moralmente equivalentes - seja entre pessoas casadas ou
não, entre pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto, entre adultos e crianças e
até entre seres humanos e animais. Seu modelo era o mundo animal.
Kinsey era um darwinista devoto o qual
acreditava que se os seres humanos evoluíram dos animais, não há então
diferenças significativas entre eles. Ele gostava de falar sobre “o animal
humano”, e se um comportamento em particular pudesse ser achado nos animais,
considerava-o também normativo para os seres humanos. Por exemplo, Kinsey alegou
que certos mamíferos são observados tendo contatos sexuais entre machos e até
entre espécies; assim concluiu que ambos, o homossexualismo e o bestialismo,
são “parte do quadro normal dos mamíferos” e comportamentos aceitáveis para os
seres humanos.
Kinsey estava tão ansioso em provar sua
filosofia que empregou métodos de pesquisa altamente não científicos, tal como
contar com amostras não representativas que incluíam porcentagem desproporcional
de infratores sexuais e aberrações. E dificilmente considerado cientifico usar
amostras deformadas para definir a sexualidade “normal”, e apesar disso, como o
biografo James Jones documenta, Kinsey persistentemente estudou pessoas que
estavam à margem, ou até mesmo além dos limites, em seus comportamentos
sexuais: homossexuais, sadomasoquistas, voyeurs, exibicionistas, pedófilos,
travestis e fetichistas.
Não obstante, Kinsey continuou sem sentir-se
amedrontado pela crítica, pois suas visões sexuais não eram baseadas em
definitivo na ciência, mas numa crença intensamente pessoal. Nas palavras do
professor Paul Robinson, da Universidade de Stanford, um crítico simpatizante, Kinsey
via a história “como um grande drama, em que as forças da ciência competiam com
as das superstições para conquistar as mentes e corações dos homens”. Por
“superstição”, Kinsey quis dizer religião e suas prescrições morais. Kinsey
algumas vezes falou como se a introdução da moralidade sexual baseada na Bíblia
fosse a linha divisória na historia do ser humano, um tipo de “Queda” da qual
devemos ser redimidos. Para ele, a expressão sexual era o meio de salvar a
natureza humana da opressão da religião e moralidade.
Outra grande influencia na atitude sexual dos
americanos e do mundo ocidental veio do psicólogo austríaco Wilhetm Reich, que
se tornou uma cultuada figura nos anos de 1960. Sua contribuição foi a busca
pelo “orgasmo definitivo”, que rapidamente se tornou uma das manias do movimento
do potencial humano. Reich ensinou que quase todo mundo é neurótico em algum
grau e que toda neurose é por sua vez um sintoma de falha sexual. Portanto, a
resposta para todas as disfunções do ser humano seria desenvolver “a capacidade
de se render ao fluxo da energia biológica sem nenhuma inibição, a capacidade
de descarregar completamente todo o excitamento sexual acumulado através das
involuntárias e agradáveis contrações do corpo”. Reich acreditava que os seres
humanos não são nada além de criaturas biológicas e que a redenção vem através
da completa imersão no reflexo sexual.
O inimigo no Éden de Reich é, uma vez mais,
religião tradicional e moralidade, essa “filosofia assassina” que cria culpa,
distorce nossos desejos e dá vazão a desvios de personalidade. Para ele, desde
que a natureza nada sabe sobre moralidade, qualquer restrição moral ao impulso sexual
funciona como um veneno vagaroso sobre a totalidade da personalidade.
Num livro convenientemente intitulado
Salvation through Sex (Salvação Através do Sexo), o psiquiatra Eustace Chesser
diz que para Reich o orgasmo “é a única salvação para o homem, levando-o ao
Reino dos Céus na terra”.
As ideias de Reich foram incorporadas por
Robert Rimmer em seu romance provocativo The Harrad Experiment (O Experimento Harrad),
publicado em 1966. O livro vendeu três milhões de cópias e ajudou a alimentar a
revolução sexual. Para uma geração inteira de americanos com curso superior,
tornou-se leitura recomendada nos cursos universitários sobre casamento e
família, e muitas pessoas creditam ao livro a rápida fusão de universidades
masculinas com universidades femininas e a criação de dormitórios mistos.
O romance retrata uma faculdade experimental
onde os alunos têm que fazer várias combinações e permutas entre casais a fim
de desenvolver uma abordagem livre e desinibida da sexualidade. A filosofia por
trás dessa utopia sexual é expressada pelo professor que fundou a faculdade: “A
premissa é que o homem nasce bom e pode elevar-se pelos seus esforços para um
mundo infinitamente melhor“. Como? Pela liberação sexual. Esse é o meio de
atingir “um degrau a mais na escada evolucionária”, para “chegar a uma nova
forma de homem e mulher”.
A visão de Rimmer sobre o sexo é francamente
religiosa, e ele professa de forma aberta a afirmação de que o intercurso “é de
fato um ato de adoração”. Ou, segundo a opinião de outra personalidade que ele utiliza
(citando o filosofo Alan Watts): “O que os amantes sentem um pelo outro nesse
momento não é nada além de adoração no completo sentido religioso... Tal
adoração devida a Deus seria realmente idolatria se não fosse o fato de o amor, nesse
momento, levar à ilusão e mostrar aos amantes o que eles em verdade são...
realmente divinos”. O sexo é retratado como um caminho para a divindade.
Em posfácio acrescentado à edição de 1990 do
romance, Rimmer sumariza concisamente sua religião: “Poderemos levantar a nós
mesmos pelos nossos esforços e criar um novo tipo de sociedade onde a sexualidade
humana e a maravilha completa do corpo e da mente tornem-se a nova religião -
uma religião humanista, sem a necessidade de um deus, porque você e eu e todos
os outros bilhões de seres podemos interagir mostrando cuidado e afeição uns
com os outros de modo que sejamos os únicos deuses de que precisamos? Penso que
podemos .
A sexualidade está claramente sendo
apresentada como mais do que uma mera gratificação ou deleite sensual. Não é
nada menos que uma forma de redenção, um meio para curar a falha fundamental da
natureza humana. Somente quando virmos essas ideologias sexuais como
cosmovisões completas, defendidas com fervor religioso, entenderemos por que os
cristãos e os conservadores morais acham tão difícil reformar os currículos dos
cursos de educação sexual nas escolas públicas. Você não encontrará educadores
sexuais contemporâneos usando palavras como salvação; todavia, muitos têm a
mesma suposição básica de que a expressão sexual livre é o meio para uma vida completa
e saudável.
Por exemplo, Mary Calderone, a principal
arquiteta da educação sexual contemporânea e ex-diretora executiva do Conselho
de Informação e Educação Sexual dos Estados Unidos, insinuou, em artigo de
1968, que a “verdadeira questão” que os educadores sexuais encaram é esta: “Que
tipo [de pessoa] queremos produzir” para tomar o lugar da natureza humana como
conhecemos hoje? E “como desenharemos a linha de produção» para criar essa
criatura avançada ?
O problema, como Caíderone o vê, é que a
natureza humana não está evoluindo tão rápido quanto a tecnologia; por essa
razão devemos remodelar a natureza humana em si para combinar com o mundo moderno
e sempre em mudanças. Um novo estágio de evolução está cortando o horizonte,
ela escreve, e a tarefa dos educadores é preparar as crianças para entrarem
nesse novo mundo. Para alcançá-lo, os educadores devem afastar as crianças das
velhas visões e valores, especialmente das formas da moralidade sexual bíblica
e outras tradicionais — pois “leis religiosas ou regras sobre sexo foram feitas
com base na ignorância”.
Nesse novo estágio de evolução, todos os
valores atualmente defendidos cairão por terra, dando espaço para os novos
valores baseados somente na ciência. Portanto, diz Calderone, a melhor coisa
que podemos fazer por nossas crianças é prepará-las para ver todas as noções de
certo e errado como tentativas mutantes e relativas. Assim, libertadas dos
velhos valores, elas poderão sentir-se incutidas com os valores de uma elite
cientificamente treinada (consistindo de profissionais como ela mesma,
naturalmente), que saberão o que fazer para que os seres humanos sejam
realmente saudáveis. Calderone chama as escolas e as igrejas para usarem a
educação sexual para desenvolver “seres humanos de qualidade através de
processos tão conscientemente elaborados como as melhores mentes da sociedade
podem projetar” Aqui o utopismo sexual aparece com tom quase assustador, pois
liga a educação sexual a uma visão de engenharia social de acordo com um
“projeto” desenhado pela elite científica.
Quando rastreamos a história das ideias sobre
sexualidade, torna-se claro que os fundadores da educação sexual nunca realmente
buscaram simplesmente transmitir uma coleção de fatos sobre como nossos corpos funcionam.
Antes, foram os evangelistas de uma cosmovisão utópica, uma religião, na qual o
entendimento “cientifico” sobre a sexualidade é o meio de transformar a natureza
humana, libertando-a dos constrangimentos da moralidade e introduzindo uma
sociedade ideal. Essa é outra forma do Mito da Escada Rolante.
Mesmo assim, se examinarmos as vidas desses
que se intitularam a si próprios como profetas, encontraremos pouco fundamento
para acreditar em suas promessas. Margaret Sanger casou-se duas vezes e teve vários
amantes - ou, como ela mesma define, “parceiros voluntários”.
Era viciada no analgésico Demerol e obcecada
por numerologia, astrologia e mediunidade, numa tentativa desesperada de achar
significado para a existência. Em sua vida, a liberação sexual não foi o grande
caminho para a salvação que prometera em seus escritos.
Kinsey, igualmente, tinha uma vida secreta
sobre a qual raramente ouvimos falar. Seu objetivo era “criar sua própria
utopia sexual”, diz o biógrafo James Jones, e Kinsey construiu um grupo seleto
de amigos e colegas que se comprometeram com sua filosofia de total liberdade
sexual.
Sabemos que Kinsey e sua mulher tinham
relações sexuais com muitos dos membros de sua equipe, homens e mulheres, e
outras pessoas. Kinsey também era masoquista, às vezes envolvido com práticas bizarras
e dolorosas.
Mas Kinsey tinha um segredo ainda mais
escuso. Em Kinsey, Sex, and Fraud(Kinsey, Sexo e Fraude), a pesquisadora Judith
Reisman argumenta convincentemente que a pesquisa de Kinsey sobre as reações
sexuais em crianças somente podem ter sido obtidas se ele ou seus colegas de
fato estiveram envolvidos com abuso sexual infantil. Como poderiam ser feitas
“observações atuais” da reação sexual em crianças dos dois meses aos quinze
anos? * E esse é o homem cujas ideias têm sido tão influentes na formação da
educação sexual americana e de outros países.
A vida de Wilhelm Reich da mesma forma revela
as falhas de sua própria filosofia. Reich exigiu liberdade sexual completa para
si e teve vários casos, mas não suportava a ideia de que sua mulher pudesse
viver sob a mesma filosofia sexual. Sua terceira mulher escreve que Reich tinha
muitos ciúmes e proibiu que vivesse como ele vivia. Um teste para saber se uma
cosmovisão é verdadeira ê se ela corresponde à realidade: podemos viver com
isso? Obviamente Reich não conseguiu.
A verdade é que a liberação sexual não é
nenhum caminho elevado para a salvação para aqueles que a adoram em seu santuário.
Ao invés, os resultados trágicos da licenciosidade sexual espalharam-se
completamente através da nossa sociedade, produzindo epidemias de abortos, doenças
sexualmente transmissíveis (afligindo uma em cada quatro mulheres) e crianças
nascidas fora do casamento, com todas as patologias sociais decorrentes,
incluindo problemas escolares, abuso de drogas e álcool e crime. Mesmo assim,
para muitos, a liberação sexual permaneceu um direito acalentado, e as visões
utópicas plantadas por Sanger, Kinsey, Reich e Calderone continuam a prosperar.
Suas ideias ainda sustentam suposições no currículo da educação sexual usado em
todo o sistema de escolas públicas dos EUA.
Todos baseamos NOSSAS vidas em alguma visão
de realidade final que dá significado à nossa existência individual. Se
rejeitarmos a Deus, colocaremos algo em seu lugar e absolutizaremos alguma
parte da Criação. É exatamente o que tem acontecido com aqueles que contemplam
a utopia sexual como meio de satisfação e salvação. A biologia toma o lugar de Deus
como a realidade final, e o sexo se torna o caminho para o divino.
A ironia é que aqueles que rejeitam muito
enfaticamente a religião, que insistem com muito alarde que são “científicos”,
terminam por promover o que só pode ser chamado de religião. De fato, isto
parece uma enfermidade comum entre aqueles que se orgulham de serem
científicos.
Durante a Era da Razão, a ciência era
oferecida como um substituto para a religião. Mas o que alguns previram foi
que, no processo, a ciência tomaria as funções da religião. E hoje, como
veremos, a ciência em si tornou-se uma das mais populares formas de redenção.
COLSON. Charles.
PEARCEY. Nancy. E agora como viveremos?
Editora CPAD. pag. 288-297.
I - QUESTÕES SOBRE A
SEXUALIDADE
1. Um mundo dominado pelo erotismo.
Os Diversos Tipos de Pornografia.
Os estudiosos do assunto, bem como os
legisladores, fazem geralmente uma distinção entre diferentes tipos de
pornografia, para fins de estudo e compreensão:
1. Softcore – Refere-se a material
pornográfico que apresenta imagens de nudez e cenas que apenas sugerem a
relação sexual.
2. Hardcore – Contém representação explícita
dos órgãos genitais em cópula e de relações sexuais de toda a sorte.
3. Snuff – Fala-se ainda de vídeos snuff,
onde pessoas praticam atos sexuais e depois são assassinadas. Entretanto, não
se conhece nenhum exemplar destes vídeos que tenha sido distribuído
comercialmente.
4. Pornografia infantil – É a representação,
sob qualquer forma, de criança em ato sexual implícito ou explícito, simulado
ou real, ou qualquer representação dos órgãos sexuais da criança para fins
sexuais.
5. Erótica – Algumas feministas fazem uma
distinção entre pornografia, que é a sujeição e degradação sexual da mulher
através de imagens que representam o homem dominando e humilhando a mulher
sexualmente, e a erótica, que é a representação sexual de homem e mulher em
posição de igualdade e respeito mútuo.
Estas distinções podem nos ajudar a entender
melhor o assunto e a perceber como diferentes pessoas entendem a pornografia.
Entretanto, todas as diferentes formas de pornografia têm em comum a exposição
pública da nudez e das relações sexuais humanas, com vistas ao despertamento
sexual indiscriminado. Por este motivo, os cristãos não devem se deixar iludir
por estas distinções, como se alguma forma de pornografia fosse menos errada do
que outras.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade,
Perigos e Libertação. pag. 4-5.
O Que Tem de Mais em Ver Pornografia?
Muito embora os evangélicos em geral sejam
contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão
conscientes do perigo que ela representa.
Mencionamos alguns deles em seguida:
1) Consumir deliberadamente material
pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e
que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado – A indústria
pornográfica é uma grande fonte de renda para o crime organizado em todo o
mundo, juntamente com o jogo e as drogas, movimentando bilhões de dólares por
ano. A indústria da pornografia apoia e promove a indústria da prostituição e
da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com pornografia
deveria ir para o sustento de suas famílias. Alguns podem alegar que consomem
apenas material soft contendo somente cenas de nudez — esquecendo que esse
material é produzido pela mesma indústria ilegal que comercializa a pornografia
infantil.
2) Consumir deliberadamente material
pornográfico deixa cicatrizes para o resto da vida – As imagens ficam gravadas
a fogo na mente e continuam lá para sempre, e vêm à tona com a excitação
sexual. É similar a fumantes, que mesmo tendo deixado o cigarro, permanecem com
manchas nos pulmões. É isto que testemunha um ex viciado em pornografia, cujo
depoimento anônimo na revista Leadership chocou o mundo evangélico: “Trago
ainda hoje as cicatrizes do meu vício, apesar de já tê-lo vencido. Há a
cicatriz da ‘inocência corrompida’. A pornografia se alimenta de nossa fascinação
pelo que é proibido, e sempre estamos querendo mais. Minha vida de fantasia
sexual extrapolava em muito a minha vida sexual real no casamento. Eu era um
‘voyeur’, experimentando sexo na solidão e isolamento, cada vez mais me afastando
da minha esposa”.
