O TEMPO PARA TODAS AS COISAS
Data 1 de Dezembro de
2013 HINOS SUGERIDOS 224,
227, 396.
TEXTO ÁUREO
“Tudo
tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”
(Ec 3.1).
VERDADE PRÁTICA
O
tempo e o espaço em que vivermos são limitados, por isso, devemos ser bons
despenseiros de Deus nesta vida.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ec 1.4 A
transitoriedade da vida
Terça - Ec 3.11 A eternidade de Deus
Quarta - Ec 9. 11,12 O homem desconhece o tempo
Quinta - Ec 5. 18, 19 A satisfação do trabalho
Sexta - Ec 1. 17, 18 O tempo e o conhecimento
Sábado - Ec 2. 4-11 O trabalho e a prosperidade como vaidades
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Eclesiastes
3.1-8
1
- Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do
céu:
2
- há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o
que se plantou;
3
- tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4
- tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
5
- tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo
de afastar-se de abraçar;
6
- tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7
- tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
8
- tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
INTERAÇÃO
Alguém
poderia dizer que o livro de Eclesiastes mais parece uma obra secular que a
Palavra de Deus. Mas na verdade ele se apresenta realista. Ali, Salomão
apresenta uma perspectiva de desencanto com a vida, se incomoda com a
transitoriedade da existência e conclui: tudo na vida é “vaidade", isto é,
passageiro. Se partirmos do ponto de vista de que o que Salomão está dizendo
encontra-se interligado com o seu histórico de vida encharcado em pecado —
ninguém mais do que ele sabia o que era viver uma vida outrora na presença de
Deus, mas agora longe dos seus caminhos —, veremos que há apenas uma conclusão
que ele poderia chegar: a vida sem Deus é vaidade!
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o livro e a mensagem
de Eclesiastes.
Explicar a transitoriedade da
vida e a eternidade de Deus.
Administrar bem o tempo e as
relações interpessoais.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor para introduzir a lição desta semana sugerimos que você reproduza o
esquema da página seguinte conforme suas possibilidades. Nesta lição, vamos
iniciar o estudo do livro de Eclesiastes e, para isto, é imprescindível
começarmos o estudo a partir de uma visão panorâmica de todo o livro. O esboço
de Eclesiastes permite conhecer, de maneira panorâmica, seu conteúdo de uma só
vez. Portanto, antes de iniciar a aula leia e analise o esboço juntamente com a
classe.
PALAVRA-CHAVE
Tempo; Duração relativa das coisas que cria no ser humano a
ideia de passado, presente e futuro; período continuo no qual os eventos se
sucedem.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Muitos
filósofos denominam os nossos dias de “a era do vazio e das incertezas”. Há uma
explicação para isso: a rejeição ã tradição bíblica propagada pelo Cristianismo.
Podemos perceber o desencadeamento desse processo na relativização da ética e
na total rejeição à verdade absoluta. Neste ambiente de contradições
filosóficas não existe verdade, e sim Verdades” desprovidas de qualquer
sentido.
O
livro de Eclesiastes mostra a crise de um homem que vive a falta de harmonia
existencial que hoje presenciamos.
Procurando
viver intensamente a vida, ele mergulhou num mundo duvidoso e sensual, para
descobrir que a vida sem Deus é um mergulho no vazio e uma corrida atrás do
vento.
I -
ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM
1. Datação do livro. Estudos indicam que
o relato dos fatos ocorridos em Eclesiastes podem ser datados por volta do ano
1000 a.C., período no qual o rei Salomão governava Israel De fato, o próprio
Eclesiastes diz ser o rei Salomão o autor da obra sagrada (Ec 1.1, cf. v. 1 2).
2. Conhecendo o
Pregador.
Salomão identifica-se como o pregador, traduzido do hebraico qoheleth (Ec
1.1,12). A palavra “pregador” deriva de qahal, expressão que possui o sentido de
“reunião" ou “assembleia”. A Septuaginta (que é a tradução da Bíblia
Hebraica para o grego) traduziu qoheleth pelo seu equivalente grego ekkiesia,
daí o nome Eclesiastes: uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma
reunião ou assembleia.
O
pregador foi Salomão, que já estava velho, mas tinha uma visão bem realista da
vida. Conforme registradas em Eclesiastes, e embora retratem um período de
declínio político, moral e econômico de Israel, suas palavras apontam para Deus
como a única fonte de satisfação, realização e felicidade humana.
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
O
nome Eclesiastes é uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma
reunião ou assembleia.
II –
DISCERNINDO OS TEMPOS
1. A transitoriedade
da vida.
Um tema bem claro em Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. Ela é efêmera,
passageira. E Salomão estava consciente disso (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta,
que “vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?”
(Ec 1.3). Esse é o dilema que Salomão procura responder.
A
vida é passageira, dura pouco. Por isso, muitos buscam satisfazer-se de várias
formas. Há os que acham que a sabedoria resolverá o seu problema (Ec 1.16-18;
2.12-16). Outros buscam preencher a sua alma com os prazeres dessa existência
(Ec 2.1-3). Ainda outros recorrem às riquezas (Ec 2.4-11). E, por último, há
aqueles que se autor realizam no trabalho (Ec 2.1 7-23). Tudo é vaidade! O
centro da realização humana não está nessas coisas.
2. A eternidade de
Deus.
Cerca de 40 vezes o Pregador refere-se a Deus no Eclesiastes. Ele o identifica
pelo nome hebraico Elohim, o Deus criador. Isto é proposital, pois Salomão
alude com frequência àquilo que acontece “debaixo do sol” (Ec 1.3,9,14; 2.18).
É debaixo do sol que está a criação; é debaixo do sol que o homem se encontra.
Mas
o Pregador tem algo mais a dizer. Ele quer destacar o enorme contraste entre a
criação e o Criador, mais especificamente entre Deus e o Homem. Deus é eterno,
onipotente, auto existente, enquanto o homem é finito, frágil e transitório.
Por ser mortal, o homem não deve fixar-se apenas nas coisas dessa vida, pois o
Deus Eterno pôs a eternidade em seu coração (Ec 3.11 - ARA).
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
Nas
Escrituras, o tempo se mostra na transitoriedade da vida e na eternidade de
Deus.
III - O
TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1. Na família. O Eclesiastes ensina
que uma das características de nossa vida é a brevidade. Por isso, devemos
usufruir com intensa alegria, juntamente com o nosso cônjuge e filhos, dos bens
que o Senhor nos proporciona (Ec 9.7-9), pois a vida pode rapidamente se
acabar.
Nesse
capítulo, Salomão refere-se a vários itens que eram j usados pelos israelitas
em ocasiões festivas (Am 6.6; Ct 1.3; 2 Sm 14.2; SI 104.15). O que isso
significa? Antes de mais nada, que o nosso lar deve ser uma permanente ação de
graças a Deus por tudo o que Ele nos concede.
Nossa
casa deve ser um lugar de celebração. Desfrutemos, pois, as alegrias domésticas
em companhia da esposa amada (Ec 9.9).
A
metáfora tem uma mensagem bastante atual: a família cristã, sem recorrerás
bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode
e deve alegrar-se intensamente. A vida do crente não precisa ser triste.
2. No trabalho. O trabalho não deve
ser um fim em si mesmo.
Quando
ele é o centro de nossa vida transforma-se em fadiga (Ec 5.16,17). Mas quando
deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter real significado, tornando-se algo
prazeroso, não pesado (Ec 5.18).
A
palavra traduzida do hebraico samach é "gozar”, evocando regozijo e
alegria. Isto significa que o nosso local de trabalho deve ser um lugar
agradável e alegre, fruto das relações interpessoais sadias.
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
O
relacionamento familiar; do crente deve ser intenso, assim como o trabalho deve
ser uma atividade prazerosa e agradável.
IV -
ADMINISTRANDO BEM O TEMPO
1. Evitando a falsa
sabedoria e o hedonismo. A busca pelo conhecimento tem sido o alvo do homem
através dos séculos. Salomão também empreendeu essa busca (Ec 1.17,18). Mas
quem procura o conhecimento desperta a consciência em relação ao mundo ao seu
redor, e é tomado por um sentimento de impotência por saber da própria
incapacidade de melhorar a natureza das coisas. Nesse aspecto, a busca do
conhecimento, como o objeto de realização pessoal, pode conduzir à frustração.
Semelhantemente,
a busca por prazer, por si só, configura uma prática hedonista e contrária a
Deus (Ec 2.1-3). Muitos são os que buscam a satisfação no álcool, drogas, sexo
etc. Tudo terminará num sentimento de vazio e frustração. Quem beber dessa água
tornará a ter sede (Jo 4.13). Somente o Evangelho de Cristo pode satisfazer
plenamente o ser humano.
2. Evitando a falsa
prosperidade e o ativismo. Em Eclesiastes 2.4-11, Salomão desconstrói a ilusão
daqueles que buscam, nos bens terrenos, a razão fundamental para a vida. A
falsa prosperidade leva o homem a correr desenfreadamente para acumular
riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama.
Tudo isso, conclui o sábio, é correr atrás do vento.
Por
outro lado, e não menos danoso, é a prática de um ativismo impiedoso, que pode
estar nas esferas da profissão ou de qualquer outra prática (Ec 2.17-23). Isso
também é correr atrás do vento. O trabalho, quando empreendido racionalmente,
não nos desumaniza, mas nos faz crescer como pessoas.
SINOPSE
DO TÓPICO (4)
Para
administrarmos bem o nosso tempo devemos começar por evitar a falsa sabedoria,
o hedonismo, a falsa prosperidade e o ativismo. Estes roubam-nos o tempo.
CONCLUSÃO
Vimos
que há um tempo para todas as coisas! Esse tempo é extremamente precioso para
ser desperdiçado! Por conta da transitoriedade da nossa existência, devemos
saber usar bem o nosso tempo, seja buscando conhecimento, seja desfrutando da
companhia de nossos familiares e, principalmente, servindo ao Senhor. Somente
Deus é eterno e somente Ele deve ser o centro de nossa busca.
ESBOÇO DO LIVRO DE ECLESIASTES
Autor: Salomão
Tema: A nulidade da vida à parte de Deus
Data: Cerca 935 a.C.
I.
Introdução: A inutilidade Geral da vida Natural (1.2-11)
II. A
inutilidade de uma vida egocêntrica (1.12 - 2.24-26)
A insuficiência da sabedoria humana - 1.12-18
A banalidade da vida (riquezas e prazeres) - 2.1-11 A transitoriedade das
grandes conquistas - 2.12-17 injustiça associada ao trabalho forçado - 2.18-23
O real prazer da vida está em Deus
III.
Reflexões diversas sobre as Experiências da Vida (3.1 — 11.6)
Concernentes às coisas de Deus - 3.1-22
Experiências vãs da vida natural - 4.1-16 Advertências a todos - 5.1—6.12
Provérbios diversos a respeito da sabedoria -
7.1—8.1 Sobre a justiça - 8.2—9.12
Mais Provérbios variados sobre a sabedoria -
9.13—11.6
IV. Admoestações
finais (11.7—12.14)
Regozijar-se
na juventude - 11.7-10 Lembrar-se de Deus na juventude - 12.1-8 Apegar-se a um
só livro e temer a Deus - 12.9-14 \Temer a Deus e guardar os seus mandamentos
VOCABULÁRIO
Hedonismo: Doutrina que ensina
o prazer como o bem supremo da vida.
Tangíveis: Tocável, sensível,
palpável.
Esfinge: Na Grécia antiga,
monstro fabuloso que propunha enigmas aos viandantes e devorava quem não conseguisse
decifrá-los. Pessoa enigmática, que pouco se manifesta e de quem não se sabe o
que pensa ou sente.
Niilismo: Ponto de vista que
considera que as crenças e os valores tradicionais são infundados e que não há
qualquer sentido ou utilidade na existência.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Exegético
“O
tema do livro de Eclesiastes é que ‘debaixo do sol [isto é, ‘sem Deus no
cenário’], tudo é vaidade’. A palavra-chave do livro é ‘vaidade’, que aparece
trinta e oito vezes, sendo usada para descrever coisas externas e tangíveis (Ec
2.15,19; 8.10,14), bem como pensamentos (Ec 1.14; 2.11). O vocábulo ‘vaidade’
origina-se do hebraico hebhel [...], que enfatiza aquilo que é efêmero e vazio.
A expressão Vaidade de vaidades’ indica a maneira hebraica de expressar um
superlativo (poderia ser traduzida como ‘muito fútil’). Este método também é
visto na expressão ‘lugar santíssimo’ (Êx 26.34), cujo significado literal no
idioma hebraico é ‘santo dos santos’.
[...]
A perspectiva de Salomão na época em que ele escreveu é a chave para entender o
livro de Eclesiastes de modo apropriado, e para explicar o seu pessimismo
geral. Salomão escreve do mesmo ponto de vista em que tinha vivido a maior
parte da sua vida, e a de ‘debaixo do sol’ (Ec 1.3, e 30 outras ocorrências). É
com a perspectiva terrena e secular que a vida se torna fútil. Ainda assim, há
momentos que a fé de Salomão em Deus se dá a conhecer (Ec 12.13,14 é
normalmente mencionado, mas este é somente o clímax de pensamentos como 2.25;
3.11,17...)” (Bíblia de Estudo
Palavras-Chave: Hebraico e Grego. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.701-02).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Bibliológico
“Peculiaridades
do Livro de Eclesiastes
A
palavra ‘Eclesiastes’ vem do grego. É o título do livro na Septuaginta e
significa: ‘Aquele que fala a uma assembleia’.
No
hebraico é Qohéleth. Pode ser traduzida de muitos modos como: ‘o Pregador, o
Sábio, o Velho, O que sabe, o Sapiente Venerado, o Colecionador de Máximas, O
que sabe que não sabe’.
Como
a palavra Qohéleth tem forma feminina, alguém pensa que deve significar uma
assembleia ou reunião. A mesma palavra de 1.1 aparece em 7.27, significando a
sabedoria dada por Deus para inspirar Salomão. Pode ser entendida como a
própria sabedoria pregando a sabedoria.
Qohéleth,
‘Pregador’, é empregado aqui como um nome de Salomão.
O
Eclesiastes revela um esforço buscando a felicidade. O autor procurou o bem
supremo na sabedoria, nos prazeres, na política, nos bens materiais, e concluiu
que tudo é vaidade e aflição de espírito.
Tem
sido considerado o livro mais misterioso do Cânon Sagrado. Para uns, é a
esfinge da literatura hebraica.
Alguém
acha que o texto apresenta uma alma em desespero, afirmando um materialismo
puro ou um niilismo ativo.
Há
uma opinião considerando o Eclesiastes um monólogo em que o Pregador expõe
sozinho suas ideias, ao contrário dos outros livros da Bíblia que, em geral,
têm uma forma de diálogo com Deus” (MELO, Joel Leitão de. Eclesiastes versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
pp. 17-18).
EXERCÍCIOS
1.
Quem é o autor do livro de Eclesiastes?
R:
Salomão.
2.
A que se refere o termo “Eclesiastes?
R:
A alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.
3.
Qual dilema Salomão procura responder no Eclesiastes?
R:
Sendo a vida tão curta que “vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, no que
ele faz debaixo do sol?” (Ec 1.3).
4.
Qual a mensagem atual da metáfora de Eclesiastes 9?
R:
A família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes
e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se intensamente.
5.
Como a falsa prosperidade se revela na vida do homem?
R:
Ela leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar
elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MELO,
Joel Leitão de. Eclesiastes versículo
por versículo. Rio de janeiro: CPAD, 1999.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n°56, p.40.
O TEMPO PARA TODAS AS
COISAS
Acredita-se
que Salomão é o autor do livro de Eclesiastes. De acordo com a tradição
judaica, ele teria escrito o livro na sua velhice, quando estava separado da comunhão
com Deus devido ao seu pecado. De acordo com a Bíblia de Estudo Pente- costal
(CPAD), o título do livro no hebraico significa "aquele que reúne uma
assembleia e lhe dirige a palavra", ou seja, pregador. Podemos observar
que o vocábulo "pregador" aparece setes vezes no livro (1.1,2,12;
7.27; 12.8-10).
Eclesiastes
é o registro da vida de um homem que teve tudo de melhor que a vida pode
oferecer, porém longe dos propósitos divinos, só encontrou vazio e desilusão.
Suas palavras foram: "vaidade" (Ec 1.2). A palavra vaidade empregada
em Eclesiastes significa vazio, sem valor, desilusão. Sem Deus a vida se torna
cansativa, enfadonha, decepcionante. De nada adianta trabalhar, ter dinheiro,
conhecimento e fama. Eclesiastes nos mostra que o caminho trilhado por Salomão
o levou a um vazio muito grande. Atualmente as pessoas também estão numa busca
desenfreada pelas coisas deste mundo, e o resultando é que o número de pessoas
deprimidas, ansiosas e doentes (no físico, na mente e na alma) vem aumentando
de modo assustador. O sentimento de vazio que existe na alma do ser humano não
pode e jamais poderá ser preenchido com coisas materiais, prazeres, psicotrópicos.
Este vazio só Deus pode preencher.
O
trabalho, assim como os bens materiais é bênção de Deus. Porém quando utilizado
de maneira errada, egoísta faz com que o sentimento de inutilidade logo se
estabeleça. Foi o que aconteceu com Salomão. Ele abandonou os preceitos de Deus
e deixou de usar o seu dom para benefício do seu povo, do próximo (2 Cr
10.4,5). As políticas adotadas por ele deixaram de serem boas (1 Rs 11). O
comércio com outras nações trouxe riquezas, mas também fez com que os deuses
estrangeiros se instalassem no meio do povo. O gasto com as construções superou
suas finanças e o jeito foi aumentar os impostos. O povo sofria com as taxas
cobradas. Ao morrer, Salomão deixou um reino que estava prestes a ruir. "É
tudo vaidade!"
A
vida com Deus é bela, porém muito curta. O tempo que temos é algo precioso. Por
isso, precisamos pedir ao Pai sabedoria para não desperdiçar o tempo que temos.
A sabedoria vai nos ajudar a desfrutar a vida com bom senso (SI 90.12). Como
despenseiros do Senhor teremos que prestar contas a Deus do uso que fizemos do
nosso tempo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A nossa era já foi
denominada pelos filósofos como sendo a “era do vazio” e das “incertezas”. Isso
tem uma explicação — com a rejeição da tradição implantada na cultura ocidental
pelo cristianismo, a sociedade mergulhou num vazio sombrio e numa era de
incertezas.
De repente o homem
ocidental se encontrou sem valores, sem absolutos e sem a crença no Deus
verdadeiro. A consequência disso tudo é percebida na relativização dos valores,
visto na fragmentação da ética e rejeição de uma verdade absoluta. Não existe
mais a Verdade, mas somente “verdades” e a história perde o seu sentido.
O livro de
Eclesiastes mostra a experiência de alguém que também teve essa sensação.
Procurando viver uma vida com intensidade, ele mergulhou profundamente em mundo
contingente e sensual para somente depois descobrir que sem Deus tudo isso é
perder tempo, mergulhar no vazio e correr atrás do vento.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
103-104.
A Morte Mostra que
Tudo é Inútil (3.1-22)
A doutrina dos
hebreus, segundo a lei, conseguiu criar uma vida útil, sem a esperança da
imortalidade. As declarações da sabedoria, que fomentam e interpretam a lei
também encontravam uma vida digna de ser vivida, mesmo sem a esperança de uma
"vida além desta”. Mas o triste filósofo viu a falácia nesse tipo de
crença. O homem morre como os animais, e cessa sua existência (vss. 19-20).
Alguns veem um vislumbre de esperança no vs. 21, como se o autor tivesse olhado
para o alto, por um momento, encontrando uma esperança de algo melhor para a
vida humana. O autor via um lugar de julgamento temporal na vida humana. tanto
para os bons quanto para os maus, mas não interpretava essa doutrina como sendo
uma administração séria de retribuição divina, a fim de que houvesse uma
prestação de contas. Certamente, ele não projetava ideias de uma vida pós-
morte. Antes, ele defendeu sua noção de Deus como a Causa Única, vendo-o
atuar em todas
as coisas e até permitindo a ação da injustiça (vss. 16-17). Tudo faria parte
da providência eterna, imutável (vs. 14) e inescrutável (vs. 11) da Causa
Única, o que também torna inteiramente sem proveito o labor de todo homem (vs.
9). O autor continua com seus pontos de vista niilistas (ver Eclesiastes 2.25,
quanto a uma definição), fazendo de Deus a causa do nada que ele observava no
mundo. É ridículo pretender que este capitulo apresente um judaísmo ortodoxo e
certamente também nada há de cristão no capítulo. Todos os tempos estão nas
mãos de Deus, mas ficamos boquiabertos diante daquilo que é atribuído ao
Senhor, enquanto Ele controla tudo.
“A história do mundo
é um ciclo de eventos e de seus opostos, que ocorrem interminavelmente. Contra
essa corrente de acontecimentos de ordem dual, determinada por Deus, o homem
nada pode fazer. Ele está cercado e amarrado, em todas as coisas e em todos os
lugares, por uma premente necessidade. O homem naturalmente pode trabalhar e
ter prazer nisso (Eclesiastes 2.10,24), aceitando o vislumbre de alegria que
Deus lhe dá, mas, no todo, sua obra é ineficaz e sem proveito (vs. 9), visto
que ele é impotente contra os acontecimentos fixos e prescritos de sua existência”
(O. S. Rankin, in loc,).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2712-2713.
Salomão confessou
como é vão procurar os prazeres desta vida cm vez de construir um
relacionamento com o Deus eterno. A busca desenfreada por prazer, prosperidade
e sucesso é. em última análise, decepcionante. Nada neste mundo pode preencher
o vazio e satisfazer o profundo desejo de nosso irrequieto coração.
Para curar o
sentimento de vazio, é preciso centrar-se em Deus. O amor dele pode preencher a
falta que o homem sente dentro de si. Tema a Deus e trabalhe cm prol de seu
Reino em vez de ocupar seu tempo de forma egoísta.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 875.
I -
ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM
Propósito
Esse livro,
juntamente com o livro de Provérbios, Cânticos, Jó e Salmos faz parte também do
gênero literário conhecido como "Literatura Sapiencial e também é
atribuído a Salomão: “Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém” (Ec
1.1). Embora tenha sido escrito pelo mesmo autor de Provérbios e mesmo
pertencendo ao mesmo gênero literário, todavia o livro de Eclesiastes possui um
estilo diferente. Eclesiastes assume o estilo de um discurso usado em
assembleias ou templo. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma
coletânea usada por Salomão em suas prédicas.
Ao contrário do que
muitos pensam, Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo ou desencanto com
a vida. O livro revela a avaliação feita por alguém que teve o privilégio de
viver a vida com intensidade e descobrir que a mesma é totalmente vazia se não
vivida em Deus! A própria sabedoria tão ovacionada nos Provérbios é tida como
tola quando usada para interesses pessoais e objetivos mesquinhos.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 106.
MAIS
DETALHES, VER A 1° LIÇÃO DO 1 TRIMESTRE DE 2013.
1. Datação do livro.
Data e canonicidade
Alguns intérpretes
querem nos fazer crer que Eclesiastes foi escrito em meados do século III a.C.
Acreditam que o livro revela a situação do contexto sócio-histórico do período
Inter bíblico quando a Palestina estava sob o domínio do Ptolomeus. Nesse período
o centro administrativo do regime ptolomaico estava no Egito. Por outro lado,
os intérpretes mais conservadores observam que esse livro é um relato dos fatos
ocorridos aproximadamente 1000 a.C, período no qual o grande Salomão governava
Israel. Como vimos, o próprio livro de Eclesiastes diz ser Salomão, rei de
Jerusalém e filho de Davi, o autor desse livro: “Palavra do Pregador, filho de
Davi, rei de Jerusalém” (Ec 1.1; 12).
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
105-106.
Se partirmos do
pressuposto de que os argumentos em favor de Salomão como autor do livro de
Eclesiastes são fortes, então teremos de pensar que a data de sua composição
gira em torno da época de Salomão, cerca de 990 A.C. Impressiona-nos o caráter
ímpar da linguagem usada e suas afinidades com as expressões fenícias, mesmo
que não aceitemos Salomão como o autor do livro. E podemos supor que este livro
seja bastante antigo, se é que sofreu a influência fenícia. Mas, se ficarmos
impressionados pela similaridade de ideias com certas ideias helenistas, então
talvez devamos pensar numa data de composição em torno de 225 A.C. A maneira
como os próprios judeus disputaram sobre o livro, tendo-o incluído no seu cânon
sagrado somente após muita relutância, a despeito de ele próprio reivindicar
haver sido escrito por Salomão, pesa em favor da data posterior.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2703.
Uma vez Salomão
aceito como o autor, a data e a ocasião ficam claras. Provavelmente ele
escreveu no finai de sua vida (num período não posterior a c. 931 a.C.), com a
principal intenção de advertir os jovens de seu reino, sem omitir os demais.