Mencionamos abaixo outras sequelas da
pornografia:
a) Insensibilidade para com as perversões
sexuais, fazendo-as parecer cotidianas e rotineiras.
b) Comparação injusta entre o corpo do nosso
cônjuge e aquele dos modelos apresentados no material pornográfico, provocando
impotência e desinteresse sexual dentro do casamento.
c) O hábito da masturbação que se alimenta da
pornografia, sua matéria-prima.
d) Despersonificação dos seres humanos, ao
exibir seus corpos e órgãos genitais, sem que o rosto apareça.
e) Hábito de desnudar as pessoas com a
imaginação, ou de entreter fantasias sexuais enquanto conversa com pessoas do
sexo oposto.
3) O consumo de pornografia abate e escraviza
o crente – Há muitos servos e servas de Deus que estão vivendo um conflito:
querem servir ao Senhor de todo coração, mas se veem escravizados à
pornografia. Esta derrota tira-lhes a vontade de ir à Igreja, participar da
Escola Dominical, ler a Bíblia e orar e de testemunhar de Cristo a outros.
Sobre isto, escreve o Pr. Jorge Luiz César Figueiredo em artigo na Internet:
“Quando a prática [da pornografia] torna-se
um círculo vicioso, torna-se algo terrível.
Tenho ouvido testemunhos de jovens que
lutaram muito para vencer, alguns tiveram que ser radicais e pediram aos pais
para tirar o computador do quarto. Esse quadro também cria uma falta de
compromisso com Deus; o jovem não quer compromisso, pois não quer pagar o preço
da renúncia. Se você enquadra-se nesse perfil sabe bem do que estamos falando.
O sentimento de fracasso às vezes toma conta de você e até pensa em desistir,
em largar Jesus, mas como você pertence ao Cristo de Nazaré, não pode mais
voltar atrás”.
4) Consumir deliberadamente material
pornográfico é violar todos os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para
proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra
“pornografia” nos aponta essa realidade. Conforme já vimos, ela vem da palavra
grega pornéia. Juntamente com mais outras três palavras (pornos, pornê e pornéuo)
ela é usada no Novo Testamento para se referir à prática de relações sexuais ilícitas,
imoralidade ou impureza sexual em geral. Frequentemente essas palavras de raiz
porn aparecem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam mais
exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto,
prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Testamento
claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do coração corrupto
do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a
praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente essas
coisas — adultério, prostituição, homossexualismo, sado-masoquismo,
masturbação, sexo oral, penetrações com objetos e — pior de tudo — pornografia
infantil.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade,
Perigos e Libertação. pag. 11-13.
Como Evitar e Libertar-se da Pornografia?
Não precisaremos de argumentos sociais,
médicos e psicológicos para justificar a necessidade de evitarmos e nos
libertarmos da pornografia tais como AIDS, destruição familiar, vício, desvio
financeiro para esse fim, a falta de segurança e higiene nos locais destinados
a esse fim, entre muitos outros. Acreditamos que as razões bíblicas nos são
suficientes para dizermos não, mesmo que tenhamos de lutar contra a nossa própria
vontade e nosso próprio coração. “Aquele que quer vir após mim, a si mesmo se
negue...” são as palavras de Cristo para a nossa reflexão.
Uma vez que entendemos que a nossa natureza
pecaminosa nos impulsiona para o mal (Rm 3.10-12), temos que buscar meios pelos
quais possamos não sucumbir às muitas tentações que nos sobrevirão, cientes de
que “não nos vem tentação que não seja humana, mas Deus é fiel e não permitirá
que sejamos tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a
tentação nos proverá também o livramento, de sorte que podemos suportar” (1 Co
10.13); e ainda: “naquilo que ele mesmo (Cristo) sofreu, tendo sido tentado, é
poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18).
Tais promessas de Deus são como lenitivo para
a alma. Mesmo que o salário do pecado seja a morte, “o dom gratuito de Deus é a
vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Confiados nessas
verdades ficamos fortalecidos para lutar contra as nossas concupiscências e
fazer a vontade de Deus, pois “Ele é poderoso para nos guardar de tropeços e
para nos apresentar com exultação, imaculados, diante da Sua glória” (Jd 24).
Gostaríamos, portanto, de oferecer aos nossos
leitores algumas sugestões de como podemos evitar o mal que chamamos de
pornografia:
1. Ter cuidado com o legalismo. Paulo
escrevendo aos Colossenses diz que as doutrinas dos homens como: “não manuseies
isso ou não toques naquilo... não terão valor nenhum contra a sensualidade” (Cl
2.21-23). A mera letra não nos fará fugir da tentação, se não for acompanhada
de uma disposição muito forte do nosso coração de abandonarmos o prazer que a
pornografia porventura nos proporcione.
2. Evitar lugares que inspirem sensualidade.
Uma vez livres do legalismo, cada homem ou mulher deve conhecer suas limitações
e jamais provar seus limites. Temos que deixar morrer a nossa natureza terrena
(Cl 3.5-8). Aqui cabem as palavras do Salmo 1: “Bem-aventurado o homem que não
anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores”.
Baseados nestas palavras sugerimos as
seguintes atitudes:
a) Escolher bem as amizades. Evitar aqueles
amigos que tentam nos desviar, não fazendo caso da Palavra de Deus.
b) Aconselhar-se com pessoas crentes e
sábias, e não com os ímpios.
c) Elevar os nossos pensamentos a Deus.
Meditar dia a dia na Sua Palavra (Salmo 1:2).
d) Fazer nosso culto particular a Deus e
encher nossos pensamentos com coisas edificantes. Em Filipenses 4.8, Paulo nos
ensina em que pensar: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo
o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o
vosso pensamento”.
3. Uma mudança de hábitos. É necessário
fugirmos da tentação, antes que ela bata à nossa porta. Adquirir os seguintes
hábitos pode ser muito proveitoso na hora de evitar e libertar-se da
pornografia:
a) Dormir cedo, evitando assim os programas
televisivos noturnos, que, via de regra, possuem conteúdo sexual.
b) Ficar na Internet apenas o tempo
necessário. Não ficar muito tempo sozinho diante do computador.
c) Ocupar o tempo livre (isso não inclui
nossa devocional) com atividades esportivas e edificantes.
d) Evitar envolver-se em qualquer tipo de
conversação torpe (Ef 5.3-7).
4. Muito importante é evitar radicalmente o
acesso a revistas, vídeos, programas televisivos e sites pornográficos.
5. Estimular o culto doméstico. É sempre bom
a família estar unida em torno da Palavra de Deus. Este hábito fortalece o
cristão.
Poderíamos colocar aqui muitas outras formas
para ajudar cada um a fugir da pornografia, mas o mais importante de tudo,
muito além de se colocar regras e estabelecer limites, é deixar muito claro que
a raiz do problema não é nenhum desses fatores externos, mas o próprio coração
do homem que é depravado e descomprometido com Deus, o Criador de todas as
coisas. O antídoto é a fé confiante no poder do evangelho de Cristo que pode e
muda o nosso caráter, imprimindo em nós uma nova natureza, regenerada e capaz,
pela graça de Deus, de dizer não ao pecado.
Ouçamos a voz de Deus, através das Sagradas Escrituras,
e busquemos a santidade oferecida no sangue de seu Filho Jesus Cristo: “tendo,
pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da
carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (1Co
7.1).
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade,
Perigos e Libertação. pag. 14-16.
Há boas razões para acreditarmos que o número
de evangélicos no Brasil viciados em pornografia é preocupante. Pesquisadores
estimam que nos Estados Unidos cerca de 40% dos evangélicos estão afetados. Há
quem ache que este número é bem maior.
Considerando que no Brasil a facilidade de se
obter material pornográfico é a mesma ou até maior que nos Estados Unidos,
considerando que a igreja evangélica brasileira não tem a mesma formação
protestante histórica da sua irmã americana, considerando a falta de posição
aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a pornografia como
acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente cerca de
50% dos homens evangélicos no Brasil são consumidores de pornografia. Talvez
esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido que os evangélicos
no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que muitos países de primeiro
mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem a violência e o erotismo,
e assim abrindo brechas por onde a pornografia penetra e se enraíza.
Mais preocupante ainda é a probabilidade de
que grande parte desse percentual é de jovens adolescentes evangélicos. Uma
pesquisa feita por Josh McDowell em 22 mil igrejas americanas revelou que 10%
dos adolescentes haviam aprendido o que sabiam sobre sexo em revistas
pornográficas. 42% deles disseram que nunca aprenderam qualquer coisa sobre o
assunto através de seus pais. E outros 10% confessaram ter assistido a um filme
de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma extrapolação, ainda que
conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras é de deixar pastores e
pais em estado de alerta!
Aqui no Brasil, segundo pesquisa da revista
Eclésia em setembro de 2002, feita entre jovens evangélicos de 22 denominações,
52% deles já praticaram sexo pré-marital.
Destes, cerca da metade mantêm uma vida
sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em que perderam a
virgindade é de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as moças, o que
coloca as igrejas evangélicas cada vez mais próximas dos padrões mundanos. Um
detalhe: estes jovens foram todos criados nas igrejas! Infere se que em comunidades
evangélicas onde as noções de moralidade são tão mundanas quanto as dos
incrédulos, não é para duvidar que o consumo de pornografia seja corrente,
aceitável e tolerado.
É preciso ainda notar que não são somente os
homens que consomem pornografia.
Mulheres cristãs também incorrem neste
hábito, embora certamente numa proporção menor. Uma evangélica que se
identifica como “Solitária” dá o seguinte depoimento num site evangélico:
“Tenho 30 anos de idade e nunca consegui casar. Pensei que tinha direito de ser
sexualmente feliz, mesmo que o Senhor não tenha me dado um marido. Isto me
levou a uma longa e profunda batalha com a masturbação e a pornografia na
Internet. No ano passado, quebrantei-me após ouvir um sermão sobre pureza
sexual em minha igreja. Após isto, comecei um curso de 60 dias baseado em leituras
da Bíblia e acompanhamento de um mentor. Finalmente me vi livre. Também coloquei
um filtro contra a pornografia em meu computador.”
Escândalos envolvendo líderes evangélicos
revelam abertamente uma outra face do problema. Há pastores evangélicos que
também são viciados em pornografia. Por causa do receio de serem apanhados e de
estragarem seus ministérios, muitos pastores preferem optam por consumir
pornografia como voyeurs do que praticar o adultério de fato, embora alguns
acabem eventualmente caindo na infidelidade prática.
Uma mulher escreve num site evangélico: “Sou
divorciada, mãe de três adolescentes.
Fui casada por dez anos, até que meu marido,
pastor, teve um caso extra-marital. Ele era viciado em pornografia desde os
doze anos de idade e lutou contra isto por muitos anos.”
Há diversos artigos sobre pornografia
publicados em revistas americanas e europeias de aconselhamento pastoral
abertamente dirigidos a pastores viciados em pornografia, visando ajudá-los.
Uma destas revistas, Leadership, realizou uma pesquisa entre pastores de
diversas denominações evangélicas e chegou a conclusões terríveis: a cada dez
pastores, quatro já haviam visitado um site pornográfico.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade,
Perigos e Libertação. pag. 8-9.
A PEDOFILIA
A palavra é enganosamente perigosa em si
mesma. Etimologicamente, vem do grego, de. paidos (criança) ephilos (amigo), o
que deveria significar “amizade a crianças”. O pedófilo seria um “amigo de
crianças”.
Mas, na prática, a pedofilia é um dos mais
terríveis crimes que alguém pode cometer contra um ser humano. A Organização de
Saúde define pedofilia como sendo “a ocorrência de práticas sexuais entre um
indivíduo maior de 16 anos com uma criança na pré-puberdade. A psicanálise encara
a pedofilia como uma perversão sexual”.
O pedófilo é uma pessoa de personalidade
fraca. Um derrotado em sua psique, que tem medo da resistência de um parceiro
de sua idade ou de seu porte físico. Se ele ataca meninos, é porque têm medo
procurar homens adultos; se ataca meninas, é porque têm medo de se relacionar
com mulheres jovens ou adultas, temendo o
poder delas sobre sua condição de indivíduo que desmoraliza a si mesmo.
Trata-se de parafilia, ou um distúrbio psíquico, que leva o indivíduo a
práticas sexuais perversas contra crianças indefesas ou vulneráveis.
Pedofilia é a prática de sexo com crianças. E
uma demonstração de fraqueza moral de pessoas que têm medo de se relacionar com
pessoas adultas, e passam a buscar satisfação sexual com crianças, numa atitude
criminosa, prevista como crime na maioria das legislações no mundo.
São pessoas portadoras de distúrbios
psicológicos, que têm prazer criminoso de divulgar fotos de crianças, com as
quais chegam a praticar sexo, ou simplesmente fotos de crianças despidas, para
alimentar o desejo mórbido de sua fraqueza moral e mental. Infelizmente, a
Internet tem sido grandemente aproveitada para essas atitudes criminosas. Esse é
um fenômeno acentuado pela pós-modernidade.
Em países dos chamados primeiro mundo, há
propostas vergonhosas para a legalização da pedofilia. Em 2006, foi proposta a
criação do “Partido dos Pedófilos”. “Pedófilos holandeses estão lançando um
partido político para pressionar por uma diminuição na idade legal para se
manter relações sexuais no país, de dezesseis anos para doze anos. Eles também
querem a legalização da pornografia infantil e do sexo com animais. O partido
Caridade, Liberdade e Diversidade (NVD, na sigla em holandês) disse, em sua
página na Internet, que seria oficialmente registrado na quarta-feira, prometendo:
“Vamos sacudir Haia!”. A legenda quer diminuir a idade legal para relações
sexuais para os doze anos e, eventualmente, derrubar completamente o limite”.
Percebe-se que, no Brasil, o projeto do Novo
Código Penal preconiza, de igual modo, a diminuição da idade legal para se
manter relações sexuais, de dezesseis para doze anos. Imagine-se uma criança de
12 anos, muitas das quais não têm a idade mental correspondente à idade cronológica, fazendo
sexo com adultos. Certamente, é um incentivo à pedofilia no País. São homens
assim, que usam seus conhecimentos ditos científicos, que se colocam,
consciente ou inconscientemente como verdadeiros agentes a serviço do diabo.
Segundo a Wikipédia, o famigerado partido foi
oficialmente criado em 31 de maio de 2006.6 “O Partido Caridade, Liberdade e
Diversidade (NVD, na sigla em holandês) não teve dificuldade para se instalar.
Um tribunal de Haia assim se pronunciou: “não pode ser proibido, já que tem o
mesmo direito de existir que qualquer outro grupo”. Quando a Lei é usada como
instrumento da maldade humana, não se pode esperar que haja ética ou respeito a
qualquer princípio.
O ensaio da perversa ideia chegou a ser muito
bem entendido pelos ilustres juristas holandeses: “Um tribunal de Haia chumbou,
ontem, um requerimento que pretendia que a Justiça holandesa proibisse um grupo
criado por três pedófilos de fundarem um partido político. “A liberdade de
expressão, incluindo a liberdade de se criar um partido político, é visto como
a base de uma sociedade democrática”, afirmou o juiz HFM Hofhuis num acórdão
citado pela Associated Press e onde diz que o PNVD, iniciais que traduzem Amor
Fraternal, Liberdade e Diversidade, “não cometeu nenhum crime”.
Essa vergonhosa ideia, de origem diabólica,
foi derrotada, visto que o parlamento holandês não aprovou sua implantação. E,
após sua aprovação, a agremiação não teve os votos necessários para participar
das eleições. Foi dissolvido em 2010. Mas os interessados nessa monstruosidade não
se dão por vencidos. Eles continuam lutando por vê-la vigar, naquele país
liberalista da Europa.
No início de 2010, o mundo foi mais uma vez
abalado com as notícias constrangedoras de que altos líderes católicos, na
Europa, e no Brasil, envolveram-se com pedofilia. Nos Estados Unidos, segundo
notícias, houve mais de 14.000 casos de abuso sexual de crianças por parte de
padres e bispos católicos. Também há muitos casos de pastores, que são acusados
de práticas de pedofilia. Os cristãos devem denunciar às autoridades esse tipo
de site. Diz a palavra de Deus que devemos levar as crianças a Cristo, e não ao crime.
“Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os
impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18.16).
Segundo pesquisas, “Em aproximadamente 25%
dos casos, o pedófilo foi uma criança molestada. O erotismo infantil está
ligado à trajetória da humanidade. Em aproximadamente 450 culturas
tradicionais, a idade perfeita para contrair matrimônio está entre 12 e 15
anos. Fisiologicamente, quanto mais jovem for à mulher, maiores são as chances
de ocorrer uma fecundação bem sucedida.
De acordo com psicólogos, especialistas em
agressão infantil, de Michigan, nos Estados Unidos, cerca de 80% dos casos de
abuso sexual de crianças acontecem na intimidade do lar: pais, padrastos e tios
são os principais agressores”.9 Esses dados são comuns à maioria dos países. No
Brasil, as vítimas da pedofilia são abusadas por pais, padrastos, parentes, ou
vizinhos. Isso é uma das piores facetas da perversão do homem caído, longe de
Deus e dominado pelo pecado. As crianças são consideradas, na Bíblia, em alto
grau de respeito, afeto e proteção. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que as
crianças devem ter o respeito e a consideração de seus discípulos. Quando
alguns pais levaram suas crianças para perto de Jesus, os discípulos
aborreceram-se com seu barulho o algazarra e sugeriram que eles deveriam ser
mandados embora.
A atitude de Jesus diz tudo o que ele pensa
sobre as crianças: “Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai
vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus.
Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma
criança de maneira nenhuma entrará nele. E tomando-as nos seus braços e
impondo-lhes as mãos, as abençoou” (Mc 10.14-16). E terrível quando se sabe que
sacerdotes, pastores ou líderes religiosos abusam da boa fé dos pais, e,
principalmente da vulnerabilidade de crianças, para delas abusarem, em função de
suas perversões. A condenação desses será maior no juízo de Deus.
Os pais cristãos devem educar seus filhos,
prevenindo-os contra os assédios de criminosos, em escolas, na vizinhança, no
próprio lar, fora ou dentro das igrejas. Devem ser presentes em todos os
momentos da vida dos filhos. Procurando saber o que se passa na escola e em
outros lugares.
Quem são seus amigos. Observar-se um filho
apresenta comportamento estranho, sem querer ir para a escola; se apresenta
medo ou desconforto, diante
de algum adulto; jamais deixar seus filhos a sós, em casa para que não sejam vítimas
de parentes ou vizinhos pedófilos. Os filhos são “herança do Senhor, e o fruto
do ventre o seu galardão” (SI 127.3).
Recentemente, uma criança de quatro anos
desapareceu, em meio a uma reunião, em uma grande igreja evangélica. Os pais
ficaram aflitos, e a criança só apareceu, por misericórdia de Deus, viva e sã,
dias depois. Foram dias de angústia e desespero. A mãe deixou a filha à vontade
durante o culto. Isso é atitude perigosa. As crianças pequeninas devem estar
junto aos pais, no culto, ou em atividade apropriada, na igreja local, sob a
responsabilidade de pessoas adultas, credenciadas para essa missão.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
106-110.
2. Fornicação é pecado.
FORNICAÇÃO
Ver o artigo geral sobre os vícios, que
inclui várias palavras que dizem respeito aos pecados de natureza sexual.
1. Definição dos Dicionários. Relações
sexuais ilícitas entre pessoas solteiras. Nesse sentido, os fornicârios (no
grego, pornoi) devem ser distinguidos dos adúlteros (moichoi).
2. Quando a porneia e a moicheia são
sinônimos? Relações sexuais entre uma pessoa solteira (de qualquer sexo) e uma
pessoa casada, podem ser consideradas fornicação ou adultério. Porneia pode indicar
qualquer tipo de imoralidade, razão pela qual envolve o adultério imoicheia},
mais limitado. O trecho de Mateus 5:32 envolve esse uso mais amplo. Ver também
Mat. 19:9.
3. Em 1 Coríntios 5:1, a palavra porneia é
usada com o sentido geral de imoralidade, quando então indica todas as formas
de desvio sexual.
4. O trecho de I Coríntios 7:2 diz, no grego,
diá tas porneias, que pode ser entendido como tentações tl imoralidade, de
qualquer tipo. Os crentes sio exortados a fugirem desse tipo de pecado (I Cor. 6:
18), visto que a intima relação entre Deus e o seu povo assemelha-se ao vínculo
matrimonial (Efé. 5:23-27). De fato, o termo «adultério» é frequentemente usado
na Bíblia, em sentido metafórico, para indicar a infidelidade do povo de Deus,
um pecado particularmente abominado pelo Senhor (Ose, 6:10; Jer. 3:2,9; Apo.
2:12; 19:2). Todavia, a graça divina é capaz de encobrir todos esses pecados.
Assim, até mesmo a prostituta Raabe veio a tornar-se ascendente de Jesus Cristo
(Mat. 1:5; Heb, 11:31).
5. Paulo preparou sete listas de vícios; e,
em cinco delas, a fornicação é incluída. Ver I Cor. 5:11; 6:9; Gâl. 5:19; Efé.
5:3; Col. 3:15. E em cada uma dessas cinco listas é o pecado que figura em
primeiro lugar. Os gregos e os romanos não consideravam muito grave o vicio da
fornicação, embora falassem severamente contra o adultério.
6. Jesus atribula tanto a fornicação quanto o
adultério à concupiscência dos olhos e à ideia da mente, fazendo dos mesmos
pecados universais. Pois, quem não tem concupiscência pelo sexo oposto? Ver Mat.
5:28. Uma das preocupações de Jesus, em seus ensinos, era encarar o pecado em
seu intuito, e não meramente em sua realização.
7. Paulo referiu-se a esse pecado como uma iniquidade
que impede o individuo de participar do reino de Deus (I Cor. 5:11).
8. Paulo dizia que esse é um pecado cometido contra
o próprio corpo e, portanto, contra o Espirito Santo, o qual faz do corpo do
crente um templo seu (I Cor. 6:18-20). Nas relações sexuais parece haver a mistura
de energias espirituais vitais, de tal modo que os dois tomam-se um só. Como
isso sucede é algo misterioso, indefinido. Por essa razão é que Paulo encarava
com grande seriedade a relação sexual com uma prostituta. Pois ela, por assim
dizer, substituía o Espírito Santo, corrompendo àquele que é membro do corpo de
Cristo (I Cor. 6:15 ss), Aquele que está unido ao Senhor forma um só espírito
com ele, o que fala a respeito de uma intima comunhão mística com ele. Os místicos
têm comentado acerca da qualidade espiritual do sexo, dando a entender que está
envolvido algo de espiritual, e não meramente a união física de dois corpos.
9. A poligamia, naturalmente, não era
classificada como fornicação ou como adultério. Era uma prática generalizada
nos tempos bíblicos. Jesus, entretanto, referiu-se favoravelmente ao ideal de
um homem e uma mulher (Mat. 19:4 ss).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 2. Editora Candeias. pag. 808-809.
Os Vícios como Obras da Carne: Gál. 5:18-21.
Esses vícios mui naturalmente se dividem em
quatro categorias: 1. pecados sensuais, vs. 19.2. Pecados de superstição ou
religião falsa, vs. 20. 3. Pecados de mau temperamento vss 20,21. 4. Pecados de
várias formas de excessos, vs. 21.
1. Prostituição. A tradução imoralidade
ficaria muito melhor aqui, como tradução do termo grego porneia, visto que o
termo "prostituição" dá a entender o tráfico comercial do sexo. O
sentido original desse vocábulo podia realmente ser traduzido por
"prostituição", visto que ela se deriva da raiz grega
"porne", que significa "prostituta".
No entanto, o substantivo
"prostituição" gradualmente foi assumindo um significado mais lato. O
termo básico, no grego, é paralelo a "permeni", que significava
"vender", o que alude ao comércio que as mulheres faziam e fazem do
sexo. Porém, a tradução imoralidade indica todas as formas de pecado de
natureza sexual.
Algumas versões dizem aqui fornicação; mas
essa tradução também é inadequada, porquanto atribuímos a esse termo a ideia de
pecados sexuais anteriores ao casamento.
Todavia, a fornicação e a prostituição são tipos
de imoralidade. Na realidade, a palavra grega aqui usada pode indicar até mesmo
o "adultério", isto é, o pecado sexual entre pessoas casadas com
outras. Os chamados "cultos de fertilidade", que havia nos dias de
Paulo, glorificavam todas as modalidades de imoralidade, transformando-as em
atos de devoção religiosa. O dinheiro que as prostitutas religiosas
profissionais recebiam de suas nefandas atividades nos templos pagãos, era
empregado para o sustento e a expansão de formas de adoração idólatra; por isso
mesmo era natural que os judeus sempre tivessem associado a idolatria e pecados
sexuais de muitas variedades. A idolatria, pois, era encarada como a raiz da imoralidade
sexual. Somente na cidade de Corinto, mais de mil prostitutas religiosas
infestavam os seus vários templos pagãos. (Ver o trecho de Rom. I: 18-27, onde
Paulo denuncia abertamente os pagãos, por sua imoralidade).
Entre as muitíssimas razões pelas quais não
deveríamos participar de tal forma de pecado, destacamos aquela que aparece em
1Cor. 6:13-20 ela: 1- 13, a saber, tais pecados são uma violação de nossa
relação e de nossa comunhão com Cristo.
2. Impureza. No original grego, é akatharsia,
que significa, literalmente, "impureza", imundícia,
"refugo", ainda que, figuradamente, indicasse imoralidade, vício, "impureza
nas questões sexuais". Tal vocábulo era empregado para indicar uma ferida
suja, na carne, ou a depravação moral do espírito, a iniquidade, embora não necessariamente
de ordem sexual. Porém, neste contexto, certamente Paulo tinha em mente as
impurezas sexuais praticadas com tantas variedades indefinidas. Os vícios sexuais
estão em foco, como a homossexualidade, o abuso das funções sexuais que
corrompem o indivíduo a ponto de torná-lo espiritualmente imundo. Essa mesma
palavra era utilizada para indicar a "impureza cerimonial", na versão
da Septuaginta, do A.T., adquirida mediante o toque em um cadáver, em um
leproso, em um animal proibido, etc. As impurezas sexuais nos tomam imundos; e isso
é o que Paulo enfatiza aqui, sem especificar nenhuma forma particular de vício.
3. Lascívia. No grego, aselgeia, que
significa "licenciosidade", sensualidade exagerada. Está em pauta a
conduta assinalada por indulgência sexual irrestrita, por violência e
voluntariedade pervertida. No grego clássico tal palavra não tinha,
necessariamente, uma conotação sexual; porém, visto que ela é agrupada com
outros vocábulos que têm tal sentido, e por ter tal sentido comum, nos escritos
de outros autores, é altamente provável que Paulo tenha continuado a frisar
pecados sexuais, embora agora o faça sob a luz daqueles que são exageradamente sensuais,
violentos, que abusam da moralidade pública e privada. No texto de Efé. 4: 19,
vemos que aqueles que destroem completamente a consciência, tendo-a
"cauterizada", entregando-se ao "deboche", aos pecados
sexuais exagerados (a mesma palavra é usada naquele texto), entregavam-se à
"lascívia".
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 636.
Propósito do Livro
Muitos expositores têm sentido grandes
dificuldades para justificar a inclusão do livro de Cantares de Salomão no
cânon das Escrituras Sagradas. Parte dessa dificuldade se deve ao seu flagrante
erotismo. Por outro lado, o livro é um longo mashal ou provérbio, ilustrando a
riqueza e a beleza do amor físico humano; e, como tal, faz parte firme da
tradição gnômica da Literatura de sabedoria dos hebreus.
Devemo-nos lembrar de que esse material
originou-se no Oriente Próximo, onde imperavam diferentes atitudes quanto a
certos pontos de moral. Deve-se observar que somente pessoas de classes
abastadas poderiam dar-se ao luxo de empregar as substâncias exóticas e
caríssimas, mencionadas nesses poemas. Tais pessoas, em contradição com as
classes populares, estavam acostumadas a considerar o sexo em termos não tanto
ascéticos, como uma questão não embaraçosa. Todavia, talvez essas pessoas e
esses poemas se excedam um tanto, em relação com aquilo que nós estamos
acostumados. Porém, o livro escolhe um curso que é um meio-termo entre a
perversão, ou, pelo menos, o excesso sexual, por um lado, e a negação rígida e
emocional das necessidades físicas, por outro lado, descendo até momentos da
maior intimidade física entre um homem e uma mulher que se amam. No dizer de E.
J. Young, talvez tudo isso reflita um amor mais puro que o nosso; ou, então,
comentamos nós, uma atitude não tão vitoriana quanto a nossa.
Conteúdo e Esboço
Não é fácil apresentar uma análise do livro
de Cantares à maneira convencional, por causa do fato de que todos os diálogos
são muito entretecidos e difíceis de deslindar. Há ali diálogos (por exemplo,
Cano 1:9 ss.) e solilóquios (por exemplo, 2.8-3.5), e as palavras passam de uma
personagem para outra com tanta freqüência que é impossível identificar
precisamente essas personagens. As «filhas de Jerusalém» são mencionadas
durante a exposição (Can, 1.5; 2.7; 3.5 etc.), e a elas são atribuídas certas
respostas, no diálogo (por exemplo, Cano 1.8, 5.9; 6.1 etc.). Uma situação
similar ocorre no caso dos habitantes de Sulém (Can. 8.5) e os de Jerusalém
(Can. 3.6-11). Entretanto, em termos gerais, poderíamos esboçar o conteúdo do
livro de Cantares como segue:
1. A noiva exprime seu anelo pelo noivo, e
canta seus louvores (1.1-2.7).
2. Aprofundando-se a afeição mútua entre
eles, a noiva continua
a elogiar seu amado, usando sim bolos da natureza (2.8 - 3.5).
3. Louvores ao rei Salomão, à noiva e aos
desposóríos (3.6-5.1 ).
4. O noivo ausenta-se por algum tempo,
durante o qual a noiva anela pela volta do noivo e continua a elogiá-lo (5.2 -
6.9).
5. Uma série de passagens descritivas sobre a
beleza física da noiva (6.10-8.4).
6. Conclusão, que aborda a permanência do
verdadeiro amor (8.5-14).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 41-42.
EXPLICAÇÃO
0 sexo é um presente de Deus para a
humanidade, mas o Criador restringiu a prática sexual àqueles que estão comprometidos através do
casamento.
Conforme o relacionamento se consolidou, a beleza
do romance entre Salomào e sua noiva aflorou. O poder intenso do amor afetou o
coração.
a mente e o corpo dos dois amantes.
O amor exige muito mais do que um discurso coerente
com o sentimento; exige uma linguagem corporal. O sexo é vital para o ser
humano, mas é necessário o casamento para proteger o amor. O casamento é a
celebração do compromisso mútuo diário.
Os dois amantes de Cantares elogiaram a
beleza que viam um no outro. A linguagem que usaram mostra a espontaneidade e o
mistério do amor. C) elogio não deve ser limitado à beleza tísica; uma bela
personalidade e a pureza moral também devem ser louvadas.
Com o passar do tempo, os sentimentos de
solidão. indiferença e isolamento surgiram entre Salomão e sua esposa. Durante
este período, o amor esfriou c barreiras foram levantadas.
IMPORTÂNCIA
Deus quer que o sexo seja motivado pelo amor
e pelo compromisso, não pela luxúria. O sexo é para o prazer mútuo, não para
uma satisfação egoísta.
Por ser uma expressão tão poderosa de
sentimento e compromisso entre duas pessoas, o amor não deve ser considerado
uma banalidade. Não devemos manipular as pessoas para que nos amem, e o amor não
deve ser prematuramente encorajado em um relacionamento.
Enquanto o romance mantém o casamento
interessante, o compromisso mantém o romance vivo.
A decisão de comprometer-se apenas com seu cônjuge
começa no altar do casamento, mas deve ser mantida no dia-a-dia.
Nosso amor por alguém faz esta pessoa parecer
bonita para nós. Quando você se dispuser a casar, não olhe somente para a
atratividade física de uma pessoa; tente ver outras qualidades que não murcham
com o tempo, como a espiritualidade e o compromisso com Deus, a integridade, a
sensibilidade e a sinceridade.
Através da comunicação, os cônjuges podem reconciliar-se
o compromisso pode ser renovado, e o romance, restaurado. Não deixe que muros cresçam
entre você c seu cônjuge. Cuide dos problemas enquanto ainda forem pequenos!
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
888.