Ele os alertou para que evitassem viver segundo o caminho da sabedoria humana,
e os exortou a viverem de acordo com a sabedoria de Deus revelada (12.9-14).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 834.
Ec 1.1 Palavra do
Pregador, filho de Davi. No hebraico original, “pregador” é tradução de
koheleth, termo que também tem sido traduzido por filósofo, visto que o livro é
como o discurso de um filósofo pessimista, e não tanto como a pregação de um
rabino ou de um homem sábio. O autor chamou a si mesmo de filho de Davi, rei de
Jerusalém, o que nos dá razões para compreender que se tratava de Salomão. A
maior parte dos críticos, entretanto, pensa tratar-se de uma convenção
literária, e não de uma declaração séria de que Salomão tenha sido o verdadeiro
autor de Eclesiastes. Os costumes antigos, no tocante à autoria de um livro,
permitiam esse ponto de vista, já que um homem podia escrever no nome de
outrem; é o que se dá no caso presente, no qual Salomão, o mais sábio dos
homens, aparece como o autor sagrado, honrando-o como tal, ou, pelo menos,
assim o verdadeiro autor sacro o apresentou. Os antigos estavam acostumados a
essa espécie de “autoria", embora a questão fosse anacrônica. Em outras
palavras, não podemos aplicar nossas ideias sobre a alegada imoralidade de tais
reivindicações. Os antigos nada viam de errado nessa prática, a qual refletia
uma forma literária generalizada, como também um costume usual. Lutero negava a
veracidade da reivindicação da autoria de Salomão, e muitos outros estudiosos
emitem a mesma opinião, com base no conteúdo do livro, que, segundo eles
sentiam, não poderia ser atribuído ao mais famoso sábio de Israel. Ver esse
assunto, com opiniões a favor e contra, na Introdução, seção II. Quanto a uma
nota mais detalhada sobre a palavra hebraica koheleth, ver a seção I da
Introdução, I, Caracterização Geral.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2705.
A Vaidade do Mundo
Vv. 1-3 Aqui está: Uma
descrição do escritor deste livro; foi Salomão, pois nenhum outro filho de Davi
foi rei de Jerusalém; mas ele oculta seu nome Salomão, pacífico, porque por seu
pecado ele tinha trazido desgraça sobre ele mesmo e sobre seu reino, tinha
rompido sua paz com Deus e perdido a paz de sua consciência, e, portanto, não
era mais merecedor daquele nome. Chamo-me não Salomão, chamo-me Marah, pois:
Eis que, pela paz, eu tenho grande amargura (versão inglesa KJV). Mas ele chama
a si mesmo:
1. O pregador, o que
sugere seu caráter presente. Ele é Koheleth, que vem de uma palavra que
significa congregar; mas ela tem uma terminação feminina, pela qual, talvez,
Salomão pretenda censurar a si mesmo por sua fraqueza, que contribuiu mais do
qualquer coisa para sua apostasia; pois foi para agradar a suas esposas que ele
levantou ídolos, Neemias 13.26. Ou a palavra alma deve indicar a compreensão, e
assim Koheleth é:
(1) Uma alma
penitente, ou reunida, aquela que vagueou e foi pelo caminho errado como uma
ovelha perdida, mas agora foi convertida, recolhida de suas perambulações,
recolhida à casa para seu dever, e trazida finalmente a si mesma. O espírito
que foi dissipado após mil vaidades agora é controlado e feito para centrar-se
em Deus. A graça divina pode fazer de grandes pecadores grandes convertidos, e
renovar para o arrependimento até aqueles que, depois de conhecerem o caminho
da retidão, se desviaram dele, e curar sua apostasia, apesar de ser uma
situação difícil. Deus aceitará somente a alma penitente, o coração quebrantado,
não a cabeça curvada como o junco apenas por um dia, o arrependimento de Davi,
não o de Acabe. E somente a alma recolhida é a alma penitente, que volta de
seus atalhos, que não mais estende seus caminhos com os estranhos (Jr 3.13),
mas está ligada ao temor do nome de Deus. Da abundância do coração a boca
falará, e então nós temos aqui as palavras do penitente, e estas publicadas. Se
os professores eminentes da religião caem no pecado bruto, eles estão
preocupados, pela honra de Deus e reparo dos danos que fizeram ao seu reino,
para testemunhar abertamente seu arrependimento, de modo que o antídoto possa
ser administrado tão extensivamente quanto o veneno.
(2) Uma alma
pregadora, ou reunindo. Sendo ele mesmo reunido à congregação dos santos, fora
da qual por seu pecado havia sido prostrado, e sendo reconciliado com a igreja,
ele se empenha para reunir outros que foram pelo caminho errado como ele, e
talvez o tenham feito por causa do seu exemplo. Ele, que fez tudo para seduzir
seu irmão, deve fazer tudo o que pode para restaurá-lo. Talvez Salomão tenha
chamado seu povo para congregar-se com ele, como fez na dedicação do templo (1
Rs 8.2), e agora em sua própria reedificação. Naquela assembleia, ele presidiu
como a boca do povo em oração a Deus (v. 12). Deus, pelo seu Espírito, fez dele
um pregador, em sinal de sua reconciliação; uma comissão é um perdão
subentendido. Cristo testemunhou suficientemente seu perdão a Pedro entregando
à sua confiança seus cordeiros e rebanho. Observe que penitentes deveriam ser
pregadores; aqueles que se preveniram para voltar e viver, deveriam prevenir
outros para não ir e morrer. E tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.
Pregadores devem pregar a almas, porque só é adequado para alcançar o coração
aquilo que vem do coração. Paulo serviu a Deus em seu espírito, no evangelho de
seu Filho, Romanos 1.9.
2. O filho de Davi.
Seu uso desse título íntimo: (1) Que ele considerava isto uma grande honra, ser
o filho de um homem tão bom, e o valorizava muito. (2) Que ele também
considerava isto como grande agravação de seu pecado, ter semelhante pai, que
lhe deu uma boa educação e planejou muito uma boa oração para ele; corta seu
coração que ele devesse ser uma difamação e desgraça para o nome e a família de
alguém como Davi. Agrava o pecado de Jeoaquim o fato de ele ser filho de
Josias, Jeremias 22.15-17. (3) Que o fato de ele ser o filho de Davi o
encorajou a arrepender-se e ter esperança de misericórdia, pois Davi caiu no
pecado, pelo qual ele deveria ter sido avisado para não pecar, mas não foi; mas
Davi se arrependeu, e desse modo ele tomou seu exemplo e encontrou misericórdia
assim como ele. Mas isso não era tudo; ele era o filho de Davi a respeito de
quem Deus havia dito que, apesar de que castigaria sua transgressão com a vara,
Ele não violaria sua aliança com ele, Salmos 89.34. Cristo, o grande pregador,
era o Filho de Davi.
3. Rei de Jerusalém.
Ele faz menção disso: (1) Como aquilo que foi a grande agravação de seu pecado.
Ele era um rei. Deus fez muito por ele, levando-o ao trono, e ainda assim ele
retribuiu de forma ruim; sua dignidade tornou o mau exemplo e influência de seu
pecado mais perigosos, e muitos seguiriam seus caminhos perniciosos,
especialmente enquanto ele foi rei de Jerusalém, a cidade sagrada, onde estava
o templo de Deus, e também suas próprias construções, onde os sacerdotes, os
ministros do Senhor, estavam, e seus profetas, que lhe ensinaram coisas
melhores. (2) Como aquilo que pode beneficiar o que ele escreveu, pois a
palavra do rei tem autoridade suprema. Ele acredita que não existe menosprezo
para ele, como rei, em ser um pregador; mas as pessoas o respeitariam mais como
pregador porque ele era um rei. Se os homens de honra se dispusessem a fazer o
bem, que grande acordo de bem eles poderiam fazer! Salomão parecia tão bem no
púlpito, pregando a vaidade do mundo, quanto em seu trono de marfim, julgando.
A paráfrase dos
Caldeus (que, neste livro, acrescenta muito ao texto, ou comenta sobre ele, o
tempo todo) dá sua explicação sobre Salomão escrever esse livro, que pelo
espírito da profecia ele previu a revolta das dez tribos das mãos de seu filho,
e, no decorrer do tempo, a destruição de Jerusalém e a casa do santuário, e o
cativeiro do povo: Vaidade de vaidades! É tudo vaidade; e a isso ele aplica muitas
passagens neste livro.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 892-893.
O mundo como parece
(1.1-11)
Observada de um ponto
de vista, a vida certamente não parece ter muito sentido. Um homem trabalha
duro a vida inteira, mas não ganha nada com isso. No final, ele morre e perde
tudo. A mesma coisa acontece de geração em geração; nada muda (1.1-4). O sol nasce
e se põe, e depois no dia seguinte nasce novamente — e isso continua dia após dia.
O vento sopra mas nunca fica exausto, fazendo o círculo para percorrer o mesmo curso
de novo. Ano após ano, os rios derramam suas águas no mar, mas os rios nunca secam,
e o mar nunca se enche (v. 5-7). Nada existe, a não ser o movimento constante e
enfadonho, mas nada muda de verdade, nada satisfaz. O passado vai se repetir no
futuro; mas o passado logo é esquecido e o mesmo destino aguarda o futuro (v.
8-11). 1.1 V. Introdução, do mestre-, o heb. Qõhelet é uma forma de particípio
feminino, o que sugere que originariamente significava uma ocupação, mas mais
tarde veio a ser aplicado a uma pessoa engajada em tal ocupação.
DONALD
C. FLEMING. Comentário Bíblico NVI.
Editora Vida. Eclesiastes. pag. 960.
Ec 1.1 O autor de
Eclesiastes, Salomão, o rei de Israel, referiu-se a si mesmo corno o pregador,
o líder da assembleia. Na verdade, ele desempenhou estas duas atividades:
reunia o povo para ouvir a mensagem e proferia sábios discursos e provérbios.
Salomão foi um homem que teve tudo que as pessoas desejam (sabedoria, poder,
riquezas honra, reputação e o favor de Deus); foi o único que falou acerca do
imenso vazio no coração do homem, que não pode ser suprido com o que este mundo
tem a oferecer. O rei tentou mostrar às pessoas que elas não deveriam depositar
sua confiança em seus esforços, suas habilidades e sua justiça, e sim em Deus.
e que deveriam comprometer-se com o Senhor o fazer dEle a sua única razão para
viver.
Ec 1.1-11 - Salomão
tinha um objetivo ao escrever de modo cético e pessimista. Em sua velhice,
relembrou tudo o que havia feito, e muita coisa lhe pareceu sem sentido. Na
cultura judaica, era comum acreditar que somente as pessoas boas prosperavam;
as más sofriam; porém isto não é verdade. Salomão escreveu Eclesiastes apos ter
provado e realizado muitas coisas boas. mas descobriu que longe de Deus nada o
faria feliz. Por isso. deixou este livro como um legado, a fim de que seus leitores
evitassem as mesmas buscas insensatas. Se tentarmos descobrir um significado
maior em nossas realizações, e não em Deus. nunca ficaremos satisfeitos e tudo
aquilo que buscarmos se tornará sem sentido.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 876.
2. Conhecendo o
Pregador.
Ao escrever sobre a
autoria salomônica de Eclesiastes o escritor William McDonald destaca:
A tradição judaica
atribui a autoria de Eclesiastes a Salomão, e vários estudiosos cristãos ao
longo dos séculos aceitaram essa interpretação até não muito tempo atrás. Essa
evidência, aliada ao fato de que os argumentos linguísticos contrários à
autoria salomônica têm sido seriamente desafiados por especialista em hebraico,
leva-nos a optar pela autoria salomônica, conforme a sustenta o ponto de vista
judaico-cristão tradicional.
MacDonald ainda
acrescenta os argumentos indiretos e diretos a favor da autoria salomônica de
Eclesiastes:
Uma vez que a opinião
tradicional nunca foi totalmente refutada, a despeito do baixo nível de
aceitação hoje em dia, entendemos ser apropriado continuar afirmando a autoria
salomônica. Entre os indícios indiretos da autoria salomônica está a referência
ao escritor como “filho de Davi, rei de Jerusalém” (Ec 1.1,12). Embora a
palavra “filho” se refira a um descendente posterior, o termo adquire
relevância quando combinado a detalhes diretos e conhecidos da biografia do rei
Salomão.
Muitos entendem a
expressão “fui rei” (Ec 1.12; d. NTLH, NVI, ARC e AR (exceto a ARA) como prova
de que o escritor não era rei quando escreveu o livro e, portanto, não pode ser
Salomão, uma vez que morreu ocupando o trono. Contudo, não se trata de uma
inferência necessária. Salomão pode ter escrito o livro durante a velhice e
haver usado a expressão em referência a seu passado.
As referências
históricas diretas em Eclesiastes se encaixam perfeitamente à vida de Salomão
(e à de ninguém mais): 1) Salomão era grande em sabedoria (1.16); 2) muito rico
(2.8); 3) aproveitou a vida ao máximo; 4) tinha muitos servos (2.7); 5) ficou
famoso por seus programas de construção e aprimoramentos (2.4-6).
Salomão, portanto,
autor de Eclesiastes, identifica-se como o “Pregador”, termo que traduz o
hebraico qoheleth. “Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém” (Ec
1.1,12). A palavra “Pregador” deriva de gahal, um outro termo hebraico que
possui o sentido de “reunião” ou “assembleia”. A Septuaginta traduziu qoheleth
pelo seu equivalente grego ekklesia, daí o nome Eclesiastes. Eclesiastes,
portanto, é uma referência a alguém que fala ou discursa em uma reunião ou
Assembleia — esse homem foi o sábio Salomão, que por esse tempo já estava velho
e com uma visão mais realista da vida. De fato, as suas palavras, conforme
registradas em Eclesiastes, embora retratem um período de declínio político,
moral e econômico apontam para a única fonte de satisfação, realização e
felicidade, Deus.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
104-105.
Essência do Capítulo
1. “Koheleth (o pregador) assevera que o curso da natureza não se altera. O
presente é como o passado; coisa alguma é nova, e essa eterna igualdade
continua a ser a natureza da existência humana. O autor teve uma experiência de
vida bem ampla e já havia aprendido que isso não nos conduz a nenhuma vantagem
duradoura. A sabedoria que ele possuía não fazia diferença alguma em suas
condições, exceto pelo fato de que isso aprofundava a tristeza causada por sua
compreensão da utilidade da vida” (O. S. Rankin, introdução ao livro).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2705.
Título do Livro (1.1)
Neste versículo inicial o escritor nos dá o
título do livro. Ele o chama de As palavras do Pregador. O termo hebraico é
qoheleth, vem de kahal e significa aquele que agrega ou ajunta uma congregação.
A Septuaginta5 traduziu a palavra por Ecclesiastes, que veio para a Bíblia
inglesa como o nome do livro e de forma muito semelhante (Eclesiastes) para a
nossa Bíblia portuguesa. A tradução deriva de ecclesia, a palavra grega que
traduzimos por “igreja”. Assim, o autor se referiu a si mesmo como um pregador
ou professor religioso.
Mas quem é esse pregador? Se compreendermos o
versículo 1 literalmente, ele era o rei Salomão — pois não houve nenhum outro
filho de Davi que foi rei em Jerusalém. Todavia, compreender este versículo
literalmente deixa outras passagens do livro sem explicação. Veja a discussão
deste problema na Introdução, “Autoria”.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 432.
O perfil
autobiográfico do escritor do livro aponta de modo inequívoco para Salomão. As
evidências são muitas, tais como: 1) os títulos indicam Salomão, "filho de
Davi; rei de Jerusalém" (1.1) e "rei de Israel, em Jerusalém"
(1.12); 3) a odisseia moral do autor narra a vida de Salomão (lRs 2—11); 3) o
papel daquele que "ensinou ao povo o conhecimento" e escreveu
"muitos provérbios” (12.9) corresponde à sua vida. Tudo isso aponta para
Salomão, o filho de Davi, como o autor.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 834.
Autoria e data
O nome Eclesiastes é
uma transliteração em português do título grego dado ao livro pelos tradutores
da Septuaginta. A palavra hebraica da qual os tradutores derivaram esse título
é qõhelet, o nome com que o autor do livro se intitula. E difícil saber o que o
autor tinha em mente quando escolheu qõhelet como seu pseudônimo. A palavra
está relacionada a convocar ou reunir uma congregação.
Possivelmente
significava alguém que convocava ou, mais provavelmente, quem falava a um
encontro de pessoas, e daí (via o grego ekklêsiastès) o conhecido título em
português “o Pregador”. Se era “pregador”, então ele era, no mínimo, um pregador
bem heterodoxo, e não convencional. Outras sugestões como filósofo, orador,
argumentador ou professor provavelmente são descrições mais próximas da posição
adotada pelo autor.
Tem havido muita
disputa acerca da identidade do autor. Hoje, praticamente todos os estudiosos
do AT, até os mais conservadores, são da opinião de que um rei que viveu no
século XX a.C. não pode ter sido o autor de Eclesiastes. Eles argumentam que o
hebraico do livro é muito tardio e aponta para uma época em que o aramaico
estava se tornando a língua popular da Palestina. Alguns chegaram a argumentar
que o livro foi escrito originariamente em aramaico e depois traduzido para o
grego. Gordis, no entanto, argumenta de forma convincente contra esse ponto de
vista, acrescentando a sugestão de que o autor muito provavelmente falava tanto
aramaico quanto hebraico, mas que escreveu as suas eruditas palavras em
hebraico, embora com uma coloração aramaica. Palavras e construções aramaicas
hebraizadas, além da ocorrência de palavras emprestadas da língua persa e da
evidente influência grega sobre a língua, parecem apoiar uma data de composição
do livro em algum ponto dos séculos IV ou III a.C.
A tradição da autoria
de Salomão se originou nos detalhes biográficos dos dois primeiros capítulos.
Parece que o nosso autor seguiu a prática comum de se identificar com alguma pessoa
importante para acrescentar peso ao seu argumento. Nesses dois capítulos, ele se
coloca na posição de Salomão (embora se deva observar que em nenhum lugar ele se
chame de Salomão) cuja sabedoria, diligência, riqueza e estilo geral de vida
fornecem ao autor um pano de fundo apropriado para as suas reflexões
introdutórias acerca do ditado (possivelmente também de Salomão): “Vaidade de
vaidades” (versões tradicionais; Que grande inutilidade!, NVI). Essa seção (1.12—2.26)
é apenas uma das muitas peças literárias breves que o autor colecionou nesse livro
(v. Composição e estilo a seguir), e é somente nessa seção que ele assume a
identidade salomônica. Seus comentários incisivos em outros pontos do livro
acerca da injustiça, tolice, opressão e crueldade dos governantes dificilmente
refletem o ponto de vista de um rei (e.g., 3.16; 4.1,13-16; 5.8. 8.3ss; 10.4-7,16-20).
A autoria anônima não
é empecilho para nossa compreensão do ensino do livro. O valor de um livro
deriva da verdade inerente a ele, e não do nome do seu autor. Pouco se sabe da
vida pessoal do autor.
Sendo um dos sábios,
sem dúvida pertencia à classe superior e muito provavelmente vivia em Jerusalém
(observe sua pressuposição de que seus leitores frequentavam o templo e sua
familiaridade com a vida nos escalões mais altos do governo: 5.1,2,8; 8.2,3;
10.4).
Ele provavelmente
ensinava em uma das escolas de sabedoria da cidade, e esse livro indica um
pouco do conteúdo e do estilo do seu ensino (12.9,10). Concluímos dos seus escritos
que era observador perspicaz, uma pessoa sensível, embora ao mesmo tempo tivesse
gosto apurado pelas coisas boas da vida. Tinha ampla experiência da qual
extrair ilustrações para os seus ensinamentos.
Seus comentários
nostálgicos do desfrutar da juventude (11.9) e a descrição comovente do
declínio na velhice (12.2-7) sugerem que ele tenha escrito o livro no final da
vida.
DONALD
C. FLEMING. Comentário Bíblico NVI.
Editora Vida. Eclesiastes. pag. 958-959.
As palavras do
pregador - literalmente, "As palavras de Koheleth, filho de Davi, rei de
Jerusalém". Mas o Targum explica-o assim: "As palavras da profecia,
que Koheleth profetizou, o mesmo é de Salomão, filho de Davi, o rei, que estava
em Jerusalém. Para quando Salomão, rei de Israel, viu com o espírito de
profecia que o reino de Roboão, seu filho, estava prestes a ser dividido com
Jeroboão, filho de Nebate, e a casa do santuário estava prestes a ser
destruída, e o povo de Israel enviado para o cativeiro, ele disse em sua
palavra - Vaidade das vaidades é tudo o que eu tenho trabalhado, e Davi, meu
pai, pois eles são totalmente vaidade "A palavra (Kohéleth) é um
substantivo feminino, a partir da raiz (kahal), recolher, juntar, montar, e
significa, ela que monta ou coleta uma congregação, traduzido pela Septuaginta,
ekklhsiasthv, um orador público, um proclamador em uma montagem, e, portanto
traduzido por nós como um pregador. No antigo MS da Bíblia é explicado assim:
um locutor para pessoas, ou muitas junto.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
II –
DISCERNINDO OS TEMPOS
1. A transitoriedade
da vida.
Um dos temas bem
claro no livro de Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. A vida é efêmera,
passageira. Salomão está consciente disso: “Geração vai e geração vem; mas a
terra permanece para sempre” (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta, “que proveito
tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Ec
1.3).
É o que o Pregador
procurará responder. Muitos procuram driblar e viver fugaz com as mais várias
formas de satisfação. Há aqueles que acham que possuir muita sabedoria
resolveria o problema (Ec 1.16-18; 2.12-16); enquanto outros buscam no prazer
essa mesma resposta (Ec 2.1 -3); ainda outros procuram compensar isso com uma
vida cheia de posses (Ec 2.4-11) e por último há aqueles que buscam suas
realizações no próprio trabalho (Ec 2.17-23). Tudo é vaidade! O centro de
realização e satisfação não está nessas coisas.
Por sua vez a obra
ThePulpit Commentary comenta Eclesiastes 1.4: Geração vai e geração vem — A
tradução vez enfraquece a força do original, que é uma geração [que] vai e vem
de uma geração. O homem é apenas um peregrino sobre a terra, ele logo passa, e
os seu lugar é ocupado por outro (...) Embora a sucessão constante de gerações
de homens passa, a terra permanece inalterada e imóvel. Se os homens fossem tão
permanentes como é a sua morada, seu trabalho podia lucrar, mas como as coisas
estão, o doloroso contraste entre os dois se faz sentir. O termo “para sempre”,
como o grego eis ton aiona, não implica necessariamente a eternidade, mas
muitas vezes denota duração limitada ou condicionada, como quando o escravo é
contratado para servir a um mestre “para sempre” (Ex 21,6), ou para as colinas
que são chamadas de “eternas”. Este versículo dá um exemplo de crescimento e
decadência, em contraste com uma continuidade insensata.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
106-107.
Ec 1.4 Geração vai, e
geração vem. Cada indivíduo é levado a pensar que pertence a algo especial, ou
que tem algo especial a fazer. Mas cada indivíduo passa, conforme acontece e
aconteceu a todos os outros. Não há vida além do sepulcro que redima esse
desperdício. Além disso, não há reencarnação que dê continuidade à existência
ou crie propósito para ligar as gerações, cooperando para alguma espécie de
benefício. O autor sacro nada descobriu de remidor na vida humana. A única
coisa permanente são as mudanças, mas essa é uma falsa permanência.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2705.
Vv. 4. Para provar a vaidade de todas as
coisas debaixo do sol, e sua insuficiência para nos fazer felizes, Salomão aqui
mostra: 1. Que o tempo da nossa alegria nessas coisas é muito curto, e somente
enquanto nós temos contentamento, como o jornaleiro, no seu dia. Nós
continuamos no mundo, mas por uma geração, que está continuamente de passagem
para dar lugar à outra, e nós estamos passando junto com ela. Nossas posses
mundanas nós conseguimos recentemente de outros, e devemos logo deixar para
outros, e então para nós elas são vaidade; elas não podem ser mais substanciais
do que a vida que é seu substratum, e
aquela é um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Enquanto a
correnteza da humanidade está continuamente fluindo, quão pequena alegria tem
uma gota de tal correnteza da agradável margem entre a qual ela se move! Nós
podemos dar a Deus a glória dessa constante sucessão de gerações, pela qual o
mundo teve sua existência até aqui, e terá até o fim dos tempos, admitindo sua
paciência em dar continuidade a essa espécie pecadora e seu poder na
continuação dessa espécie mortal. Nós podemos também ser apressados em fazer o
trabalho de nossa geração solicitamente, e servi-la fielmente, porque ela
acabará em pouco tempo; e, para preocupação da humanidade em geral, nós
deveríamos levar em conta o bem-estar das gerações sucessoras; mas, para nossa
própria felicidade, não devemos esperar isso dentro de tais limites reduzidos,
e sim em um descanso eterno e consistente. 2. Que, quando nós deixarmos este
mundo, nós deixaremos a Terra para trás, que permanece para sempre onde está, e
portanto as coisas da Terra não podem nos sustentar em lugar nenhum em um
estado futuro. E bom para a humanidade em geral que a Terra dure até o fim dos
tempos, quando ela e todo o trabalho nela estarão queimados; mas o que é isso
para determinadas pessoas, quando forem removidas para o mundo dos espíritos?
3. Que a condição do homem é, nesse sentido, pior do que até aquela das
criaturas inferiores. A Terra permanece para sempre, mas o homem permanece sob
a Terra somente por pouco tempo. O sol se põe de fato todas as noites, ainda
que nasça novamente pela manhã, mais brilhante e novo a cada vez; os ventos,
apesar de movimentarem seu ponto, mesmo assim eles ainda estão em um ponto ou
outro; as águas que vão para o fundo do mar voltam dele novamente. Mas o homem
se deita e não se levanta, Jó 14.7,12.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 894-895.
Ilustrações da natureza. (v4) Se um homem
olha apenas para o ambiente físico da vida, ele encontra somente as respostas
que o mundo material pode oferecer. Aqui, Qoheleth mostra quatro desses fatos
frustrantes. A terra física é mais duradoura que a vida terrena do homem: Uma
geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece (4). Esta
terra não foi destinada a durar para sempre (2 Pe 3.10), mas tem durado além de
vidas terrenas de incontáveis gerações de homens. Se a vida aqui é tudo que
existe, o Pregador é convincente ao defender o seu ponto de vista.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 433.
Ec 1.3 Que proveito
tem o homem de todo o seu trabalho...? O autor sacro ataca aqui o trabalho do
homem, para ilustrar a sua tese e, contra o restante do Antigo Testamento,
descobre que essa é apenas uma das muitas formas de vaidade, inutilidade e
vazio; nada senão sopro, a brisa que passa e se vai em um instante, sem ter
conseguido realizar nada de novo.
Que proveito...? Algo
que nos concede alguma vantagem ou algo de valor. Esta palavra aparece nove
vezes no livro, sempre em contextos negativos: Eclesiastes 1.3; 2.11,13; 3.9;
5.9,16; 7.11; 10.10,11. Todo proveito, porém, é inútil, visto que não há
proveito genuíno em coisa alguma que os homens façam à face da terra.
Debaixo do sol. Em
todos os lugares, por toda a parte, à face da terra, os homens trabalham em alguma
coisa, levando a sério a si mesmos e a seu trabalho. Muitos homens fazem de seu
labor a própria vida, como se fosse uma esposa; eles casam com o trabalho e
dedicam a ele toda a energia. Mas, sob um escrutínio mais acurado, o autor
sacro descobriu que todo o labor era ignorante, estúpido e inútil. Trabalhar ou
não trabalhar, tudo se reduz ao nada.
Os vss. 3-8 foram
escritos como uma composição poética, cuja substância é a de que a natureza
revela uma monotonia mortífera, que termina em nada. O autor sagrado apresenta
várias ilustrações dessa mesma espantosa vaidade: não há proveito final no
labor humano. Os homens trabalham a fim de ganhar alguma coisa, fixando sua
atenção nisso, mas um vácuo espera por toda essa labuta. Por outro lado, não
trabalhar conduz os seres humanos ao mesmo alvo: o nada. Se levássemos a sério
o que disse o autor sagrado, todos pararíamos de trabalhar para desfrutar os
prazeres, que também são inúteis, mas, pelo menos, divertem e enchem de alegria
nossa mente.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Hagnos. pag. 2705.
3. Que proveito tem o
homem de todo o seu trabalho. Da raiz, "restar", a palavra proveito
transmite aqui mais a ideia de "vantagem" do que de "lucro"
(cons. 7:11). Se uma pessoa encara a vida simplesmente em termos de valores
terrenos, não há nenhuma vantagem discernível para lutar e labutar. O autor
prossegue então para provar sua tese por meio de um exame dos vários setores da
atividade humana.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Eclesiastes. pag. 4.
Ec 1.3 Já demos uma
olhada nesta passagem para observar a frase debaixo do sol, que arma o cenário
para o livro como um todo de acordo com esta introdução, a sequência considera
a vida dentro dos limites mundanos que são iguais para todos os homens.
Que proveito tem o
homem...? é uma pergunta prática e característica. A palavra aqui traduzida
como “proveito” extraída do mundo dos negócios, só se encontra neste livro nas
Escrituras. Mas antes de a excluirmos
como cínica ou mercenária, lembremo-nos de uma pergunta parecida no Evangelho:
“Que aproveita ao homem... ?” Esta não é a única passagem em que Cristo e
Coelet falam a mesma linguagem. É uma pergunta justa. Qualquer ideia romântica
que pudéssemos ter, enfrentado uma situação desesperadora, ela logo se
evaporaria se não houvesse um outro tipo de situação. Mas quem nos garante que um dia a situação será outra? “A
gente gasta a vida trabalhando, se esforçando, e a final que vantagem leva em
tudo isso?” – esta poderia ser uma
tradução livre deste versículo.
KIDNER.
Derek,. A Mensagem de Eclesiastes.
Editora ABU. pag 12.
Ec 1.3 proveito. E o
provento ou ganho recebido pelo trabalho.
Uma palavra repetida
e bastante importante para Salomão (cf. 3.19; 5.9,11,16; 6.7,11; 7.11-12;
10.10). Ele olha para os fugazes momentos da vida e. o aparentemente pequeno
ganho pela atividade do homem debaixo do sol. Os únicos esforços duradouros são
os destinados a cumprir os propósitos de Deus visando à eternidade, trabalho.
Essa palavra não se refere apenas às atividades destinadas à sobrevivência, mas
a todas as obras do homem, debaixo do sol. Essa frase aparece c. 30 vezes para
descrever a vida cotidiana.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 836.
Ec 1.16-17 Disse
comigo: Eis que me engrandeci e sobrepujei. O grande Salomão, que tinha obtido
toda aquela fantástica sabedoria, mais que qualquer homem em Jerusalém, antes
ou depois dele, e que tinha vastíssima experiência e conhecimento, chegou à
conclusão de que até mesmo isso era “correr atrás do vento" (vs. 17). Por
que deveria haver algo tão completamente inútil? Por ser incompleto? Em parte,
mas não somente por essa razão: porque em si mesmo nada valia. Isso contradiz
toda a literatura do tipo positivo, onde a sabedoria é o tesouro que deve ser
obtido, para uma vida plena, feliz e útil (Pro. 4.13). Toda a literatura de
sabedoria esforça-se por convencer os homens de que obter sabedoria é uma
experiência útil e recompensadora, muito desejável e digna de ser buscada.
Ademais, a sabedoria está alicerçada na lei, e isso era tudo para os hebreus.
Por conseguinte, temos aqui o espetáculo de um sábio a descobrir, no fim, que a
lei não era tão boa assim, algo inconcebível para a mentalidade dos hebreus.
O Poeta Sacro Fez
Julgamentos de Valores. Ele descobriu tanto a insensatez quanto a sabedoria, e
veio a compreender ambas as coisas, mas isso não lhe fez bem algum, nem o levou
a nenhuma finalidade; não resolveu problemas para ele, porquanto a busca
inteira era fútil. Se um homem não acredita na existência pós- vida, o que
acontecia com o autor sagrado, é fácil saber por que ele termina chegando a tal
conclusão.
Não existe método
para distinguir, de modo absoluto, a verdade do erro, a sabedoria da
insensatez. Poderia haver ilusão no processo inteiro. O que parecesse
sabedoria, na realidade, poderia ser apenas insensatez disfarçada. Se essa era
uma das posições defendidas pelo triste filósofo, então ele terminou em um
pessimismo relativo.
Ec 1.18 Porque na
muita sabedoria há muito enfado. Supostamente, a sabedoria nos diz como as
coisas devem ser, mas vemos que elas não são daquela maneira e nos sentimos
vexados. A sabedoria traz consigo uma espécie de fraqueza e derrota, antes da
sorte, o que nos maltrata a despeito do que sabemos. Sua aquisição, longe de
aliviar a depressão criada por um ponto de vista mundial pessimista, na
realidade aumenta a angústia mental (a tristeza) e o abatimento de coração. O
conhecimento é o aliado da sabedoria e produz o mesmo efeito que ela. Quanto
mais conhecemos sobre nosso próprio “eu” e sobre o dos outros, mais pessimistas
nos tornamos quanto aos ideais.
Quatro Máximas dos Vss.
15-18:
1. O homem sábio, com
sua doutrina de Deus como Causa Única, amargura-se perante o que a sorte faz, e
não vê recurso contra isso (vs. 15).
2. O sábio busca um
guia infalível para a vida e a existência, e, quando não descobre nenhum guia,
amargura-se e sente-se abandonado (vs. 16). Sua sabedoria acaba
decepcionando-o, pois promete mais que entrega.
3. O aumento da
sabedoria e do conhecimento traz maior senso de fraqueza e fracasso. A
sabedoria não oferece solução para o problema da tragédia humana (vs. 17).
4. Aplicar sabedoria
à vida é, no mínimo, incerto. Nisso, manifesta-se a tristeza (vs. 18).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2707-2708.
Uma Investigação e
uma Descoberta (1.17-18)
No versículo 17, o
Pregador reafirma seu esforço para conhecer a sabedoria, mas adiciona uma
palavra a respeito de suas técnicas de estudo. Ele tentou adquirir sabedoria
por meio do conhecimento de opostos, os desvarios e as loucuras. Esta não foi
só uma tentativa para experimentar todos os fatos. Muitos comentaristas dão a
entender que esta foi uma investigação mais profunda da mente numa busca por
princípios pelos quais alguém pode distinguir a sabedoria dos desvarios e
loucuras. Mas Qoheleth descobriu que mesmo uma teoria do conhecimento pode ser
uma aflição de espírito. .
Existe uma verdade no
versículo 18 que é descoberta por uma personalidade em crescimento. Quanto mais
sabedoria alguém adquire, mais lacunas essa pessoa reconhece que existem, e
menos satisfeita ela se torna com seu desenvolvimento. “Aquele que vive mais de
uma vida, mais de uma morte precisa morrer”. Mas quem iria querer afastar as
dores do conhecimento à custa de continuar ignorante? Quem iria tentar afastar
as tristezas da perda dos amados ao se recusar a amar? Crescemos quando
avançamos na busca pela vida. Privar-se dessa busca é errar e perder o alvo.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 435.
Ec 1.16-18 - Quanto
mais se compreende a vida, maior a dor e a dificuldade. Por exemplo, quanto
mais você conhece uma instituição.
mais imperfeição
encontra à sua volta, quanto mais você observa, mais o mal se torna evidente.
Quando se começa, como Salomão, a encontrar o significado da vida, deve-se
estar pronto para sentir, pensar, questionar-se e fazer mais. Você está pronto
a pagar o preço pela sabedoria?
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 876.
Ec 2.12 Então passei
a considerar a sabedoria e a loucura e a estultícia. Ao iniciar a leitura do
versículo, encontramos uma diferença de opinião quanto ao seu significado.
Alguns dizem que o homem diligentemente procurou a sabedoria, a loucura e a
estultícia, como opções na busca da felicidade. Mas, conforme Gordis, isso
poderia significar: “Voltei-me para considerar a sabedoria, mas notei ser ela
estupidez e estultícia”. Essa é uma declaração radical para um homem “sábio”,
porquanto se supunha que ele encontrasse aí o significado da vida (Pro. 4.13),
pois a sabedoria prometia dar vida. Lembremos de que a sabedoria vem através do
estudo e da prática da lei mosaica, dentro de um contexto hebreu. Assim sendo,
esse “homem sábio” assegurava que até isso é totalmente vão, uma forma de
loucura e insensatez, algo que um hebreu ortodoxo jamais teria dito. Pura
blasfêmia! Nos vss. 16-17, ele haverá de segredar-nos a grande razão de seu
pessimismo acerca de tudo: um sábio morre da mesma forma que um tolo; a morte é
o fim de tudo; portanto, como pode alguma coisa ser útil? Pensando não haver
esperança para além-túmulo, dentre todos os homens, ele é o mais miserável (I
Cor. 15.19). As experiências feitas pelo nosso homem foram tão completas, que
qualquer outro, depois dele, ao fazer as mesmas experiências, teria obtido
idênticos resultados. Seria inútil se algum outro homem, após o escritor
sagrado, repetisse as mesmas experiências. Os informes estavam recolhidos. O
caso fora solucionado e a conclusão fora a mais lamentável possível: tudo era
vão e vexatório para o espírito. Na experimentação das coisas vãs da vida,
quaisquer outros esforços seriam ridículos, A resposta definitiva já fora
colhida.
Ec 2.13 Então vi que
a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia. A sabedoria tem decisiva
vantagem sobre a estultícia (os prazeres insensatos). A sabedoria fornece mais
luz sobre a verdadeira natureza das coisas. Mas essa vantagem termina sendo uma
desvantagem, pois, quanto maior for a luz, mais fúteis serão vistas as coisas.
Portanto, para que adquirir maior luz? “A sabedoria tem uma vantagem sobre a
insensatez, mas quão repleta de vaidade é essa vantagem? Que o sábio adquira a
sua sabedoria, mas logo a morte chega e ele é esquecido, e tudo quanto ele
tiver obtido com seu labor se apaga” (Ellicott, in Ioc).
É um erro injetar
neste texto a idéia de “sábio mundano", como se um homem verdadeiramente
sábio pudesse encontrar qualquer coisa diferente disso. O triste filósofo não
estava fazendo distinção quanto a tipos de sabedoria. Isso já é um anacronismo
cristão. O Pentateuco não tem declarações sobre um pós-vida. A lei mosaica não
ameaçava os ímpios com uma punição pós-morte nem prometia recompensa para os
piedosos, em uma vida futura. No entanto, guardar a lei e obter uma longa vida
física, evitando assim a morte prematura, era tido como algo a ser
diligentemente buscado. As declarações da sabedoria fomentavam e interpretavam
a lei, e a mesma atitude era mantida. Considerava-se uma grande calamidade
sofrer morte prematura. Mas o triste filósofo, que não acreditava em um
pós-vida, não via vantagem em guardar ou não a lei, pois a morte vinha
igualmente para os bons e os maus, os sábios e os insensatos, marcando o fim da
existência do indivíduo. Nosso homem era definitivamente contra a ortodoxia de
seus dias. A noção da imortalidade começou a aflorar nos tempos dos salmos e
dos profetas, mas é claro que o triste filósofo ainda não havia adotado tal
doutrina. O epílogo (capítulo 12) traz à luz essa possibilidade, mas o autor
desse epílogo não parece ser o mesmo que aqui escrevia.
Ec 2.14 Os olhos do
sábio estão na sua cabeça. Um sábio tem os olhos na cabeça, ou seja, ele é
capaz de discernir a luz das trevas e, assim, caminhar pela vereda da luz, quer
dizer, pelo caminho da lei, obedecendo a tudo quanto ela recomenda. O estulto,
entretanto, caminha ao longo de sua própria vereda escura, ignorando a lei de
Moisés. Isso, de conformidade com a ortodoxia da época, uma distinção vital, e
o caminho do homem bom devia ser buscado com diligência, ao passo que a senda do
homem mau devia ser evitada. A sabedoria conduz à vida (ver Pro. 4.13), mas
nosso triste filósofo não-ortodoxo rejeitava essa verdade, pois via com seus
olhos de sabedoria que a mesma sorte (por ocasião da morte) capturaria os dois
tipos de homens. Ele também percebeu que ambos os caminhos desembocariam no
mesmo nada. Além disso, ele estava trabalhando com a teoria que dizia: “Deus é
a Causa Única", e foi Deus quem decretou, de antemão, tão tenebroso fim
para ambos. Assim sendo, para que combater essa sorte inevitável? A vida não é
boa. De fato, ela é má. O pior crime de um homem foi ele ter nascido. Ver na
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete chamado Pessimismo.
Embora grande seja a
diferença entre As duas veredas, o que vi muito claramente.
Contudo, um só evento
espera todos, bons e maus,
E a sabedoria não
pode proteger do perigo,
Nem dos
desapontamentos, nem da tristeza,
Nem da dor, nem
daquele ponto final: a mone.
Cf. Jó 21.26. É
ridículo tentar harmonizar isso com o judaísmo posterior e seu ponto de vista
mais iluminado da vida, e é ridículo tentar fazer o nosso homem ser, em
qualquer sentido, uma voz do judaísmo ortodoxo de seus dias. Ele era, antes, um
pensador pessimista independente.
Ec 2.15 Pelo que
disse eu comigo. O “homem sábio" percebeu, no fim, que ele não era
diferente de um estulto qualquer, quando a vida é deixada para trás, no
sepulcro. Em seus raciocínios internos, ele chegou à conclusão de que não havia
diferença entre ele e um insensato, visto que ambos terminariam no mesmo nada.
Por conseguinte, a vida humana seria uma piada; então, por que tomá-la a sério,
como se importasse aquilo que uma pessoa faz ou deixa de fazer? A vida é
somente uma tragicomédia, e aqueles que a levam a sério terão de pagar elevado
preço por suas pretensões. Nosso homem foi o pai espiritual e mental de
Schopenhauer. A sabedoria pode parecer um ponto vantajoso, mas, de fato, apenas
aumenta a dor. “Por que tanto me esforcei para obter a sabedoria? Em que me
tornei melhor, por causa da sabedoria? Que felicidade ela me trouxe? Ela não me
trouxe vantagens sobre os tolos” (John Gill, in loc.). Nosso homem estava
atolado no sofrimento e na futilidade humana. Ver no Dicionário o verbete
intitulado Problema do Mal: por que os homens sofrem e por que sofrem da
maneira como sofrem? Este livro de Eclesiastes até se parece com as passagens
pessimistas do livro de Jó.
Ec 2.16 Pois assim do
sábio como do estulto, a memória não durará para sempre.
Quando o triste
filósofo fala em não restar lembrança do sábio, mais do que a do estulto, não
está considerando meramente se outros se lembrarão dele ou não. Ele se referia
à consciência. Não há mais lembrança porque o sábio cessou de existir, em
sentido absoluto. O registro das memórias é completamente obliterado. Por
certo, outros seres humanos esquecerão o homem, mas Deus também o esquecerá.
Nada haverá o que chame a atenção para ele. O tempo varre totalmente tanto as
memórias como as entidades capazes de ter alguma memória, pelo que nada
restará. O sábio morre tal qual o insensato, e ambos caem no esquecimento.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2709-2710.
V. 12 Salomão, tendo experimentado o que é
satisfação em seu primeiro aprendizado, e então nos prazeres dos sentidos, e
tendo também colocado os dois juntos, aqui os compara um com o outro e faz um
julgamento deles.
I Ele põe-se a considerar tanto a sabedoria
quanto a loucura. Ele as tinha considerado anteriormente (cap. 1.17); mas, para
que não fosse pensado que ele foi rápido em fazer um julgamento delas, ele aqui
se volta novamente para observá-las, para ver se, sob uma segunda vista e
segundos pensamentos, ele poderia ganhar mais satisfação na busca do que ele
teve na primeira vez. Ele estava farto de seus prazeres, e, nauseando-se deles,
abandonou-os e pôde outra vez dedicar-se à especulação; e se, ao ouvir
novamente a causa, o veredicto continuar o mesmo, o julgamento certamente será
decisivo; porque que fará o homem que seguir ao rei? Especialmente tal rei, que
teve tanto deste mundo sobre o que fazer o experimento e tanta sabedoria com a
qual fazê-lo. O julgamento desconcertado não precisa ser repetido. Nenhum homem
pode esperar encontrar mais satisfação no mundo do que Salomão encontrou, nem
conseguir um maior discernimento dos princípios da moralidade; quando um homem
faz o que ele pode ainda é o mesmo que outros já fizeram. Que nós aprendamos a:
1. Não nos satisfazer com um conceito otimista de que nós podemos consertar o
que foi bem feito antes de nós. Que nós estimemos os outros mais do que nós
mesmos, e pensemos o quão incapazes nós somos de tentar melhorar o desempenho
de cabeças e mãos melhores que as nossas, e antes reconheçamos o quanto nós
devemos a eles, João 4.37,38. 2. Concordar com o julgamento de Salomão sobre as
coisas deste mundo, e não pensar em repetir o julgamento; pois nós jamais
podemos pensar em ter tantas vantagens quanto ele teve para fazer o
experimento, nem em ser capazes de fazê-lo com a mesma aplicação da mente e tão
pouco perigo para nós.
II Ele dá preferência à sabedoria, bem mais
do que à loucura. Que nada o engane, como se, quando ele fala sobre a vaidade
da literatura humana, ele tivesse planejado apenas divertir os homens com um
paradoxo, ou estivesse interessado em escrever (como uma grande inteligência
fez uma vez) Encomium moriae - Um elogio em louvor da loucura. Não, ele está
mantendo as verdades sagradas, e por essa razão é cuidadoso em vigiar para não
ser incompreendido. Eu logo vi (diz ele) que a sabedoria é mais excelente do
que a estultícia, tanto quanto a luz é mais excelente do que as trevas. Os
prazeres da sabedoria, apesar de não serem suficientes para fazer os homens
felizes, ainda transcendem vastamente os prazeres do vinho. A sabedoria ilumina
a alma com descobertas surpreendentes e direcionamentos necessários para o
governo correto de si mesma; mas a sensualidade (que parece ser a principal
loucura para ele) obscurece e ofusca a mente, e é como escuridão para ela; ela
apaga os olhos dos homens, faz com que eles tropecem no meio do caminho e se
desviem dele. Ou, ainda que a sabedoria e o conhecimento não façam o homem feliz (Paulo mostra um caminho mais
excelente do que presentes, e esta é a graça), contudo é muito melhor tê-los do
que ficar sem eles, no que diz respeito à nossa segurança, conforto e
utilidade; pois os olhos do sábio estão na sua cabeça (v. 14), onde devem
estar, prontos para descobrir tanto o perigo a ser evitado quanto as vantagens
a serem melhoradas; um homem sábio não tem motivo para procurar quando deveria
usá-los, mas vigia e logo vê, sabe tanto como prosseguir quanto como parar;
enquanto o louco anda em trevas, e está sempre e já. ou perdido ou em um passo
decisivo, ou desnorteado, de maneira que ele não sabe qual caminho seguir, ou
embaraçado, de maneira que ele não consegue seguir em frente. Um homem que é
discreto e atencioso tem o comando dos seus negócios, e age de forma decente e
segura, como aqueles que caminham no dia; mas aquele que é imprudente, e
ignorante, e está embriagado, está continuamente fazendo asneiras, correndo de
um precipício para o outro; seus projetos, seus acordos, é tudo loucura, e
arruína seus negócios. Portanto, adquira sabedoria, adquira compreensão.
III Contudo, ele mantém que. no que diz respeito
à satisfação e felicidade duradouras, a sabedoria deste mundo dá ao homem
pouquíssimas vantagens; pois:
1. Homens sábios e tolos têm desempenhos
parecidos. “E verdade que o homem sábio tem muitas vantagens sobre o tolo, no
que se refere à visão e discernimento, e ainda assim as maiores probabilidades
frequentemente não alcançam o sucesso, tanto que também, então, entendi eu, por
experiência própria, que o mesmo lhes sucede a todos (v. 14); aqueles que têm
mais cuidado com a saúde adoecem tanto quanto os que não têm cuidado, e os mais
desconfiados são abusados." Davi observou que os homens sábios morrem, e
que se envolvem nas mesmas calamidades comuns com os tolos e as pessoas brutas,
Salmos 49.12. Veja cap. 9.11. Mais ainda, há muito tempo foi observado que a
fortuna favorece os tolos, e estes homens com pouca sagacidade frequentemente
prosperam mais, enquanto os maiores planejadores preveem o pior para si mesmos.
A mesma doença, a mesma espada, devora homens sábios e loucos. Salomão aplica
essas observações mortíferas a si próprio (v. 15), para que. apesar de ser um
homem sábio, ele pudesse não gloriar-se em sua sabedoria; Eu disse no meu
coração, quando ele começou a ser orgulhoso ou seguro: Como acontece ao tolo,
assim me sucederá a mim, até a mim; pois, deste modo, enfaticamente, isso é
expresso no original: "Então, como para mim, acontece a mim. Eu sou rico?
Assim também o é um Nabal que se sai tão suntuosamente como eu. Um homem louco
está doente, ele piora? Também eu, até eu; e nem minha saúde nem minha
sabedoria serão minha segurança. Por que, então, busquei eu mais a sabedoria?