4.1-7 - Como espectadores, ê possível que fiquemos
embaraçados ao ler esta passagem em que os amantes expõem sua intimidade. No
êxtase de seu amor. eles se elogiam mutuamente, usando belas imagens. Suas
palavras podem ser estranhas para os leitores de uma cultura diferente, porém o
intenso sentimento de amor e de admiração são universais. Comunicá-los através
de palavras e ações fortalecem qualquer relacionamento.
4.12 - Ao comparar sua esposa com um jardim fechado. Salomão
exaltou a virgindade dela. Apesar de. em muitas culturas, a virgindade ser
considerada ultrapassada, sempre foi o plano de Deus
para os solteiros. Há uma boa razão para isso. O sexo antes do casamento ó
prejudicial: torna-se algo sem valor para quem o pratica sem o comprometimento
necessário. Não e comparável ao prazer da completa entrega que experimenta a
pessoa que se compromete totalmente com a outra pelos laços do casamento.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
890-891.
4.1 — Salomão elogia
fartamente a impressionante beleza de sua noiva, empregando símbolos de
suavidade para ilustrar a pureza, inocência e beleza da Sulamita. Os teus olhos
são como os das pombas (Ct 2.14). São um símbolo de pureza, inocência e beleza
(como em Cantares 1.15). As tranças da noiva podem ter coberto parte de seu rosto,
deixando apenas os olhos à mostra (Ct 2.14; 5.7). O rei comparou o balanço de
seu cabeio ao movimento gracioso de um rebanho de cabras a descer o monte de
Gileade.
4.2-5 — O rei faz uma
rapsódia da perfeição dos dentes, lábios, traços faciais, pescoço e, por fim, peitos
de sua noiva.
Escarlata (v.3)
refere-se ao luxo e à beleza; a romã faz analogia à doçura; doce é a mesma
palavra rara empregada pela primeira vez em Cantares 1.5. A torre de Davi (v.4)
fala de força e graça; os filhos gémeos da gazela (v.5) são incrivelmente adoráveis.
4.6 — Antes que-^refresque.
A primeira noite em que o casal passaria junto era um momento precioso (Ct
8.14).
Monte da mirra e
outeiro do incenso. Esses nomes nos dão o vislumbre do amor ardente que um tem
pelo outro (Ct 1.13,14; 2.6).
4.7 — Formosa.
Anteriormente, o rei já empregou este termo para falar de beleza (v. 1). Aqui, porém,
há uma diferença com a palavra toda. Agora, ele faz a rapsódia da perfeição de
sua noiva; todas as partes do corpo dela são atraentes.
4.8 — Essas palavras
demonstram a sensibilidade de Salomão, neste momento, com relação às emoções de
sua noiva. Ele clama por sua atenção, que devaneia em pensamentos distantes.
Ele diz: Vem comigo. Utiliza o termo esposa pela primeira vez, o que é
apropriado aqui em seu leito nupcial (v.9,10,11,12; Ct 5.1).
4.9 — Minha irmã,
minha esposa. Essa estranha dupla de palavras baseou-se na ideia de que, ao unir-se
em matrimónio, o casal passava a ser uma família. A mulher tornava-se venerável
como membro da família real.
4.10 — Os teus
amores...os teus amores. Tratasse do amor erótico.
4.11 — Lábios... mel
e leite. A doçura dos beijos de sua noiva é como um alimento para ele (Ct 5.1;
compare com Ct 1.2).
4.12 — Manancial...
fonte selada. Salomão evoca imagens de refrigério e deleite. O fato de ter o rei
empregado os termos fechado e selada indica, de forma poética, a virgindade de
sua esposa na noite de seu casamento. Foi este o tesouro que ela lhe trouxe, o
qual ela incentivou as outras moças da corte a também conservarem para a noite
de núpcias de cada uma delas (Ct 2.7).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1014-1015.
Ef 5.22-24 - Assim
como Cristo não é inferior ao Pai, mas submete-se a Ele, as mulheres, embora sejam
iguais ao seu marido enquanto pessoas, têm papéis diferentes na relação
conjugal. A expressão ao Senhor revela que a submissão voluntária da mulher
provém de sua submissão primava a Cristo,
Ef 5.25 - Maridos,
amai. Paulo não enfatiza a autoridade do marido; pelo contrário, ele exorta os
maridos a amar a esposa sacrificando a si mesmos por ela. Eles devem imitar o
amor de Cristo, o tipo de amor que está disposto a entregar a vida pela outra
pessoa e servir-lhe, ainda que isso signifique sofrimento.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 513.
3. Prazer no casamento.
Pv 5.18-20 — As palavras alegra-te com a
mulher da tua mocidade compreendem uma ordem e um estímulo para se achar
alegria na felicidade mútua do casamento. De fato, ter prazer no leito conjugal
é bendito por Deus (Cantares; Hb 13.4).
5.21-23 — Na expressão os olhos do Senhor reside
um ponto decisivo: o que se faz em secreto não passa despercebido aos olhos de
Deus, que tudo vê. Nisto, incluem-se também as práticas de adultério, que só
leva à ruína. Uma vida insensata termina em morte amarga. O caminho secreto do
perverso é um escândalo às claras no céu; termina com a solidão de um inferno particular.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 954.
Pv 5.18-20 - Deus nunca pretendeu que o
casamento se tornasse enfadonho, monótono, sem prazer ou propósito. O sexo é
uma dádiva de Deus às pessoas casadas, para seu prazer mútuo. A verdadeira
felicidade vem quando decidimos encontrar prazer no cônjuge que Deus nos deu e
quando nos comprometemos a satisfazer suas necessidades. Há um perigo real em
duvidar que Deus nos conhece e cuida de nós. Aqueles que o fazem ressentem-se
do tempo escolhido por Deus e procuram negligentemente o prazer sexual sem a
sua bênção.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
840.
9.9. Goza a vida com a mulher que amas. O
sexo também é uma coisa boa, numa vida casada normal; mas a prostituição e o
adultério são truques dos hedonistas: portanto, evita esses excessos, a menos,
naturalmente, que Deus te tenha predestinado para esse tipo de vida! Se o
filósofo fosse coerente, ele não negaria que a vida de uma prostituta foi
aquilo que Deus predeterminou para ela. Ele foi coerente (ver Eclesiastes
3.16), mas não quis confundir o quadro aqui. Pode-se viver uma vida jubilosa
com uma boa esposa a quem se ama, mas a totalidade da vida é pura vaidade, e
isso faz parte da vida. Não obstante, uma boa esposa é uma dádiva de Deus, para
ajudar resistir a todas as outras coisas vãs. A questão resume-se a dizer: toda
a tua porção te foi predestinada, pelo que deves suportar tudo da melhor maneira,
desfrutando os pequenos prazeres da vida. Se estiveres trabalhando muito, para
ocasionalmente para usufruir algum prazer na vida.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2732.
7.1-4 — Salomão faz uma homenagem à beleza de
sua noiva. Ao olhar com amor, o ser amado pela pessoa possui uma beleza que
transcende o que os outros possam enxergar. Filha do príncipe. Embora tenha
nascido em berço comum (Ct 1.2), a Sulamita tem uma beleza digna da realeza. As
voltas de tuas coxas. O termo hebraico sugere não apenas a sua forma, como
também o movimento fluido de sua dança (Ct 6.13).
7.5 — A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo.
A leitura não literal carmim, do hebraico karmil, preserva melhor o paralelismo
com a próxima oração. Suas madeixas fluidas e seu belo rosto são fonte de maior
deleite para Salomão, que está, literalmente, cativado por eles.
7.6 — Este versículo resume a alegria do rei pela
beleza da noiva. Formosa. Este termo (aqui, em forma verbal) de beleza é
empregado muitas vezes no livro (Ct 1.8,15). Amor. Nesta passagem, como em
Cantares 2.4, ele emprega o termo comum para amor.
7.7,8 — Palmeira. Trata-se de uma imagem sexual
com base na polinização das palmeiras. Para fertilizar uma palmeira fêmea, o
jardineiro sobe na palmeira macho e tira algumas flores dela. Depois, sobe na
palmeira fêmea e amarra as flores portadoras de pólen entre seus ramos.
7.9,10 — Afeição. Esta palavra é usada apenas
três vezes na Bíblia. Aqui, ela significa claramente desejo sexual.
Quem foi a Sulamita?
Apenas em uma ocasião, Cantares identifica a
noiva do poema como Sulamita (Ct 6.13), e nenhuma outra referência revela diretamente
sua identidade. Quem, então, foi esta moça que se tornou objeto tão intenso das
afeições de Salomão? Há diversas sugestões.
• Ela pode ter sido uma mulher de Suném,
cidade no território de Issacar, próximo a Jezreel (Js 19.18). Neste caso, ela teria
sido conhecida como a Sulamita, mas, ao cambiar as letras lamed (/) e nun (n),
o que era feito comumente, ela também poderia ter sido chamada de Sulamita.
• Ela pode ter sido Abisague, a virgem
Sulamita que acompanhou Davi em sua velhice (1 Rs 1.1-4,15). Após a morte de Davi,
um de seus filhos, Adonias, solicitou Abisague. Mas isso era algo indevido, já
que Salomão, o sucessor nomeado por Davi, teria direito a dispor dela bem como
das demais esposas e concubinas do pai (1 Rs 2.17-22).
• Talvez Sulamita também possa ser transcrito
como selomite, o que tornaria o nome um título feminino relacionado ao nome
Salomão: a Salomona.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1016-1017.
Ec 7.1 Melhor é a boa fama do que o unguento
precioso. Um homem sábio valoriza a boa reputação, evitando coisas que o
derrubem no conceito de outras pessoas. Se o triste filósofo disse isso, então,
quando muito, ele estava recomendando um valor relativo, visto que seu
determinismo absoluto não lhe permitiria confessar que existe um valor real, do
ponto de vista humano. Portanto, é possível, conforme insistem alguns eruditos,
que este capítulo seja formado por uma coletânea de declarações de sabedoria,
injetadas por algum editor no livro de nosso filósofo. Ver a introdução ao
presente capítulo, com especulações que seguem essa linha, e também quanto à
tentativa de situar esta seção dentro da discussão geral do livro. Cf. a
primeira linha deste versículo; ver Pro. 15.30 e 22.1, onde há declarações
similares; isso mostra que se trata de declarações comuns de sabedoria,
repetidas pelo filósofo, e não criadas por ele. Se o filósofo escreveu realmente
esta seção, então sua série de coisas melhores por certo é composta de coisas
relativas. Ele não estava defendendo valores verdadeiros, pois sua filosofia
niilista não promovia tal coisa. Seja como for, um bom nome é melhor que unguentos
preciosos, usados pelos homens nos banquetes, para se saudarem uns aos outros.
Unguento. No hebraico, shemem. Mas o original
hebraico diz aqui shem (“nome”). Portanto, o autor produziu um bom jogo de
palavras, usando letras e sons semelhantes. Nos banquetes, a pessoa adquiria um
bocado de shemem, “unguento", ao mesmo tempo que perdia seu shem, “nome”.
O dia da morte melhor que o dia do
nascimento. Antítese. Em contraste com alguma coisa melhor na vida, temos a ideia
de que o dia da morte é melhor que o do nascimento de uma pessoa. Essa
declaração realmente parece uma afirmação do triste filósofo. Por ocasião da morte,
quando a pessoa passa para o nada, ela terá terminado seu curso de “terror” e
descansará para sempre. Não há aqui nenhuma ideia sobre um pós vida que dê
recompensa e felicidade aos homens, noção que alguns intérpretes injetam no
texto, a fim de suavizar o seu pessimismo. Eclesiastes 3.18-20 mostra que o
filósofo não acreditava na alma ou na vida após a morte. Estamos informados de
que o povo que habitava na Trácia, na região dos montes Cáucasos, onde os
nascimentos eram lamentados e as mortes eram celebradas, acreditava que a vida
humana se caracterizava pelo sofrimento, e que escapar da vida era melhor que
entrar nela (Heródoto, Terpsichore, 1.5, cap. 4).
7.2 Melhor é ir à casa onde há luto do que ir
à casa onde há banquete. Este versículo reforça a segunda linha do vs. 1 do
capítulo. Visto que o fim de tudo é a morte, e nela está o descanso dos
sofrimentos e das excentricidades da vida, é melhor ir a um lugar onde as
pessoas estejam lamentando a morte de um amigo ou parente, do que ir a um salão
de banquete, onde há excessos e folguedos insensatos. Na casa da lamentação, um
homem é mais autêntico, porquanto ele vê em que realmente a vida consiste:
nada. Dessa maneira, ele obtém uma espécie de sabedoria que não há na ingestão
de bebidas e alimentos e em meio aos cânticos; tal homem obtém maior clareza
sobre a vaidade da vida. Tendo conseguido sabedoria superior, ele se contentará
com alguns prazeres simples que acompanharão sua triste viagem através da
mortalidade (ver Eclesiastes 2.24-25); no entanto, se fosse indagado acerca
desses prazeres, ele não os defenderia como valores reais. O autor sagrado
criticava o hedonismo e recomendava, por implicação, o epicurismo. Ver as notas
do vs. 4.
7.3 Melhor é a mágoa do que o riso. A
tristeza é melhor do que o riso, porquanto é mais autêntica, refletindo com
maior realismo o que a vida realmente é ao passo que o riso põe uma máscara na
vida. Um sábio deve refletir só ore a vida de modo realista, não se deixando
envolver por excessos. Ele pode voltar aos prazeres simples, como algo dotado
de valor relativo, e escapar de toda a conduta sem sentido dos estultos. Cf.
Sal. 90.12, que também nos convida a uma atitude séria em relação à vida. Uma
sociedade hedonista esquece essa atitude e continua sua maneira frívola e distorcida
de viver.
Quando uma atitude séria penetra o coração do
indivíduo, ele abandona seus excessos, o que lhe garante a atitude apropriada.
Isso pode ser chamado de alegria, mas não levemos muito a sério essa palavra.
Os prazeres simples da vida podem dar ao homem uma espécie de alegria, mas
finalmente mostram ser totalmente vãos, já que, na total extinção, que
importarão algumas alegrias simples que ele tenha desfrutado enquanto viveu?
Mas, pelo menos, enquanto estiver a caminho do nada, ele terá sido menos
estulto que aqueles que costumam frequentar os banquetes e seu falso riso. Ao
longo da vida. pois. tal homem se elevou um pouco acima dos outros homens, mas,
por ocasião da morte, ele é nivelado na mesma futilidade.
7.4 O coração dos sábios está na casa do
luto. Um homem sábio tem o coração preso na casa da lamentação pelos mortos. Os
insensatos, entretanto, sempre podem ser encontrados em alguma festa. Este
versículo diz a mesma coisa que o vs. 3, embora de maneira levemente diferente.
Devemos recuar ao vs. 2, às duas casas, uma de lamentação pelos mortos e a
outra, a casa da festividade. O autor sacro criticava o hedonismo, o qual ele
tinha experimentado longamente e rejeitado; ver Eclesiastes 3.1-11. Ele
recomendou a moderação e o contentamento com os pequenos prazeres (Eclesiastes
2.24-25). por implicação. Ele contrastou o epicurismo com o hedonismo (ver
esses termos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia) e recomendou o
epicurismo. não como um verdadeiro valor, mas como o menor dos males que um
homem encontra nesta vida.
7.5 Melhor é ouvir a repreensão do sábio. A
primeira linha deste versículo, que fala em tirar proveito da repreensão de um
sábio, era uma declaração comum das escolas de sabedoria. Ver Sal. 141.5; Pro.
13.18; 15.31,32. Por certo, é melhor que ficar ouvindo as canções insensatas
dos bêbados que se reúnem nas festas.
“As reprimendas piedosas ofendem à carne, mas
beneficiam o espírito: os cânticos dos insensatos, na casa da alegria, agradam
a carne, mas injuriam o espírito" (Fausset, in loc.).
7.6 Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo
duma panela, tal é a risada do insensato. O riso dos estultos é qual o crepitar
de espinhos que queimam sob uma panela. Há um esperto jogo de palavras, aqui,
onde a palavra hebraica smm (espinhos) é paralela à palavra hebraica sir
(panela). Os tradutores alemães tentam equiparar esse jogo de palavras usando
as palavras nettle (um tipo de espinho) e kettie (uma panela). Plumbtre dá ao
versículo um ritmo de stubbie com bubble: “o crepitar do stubbie (restolho) que
faz a panela bubble (borbulhar). Seja como for, os espinhos não são bons para
ninguém (embora tenham por finalidade proteger a planta que os produz), nem
produzem um fogo bom. Isso posto, o riso dos insensatos não é somente inútil,
mas também irritante, tal como são todos os espinhos. Todo aquele falso
regozijo não passa de vaidade, ao passo que a repreensão de um homem sábio (vs.