Por que eu deveria sofrer tanto para adquirir sabedoria, quando, nesta vida,
ela ficará comigo durante tão pouco tempo? Então, disse no meu coração que
também isso era vaidade”. Alguns tomam isso como uma correção do que foi dito
antes, como por exemplo (SI 77.10): “E eu disse: isto é enfermidade minha; é
loucura minha pensar que os homens sábios e tolos estão em um nível superior”;
mas eles realmente parecem ser assim, no que diz respeito ao acontecimento, e,
portanto, isso é antes uma
confirmação do que ele tinha dito: que um
homem pode ser um profundo filósofo e político e ainda assim não ser um homem
feliz. 2. Homens sábios e tolos serão esquecidos da mesma forma (v. 16): Porque
nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo. A promessa para os justos
é que eles serão lembrados eternamente, e sua memória será abençoada, e eles
deverão brilhar como as estrelas; mas não existe tal promessa em relação à
sabedoria deste mundo, de que devem ser perpetuados os nomes dos homens, pois
tais nomes apenas serão perpetuados se estiverem escritos no céu, e além disso
os nomes dos homens sábios deste mundo estão escritos com os de seus loucos na
poeira. De tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. O que foi muito
falado em uma geração é, na próxima, como se jamais tivesse existido. Pessoas
novas e coisas novas tiram as lembranças das velhas, que, em um curto período
de tempo, são finalmente desprezadas e totalmente enterradas no esquecimento.
Onde está o sábio? Onde está o inquiridor deste século?, 1 Coríntios 1.20. E é
sobre este assunto que ele pergunta: Como morre o homem sábio? Como o louco
(versão inglesa KJV). Entre a morte de um homem piedoso e um mau, existe uma
grande diferença, mas não entre a morte de um homem sábio e um louco; o louco é
enterrado e esquecido (cap. 8.10), e ninguém se lembrava daquele pobre homem
que livrou aquela cidade pela sua sabedoria (cap. 9.15): de modo que, para
ambos, o túmulo é uma terra de esquecimento; e os homens sábios e estudiosos,
quando eles estão fora de vista por algum tempo, ficam longe do coração, chega
uma nova geração que não os conhecia.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 901-902.
A Comparação entre Sabedoria e Tolice (2.12-16)
Se um homem não consegue encontrar a
felicidade contínua em seus afazeres e no acúmulo da fortuna, será que vai
encontrá-la ao tirar o máximo proveito de sua mente? O autor agora dá a sua
opinião quanto à contemplação da sabedoria [...] e da doidice (12).4 Não custa
muito para chegarmos à conclusão do Pregador de que a sabedoria é mais
excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas
(13). O homem sábio (14) usa sua inteligência para guiá-lo, mas o tolo anda na
luz negra da ignorância. O homem é melhor do que um animal porque ele pode
viver uma vida de reflexão.
Mas aqui a fundação arenosa de todo mero
humanismo se toma evidente. Quão melhor é o homem sábio do que o homem tolo se
a duração da vida dos dois é a mesma? Os valores relativos de uma vida terrena
parecem iguais quando todos terminam na sepultura. Para a pessoa radicalmente
mundana não existe nem a satisfação de continuar viva nas memórias dos homens:
Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo (16). A mente do
Pregador se rebelou contra esse nivelamento de todos os valores que os homens
mais prezam:
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 436.
Os Prazeres e a Busca
pelos Prazeres São Inúteis (2.1-11)
A experiência com os
prazeres: vss. 1-2. Como a experiência foi usada na prática: vss. 3-10. A
futilidade de qualquer coisa dessa ordem: vs. 11. Não basta aplicar meras
teorias. Um homem precisa experimentar para compreender as coisas. Portanto, o
filósofo decidiu verificar com o que se parecia a vida do hedonista, para então
fazer sua própria avaliação. Assim, adotou o vinho, as mulheres e as canções
como estilo de vida, durante algum tempo. Os reis orientais tinham todas essas
coisas em abundância, e o filósofo continuou a apresentar seu caso como se fosse
o caso de Salomão. “Tendo experimentado a sabedoria e a investigação
filosófica, ele prosseguiu a fim de averiguar de que forma um aprazimento
jubiloso contribuiria para tornar um homem feliz" (Ellicott, in Ioc.).
Portanto, ele se tornou um eudemonista em sua posição filosófica. Em outras
palavras, hedonisticamente, ele passou a buscar a felicidade por meio dos
prazeres, talvez o mais comum de todos os empreendimentos humanos. Ver na
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia os verbetes chamados Eudemonismo e
Hedonismo.
Ec 2.1 Disse comigo:
Vamos! eu te provarei com a alegria. A triste filosofia assim se tornou por
suas falsas presunções acerca do valor do trabalho (vs. 3), e por causa do
enfado de atos repetitivos no cosmo, na natureza e no homem (vss. 4-8); todas
as coisas são antigas, vexatórias e enfadonhas (vss. 9-11). A própria sabedoria
é desapontadora e somente acrescenta mais tristeza à vida (vss. 13-18). Por
conseguinte, experimentemos os prazeres que os homens tanto apreciam, para ver
se esses descobriram algum segredo que os sábios esqueceram.
O filósofo comungou
com o próprio coração, dizendo: “Vamos testar os prazeres. Divertir-me-ei à
vontade para tentar obter a felicidade e algo digno de se falar”. Sendo assim,
o homem bom iniciou uma campanha em busca dos prazeres. Ele visitou todos os
lugares onde havia bebidas e comidas; visitou também cada baile onde se
dançava, cada bordel onde havia mulheres. Mas, logo no começo de suas
experiências, ele já tinha aprendido a mesma antiga lição: esse estilo de vida
é vazio, é como um hálito, uma brisa que sopra, um nada Exatamente como todas
as outras coisas que ele já tinha experimentado.
Evita a estrada
áspera e espinhenta da sabedoria,
Essa vereda paga
pouco pela tua labuta.
Vai agora para as
veredas floridas do prazer;
Vai, enche-te de
alegria. Às paixões
Entrega-te de
coração. Não permitas que um pensamento sério
Entre em tua cabeça.
Faze o que a juventude e Os ricos te dizem para fazeres. (Adam Clarke)
Ec 2.2 Do riso disse:
É loucura. Elementos da Insensatez. 1. O homem bom achou que o riso era uma
forma de loucura. 2. Acerca dos prazeres, ele disse, depois de ter
experimentado cada um deles: “Isso não tem utilidade". O triste filósofo
não estava falando sobre o uso moderado e legítimo dos prazeres. Falava dos
excessos da desgraça. A ideia da experiência era saciar-se e saturar-se com os
prazeres. O homem não seria contido em sua experiência.
Até no riso tem dor o
coração, e o fim da alegria é tristeza.
(Provérbios 14.13)
“... o riso, oriundo
dos aprazimentos sensuais" (Fausset, in Ioc.). Os prazeres de todos os
tipos, em um mesmo pacote, são mais diáfanos que a própria respiração. O saco
está vazio, embora carregado com deleites sensuais. Os prazeres nada realizam.
Não é esse o caminho da felicidade.
Ec 2.3 Resolvi no meu
coração dar-me ao vinho. Os elementos da insensatez continuam aqui: 3. Em
seguida, nosso homem experimentou muito vinho e embriaguez. Se puoesse obter
algum bem da bebida, o triste filósofo certamente o faria. O homem
"refrigeraria" (Eützsche com um paralelo talmúdico) o seu corpo com o
vinho. Ele se deixaria atrair pelo vinho e cederia diante de seus encantos. Sua
mente, treinada a buscar a sabedoria, verificaria se era sábio intoxicar-se
peia bebida alcoólica. Uma vez embriagado, ele se entregaria a toda a espécie de
insensatez. As prostitutas eram suas companheiras de bebedeira, com quem ele se
deitavam no leito. E, então, ele descobriria se os homens que agem dessa
maneira, durante os poucos dias de sua existência, teriam descoberto algum
segredo que sua mente filosófica teria negligenciado. O homem estava fazendo
experiências com os prazeres sexuais, tornando o corpo o seu deus, em lugar da
mente. "Ele queria testar os efeitos da busca pelos prazeres, para ver se
realmente eram dignos de valor” (Donald R. Glenn, in Ioc.). Ele sempre fora um
homem moderado, mas agora perdera o controle. Misturou-se ao mais profano
bando, pois queria estar onde as coisas aconteciam. Ele usava os poderes da
mente para guiá-lo a pecados de todas as espécies. A lei mosaica não era mais o
seu guia. Suas paixões lhe diziam o que fazer. Se antes ele tinha abraçado a
sabedoria, agora seus braços desvairados se estendiam para a insensatez. Seria
a insensatez da sensualidade melhor que a sabedoria da restrição? Nosso homem
descobriria que o summum bonum é prazeroso? Haveria felicidade? Muito
paradoxalmente. "ele usou a sua sabedoria para valer-se da
insensatez" (Gaius Glenn Atkins, in ioc.).
Ec 2.4 Empreendi
grandes obras. Ainda buscando prazeres, para além das concupiscências mais
crassas, o filósofo fez grandes obras, todas calculadas para aumentar seus
confortos. Edificou várias residências para sua conveniência e plantou vinhedos
particulares para garantir um bom suprimento de vinho. Os ricos não precisam
transportar maletas em viagens, porquanto têm casas que lhes pertencem, em
vários lugares, cada uma equipada com todas as coisas necessárias para a vida
diária: móveis, roupas, utensílios etc. Devemos pensar aqui em propriedades, e
não meramente em casas em uma agradável vizinhança. Salomão naturalmente
serve-nos de exemplo: ele possuía uma casa na floresta do Líbano (ver I Reis
7.1); uma residência separada para a rainha; o templo de Jerusalém, e tantas
outras moradias. Ver I Reis 5.1; 9.10; 10.18; II Crô. 8.1,4. Todas essas
edificações apelavam para a concupiscência dos olhos e para o orgulho da vida
(I João 2.16).
Ec 2.5 Fiz jardins e
pomares para mim. O homem aumentou a extensão e beleza de suas propriedades com
jardins (pardesim), "paraísos", palavra tomada por empréstimo do
idioma persa) e pomares. A Revised Standard Version diz aqui
"parques". Ele plantou grandes pomares que produziam várias espécies
de frutos. O triste filósofo conseguiu criar um paraíso na face da terra. Ele
testava se tais cercanias lhe trariam felicidade, através dos prazeres que
haveriam de fornecer. Ele vivia em meio ao luxo real, em harmonia com o costume
do conceito oriental da realeza. Ele tinha alimentos em grande abundância,
bebidas e medicamentos em seus pomares, conforme diz o Targum.
Ec 2.6 Fiz para mim
açudes. Para certificar-se de que seus pomares implantados medrassem bem. mesmo
quando não chovesse, o autor sagrado construiu reservatórios para efeito de
irrigação. Construções que serviam como açudes foram encontradas a sudeste da
cidade de Belém, sendo chamados de “reservatórios de Salomão", mas os
cientistas demonstraram que essas construções são do tempo dos romanos. Não há
razão para duvidarmos, contudo, que aquele homem tivesse reservatórios
similares, conforme relata Josefo (Ant. vii.7.3; Guerras v. 4.2). O triste
filósofo sabia da existência de tais projetos, tendo-os citado em suas
descrições sobre uma vida luxuosa, da qual, supostamente, as pessoas derivavam
o prazer que leva à felicidade.
Ec 2.7-8 Comprei
servos e servas. Uma multidão de escravos foi adquirida como trabalho barato
para cuidar das propriedades, executar tarefas domésticas e irrigar terras.
Além dos escravos adquiridos, havia aqueles nascidos na “casa” (nas suas
propriedades), o que aumentava ainda mais o número deles. O nosso homem tinha
sob seu controle pessoal cidades virtuais, que lhe pertenciam e aumentavam suas
riquezas e prazeres. Quanto à grande quantidade de escravos de Salomão, cf. I
Reis 10.5.
Para aprimorar o lado
estético da vida e aumentar o aprazimento das coisas, homens e mulheres
cantores, além de tangedores de instrumentos musicais, tornaram-se parte da
vida diária (vs. 8). O triste filósofo tinha orquestras, coros e solistas bem
conhecidos que tocavam música em dias especiais e música na corte, além de
música ambiente, para todos quantos estivessem trabalhando na corte. Quanto aos
usos da música, cf. Isa. 5.12; Amós 6.6; Ecl. 32.5 e 49.1. Isso deve ser
comparado ao uso que Davi fez de cantores profissionais (II Sam. 19.35). Uma
família inteira de levitas recebeu a incumbência de tocar música sacra para o
culto do templo (ver I Crô. 25) e isso mostra a ênfase que os hebreus davam è
questão. O rei-filósofo ultrapassou tudo isso, porém, para entretenimento
pessoal, visando a alegria profana, e não o culto religioso.
Para aumentar suas
riquezas, o autor sagrado possuía vastos rebanhos de animais domesticados (vs.
7), acima de tudo que jamais fora criado em Jerusalém. Exagero era o seu lema.
Ele experimentava o esplendor terreno, utilizando- se de coisas que trariam
prazer, o que levaria à felicidade.
Das delícias dos
filhos dos homens; mulheres e mulheres. Onde nossa versão portuguesa diz
“mulheres e mulheres”, a Revised Standard Version traduz certa palavra
hebraica, de sentido duvidoso, como “em grande número”. Na monarquia dos
hebreus, Salomão estabeleceu o recorde em seu harém, com 700 esposas e 300
concubinas (ver I Reis 11.1-3). Mas estamos informados de que alguns reis
persas nunca faziam sexo com uma mulher por mais de uma vez, pelo que, com a
passagem dos anos, alguns deles devem ter excedido a prodigiosa atividade
sexual de Salomão. Esse é um prazer usufruído tanto por ricos quanto por
pobres, e o rei-filósofo certificava-se de saciar nesse aspecto, buscando
concluir se isso era suficiente para trazer-lhe a felicidade. A Septuaginta
traduz a frase por “copeiros machos e fêmeas”, mas essa tradução arruína toda a
diversão tornando o autor sagrado um hedonista menor do que realmente foi.
Ec 2.9 Engrandeci-me
e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim. Esta é uma breve nota de
“sumário”. O homem era grande e sobrepujou a todos quantos tinham vivido antes
dele, em Jerusalém, o que nos permite concluir que ele efetuou uma experiência
completa e exaustiva, para checar se a felicidade poderia ser achada nessas
atividades. Suas experiências não falhariam por falta de informes. Ele tinha
toda a espécie de riquezas, todo o tipo de prazer, toda a modalidade de
prestígio e, durante esse excesso, sua sabedoria não o abandonou; portanto, não
podemos dizer que ele trocou a sabedoria pelas experiências, razão pela qual
teria terminado infeliz. O vs. 3 mostra-nos que ele empregou sua sabedoria para
aumentar sua insensatez, pelo que a usou para uma tarefa pervertida, mas
podemos supor que sua sabedoria tenha continuado a servi-lo sempre. Isso posto,
podemos presumir que um homem como esse fosse o mais contente e feliz de todos
os homens; mas as experiências dele azedaram, conforme somos informados mais
adiante. O Targum diz-nos que a sua sabedoria o “ajudou”, e que o homem teve
uma vida plena e produtiva, e não apenas luxuosa. Ele foi o homem “máximo”.
Portanto, o homem estava feliz?
Ec 2.10 Tudo quanto
desejaram os meus olhos não lhes neguei. Nosso homem nada negava a si mesmo,
pois tinha dinheiro e poder para adquirir qualquer coisa que atraísse seu
olhar. Além disso, ele satisfazia qualquer alegria que seu coração desejasse e
também descobriu que conseguia deleitar-se com todos os seus labores,
realizações e prazeres. Ele recebia amplas recompensas por suas labutas
elaboradas e por seus preparativos. Estava percorrendo um vasto caminho com
tudo isso; parece que suas experiências no campo dos prazeres tinham provado
que o tipo de homem em que ele se transformara era o homem feliz, donde se
conclui que os prazeres conduzem à felicidade. Mas, quando lhe ocorreu o
segundo pensamento sóbrio, tudo se despedaçou (vs. 11).
Ec 2.11 Considerei
todas as obras que fizeram as minhas mãos. Conforme diziam os gregos:
“Pensamentos sóbrios tornam-se, de alguma maneira, ainda mais sóbrios”. A
sabedoria do autor sagrado ergueu-se e gritou para ele: “Toda essa vida que
você está levando é vaidade”. E ele sabia que essa era a avaliação correta. O
homem passou em revista todas as suas propriedades; todos os seus luxos;
visitou seu vasto harém; revisou e classificou suas obras magnificas, mas, como
já havia constatado, “tudo era como seguir após o vento". Ele não tinha
sido capaz de reter o vento em suas mãos, embora tivesse se esforçado para tanto.
Lamentavelmente, a felicidade o tinha iludido novamente. Ele tinha provado,
através de grande experimentação, que a felicidade não nos chega através dos
prazeres, conforme afirmam alguns indivíduos. Quando todos os seus informes já
estavam recolhidos, ficou demonstrado que ele estivera envolvido em uma grande
farsa. Ao refletir sobre os valores reais de todas as suas atividades,
descobriu que tudo era destituído de significado e "mero correr atrás do
vento”, Cf. Eclesiastes 1.14,17; 2.17,26; 4.4,6,16; 6.9, “Não houve vantagem
real ou final (vs. 3) em todas as suas realizações debaixo do sol (ver
Eclesiastes 1.3)” (Donald R. Glenn, in ioc.). A questão inteira só deixava
ainda mais agoniado o seu espírito, porquanto ele fez um esforço heroico para
provar que os prazeres trazem a felicidade, e somente constatou (o que ele já
sabia) que isso era mentira. Seja como for, ele precisava eliminar essa opção,
razão que também nos leva a agir de determinadas maneiras, algumas vezes. A
opção dos prazeres estava agora eliminada, e o filósofo continuou na sua
infelicidade.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.2708-2709.
A Vaidade dos
Prazeres Mundanos w. 1-11
Salomão aqui, em
busca do summum bonum - a felicidade do homem, se transfere de seu estudo, de
sua biblioteca, de sua câmara ou conselho, onde ele vaidosamente tinha
procurado por isso, para o parque e a casa de diversões, o seu jardim e a sua
casa de verão; ele troca a companhia dos filósofos e senadores sérios por
aquela dos bem-humorados e corteses, e dos espíritos corteja- dores, de sua
corte, para experimentar se ele poderia encontrar satisfação verdadeira e
felicidade entre eles. Aqui ele dá um grande passo para baixo, dos nobres
prazeres do intelecto para os de sentido brutal; ainda assim, se ele resolver
fazer um julgamento meticuloso, ele precisa bater nessa porta, porque aqui uma
grande parte da humanidade imagina ter encontrado o que ele buscava.
I Ele resolveu testar
o que a alegria faria, e os prazeres do senso de humor, se ele ficaria feliz
caso ele constantemente entretivesse a si mesmo e a outros com histórias
divertidas e gracejos, brincadeiras e pilhérias; se ele suprisse a si mesmo com
todas as agradáveis voltas e réplicas engenhosas, que ele poderia inventar ou
promover, próprias para serem motivo de riso, e com todos os absurdos, e
asneiras, e coisas tolas, que ele poderia ouvir, dignos de serem
ridicularizados e escarnecidos, de modo que ele pudesse estar sempre de bom
humor. 1. Este experimento feito (v. 1): “Concluindo que, na muita sabedoria,
há muito enfado, e que aqueles que são sérios estão aptos a serem melancólicos,
disse eu no meu coração” (paxa o meu coração): “Ora, vem, eu te provarei com a
alegria; eu testarei se isso te dará satisfação”. Nem o temperamento de sua
mente nem seu estado externo tinham qualquer coisa em si para impedi-lo de ficar
alegre, mas ambos concordavam, como todas as outras vantagens, ainda mais
nisso; portanto, ele resolveu fazer um arrendamento, e disse: “Goza o prazer, e
enche-te dele; desperdiça o cuidado, e resolve ser alegre”. Assim pode ser um
homem, e ainda não ter nenhuma dessas coisas boas de que ele aqui precisa para
se entreter; muitos que são pobres são bastante alegres; mendigos em um celeiro
são assim um provérbio. A alegria é o entretenimento dos mais sofisticados, e,
embora ela seja pouca para os prazeres sólidos dos poderes racionais, contudo é
antes preferida ao que é meramente carnal e sensual. Algumas pessoas distinguem
o homem dos animais não apenas como animal rationale - um animal racional, mas
como animal risibile - um animal divertido; por conseguinte, ele, que disse
para sua alma: Sinta-se à vontade, coma e beba, acrescentou: E seja alegre,
pois a ordem era para que ele comesse e bebesse. “Portanto, tente”, diz
Salomão, “rir e engordar, rir e ser feliz.” 2. O julgamento que ele passou
sobre este experimento: Mas eis que também isso era vaidade, como todo o resto;
isso não dá satisfação verdadeira, v. 2. Do riso disse: Está doido, ou: Estás
doido, e por isso eu não terei o que fazer; e da alegria (de todos os esportes
e recreações, e qualquer coisa que pretende ser divertida): De que serve esta?,
ou: De que serves? Alegria inocente, com sobriedade, oportuna, e usada moderadamente,
é uma coisa boa, encaixa-se nos negócios e ajuda a abrandar o trabalho pesado e
o desgosto da vida humana; mas, quando é excessiva e sem moderação, torna-se
tola e infrutífera. (1) Não faz bem algum: De que serve esta? Cui Bono - Qual a
sua utilidade? Não será em vão silenciar uma consciência pesada; não, nem
tranquilizar um espírito entristecido; nada é mais ingrato do que cantar
canções para um coração pesado. Não satisfará a alma, nem dará a ela um
contentamento verdadeiro. Não é nada além de um paliativo para curar as queixas
do tempo presente. Grandes risadas geralmente terminam com um suspiro. (2)
Provoca bastante sofrimento: Está doido, isto é, ela mantêm os homens loucos,
transporta-os para muitas indecências, que são uma reprovação para sua razão e
religião. Eles são loucos que satisfazem a sua própria vontade nisso, por isso
seus corações se separam de Deus e das coisas divinas, e insensivelmente
devoram o poder da religião. Aqueles que amam para ser alegres se esquecem de
ser sérios, e, enquanto eles tocam o tamboril e a harpa, eles dizem para o
Todo-Poderoso: Retira-te de nós, Jó 21.12,14. Nós podemos, como Salomão, provar
a nós mesmos com a alegria, e julgar o estado de nossas almas assim: Como nós
somos afetados por isso? Nós podemos ser alegres e sábios? Nós podemos usar
isso como molho, e não como comida? Mas nós não precisamos testar, como Salomão
o fez, se isso nos trará a felicidade, pois nós podemos confiar na sua palavra
para isso: Está doido; e: De que serve esta? Riso e prazer (diz o Sr. William
Temple) vêm de diferentes afetos da mente; pois, como os homens não têm
disposição para rir das coisas que mais os fazem felizes, assim eles são pouco
felizes com muitas coisas de que riem.
II Descobrindo a si
próprio infeliz no que satisfez sua imaginação, ele resolveu, em seguida,
testar o que agradaria o paladar, v. 3. Uma vez que o conhecimento da criatura
não satisfaria, ele veria o que o seu uso liberal poderia fazer: Busquei no meu
coração como me daria ao vinho, isto é, à boa carne e boa bebida. Muitos se
entregam a ele sem consultar seus corações de jeito nenhum, sem olhar para nada
além da mera gratificação do apetite sensual; mas Salomão aplicou-se a isso
racionalmente, e como homem, criticamente, e somente pra fazer um experimento.
Observe: 1. Ele não permitiu a si mesmo nenhuma liberdade no uso dos prazeres
dos sentidos até ficar cansado dos seus estudos rigorosos. Até que seu aumento
de sabedoria provou ser um aumento de trabalho, ele nunca pensou em se render
ao vinho. Quando nós nos desgastamos em fazer o bem, nós podemos nos refrescar
confortavelmente com os presentes advindos da generosidade de Deus. Então, os
prazeres dos sentidos são usados da forma certa quando são usados cordialmente,
apenas quando precisamos deles; como Timóteo tomou vinho pelo bem de sua saúde,
1 Timóteo 5.23. Eu pensei em aproximar a minha carne do vinho (assim se lê na
margem) ou ao vinho. Aqueles que se viciaram em beber primeiramente colocam uma
obrigação sobre si mesmos; eles chegaram a sua carne a isso, e a arrastaram com
isso; mas eles deveriam se lembrar de para quais misérias eles, por meio disto,
arrastaram a si próprios. 2. Ele, então, considerou isso como loucura, e foi
com relutância que ele se entregou a isso; como Paulo,
quando louvou a si próprio,
chamou isso de fraqueza, e desejou ser suportado em sua loucura, 2 Coll. l. Ele
procurou reter a loucura, para ver a que extremo a loucura chegaria na direção
de fazer o homem feliz; mas ele tinha gostado de levar o gracejo (como nós
dizemos) muito longe. Ele resolveu que a loucura não o pegaria, não teria
domínio sobre ele, mas ele a agarraria, e a manteria distante; contudo, ele
achou que isso também era muito difícil para ele. 3. Ao mesmo tempo, ele
preocupou-se em reger a si mesmo com sabedoria, em conseguir agir de forma
sábia no uso de seus prazeres, de modo que eles não lhe causassem nenhum
prejuízo nem lhe tirassem a capacidade de ser um juiz competente deles. Quando
ele aproximou sua carne do vinho, regeu seu coração com sabedoria (assim é a palavra),
acompanhou suas buscas por conhecimento, não fez dele mesmo um bêbedo, nem se
tornou um escravo de seus prazeres, mas seus estudos e seus banquetes eram
frustrantes um para o outro, e ele testou se ambos, misturados, lhe dariam
aquela satisfação que ele não poderia encontrar em cada um separadamente. Isto
Salomão propôs a si mesmo, mas ele descobriu ser vaidade; pois aqueles que
pensam em se entregar ao vinho, e ainda assim encher seus corações com
sabedoria, talvez se enganarão tanto quanto aqueles que pensam servir a Deus e
a mamom. O vinho é um escarnecedor; é um grande traiçoeiro; e será impossível
para qualquer homem dizer desta maneira que não se entregará ainda mais a isso.