5) pode produzir algum bem. embora "aquecido”. Estrume seco de vacas era
um combustível comum, desagradável, mas de longa duração. O fogo de espinhos
queimava rapidamente e era fácil de ser usado, mas bastante ineficaz. "As
chamas de espinhos fazem grande ruído, são altas, mas se extinguem dentro de
poucos momentos. Assim, também as alegrias da vida são ruidosas, refulgentes e
transitórias'’ (Adam Clarke. in loc.).
7.7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer
até o sábio. Se um homem sábio for oprimido o bastante, pode ficar irado (King
James Version) e passar a agir como um insensato. Isso também pode deixá-lo enlouquecido
(Atualizada) e, então, ele começará a fazer coisas não características que
mancharão sua reputação. Por igual modo, um suborno corrompe a mente daquele
que o recebe, e ele terminará por fazer coisas que normalmente não faria. Ver
Éxo. 23.8: Deu. 16 19 e Pro. 15.27. Ver também, no Dicionário, o artigo
intitulado Suborno. Duas ou três testemunhas podiam condenar um homem inocente
ou libertar um culpado, e esse era o número mínimo de testemunhas requeridas
pela lei mosaica (ver Deu. 17.6). Por conseguinte, era fácil influenciar o
resultado de um caso. ou mesmo criar um caso falso mediante um suborno bem
colocado, Além disso, havia juízes corruptos, disponíveis para fornecer
decisões perversas. Por certo, esses juízes danam boas-vindas a um suborno para
se enriquecerem.
7.8 Melhor é o fim das cousas do que o seu
princípio. O autor sacro já nos havia dito que o aia da morte é melhor que o do
nascimento (vs. 1). Agora, esse conceito ‘oi expandido para ser aplicado a
todos os começos e fins. Zélia Gattai, a esposa de Jorge Amado, afirmou que a
coisa que mais a deixava descansada no mundo era entregar um livro terminado ao
editor, O produto final de qualquer processo é a fruição de labor. enquanto o
começo de um grande projeto nos espanta. Além disso, há aquela ansiedade:
"Posso fazer isso? Terei tempo para fazer tal coisa7 Minhas energias serão
suficientes para o projeto?".
Começa teu trabalho com mente paciente, E
verifica se foi inspirado p or Deus. Ele não faz coisa alguma. nem tolera Que
qualquer coisa seja feita, exceto que Ele vè Desde o começo o seu bendito fim. (Russell
Champlin)
A segunda linha contem um provérbio comum que
louva a humildade e a paciência, e condena o espírito impaciente e orgulhoso.
Ver esse contraste em Pro. 11.2: 13.10; 14.3: 15.25; 15.5.18; 18.12; 21.4 e
30.12,32. Ver sobre os olhos altivos em Pro. 6 17. Em seguida, ver no
Dicionário os artigos intitulados Orgulho e Humildade. Se essa segunda linha
tem por propósito responder à primeira (sem ser um pensamento distinto e
não-relacionado ao primeiro), então aprendemos que um homem deve começar seu
projeto com espírito paciente e mente humilde, Se um projeto for iniciado com
orgulho e impaciência, acabará prejudicado e provavelmente nunca será
concluído. Ademais, a segunda linha pode estar convocando para a submissão
humilde a vontade de Deus. Deveríamos ter o cuidado em não criticar o Ser
divino por projetos mal planejados ou por resultados desfavoráveis, como se
isso fosse falha de Deus. Alguns vinculam a segunda linha ao vs. 5: é sábio
sofrer, com paciência e humildade, a repreensão do sábio, e não com impaciência
e espírito altivo, o que anularia o provável beneficio a ser recebido. Outro
tanto pode ser dito sobre o modo como devemos aceitar ou não a providência
divina em nossa vida, de cuja decisão resuita qualquer empreendimento.
7.9 Não te apresses em irar-te. Esta
recomendação contra a ira procede do teor comum as declarações de sabedoria. O
homem que facilmente perde o próprio controle mostra a atitude própria de um
insensato cheio de má vontade e pouca paciência. Cf. Pro. 14.17; 15.32 e Tia.
1.19. Ver no Dicionário o artigo chamado Ira. quanto a detalhes. A ira é um
fogo no peito que o sábio já aprendeu a apagar; mas os insensatos com frequência
nela são consumidos, com a boca flamejando vitupérios. Muitas são as vítimas
queimadas pela ira, uma das quais será o próprio iracundo. A ira do louco o destrói,
e o zelo do tolo o mata. (Jó 5.2)
"O peito ou seio são comumente
representados como a sede da ira, por outros escritores (Ciaudiano. oe 4 Consui
Honor, Panegiy. vs. 241)’ (John Gill, in loc.). Irai-vos. e não pequeis: não se
ponha o sol sobre a vossa ira.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2723-2724.
II - O VALOR DA PUREZA SEXUAL
ANTES DO CASAMENTO
1. No Antigo Testamento.
O VALOR DA PUREZA SEXUAL
No mundo relativista, a moral é elástica. Não
há limites para as práticas pecaminosas. Em primeiro lugar, porque esse mundo é
materialista. Jesus disse que “o mundo jaz no maligno”. A maioria das pessoas não
crê em Deus, Criador e Legislador do Universo. Em segundo lugar, porque, não
crendo nEle, não consideram sua palavra como regra de fé ou de conduta. Nesse
contexto, a moral está sujeita às mudanças de valores que ocorrem ao sabor dos
acontecimentos, das políticas, dos usos e dos costumes sociais. Na cultura
relativista, não há lugar para retidão, pureza ou castidade em matéria de sexo.
Tudo vale, desde que alguém entenda que é certo. Na Palavra de Deus, no
entanto, os valores morais são muito diferentes.
1.
O
valor da virgindade no Antigo Testamento
O texto
de Salmos 119.9-11 é fundamental para a vida do jovem, servo de Deus, em todos
os tempos. No Antigo Testamento, a moral era tão rígida, em termos de pureza
sexual que, se uma jovem praticasse sexo antes do casamento seria morta. Sua
sentença era a pena capital.
Fornicação era o mesmo que prostituição (Dt
22.20, 21). Na cultura patriarcal, o homem tinha privilégios que não eram
desfrutados pela mulher. A moça que fornicava era morta. O homem que fornicasse
tinha que casar com a moça (Dt 22.28,29).
Até os lençóis, manchados de sangue, na
primeira relação sexual, na “lua de mel”, eram valorizados. Se algum homem
acusasse uma moça, em
Israel, difamando-a, com acusação de não ter sido encontrada virgem, e isso
fosse apurado, o difamador seria condenado a pagar pesada multa e ainda ter que
continuar casado com a moça (Dt 22.13-19). Um sacerdote não podia casar com
mulher repudiada ou prostituta. Tinha que casar com uma moça virgem (Lv 21.14).
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag.
104-105.
Observações do Antigo Testamento.
1. Ao criar o homem e a mulher, Deus foi a
origem da sexualidade humana (Gên. 1.27), sexualidade que alguns sedutores
perverteram para servir como desculpa para seus excessos, mas que outros
corretamente empregam para demonstrar que nada há de errado com o sexo per se.
2. A criação do homem e da mulher implica uma
diferença de estado e ordem que é declarada abertamente em Gên. 3.16 e
reiterada em termos claros por Paulo em I Cor. 11.3 e por Pedro em I Ped. 3.1.
3. No casamento, os dois parceiros têm
obrigação de prover satisfação sexual um ao outro, ato que pode estar subordinado
à procriação (Gên. 1.22, 28; 8.17), ou meramente dar prazer, que é um fator
necessário à saúde e à manutenção de um ego respeitável (I Cor. 7.5).
4. A família é o objeto do sexo (Esd.
8.1-14), algo ilustrado pela quase obsessão demonstrada pelos hebreus e judeus
em relação às genealogias.
5. O homem é o líder da família não meramente
por motivos tribais, mas também para liderança e desenvolvimento espiritual
(Oên. 3.16; Exo. 12.1-6; 20.12; Deu. 6.20-25).
6. O pai era o sacerdote da unidade da
família até que foi desenvolvido um sacerdócio formal. Quando isso aconteceu,
apenas homens eram sacerdotes aceitáveis e isso foi limitado ainda mais aos
descendentes de Levi, através de Arão (Êxo. 19.22; Lev. 1.11).
7. Lideres espirituais especiais, os
profetas, eram de modo geral, homens, mas havia exceções a essa regra (Exo. 15.20;
Juí. 4.4; II Reis 22.14; II Crô. 34.22; Nee. 6.14; Isa, 8.3).
8. A distinção entre homens e mulheres era
mantida de diversas formas, incluindo a regra de que a mulher não podia usar
roupas masculinas e de que os homens não poderiam usar roupas tipicamente
femininas (Deu. 22.5).
Em um momento posterior, os estilos de cabelo
também foram objeto de regras (I Cor. 11.14), mas a história nos mostra que na
maioria dos povos os homens usavam cabelos longos, exceto entre os egípcios,
que não gostavam de cabelos. Os homens não podiam cortar os cabelos laterais,
pois esse era o estilo de cabelos pagão (Lev. 21.5).
Apenas na Diáspora (dispersão) foi que os
homens judeus imitaram os estilos romanos para os cabelos, incluindo o corte,
mas as mulheres continuaram mantendo cabelos longos. As tribos gregas mantinham
práticas de cabelos longos e curtos para homens. A declaração de Paulo em 1 Cor.
11.14 reflete-se a costumes posteriores, não aos do Antigo Testamento.
9. A criação da mulher a partir da costela
(Gên. 2.21, 22) ilustra o papel dominante do varão e também que a mulher
deveria ser uma "ajudante" do homem (2.20). A mulher existia para
propósitos utilitários e encontrava sua plenitude nesse serviço. O principal
serviço da mulher era ter filhos e educá-los (Gên, 3.14-16).
10. As mulheres podiam e deveriam ter
ocupações diferentes, mas sempre centradas na família (Pro. 31.1031). Elas
poderiam ganhar dinheiro, mas trabalhando em casa.
11. A Bíblia culpa as mulheres pela entrada
do pecado no mundo (Gên. 3.1-6) e isso levou à degradação da mulher na psique
hebraica e judaica, a ponto de alguns rabinos chegarem a duvidar de que as
mulheres tivessem alma. Até mesmo a dor do parto era atribuída ao pecado
(3.1516), não a uma característica inadequada da anatomia feminina para o
parto.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 193.
Sl 119.9 De que maneira poderá o jovem
guardar puro o seu caminho? Temos aqui a segunda estrofe, com outras oito
linhas que glorificam a lei. Ver na introdução a este salmo a seção chamada
Salmos Acrósticos, quanto a explicações sobre o estilo literário deste salmo.
O jovem. Como podem os jovens, cheios das
chamas da juventude e sempre tentados a experimentar coisas novas, com
frequência pecaminosas, manter- se puros? Até o piedoso e inocente Jó, que não
possuía pecado que causasse seus horrendos sofrimentos, cometera pecados em sua
juventude (ver Jó 13.26). “O interesse pelo bem-estar dos jovens é uma das grandes
características do escritores da Literatura de Sabedoria. Ver Pro. 1.4,8,10,15;
2.1; 3.1; Ecl. 11.9 e 12.1” (William R. Taylor, in ioc.). Ver no Dicionário o
artigo chamado Sabedoria, seção III, quanto a esse tipo de literatura na
composição hebraica. Os salmos, aqui e acolá, e certas porções deste salmo,
participam desse fenômeno. Cerca de treze salmos são essencialmente dessa
natureza. Ver as classes dos salmos exibidas no gráfico no início do
comentário, o qual atua como uma espécie de frontispício do saltério. Dou ali
dezessete classes e listo os salmos pertencentes a cada uma delas. Entre essas
classes, estão os salmos de sabedoria.
O salmista encontrou a resposta para o seu
problema na lei, chamada aqui de dabar, a segunda dentre as dez palavras usadas
para indicar a lei, conforme notas no vs. 1. Compreende-se que um jovem que
estude a lei não somente saiba o que é melhor, mas também receba o poder de
Yahweh, Autor da lei, possivelmente através do poder do Espírito Santo. Muitos
jovens não são pecadores endurecidos, mas tradicionalmente enfrentam problemas
de pureza da vida, porquanto se inclinam a fazer experiências, em parte movidos
pela curiosidade, em parte por suas corrupções interiores, que já possuem bem
desenvolvidas e que são facilmente despertadas. Contudo, não é suficiente a um
jovem ser pessoalmente puro. Um homem deve fazer o bem em favor do próximo,
através de obras de amor.
Ninguém despreze a tua mocidade; pelo
contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na
fé, na pureza.
(I Timóteo 4.12)
“As concupiscências dos jovens são
naturalmente fortes e inclinam por contaminar a alma (Pro. 1.4; 20.11)”
(Fausset, in Ioc.).
Dá o teu melhor ao Mestre,
Dá da força de tua mocidade;
Lança o ardor intenso e fresco de tua alma,
Na batalha pela verdade.
(Sra. Charles Barnard)
Sl 119.10 De todo o coração te busquei.
Encontramos aqui uma excelente espiritualidade, que não depende exclusivamente
da guarda da lei. Existem corações dedicados a Yahweh, que temem desviar-se da
vereda reta e pedem proteção divina contra esse desvio. Uma espiritualidade
verdadeira deve ser generosa, pronta a servir o próximo, vivendo a lei do amor.
Dá-me teu coração, diz o Pai, lá no alto,
Nenhum presente é tão precioso quanto o dom
do teu amor.
Deste mundo tenebroso ele nos quer desviar,
Falando com tanta ternura:
Dá-me o teu coração.
(Eliza E. Hewitt)
O poeta sagrado havia internalizado a lei de
Deus, e o produto disso foi o amor. Ver Rom. 13.9 ss., onde o amor aparece como
o cumprimento da lei toda. Cf. Deu. 6.5, quanto ao amor de todo o coração,
mente e alma. A primeira cláusula do versículo é provada como genuína pela
segunda, que exibe a desconfiança consigo mesmo. O alvo é muito elevado, e o
homem duvidava de si mesmo, conforme se vê em certa passagem do Novo
Testamento: “Eu creio, ajuda- me na minha falta de fé” (Mar. 9.24). Para que
houvesse busca ao Senhor, de todo o coração, o autor sagrado não podia desviar
seu coração dos mandamentos de Deus; doutra sorte haveria um novo objetivo em
seu amor. Ver o vs. 176, quanto a uma declaração similar. Ver também I Crô.
15.12,15 e Isa. 63.17.
Sl 119.11 Guardo no coração as tuas palavras.
Qualquer criança que frequente a escola dominical conhece este versículo e
qualquer crente adulto também o conhece, mas porventura nós o observamos? Este
versículo é largamente usado para falar sobre a sabedoria da memorização da
Bíblia e, embora provavelmente não seja esse o sentido pretendido, é uma boa
aplicação. Não precisamos ser como os fanáticos que decoram todo o saltério e o
citam diariamente. Eu mesmo memorizei as epístolas paulinas (além da epístola
aos Hebreus, que não é paulina) em minha juventude, pelo que agi como um
fanático. É possível que as pessoas que colocam em prática esses prodígios
mentais se ocupem da Bibliolatria (ver a respeito no Dicionário). Além disso,
talvez eles façam viagens pelo próprio “eu”, gabando- se de quantas Escrituras
conseguem memorizar. Por outra parte, os abusos não anulam o bem, e a
memorização é um modo digno de estudar a Bíblia.
Naturalmente, este versículo fala sobre a
lei, empregando a terceira das dez palavras listadas no vs. 1.
Guardo. Isto é, “escondo” (conforme diz a
Revised Standard Version), aludindo à metáfora de um tesouro escondido. O homem
que tem o tesouro escondido em seu coração tem menor inclinação a ceder à
tentação. “A palavra de Cristo deve habitar nele ricamente. Caso contrário, em
breve ele pode ser surpreendido por algum pecado teimoso” (Adam Clarke, in
Ioc.).
Habite ricamente em vós a palavra de Cristo,
instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações.