4. O que ele almejou não era satisfazer seu apetite, mas descobrir a felicidade
do homem, e isso, porque deve ser assim, deve ser tentado entre o restante.
Observe a descrição que ele dá da felicidade do homem - é o melhor que os
filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua
vida. (1) O que nós estamos pesquisando não é tanto
o bem que devemos ter
(nós devemos deixar isso para Deus), mas o bem que devemos fazer; essa deveria
ser a nossa
preocupação. Bom mestre, que coisa boa eu devo fazer? Nossa felicidade não
consiste em ser preguiçoso, mas em agir corretamente, em ser um bom servo. Se
nós fizermos o que é bom, não há dúvida de que teremos conforto e louvor dele.
(2) E bom que seja feito debaixo do céu, enquanto nós estamos aqui neste mundo,
enquanto é dia, enquanto ainda temos tempo para agir. Esse é o estado do nosso
trabalho e serviço; é no outro mundo que nós devemos esperar a retribuição.
Mais adiante, nossos trabalhos nos seguirão. (3) E para ser feito durante o
número dos dias de nossa vida. Nós devemos perseverar até o fim no bem que vamos
fazer, enquanto temos tempo para agir, durante o número de dias de nossas vidas
(assim está na margem); os dias de nossas vidas foram numerados para nós por
Ele, em cujas mãos nossos tempos estão, e todos esses dias serão gastos da
forma que Ele direcionar. Mas, que qualquer homem devesse se entregar ao vinho,
na esperança de descobrir nele o melhor caminho para viver neste mundo, foi um
absurdo pelo qual Salomão aqui, nesta reflexão, se condena. É possível que seja
esse o bem que os homens devem fazer? Não; isso é claramente muito ruim.
m Percebendo
rapidamente que foi loucura entregar-se ao vinho, ele, em seguida, experimentou
os mais caros entretenimentos e divertimentos dos príncipes e grandes homens.
Ele tinha uma grande renda; os rendimentos de sua coroa eram enormes, e ele
planejou isso de forma que pudesse agradar seu próprio humor e fazê-lo parecer
grande.
1. Ele entregou-se
muito à construções, tanto na cidade quanto no campo; e, tendo grandes despesas
no começo do seu reino para construir uma casa para Deus, ele seria mais
perdoável se logo depois contentasse sua própria sofisticação construindo para
si mesmo; ele começou seu trabalho bem pelo final (Mt 6.33), não como as
pessoas (Ag 1.4), que construíram suas próprias casas enquanto Deus as devastou,
e consequentemente isso prosperou. Na construção, ele teve o prazer de empregar
os pobres e fazer o bem para a posteridade. Nós lemos sobre as construções de
Salomão (1 Rs 9.15-19), e todas foram grandes obras, tanto que se tornaram seu
tesouro, e espírito, e grande dignidade. Veja seu erro; ele perguntou que boas
obras ele deveria fazer (v. 3), e, em busca de seu questionamento, dedicou-se
às grandes obras. Boas obras, de fato, são verdadeiramente grandes, mas muitas
que são supostamente grandes obras estão longe de serem boas, obras
maravilhosas que não são bondosas. Mateus. 7.22.
2. Ele afeiçoou-se a
um jardim, que para alguns é encantador como construção. Ele plantou para si
vinhas, que foram favorecidas pelo solo e clima da terra de Canaã; ele plantou
para si ótimas hortas e jardins (v. 5), e talvez a arte da jardinagem não fosse
nem um pouco inferior do que é agora. Ele não tinha apenas florestas e matas,
mas também árvores de toda espécie de fruto, que ele mesmo plantou; e, se
qualquer negócio mundano desse felicidade ao homem, com certeza deveria ser
aquele em que Adão trabalhava enquanto estava na inocência.
3. Ele gastou uma
grande quantidade de dinheiro em tanques de água, e canais, não por esporte e
diversão, mas para o uso, para regar o bosque em que reverdeciam as árvores (v.
6); ele não somente plantou, como também regou, e então deixou que Deus o
fizesse crescer. Fontes de água são grandes bênçãos (Js 15.19); mas onde a
natureza as supriu a inteligência as deve direcionar, para torná-las aproveitáveis,
Provérbios 21.1.
4. Ele aumentou sua
família. Quando ele propôs a si mesmo fazer grandes obras, ele teve que
empregar muitas mãos, e por essa razão obteve servos e servas, que foram
adquiridos com seu dinheiro, e dentre esses ele teve servos nascidos em casa,
v. 7. Dessa maneira, sua comitiva aumentou e sua corte pareceu ser ainda mais
magnífica. Veja Ed 2.58.
5. Ele não
negligenciou os negócios do campo, mas tanto se entreteve quanto enriqueceu com
eles, e não se desviou de nenhum, nem por seus estudos nem por seus prazeres.
Ele teve grande possessão de vacas e ovelhas, rebanhos e bandos, como seu pai
teve antes dele (1 Cr 27.29,31), sem esquecer que seu pai. no início, era um
pastor de ovelhas. Que aqueles que lidam com gado não desprezem seus empregos
nem se cansem deles, lembrando que Salomão colocou suas possessões de gado
entre suas grandes obras e seus prazeres.
6. Ele tornou-se
muito rico, e não empobreceu nem um pouco com suas construções e jardinagens,
como muitos ficam, os quais, por essa única razão, arrependem-se disso, e o
chamam de vaidade e aflição. Salomão espalhou-se e ainda assim cresceu. Ele
preencheu seu tesouro com prata e ouro, que ainda não estagnaram aqui, mas
foram feitos para circular pelo seu reino, de modo que ele fez que em Jerusalém
houvesse prata como pedras (1 Rs 10.27); ele tinha a segullah. o tesouro
particular dos reis e das províncias, que eram, em termos de riqueza e
raridade, mais valiosos do que prata e ouro. Os reis vizinhos, e as províncias
distantes de seu próprio império, enviaram-lhe os presentes mais valiosos que
possuíam, para obter seu favor e seus ensinamentos de sabedoria.
7. Ele tinha tudo que
era encantador e divertido, todo tipo de melodia e música, tanto vocal quanto
instrumental, cantores e cantoras, as melhores vozes que ele poderia escolher,
os instrumentos musicais de toda sorte que eram utilizados. Seu pai era um
gênio para a música, mas parecia que ele a empregava mais para servir à sua
devoção do que seu filho, que a usava mais para sua diversão. Essas são
chamadas de as delícias dos filhos dos homens; para a gratificação do sentido,
são as coisas às quais geralmente as pessoas dedicam sua afeição e com as quais
são complacentes. As delícias dos filhos de Deus são de outra natureza, puras, espirituais,
e divinas, e as delícias dos anjos.
8. Ele aproveitou,
mais do que qualquer homem jamais fez, uma composição dos prazeres racionais e
sensíveis ao mesmo tempo. A respeito disso, ele se engrandeceu e aumentou mais
do que todos os que existiram antes dele, de maneira que ele foi sábio em meio
a milhares de prazeres terrestres. Era estranho, e nunca houve coisa parecida:
(1) Que seus prazeres não corromperam seu julgamento e consciência. Em meio a
esse tipo de entretenimento, perseverou com ele sua sabedoria, v. 9. Em meio a
todas essas delícias infantis, ele preservou seu espírito de forma viril,
conservou a possessão de sua própria alma, e manteve o domínio da razão em
detrimento dos
apetites dos sentidos; ele tinha um tão grande estoque de sabedoria, que não o
gastou nem se prejudicou, como qualquer outro homem teria feito, por esse curso
da vida. Mas que ninguém seja encorajado por isso a deixar as rédeas sobre o
pescoço de seus apetites, presumindo que podem fazer isso e ainda conservar sua
sabedoria, pois eles não têm a força da sabedoria que Salomão tinha; e Salomão
foi enganado; pois, como perseverou com ele sua sabedoria quando ele perdeu sua
religião a ponto de construir altares para deuses estranhos, para fazer a
vontade de suas esposas estrangeiras? Mas, mesmo chegando a tal ponto,
perseverou com ele sua sabedoria, de maneira que ele era senhor de seus
prazeres, e não escravo deles, e manteve-se capaz de fazer um julgamento deles.
Ele foi para a terra de seus inimigos, não como um desertor, mas como um
espião, para descobrir a nudez de sua terra. (2) Contudo, seu julgamento e
consciência não verificaram seus prazeres, nem o impediram de ser rigoroso na
real essência dos prazeres dos sentidos, v. 10. Deve ser contestado contra seu
julgamento nessa questão que, se perseverou com ele sua sabedoria, ele não
poderia ter a liberdade necessária para um conhecimento total com ela: “Sim”,
disse ele, “eu tenho tanta liberdade quanto qualquer homem pode ter, pois tudo
quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, se isso pudesse ser alcançado
por meios legítimos, apesar de ser difícil ou caro; e como não privei alegria
alguma do meu coração que eu tivesse em mente, assim não privei o meu coração
de alegria alguma, mas, com um non-obstante - com o pleno exercício de minha
sabedoria, eu tive um elevado gozo de meus prazeres, apreciei-os e aproveitei-os
tanto quanto qualquer epicurista”; nem havia nada nas circunstâncias de sua
condição ou na disposição de seu espírito para deixá-lo azedo ou amargo, ou dar-lhe
prejuízo. Em poucas palavras: [1] Ele teve em seus negócios tanto prazer quanto
qualquer homem teve: Meu coração se alegrou por todo o meu trabalho; de modo
que o trabalho árduo e a fadiga não trouxeram nenhum enfraquecimento para seus
prazeres. [2] Ele não teve menos proveito em seus negócios. Ele não teve
desapontamento que lhe causasse qualquer transtorno: Esta foi a minha porção de
todo o meu trabalho; ele teve essa vantagem de todo o resto de seus prazeres,
que neles ele não apenas via, como também comia, o trabalho de suas mãos; e
isso foi tudo o que ele teve, pois de fato isso era tudo o que ele poderia
esperar, dos seus trabalhos. O que adocicou seus negócios foi que ele
aproveitou seu sucesso, e o que adocicou seus divertimentos foi que eles eram o
produto dos seus negócios; de modo que, como um todo, ele certamente foi tão
feliz quanto o mundo poderia fazê-lo.
9. Nós temos,
longamente, o julgamento que ele deliberadamente fez de tudo isso, v. 11.
Quando o Criador fez suas grandes obras, Ele as revisou, e eis que era muito
bom; cada coisa o agradou. Mas, quando Salomão revisou todas as obras que
fizeram as suas mãos, com o mais alto custo e cuidado, e o trabalho que ele,
trabalhando, tinha feito, a fim de tornar a si mesmo tranquilo e feliz, nada
respondeu às suas expectativas; e eis que tudo era vaidade e aflição de
espírito; ele não teve satisfação alguma nisso, não obteve vantagem; proveito
nenhum havia debaixo do sol, nem pelos trabalhos nem pelas diversões deste
mundo.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 898-901.
Ec 2.17 Pelo que
aborreci a vida. Disse o triste filósofo: "Aborreci a vida", pois ele
tinha observado que ela era tão bruta, tão inútil, tão insensata, tão fútil,
tão enganadora, tão dolorosa que, finalmente, levava a nada. Mas, pelo menos,
ele era honesto. Ele nem procurava ajustar sua teoria para adaptar-se à
ortodoxia, nem tentava agradar os ortodoxos, mediante a adição de declarações
suavizadoras, para torná-los mais felizes. Todas as obras humanas, realizadas
durante algum tempo, tornaram-se amargas para ele. Tudo não passava de vaidade
e pobreza de espírito. Tudo quanto ele tinha feito era "seguir o
vento", mas não fora capaz de reter a brisa que vinha ao seu encontro. A
morte, a grande niveladora. tinha arruinado tudo, lançando suas sombras sobre o
homem bom, não menos que sobre o homem mau, Cf. Jó. 10.1.
A morte é o grande
Nivelador.
(Provérbio do século
XVIII)
Os Frutos Preciosos
do Labor de um Homem Serão Desperdiçados por Outros (2.18-21)
O triste filósofo
agora imaginava as riquezas de Salomão sendo deixadas para um homem menor, como
Roboão, seu sucessor, que desperdiçaria os frutos de seu labor. Portanto, que
vantagem haveria em ter ele feito o que fez. e em ter desperdiçado sua vida em
todo aquele esforço por excelência?
Ec 2.18 Também
aborreci todo o meu trabalho. O autor chegou a aborrecer tanto a própria vida
(vs. 17) quanto o seu trabalho (vs. 18). Haveria algo de duradouro nessas
coisas? Absolutamente, não. Em primeiro lugar, seus sucessores reduziriam tudo
a nada. E, caso não o fizessem, mesmo assim tudo era inútil, conforme ele mesmo
já havia demonstrado em 1.3. Certamente os estultos herdariam todas as riquezas
daquele homem, incluindo suas propriedades e qualquer outra coisa que ele
deixasse para trás. Por outra parte, visto que os insensatos e os sábios são a
mesma coisa, no fim, ele não teria vantagem alguma se todos os seus bens
caíssem nas mãos dos sábios. Compare-se isso à sabedoria superior de George
Frederic Watts: "O que gastei, perdi; o que economizei, perdi; o que dei,
conservei”.
Temos a considerar um
antigo ditado: "Não podemos levar deste mundo o que nele ganhamos".
Eis por que um moribundo verteu tudo quanto tinha em “cheques de viagem",
a fim de carregá-los consigo; esperemos que ele tenha assinado direitinho os
seus cheques! Talvez algumas das obras dos homens bons terminem em museus, para
serem admiradas, mas o triste filósofo não veria nisso nenhuma vantagem. Cf.
este versículo com Eclesiástico 9.19. O tolo usufrui o resultado dos labores do
sábio. Isso é ridículo. Na verdade, porém, assim eram a vida e seus frutos, no
parecer deste pessimista. O Targum lembra-nos de que Salomão deixou suas
riquezas materiais para seu filho insensato, Roboão, e, devido a certas
circunstâncias, também para o selvagem Jeroboão. Esses dois insensatos
dividiram o reino de Israel. Eles repartiram os despojos do sábio que tinha
dado a Israel sua época áurea.
Ec 2.19 E quem pode
dizer se será sábio ou estulto? Este versículo repete essencialmente as ideias
do vs. 18. Um sábio pode amealhar riquezas; um insensato também pode
amealhá-las; mas o resultado será o mesmo. Um homem bom se esforçaria por
acumular bens, mas chegariam tolos que passariam a desperdiçá-los e, mesmo que
não os desperdiçassem, os bens seriam deles, e não de quem os acumulou. Por
conseguinte, o homem bom perderia tudo quanto se tivesse esforçado por
alcançar, nesta terra que está debaixo do céu. Portanto, que pode ser dito
depois de tudo isso? Tudo é vaidade. É contrário ao bom senso que um insensato
ou mesmo um sábio fique com os bens materiais de um homem que acabou de morrer.
Também é uma incongruência que a morte oblitere o sábio. É claro, portanto, que
a vida inteira não se reveste de sentido. A vida, para o triste filósofo, era o
"incongruente". De nada adiantava tentar extrair dela algum sentido.
Ec 2.20 Então me
empenhei por que o coração se desesperasse. O autor sagrado perdera a coragem
enquanto pensava na vaidade da vida; desencorajado, desprezou a própria vida,
bem como suas obras, e também se entristeceu por haver nascido. Não teve um
único pensamento remidor. Todas as suas teorias se azedaram. Estava tudo
errado, e não havia remédio para nada. Todas as coisas que ele antes
considerara virtudes - conhecer e praticar a lei de Moisés, obter conhecimento
e sabedoria, trabalhar arduamente e ajuntar bens materiais, esforçar-se por
realizar grandes projetos, tentar ser um grande homem - todas essas coisas
boas. juntamente com qualquer outra que se possa imaginar, foram lançadas na
lata de lixo filosófica. Esse homem tornou-se tão negativo, que nenhuma escola
filosófica decente haveria de querer que ele ali ensinasse, e nenhuma igreja
abriria as portas para ele. Ele era um pária, lançado fora por si mesmo e pelo
próximo; mas a aceitação por parte de outras pessoas é apenas outro falso
valor.
Nosso homem cessou a
busca pela sabedoria, abandonou a busca peles prazeres, interrompeu os labores
diligentes e terminou como um nada que nada fazia, apenas outra forma de
vaidade. A vida era uma piada doentia, cujo centro era ele próprio.
Ec 2.21 Porque há
homem cujo trabalho é feito com sabedoria. Além disso, há aqueles indivíduos
cujo trabalho não envolve questões materiais, mas obras de retidão e promoção
da justiça na sociedade. Até mesmo essas obras, entregues aos insensatos, são
logo desfeitas e terminam em nada. Note-se que tais qualidades são requeridas
pela lei; mas que bem isso faz aos que obedecem à lei, nesta vida sem significado?
Não existe nenhuma lei de justiça, exata e bem equilibrada, que dê a cada
pessoa o que ela merece, garantindo o bem para os bons, Um homem pode deixar
uma herança moral e espiritual, em vez de uma herança material: mas que bem
isso faz? Essas coisas não são melhores que as materiais que outros poderiam
deixar. Os que surgem em cena mais tarde garantem que tudo se reduza à mesma
inutilidade. Tudo é vaidade, tudo é um grande mal. A Revised Standard Version
diz habilidade, como tradução do termo hebraico kishron, que nossa versão
portuguesa traduz como destreza, uma compreensão legítima do termo. Nesse caso.
o versículo simplesmente repete o que já tinha sido dito antes, sem apontar
nenhuma espécie de herança espiritual ou moral que um homem possa deixar. Um homem
trabalha com destreza por ser treinado e sábio, mas os insensatos sem treinamento
obtêm o mesmo pelo que os sábios tanto trabalham para adquirir.
Ec 2.22 Pois, que tem
o homem de todo o seu trabalho...? O filósofo repete os mesmos sentimentos que
já tinham sido ventilados, embora com um fraseado levemente diferente. O que um
homem consegue mediante todo o seu labor diligente? Sua esfera de labor era a
terra, debaixo do sol, e todas as coisas feitas ali se reduziram a nada; o que
ele ganhou com tudo isso? Nada. essa é a verdade. Ele obteve somente vexação no
coração. Ele labutou diligentemente, quase chegando à exaustão. Mas, visto que
pensamos ser isso uma virtude, continuamos na mesma lida, dia após dia.
Jactamo-nos de quão duro trabalhamos, e esperamos que outras pessoas nos
elogiem. O triste filósofo chama tais homens de estultos. Antes, ele mesmo
havia trabalhado segundo esse método, mas já abandonara a vereda do trabalho
duro, por considerá-lo vão. tal como qualquer outra vereda é inútil. Todas as veredas
são vaidade: a própria vida é uma vaidade; a morte aniquiladora é a grande
verdade, e a única questão aparentemente importante é se cometeremos suicídio
ou não. Esse homem definitivamente tinha um problema de atitude.
Ec 2.23 Porque todos
os seus dias são dores. Visto que o homem era um trabalhador duro, todos o
elogiavam. Mas, na verdade, o que estava acontecendo? - pergunta-nos o triste
filósofo. Ele trabalhava arduamente, mas tudo estava eivado de dores; seu
próprio trabalho se tornara uma vexação. Ele realmente desfrutava todo o labor
árduo? Nesse caso, nosso homem responde: "Desfrutar também é vaidade”.
Mesmo à noite, aquele homem enlouquecido não descansava. Ele continuava
preocupando-se em como faria seu trabalho, mas viveria o suficiente para
completá-lo? Ele perdeu o sono, em sua ansiedade, e essa era outra parte
ridícula de seu estilo de vida. Existe algo de irracional e arbitrário na
própria vida. Schopenhauer chamava o seu deus de "insano” e supunha que
essa fosse a razão pela qual existem tantas coisas loucas nesta vida. O
"deus” do nosso filósofo não estava distante da avaliação de Schopenhauer
sobre a divindade.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2710-2712.
Vv. 17-23 Os homens
sábios têm prazer no trabalho. Eles estão em seus ambientes quando estão em
seus trabalhos, e reclamam se estiverem fora do trabalho. De vez em quando,
eles podem até ficar cansados por causa de seus trabalhos, mas não estão fartos
deles, nem desejando abandoná-los. Aqui, portanto, alguém poderia esperar ter
encontrado o bem que os homens deveriam fazer, mas Salomão tentou isso também;
depois de uma rida contemplativa e voluptuosa, ele aplicou-se a uma vida ativa.
e não encontrou mais satisfação nela do que na outra; ainda assim é tudo
vaidade e aflição de espírito, do que ele faz uma descrição nesses versículos,
onde observe:
I Que negócios ele
experimentou; eram negócios debaixo do sol (v. 17-20). sobre as coisas deste
mundo, coisas terrenas, as riquezas, honras e prazeres dos tempos atuais; era o
trabalho de um rei. Existem negócios acima do sol. negócios perpétuos, que são
perpetuamente abençoados: o que nós fazemos em conformidade com tais negócios
(fazendo a vontade de Deus assim como ela é feita no céu) e como resultado
dessas bênçãos, será transformado em uma boa narrativa; nós não devemos ter
razões para odiar esse trabalho, nem para desprezá-lo. Mas ele é trabalho
debaixo do sol. trabalho pela comida que perece (Jo 6.27; Is 55.2), que aqui Salomão
aborda com tão pouca satisfação. Era o melhor tipo de negócio, não aquele dos
lenhadores da floresta e tiradores de água (não é tão estranho se os homens
odeiam esse trabalho), mas este era com sabedoria, e ciência, e destreza, v.
21. Era um trabalho racional, relacionado com seu reino e com o avanço de seus
interesses. Era um trabalho gerenciado pelas ordens da sabedoria, do
conhecimento natural e adquirido, e pelas direções da justiça. Era um trabalho
no concílio e nas cortes de justiça. Era um trabalho em que ele se houve
sabiamente (v. 19), o que muito destaca o trabalho em que os homens somente se
mostram fortes quanto aos dotes de suas mentes, pelos quais nós estamos
relacionados aos anjos, sobre aqueles dotes do corpo, os quais nós temos em comum
com os brutos. Aquilo que muitas pessoas têm em vista mais do que qualquer
outra coisa, no prosseguimento de seus negócios mundanos, é haverem-se sábias,
para conseguir a reputação de homens engenhosos e homens de bom senso e
aplicação.
II Sua saída deste
trabalho. Ele logo se cansou deste negócio. 1. Ele odiou todo o seu trabalho,
porque ele não encontrou a satisfação que esperava encontrar. Após adquirir
suas belas casas, e jardins, e fontes de água, por algum tempo, ele começou a
sentir náuseas delas, e olhar para elas com desdém, como as crianças, que são
ansiosas por um brinquedo e no começo o estimam, mas, quando já brincaram com
ele durante algum tempo, cansam-se dele, jogam-no fora, e precisam ter outro.
Isso expressa não um ódio gracioso destas coisas, o que é nossa obrigação,
amá-las menos do que a Deus e a religião (Lc 14.26), nem um ódio pecador delas,
o que é nossa loucura, sentirmo-nos fatigados do lugar que Deus designou para
nós e seu trabalho, mas um ódio natural delas, resultado de um excesso destas
coisas e de um senso de desapontamento delas. 2. Ele se aplicou a fazer que o
seu coração perdesse a esperança de todo trabalho (v. 20); ele se esforçou para
ter um senso profundo da vaidade dos negócios mundanos; que isso não traria a
vantagem e satisfação com as esperanças das quais ele anteriormente se iludiu.