(Colossenses 3.16)
“Escondei... como os orientais escondem seus
tesouros. Cf. Mat. 13.44” (Ellicott, in Ioc.). Ver II Cor. 7.1 e
Tito 2.11,12, que contêm passagens neotestamentárias similares. Ver o vs. 14,
quanto a ideias sobre riquezas.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2433-2434.
22.13-30 - Por que Deus incluiu todas essas
leis sobre os pecados sexuais? A instrução sobre o comportamento sexual era
vital para tres milhões de pessoas que viajaram por 40 anos. Mas era igualmente
importante quando Israel se estabelecesse como nação na Terra Prometida.
Em Colossenses 3.5-8, Paulo reconheceu a
importância da pureza sexual, pois o pecado tem o poder de destruir as pessoas.
Os pecados que envolvem o sexo não são inocentes temperos em prazeres
proibidos, como a indústria pornográfica costuma apresentar, mas poderosos
instrumentos de destruição de relacionamentos. Eles confundem e destroem o
respeito, a confiança e a credibilidade, que são essenciais para casamentos
felizes e filhos saudáveis emocionalmente.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
259.
Lv 21. 13-15 — O padrão a ser considerado
para escolher uma esposa para o sumo sacerdote era mais elevado do que o
exigido para um sacerdote comum. O sumo sacerdote só poderia desposar uma
virgem dos seus povos, provavelmente a filha de outro sacerdote ou uma mulher
israelita. Sua semente tinha de ser pura.
Ao casar-se com uma mulher sem nenhuma experiência
sexual, o sumo sacerdote garantia que sua prole era realmente fruto de seu
casamento.
Outra interpretação plausível talvez seja que
o sumo sacerdote não macularia sua semente ao deitar-se com qualquer mulher. E
possível que esses dois conceitos se complementem.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 246.
2. Em o Novo Testamento.
A importância da virgindade no Novo
Testamento
Alguém poderia dizer, sem pensar bem, ou por
desconhecimento da Bíblia, que a moral, no Novo Testamento, é menos rígida que
na antiga aliança. Seria ledo engano. Jesus Cristo não só cumpriu tudo o que
estava previsto na Lei, como trouxe uma forma mais profunda e abrangente, em
termos de cumprimento dos preceitos legais. Ele deixou de lado o formalismo e o
legalismo, que valorizavam apenas os atos exteriores do comportamento, e se
fixou na origem dos pecados, que nascem do interior do ser, do coração, ou da
mente corrompida do homem (Mt 15.19). Para Jesus, a pureza tem que ser
interior, tem que partir de dentro do coração e aparecer no exterior, como “luz
do mundo” (Mt 5.14). Daí, porque ele considera adultério, não só o ato sexual
entre pessoas não casadas, mas até mesmo o pensamento lascivo (Mt 5.28).
Na parábola das Dez Virgens, vemos o Senhor
Jesus alertando para a vigilância, quanto à sua vinda, e tomando como exemplo
uma cerimônia de casamento de seu tempo, no Oriente. As testemunhas dos noivos teriam
que ser virgens. Em Mateus 25, vemos que ele se refere a “dez virgens”, das
quais cinco eram prudentes e cinco eram loucas, insensatas ou imprudentes. O
noivo haveria de chegar para o momento especial, com sua noiva, e as damas de
honra só poderiam entrar para as bodas se estivessem devidamente preparadas. Se
as testemunhas tinham que ser virgens, a noiva também teria de sê-lo. Os
costumes do AT estavam em pleno vigor, na época de Jesus.
Doutrinando aos coríntios, sobre a fidelidade
que os cristãos devem ter a Cristo, Paulo faz alusão ao valor da virgindade no
casamento, ao dizer: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos
tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a
Cristo” (2 Co 11.2 — grifo nosso). Assim se expressava o apóstolo, pois essa
era a visão que ele tinha, no seu dia a dia. Um homem deveria casar-se com uma
virgem.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 105.
Observações do Novo Testamento.
O Novo Testamento preservou as atitudes
judaicas do Antigo Testamento relativamente ao sexo. Mas também podem ser
observadas as radicalizações das ideias de Filo e dos essênios. Jesus condenou
as atitudes por trás dos atos, incluindo os pecados sexuais, e assim apresentou
um código ético mais profundo (Mat. 5.27-32; 15.1920).
Embora seu código tivesse mais percepção,
também apresentava mais misericórdia, o que é ilustrado por seu desejo de
perdoar em vez de participar na matança da mulher adúltera (João 8.1-11).
Paulo foi um pioneiro nos direitos da mulher,
ignorando as antigas atitudes judaicas de "homens apenas para a maioria
das coisas". Ver Gál. 3.28: "Não há judeu, nem grego; não há escravo
nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus".
Paulo injetou um significado místico na união
do casamento, sugerindo haver uma combinação de energias vitais que
transformava duas pessoas numa só, de uma forma indefinida mas real, mística
(Efé, 5.31, 32). Ainda assim, o homem continua sendo o líder da mulher, bem como
Cristo é o líder do homem (Efé. 5.23).
Como há um tipo de união mística e
compartilhamento de energia no ato sexual, o cristão deve tomar cuidado com tal
união com uma mulher lasciva (I Cor. 6.15). O corpo de um homem tomou-se um
templo para o Espírito, assim ele deve evitar infrações externas (I Cor.
6.14-16).
Não pode haver dúvida sobre o fato de que
Paulo pensava que a vida de celibato era superior à vida de casado para aquele
que busca espiritual idade intensamente (I Cor. 7.1, 7-9), e tais visões também
eram atribuídas a Jesus (Mal. 19.10-12). Essas atitudes provavelmente refletem
as de Filo e a dos essênios, que tiveram grande influência no pensamento judaico-cristão
do primeiro século. Ver Mal. 8.21-22; 10.34-37; 19.1012; Luc. 8.19-21. Os
primeiros cristãos, como os essênios, supunham viver às vésperas do esforço
final entre a escuridão e a luz. portanto os apelos feitos a uma vida celibatária
eram convincentes para alguns, como foram os chamados "sentimentos anti-familiares",
Condições para continuar a vida como sempre deixaram de existir para uma igreja
que era continuamente perseguida. Novos caminhos espirituais eram buscados para
o seguidor ávido. Um desses caminhos era esquecer o casamento e o sexo e
devotar-se às questões espirituais sem os empecilhos das coisas comuns. Levando
coisas aos extremos, alguns fundaram monastérios e ordens monásticas como
sistemas de apoio para os "seguidores superiores".
Por outro lado, para poucos seletos, a vida
monástica pode ser o melhor caminho. A filosofia ensina que todas as
generalizações são falsas. Desse ponto de vista, podemos presumir que
generalizar a prática do celibato e forçar isso em um sacerdócio geral também é
prática precária.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 194
III - O SEXO QUE A BÍBLIA
CONDENA
1. A pratica do
homossexualismo.
Existem igrejas e
pastores gays que procuram negar a condenação bíblica de suas práticas, usando
para isso recursos que consistem em modificar o sentido das palavras na língua
original da Bíblia. Um deles, numa entrevista à revista Época (n° 254 de
31/03/2003), afirma que a Bíblia não condena a prática homossexual e
reinterpreta duas passagens bíblicas que falam sobre o assunto (Lv 18.22; 1 Co
6.9). Assegura que a palavra hebraica, usada para "abominação", em
hebraico, toevah, "indica na verdade uma impureza ritual, não algo
intrinsecamente mau" (p. 17), e que as palavras gregas usadas para
"efeminados" e "sodomitas" não têm a mesma equivalência dos
atuais homossexuais, sendo nossas versões um disparate. O presente capítulo
pretende mostrar o pensamento bíblico sobre essa prática e a situação da Igreja
diante de uma sociedade cada vez mais permissiva.
CONSIDERAÇÕES
BÍBLICAS
Há sete passagens
bíblicas que fazem menção dessa prática, todas condenando ou mostrando-a como
algo negativo:
4 E, antes que se
deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde
o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. 5 E chamaram Ló e
disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a
nós, para que os conheçamos (Gn 19.4, 5). => 4 Mas, antes que eles fossem dormir,
todos os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, cercaram a casa. 5
Eles chamaram Ló e perguntaram: — Onde estão os homens que entraram na sua casa
esta noite? Traga-os aqui fora para nós, pois queremos ter relações com eles
(Gn 19.4,5 [NTLH)].
Com varão te não
deitarás, como se fosse mulher: abominação é [...] Quando também um homem se
deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente
morrerão; o seu sangue é sobre eles (Lv 18.22; 20.13).
Estando eles alegrando
o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de
Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa,
dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos
(Jz 19.22). => Enquanto eles conversavam alegremente, alguns homens imorais
daquela cidade cercaram a casa e começaram a bater na porta. E disseram ao
velho: — Traga para fora o homem que está na sua casa! Nós queremos ter
relações com ele (Jz 19.22, NTLH).
24 Pelo que também
Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para
desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois mudaram a verdade de Deus em mentira e
honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém
26 Pelo que Deus os abandonou às paixões infames.
Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27
E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se
inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo
torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E,
como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou
a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém (Rm 1.24-28).
Não erreis: nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os
sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus (ICo 6.10).
9 Sabendo isto: que a
lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios
e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas,
para os homicidas,
10 para os
fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os
mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina (1 Tm
1.9,10).
Como Sodoma, e
Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição
como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo
eterno, sofrendo punição (Jd 7, ARA).
Líderes das igrejas
gays alegam que a Bíblia não condena tais práticas e procuram reinterpretar
essas passagens. Dizem que o verbo "conhecer", como aparece no relato
da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, em Gênesis 18 e 19, não
significa necessariamente "fazer sexo". Dessa forma, querem dizer que
a tradição judaico-cristã errou ao longo dos séculos ao associar o pecado de
Sodoma à prática homossexual. Quando essa linha de pensamento é cotejada com o contexto
bíblico, vem à tona a falácia de tal interpretação. A repulsa bíblica às
práticas homossexuais não se restringe apenas à destruição de Sodoma e Gomorra.
É verdade que o verbo hebraico nessa passagem éyada', que significa "conhecer,
saber" (DITAT, p. 597), traduzido por "conhecer" (Gn 19.5; Jz
19.22), na ARC, mas também é verdade o seu emprego como eufemismo no Antigo
Testamento para designar a relação sexual:
"E conheceu Adão
a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim [...] E tornou Adão a conhecer
a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete" (Gn 4.1,25);
"E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque" (Gn
4.17). Quando Ló apresentou as suas duas filhas aos varões de Sodoma, disse:
"Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão" (Gn
19.8). No Novo Testamento não é diferente. Quando o anjo Gabriel anunciou a
Maria o nascimento de Jesus, ela perguntou: "Como se fará isso, visto que não
conheço varão?" (Lc 1.34).
O sentido de uma
palavra bíblica e em qualquer texto literário deve ser entendido à luz do seu
contexto. Note que Ló pediu para os varões de Sodoma não fazerem mal aos seus
hóspedes: "Rogo-vos que não façais mal" (Gn 19.7) e acrescentou:
"Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las
trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a
estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado" (Gn 19.8).
Qual o sentido de Ló oferecer suas duas filhas aos varões de Sodoma afirmando
serem elas virgens e que eles poderiam praticar com elas o que quisessem?
Ló esclareceu ainda
que seus hóspedes procuraram sua casa para se livrarem do assédio dos moradores
da cidade.
Representantes da
literatura rabínica a partir do século II a.C. tais como Filo de Alexandria e
Flávio Josefo, chocados, identificaram o pecado de Sodoma com as práticas
homossexuais da sociedade grega.
Esse é também o
pensamento do Novo Testamento, que para os cristãos é a palavra final:
"Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas
para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição" (Jd 7, ARA). A verdade é
que o pecado de Sodoma não foi apenas esse, mas um deles. Afirmar não haver
nesse relato vínculo com a prática homossexual é uma "camisa de
força", uma interpretação inconsistente que não se sustenta.
O livro de Levítico
afirma ainda que tal prática deveria ser punida com pena capital. "Quando
também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação;
certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles" (20.13). Mas Jesus morreu
por todos os pecadores (ICo 15.2; 1 Jo 2.2), na fé cristã a exclusão do rol de
membros substitui a pena de morte. O incesto, por exemplo, era punido com a
morte na antiga aliança (Lv20.11,12,14). No entanto, o apóstolo Paulo
simplesmente ordenou que o praticante de tal pecado fosse excluído do rol de
membros da Igreja (ICo 5.1-5), mas depois que o pecador se arrependeu voltou à comunhão
(2Co 2.5-10). Da mesma forma a prática homossexual não pode ser aceita nem
reconhecida pela Igreja (ICo 6.10).
Deus criou o homem,
"macho e fêmea os criou" (Gn 1.27), para a sua glória, portanto
ninguém vive para si, mas para fazer a vontade divina. A verdadeira felicidade humana
está em cumprir a vontade do Criador. O ser humano, contudo, se afastou de
Deus, e isso o levou à idolatria e depois à imoralidade. A consequência dessa
apostasia é a imoralidade, incluindo o homossexualismo, tanto masculino como feminino.
Isso está claro em Romanos 1.19-28. O texto sagrado diz que "Deus os
abandonou às paixões infames" (Rm 1.26), porque não o reconheceram. O
apóstolo considera, ainda, tais práticas como "torpeza" (Rm 1.27),
uso não natural, "contrário à natureza" (Rm 1.26); e escreve em outro
lugar que os tais "não hão de herdar o Reino de Deus" (ICo 6.9). O
apóstolo Paulo afirma que alguns sodomitas e efeminados de Corinto foram
libertados e serviam a Deus na igreja: "E é o que alguns têm sido; mas
haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados
em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus" (ICo 6.11).
DEFININDO OS TERMOS
O ensino bíblico é:
"Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre
os filhos de Israel" (Dt 23.17). O termo hebraico para "rameira"
é qedêshah, e para "sodomita", qadesh, masculino, que significa
"pessoa consagrada, prostituta (o) cultual" (HOLLADAY, 2010, p. 446);
"prostituta cultual, prostituto cultual" (DITAT, pp. 1.652, 1.323). A
LXX traduziu qedêshah por pomê, "prostituta", aqui e em outras
passagens bíblicas (Gn 38.21,22). A palavra kadesh é também traduzida por
"rapazes escandalosos" (lRs 14.24; 15.12) ou "prostitutos cultuais"
na NVI. A ideia do termo é "prostituição sagrada", pois essa prática
era muito comum nos cultos cananeus em que as mulheres serviam nos santuários
pagãos.
A Bíblia afirma que
tal prática é abominável aos olhos de Deus: "Com varão te não deitarás,
como se fosse mulher: abominação é" (Lv 18.22).
A palavra hebraica
para "abominação" é toevah, alguma coisa "abomi nável, detestável
[...] ofensiva, uma ofensa" (HOLLADAY, 2010, 552); "costume
abominável, coisa abominável, abominação [...] pode ser de natureza física,
ritual ou ética e pode causar a repulsa em Deus ou no homem" (DITAT, pp.
1.652,1.653). Esse termo é aplicado para condenar a idolatria (Dt 7.25), os
sacrifícios de crianças (Dt 12.31), o envolvimento com o ocultismo (Dt
18.9-14), as transações desonestas (Dt 25.13-16), a prostituição cúltica (lRs
14.24) e para aqueles que desrespeitarem as leis dietéticas (Dt 14.8). Os
antigos rabinos chamavam o homossexualismo de "pecado dos gregos". O
relato da História mostra por que as autoridades religiosas no antigo Israel
assim identificavam esse tipo de pecado: "Na antiga Grécia, e precisamente
nos momentos em que suas principais cidades alcançavam seu máximo poderio
militar e intelectual, onde as práticas homossexuais alcançavam o seu máximo
predicamento [...]" (WALKER, 1997, p. 448, os grifos não são nossos).
O apóstolo Paulo
classifica os homossexuais em duas categorias: ativos, os
"sodomitas", e passivos, os "efeminados". A palavra grega para
"sodomita" é arsenokoités, "que mantém relações sexuais com homem"
(DGP, vol. 1, p. 131); "sodomita, homossexual" (ADRADOS, vol. III,
1991, p. 527). O termo vem de duas palavras: arsên ou arsen, "homem, sexo
masculino, macho" (Mt 19.4) "masculino, varão, animal macho"
(BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 475), ou arrên, "varão; macho;
masculino; viril" (DGP, vol. l,p. 131), e dekoitê, "cama, relações sexuais"
(BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 2.368); "leito, cama, leito nupcial,
[...] relação sexual" (DGP, vol. 3, p. 82). O termo arsenokoités só
aparece duas vezes no Novo Testamento (ICo 6.9, lTm 1.10). A palavra grega para
"efeminado" é malakos, que significa "agradável de tocar; macio;
suave; delicado; [...] efeminado" (DGP, vol. 3, p. 82); "Dos quatro
testemunhos no NT, três referem-se a pessoas elegantes e às vezes 'vestidas com
roupas delicadas' Mt 11.8; [...] Lc 7.25; [...] No catálogo de vícios, em ICo
6.9, menciona os malakoi/ efeminados como exemplo reprovável de homossexualidade
passiva" (BALZ & SCHNEIDER, vol. II, 2002, p. 143); "efeminados
ou malakoi, que abusam de si mesmo como se fossem mulheres com homens ou
homossexuais, como em 1 Tm 1.10" (ROBERTSON, vol. 4, 1989, p. 172).
SOARES.
Esequias. CASAMENTO, DIVÓRCIO E SEXO A
LUZ DA BÍBLIA. Editora CPAD.
pag. 26-32.
A Homossexualidade é Aceitável Para Deus?
A aceitação da homossexualidade como estilo
de vida igualitariamente válido está crescendo rapidamente na cultura
ocidental.
No entanto, Deus nos diz que o sexo foi
planejado apenas para um tipo de relacionamento— dentro do casamento,
exclusivamente entre um homem e uma mulher. Como a atividade homossexual, o
sexo antes do casamento, e o adultério estão todos fora do casamento, então
todos são violações das instruções de Deus. Todas essas coisas são pecados, e
aqueles que cometem esses pecados devem arrepender-se deles.
A Bíblia condena as práticas homossexuais em
vários lugares, tais como Gênesis 19:1-25, Levítico 18:22 e 20:13 e Juizes
19:1-25. Essas escrituras se referem a atos homossexuais como algo que não deve
ser praticado e que é malvisto aos olhos de Deus.
No Novo Testamento, Romanos 1:24-27, 1
Coríntios 6:9-11 e 1 Timóteo 1:9-10 referem-se a homossexualidade da mesma maneira.
A passagem de Romanos inclui uma proibição específica do envolvimento
homossexual tanto masculino como feminino. Em nenhum lugar a Bíblia apoia ou
aprova a homossexualidade. As duas únicas opções reconhecidas para os cristãos
adultos são o casamento heterossexual e a abstinência.
A grande maioria dos estudiosos acadêmicos e
bíblicos concorda que a Bíblia proíbe as atividades homossexuais. Quase todas
as traduções atuais da Bíblia corroboram a proibição de Deus quanto à prática
homossexual. Ao contestar as instruções de Deus, alguns homossexuais argumentam
que Ele os criou do jeito que são e que, portanto, deve aprovar a
homossexualidade. Tal raciocínio é inerentemente falho por várias razões. Em
primeiro lugar, Deus criou a todos com livre arbítrio, então nós é que
escolhemos o que vamos pensar, acreditar e fazer. Nós não somos robôs incapazes
de tomar nossas próprias decisões ou controlar o nosso próprio comportamento.
Em segundo lugar, tem sido comprovado que o ambiente no qual uma pessoa vive tem
um grande impacto no desenvolvimento de sua sexualidade.
Além disso, estudos com gêmeos idênticos,
onde um deles é homossexual e o outro não, prova que a homossexualidade não é regida
pela composição genética. Esses fatores mostram que os homossexuais são
formados, e não nascidos assim.
Em terceiro lugar, independentemente de
quaisquer condições que possam predispor uma
pessoa à homossexualidade, todos nós devemos tomar decisões morais,
independente das nossas circunstâncias. Quando tomamos a decisão de seguir as
instruções de Deus, devemos viver de acordo com todos os Seus princípios. Deus
não nos permite reescrever Suas regras simplesmente porque somos naturalmente
inclinados ao sexo antes do casamento, ao adultério, à homossexualidade ou
qualquer outro pecado.
E, ao falar da maneira como os seres humanos
foram criados, a Bíblia revela que todos nós (independentemente da nossa
orientação sexual) temos uma predisposição para o pecado. Temos mentes que
desde a infância são orientadas contra Deus e Seus caminhos (Jeremias 17:9).
Como resultado, todos nós pecamos (Romanos 3:23). O desafio de cada um de nós
para correspondermos a Deus é o de nos arrepender de nossos pecados— mudar nossas
vidas com a Sua ajuda e ficar em conformidade com Seus padrões (Romanos
12:1-2). Quando entregamos nossas vidas a Deus, então podemos mudá-las.
É encorajador compreender que há claras
evidências bíblicas de que Deus pode mudar a vida de uma pessoa envolvida no homossexualismo.
Em 1 Coríntios 6, o apóstolo Paulo está se dirigindo a homens e mulheres da
igreja de Corinto. Ele enumera várias formas de comportamento, inclusive os
atos homossexuais que mantém uma pessoa longe do Reino de Deus (versículos 9-10).
Em seguida, Paulo faz a seguinte declaração: “Assim foram alguns de vocês. Mas
vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (versículo 11, NVI).
Paulo aparentemente conhecia ex-homossexuais
na igreja de Corinto. Portanto, a mensagem de que o homossexualismo pode ser
mudado não é nova. Os homossexuais têm conseguido mudar desde que a Bíblia foi
escrita. A abordagem da Palavra de Deus é a de odiar o pecado e amar o pecador
(comparar João 3:16). Qual é a responsabilidade de alguém que quer ser cristão,
mas luta com uma atração profundamente arraigada em sua própria sexualidade? As
Escrituras dizem que a pessoa é obrigada a controlar seus desejos sexuais da
mesma forma que os heterossexuais devem exercer o autocontrole. Em outras palavras,
ele ou ela, deve evitar ceder à luxúria.
A Bíblia nos instrui a arrepender-se e sair
do pecado. É preciso se arrepender e superar as práticas homossexuais, como
qualquer outro pecado. Um homossexual deveria fazer isso ao reconhecer que a
homossexualidade é errada e, portanto, deveria deixar de viver um estilo de vida homossexual ou evitar
colocar-se em uma situação onde possa ser tentado a se engajar em tal
comportamento. Ao reconhecer que o pecado começa na mente (Tiago 1: 13-15), uma
pessoa que luta com este ou outros pecados sexuais deve se esforçar para levar
“cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10:5,
NVI). Este indivíduo pode ser um cristão verdadeiro, embora, ele ou ela, possa
estar envolto numa luta, ao longo da vida, para resistir a voltar às práticas
homossexuais. Também é importante entender a diferença entre inclinação homossexual,
luxúria homossexual e comportamento homossexual. A inclinação não é um pecado,
mas a luxúria e o comportamento são pecado. Apesar de existirem muitas pessoas
na nossa sociedade de hoje que rejeitam a instrução de Deus sobre este assunto,
há muitas outras com inclinações homossexuais que estão saindo deste estilo de
vida para viver de acordo com a instrução de Deus. Como recursos para aqueles
que desejam superar a homossexualidade e obedecer a Deus, recomendamos o livro
Compreender e Curar a Homossexualidade, do psicoterapeuta estadunidense Richard
Cohen, assim como a publicação on-line Seja Livre (Breaking Free Journal) em
breakingfree.ucg.org, que é uma publicação em inglês da Igreja de Deus Unida
dedicada a ajudar os cristãos que lutam contra o homossexualismo, os vícios, e outros
comportamentos disfuncionais. O Dr Joseph Nicolosi (Ph. D), fundador e diretor
da Clínica Psicológica Thomas de Aquino, em Encino, Califórnia, e ex-presidente
da Organização Nacional de Pesquisa e Teraparia da Homossexualidade (NARTH) nos
Estados Unidos também escreveu vários livros no tema de Terapia Reparativa do
Homossexualismo.
O livro intitulado O Amor Venceu, escrito por
John e Anne Paulk, também pode ser encorajador. É uma história verdadeira de
como, com a ajuda de Deus, duas pessoas foram capazes de deixar a homossexualidade
e se encontrarem.
Casamento
e Família: A Dimensão Perdida. pag. 42-44.
AS CAUSAS DO
HOMOSSEXUALISMO
Apesar dos talvez
milhares de estudos científicos sobre o homossexualismo, a verdade é que não se
identificou nenhum fator isolado que possa causar o homossexualismo. Vários pesquisadores
competentes investigaram se a orientação e o comportamento homossexual resultam
de fatores hereditários ou outras influências biológicas. Alguns concluíram que
“a evidência científica favorece a hipótese de que variáveis hormonais e
neurológicas, atuando durante a gestação, são as principais causas da
orientação sexual.” Entretanto, outros concluíram que “os hormônios pré-natais
não determinam a orientação sexual de forma rígida.” Até mesmo médicos e
biólogos chegaram à conclusão de que a “socialização pós-natal” tem maior
probabilidade de influir na preferência sexual. Trocando em miúdos, não existem
provas evidentes que sustentem a teoria de que o homossexualismo só é determinado
por fatores físicos ou biológicos.
Porém, a maioria dos
pesquisadores concorda que o homossexualismo “não é uma questão de escolha,
assim como a língua materna também não é.” Segundo pesquisadores, a orientação
sexual deveria ser analisada sob três aspectos: natureza, período crítico e
criação.
O aspecto da natureza
diz respeito a fatores hormonais congênitos que podem influir, posteriormente, na
orientação sexual. Em determinados períodos críticos da vida, principalmente
nos primeiros anos da infância, experiências podem influenciar as preferências
sexuais da pessoa no futuro. A orientação e o comportamento sexual recebem a
influência da criação, que é o impacto que a família e o ambiente social
exercem sobre o indivíduo. Numa linguagem mais formal, a heterossexualidade, a
homossexualidade “e a bissexualidade têm causas pré-natais e pós-natais, que
interagem durante períodos críticos do desenvolvimento para criar uma situação sexo-erótica
duradoura, ou mesmo imútável.” Chegamos então à conclusão de que o
homossexualismo pode ter várias causas. Alguns dados inconclusivos sugerem que
influências biológicas, atuando antes do nascimento, podem ter algum papel no
desenvolvimento da orientação sexual futura, mas existem evidências ainda
maiores de que as preferências e os comportamentos homossexuais são
determinados pelo desenvolvimento psicológico e o aprendizado social. Há várias
teorias que descrevem o modo como o homossexualismo é adquirido.
1. Relacionamento
entre pais e filhos. As teorias psicanalíticas receberam ampla aceitação e têm
sido bastante estudadas.18 Baseados no conceito freudiano de que o
homossexualismo é gerado pela repressão do desenvolvimento sexual, os autores
psicanalíticos concluíram que os homossexuais masculinos geralmente são criados
por famílias em que o pai é fraco, passivo e ineficaz, enquanto a mãe é
dominadora. Essa mãe, sutilmente, ensina o filho a ser passivo e dedicado a
ela. Ele não tem nenhum exemplo masculino forte em que se espelhar, e logo descobre
que é menos competente que seus pares no relacionamento com as garotas. Por causa
disso, o filho perde a confiança em sua masculinidade e passa a temer os
pensamentos de intimidade com as mulheres. As filhas criadas nesse tipo de
família percebem o pai como alguém que as hostiliza e rejeita e, portanto, têm
pouca oportunidade de se relacionar com homens. Elas se relacionam melhor com
mulheres.
Uma variante dessa
teoria, mais instigante e talvez mais plausível, foi apresentada pela autora
cristã Elizabeth R. Moberly. Sua pesquisa sugere que o homossexualismo não
resulta de um relacionamento problemático com o progenitor do sexo oposto, mas
sim de um defeito nas relações
com o progenitor do mesmo sexo. No desenvolvimento normal, as necessidades “de
amor, dependência e identificação com o progenitor do mesmo sexo são atendidas através
da ligação que a criança estabelece com ele”, escreve Moberly. Se esse relacionamento
não existe, ou é interrompido, o indivíduo tenta inconscientemente restaurar a
ligação. A pessoa que se torna homossexual sente a necessidade de compensar
“déficits anteriores no relacionamento pai-filho. A necessidade permanente de
receber amor de indivíduos do mesmo sexo é proveniente da carência afetiva
gerada na infância pela falta de amor do progenitor do mesmo sexo, e com ela
deve ser correlacionada.” Um modo de reparar esse déficit, de suprir
necessidades não satisfeitas, e de tratar eficazmente os homossexuais é
“construir um bom relacionamento não sexual com um indivíduo do mesmo sexo.” Segundo
este ponto de vista, a melhor maneira de ajudar os homossexuais é através do aconselhamento
com um profissional do mesmo sexo, que demonstre atenção e seja heterossexual.
Embora muitos
homossexuais tenham experimentado rompimentos na relação pai-filho, outros não
passaram por isso. Nem todas as crianças de uma mesma família se tornam homossexuais,
ainda que seu relacionamento com os pais seja semelhante. Esse fato levou alguns
conselheiros a procurar outra explicação para o homossexualismo.
2. Outros
relacionamentos familiares. Descobriu-se que ocorre homossexualismo quando:
■ A mãe não confia em
mulheres, ou tem medo delas, e ensina isso ao filho.
■ A mãe não confia em
homens, ou tem medo deles, e ensina isso à filha.
■ O menino vive
cercado de mulheres (mães, irmãs, tias), mas tem pouco contato
com homens adultos e,
assim, aprende a pensar e agir como menina.
■ Pais que desejavam
uma filha, mas tiveram um menino, criam o garoto de forma que ele pense e aja
como menina. Situação semelhante ocorre quando os pais queriam um menino, mas
nasceu uma menina; em ambos os casos, a criança fica muito confusa sobre sua
identidade e orientação sexual.
■ O filho é rejeitado
ou desprezado pelo pai e, portanto, se sente inadequado como homem e fica
inseguro sobre o modo como os homens se relacionam com as mulheres.
■ A filha é rejeitada
pela mãe e, portanto, se sente inadequada como mulher e não consegue se relacionar
bem com os homens.
■ Pai e mãe têm medo
de sexo, não gostam de discutir o assunto em casa ou condenam o sexo
veementemente. Em qualquer um desses casos, a criança adquire uma visão distorcida
do sexo e, por causa disso, tem dificuldade de se ajustar sexualmente.
■ A mãe mima tanto o
filho, que ele fica preso a ela, não consegue se separar, e se convence de que
nenhuma companheira jamais poderá se comparar a ela. O mesmo ocorre com a filha
em relação ao pai. Essa lista poderia se estender por várias páginas, mas o que
foi dito já é suficiente para mostrar que as causas do homossexualismo podem
ser complexas e geralmente estão entranhadas no seio da família.
Em qualquer
sociedade, a criança aprende o que é ser homem ou mulher. Se ela não tem
oportunidade de aprender papéis adequados, ou se esses papéis são confusos
(como acontece na nossa sociedade), o comportamento e as atitudes da criança
ficam distorcidos. Essas crianças chegam à idade adulta sem saber o que esperar
ou como reagir diante do sexo oposto.
As vezes, é mais
cômodo refugiar-se no homossexualismo, principalmente se a pessoa já começou a
sentir preferência por indivíduos do mesmo sexo.
3. Outras experiências
precoces. O que acontece com um garoto quando seus órgãos genitais são
estimulados por um homem mais velho? Seria errado e simplista afirmar que o homossexualismo
é sempre consequência de experiências sexuais precoces. No entanto, essas
experiências podem ter influência na orientação sexual do adulto.
Um relatório, por
exemplo, sugere que o homossexualismo pode ser adquirido em três estágios. O
primeiro deles, o estágio egocêntrico, ocorre quando uma criança, ou
pré-adolescente, tem problemas de relacionamento com outros de mesma faixa
etária e sexo, se sente deslocada e diferente (talvez pela falta de dotes
atléticos ou outras habilidades que seus colegas têm) e/ ou se sente excitada
ou sexualmente estimulada com uma pessoa do mesmo sexo. Às vezes a criança se
sente tão mal com sua identidade sexual que deseja pertencer ao sexo oposto. A maioria
dessas crianças se torna homossexual na idade adulta. No segundo estágio, o
estágio sociocêntrico, o indivíduo começa a perceber uma orientação homossexual.