Nossos corações são muito relutantes em desistir de suas expectativas quanto às
grandes obras da criatura; nós devemos empreender, devemos circular, argumentar
com eles, para convencê-los de que não há nada nas coisas do mundo que nós
possamos prometer a nós mesmos. Nós ficamos tão frequentemente entediados e
afundamos nesta Terra por algumas ricas minas de satisfação, e não encontramos
o menor sinal ou prova disto, mas ficamos sempre frustrados na busca, e nós não
deveríamos dar longamente aos nossos corações tranquilidade e perder as
esperanças de encontrá-las? 3. Ele chegou a isso, finalmente, de maneira que
aborreceu a própria vida (v. 17), porque ela está sujeita a muito trabalho duro
e problemas, e a uma série constante de desapontamentos. Deus tinha dado a
Salomão tamanha grandeza de coração, e tão vasta capacidade mental, que ele
experimentou mais do que qualquer outro homem da natureza insatisfatória de
todas as coisas desta vida e de sua insuficiência para fazê-lo feliz. A própria
vida, que é tão preciosa para um homem, e uma grande bênção para um homem bom,
pode tornar-se um peso para um homem de negócios.
III As razões dessa
discussão com sua vida e trabalho. Duas coisas fizeram com que ele se fatigasse
deles:
1. Que seus negócios
eram muito duros para ele: a obra que se fez debaixo do sol lhe era penosa, v.
17. Seus pensamentos e cuidados acerca disso, e aquela aplicação próxima e
constante da mente que era requisito para tal, eram um peso e fadiga para ele,
especialmente quando ele envelheceu. Isto é o efeito de uma maldição sob a qual
nós estamos a trabalhar. É dito que nosso trabalho são as obras e o trabalho de
nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou (Gn 5.29) e da fraqueza
das faculdades com as quais nós trabalhamos, e da sentença proferida sobre nós,
de que no suor de nossos rostos, comeremos o nosso pão. Nossa labuta é chamada
de fadiga do nosso coração (v. 22); para a maioria, é uma força sobre eles, assim
para nós é natural amarmos nosso conforto. Um homem de negócios é descrito como
ansioso tanto em sua saída quanto em sua chegada, v. 23.
(1) Ele é carente de
seus prazeres de dia, pois todos os seus dias são dores, não apenas tristes,
mas a tristeza em si, na verdade muitas e variadas tristezas; seu esforço
árduo, ou trabalho, o dia todo, é sofrimento. De vez em quando, os homens de
negócios encontram-se com aquilo que os aflige, e é uma ocasião de raiva e
tristeza para eles. Aqueles que são impacientes descobrem que, quanto mais
relações eles têm no mundo, mais probabilidade eles têm de ficar irritados. O
mundo é um vale de lágrimas, até mesmo para aqueles que têm muito dele.
Daqueles que trabalham, é dito que estão sobrecarregados, e são, portanto, chamados
para vir até Cristo para descansar, Mateus 11.28. (2) Ele é incomodado em seu
repouso à noite. Quando ele está dominado pelas preocupações do dia, e espera
encontrar alívio quando deita sua cabeça em seu travesseiro, ele se decepciona;
cuida de manter seus olhos acordados, ou, se ele dormir, ainda assim seu
coração está acordado, e até de noite não descansa. Veja como são tolos os que
fazem de si mesmos escravos do mundo, e não fazem de Deus seu descanso; noite e
dia eles nada podem senão estar preocupados. De modo que, sobre toda a questão,
é tudo vaidade, v. 17. Também isso é vaidade, em particular (w. 19,23), é
vaidade e grande enfado, v. 21. Isso é uma grande afronta a Deus e uma grande
injúria a eles mesmos, portanto um grande enfado; é uma coisa vaidosa levantar
de madrugada, repousar tarde em busca das coisas boas deste mundo, que nunca
foi designado para ser nosso bem principal.
2. Que o lucro dos
seus negócios deve ser todo deixado para outros. A possibilidade de vantagem dá
um salto e estimula a indústria; portanto, os homens se esforçam, porque eles
esperam que isso passe; se a esperança falha, o esforço fraqueja; e, portanto,
Salomão brigou com todas as obras, as grandes obras que ele havia feito, porque
elas não trariam vantagem alguma para ele. (1) Ele deve deixá-las. Na hora de
sua morte, ele não poderia levá-las com ele, nem dividi-las, nem nunca mais
retornaria a elas (Jo 7.10), nem a lembrança delas poderia fazer bem algum a
ele, Lucas 16.25. Mas eu devo deixar tudo ao homem que virá depois de mim, à
geração que está por vir no lugar daqueles que estão falecendo. Como houve
muitos antes de nós, que construíram as casas em que nós moramos, e de quem nós
utilizamos as aquisições e trabalho, assim haverá muitos depois de nós, que
viverão nas casas que nós construímos, e desfrutarão de nossas aquisições e
trabalhos. Nunca houve terra perdida por falta de um herdeiro. Para uma alma
graciosa, não existe inquietude em nada; por que nós deveríamos nos ressentir
com outros por sua entrada nas diversões deste mundo, em vez de se agradar de
que, quando nós tivermos partido, aqueles que virão depois de nós podem
aproveitar melhor nossa sabedoria e indústria? Mas para uma mente mundana, que
busca sua própria felicidade na criatura, é uma grande aflição pensar em deixar
seu amado patrimônio para trás, nessa incerteza.
(2) Ele deve
deixá-las para aqueles que jamais sofreriam tanto por elas, o que será uma
desculpa para si mesmo por ter passado por sofrimento. Aquele que aumentou a
propriedade, fez isso trabalhando com sabedoria, e ciência, e destreza; mas
aquele que a desfruta e a gasta (pode ser que sim) não trabalhou nele (v. 21),
e, mais que isso, nunca trabalhará. As abelhas trabalham duro para manter o
zumbido. Pelo contrário, para ele isso prova ser um laço: é deixado como porção
sua, em que ele descansa, e com que se alia; e ele é miserável em adiar tudo
por uma porção. Enquanto que, se ele não conseguiu uma propriedade de maneira
fácil, quem sabe, exceto que ele deve ter sido tanto esforçado quanto religioso?
Contudo, nós não devemos ficar perplexos por causa disso, desde que se possa
provar que, fora isso, o que é bom será de quem vai usá-lo bem e para fazer o
bem. (3) Ele não sabe para quem deve deixar tudo (pois Deus faz herdeiros), ou
ao menos o que ele provará para quem ele o deixar, se um homem sábio ou um
tolo, um homem sábio que multiplicará seus bens ou um tolo que os reduzirá a
nada; contudo, ele se assenhorará de todo o meu trabalho, e de forma insensata
desfará o que seu pai sabiamente fez. E provável que Salomão tenha escrito isso
comovidamente, estando com medo do que Roboão provaria. Jerônimo, em seu
comentário sobre esta passagem, aplica isso aos bons livros que Salomão
escreveu, em que ele se mostrou sábio, mas ele não sabia em que mãos eles
cairiam, talvez nas mãos de um louco, que, segundo a obstinação de seu coração,
faz um mau uso do que foi bem escrito. De modo que, sobre toda a questão, ele
pergunta (v. 22): Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho? O que ele
tem para si mesmo e para o seu próprio uso? O que ele tem que irá com ele para
o outro mundo?
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 902-904.
A Futilidade das
Riquezas Acumuladas (2.18-23)
Nestes seis versículos,
o autor reflete a respeito das vantagens dos anos que gastou acumulando e
armazenando riquezas. O que mais o incomoda é que ele precisa deixar tudo ao
homem que viesse depois de mim (18). E quem sabe se será sábio ou tolo? (19).
Provavelmente para um homem que acumulou de maneira tão diligente para si mesmo
fosse natural não confiar em outros — nem mesmo em seus próprios herdeiros.
Frequentemente a
história tem comprovado os fatos básicos subjacentes ao pessimismo do Pregador.
Poucos filhos têm provado ser tão eficazes em preservar fortunas quanto seus
pais foram em acumulá-las. Mas esses fatos não deveriam fazer com que o coração
perdesse a esperança (20). Pelo contrário, eles deveriam nos guiar na
aquisição, no gasto e na maneira de legar essa herança aos filhos.
Se um homem fica tão
obcecado por dinheiro que até de noite não descansa o seu coração (23), também
isso é vaidade. A vida satisfatória é mais importante que a fortuna. Se não
podemos pensar em nenhuma função melhor para a riqueza acumulada do que
deixá-la ser desperdiçada por herdeiros irresponsáveis, há razões para o
pessimismo em relação ao nosso trabalho. Mas o rei poderia ter usado sua
fortuna enquanto estava vivo — usado para o bem do seu próximo e para o
progresso do trabalho de Deus. Não é sábio que um homem bom gaste toda a sua
vida acumulando dinheiro e deixe inteiramente para outros a decisão de como
usá-lo. Deixe um homem investir e contribuir tão sábia e generosamente em seu
tempo de vida quanto ele acumula. Quando ele o fizer terá algo de todo o seu
trabalho e da fadiga do seu coração (22). E se ele tiver algo para deixar aos
seus herdeiros, que ore a respeito das decisões e então aja com confiança na
próxima geração, cujo caráter ele ajudou a moldar.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 437.
2. A eternidade de
Deus.
O pregador se refere
a Deus cerca de 40 vezes em Eclesiastes, sempre o identificando pelo nome
hebraico helohim, o Deus da criação. Isso é proposital visto que Salomão se
refere com frequência aquilo que acontece “debaixo do sol”. “Que proveito tem o
homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol” (Ec 1.3,9,14;
2.18). É debaixo do sol que está a criação; é debaixo do sol onde se encontra o
homem. Mas o Pregador tem algo mais a dizer — ele quer deixar bem claro que há
um contraste enorme entre a criação e o Criador, mais especificamente entre
Deus e o homem. Deus é eterno, onipotente, auto existente; enquanto o homem é
mortal, transitório e limitado. Não deve, portanto, esse homem mortal se fixar
apenas nas coisas dessa vida, já que o Deus eterno pôs no coração desse homem a
eternidade. “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade
no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o
princípio até o fim (Ec 3.11).
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
107-108.
Ec 1.9 O que foi, é o
que há de ser. O que foi feito, o será novamente; nada de novo acontece debaixo
do sol. Tremenda monotonia assinala a existência inteira, e a monotonia é a
própria essência de toda vida e de toda a existência. Os vss. 911 formam uma
espécie de conclusão dos vss. 3-8. É por isso que perguntamos: "Se
houvesse algo novo sob o sol, seria de alguma utilidade?". O autor sagrado
teria apresentado uma dúzia de argumentos para mostrar que as coisas novas
seriam tão vãs como as antigas. Ademais, as coisas novas logo seriam
interminavelmente repetidas e tornar-se-iam antigas.
Numa época em que a
ciência era muito primitiva, verdadeiramente pouquíssimo surgia que pudesse ser
chamado de novo. Mas mesmo nestes dias, de coisas verdadeiramente novas, ouso
dizer que nosso triste filósofo não teria modificado suas declarações
pessimistas.
Que o leitor
contraste este versículo com Jer. 31.22; Isa. 43.18; 65.17. Coisas novas nos
excitam a mente e aliviam o enfado. Mas estar ou não enfadado representa sempre
igual futilidade, embora sejam polos opostos da mesma coisa. Sêneca, embora não
fosse pessimista, observou as repetições intermináveis das coisas: “Nada de
novo eu vejo; nada de novo eu faço' (Epíst. 24). Trazer à baila, aqui, a
novidade do Novo Testamento é anacronismo. Sabemos que o triste filósofo tinha
uma filosofia inadequada, mas deixemos que ele diga o que tinha para dizer, sem
interrompê-lo continuamente.
Ec 1.14 Atendei para
todas as obras que se fazem debaixo do sol. O triste filósofo foi capaz de
obter uma visão panorâmica de todas as obras que os homens fazem debaixo do
sol, e também, presumivelmente, de todas as obras da natureza. Sua avaliação
foi totalmente negativa: tudo não passa de uma baforada de fumaça, de uma brisa
soprada pela vaidade, que é vazia e representa o nada. Ver o vs. 2 deste
capítulo, onde a tese é ousadamente proferida, sendo agora confirmada, após
longa e diligente investigação. Ele procurou por toda parte “debaixo do sol”,
isto é, na terra, e não encontrou razão alguma para modificar sua mente
pessimista a respeito da sombria inutilidade da vida humana. As obras do homem
são moralmente boas ou más (e a lei é que as determina), mas igualmente
inúteis.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2706, 2707.
Ec 1.9. Raramente
alguém consegue contradizer os fatos para os quais o autor aponta nesses
versículos. A maioria das coisas que fazemos foi feita por alguém antes de nós
— e a maioria delas será realizada novamente por outros depois de nós. Vamos
admitir que existam apenas algumas experiências que possam ser chamadas de algo
novo debaixo do sol (9).
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 434.
Ec 1.9 A única coisa
que tem sido - Cada coisa em toda a economia da natureza tem suas revoluções;
verão e inverno, calor e frio, chuva e seca durar, sementeira e outono, com
todo o sistema de corrupção e de geração, alternadamente se sucedem, de modo
que qualquer que tenha sido deve ser novamente. Há, realmente, fisicamente, e
filosoficamente, absolutamente nada de novo sob o sol, no curso das coisas
sublunares. O caso é o mesmo em todas as revoluções dos céus.
Ec 1.14 Eis que tudo
era vaidade - Depois de todas essas discussões e experiências, quando até mesmo
os resultados têm sido os mais bem sucedidos, eu encontrei única satisfação
racional, mas não que bem supremo pelo qual somente a alma pode ser feliz.
Curas O hominum! O quantum est em rebus fútil !"Como ansiosos são nossos
cuidados, e ainda como vão tendência dos nossos desejos! "
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
Ec 3.11 Tudo fez Deus
formoso no seu devido tempo. Segunda Conclusão. Se houver alguma coisa no mundo
a que chamamos de belo, então podemos atribuir essa coisa a Deus e,
naturalmente, as coisas feias também são de Sua criação (o que compreendemos
por implicação). O bom e o mau, o belo e o feio trocam-se em suas
manifestações, cada coisa em seu devido tempo e estação (vs. 1). Todos os
ciclos e condições procedem de Deus: portanto, sorri e suporia tudo, pois nada
podes fazer a respeito.
Pôs a eternidade no
coração do homem. Eternidade, literalmente, é “mundo”. Foi Deus quem pôs no
coração dos homens o desejo de compreender os mistérios do mundo, da vida e de
seus possíveis significados. As pessoas procuram saber se há ou não algo de
extratemporal em si mesmas; se são apenas animais ou se existe aigo em um homem
que o distinga dos irracionais. Ele pode até querer saber se há alguma parte,
em si mesmo, que sobreviva à morte biológica; mas o vs. 18 despedaça essa
esperança, se, de fato, o autor sacro, neste versículo, a está levantando.
O homem busca, mas
nunca descobre muito sobre o significado dos mistérios. Deus pôs esse desejo no
coração humano, mas não lhe garantiu sucesso. O homem é deixado a pairar sobre
sua admiração e investigação. E a própria investigação consiste em vaidade.
Nenhum homem pode descobrir o que Deus tem feito, por qual razão Ele assim o
fez, ou por que Ele o fará. O homem é uma espécie de microcosmo do todo, mas
não é capaz de discernir muito sobre si mesmo, a ponto de “ler alguma coisa
sobre Deus". Ele implantou as ideias, que se agitam na mente de um homem e
buscam explanações para os mistérios da existência. Mas esses mistérios estão
ocultos em Deus, e nenhum homem, por nenhum modo de investigação, pode explicar
o ser divino ou as coisas divinas. Deus é o Mysterium Fascinosum e também é o
Mysterium Tremendum (ver a respeito na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia). A mente humana sente um pouco desses mistérios, mas seus esforços
por chegar a conhecê-los fracassam miseravelmente, e ele é deixado na vaidade.
Uso da Filosofia. O
autor sagrado, chamado neste livro de “pregador”, termo tipicamente hebraico,
na realidade é um filósofo. Era um hebreu que se metia na filosofia com alguma
habilidade; mas era um pessimista, o que explica suas conclusões obscuras. É
necessário conhecer um pouco de filosofia para entender o livro. Ao longo deste
comentário, refiro-me aos artigos cuja leitura é fundamental para permitir uma
compreensão mais exata do que o autor sagrado procurava transmitir.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2714.
Ec 3.11 Formoso em
seu tempo - as obras de Deus são bem feitas, há ordem, harmonia, beleza e em
todos eles. Mesmo a lagarta é uma beleza acabado em todas as mudanças por onde
passa, quando sua estrutura está devidamente examinada, e as extremidades
mantidas em vista em que cada mudança é a questão. Nada disso pode ser dito das
obras do homem. Os trabalhos mais acabados de arte são postos estragados de
trabalho, em comparação com a operação de pior natureza.
Ele pôs o mundo em
seu coração - (Haolam), que o tempo escondido - o período para além do
presente, - Eternidade. A tradução correta desta cláusula é o seguinte:
"Também que a eternidade tem ele colocou em seu coração, sem a qual o
homem não pode descobrir a obra que Deus fez desde o início até o fim."
Deus profundamente enraizado a ideia de eternidade em cada coração humano, e
cada homem atencioso vê, de que todas as operações de Deus referem-se a que a duração
infinita. Veja Eclesiastes 3:14 . E é só na eternidade que o homem será capaz
de descobrir o que Deus tem projetado pelas diversas obras que ele formou.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
Nós devemos esperar
com paciência pela descoberta completa do que para nós parece ser complexo e
confuso, reconhecendo que nós não podemos descobrir a obra que Deus fez desde o
princípio até ao fim e, portanto, não devemos julgar nada antes do tempo. Nós
temos que acreditar que Deus fez tudo belo. Todas as coisas foram bem feitas,
tanto na criação quanto na providência, e nós veremos isso quando o fim chegar,
mas até então nós somos incompetentes para julgar. Enquanto o desenho está
sendo realizado, e a casa, sendo construída, nós não conseguimos ver a beleza de
nenhum dos dois; porém, quando o artista dá o seu toque final e faz o último
arranjo neles, então tudo parece muito bom. Nós não vemos nada além da metade
das obras de Deus, não a partir de seu início (então nós deveríamos ver o quão
admiráveis são os planos que Ele fez em seu conselho divino), nem até o seu
fim, que coroa a ação (então nós deveríamos ver o glorioso produto); mas nós
devemos esperar até que o véu seja rasgado, e não censurar os procedimentos de
Deus, nem fazer julgamentos sobre eles. As coisas secretas não nos pertencem.
Aquelas palavras: pôs o mundo no coração deles, são entendidas de forma
diferente. 1. Alguns fazem delas uma razão pela qual nós podemos conhecer mais
das obras de Deus do que conhecemos; segundo o Sr. Pemble: “Deus não se deixou
ficar sem testemunha de sua ordem correta, igual e bela das coisas, mas
deixou-a para mais adiante, a fim de ser observada no livro do mundo, e isso
Ele pôs no coração dos homens, dando ao homem um grande desejo, e poder, em boa
medida, para compreender e entender a história da natureza, com o curso dos
negócios humanos, de modo que, se os homens fizerem uma observação exata das
coisas, eles possam, na maioria das vezes, perceber uma ordem admirável e
engenhosa”. 2. Outros fazem dela uma razão pela qual nós não conhecemos muito
das obras de Deus como nós deveríamos; segundo o bispo Reynolds: “Nós temos
tanto o mundo em nossos corações, ficamos tão ocupados com pensamentos e
preocupações acerca de coisas mundanas, e estamos tão cansados do nosso trabalho
árduo, que nós não temos tempo nem espírito para enxergar a mão de Deus neles.”
O mundo não somente tomou posse do coração, mas também formou preconceitos
contra a beleza das obras de Deus.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 907-908.
Ec 3.11- Neste
versículo, é dito que Deus pôs o mundo no coração do homem. Em outra versão
(ARA), em lugar da palavra mundo" foi usado o termo “eternidade'’ Isto
significa que nunca poderemos ficar completamente satisfeitos com os prazeres e
com o que almejamos fazer na terra. Pelo fato de sermos criados à imagem de
Deus. temos uma sede espiritual e um valor eterno; isto implica que nada. a não
ser o Deus eterno, é capaz de satisfazer-nos verdadeiramente. Ele pôs em nós um
incansável anseio por um mundo perfeito que só pode ser encontrado em sua
perfeita lei. Deus nos deu um vislumbre da perfeição em sua criação. 'vias é
apenas um vislumbre, não podemos ver o futuro ou compreendei todas as coisas.
Assim sendo, devemos confiar nEle agora e fazer a sua obra na terra.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 878.
III - O
TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1. Na família.
Nessa vida fugaz,
Salomão tem uma palavra para as relações interpessoais no convívio familiar:
“Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho, pois
Deus já de antemão se agrada das tuas obras. Em todo tempo sejam alvas as tuas
vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que
amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol” (Ec
9.7-9, ARA).
O contexto não deixa
dúvidas de que o ambiente aqui é festivo! As referências ao “pão”, “vinho” (Ec
9.7), “vestes” e ao “óleo” (Ec 9.8) demonstram isso. O vinho era usado em ocasiões
especiais pelos orientais (Gn 9.20; Dt 7.13; Ne 2.1; Jo 2.3; Mt 11.19),
enquanto o óleo era usado também como perfume (Am 6.6; Ct 1.3; 2 Sm 14.2; SI
104.15). É uma festa, mas é uma festa em família. Isso fica bem claro pela
presença da esposa, “a mulher que amas” (Ec 9.9). E uma festa onde se usa a
melhor roupa e o melhor perfume! A metáfora é bem clara para nós hoje: A
família cristã, como o bom perfume de Cristo e sem necessitar recorrer ao uso
de bebidas alcoólicas para se alegrar (Ef 5.18), deve viver com intensidade o
relacionamento interpessoal.
Infelizmente 0 que
encontramos em muitos lares não é esse ambiente festivo, mas uma verdadeira
guerra. Todos se encontram entrincheirados e ninguém quer ceder. Há uma bela
história bíblica que ilustra o que estou dizendo. Encontra-se em
1 Samuel 25.1-37. O
versículo 23 diz: “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento
e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até à terra” (1 Sm
25.23).
Para salvar seu
casamento Abigail, esposa de Nabal, precisou descer do jumento. Por que muitos
casamentos fracassam? Porque ninguém quer descer do jumento. A pergunta que
fazemos é: por que Abigail precisou descer do jumento:
1. Porque ela possuía
um homem, mas não um marido (1 Sm 25.2)
2. Infelizmente os
lares possuem um homem, que sabe comprar arroz e feijão para dentro de casa,
mas nada sabem sobre relacionamento familiar. Estão sempre mal-humorados, não
possuem afetividade com a esposa e muito menos com os filhos.
3. Porque ela possuía
uma casa, mas não um lar (1 Sm 25.7)
Abigail e Nabal
viviam debaixo do mesmo texto, mas isso não é garantia de que eles possuíssem
um lar. Um lar c muito mais do que isso. Um lar é convívio, relacionamento,
amizade, compreensão e perdão. É amor.
4. Porque ela sabia
que possuía posses, mas não prosperidade (1 Sm 25.2).
Nabal era rico,
possuía muitos bens, mas isso não significava que era próspero. Ter posses não
significa necessariamente ter prosperidade. Alguém pode ser muito rico, mas
pobre nos relacionamentos, na comunhão com Deus e pobre também dentro do lar.
5. Porque possuíam
tradição religiosa, mas não comunhão com Deus (1 Sm 25.3).
O texto diz que Nabal
era da casa de Calebe, uma das tribos importantes de Israel e que possuía uma
tradição religiosa muito forte. Sem dúvida, Nabal e Abigail também eram
religiosos, mas a forma como Nabal vivia no seu lar mostra que era somente
tradição religiosa que ele possuía. Não havia comunhão com Deus. Infelizmente é
isso que ocorre em muitos lares. São protestantes, vão à igreja aos domingos,
mas não passa de uma tradição religiosa.
6. Porque possuíam
vizinhos, mas não amigos (1 Sm 25.7,l 1).
O texto deixa claro
que Nabal era um homem incomunicável. Era difícil lhe dirigir a palavra. Com
certeza possuía vizinhos, mas não amigos.
7. Porque havia sexo,
mas não intimidade (1 Sm 25.19).
O texto deixa claro
que Abigail foi procurar Davi às escondidas. Por quê? Ela simplesmente não
conseguia se comunicar com ele e essa falta de comunicação com certeza estava
com eles no quarto de dormir. Havia sexo, mas não havia intimidade que um casal
precisa para se relacionar.
8. Porque havia
submissão, mas não havia amor (1 Sm 25.25).
O texto diz que
Abigail se referiu a Nabal como “um filho de Belial”. Quando a esposa já não
consegue falar com afeto do esposo, mas com certo amargor, rancor, etc., é
porque o amor já foi embora faz tempo. O casamento é apenas uma fachada.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
108-110.
Ec 9.7 Vai, pois,
come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho. Temos aqui a
conclusão do pessimismo precedente. Os vss. 7-10 reiteram o triste summum bonum
do filósofo: desfrutemos os pequenos prazeres da vida, porquanto esses prazeres
também são vaidade e não têm valor real, ou seja, são o melhor que podemos
fazer nesta vida miserável. Esses prazeres ordinários podem aliviar um pouco a
agonia da existência humana. Portanto, avancemos e tiremos vantagem deles. Nada
mais existe pelo que se deva viver. Há notas expositivas detalhadas sobre esse
ponto de vista em Eclesiastes 2.24-25. Ver também Eclesiastes 3.12,22; 5.17 e
8.15. É um equívoco pensar que o mau filósofo terminou como um epicurista, Ele
era um niilista que balançava a cabeça na direção do epicurismo (prazeres
moderados) como o summum bonum da vida, como o menor dos males que o homem
encontra na vida. Ele já havia demonstrado que o hedonismo (busca desenfreada
pelos prazeres) é fútil (Eclesiastes 2.1- 11). Ele valorizava mais o epicurismo (os
prazeres moderados), mas não afirmava haver valor real nisso. Quanto à plena
compreensão, ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, os verbetes
intitulados Epicurismo; Hedonismo; Summum Bonum; Niilismo e Pessimismo.
O Uso da Filosofia.
Todos os ramos do conhecimento humano oferecem algum benefício. A filosofia é
especialmente útil àqueles que estudam a Bíblia e a teologia, visto que muitas
áreas se justapõem. Aquele que conhece alguma filosofia compreenderá melhor a
teologia. O estudo do livro de Eclesiastes demonstra isso, mas outro tanto faz
o estudo da teologia geral. Um teólogo que seja apenas teólogo, ao examinar o
livro de Eclesiastes, versículo por versículo, perderá muito do significado do
autor sacro, que era um filósofo, e não um rabino comum, meramente um sábio.
Portanto, o homem que pode compreender melhor este livro é o teólogo-filósofo
que sabe tirar proveito dos dois campos, para explicar os meandros dos
pensamentos do nosso triste filósofo. Este é um livro divertido, que contém
muitas declarações absurdas e afirmações heterodoxas. É divertido descobrir que
coisas disparatadas o autor dirá em seguida. Ele diz os seus absurdos de
maneira alegre e interessante. O homem mostra-se eloquente e espirituoso. Ele
simplesmente não tinha asas, e manteve-se resvalando em seu meio ambiente
lamacento. Mas era um resvalador ágil; era um réptil e não um pássaro, pelo que
não devemos desperdiçar tempo tentando transformá-lo em um mestre ortodoxo.
O Pessimismo Antigo e
o Pessimismo Moderno. O louco filósofo, que escreveu o livro de Eclesiastes,
tinha uma espécie de redenção: o nada da morte. Nesse estado, o sofrimento
havia sido interrompido. Schopenhauer, o maior porta- voz do pessimismo
moderno, acreditava na reencarnação! Por isso ele defendia a horrorosa doutrina
de que a Vontade Louca (sua divindade) nunca deixava o pobre ser humano
escapar, O homem experimentava os mesmos sofrimentos por muitas vezes. A
Vontade Louca decidiria anular tudo, obliterar toda a vida e existência, depois
que se cansasse de algum jogo doentio e repetitivo. Se a Vontade Louca fizesse
isso, então todas as coisas seriam reduzidas a nada. e essa era a redenção pela
qual Schopenhauer tanto ansiava.
Alguns dos Pequenos
Prazeres da Vida. A partir deste ponto, o infeliz filósofo nos diz o que vale a
pena buscar, se você forçá-lo a usar tal expressão: come muito, mas não tanto a
ponto de ficares doente; bebe muito, mas não tanto a ponto de ficares
embriagado; desfruta a festa, diverte-te, ri. Poderás fazer todas essas coisas
sem temor, porque foi Deus quem te deu essas dádivas e te destinou a viveres
usufruindo delas. Ele já tinha aprovado a maneira epicurista de viver, como o
menor dos males; portanto, não temamos viver dessa maneira. E vamos lembrar que
os prazeres mentais são superiores aos físicos, pelo que não devem ser
negligenciados.
Ec 9.8 Em todo tempo
sejam alvas as tuas vestes. Entre os pequenos prazeres da vida estão as vestes
finais, especialmente no caso das damas. É ótimo vestir- se com vestes
excelentes. Roupas absolutamente brancas eram cobiçadas pelos frequentadores
das festas, visto que, com essas vestes, eram ali favorecidos. Ver II Sam.
12.20; 14.2; Sal. 65.8; 104.4; Apo. 7.9, Essa parle do versículo tem sofrido
várias interpretações metafóricas: pureza moral, salvação em vestes brancas
etc.: mas, na verdade, o autor sacro não estava pensando em coisas sérias como
essas. Além disso, óleos fragrantes eram usados nas festas, sendo os pés e a
cabeça as principais partes do corpo que recebiam esses unguentos e óleos. As
unções também serviam à pureza e à beleza e, se essas coisas nada significam
para nós, eram por demais apreciadas pelos antigos. Ver Sal. 23.5: Luc, 7,46 e
Mat. 6.17.
Ec 9.9 Goza a vida
com a mulher que amas. O sexo também é uma coisa boa, numa vida casada normal;
mas a prostituição e o adultério são truques dos hedonistas: portanto, evita
esses excessos, a menos, naturalmente, que Deus te tenha predestinado para esse
tipo de vida! Se o filósofo fosse coerente, ele não negaria que a vida de uma
prostituta foi aquilo que Deus predeterminou para ela. Ele foi coerente (ver
Eclesiastes 3.16), mas não quis confundir o quadro aqui. Pode-se viver uma vida
jubilosa com uma boa esposa a quem se ama, mas a totalidade da vida é pura
vaidade, e isso faz parte da vida. Não obstante, uma boa esposa é uma dádiva de
Deus, para ajudar resistir a todas as outras coisas vãs. A questão resume-se a
dizer: toda a tua porção te foi predestinada, peto que deves suportar tudo da
melhor maneira, desfrutando os pequenos prazeres da vida. Se estiveres
trabalhando muito, para ocasionalmente para usufruir algum prazer na vida.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2731-2732.
Aproveite a Vida
enquanto Você Pode (9.7-10)
Aqui o autor repete
(cf. 2.24; 3.12,22; 5.18; 8.15) sua filosofia de vida — a filosofia mais
elevada normalmente atingível por um homem que não possui fé em um Deus íntegro
e em uma vida consciente além da sepultura. Pão e vinho eram os meios de
sustento e diversão aceitáveis. Pois já Deus se agrada das tuas obras (7) tem
sido interpretado de várias formas como: a) Aproveite a vida porque isso é o
que Deus planejou para que os homens fizessem; b) Já que você serve a Deus e Ele
aceita suas obras, você pode contar com uma vida satisfatória; c) Já que você
não pode saber o querer e os caminhos de Deus, tire o máximo de proveito
daquilo que você consegue entender e desfrutar. O terceiro ponto de vista é
mais coerente dentro do contexto. Vestes [...] alvas (8) eram as roupas
adequadas para a corte e ocasiões festivas. Óleo na cabeça era um símbolo de
alegria (cf. SI 23.5; 45.7).
Embora a filosofia de
Qoheleth esteja associada aos aspectos terrenos, ela não incentiva a glutonaria
nem a sensualidade; ela simplesmente representa a nossa convivência agradável
nas casas de regiões urbanas calmas e pacíficas. Há o bastante para comer,
roupas boas e cosméticos, um casamento adequado com a mulher que amas (9), e um
envolvimento ativo com seu trabalho e hobbies — Tudo quanto te vier à mão para
fazer, faze-o conforme as tuas forças (10). Isso é considerado por muitos “a
boa vida”, mas mesmo nisso existem limitações inoportunas que obrigam o autor a
designar isso de vaidade [...] vaidade. Até mesmo o casamento mais feliz existe
apenas durante os dias [...] os quais Deus te deu debaixo do sol, e nem a
profissão nem os hobbies vão além da sepultura, para onde tu vais.
Existe uma verdade
muito séria no versículo 10 mesmo para os cristãos que acreditam na
imortalidade. A vida na terra é uma provação que oferece algumas oportunidades
que terminam na sepultura. A verdade de Eclesiastes é refletida pelas palavras
de Annie Coghill:
Trabalhe, pois a
noite está chegando...
Quando o trabalho do
homem estará terminado.
O próprio Jesus nos
lembra de que nossa limitação de tempo nos proporciona o senso de urgência no
cumprimento de nossas tarefas: “Convém que eu faça as obras daquele que me
enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.4).
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 3. pag. 457.
Ec 9.7 Vai-te, come o
teu pão com alegria - Não, vos perplexo com as dispensas e os mistérios da
Providência; desfrutar das bênçãos que Deus lhe deu, e viver para a sua glória e
então Deus irá aceitar suas obras.
Ec 9.8 Que tuas
vestes estar sempre branco - Os judeus usavam roupas brancas em ocasiões
festivas, como emblemas de alegria e inocência. Seja sempre puro, e sempre
feliz. Os habitantes da Índia são todos vestidos de algodão branco e limpo, e
para isso é a alusão no texto. Targum A diz: "Em todas as vezes deixar as
tuas vestes ser lavado e puro da mancha do pecado. Adquirir um bom nome, que é
comparado com o óleo da unção, que as bênçãos podem ser chamados para baixo a
tua cabeça, e bondade não te desampararei. "
Ec 9.9 A vida com a
mulher que amas - Casar com prudência, manter fielmente ligado à esposa elegeu,
e regozijar-nos o trabalho de tuas mãos. Alguns entendem isso como as palavras
do opositor libertino: "a vida com a mulher que me amas melhor. "Mas
isso não comportar tão bem com o escopo do local.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
Am 6.6 Taças. As
taças comuns não eram suficientemente grandes; por isso, em sua
auto-indulgência, eles se apropriavam dos vasos comumente usados com propósitos
sacrificiais (Êx. 38:3; Zc. 14:20).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Amos. pag. 15.
Am 6.6. que bebem
vinho em taças
Talvez a opulência
dos vasos de beber, mais do que a quantidade bebeu, é o que está aqui
repreendido pelo profeta. Vasos de beber dos materiais mais caros, e da mão de
obra mais requintada, ainda estão em uso, e como a pomadas preciosas e perfumes
entre os judeus, temos uma prova de que o conteúdo de uma caixa pequena valia
300 dentários, pelo menos 7 a 10 xelins Sterling (Libra).
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
Ct 1.3 Unguentos. Os
unguentos eram itens indispensáveis no Oriente. O clima quente tomava
necessários os banhos frequentes, depois dos quais a pele era tratada com óleos
perfumados (cons. II Cr. 28:15; II Sm. 14:2; Dn. 10:13; Mt. 6:17). O teu nome.
Não simplesmente como um símbolo de identificação. O nome de uma pessoa
costumava dizer algo específico a respeito dela (Êx. 2:10). Podia até mesmo dar
a ideia de todo o seu caráter (Mt. 1:21). A esposa está falando do caráter
esplêndido de seu esposo e da fama que ele tem por toda Parte. Por causa dessas
características notáveis, as virgens o amam. Em sua admiração sem limites, a
esposa não pode deixar de se lembrar da grande afeição que as outras virgens
também sentem pelo seu esposo. A palavra para virgem (hebraico ‘almâ) usa-se em
relação a uma jovem em idade de se casar e que ainda é solteira (Gn . 24:43;
ÊX. 2:8; Is. 7:14 e Mt. 1:23; Sl. 68:25; PV. 30:19).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Cantares. pag. 5.
Para cheirar são bons
os teus unguentos (3). No hebraico há um jogo de palavras sobre os unguentos e
teu nome. Cf. Ec 7.1. Unguentos (3). Unguentos ou perfumes eram especialmente
valiosos no oriente devido ao calor. Eram usados particularmente na unção dos
sacerdotes (Êx 30.23-25) e na recepção dos hóspedes (Sl 23.5; Lc 7.38). O uso
de unguento muito precioso nesta última conexão, era sinal de estima incomum
(cf. Jo 12.3). Os reis recolhiam e usavam perfumes de rara composição e
fragrância. Ver 3.6 e cf. 2Rs 20.13. Nome (3). O nome relembra o que ele é. A
lembrança tem um efeito sobre o espírito semelhante ao de um fragrante perfume
sobre os sentidos. O azeite da unção, nos dias do Antigo Testamento, tipificava
a obra do Espírito Santo, que foi dado a Cristo sem limitações. Conhecer a
Cristo é comparado por Paulo a um perfume (ver 2Co 2.14). Virgens (3).
Auxiliares da noiva. Misticamente, representam os regenerados e santificados.
Cf. Mt 25.1; 2Co 11.2; Ap 14.4.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Cantares. pag. 5.
1.3
— Unguento. Nos tempos bíblicos, era costume, após o banho, massagear o corpo
com unguentos (óleos) perfumados durante a preparação para alguma ocasião
festiva (Rt 3.3).
O
teu nome. A Sulamita fala da reputação de seu amado como semelhante a um aroma
agradável; ele era objeto de desejo das jovens de toda parte. O termo virgens —
o mesmo empregado em Isaías 7.14 — significa mulheres em idade de casar (as
mesmas identificadas como filhas de Jerusalém em Cantares 1.5).
Amam.
Aqui, é utilizado o verbo hebraico comum para amor, referindo-se a sentimentos românticos
(como em Génesis 24-67); em outros trechos, este verbo significa escolher
alguém (uma determinação do livre-arbítrio; Dt 6.5). Assim sendo, este verbo
hebraico compartilha alguns, mas não todos, os sentidos do verbo grego apagão.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1010.
Sal 104.15 O vinho,
que alegra o coração do homem. Alguns produtos agrícolas são especialmente
deleitáveis e benéficos aos homens. O poeta nos dá aqui um exemplo: o vinho,
que alegra o coração do homem quando o deixa em um leve estado de embriaguez,
sempre que não haja excessos. O azeite tem seu uso como cosmético, fazendo o
rosto de um homem brilhar, e também se reveste de valores medicinais
apreciados. E, finalmente, o pão (que representa aqui o alimento feito de
grãos), a principal fonte de sustento da vida humana. Definitivamente, o suco
da uva se azeda um pouco, ao fermentar sob a forma de vinho; mas mesmo assim é
muito melhor que o suco de uva não fermentado. E era assim que os hebreus
sentiam, sendo eles um povo de vinho, canções e danças. Os evangélicos não
gostam dessas ideias, mas eles têm, em seus costumes, coisas piores que um
pouco de vinho. Eu mesmo não toco em vinho. Sabemos hoje em dia que o vinho
corta o colesterol, mas também sabemos que mata células do cérebro. As pessoas
que costumam beber pouco vinho vivem mais que as pessoas que não o tomam, mas
também penso que elas serão um pouco mais estúpidas. Portanto, que o leitor
faça sua escolha: viva por mais tempo um tanto menos mentalmente vivo; ou viva
menos com uma inteligência superior. Naturalmente, existem outros alimentos que
cortam o colesterol, mas o vinho também é um sedativo suave, que ajuda o homem
a manter os nervos sob controle. O principal, entretanto, é cada indivíduo
cumprir a sua parte e deixar que Deus cuide de quanto tempo cada qual viverá.
Ver no Dicionário os artigos sobre Vinho, Azeite e Pão, quanto a maiores
detalhes.
“O vinho, em
quantidade moderada, tem a notável tendência de reviver e revigorar o ser
humano... torna um homem animado e provê a continuação dessa animação ao
fortalecer os músculos e deixar os nervos em seus devidos lugares. Essa é a
utilidade do vinho... O azeite serve para ungir o corpo, especialmente as
partes expostas ao sol e às intempéries. Isso era muito importante nas terras
áridas... O pão impedia a fome. Estando com fome, um homem se sente indisposto,
não pode ser emulado nem encorajado" (Adam Clarke, o qual, em minha
opinião, exagera no caso do vinho).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2383.
Aqui, 0 salmista menciona o verdadeiro objetivo
da criação de Deus: atender às carências do ser humano. Vinho, azeite e pão —
géneros de primeira necessidade em Israel — são bênçãos de Deus que enriquecem
a vida.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 912.
5.18 - Assim como a pessoa embriagada com vinho
está sob o efeito do álcool, o cristão cheio do Espírito é controlado pelo
Espírito Santo.
Enchei' V0S. Encher-se indica uma ação que vai
além de receber o selo do Espírito Santo (Ef 1.13). Selar é uma ação feita por
Deus no momento de nosso novo nascimento. O tempo e o modo do verbo grego
traduzido como enchei-vos [imperativo afirmativo] indica que a ação no presente
de encher-se pode ser repetida, acontecendo em vários momentos. E algo que
Paulo ordena que os cristãos de Éfeso façam. Em outras palavras, nem todos os
cristãos são cheios do Espírito, mas todos foram selados com o Espírito quando
se entregaram a Cristo (Ef 4.30).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 512.
O Uso De Bebidas
Alcoólicas
1. O N.T. adverte-nos
contra o uso excessivo das bebidas alcoólicas (ver Lucas 1:15; 21:34; I Tes.
5:6-8; II Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8). Mas permite um uso moderado,
segundo se depreende de várias dessas referências.
2. Luz derivada da
ciência moderna: As pesquisas têm demonstrado, que até mesmo pequenas quantidades de álcool,
Ba corrente sanguínea, matam as células cerebrais. Com base no trecho de I Cor.
3:16,17, só se pode supor que, se Paulo tivesse tido conhecimento do fato,
teria proibido o uso de qualquer bebida alcoólica, a menos, talvez, que se
possa demonstrar haver nela algum uso medicinal. Nesse caso, o sacrifício de
algumas poucas células do cérebro, pode valer a pena, para que se adquira
melhor saúde em outros pontos do organismo. Entretanto, é improvável que o
álcool tenha qualquer valor como medicamento.
O vício do alcoolismo
raramente resulta do desejo que os alcoólatras têm por sentir o gosto, o
paladar da bebida. Os alcoólatras andam atrás de muito mais do que isso. Busca
«livramento de suas perturbações». Talvez queira «ocultar-se de si mesmo» ou
«evitar suas responsabilidades». Procura modificar o mundo a fim de que o mesmo
se lhe torne tolerável. Também pode estar tentando «escapar da melancolia».
Portanto, usualmente o problema do alcoolismo é de fundo «psicológico» ou
«espiritual», e o vício é apenas uma maneira de evitar a solução real, que pode
parecer dolorosa, indesejável ou impossível, para aquele que bebe em excesso.
Assim, pois, um homem necessita de alguma solução real para o seu profundo
problema, que remova a necessidade de um substituto insuficiente. E Cristo é
essa resposta, contanto que o indivíduo queira aprender dele, tornando-o o centro
de sua vida. A instituição denominada «Alcoólatras Anônimos» tem obtido regular
sucesso na cura do alcoolismo. Ao invés da garrafa, apresentam a fé em Deus e o
encorajamento mútuo nessa fé, mediante resoluções saudáveis. Mas essa fé, mais
perfeitamente definida ainda, é a fé em Jesus Cristo, conforme os termos do
evangelho cristão.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 625.
2. No trabalho.
O trabalho nunca deve
ser um fim em si mesmo, portanto se frustra quem pensa dessa forma. Quando o
trabalho, e não Deus, é o centro de tudo, então ele se transforma em fadiga (Ec
5.17).
Mas o Pregador irá
mostrar que esse trabalho, quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter
um sentido na nossa existência. Nesse sentido o trabalho se torna algo
prazeroso e não pesaroso. “Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e
gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do
sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua
porção. Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder
para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom
de Deus” (Ec 5.18,19). A palavra hebraica samach, traduzida aqui como “gozar”,
possui o sentido de regozijar, estar alegre. O nosso local de trabalho deve ser
um lugar alegre, fruto das relações interpessoais sadias.
Lemos no comentário
dos Expositores da Bíblia:
Tradicionalmente o
assaltante exige: ‘O seu dinheiro ou sua vida!’ O Pregador (Salomão) descreveu
aqueles que preferem perder a vida do que perder o dinheiro. Podemos então ter
a vida em primeiro lugar e em segundo encontrar um lugar para o dinheiro? Sim,
se levarmos a vida diariamente diante de Deus e procurar saber o seu plano, até
onde ele pode ser conhecido. Devemos estar dispostos a trabalhar (v. 18). Uma
vez que a maioria dos trabalhos era construtivo e muitas vezes criativo. Hoje
muitos de nós estão envolvidos em atividade monótona, que um Salomão moderno
citaria como outro exemplo de frustração. Devemos também olhar para os usos
construtivos de lazer — atividade que pode não trazer muito dinheiro, mas vai
trazer maior gozo, que o Pregador tem em mente. Portanto, é correto orar e
olhar para o trabalho que irá produzir o suficiente para viver, podendo então
desfrutar de uma boa consciência, porque são coisas que Deus nos dá para
apreciar (1 Tm 6.17).
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
110-111.
Ec 5.16 Também isto é
grave mal: precisamente como veio, assim ele vai. Ver as notas expositivas
sobre o vs. 13, quanto a explicações. Isso é capaz de deixar qualquer um
enfermo. Em vez de repetir que um homem veio nu e sairá deste mundo nu, temos a
declaração generalizada: “precisamente como veio, assim ele vai”, ou seja, com
absolutamente nada. Portanto, temos aqui um truísmo: “Todos entramos no mundo
sem nada e saímos do mundo da mesma forma”. Para dizer algo que ultrapasse
isso, é preciso falar sobre uma alma que sobreviva à morte biológica, mas o
autor sagrado não disse isso, porquanto não acreditava em tal doutrina. Visto
que o homem vem do nada e volta para o nada, que proveito obtém de todo o labor
de sua vida? O homem laborioso somente correu atrás do vento, procurando
retê-lo em suas mãos. Em outras palavras, ele foi um tolo trabalhador e não um
tolo preguiçoso, mas na morte não importa se ele foi um trabalhador ou não.
Isso, naturalmente, reflete um ponto de vista pessimista da vida, afinal
supomos que o ato de trabalhar seja honroso e seus frutos, dignos do trabalho.
Porém, o filósofo triste diz que estamos errados quando cremos nisso, porquanto
seu ponto de vista heterodoxo é o correto.
Ec 5.17 Nas trevas
comeu em todos os seus dias. Cada dia que aquele homem vive é como uma noite
escura, igual ao próprio alimento que ele consome: é a sua porção diária de
tristeza, consternação e ressentimento. Seria difícil alguém inventar
declaração mais pessimista. O homem vivia uma morte em vida. Sua vida era
intolerável. O sol brilhava no firmamento, mas em seu coração fazia-se noite.
Ele comia refeições suntuosas, mas tudo se parecia com uma noite tenebrosa.
“Ele
passava os seus dias
em trevas e em tristeza” (Septuaginta, seguida pela Revised Standard Version e
pela tradução portuguesa da Imprensa Bíblica Brasileira).
O Melhor que se Pode
Fazer em Meio à Miséria (5.18-20)
Ec 5.18 Eis o que eu
vi: boa e bela cousa é comer e beber. O autor sagrado retorna agora ao seu tema
de prazeres moderados como o summum bonum da vida. Compreendemos que ele estava
descrevendo um falso valor, a única coisa “positiva" que se poderia dizer
sobre a vida humana, embora tal declaração não seja grande coisa. Este
versículo se parece muito com Eclesiastes 2.24-25, onde há notas expositivas
detalhadas. Ver também Eclesiastes 3.12,22 e 8.15, quanto a declarações
similares. O autor não abandonou sua “teoria de que não existem valores reais”
(o niilismo); ele diz tão-somente que o melhor que o homem pode fazer, sob
circunstâncias geralmente desesperadoras (a noite na qual consiste a vida, vs.
17), é divertir-se um pouco, o que não tem valor real. Ao ser humano foram
dados apenas poucos dias, para logo deixar de existir. Deus determinou que ele
teria apenas poucos dias de vida, para, em seguida, ser reduzido a nada. Essa é
a sua porção predestinada. Deus é a Causa Única, e Ele determinou que a vida
humana fosse algo miserável. Por conseguinte, em uma espécie de “autodefesa”,
desfruta um pouco do que tens, em meio à tua vida de trabalhos cansativos.
Perdemos de vista o ponto do livro, quando supomos que nosso triste filósofo
supusesse existirem valores reais na vida. Ele estava meramente falando sobre o
menor dos males, e fazia desse mal o summum bonum da existência humana. Quanto
à sorte (porção) do homem, cf. Eclesiastes 3.22; 5.19 e 9.9.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2721.
Apegue-se à Riqueza
Frouxamente (5.18-20)
Aqui está o próprio
julgamento do Pregador em relação à atitude certa com respeito ao dinheiro.