Geralmente, a pessoa tenta negar a situação para si mesma e faz tudo para escondê-la
dos outros. Muitos ficam às voltas com esse estágio a vida inteira.
Alguns chegam ao
terceiro estágio, o estágio universalista, no qual admitem seu homossexualismo para
si mesmos e para os outros, apesar das consequências.
4. Medo. Por várias
razões, algumas pessoas têm medo do sexo oposto. Os medos duradouros podem ser
causados pela falta de contato frequente com pessoas do sexo oposto, pela
rejeição por parte de pessoas do sexo oposto, ou por experiências traumáticas e
embaraçosas com alguém do sexo oposto. Alguns autores têm sugerido que os
grupos religiosos, ou escolas só para meninos ou meninas, estimulam o
homossexualismo, inadvertidamente. Quando o contato heterossexual é proibido, o
homossexualismo se torna uma alternativa menos perigosa.
Em alguns casos, o
medo do sexo oposto vem acompanhado do medo, ou inabilidade, com os indivíduos
do mesmo sexo. Se a pessoa se sente atraída por alguém do mesmo sexo, pode
sentir medo de ser rejeitada, não saber como reagir normalmente ou temer que
seus desejos homossexuais sejam percebidos.’'
5. Escolha
intencional do homossexualismo. Alguns livros populares dizem que o
homossexualismo surge por escolha voluntária, mas esse ponto de vista não é
aceito por profissionais experientes, nem pela maioria dos homossexuais. A atração
sexual por indivíduos do mesmo sexo raramente, ou nunca, resulta de uma escolha
consciente e deliberada. Em algum momento na vida, a maioria dos homossexuais
começam a perceber que se sentem atraídos, principalmente, por pessoas do mesmo
sexo, embora não estejam escolhendo isso por vontade própria.
A percepção desse
fato pode ser tão perturbadora que muitos indivíduos tentam escondê-lo de si
mesmos. A pessoa geralmente acaba concluindo que deve ter sido geneticamente
predeterminado como homossexual, embora, como vimos, não existam resultados de
pesquisas que apoiem essa conclusão.
As tendências
homossexuais são adquiridas, geralmente, antes que a pessoa perceba o que está
acontecendo. Assim como uma pessoa predominantemente heterossexual é atraída pelo
sexo oposto, um indivíduo predominantemente homossexual aprendeu uma atração
por pessoas
do mesmo sexo. Essa atração não é errada. O que é errado, segundo a Bíblia, é a
decisão consciente de se envolver em ações homossexuais.
Sempre que uma pessoa
sente prazer em atividades sexuais com pessoas do mesmo sexo, ou do sexo
oposto, a atração será maior ainda, na próxima vez. Não importa o modo como
começou — por sedução, por curiosidade ou como uma forma de aliviar a tensão, enquanto
a pessoa está no serviço militar ou na cadeia.
O mais importante é
saber se as atividades sexuais continuam. De acordo com um dos primeiros
autores que escreveu sobre o assunto, “os padrões homossexuais duradouros costumam
ser estabelecidos pelas práticas homossexuais repetidas que começam até mesmo antes
da adolescência e continuam depois dela, principalmente se o parceiro
homossexual seja alguém da mesma faixa etária, seja um adulto - é alguém que o
jovem admira.” Para muitos jovens, um encontro sexual passageiro, até mesmo com
uma pessoa do mesmo sexo, não é especialmente satisfatório e é pouco provável
que se repita. No caso de pessoas com uma história de vida e tendências que as
tornam vulneráveis, uma experiência sexual pode levar a outra, dando início a
um círculo vicioso. Atos homossexuais (inclusive a masturbação com fantasias
homossexuais) aumentam as tendências homossexuais que, por sua vez, levam a
mais atos homossexuais. É claro que um círculo semelhante começa quando pessoas
com tendências heterossexuais começam a praticar atividades sexuais com
indivíduos do sexo oposto. De acordo com a Bíblia, este círculo heterossexual
não é errado, desde que praticado dentro do casamento, mas fora do casamento
esse envolvimento físico é pecado.
COLLINS. Gary R. Aconselhamento Cristão Edição
Século 21. Editora Vida Nova. pag. 331-334.
1.27
Criou Deus, pois, 0
homem à sua imagem. Temos aí o nosso mais eleva- do conceito religioso, o qual
descrevi com detalhe no artigo no fim do vs. 26. Ver no Dicionário o artigo
intitulado Alma.
O Homem Concebe Deus
Conforme a Sua Imagem. Em suas muitas religiões e denominações, o homem cria um
Deus segundo a sua própria imagem humana. Os muitos deuses" concebidos
pelo homem são realmente pequenos. Ver no Dicionário o artigo intitulado
Antropomorfismo.
A Evolução e a Alma.
A maior parte dos advogados da evolução não acha lugar para a alma. Pensam
apenas em termos do corpo físico, e, para eles, nisso consiste o homem total.
Alguns poucos, contudo, como McTaggart, presumem que o mais exaltado produto do
processo da evolução é a alma. Todavia, eles formam uma minoria. Se Gênesis 1. 26,27
nada ensinam sobre a alma, então nem o primeiro capítulo do Gênesis nem a
evolução falam sobre o homem real, a alma mortal, conforme nós 0 conhecemos com
nosso avançado conhecimento. Ver no Dicionário 0 artigo intitulado Evolução. A
pessoa espiritual, no entanto, pode ter percepções que vão além de seu próprio
tesouro de conhecimentos. Estou supondo que isso foi o que sucedeu à doutrina
da imagem de Deus.
Homem e mulher os
criou. Não vemos aqui os detalhes do ato criativo da mulher, que só figuram em
Gên. 2.4 ss. Alguns estudiosos insistem em que os dois relatos foram escritos
em dois tipos históricos de hebraico, o que refletiria diferentes fontes. Nesse caso,
algum editor reuniu esses informes, como se 0 segundo fosse uma espécie de
suplemento do primeiro. Alguns intérpretes judeus afirmam, de modo muito
absurdo, que a criação original (Gên. 1) foi um ser hermafrodita, homem e
mulher ao mesmo tempo, dois corpos, criados costa com costa. Mas a maioria dos
estudiosos prefere pensar que o segundo relato suplementa o primeiro, conforme
diz o ponto de vista conservador. Os críticos atribuem o segundo relato à fonte
J, ao passo que o primeiro capítulo do Gênesis é atribuído à fonte P (S). Ver
no Dicionário o artigo J.E.D.P.fS.), quanto à teoria das várias fontes.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 19-20.
1.27 — E criou Deus o homem. Esta é a
terceira vez que o verbo criar é usado em Génesis 1 (v. 1,21). Aqui, é usado
três vezes. A linguagem usada nos versículos 26 e 28 é prosa; neste, é pura
poesia. As doze palavras do original hebraico estão distribuídas em três
linhas, e possuem ritmo e cadência poética. O termo que designa o primeiro
homem, Adão (hb. 'adam), está associado ao termo que designa a terra vermelha
(hb. 'adama). Aqui, a palavra homem é genérica, designa a humanidade como um
todo, incluindo o género masculino e o feminino, o que pressupõe os dois sexos
[macho e fêmea]. Algumas pessoas pensam que o descobrimento da sexualidade
humana de Adão e Eva se deu após eles comerem o fruto proibido no capítulo 3 de
Génesis. Entretanto, as palavras usadas para designar o homem e a mulher
indicam que a sexualidade já fazia parte da criação original (5.2).
Apesar de a prática errada da sexualidade ser
amplamente condenada nas Escrituras (Lv 18), o padrão correto é celebrado (Gn
2.24,25).
Também vale lembrar que, nos versículos 26 a 28,
a mulher não é retratada de maneira inferior ao homem na história da criação.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 10.
Gn 2.18 Não é bom que
o homem esteja só. . . O autor sacro interrompeu seu relato que estava mostrando
como o mal foi introduzido entre os homens. Mas aqui ele começa a explicar como
foram criados homem e mulher. Em Gên. 1.27, temos apenas uma declaração geral de que Deus
criou o ser humano como homem e mulher. O segundo relato da criação fornece-nos
0 modus operando!. De novo, os críticos veem aqui muito material mitológico,
tomado essencialmente por empréstimo do folclore babilônico. E, uma vez mais,
os conservadores dividem-se em simbolistas e literalistas. Deus criou a mulher,
mas o episódio sobre a costela deve ser alegorizado e espiritualizado. Ou
então, como alguns dizem, devemos aceitar a questão como um relato literal.
Busquemos as lições espirituais do trecho, e não nos deixemos arrastar para o
lodaçal do mero debate.
Companheirismo.
Platão mencionou 0 mito cru de como, originalmente, homens e mulheres formavam
um único ser, uma combinação de macho e fêmea. Mas os deuses não gostavam dessa
combinação e, então, os separaram, deixando-os sempre a buscar um ao outro. E
assim, conforme ele ajuntou, de cada vez em que vemos um homem e uma mulher
abraçando-se, podemos estar certos de que eles estão tentando unir-se de novo.
Esse mito é ridículo, embora disponha de alguns defensores sérios. Por outra
parte, a lição que 0 caso ensina é vital. Alguns ensinam, por esse motivo, a
doutrina das almas gêmeas, ou seja, a ideia de que, originalmente (de alguma
maneira inexplicável), certo homem e certa mulher eram, de fato, um único ser.
E, visto que o conceito envolve a ideia da reencarnação, ao longo da vereda da
vida eles se encontram de novo e são instantaneamente atraídos um pelo outro.
Um homem vive buscando sua alma gêmea; e uma mulher faz a mesma coisa. Sem
importar se essa ideia corresponde ou não à realidade, ela pelo menos ensina
uma importante verdade: 0 homem precisa de uma companheira idônea; e a mulher
precisa de um companheiro idôneo. A ideia do hermafroditismo é ridícula, embora
contenha uma urgente verdade. As pessoas casadas vivem por mais tempo; elas são
dotadas de uma melhor psicologia; os seus sistemas vitais funcionam melhor; há
menos frustração sexual; há amor e companheirismo nelas. Não, não é bom que 0
homem viva só. Embora o texto nada tenha que ver com o celibato do sacerdócio
católico romano, ainda assim indica quão equivocado é aquele sistema,
excetuando nos casos em que esse celibato é voluntário. De acordo com a
mitologia grega, Hermafrodito era filho de Hermes e de Afrodite. Após ter amado
a ninfa Salmacis, ficou tão apaixonado que se uniu a ela formando um único
corpo, combinando assim os dois corpos e os dois seres. Esses mitos transmitem
a mesma lição que nos ensina 0 trecho de Gênesis 2.18. Interpretando a
Existência. As coisas só estão certas, dentro do universo, quando se relacionam
devidamente ao Criador. Essa é a mensagem central da história da criação. Uma
lição secundária é que as coisas só são certas na terra quando cada homem tem
sua companheira, e cada mulher tem seu companheiro. Essa é uma das bases do
desenvolvimento mútuo. Temos aí os primórdios da instituição do matrimônio.
Uma Auxiliadora. Essa
não é uma palavra aviltante. É enobrecedor alguém ser ajudante em alguma causa
justa. A Bíblia não ensina igualdade absoluta entre homem e mulher, mas também
não rebaixa a mulher. Quase todos os homens são secundários diante de alguém.
Os homens fazem parte das coisas, e não são a totalidade. Por igual modo, uma
mulher encontra seu justo valor quando se posta ao lado de um homem bom. Ό amor
é um jubiloso conflito de duas ou mais pessoas livres e autoconscientes que se regozijam
nas individualidades umas das outras" (G. A. Studdert-Kennedy). o lar
provê um lugar ideal para essa expressão de amor e unidade, mediante a
individualidade.
A importância do
Sexo. O sexo faz parte do casamento, e alguns intérpretes têm a coragem de
discutir isso. O sexo é fundamental para os seres humanos. Não podemos
desvencilhar-nos dele e nem ignorá-lo. Os essênios experimentaram o celibato.
Jesus e Paulo eram celibatários, e Paulo chegou a recomendar essa condição. A
Igreja Católica Romana oficializou o celibato no caso do seu clero. Mas o sexo
foi uma ordenação divina para as massas, e um indivíduo precisa ser chamado por
Deus para a vida celibatária, e não forçado a aceitar a condição. No Dicionário
ofereço um detalhado artigo intitulado Celibato. Ver também. o artigo
intitulado Sexo.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 27-28.
2 .18 — Não é bom.
Pela primeira vez uma avaliação negativa aparece em Gênesis Deus não queria
que Adão ficasse só. Então, Ele providenciou uma adjutora que estivesse como
diante dele; uma pessoa que o auxiliasse e correspondesse a ele. Isso indica que
a companheira seria verdadeiramente adequada, recíproca e o satisfaria de forma
plena. Alguns sustentam que este termo adjutora [hb. ‘ezer, auxiliadora] é
degradante, mas ele simplesmente significa aquela que ajuda. De fato, esse
termo também é usado, em algumas ocasiões, para descrever o amparo de Deus (SI
33.20; 115.9,10,11). Logo, não se aplica a alguém secundário ou inferior.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 13.
Dt 23. 18. Preço do
cão. Sobre a palavra cão, outro termo usado para o prostituto, veja Ap. 22:15.
Ninguém pode satisfazer as santas exigências da aliança divina, escondendo
pecados sob a hipocrisia da religião. Para que as regras dadas em Dt. 23:3-8
não deixem a falsa impressão de que considerações étnicas eram de suma
importância, torna-se claro por estas duas regras adicionais, uma acolhendo o
estrangeiro e outra excluindo certos israelitas, que a misericórdia e
moralidade eram os princípios vitais da administração da aliança.
MOODY.
Comentário Bíblico Moody. pag. 81.
Dt 23.17,18 - A
prostituição é estritamente proibida pela lei de Deus. Os motivos podem parecer
óbvios para nós. mas pode não ter sido para os israelitas. Quase todas as
outras religiões conhecidas na época incluíram a prostituição como ritual de adoração
aos ídolos. Mas a prostituição escarnece da ideia original de Deus para a família,
ao tratar o sexo como um ato que não exige compromisso entre um homem e uma
mulher. Fora do casamento, o sexo é destrutivo. No casamento, se abordado com a
atitude certa, pode ser um elo que une e fortalece o relacionamento conjugal.
Frequentemente. Deus
tinha que advertir as pessoas contra a prática de sexo extraconjugal. Ainda
hoje é preciso ouvir esse alerta.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
260.
2. Educando os jovens
na Palavra de Deus.
A virgindade nos dias
presentes. A igreja cristã deve valorizar a virgindade e preservar os costumes emanados
da Palavra de Deus, e de modo bem mais consistente do que os preceitos do
Antigo Testamento. Naquele contexto, só quem deveria manter-se virgem era a
moça. Em Cristo, é diferente. Ele não faz acepção de pessoas. Se a moça deve
ser virgem, o rapaz, também. Fomos questionados se um pastor poderia fazer
cerimônia de casamento, numa igreja evangélica, se a noiva não fosse mais
virgem. Imediatamente, indagamos: E o noivo? Se ele não for mais virgem? O
pastor deve realizar a cerimônia? Por que exigir a virgindade apenas da noiva?
O interlocutor ficou calado. E respondemos: Se exigimos a virgindade da jovem, devemos
exigi-la do noivo. Do contrário, seremos vistos por Deus como hipócritas e
discriminadores.
Devem-se ter alguns
cuidados quanto a esse assunto. Há casos em que adolescentes ou moças jovens
vêm para a igreja, oriundas da vida mundana, ou de religiões não cristãs, e não
são virgens, assim como rapazes na mesma situação. Eles devem ser recebidos
como novas criaturas, e participarem de todas as atividades da igreja, pelo
fato de terem-se convertido à fé cristã. Diz Paulo: “Assim que, se alguém está
em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo” (2 Co 5.17).
Outro aspecto
importante é a natureza da virgindade em si. Há quem só se preocupe com a
virgindade anatômica, aquela em que a moça não é mais virgem pelo fato de ter
tido o rompimento do hímen.
Mas existem jovens
que continuam intactas, anatomicamente, mas não têm mais a virgindade moral.
Praticam atos sexuais aparentes, sem penetração, e toda a sorte de carícias
ilícitas para uma jovem ou para um jovem cristão. São pessoas que estão
fornicando, mas entendem que são virgens. Diante de Deus, a virgindade tem que
ser, antes de tudo, espiritual. Depois, precisa ser real, tanto física como
moralmente.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 106.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva.
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