“Veja! O que descobri por mim mesmo ser preferível e melhor é que ele coma e
beba e descubra o prazer em todo o trabalho em que tanto se esforça” (18,
Berkeley). Isso é o quanto a fórmula para uma vida agradável de Eclesiastes
consegue chegar perto de ser totalmente realista. E muito melhor para o homem
aproveitar o seu trabalho e os frutos dele do que se inquietar e se preocupar
com isso. Até mesmo o homem que possui riquezas e fazenda (bens; v. 19) não
deveria se tornar obcecado por elas. O ideal é o homem se manter interessado,
atarefado e ocupado de maneira construtiva não importa quantas riquezas possua.
Mas novamente causa arrepios a “fascinação quase mórbida pela morte”14 que o
autor tem. A melhor motivação que ele consegue dar à atividade é que o homem
“não deve pensar com freqüência acerca da brevidade da sua vida” (Berkeley).
A atitude de se
apegar à riqueza frouxamente é boa, mas melhor ainda é essa atitude acompanhada
de uma fé cristã radiante! Rylaarsdam escreve: “Para Qoheleth [...] todos os
valores humanos são relativizados porque nenhum deles é o meio para o fim do
homem. Nessa consideração ele antecipa o ponto de vista de Paulo; o que ele
carece é de clareza e convicção, apresentadas posteriormente, a respeito desse
fim e do amor e do poder de Deus pelos quais ele é obtido”.15 Quando essa é uma
parte real da fé e vida do homem, Deus verdadeiramente lhe responde na alegria
do seu coração (20).
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 445.
Todos os seus dias,
também ele come na escuridão - Mesmo seus prazeres são amargurados pela
incerteza. Ele teme por seus produtos, a possibilidade de ser privado delas
enche o coração de angústia. Mas em vez de (yochel), "comerá",
(yelech)", ele deve andar", é a leitura de vários MSS. Ele anda na
escuridão - ele não tem provas de salvação. Não há nenhum raio de luz de Deus
para penetrar a escuridão, e toda a vida além é escuridão impenetrável!
E ira com a sua
doença - Suas últimas horas são terríveis, pois, “Contando com longos anos de
prazer aqui, ele está bastante mobiliado para o mundo vindouro. “Blair.
Ele é cheio de
angústia no pensamento de morte, mas o medo dela é horrível. Mas se ele tem um
senso da ira de Deus em sua consciência culpada, que horror pode ser comparado
com o seu horror!
Eis o que eu vi -
Este é o resultado de minhas observações e experiência. Deus dá a cada homem,
no curso de sua providência, as necessidades da vida, e é sua vontade que ele
felizmente usá-los.
Pois é a sua parte -
O que é necessário para ele no mundo inferior, sem elas a vida não pode
subsistir, e bênçãos terrenas é realmente a parte do seu corpo e da vida
animal, como a salvação de Deus é a porção de sua alma.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
IV -
ADMINISTRANDO BEM O TEMPO
1. Evitando a falsa
sabedoria e o hedonismo.
Buscar o conhecimento
tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também se empreendeu
nessa busca (Ec 1.17,18). A conclusão é clara: quem aumenta o conhecimento
aumenta a consciência do mundo a seu redor e com isso um sentimento de
impotência por não poder melhorar a natureza das coisas. A busca do
conhecimento como um objeto de realização pessoal conduz à frustração. E um
falso saber.
Da mesma forma a
busca do prazer em si, configura-se simplesmente uma prática hedonista (Ec
2.1-3). Pode ser a busca de satisfação no álcool, drogas, sexo, etc. Tudo
terminará com um sentimento de vazio e frustração. Quem beber dessa água
tornará a ter sede” (Jo 4.13)
Lembro-me de um velho
obreiro que pastoreou a igreja de Altos, Piauí há muitos anos. Era um pastor
simples, quase analfabeto. Mas era um homem sábio. Havia naquela cidade uma
jovem, não convertida ao evangelho e que pertencia à alta sociedade. Gabava- se
de ser muito culta. Possuía muito conhecimento, mas não era sábia. Ela resolveu
então experimentar o velho pastor. Fez-lhe então uma pergunta, achando que iria
deixá-lo embaraçado.
— O senhor conhece
quantas línguas?
— Pelos menos umas
cinco — respondeu o velho pastor.
Admirada com a
resposta, a jovem interpelou:
— Como assim?
— Conheço língua de
gente, língua de porco, língua cavalo, língua de ovelha e língua de vaca —
respondeu o sábio homem.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 112.
HEDONISMO
Esboço:
I. Definição
II. Hedonismo Histórico dos Gregos
III. O Hedonismo na História da Filosofia
IV. Crítica
I. Definição
Essa palavra vem do
grego, hedone, «prazer», «deleite», «aprazimento». O hedonismo assevera que o principal
ou mesmo único alvo da vida humana é a obtenção do prazer, paralelamente à
tentativa de evitar a dor ou o sofrimento. Alguns hedonistas, como os filósofos
gregos Aristipo e os cirenaicos, afirmavam que o prazer é o único bem que
realmente existe. No campo da ética, o hedonismo, com frequência, é associado a
uma grosseira auto-indulgência e aos 'interesses próprios, de modo extremamente
egoísta. Porém, há manipulações da definição do hedonismo que o fazem indicar
coisas que a linguagem comum não antecipa. Por exemplo, um homem que não quer matar
ninguém, é chamado para ser um soldado. Ele vai à guerra, e ali mata alguém, porquanto a
desgraça de não servir à sua pátria seria ainda pior do que não matar. Disso,
alguns hedonistas tiram a conclusão de que ir à guerra e matar é uma espécie de
prazer, visto que evita a dor de cair em opróbrio. O indivíduo que fica
convencido da filosofia hedonista, através de tais manipulações, pode chamar de
«prazer» a qualquer ato humano que vise à busca do prazer. Para exemplificar,
poderíamos dizer que procurar cumprir o próprio dever é um prazer, mesmo que os
atos envolvidos, por definição humana ordinária, sejam desagradáveis. Mas, ao
assim asseverar, já estamos usando o vocábulo «prazer» em um sentido incomum. A
felicidade também tem sido definida em termos da obtenção do prazer.
ll. Hedonismo Histórico dos Gregos
Para evitar
repetições desnecessárias, solicito que o leitor examine o artigo geral sopre a
Ética, em seu quarto ponto, Os Movimentos Éticos; e também em seu segundo
ponto, O Hedonismo. Ali exponho uma discussão sobre Aristipo e sobre os
cirenaicos. Há vários tipos de hedonismo, conforme se vê abaixo: O hedonismo
positivo, que preconiza a busca aberta e franca pelo prazer, de acordo com a sabedoria,
algumas vezes definido como auto-interesse.
A inteligência nos
serviria de guia na busca pelo prazer, ao mesmo tempo que nos ajuda a evitar a
dor. Os melhores prazeres são assim selecionados, e devemos pagar o preço
necessário para consegui-los. Também há o hedonismo astucioso: o homem bom aprende
a conseguir o que lhe dá prazer, escapando do castigo que seus atos mereçam.
Assim, um crime só seria crime se fosse descoberto. Também há o hedonismo
negativo: apesar do prazer ser o único valor levado em conta, trata-se de um
valor falso, visto que o cumprimento do prazer somente leva a um ciclo vicioso,
já que a busca pelos prazeres termina, finalmente, em frustração. Destarte, o
pessimismo mistura-se com o hedonismo. O epicurismo é uma forma suavizada,
intelectual de hedonismo, que busca eliminar, principalmente, os desejos, em
vez de procurar satisfazê-los, além de enfatizar o aspecto mental, e não os
prazeres físicos.
O artigo intitulado
Escolas Éticas do Novo Testamento, fornece comentários bastante pormenorizados sobre
o Epicurismo.
III O Hedonismo Da História da Filosofia
Além da variedade
clássica do hedonismo, devemos considerar os pontos abaixo, porquanto nos são interessantes:
1. O hedonismo
cristão. O cristianismo muito tem a dizer sobre o prazer, apresentando-o como
um dos principais alvos da existência humana. O próprio céu é descrito em
termos de prazer e de ausência de sofrimento e dor. Ver Apo. 21:2-4. Ver também
sobre Vala. Erasmo (vide) cristianizou Epicuro, referindo-se ao princípio do
prazer, que ele postulava, em termos cristãos. Ao princípio do prazer, o
cristianismo adiciona certas virtudes típicas, como a fé, a esperança e o amor.
A felicidade eterna é definida em termos da obtenção do prazer espiritual. A
imortalidade também foi descrita por Erasmo em termos de coisas que valorizamos
nesta vida. E a vida cristã, desde agora mesmo, oferece-nos muitos prazeres, porquanto
o maior de todos os prazeres é o bem-estar espiritual. Essa discussão, como é
natural, reveste-se de seus devidos valores; mas torna-se ridícula quando assume
um ar totalmente hedonista, como se o único bem fosse alguma forma de prazer, e
como se evitar a dor e o sofrimento sempre fosse alguma virtude.
2. Thomas More (vide)
ensinava um epicurismo utópico, onde todos os prazeres poderiam ser abundantemente
cumpridos, ao mesmo tempo em que toda a dor poderia ser evitada. Para ele, o summum
bonum da vida humana, na verdade, seria o prazer. Ele advogava um comunismo
platônico (embora com a preservação da unidade da família), como a melhor
maneira de se chegar à sua utopia. Ele apresentava diante dos homens os
prazeres naturais da vida como alvos a serem atingidos, ao mesmo tempo em que
se deveriam evitar os prazeres desnaturais, como a busca desenfreada pelas
riquezas e a elevada posição social. Além disso, ele pensava em prazeres
eternos, que fazem parte da existência da alma imortal. Os homens que
atingissem esses prazeres, segundo ele, seriam felizes.
3. Hobbes (vide)
promovia um hedonismo materialista, onde todos os prazeres e sofrimentos
deveriam ser interpretados em termos deste mundo físico e do homem mortal, que
vive dentro desse mundo.
4. Os utilitaristas,
como Jeremy Bentham (vide) e John Stuart Mill (vide), ensinavam que o alvo da existência
humana é o maior beneficio e prazer, para o maior número de pessoas, pelo tempo
mais longo possível. Para eles, o prazer conduz à felicidade. Mais tarde, na
vida, Bentham teve de acrescentar a simpatia ou amor ao seu sistema, como um
poderoso fator motivador, visto ter percebido que seu utilitarismo não é
adequado para o homem, em todos os seus complexos aspectos.
S. A psicologia
behaviorista é um tipo materialista de hedonismo, segundo o qual o homem é
ensinado a buscar aquelas coisas que visam o auto-interesse" de conformidade
com o principio do prazer, ao mesmo tempo em que toda a dor deveria ser
evitada.
6. O hedonismo psicológico
assevera que o homem, na realidade, tem apenas um motivo e um alvo: ele sempre
age e deve agir de acordo com o seu desejo de obter prazeres.
7. O hedonismo ético
egoísta ensina que os homens sempre agirão impulsionados por seus interesses pessoais,
motivados pelo principio do prazer.
8. O hedonismo
altruísta requer que os atos individuais levem em consideração o prazer do
grupo inteiro, e não apenas o de algum individuo isolado. O hedonismo ético
universal apega-se a esse principio altruísta, tal como o faz o sistema do
utilitarismo (vide). Cada individuo deveria agir de tal maneira que trouxesse o
máximo de prazer ao maior número possível de pessoas, pelo tempo mais longo possível.
A felicidade residiria no verdadeiro prazer.
IV. Crítica
1. A própria
definição ampla que alguns hedonistas dão ao hedonismo, fazendo-o abranger
todas as eventualidades, e assim definindo qualquer motivação legitima do homem
como se fosse parte do principio do prazer, é um uso incomum e falso do
vocábulo «hedonismo».
2. O principio do
prazer, na realidade, faz parte da inquirição espiritual e da promessa da
imortalidade. Mas isso não pode ser interpretado em termos materialistas
crassos. Além disso, jamais pode permanecer como a única diretriz para os
homens seguirem. Devemos levar em conta, igualmente, o amor, o qual, com frequência,
leva a algum sacrifício desagradável, e não ao prazer. Nem sempre o dever importa
em prazer. Dizer-se que uma coisa pode ser prazerosa, quando comparada com
outra coisa, que ainda é mais desagradável, é distorcer o uso comum da
linguagem.
3. As formas mais
crassas de hedonismo, todas elas materialistas, devem ser totalmente rejeitadas
como coisas típicas de uma baixa mentalidade espiritual. As descobertas do
misticismo (vide), bem como da fé religiosa, conforme ela aparece na revelação
bíblica, militam contra a redução do homem a um uivei animalesco.
4. A felicidade
envolve mais fatores do que apenas o prazer. O cumprimento da lei do amor, o
cumprimento dos deveres, o progresso espiritual, até mesmo em meio à
adversidade, bem como o desenvolvimento espiritual, mesmo que através do
julgamento, também são fatores que contribuem para a felicidade final do homem.
A própria dor é boa, quando resulta no bem; e o bem não é, necessariamente, um prazer.
(E EP F H P)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 3. Editora Hagnos. pag. 64-65.
Ec 1.17 — Não é a
sabedoria que Salomão julga absurda, mas sim a busca por mais sabedoria (Ec
2.15) e por tornar-se demasiadamente sábio (Ec 7.16).
Ec 1.18 — Na muita
sabedoria, há muito enfado. Apesar das vantagens provenientes da sabedoria, Salomão
confessa que sabedoria e conhecimento demais são fonte de dor, tristeza e
aflição. Sabe-se bem que o próprio processo de aprendizado apenas expande a
consciência de nossa ignorância. Para os mortais, aumentar a sabedoria pode ser
apenas aumentar a dor (Ec 12.12).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 993.
Ec 2.1 — O pregador emprega o recurso literário de conversar consigo
próprio para descrever o processo de pensamento. Depois do teste da sabedoria,
é proposto um novo teste: o da alegria e do prazer.
Ec 2.2 — Salomão rotula o riso de doido, mas até mesmo os aspectos mais
duradouros da alegria fazem Salomão se perguntar se realmente alcançou algo
concreto. Conforme ele escreveu em Provérbios 14-13, até no riso terá dor o
coração, e o fim da alegria é tristeza.
Ec 2.3 — Como me daria ao vinho [...] regendo, porém, o meu coração com
sabedoria. Neste fragmento, o teste é uma tentativa de balancear o excesso com
o aprendizado.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 993-994.
Jo 4.13-15 - Muitas funções espirituais se assemelham às funções físicas.
Nosso corpo sente fome e sede; o mesmo ocorre à nossa alma. A diferença é que a
nossa alma precisa de comida e bebida espiritual. A mulher confundiu os dois
tipos de água. Talvez porque ninguém lhe tivesse falado sobre a fome e a sede
espirituais.
Não pensamos em privar o nosso corpo de comida e água quando este sente
fome ou sede. Por que então privaríamos a nossa alma? A Palavra viva. Jesus
Cristo, e a Palavra escrita, a Bíblia Sagrada, podem satisfazer a nossa alma
faminta e sedenta.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 1422.
(A explicação da água viva: V. 11) Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não
tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12) És
tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele
mesmo bebeu e, bem assim, seus filhos e seu gado? 13) Afirmou-lhe Jesus: Quem
beber desta água tornará a ter sede; 14) aquele, porém, que beber da água que
eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu
lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. 15) Disse-lhe a
mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise
vir aqui buscá-la. O Senhor havia atingido seu primeiro alvo. Havia despertado
a curiosidade da mulher. Agora podia ter a esperança de resgatá-la. A dignidade
da sua fala e do seu comportamento levaram-na a dirigir-se a ele como Senhor.
Mas sua resposta revelou que ela era muito cética quanto à capacidade dele para
realizar o que prometera. Não possuía qualquer recipiente com que pudesse tirar
água, e a cisterna ou fonte era funda demais para se conseguir água sem o
emprego dum recipiente.
Por isso, como podia ele produzir água, e água vida, a qual, além de
tudo, é água duma fonte? A mulher, por isso, entendeu as palavras de Jesus no
sentido de se referirem só à água física e terrena. Seu raciocínio é que, se
Jesus lhe podia dar água viva neste lugar, então ele devia ser maior e mais
poderoso do que Jacó, ao qual os samaritanos, por terem sangue israelita, consideravam
seu antepassado. Jacó lhes fizera muito, quando providenciou esta fonte, da
qual ele próprio bebera, bem como seus filhos e seu gado. Se Jesus podia dar
aos samaritanos uma água melhor do que a dessa fonte, então ele precisava ser
um homem maior e mais poderoso. A compreensão da mulher era totalmente carnal.
Por isso Jesus tenta abrir-lhe o entendimento por meio duma explanação. Cada
pessoa que bebeu da água dessa fonte, esse novamente tornou a ter sede. A sede
física duma pessoa pode ser saciada por pouco tempo com um pouco dágua. Mas a
água a que ele se refere não é a que se bebe com a boca. Ela é de tal natureza,
que para sempre acalma a sede peculiar de alguém. Uma tal pessoa jamais por
toda a eternidade será incomodada por nova sede. Pois a água que ele se propõe
a dar se tornará naquele, que dela bebe, uma fonte de água que borbulha para a
vida eterna. Este dom é a água viva que tem o poder de produzir vida e
persistir em borbulhar com vida e força, produzindo deste modo diariamente nova
força, capacitando a pessoa de alcançar a vida eterna. Com esta água é satisfeitos
para sempre toda a sede, todo o desejo e anseio das pessoas. Pois ela é a
salvação que há nele, que ele trouxe e proclamou. Só esta pode satisfazer
plenamente o coração. A salvação que Cristo concede essa opera uma vida nova e
espiritual, e esta vida é realizada e completada totalmente na eternidade. O
objetivo do Senhor, de despertar o interesse e estimular o desejo por esta água
tão maravilhosa, fora bem sucedido, ainda que a mulher ainda não entendesse a
que ele se referia. Sua única preocupação é, que ela seja poupada da
preocupação de cada dia vir até aqui e tirar água, e então carregá-la tão longe
para casa. Atraíram-na as duas qualidades da água do Senhor: o fato que ela
aplaca a sede para sempre; e o fato que ela borbulhar sempre de novo e não
precisa ser tirada.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo
Testamento Volume 2. Editora
Concordia Publishing House.
2. Evitando a falsa
prosperidade e o ativismo.
Em Eclesiastes 2.4-11,
Salomão desilude quem quer buscar nos bens terrenos a razão para uma vida satisfeita.
A falsa prosperidade se revela na corrida desenfreada para acumular riquezas;
para alcançar altas posições no inundo político, civil e eclesiástico; na busca
por notoriedade e fama. Tudo isso, conclui o Sábio, é correr atrás do vendo.
No livro de minha
autoria: A Prosperidade a Luz da Bíblia, citei Zygmunt Bauman. Em seu livro
Vida para Consumo — a transformação das pessoas em mercadoria, esse sociólogo
polonês, escreveu:
Na sociedade de
consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e
pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de
maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria
vendável. A subjetividade’ do “sujeito”, e a maior parte daquilo que essa
subjetividade possibilita ao sujeito atingir, concentra-se num esforço sem fim
para ela própria se tornar, e permanecer, uma mercadoria vendável. A
característica mais proeminente da sociedade de consumidores — ainda que
cuidadosamente disfarçada e encoberta — é a transformação dos consumidores em
mercadorias; ou antes, sua dissolução no mar de mercadorias em que, para citar
aquela que talvez seja a mais citada entre as muitas sugestões citáveis de
Georg Simmel, os diferentes significados das coisas, e portanto, as próprias
coisas, são vivenciados como imateriais’, aparecendo ‘num tom uniformemente
monótono e cinzento’ — enquanto tudo ‘flutua com igual gravidade específica na
corrente constante do dinheiro’. A tarefa dos consumidores, e o principal
motivo que os estimula a se engajar numa incessante atividade de consumo, é
sair dessa invisibilidade e imaterialidade cinza e monótona, destacando-se da
massa de objetos indistinguíveis que flutuam com igual gravidade específica e
assim captar o olhar dos consumidores [...] Ser ‘famoso’ não significa nada
mais (mas também nada menos!) do que aparecer nas primeiras páginas de milhares
de revistas e em milhões de telas, ser visto, notado, comentado e, portanto,
presumivelmente desejado por muitos — assim como sapatos, saias ou acessórios
exibidos nas revistas luxuosas e nas telas de TV, e por isso vistos, notados,
comentados, desejados.
Por outro lado, não
menos danoso é a imersão total em um ativismo impiedoso ao qual muitos chamam
de trabalho (Ec 2.17-23). Isso também é correr atrás do vento. O verdadeiro
trabalho que nos realiza e produz satisfação não é aquele que nos desumaniza,
transformando-nos em escravos, mas aquele onde ele é meio e não fim. Deus deve
ser a razão do nosso labor diário.
Vimos que há um tempo
para todas as coisas! E mais, esse tempo é extremamente precioso para não ser
bem aproveitado! Por conta da transitoriedade da nossa existência, devemos
saber usar bem o tempo quando buscamos o conhecimento; o lazer; uma vida próspera
ou quando nos aplicamos no labor diário. Nunca devemos nos esquecer de que
somente Deus é eterno e que somente Ele merece ser o centro de nossa busca.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag.
112-114.
ATIVISMO
O ativismo extremo
seria uma vida dedicada à ação e à volição, sem consideração pelo conhecimento
ou pela contemplação como diretrizes. O quietismo extremo advogaria a cessação
de toda volição e desejo. Em uma possível aplicação ética. teríamos, em um
lado, intelectuais
de torre de marfim, cujo único propósito seria a busca pelo conhecimento, sem
prestação de qualquer serviço ou trabalho. Por outro lado, teríamos os
obcecados pela ação, com pouca preocupação com a contemplação e a
intelectualidade. O misticismo extremo é a cessação de toda a volição e busca
pela absorção em Deus, podendo representar o quietismo. (H)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 372.
Ec 2.4-6 — Edifiquei
para mim casas. Salomão trabalhou 13 anos construindo a casa do rei (1 Rs 9.10);
depois, edificou a casa do bosque do Líbano (1 Rs 10.17) e outra casa para sua
esposa, a filha do Faraó (1 Rs 9.24). Ele também fortificou as cidades de
Hazor, Megido, Gezer, Bete-Horom, Baalate e Tadmor (1 Rs 9.15,17,18). Além
disso, o interesse de Salomão pelo mundo natural (a criação de Deus), expresso
pelos termos vinhas, hortas e jardins, era prodigioso (1 Rs 4.33).
Ec 2.7,8 — A
conservação dos diversos prédios e jardins do rei devia exigir uma verdadeira
multidão de servos. As riquezas de Salomão, prata, e ouro, e joias de reis e
das províncias, eram inatingíveis pelos reis da antiguidade (1 Rs 10.14-29).
Quanto ao termo
instrumentos de música, concernente às aquisições de Salomão, seu sentido em hebraico
assim traduzido tem sido objeto de debates há tempos. Uma carta egípcia
encontrada em Amarna contém esta palavra em acádio como explicação de uma
palavra egípcia que significa concubina.
Ec 2.9,10 — E tudo
quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei. Salomão tinha total capacidade de
realizar todo e qualquer desejo seu. O trabalho que desempenhou foi a causa de
seu coração ter se alegrado. A palavra em destaque é uma das preferidas do pregador
e aparece em Eclesiastes pela terceira vez. No livro todo, é citada em torno de
31 vezes.
Ec 2.11 — No final de
sua intensa busca por posses e experiências, Salomão concluiu que tudo era
vaidade, ou vapor, uma aflição de espírito. Mesmo tendo feito e experimentado
tantas coisas, ainda assim havia uma sensação de que nada duradouro tinha sido
alcançado.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 994.
Ec 2.17-19 — Tal
aversão pela vida é surpreendente, uma vez que a vida só é encontrada pelo que
encontra a sabedoria, segundo Provérbios 3.16 e 8.35. Contudo, a insatisfação
do escritor de Eclesiastes estava ligada à natureza fugaz de todas as coisas (Ec
1.2), incluindo as coisas boas; para ele, não passavam de aflição de espírito
(Ec 1.14).
Ec 2.20 — Todo
trabalho em que trabalhei. Isto poderia referir-se a todo trabalho realizado
pelo autor ou, o que é mais provável, aos “ganhos” que tivera com ele.
Ec 2.21 — O
substantivo destreza só se encontra em Eclesiastes (Ec 2.21; 4-4) e refere-se
àquele que é perito em um ofício, o qual deixará o resultado de seu trabalho a
um homem que não teve parte nele. Esta situação é caracterizada como grande
enfado. O termo enfado costuma conotar um mal moral; nesta passagem, porém, pode
significar calamidade ou ruína. Observa-se, então, que uma sensação de tristeza
perpassa esta parte do livro, pois concluímos que nada do que obtemos nesta
vida pode ser levado para a eternidade.
Ec 2.23 — O termo sua
ocupação é o mesmo que sua tarefa.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 994-995.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário