UM LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS NO DESERTO
Data: 02/03/2014 HINOS SUGERIDOS 51,
124, 157.
TEXTO AUREO
E
me farão um santuário, e habitarei no meio deles (Êx 25.8).
VERDADE PRÁTICA
Deus
deseja habitar entre nós, para que Ele seja o nosso Deus e para que nós sejamos
o seu povo.
LEITURA DIARIA
Segunda - Êx 29.45,46 Deus habita no meio do seu povo
Terça - Êx 2 5-10-16 A arca de madeira de cetim
Quarta - Êx 25.1 7-22 O propiciatório de ouro puro
Quinta - Êx 25.23-30 A mesa de madeira de cetim
Sexta - Êx 26.1-14 As cortinas do tabernáculo
Sábado
- Êx 26.31-33 O véu do
tabernáculo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Êxodo
25.1-9
1
- Então, faiou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2
- Faia aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo
coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
3
- E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,
4
- e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras,
5
- e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de
cetim,
6
- e azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção} e especiarias para o
incenso,
7
- e pedras sardónicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
8
- E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
9
- Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de
todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.
INTERAÇÃO
O
povo judeu viveu mais de quatrocentos anos no Egito. Este reino era
fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em qualquer nação do mundo
antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um sistema religioso que
funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não possuía uma religião
sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos judeus era
inevitável — vide os exemplos dos deuses egípcios como fonte de apostasia para
os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro construído no Monte
Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por isso, assim como o
fez no Decálogo, Deus revelou diretamente a Moisés um modelo para a construção
do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia ser única, sem a
mistura com o paganismo do Egito.
OBJETIVOS
Após
a aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer as instruções para a
construção do Tabernáculo.
Elencar os utensílios
presentes no pátio do Tabernáculo.
Compreender que o Tabernáculo
representava o lugar de habitação de Deus em pleno deserto.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, para ministrar a presente lição sugerimos que você leve para a
classe uma gravura do Tabernáculo ou reproduza cópias para os alunos conforme a
sua possibilidade. Você poderá encontrá-la na Bíblia de Estudo Pentecostal,
editada pela CPAD, pág. 158, ou no mapa O Tabernáculo também editado pela CPAD.
O auxílio do mapa do Tabernáculo muito o ajudará para uma apresentação do
conteúdo da aula desta semana.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Deus
queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés que, juntamente
com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração. Trata-se do
“Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel que acompanhou os hebreus durante
sua longa peregrinação pelo deserto. Na lição de hoje, estudaremos como ocorreu
a construção desse lugar santo de adoração ao Senhor.
I - AS
INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito
divino. Depois
da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração.
O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo
Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para
que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).
2. As ofertas. O tabernáculo seria
construído pelo povo de Deus, com os recursos que receberam pela providência
divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do
Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria. A Palavra de
Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a
alegria: “porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). O Senhor não se
agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml
3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.
3. Tudo segundo a
ordenança divina (Êx 25.8, 9,40) O tabernáculo não foi uma invenção humana.
Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés quanto à
planta e os objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as instruções,
pois todo o tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na cruz do
Calvário. Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da humanidade
(Hb 9.8-11).
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
As
instruções para a construção do Tabernáculo foram rigorosamente acatadas por
Moisés segundo a ordenança divina.
II - O
PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio
"Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9). Os israelitas
precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de Deus e adorá-lo.
O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a Deus, deve
haver separação, santidade.
Havia
uma única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única
direção. Isso prefigura Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a porta; se alguém
entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). Jesus é o caminho que nos conduz a Deus
(I Co 14.6).
2. O altar dos
holocaustos.
“Farás também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o
israelita tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de
cetim coberta de bronze. Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se
com o sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus a fim de expiar seus pecados e
obter o perdão. O altar dos holocaustos tipificava Cristo, o nosso sacrifício
perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; G1 2.20). Sem um sacrifício
expiador do pecado não há perdão de Deus (Lv 6.7; 2 Co 5.21). A epístola aos
Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de Cristo foi único, perfeito e
completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).
3. A pia de bronze
(Êx 30-17-21).
Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres
sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir
íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22). Precisamos nos achegar a Deus com um coração
puro e limpo. Deus é santo e requer santidade do seu povo. Deus não aprova o
viver e o servir do impuro. O servo de Deus deve ser “limpo de mãos e puro de
coração” (SI 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de
Cristo que foi derramado por nós (1 Jo 1.7).
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
No
pátio do Tabernáculo localizava-se o altar dos holocaustos e a pia de bronze.
III - O
LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro
(Êx 25.31-40).
Não havia janelas no Lugar Santo e a iluminação vinha de um castiçal de ouro
puro e batido. Esta peça também apontava para Jesus Cristo, luz do mundo, e a
quem seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O
castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do
castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de
oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar Santo. O azeite é
um símbolo do Espírito Santo. Se quisermos emanar a luz de Cristo para este
mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do
Espírito Santo de Deus. “Enchei- -vos do Espírito” (Ef 5.18) é a recomendação
bíblica.
2. Os pães da
proposição e o altar do incenso (Êx 25.30). Havia uma mesa com doze pães e, todos
os sábados, esses eram trocados. Estes pães apontavam para Jesus, o Pão da vida
(Jo 6.35). Precisamos nos alimentar diariamente de Cristo, e não apenas no
domingo. Tem você se alimentado diariamente na mesa do Senhor Jesus? Além dos
pães, próximo ao Santo dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado
à oração e ao louvor a Deus. Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a
nossa adoração e nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como
incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (SI
141.2).
3 - O Santo dos Santos
e a arca da aliança (Êx 25.10-22). O Santo dos Santos era um local restrito,
onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da
aliança era a única peça deste compartimento sagrado. Era uma caixa de madeira
forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes
carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a presença de Deus no meio do
seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.
Em
Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa revelação profética entre o Santo dos Santos,
o Senhor Jesus e o povo salvo da atualidade. O termo “santuário”, no versículo
19, é literalmente, no originai, “santo dos santos”.
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
No
interior do Tabernáculo ficavam o castiçal de ouro, os pães da proposição, o
altar do incenso, o Santo dos santos e a arca da aliança.
CONCLUSÃO
Os
israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como
achegar-se a Deus, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve
fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é Santo e sem santidade
nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.
VOCABULÁRIO
Sedimentada:
Processo de formação e acumulação de camadas sólidas.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GOWER,
Ralph. Novo Manual dos Usos &
Costumes dos Tempos Bíblicos. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
MERRJL,
Eugene H. História de Israel no Antigo
Testamento: O reino de sacerdotes que
Deus colocou entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
AUXÍLIO BIBLIOGRAFICO
I
Subsídio
Teológico
“Análise
Teológica (do Tabernáculo)
Os
materiais necessários para o Tabernáculo e as vestes sacerdotais deviam ser
doados de bom grado pelo povo. A ninguém foi imposto uma dívida ou parte nos
custos, mas a doação era voluntária (25.1-7, com destaque para o v.2). A
resposta ao apelo de Moisés foi sensacional. Ao contrário de muitos ministros
que várias vezes imploram e bajulam por dinheiro, Moisés teve de impedir que o
povo continuasse doando. Foi, sem dúvida, uma grande demonstração de generosidade
por parte do povo (36.2-7)!
A
descrição do mobiliário do Tabernáculo começa pelas peças do centro e prossegue
para as mais externas, mas não de forma sistemática. Já nos trechos que
descrevem a efetiva construção, a ordem de execução difere da ordem das
instruções.
[...]
O próprio texto de Êxodo devia nos servir de alerta contra uma excessiva
interpretação alegórica do Tabernáculo. Enxergar um significado oculto em cada
mobiliário, tecido, corrediças e cores, em vez de exegético, não passa de especulação”
(HAMILTON, Vítor P. Manual do
Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. I. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, pp.249,50).
EXERCÍCIOS
1.
Qual era o objetivo de Deus com a construção do Tabernáculo?
R:
O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo
Israel.
2.
O Tabernáculo foi construído com quais recursos?
R:
Com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito.
3.
Faça um pequeno resumo a respeito do pátio do Tabernáculo.
R:
O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a Deus, deve
haver separação, santidade.
4.
No Apocalipse o que o castiçal; simboliza?
R:
A Igreja.
5.
Faça um pequeno resumo a respeito do Santo dos Santos.
R:
O Santo dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia
entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste
compartimento sagrado.
Revista Ensinador Cristão CPAD,
n° 57, p.40.
A
planta do santuário, assim como os seus objetos, não seriam idealizados pelo
homem, mas todo o projeto foi elaborado e entregue a Moisés pelo próprio
Senhor.
Os
recursos para a construção do local de adoração vieram do povo de Deus. Eles
foram convidados a ofertarem e o fizeram com alegria (2 Co 9.7). Tem você
contribuído com alegria ou por constrangimento?
Segundo
o Comentário Bíblico Moody o tabernáculo "simbolizava para Israel, como
para nós também, grandes virtudes espirituais. Claramente ensinava o fato da
presença de Deus no meio do Seu povo".
O
tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio, o lugar Santo e o lugar
Santíssimo.
O
átrio era um pátio: "Farás também o pátio do tabernáculo" (Êx 27.9),
um lugar cercado, reservado que mostrava os israelitas que a adoração a Deus
exige sempre santidade, separação. O acesso ao átrio era feito por intermédio
de uma única porta. Esta porta apontava para Jesus Cristo. Nosso Redentor,
certa vez declarou: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á
[...] (Jo 10.9). Jesus é o único caminho que leva o homem até a presença do
Todo-Poderoso (Jo 14. 6).
No
pátio havia duas peças principais, o altar do holocausto e a pia de bronze.
Antes de realizar qualquer ação o sacerdote deveria ir até a pia e ali se
purificar. Ao olhar na bacia, o sacerdote poderia ver a sua imagem ali refletida
e se lembrar de que era pecador e que sem purificação não poderia se chegar
diante de Deus. Somos imperfeitos e impuros, mas "o sangue de Jesus Cristo
nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1.7).
"Farás
também o altar de madeira de cetim [...] (Êx 27.1). Depois de passar pela pia,
o sacerdote se dirigia até o altar do holocausto. O altar apontava para Cristo
e o seu sacrifício na cruz. Vários animais eram mortos para cobrir os pecados,
todavia o sacrifício de Jesus foi único e substitutivo: "mas o Senhor fez
cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Is 53.6).
Depois
de entrar no pátio, se purificar na bacia de lavar e oferecer sacrifícios pelo
pecado, o sacerdote podia entrar em um lugar ainda mais reservado, o lugar
Santo. Ali ele veria a luz do castiçal de ouro (Êx 25.31-40) que apontava para
Jesus Cristo, a luz do mundo (Jo 8.12). No lugar santo também era colocada a
mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.
O
terceiro e último compartimento era o Santo dos Santos, um local restrito, onde
somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. Dentro deste
compartimento secreto ficava a arca da aliança.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Do capítulo 25 ao
capítulo 40 do livro de Êxodo, encontramos a instituição dos métodos de
adoração a Deus entre o povo de Israel. As instruções divinas para o culto são
dadas a Moisés, que as repassa ao povo; e elas consistem não só de orientação
quanto à confecção de objetos a serem usados na organização dessa adoração, mas
também de orientações voltadas para a liturgia do culto a Deus.
Entretanto, o que
chama muito a atenção nesses capítulos é que, em meio a essa série de
orientações sobre a montagem do santuário e a liturgia a ser adotada, Moisés
também narra a apostasia do povo no deserto, quando os israelitas tiveram que
ser fortemente confrontados e ocorre a quebra do concerto de Deus com seu povo,
o qual só foi restaurado após o arrependimento dos israelitas e a intercessão
de Moisés em favor deles (Êx 32.1—34.35). Notemos que essa apostasia envolvia,
principalmente, uma adoração equivocada (Êx 32.1-8).
Como afirma o
Comentário Bíblico Beacon, “esta seção final do Livro do Êxodo revela a
paciência de Deus em lidar com seu povo rebelde e mostra os detalhes minuciosos
que são requisitos para o povo adorá-lo”. Ou seja, a adoração equivocada, a
misericórdia de Deus e a adoração
correta são os assuntos que, não por acaso, perpassam os capítulos que
compreendem a última seção do livro de Êxodo. Sim, não por acaso esses assuntos
se encontram aqui, porque, na verdade, eles só poderiam estar aqui. As
instruções para o Tabernáculo e a apostasia do povo de Israel no deserto são
episódios que estão entrelaçados não apenas cronologicamente, mas também
tematicamente, porque evidenciam o tremendo contraste entre a verdadeira e a falsa
adoração.
É chocante ver que
enquanto Deus estava manifestando a Moisés o desejo de habitar no meio dos
israelitas e dava-lhe as instruções para que houvesse um maior relacionamento
dEle com o povo por meio da instituição de um santuário, os judeus estavam
envolvidos em um projeto pessoal de religião, criando seus próprios símbolos de
adoração, seu próprio culto e se chafurdando no pecado. Esses capítulos mostram
o contraste entre a verdadeira e a falsa adoração, entre os frutos e o espírito
do verdadeiro culto a Deus e os do falso culto. E a suma desse contraste é:
enquanto o verdadeiro culto a Deus, através do ritual dos sacrifícios e do
significado dos símbolos que ele carregava, evoca arrependimento,
quebrantamento, humildade e conclamava a santidade, o culto apóstata leva o
povo à licenciosidade (Ex 32.6,25).
Eis a grande lição desses últimos capítulos do livro de
Exodo.
A seguir, vejamos e
analisemos as orientações divinas dadas a Moisés para uma verdadeira adoração a
Ele, e notemos como elas refletem verdades neotestamentárias sobre a verdadeira
adoração. Afinal, a adoração a Deus no Antigo Testamento pode se diferenciar
externamente da adoração no Novo Testamento — além, claro, do fato de contarmos
hoje com um acesso maior a Deus por meio do sacrifício perfeito e definitivo de Cristo
—, mas os princípios que subjazem na adoração a Deus no Antigo Testamento são
os mesmos no Novo Testamento.
Como afirma o
escritor da Epístola aos Hebreus, tudo que envolvia o ritual de adoração a Deus
no Antigo Testamento era “sombra” das verdades celestiais evidenciadas no Novo
Testamento por meio de Cristo (Hb 8.5). Ou, como bem resume a Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal ao comentar essa passagem de Hebreus, “o padrão para o
Tabernáculo construído por Moisés foi dado por Deus. Era um padrão da realidade
espiritual do sacrifício de Cristo e, deste modo, antecipava a realidade
futura. [...] O Tabernáculo terrestre era uma expressão dos princípios eternos
e teológicos”.
Aprendamos, portanto,
um pouco mais sobre a verdadeira adoração com os princípios eternos subjacentes
nas instruções divinas para a construção do Tabernáculo.
"E Habitarei no Meio Deles"
Depois da entrega da
Lei, encontramos, bem no início do capítulo 25, as primeiras instruções de Deus
a Moisés para a construção do Tabernáculo. O homem de Deus estava já há algum
tempo na presença divina no alto do monte, quando o Senhor começa a
transmitir-lhe o projeto de um santuário a ser erguido entre o povo e o
propósito de sua construção: “... e habitarei no meio deles” (Ex 25.8).
“Habitarei no meio
deles.” Até aquele momento, Deus já havia se manifestado várias vezes em favor
de Israel, mas não fora visto ainda “no meio deles”. Quando Deus falava a
Moisés no monte, o povo assistia a distância, impactado pela visão dos raios
projetados lá de cima. Agora, porém, Deus está dizendo que a sua presença, que
os assistira até ali, estaria permanentemente no meio do arraial, representada
por e habitando um santuário erguido sob sua orientação.
Enfim, Deus queria
que o povo tivesse um relacionamento mais íntimo com Ele, e hoje não é
diferente: Ele deseja o mesmo conosco por meio do seu Santo Espírito, que, como
asseverou Jesus, habita em nós desde o dia em que entregamos nossa vida a
Cristo: “E eu rogarei ao
Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (Jo
14.16,17 — grifo meu).
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 88-91.
História
Estritamente falando,
houve três tabernáculos históricos, cada qual tomando o lugar de seu
predecessor, na maioria dos aspectos.
1. Um tabernáculo
provisional foi erigido após o incidente do louvor ao bezerro de ouro. Essa
"barraca de reunião" não tinha nenhum ritual e nenhum sacerdócio, mas
era tratada como um oráculo (Êxo. 33.7). Moisés, é claro, estava encarregado de
todos os procedimentos.
2. O tabernáculo
sinaítico, cuja construção e equipamento foram instruídos por Yahweh.
3. O tabernáculo
provisional de Davi, erigido em Jerusalém como o predecessor do Templo de
Salomão (II Sam. 6.12). O antigo tabernáculo (sinaítico) permaneceu em Gibeão
com o altar insolente, e sacrifícios continuaram sendo feitos ali (I Cro.
16.39; II Cro. 1.3).
O tabernáculo de
Moisés passou os seguintes processos históricos:
1. Depois do
incidente do bezerro de ouro, devido à intercessão de Moisés, outra cópia da
lei foi fornecida, o pacto foi renovado e foram coletados materiais para a construção
do tabernáculo (Êxo. 36. 5,6). O povo colaborou com grande generosidade, até o
ponto de excesso.
2. O tabernáculo foi
terminado em um curto período de tempo, no primeiro dia de nisã, do segundo ano
após o Êxodo. O ritual complexo foi iniciado (Exo. 40.2).
3. O tabernáculo
provisional estava fora do campo, mas se tomou o centro com as várias tribos
estacionadas em uma ordem específica estendendo-se para fora (Núm. Capo 2). Uma
observação histórica curiosa, em tempos modernos, é o fato de que Salt Lake
City, em Utah, EUA, o
Sião norte-americano, quartel-general da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, tem todas suas ruas chamadas por nomes e numeradas em relação à
posição da Praça do Templo, onde estão localizados o tabernáculo e o templo.
Assim, a cidade toda está centralizada ao redor dessa praça, a partir da qual
qualquer endereço pode ser determinado, e qualquer distância pode ser calculada
usando essa referência. Um exemplo: 668 Oeste Segundo Norte significa cerca de
sete quadras ao oeste e duas quadras ao norte da Praça do Templo.
4. O tabernáculo
continuou em Silo durante o período dos juízes. Na época de Eli, o sumo
sacerdote (I Sam. 4.4), a arca foi removida desse local e o próprio tabernáculo
foi destruído pelos filisteus. A época era cerca de 1050 a.c.
5. Quando Samuel era
um juiz, os cultos de louvor central foram movidos a Mispa (I Sam. 7.6) e então
a outros lugares (l Sam. 9.12; 10.3; 20.6).
6. Nos primeiros anos
de Davi, o pão da proposição era mantido em Nobe, o que implica que pelo menos
parte dos móveis do tabernáculo de Moisés era mantida ali (I Sam. 21.1-6). O
lugar alto em Gibeão reteve o altar de ofertas queimadas e talvez alguns outros
remanescentes do tabernáculo de Moisés (I Cro. 16.39; 21.39).
7. Depois de capturar
Jerusalém e tomar essa cidade sua capital, Davi levou a arca da aliança àquele
lugar e montou um tabernáculo provisional, no aguardo da construção do templo
por seu filho Salomão. Isto foi feito no monte Sião (l Crõ. 15.1; 61.1; II Sam.
6.17). Esse local também era chamado de "Cidade de Davi", pois esse
rei a tomou sua capital. A época era em tomo de 1000 a C.
8. Quando o templo
foi construído, os móveis do antigo tabernáculo que restavam foram ali
colocados, e o local sagrado e o local mais sagrado foram incorporados na estrutura
do prédio novo. Assim, o tabernáculo tomou-se o centro do templo. Ver o verbete
Templo de Jerusalém.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 308-309.
Deus cria um plano (Êx 25:9, 40; 26:30)
Sempre que Deus
realiza uma obra, tem um plano, seja a construção do tabernáculo, do templo (1
Cr 28:11, 12, 18, 19), de uma igreja local (Fp 2:12, 13), da vida cristã ou do
ministério de indivíduos (Ef. 2:10). Deus advertiu Moisés para que fizesse tudo
de acordo com os planos revelados a ele no monte (Êx 25:40; Hb 8:5).
O tabernáculo na Terra
era uma réplica do tabernáculo celestial, onde nosso Senhor encontra-se agora
ministrando a seu povo e para ele (Hb 8:1-5; 9:1). O Livro de Apocalipse menciona
um altar de bronze (6:9-11), um altar de incenso (8:3-5), um trono (4:2), anciãos/sacerdotes
(vv. 4, 5), lâmpadas (v. 5), um "mar" (v. 6) e querubins (vv. 6, 7), sendo
que todas essas coisas encontram paralelos nos principais móveis e utensílios
do tabernáculo aqui na Terra. Um princípio básico do ministério é que devemos
seguir o plano que recebemos do céu e não o deste mundo (Rm 12:2).
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 304.
I - AS
INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito
divino.
Os capítulos 25 a 31
apresentam as diretrizes para a construção do Tabernáculo, e os capítulos 35 a
40, a execução dessas diretrizes. Alguns pontos chamam a atenção nessas
instruções divinas.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 91.
O tabernáculo (no hebraico, Mishkan),
"local de moradia", é local onde Yahweh torna conhecida Sua presença,
por assim dizer, seu "lar longe de seu lar", onde ele trata com Seu povo
e faz conhecido Seu desejo. Ver Exo. 25.8. O tabernáculo era uma tenda portátil
que os israelitas carregaram nos 40 anos de vagueações no deserto e durante
seus anos na Terra Prometida até que Salomão construiu o Primeiro Templo. A
época era por volta de 1450 a 950 a.C., o que significa que o tabernáculo teve uma
"carreira" de cerca de 500 anos! O livro de Êxodo representa Yahweh
como dando a Moisés todas as ordens necessárias para a construção e os cultos
do Tabernáculo, incluindo suas medições e especificações (Êxo. caps. 2527) e um
diminuto relato de sua execução (Êxo. 36.8- 38.1). Os críticos atribuem todo
esse material à fonte P (de sacerdote) do Pentateuco e pensam que sua composição
ocorreu muito depois da época em que Moisés esteve vivo. Ver sobre J.E.D.P.(S.)
na Enciclopédia de Bíblia. Teologia e Filosofia. Ver os comentários sobre as visão
dos críticos na seção VIII deste artigo. O relato no Êxodo informa-nos que,
após a entrega da Lei no Sinai, Yahweh ordenou que artesãos especiais
construíssem a tenda e seus móveis de materiais doados pelo povo (Exo, 31.11;
35.36.7). O local onde Yahweh manifestou Sua presença também era chamado de
"Tenda da Reunião" (Êxo, 29.42-45).
Propósitos do Tabernáculo. O principal
propósito desta estrutura é explicado em Êxo, 25.8, 21,22: " ... para que eu
(Yahweh) possa habitar no meio deles"; "... dentro dela porás o
Testemunho..."; " ... ali virei a ti ... falarei contigo acerca de
tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel".
O tabernáculo, como o templo posterior, tinha
o objetivo de centralizar o louvor de Israel, evitando que muitos "oráculos"
lá fora, que poderiam corromper os cultos a Yahweh ou permitir alguma espécie
de sincretismo, se misturassem com influências pagãs. Altares isolados (ver Gên.
12.7, 8) onde render sua autoridade àquela investida no tabernáculo. Isto não
aconteceu de uma forma absoluta.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 308.
25:1—40: 38 Deus no
meio de seu povo O último versículo do livro de Êxodo é a chave para a seção final:
“De dia, a nuvem do Senhor repousava sobre o tabemáculo, e, à vista de toda a
casa de Israel, em todas as suas jornadas” (40:38). Este versículo é
importante, pois a última parte do livro trata do lugar da habitação de Deus, o
tabemáculo (25:1— 31:18); de como Israel quebrou a aliança e Deus ameaçou se
retirar do meio deles (32:1—34:35); e. por fim, da presença permanente de Deus
no meio de seu povo ao longo de toda a jornada até a terra prometida. O tabemáculo,
o lugar da habitação de Deus é, agora, o local onde ele se manifesta (35:1—40: 38).
25:1—31: 18 O
planejamento do tabemáculo Deus dá ordens para a construção de um lugar de
adoração. Uma vez que o povo estava viajando pelo deserto a caminho da terra
prometida, esse lugar de adoração deveria ser desmontável e móvel como o
restante do acampamento israelita.
Os vários nomes
usados na Bíblia para esse lugar de adoração nos ajudam a entender seu papel no
meio do povo. Ele é chamado de santuário (25:8a), ou seja, um lugar sagrado e
um centro visível de adoração. Também recebe o nome de tabemáculo (25:9; 26:1),
uma palavra que significa “tenda” em latim e descreve a aparência desse santuário.
Mas, no hebraico, o significado mais exato do termo traduzido como “tabemáculo”
é o verbo “habitar”, lembrando que o santuário simboliza a habitação de Deus no
meio do povo (25:8ô). Essa tenda (26:7,11-14,36) seria o local onde Deus se
encontraria com seus adoradores ali reunidos. Daí o nome tenda da congregação
(27:21). Por fim, também é chamado de tabemáculo do Testemunho (38:21), pois as
tábuas da lei guardadas nesse local eram conhecidas como tábuas do Testemunho
(31:18).
Moisés recebe instruções
detalhadas para a construção do tabemáculo e seus utensílios. Combinando as
informações encontradas nos capítulos 25—28, 30 e 35— 40, podemos deduzir que o
tabemáculo era dividido em duas partes:
• Um átrio externo
(27:9-17; 38:9-20) medindo 100% e cinquenta côvados (45 x 22,5 metros). Essa
área cercada indicava a exclusão dos gentios do tabemáculo.
Era aberta apenas
para israelitas e para aqueles que haviam se identificado com o povo de Deus
pela circuncisão.
Nesse átrio ficava a
bacia de bronze (30: 17-21; 38:8) e o altar revestido de bronze para os
holocaustos (27:1-8; 38:1-7).
• O tabemáculo
propriamente dito (26:1-37; 36:8-38) medindo trinta côvados de comprimento, dez
côvados de largura e dez côvados de altura (13,5 x 4,5 x 4,5 m).
Essas medidas não são
especificadas claramente, mas podem ser deduzidas dos detalhes fornecidos em
26:15-23. (Vinte tábuas, cada uma com um côvado e meio de largura, num total de
trinta côvados. Cada tábua tinha dez côvados de comprimento.) o tabemáculo em
si era dividido em dois cômodos: o Santo Lugar medindo vinte côvados por dez (9
x 4,5 m) e o Santo dos Santos, medindo dez côvados por dez (4,5 x 4,5 m).
No Santo Lugar
ficavam três objetos revestidos de ouro: a mesa dos pães da proposição
(25:23-30; 37:10-16), um candelabro com sete hastes (25:31-40; 37:17-24) e o altar
de incenso (30:1-10; 37:25-29). Estes três objetos são associados a conceitos
do NT. Jesus se refere a si mesmo como pão da vida (Jo 6:32,35) e luz do mundo
(Jo 8:12). E a oração (representada pelo incenso) deve ser o modo de vida do
cristão (lTs 5:17).
O Santo dos Santos
abrigava a arca da aliança que simbolizava a presença de Deus (25: 10-22;
37:1-9) e continha as duas tábuas da lei. Diante da arca, ficava um pote de maná
e o bordão de Arão que havia florescido (cf. Ex 16:33; Nm 17:10; tb. Hb 9:4). O
maná e o bordão de Arão eram uma lembrança de como Deus havia conduzido os
israelitas e provido suas necessidades. Esses objetos serão descritos em
detalhes mais adiante.
Abel
Ndjerareou. Comentário Bíblico Africano.
Êxodo. Editora Mundo Cristão. pag.121-122.
2. As ofertas.
O primeiro deles é
que esse santuário, onde Deus estaria habitando no meio do seu povo, deveria
ser construído com ofertas espontâneas (Êx 25-2). As ofertas deveriam ser
voluntárias. Essa mesma orientação é vista em outras passagens bíblicas
relativas a ofertas alçadas (1 Cr 29.17; 2 Co 9.7). Isso nos ensina que o
princípio basilar para encetar qualquer relação mais íntima do homem com Deus é
a disposição sincera do coração. Não se pode construir um relacionamento com
Deus sem esse item inicial. Ele vem antes de qualquer “tijolo” a ser colocado e
permanece durante todo o processo, porque, como bem disse Davi, ainda que
tenhamos um templo belo e o sacrifício que levemos ao altar seja perfeito, se
não há, antes de tudo, esse coração aberto, sensível e voltado para Deus, não
adianta nada: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (SI 51.17).
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 91.
Êx 25.2 Que me tragam
oferta, Várias oferendas faziam-se necessárias. A edificação da primeira
congregação da tradição judaico-cristã exigiu generosas oferendas por parte do
povo, porque o deserto não dispunha de recursos próprios para tal edificação.
Grande parte derivar-se-ia das coisas que os egípcios tinham dado aos
israelitas, mediante uma generosidade forçada. Ver Êxo. 3.22; 11.2. Além disso,
cumpre-nos lembrar que os israelitas haviam amealhado muitas riquezas por si
mesmos, no Egito, apesar da opressão a que tinham sido sujeitados. Moisés,
pois, exortou 0 povo de Israel a sacrificar parte dessas riquezas em favor da
ereção do santuário portátil, o tabernáculo.
As ofertas seriam voluntárias,
inspiradas pela generosidade espiritual. Ver Êxo. 35.29. A gratidão inspira o
homem à generosidade. Fazer parte de algo maior do que o próprio indivíduo abre
o seu coração para a generosidade. Posteriormente, quando o templo foi renovado
(I Reis 12.4,5), ofertas voluntárias novamente acudiram à necessidade. Deus ama
a quem dá com alegria (II Cor. 9.7).
“A ereção de
santuários é uma das melhores ocasiões para os homens mostrarem sua gratidão a
Deus, dando-Lhe algo que lhe pertence, abundante e liberalmente” (Ellicott, in
loc.).
Êx 25.3 Ouro, prata e
bronze. Três metais preciosos, alistados segundo a ordem de seu valor. Todos os
três metais, do mais dispendioso ao mais barato, serviriam para o fabrico de
itens do templo. Cf. a metáfora de Paulo sobre os materiais de edificação na
vida espiritual (I Cor. 3.12 ss.). Os homens mais pobres, que não pudessem doar
nem ouro e nem prata, podiam dar cobre. Cada dádiva teria sua utilidade; e cada
indivíduo seria abençoado por dar o que pudesse.
Israel Tinha Recursos
Próprios: Aquilo que eles tinham tomado dos egípcios (Êxo. 3.22; 11.2). Também
devemos pensar no que eles tinham acumulado durante 0 exílio, e também o que
haviam tomado dos amalequitas como despojo (Êxo. 17). Ver em Êxo. 35.22,24 0
que seria possível amealhar. O ferro não é mencionado, pois esse metal
limitar-se-ia ao fabrico de instrumentos agrícolas e armas de guerra. Há vários
artigos sobre os metais mencionados, no Dicionário. A tenda, um lugar pacífico,
não precisaria de um metal usado em matanças.
Tipos. Os eruditos
cristãos exageram sobre a questão dos tipos envolvidos no tabernáculo. Dou
apenas alguns exemplos disso, Os materiais e suas cores recebem sentidos
simbólicos: o ouro (a deidade em suas manifestações, e até mesmo a deidade de
Cristo, João 1.1,14). A prata (a redenção, Êxo. 30.12-16; 38.27). O bronze
(julgamento, como foi do caso do altar e da serpente de bronze, Núm. 21.6-9).
Na décima seção do artigo intitulado Tabernáculo, no Dicionário, apresentei aqueles
tipos que considero válidos e mais importantes. Mas outros tipos podem ter
algum valor e validade.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 413.
2. Todo homem cujo
coração o mover. Esta é a maneira pitoresca do hebraico expressar “ todo homem
que desejar” : o indivíduo não o podia evitar.
3. Ouro, prata e
bronze. A última palavra seria melhor traduzida “ cobre” . Driver ressalta que
há um princípio definido pelo qual a proximidade a Deus está relacionada ao valor
do metal usado. A Arabá, ao sul do Mar Morto, era rica em minas de cobre: o
ouro também era encontrado na península do Sinai. Se, como é provável, os
midianitas fossem mineiros, Israel teria fácil acesso aos metais: além disso, o
“ despojo ” do Egito, quando da partida, deve ser levado em conta (12:35). O fato
de um povo nômade viver em tendas não implica em que não possua objetos
preciosos: testemunha disso são os valiosos e raros tapetes em algumas tendas
orientais hoje em dia. A despeito da opinião de Hyátt, a ausência de qualquer
menção ao ferro nesta passagem é provavelmente uma indicação de uma data remota
de composição.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 182-183.
“Fala aos filhos de
Israel que me tragam uma oferta alçada”. E havia todas as razões do mundo para
que eles fizessem isto, pois (v. 1): [1] Quem solicitou foi o próprio Deus, o
Deus que não somente os tinha engrandecido, mas os tinha enriquecido com os
despojos dos egípcios. Ele os tinha instruído a tomar empréstimos, e tinha
predisposto os egípcios a emprestar, de modo que por Ele eles tinham a sua
riqueza, e por isto era adequado que a devotassem a Ele e a usassem por Ele,
desta maneira proporcionando um reconhecimento agradecido dos favores que tinham
recebido. Observe, em primeiro lugar, que o melhor uso que podemos fazer da
nossa riqueza terrena é honrar a Deus, com ela, em obras de piedade e caridade.
Em segundo lugar, que quando formos abençoados com algum sucesso notável nos
nossos negócios, e tivermos recebido, como dizemos, um favor, pode-se, com
razão, esperar que devamos fazer alguma coisa extraordinária para a glória de
Deus, consagrando o nosso ganho, em alguma proporção razoável, ao Senhor de
toda a terra, Miquéias 4.13. [2] O santuário que devia ser erigido destinava-se
ao beneficio e conforto do próprio povo, e por isto eles deveriam arcar com as
despesas para a sua construção. Eles teriam sido indignos do privilégio, se
tivessem reclamado desta incumbência. Eles podiam muito bem permitir-se
oferecer livremente, para a honra de Deus, enquanto vivessem livremente e sem
despesas, tendo alimentos para si mesmos e para suas famílias, que choviam
diariamente do céu sobre eles. Também devemos reconhecer que tudo o que temos é
devido à generosidade de Deus, e por isto devemos usar tudo para a sua glória.
Uma vez que vivemos por Ele, devemos viver para Ele.
Esta oferta deveria
ser oferecida voluntariamente, e de coração, isto é: [1] Não lhes foi prescrito
o que ou quanto deveriam dar, mas este particular foi deixado a critério da sua
generosidade. Assim, eles poderiam demonstrar a sua boa vontade para com a casa
de Deus, e as suas funções, fazendo todas as coisas com uma santa emulação. O
zelo de poucos estaria estimulando a muitos, 2 Coríntios 9.2. Nós devemos
perguntar, não somente “O que devemos fazer?”, mas “O que podemos fazer, por
Deus?” [2] Seja o que for que eles dessem, deveriam dá-lo alegremente, não
reclamando e com relutância, pois “Deus ama ao que dá com alegria”, 2 Coríntios
9.7. Podemos considerar aquilo que é colocado a serviço de Deus, como sendo bem
empregado.
Aqui é especificado o
que eles deveriam oferecer (w. 3-7): Todas as coisas para as quais haveria
razão de ser, no tabernáculo, ou para o seu serviço. Alguns observam que aqui
se fazia provisão de ouro, prata e cobre, mas não ferro. Este é um metal
militar, e esta deveria ser uma casa de paz. Tudo o que foi provido era muito
rico e elegante, e o melhor do seu tipo. Pois Deus, que é o melhor, deve
receber o melhor.
O próprio Deus
forneceria o modelo a Moisés: “Conforme tudo o que eu te mostrar”, v. 9. Deus
lhe mostrou um modelo exato do tabernáculo, em miniatura, ao qual ele devia
obedecer, em todos os pontos. Da mesma maneira, Ezequiel viu a forma de uma
casa e a sua figura, Ezequiel 43.11. Observe que o que quer que seja feito a
serviço de Deus deve ser feito segundo a sua orientação, e não de outra
maneira. Deus não somente mostrou a Moisés o modelo, mas também lhe deu
instruções particulares sobre como adequar o tabernáculo àquele modelo, em
todas as suas partes, prosseguindo nisto neste capítulo e nos seguintes. Quando
Moisés, no início do livro de Gênesis, teve que descrever a criação do mundo,
embora isto fosse uma criação tão grandiosa e curiosa, feita de tal variedade e
quantidade de detalhes, ele fez um relato muito curto e genérico, em nada
comparável com o que a sabedoria deste mundo teria desejado e esperado de
alguém que escrevia por revelação divina. Mas, quando ele passa a descrever o
tabernáculo, ele o faz com a maior meticulosidade e precisão imagináveis.
Aquele que não nos explicou as linhas e os círculos do globo, o diâmetro da
terra, ou a altura e a magnitude das estrelas, nos contou, detalhadamente, a
medida de cada tábua e cortina do tabernáculo. Pois a igreja de Deus e a sua
religião instituída são mais preciosas para Ele, e mais importantes do que todo
o restante do mundo. E as Escrituras foram escritas, não para nos descrever as
obras da natureza, das quais uma visão geral é suficiente para nos levar ao
conhecimento e ao serviço do Criador, mas para nos familiarizar com os métodos
da graça, e aquelas coisas que são puramente questões de revelação divina. A
bem-aventurança da nação futura é mais completamente representada sob a noção
de uma nova Jerusalém do que sob a noção de novos céus e nova terra.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 312.
As Ofertas para a
Construção do Tabernáculo (25.1-9; cf. 35.4-19)
Antes da construção
de um lugar de habitação para Deus, o povo teria de levar suas ofertas. Cada
israelita daria conforme o coração o movesse voluntariamente (2). A oferta para
a casa de Deus não era um imposto, mas uma doação de livre e espontânea
vontade.
Os metais preciosos
que Israel possuía nesta época eram provenientes da riqueza dos ancestrais e
dos ricos presentes recebidos dos egípcios na saída do Êxodo. A pilhagem que os
israelitas realizou entre os amalequitas angariou mais riquezas. A provisão de ouro
(3) foi abundante; também levaram prata e cobre (bronze, provavelmente).
O azul, a púrpura e o
carmesim (4) se referiam a fios de linho dessas cores. O linho fino era uma
linha macia e branca torcida da fibra do linho. Pêlos de cabras eram comumente
usados para confeccionar tendas, e tais materiais ainda hoje são utilizados para
esse fim no Oriente Próximo.
O norte da África era
famoso por suas peles de carneiros tintas de vermelho (5); Israel trouxe estes
materiais do Egito. Visto que os texugos não eram naturais do norte da África,
é provável que a palavra original se refira a alguma criatura marinha (cf. NVI,
nota de rodapé; “peles finas”, ARA; NTLH). A madeira de cetim provinha da
acácia, árvore encontrada com abundância na península do Sinai.
A descrição do azeite
para a luz (6) é mais detalhada em 27.20. As especiarias eram necessárias para
fazer o óleo da unção e o incenso. Não está claro o que seriam as pedras
sardónicas (7).
Israel tinha de fazer
um santuário no qual Deus habitaria (8). Embora o Senhor não possa ser contido
em uma habitação, era do seu agrado se manifestar por meio de um edifício. O
santuário seria feito de acordo com o modelo do tabernáculo mostrado no monte
(9; cf. Hb 8.5).
O santuário, ou santo
lugar, era alusão geral à totalidade das instalações do edifício, inclusive o
pátio, ao passo que o termo tabernáculo ou “Tenda do Encontro” (27.21, NVI) se
aplicava somente à tenda. Outros nomes usados para se referir ao santuário são
o “tabernáculo do SENHOR” (Nm 16.9) e o “tabernáculo do Testemunho” (38.21).
Mais tarde, o nome
“templo” foi aplicado ao santuário depois de ficar mais permanentemente situado
em determinado local (1 Sm 1.9; 3.3).
Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 1. pag. 206-207.
3. Tudo segundo a
ordenança divina (Êx 25.8, 9,40)
O segundo ponto é que
o Tabernáculo também não poderia ser feito de qualquer jeito. Seus detalhes não
foram entregues ao gosto de Moisés ou do povo. Não! O Tabernáculo deveria ser
construído seguindo as minuciosas diretrizes divinas: “Conforme tudo o que eu
te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis,
assim mesmo o fareis” (Êx 25.9). Deus não habitaria no meio do povo em um
Tabernáculo construído como o povo queria, mas em um Tabernáculo construído
como Ele queria.
O modelo tanto do
santuário como de seus utensílios foi dado pelo próprio Deus. E justamente por
causa desse modelo preestabelecido, as ofertas alçadas também teriam que se
enquadrar dentro de uma lista predeterminada pelo Senhor (Ex 25.3-7). O povo
deveria ofertar espontaneamente, mas não poderia ofertar qualquer coisa.
Ofertar espontaneamente não significa ofertar o que você quer, mas ofertar
porque você quer.
Isso nos ensina que
não podemos nos relacionar com Deus e chegar a Ele como nós queremos, mas
segundo os parâmetros estabelecidos por Ele para as nossas vidas. Não podemos
apresentar ao altar de Deus qualquer coisa, mas só aquilo que lhe agrada, que
está dentro de sua vontade. Mais à frente, vemos Deus afirmando que não receberia
sacrifícios com animais imperfeitos nem aceitaria fogo estranho no seu altar
(Lv 1.1-3; 10.1-3). Ou seja, a verdadeira adoração se dá segundo os parâmetros
estabelecidos pelo próprio Deus, os quais nos são expressos pela sua Palavra.
Por exemplo: só podemos chegar a Deus por meio de Cristo (Jo 14.6); a
verdadeira adoração deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.23); o nosso culto
deve ser racional (Rm 12.1); devemos envolver todo o nosso ser na adoração a
Ele (SI 103.1; Rm 12.1); nosso zelo diante de Deus deve ser com entendimento
(Rm 10.2); devemos viver uma vida de santidade (Hb 12.14); devemos pedir a Deus
somente o que está dentro da sua vontade (1 Jo 5-14); devemos fazer tudo para
glória de Deus (1 Co 10.31); devemos colocar em primeiro plano em nossas vidas
o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33); em tudo o que fizermos deve haver
uma intenção pura e genuína norteada pelo verdadeiro amor (1 Co 13.1-7); tudo
que ocorrer no culto público deve ser “para edificação” (1 Co 14.26); o culto
público deve ter louvor, Palavra e manifestação sadia de dons (1 Co 14.26);
tudo deve ser feito “com decência e ordem” (1 Co 14.40); etc.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 91-92.
A ORDEM DIVINA
Este capítulo é o
começo de um dos mais ricos filões da mina inesgotável de inspiração—um veio no
qual cada pancada do alvião descobre riquezas incontáveis. Sabemos qual é o
único alvião com o qual podemos trabalhar numa tal mina, a saber, o ministério distinto
do Espírito Santo. A natureza humana nada pode fazer aqui. A razão é cega e a imaginação
completamente inútil; a inteligência mais elevada, em vez de estar em estado de
interpretar os símbolos sagrados, parece-se mais a um morcego ante o resplendor
do sol, chocando-se contra os objetos que é inteiramente incapaz de discernir.
Devemos obrigar a razão e a imaginação a ficarem a parte, enquanto, com um
coração puro, um olhar sensato e pensamentos reverentes entramos nos recintos
santos e contemplamos fixamente o mobiliário cheio de significado. Deus o
Espírito Santo é o único que nos pode guiar através dos recintos da casa do
Senhor e de interpretar para as nossas almas o verdadeiro significado de tudo
que se apresenta à nossa vista. Querer dar a sua explicação com o auxílio de
faculdades não santificadas seria mais absurdo do que tentar reparar um relógio
com as tenazes e o martelo de um ferreiro. "As figuras das coisas que
estão no céu" (Hb 9:23) não podem ser interpretadas pela mente natural,
ainda mesmo a mais cultivada. Devem ser lidas à luz do céu.
O mundo não tem
nenhuma luz que possa revelaras suas belezas. Aquele que produziu as figuras é
o único que pode explicar o que elas significam. E Aquele que deu os símbolos é
quem pode interpretá-los.
Para a vista do homem
parecerá que há irregularidade na maneira como o Espírito apresenta o
mobiliário do tabernáculo; mas, na realidade, como poderia esperar-se, existe a
mais perfeita ordem, a precisão mais notável e a exatidão mais minuciosa. Desde
o capítulo 25 ao capítulo 30, inclusive, temos uma parte distinta do Livro do
Êxodo. Esta parte subdivide-se em duas partes, das quais a primeira termina no
versículo 19 do capítulo 27, e a segunda no fim do capítulo 30. A primeira
começa com a descrição da arca do concerto, dentro do véu, e termina com o
altar de bronze e o átrio no qual o altar devia ser posto. Quer dizer, dá-nos,
em primeiro lugar, o trono do juízo do Senhor, sobre o qual Ele se assentava
como Senhor de toda a terra; e este trono conduz-nos àquele lugar onde o Senhor
encontra o pecador em virtude e com base na obra de uma expiação consumada.
Depois, na segunda parte temos a maneira de o homem se aproximar de Deus—os
privilégios, as honras, e as responsabilidades daqueles que, como sacerdotes,
podem aproximar-se da presença Divina para prestarem culto e gozarem da Sua
comunhão. Deste modo a ordem é perfeita e bela. Como poderia ser de outro modo,
visto que é divinal A arca e o altar de bronze apresentam, em certo sentido,
dois extremos. A primeira era o trono de Deus estabelecido em "justiça e
juízo" (SI 89:14). A última era o lugar onde o pecador podia aproximar-se,
porque "a misericórdia e a verdade" iam adiante do rosto de Jeová. O
homem, por si mesmo, não ousava aproximar-se da arca para se encontrar com
Deus, porque o caminho do santuário não estava ainda descoberto (Hb 9:8).
Porém, Deus podia vir
ao altar de bronze para encontrar o pecador. "A justiça e o juízo"
não podiam admitir o pecador no santuário; mas a misericórdia e a verdade
podiam fazer sair Deus—não envolto naquele resplendor irresistível e majestade
com que costumava brilhar do meio das colunas místicas do Seu trono—"os
querubins de glória"—, mas rodeado daquele ministério gracioso que nos é
apresentado, simbolicamente, no mobiliário e nas ordenações do tabernáculo.
Tudo isto nos pode
muito bem recordar o caminho que percorreu Aquele bendito Senhor que é o
antítipo de todos estes símbolos-a substância destas sombras. Ele desceu do trono
eterno de Deus no céu até à profundidade da cruz no Calvário. Deixou toda a
glória do céu pela vergonha da cruz, a fim de poder conduzir o Seu povo remido,
perdoado e aceite por Si Mesmo, e apresentá-lo inculpável diante daquele
próprio trono que Ele havia abandonado por amor deles. O Senhor Jesus preenche,
em Sua própria Pessoa e obra, todo o espaço entre o trono de Deus e o pó da
morte, assim como a distância entre o pó da morte e o trono de Deus.
N'Ele Deus desceu, em
perfeita graça, até ao pecador, e n'Ele o pecador é conduzido, em perfeita
justiça, até Deus. Todo o caminho, desde a arca ao altar, está marcado com as
pegadas do amor; e todo o caminho desde o altar de bronze até a arca de Deus
estava salpicado com sangue da expiação; e todo adorador ao passar por esse
caminho maravilhoso vê o nome de Jesus impresso em tudo que se oferece à sua
vista. Que este nome venha a ser o mais precioso de nossos corações! Vamos
proceder agora ao exame dos capítulos que se seguem.
E interessante notar
que a primeira coisa que o Senhor revela a Moisés é o Seu propósito gracioso de
ter um santuário ou santa habitação no meio do Seu povo — um santuário formado
de materiais que indicavam Cristo, a Sua Pessoa, a Sua obra, e o fruto precioso
dessa obra, como os vemos à luz, no poder e diversas mercês do Espírito Santo.
Além disso, estes materiais eram o fruto fragrante da graça de Deus — as
ofertas voluntárias de corações consagrados. Jeová, cuja Majestade o céu dos
céus não poderia conter (l Rs 8:27), achava o Seu agrado em habitar numa tenda
erigida para Si por aqueles que nutriam o desejo ardente de saudar a Sua
presença no meio deles. Este tabernáculo pode ser considerado de duas maneiras;
primeira, como uma "figura das coisas celestiais"; e, segunda, como
uma figura profundamente significativa do corpo de Cristo. Os vários materiais
de que se compunha este tabernáculo serão apresentados à nossa consideração à
medida que formos desenrolando o assunto. Portanto, vamos considerar os três
assuntos mais importantes que este capítulo põe diante de nós, a saber: a arca,
a mesa e o castiçal.
C.
H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De
Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Um santuário. Ou
seja, o tabernáculo, lugar onde a presença de Deus poderia manifestar-se de
modo especial. O termo santuário refere-se á inteira área sagrada fechada,
incluindo o átrio. Foram baixadas instruções divinas quanto à sua construção
(Êxo. 25.9,40; 26.30; 27.8). Deus foi o seu arquiteto. O trecho de I Crô. 28.19
diz-nos que houve algum modelo divino envolvido na estrutura, e que os judeus
tolamente imaginaram que havia um tabernáculo paralelo mais elevado, no próprio
céu, e que foi copiado do tabernáculo terrestre. Essa ideia, parecida com a dos
universais e os particulares de Platão, é ventilada em Heb. 9.23 ss, onde há
notas completas no Novo Testamento Interpretado. “A noção de um modelo
celestial de templos, objetos de culto e leis é universal no antigo Oriente
Próximo” (J. Edgar Parke, in Ioc.). “Assim como a obra de criação precisou de
sete dias, e assim como a edificação do segundo templo ocupou sete anos (I Reis
6.38), assim também a ereção do tabernáculo precisou de sete meses (cf. Êxo.
19.1 ss.; 24.18; 34.28; 40.17). A narrativa de Êxo. 39.1-31 divide-se em sete
parágrafos, assinalados pela expressão ‘e Yahweh ordenou a Moisés’; 0 que
também se vê em Êxo. 40.17-32. O editor arranjou a série de comandos em sete
seções (25.1 ss.), cada qual começando com as palavras ׳e Yahweh falo u a
Moisés, dizendo. Alguma s das seções, por sua vez, estão subdivididas em sete
partes, cada qual começando pelas palavras ‘e farás”. (J. Coert Rylaarsdam, in
Ioc.). Assim, 0 registro escrito foi feito com grande previsão e execução, visto
estarem sendo tratadas questões de grande importância.
Para que eu possa
habitar no meio deles. Um lugar onde a presença divina pudesse ter comunhão com
os homens, na verdade um lugar humilde em comparação com as riquezas do culto
do Egito e de outras nações, mas um lugar onde havia reais manifestações da
divindade, e não próprias da idolatria. Ver também Êxo. 29.42-46; 40.34-38
quanto à ênfase sobre a habitação entre os homens. Como é claro, isso
tipificava a encarnação do Logos (João 1.1,14), a habitação maior e 0 acesso
superior (ver no Dicionário 0 verbete Acesso, como também 0 trecho de Atos
7.48).
O Tipo. No artigo
intitulado Tabernáculo, no Dicionário, em sua décima seção, apresento as
principais lições espirituais e os tipos envolvidos na estrutura e em seu
culto. Adiciono aqui algumas notas sobre o tipo envolvido:
Um Tipo Tríplice:
1. A Igreja (o
tabernáculo ou templo do Novo Testamento) é o lugar da habitação do Espírito de
Deus (Êxo. 25.8; Efé. 2.19-22).
2. O tabernáculo
tipificava o crente individual, por igual modo (II Cor. 6.16).
3. Em seus vários
itens de construções e de mobiliário, representava vários aspectos do caráter,
do poder e das graças de Cristo, sendo uma figura de coisas celestiais (Heb.
9.23,24).
Assim, na arca, feita
de madeira revestida de ouro, temos o símbolo da natureza divino-humana de
Cristo. Sua lei tem paralelo na lei do Espírito, implantada no coração do
crente. A ressurreição é tipificada na vara de Arão que floresceu (Núm. 17.10).
O propiciatório ou tampa da arca refere-se à graça da expiação.
SIMBOLISMOS DO TABERNÁCULO
1. Da igreja como a
habitação de Deus através do Espírito: Êxo. 25.8; Efé. 2.19-22
2. Do crente: II Cor.
6.16
3. Uma figura das
coisas nos céus: Heb. 9.23,24
4. O propiciatório, 0
trono de Deus; Seu lugar de manifestação: Gên. 3.24; Eze. 1.6; Rom. 3.15
5. A encarnação de
Cristo: Col. 1.19
6. Graus de acesso a
Deus, simbolizados por suas três cortinas e compartimentos internos. As
divisões foram anuladas em Cristo: Heb. 10.10 ss.
7. A auto-revelação
divina e o progresso em revelação: Apo. 21.3. A revelação traz a salvação como
seu maior benefício.
8. O tabernáculo era
o centro da vida de Israel. As tribos acampavam ao redor dele. Quando
substituiu o tabernáculo, 0 Templo se tornou 0 centro da atenção de Israel. Na
época no Novo Testamento, 0 Espírito transforma cada pessoa em um templo e ali
habita.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 414; 416.
II - O
PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio
"Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9).
Deus ordenara que o
Tabernáculo deveria ter um pátio (Ex 27.9). Esse pátio tinha formato retangular
e media cerca de 22 metros de largura por 45 metros de comprimento (Ex 27.18).
Ele era cercado por cortinas e havia uma única entrada para ele. O pátio
cercado por cortinas simbolizava a separação que deve haver para a adoração a
Deus. Como bem explica Matthew Henry, “o pátio era um tipo da igreja, fechada e
separada do resto do mundo, encerrada por colunas, indicando a estabilidade da
igreja, fechada com o linho limpo, que está escrito que é a justiça dos santos
(Ap 19.8). Este eram os átrios pelos quais ansiava Davi e onde ele anelava
residir (SI 84.2,10), e onde o povo de Deus entrava com louvor e agradecimentos
(SI 100.4)”.
A porta única de
entrada para o pátio representava Cristo, que é a única Porta de acesso a Deus,
o único Caminho para o céu (Jo 10.9; 14.6).
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 93.
TEMPLO (ÁTRIOS)
Quatro átrios faziam
parte do templo de Jerusalém:
1. O átrio dos
gentios. Era assim chamado porque os gentios podiam entrar no mesmo, mas não
mais adiante, sob pena de morte. Simbólico e espiritualmente, esse átrio mostrava
que os gentios tinham um acesso apenas limitado à adoração e ao serviço de
Deus. Eles não podiam adentrar o santuário, e, muito menos ainda, o Santo dos
Santos.
Porém, em Cristo
todas essas barreiras foram derrubadas.
Agora há acesso a
todos os crentes, até o trono de Deus (Heb. 10: 19,20), por intermédio do
Caminho, que é Cristo.
Temos acesso mediante
o sangue de Cristo, o novo e vivo caminho que nos foi aberto. Agora Cristo é o
nosso Sumo Sacerdote, e nós somos um reino de sacerdotes (Apo. I: 6; 5: 10).
Mais do que isso, o crente tomou-se um templo do Espírito de Deus (I Cor. 3:
16), e a Igreja, coletivamente falando, é o templo para habitação de Deus, em
Espírito (Efé. 2: 19,20).
2. O átrio de Israel.
Os homens de Israel tinham o direito de admissão a esse átrio. Esse átrio
representava um outro nível de acesso. Embora participassem da adoração no templo,
os israelitas comuns não tinham acesso ao Santo dos Santos. Somente o sumo
sacerdote, e isso mesmo apenas uma vez por ano, podia entrar ali, a fim de
cumprir a expiação simbólica sobre o propiciatório. Ver Exo. 30: 10.
3. O átrio dos
sacerdotes. Era nesse átrio que ficava o altar dos holocaustos, e onde os
sacerdotes e levitas exerciam o seu ministério. Esse átrio representava ainda um
outro nível de acesso a Deus, embora ainda não o mais elevado. Até mesmo o
Santo dos Santos era mero símbolo e acesso preliminar. Portanto, o templo de Jerusalém,
com suas muitas divisões e níveis de acesso, servia de tipo de um acesso
gradual a Deus. O evangelho de Cristo elimina todas as divisões. Ver Efé. 2: 17
ss. O Espírito Santo confere aos crentes o mais pleno acesso.
4. O átrio das
mulheres. Esse átrio ficava um pouco mais próximo do santuário do que o átrio
dos gentios. O átrio das mulheres era posto à disposição das mulheres israelitas.
No entanto, em Cristo não há qualquer distinção entre homem e mulher, no que
concerne a privilégios espirituais (Gál, 3:28). Essa é uma doutrina
revolucionária, exposta pelo cristianismo. Ver o artigo geral sobre Templo de
Jerusalém o que provê uma ótima ilustração onde o leitor pode notar os vários
átrios, sua configuração, etc.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 338.
27:9-19.0 ÁTRIO.
9. O átrio do
Tabernáculo. Esta área externa cercada provavelmente correspondia, como
sugerido, a algo como um “ curral” . No que diz respeito ao Tabernáculo, o
átrio marcava os limites externos de sua santidade (cf. os demarcadores
colocados ao redor do Sinai no dia em que Deus desceu e Se revelou ali,
(19:12). O futuro Templo em Jerusalém teria paredes para demarcar seus átrios.
No deserto, a divisão correspondente era formada de uma série de postes que
sustentavam pedaços de tecido, formando uma espécie de tela protetora como a
usada hoje em dia ao redor de quadras de tênis. Seu propósito era oferecer uma
área ampla ao ar livre (50m x 2Sm) onde o sacrifício pudesse ser realizado e
outros ritos de natureza pública pudessem acontecer. Como o Tabernáculo
propriamente dito ocupava apenas seis por cento da área do átrio, havia espaço
de sobra, já que a época da Lei desconhecia as vastas multidões que lotavam os
átrios do Templo em dias futuros (Is 1:12). Como em templos chineses na
atualidade, só se ia ao Tabernáculo de YHWH com algum propósito específico, e
normalmente só por ocasião de alguma festa religiosa. Em dias mais recentes, o
número de átrios se multiplicou: aqui havia apenas um.
18. E cinco côvados
de alto. A “ cerca” ao redor do átrio parece ter tido dois metros e meio de
altura (ninguém poderia olhar por sobre ela), mas possuía uma abertura em um
dos lados, que funcionava como porta.
19. Todas as suas
estacas. As estacas firmavam a estrutura como , um todo, tal .como o fazem hoje
com grandes tendas ou toldos.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 191.
O Átrio do Tabernáculo. 27: 9-19.
Uma área retangular,
com 45,72 ms de comprimento por 22,86 ms de largura, rodeava o Tabernáculo.
Estava envolvida por cortinas de linho branco, com 1,68 ms de altura, suspensas
sobre colunas. Havia vinte colunas para cada um dos lados mais extensos e dez
para os mais curtos. As colunas, ou estacas, eram de bronze com capitéis de
prata (38:17), e se encaixavam em soquetes ou bases de bronze. As cortinas
estavam presas às colunas por meio de ganchos de prata que se enganchavam sobre
filetes ou cintas de prata das colunas. Cordas e pregos de bronze mantinham as
cortinas esticadas (38:20). A entrada deste átrio ficava do lado oriental. Ali
as cortinas se estendiam por 6,86ms de cada canto, deixando 9,14 ms para a
entrada. A entrada se fechava com uma cortina de tapeçaria bordada, como a
cortina da entrada do próprio Tabernáculo.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular Êxodo. pag.
68-69.
2. O altar dos
holocaustos.
A primeira coisa que
era vista pela pessoa que adentrava o pátio era o Altar dos Holocaustos, que
era feito de madeira de cetim (acácia) coberta de bronze e seu formato era de
um quadrado com 2,25 metros de cada lado por 1,35 metro de altura (Ex 27.1,2).
Era ali que os animais eram imolados em sacrifício para expiação dos pecados. O
sangue das vítimas era colocado nas pontas do altar e o restante dele,
derramado na sua base (Lv 4.7). O Comentário Bíblico Beacon afirma que as
pontas projetadas nos quatro cantos do altar “tinham provavelmente a forma de
chifre de animal”, o que fazia deles, conforme o costume da época, “símbolos de
poder e proteção”. Donald Stamps acrescenta que simbolizavam, portanto, “o
poder e a proteção através do sacrifício”, conforme pode ser visto nas
passagens de 1 Reis 1.50,51 e 2.28, e Salmos 18.2.
Matthew Henry lembra
que tanto os animais sacrificados sobre o altar como a própria constituição do
altar com madeira coberta de cobre (ou bronze, que nada mais é do que a liga de cobre
e estanho) apontam para Cristo:
Este altar de cobre
era um tipo de Cristo. [...] A madeira teria sido consumida pelo fogo do céu,
se não tivesse sido protegida pelo cobre. E a natureza humana de Cristo não
teria suportado a ira de Deus, se não fosse sustentada pelo poder divino.
Cristo santificou-se pela sua Igreja, assim como o seu altar (Jo 17.9). E pela
sua mediação Ele santifica os serviços diários do seu povo, que também tem o
direito de comer deste altar (Hb 13.10), pois ali servem como sacerdotes
espirituais. Às pontas deste altar, os pobres pecadores fogem em busca de
refúgio, quando a justiça os persegue, e ali estão a salvo, em virtude do
sacrifício ali oferecido.
Varas colocadas em
argolas na estrutura do altar tinham a finalidade de propiciar o seu transporte
pelos levitas (Ex 27.6,7), assim como acontecia com toda a mobília do
Tabernáculo, que era móvel, com toda a sua estrutura desmontável. O altar era
oco (Êx 27.8) e, como frisa o Beacon, “considerando que Israel só devia fazer
altares de terra ou com pedras naturais, sem uso de instrumentos de ferro (Ex
20.24,25), julgamos que este altar semelhante a caixa era cheio de terra sempre
que Israel assentava acampamento” e que “os animais sacrificiais eram colocados
em cima da terra que enchia a armação de madeira e bronze”.
As instruções de
Êxodo 20.24-26 sobre a construção de altares é bastante interessante. Diz Deus:
Um altar de terra me
farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, [...] [e] virei a ti e te
abençoarei. E, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras
lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Não subirás
também por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta
diante deles.
Sobre esse final, é
curioso ver o cuidado de Deus com os detalhes; especificamente aqui, o cuidado
para que alguém não se apresentasse diante dEle e do povo mostrando, mesmo que
de modo involuntário, a sua nudez. Aliás, esse cuidado pode ser visto até na
roupa dos sacerdotes, que era extremamente composta, formal e — devido à
importante função que exerciam -— tinha também, claro, a sua imponência, além
dos simbolismos (Ex 28.4-43).
Diante desse cuidado
divino, não há como não pensar nos dias de hoje, quando muitos acham que podem
cultuar a Deus em público (não estamos falando aqui do privado) de qualquer
maneira, mesmo com roupas que revelam a sua nudez. Ninguém está dizendo aqui
que as pessoas devem ir para a igreja agora com as vestes dos sacerdotes do
Antigo Testamento ou somente com roupas extremamente formais. A questão aqui
são a compostura e a decência na Casa de Deus, que muitas vezes são esquecidas.
Quanto aos demais
detalhes dessa instrução sobre os altares em Êxodo 20, a Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal traz uma importante reflexão: [Deus] [...] concedeu-lhes
instruções específicas sobre construção de altares, pois desejava controlar o
modo de oferecer os sacrifícios.
Para evitar que a idolatria
pervertesse a adoração, Deus não permitiu que as pedras do altar fossem de
alguma forma cortadas ou modeladas. Também não permitiu que o povo construísse
um altar em qualquer lugar. Tal atitude visava a impedir que iniciassem suas
próprias religiões ou mudassem o modo como Deus desejava que as coisas fossem
feitas. Deus não é contra a criatividade, mas Ele não admite que criemos a
nossa própria religião.
Como observa também o
Comentário Bíblico Beacon, “a simplicidade do altar [de terra] fazia o homem
tirar a atenção de si mesmo e das coisas materiais para [voltar-se para] o Deus
Exaltado. [...] [E] o uso de pedras em sua forma natural impedia que, nesta
época, Israel fizesse embelezamentos artísticos, provavelmente por causa
do perigo de
idolatria”. Ou seja, o princípio aqui é claro: Deus não é contra a
criatividade, mas é preciso ter cuidado para que, em nome da nossa
criatividade, não percamos a simplicidade ou mesmo subvertamos o modelo bíblico
do culto a Deus. Quando Deus permitiu que Israel tivesse altares mais
elaborados, que foram justamente o Altar dos Holocaustos e o Altar do Incenso,
estes foram burilados conforme a determinação divina (Ex 27.1-8; 30.1-5).
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 93-96.
ALTAR
Lugar de se entrar em
contato com o poder divino ou com os mortos, por meio de um sacrifício (ver o artigo)
e de oferendas (ver o artigo). As religiões primitivas supunham que o altar de uma
divindade seria
o lugar onde ela manifestava a sua presença. O altar (do latim, altus,
estrutura elevada), presumivelmente chamava a atenção do poder invocado.
Oferendas eram postas
nessas estruturas a fim de aplacar ou solicitar o favor do deus do altar.
I. Altares pagãos. Eram de muitos tipos, formatos e dimensões.
Na Idade do Bronze Antiga, alguns altares eram de meras pedras arrumadas. Na
Idade do Bronze Moderna, alguns altares eram retangulares, feitos de tijolos
ou' de pedras, erguidos com cimento de argila. Alguns altares eram estruturas imensas,
e outros eram pequenos. Montões de pedras também serviam de altares, entre os
povos pagãos.
II. Semitas. Eram similares aos altares acima descritos,
em diferentes épocas. Altares foram edificados por Noé (Gên. 8:20), Abraão, em
Siquém(Gên. 12:7), Isaque, em Beerseba (Gên. 26:25), Jacó. em Siquêm (Gên.
33:20) e em Betel (Gên. 35:7), Moisés, em Refidim (Êxo, 17: 15) e Horebe (Êxo,
24:4). Na cultura semita, os altares usualmente eram erigidos com propósitos
sacrificiais, mas não exclusivamente.
Muitos eram feitos de
rocha natural, com canais para que escorresse o sangue; ou eram montes de terra
ou rochas escavadas, com valetas ao redor, com o mesmo propósito. Cria-se que o
sangue derramado sobre o altar estava carregado com o poder da divindade, sendo
assim útil para vários ritos de purificação e busca de poder.
III. ALTAR DO TABEMÁCULO. Na verdade, dois
eram os altares do tabernáculo. Um deles, que ficava na metade oriental do trio,
era de «bronze.. (influência fenícia, dizem alguns), recoberto de madeira de acácia
(Exo. 27:1-8). As suas dimensões eram 2,5 m x 2,5 m x 1,5 m. Era o altar dos
holocaustos. Tinha chifres que se projetavam nas pontas, bem como argolas e
varas para ser transportado. Não havia topo, e talvez contasse com uma armação
gradeada de metal, cheia de terra, o que explica como era resistente ao fogo
ali posto. O segundo desses altares era menor, com 0,5 m x 0,5 x 1,0 m, de
madeira de acácia recoberto de ouro (Êxo, 30:1-10). Tinha quatro chifres e uma
borda de ouro, com argolas e varas para ser transportado. Era o altar do
incenso, símbolo de nossas orações e intercessões (Lev. 16: 12).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 122-123.
ALTAR (mia; local de sacrifício, plataforma
elevada).
1. O nome. A palavra
comum em latim para altar era ara. Os termos altare ou altariwn, dos quais
nosso termo em português deriva, são posteriores, criados no ambiente
eclesiástico. Era um substantivo formado a partir do adjetivo altos, que
significa “elevado” e implica na ideia de alguma estrutura alta, com um topo
plano, sobre o qual eram colocadas as ofertas para uma divindade ou eram feitos
sacrifícios.
O termo grego comum
era bomós, o qual aparentemente deriva-se de baino, “vir” ou “ir”. Assim, o
significado básico seria “aproximar”, visto que se aplicava originalmente a
qualquer plataforma elevada sobre a qual se colocava algo — como, por exemplo,
um estacionamento alto para carruagens (Ilíada 8.441) ou a base de uma estátua
(Odisseia 7.100). Aparentemente os antigos sentiram a necessidade de
acrescentar o adjetivo hieros (“santo”) quando o termo bomos era usado para
indicar um altar propriamente dito. No NT, este termo grego é empregado apenas
uma vez, justamente em referência ao altar ateniense dedicado ao deus
desconhecido. O termo marca a característica de Paulo de adaptar seu discurso à
sua audiência não cristã (At 17.23).
As outras 21
ocorrências da palavra altar no NT (H. Cremer as relaciona em sua obra
Biblico-Theological Lexicon of New Testament Greek, 292) representam uma
palavra que parece ter sido emprega na LXX como a tradução literal da palavra
hebraica comum para altar. O termo é thusiastêrion, derivado de thuo
(“sacrificar”). A palavra hebraica, da qual Gesenius (Lexicon, 258) lista 401
ocorrências, é mizbêah, um substantivo derivado de zãbah (“sacrificar”).
Portanto, o significado fundamental do termo hebraico é o local elevado onde o
sacrifício era feito, embora tenha passado a ser usado para qualquer forma de
mesa de oferta, como o “altar do incenso” (Êx 30.1-10).
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 236.
27:1-8. O ALTAR. Conforme ressaltado por Napier, há um
constante movimento em direção ao exterior na ordem de descrição dos objetos.
Primeiro há a
descrição da arca, na parte mais sagrada do Tabernáculo, e do candelabro, na
parte mais ampla do Tabernáculo. Aí o movimento cessou por um pouco, para
descrever a construção do Tabernáculo. Uma vez fora da tenda, caminhamos em
direção ao altar, e ao átrio em que ele ficava. Quanto mais nos afastamos do
centro, menos preciosos se tornam os materiais, e menos complexa a estrutura.
Mais uma vez o simbolismo é claro.
1. O altar de madeira
de acácia. Para permitir sua mobilidade, o altar foi feito de chapas de madeira
de acácia revestidas de placas de cobre.
Era de formato
quadrado, com aproximadamente 2,5 metros de lado, bem menor que o altar de
cobre construído por Salomão, séculos mais tarde, que tinha 10 metros de lado por
5 metros de altura (2 Cr 4:1). Provavelmente os altares “ de terra” e “ de
pedras toscas” previamente mencionados (20:24,25) eram de uso estritamente
local, a não ser que admitamos (como fazem alguns comentaristas) que o interior
desta estrutura oca de madeira e cobre ficasse sempre cheio de terra ou pedras não-lavradas
até uma altura apropriada, de modo a que o altar continuasse a observar as
regras do livro da aliança.
2. Farás levantar-se
quatro chifres. Pontas em forma de chifre nos quatro cantos do altar, como era
comum à maioria dos altares antigos. Tais chifres podem ter representado, no
passado, os chifres dos animais oferecidos em sacrifício. Mais tarde passaram a
ter a útil função de ganchos aos quais os sacrifícios podiam ser amarrados (SI
118:27), ou aos quais criminosos involuntários se agarrassem. Uma vez que o
altar era “ um santuário” , jima “ cidade de refúgio” em miniatura, o réu podia-se
agarrar a esses chifres, fazendo de si mesmo um sacrifício vivo, devotado a
YHWH, e assim sob Sua proteção.
4. Uma grelha de
bronze. Esta descrição não deixa suficientemente clara a posição e o propósito
da grelha de bronze. Como a maioria dos altares, este era oco (v. 8). A grelha
de bronze provavelmente repousava sobre uma saliência na parede interior do
altar, na metade de sua altura (38:4, N.T.). Neste caso, o que se fazia com a
carne era virtualmente um churrasco, permitindo que a gordura e as cinzas
caíssem ao fundo do altar através da grelha. Isto explica a maneira pela qual o
novo altar de Jeroboão em Betei “ se fendeu” , espalhando cinza por todo lado, para
grande transtorno do rei (1 Rs 13:5), e também porque se fizeram pás e bacias
para “ raspar” o altar, tal como se faz com uma lareira ou incinerador (v. 3).
Isso também explica como era possível usar um altar de madeira sem que esta se
queimasse. O fogo jamais entrava em contato com a madeira, que era apenas uma
armação oca. A maioria dos comentaristas, entretanto, prefere seguir a sugestão
de Driver, que afirmava que a grelha de bronze era a metade inferior da parede
externa do altar, que permitia a passagem de uma corrente de ar para alimentar o
fogo.
Este era o único
altar de sacrifício no santuário israelita nos primeiros dias: o sangue era
besuntado em seus “ chifres” quando da expiação cerimonial, e sobre ele os
holocaustos ou ofertas queimadas eram colocados. As libações eram derramadas ao
lado dele e sobre ele o sangue era aspergido. É normalmente chamado “ o altar
de bronze” , em vista de sua aparência externa, embora fosse, na realidade,
construído de madeira. O incenso, por outro lado, era oferecido num altar menor,
que aparece, quase que como uma lembrança de última hora, em cap. 30. Este
também era feito de madeira de acácia, mas revestido de ouro, não de cobre ou
bronze.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 189-191.
3. A pia de bronze
(Êx 30-17-21).
Mas, finalmente,
havia ainda no Pátio do Tabernáculo a Pia de Bronze. Ela era utilizada para o
sacrifício de purificação (Ex 30.17-21). Essa lavagem cerimonial era feita com
água constantemente substituída, já que não havia sistema de torneiras ou bicas
naquela época nem algo parecido com isso é mencionado no texto bíblico. Os
sacerdotes deveriam se lavar sempre nele antes de ministrarem no interior do
Tabernáculo ou no Altar dos Holocaustos.
Ora, a água fala de
pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo
15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1 Co 6.11) em nossos
corações (Hb 10.22; 1 Pe 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo
sangue de Jesus (1 Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de
todo pecado e nos dá acesso à constante ação purificadora do Espírito Santo e
da Palavra de Deus em nossas vidas.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96.
BACIA,
BACIA DE BRONZE (provavelmente da raiz
significando ser ou fazer redondo; também traduzido por “panela” (ISm 2.14; Zc
14.21) e “tribuna”, ARA; “base”, ARC; “plataforma”, NVI, “estrado”, BJ
(provavelmente por causa de seu formato redondo semelhante a uma bacia, 2Cr
6.13)
1. A bacia para o tabernáculo com sua base
era feita de bronze (Ex 30.18, passim); continha água, de maneira que Aarão e seus filhos pudessem
lavar as mãos e os pés quando adentrassem a Tenda da Congregação ou se
acercassem do altar para ministrar (Êx 30.18,19); foi feita por Bezalel da
tribo de Judá e Aoliabe da tribo de Dã (Êx 31.1-9) com outros homens do povo
(Ex 35.10-16); e foi feita com os espelhos das mulheres que se reuniam (a
palavra Hebraica sãbã sugere um grande grupo organizado) para ministrar à porta
da Tenda da Congregação. Dessas mulheres Aben-ezra disse “é costume de todas as
mulheres contemplar a face todas as manhãs no espelho, para que possam pentear
e arrumar o cabelo, mas veja! estas eram mulheres de Israel que serviam ao
Senhor, abandonaram seus deleites terrenos e abriram mão de seus espelhos como
oferta voluntária, porque eles não tinham mais uso para elas; mas elas vinham
todos os dias à porta da Tenda da Congregação para orar e ouvir as palavras dos
Mandamentos “(Patrick Fairbaim, The Typology of Scripture, II [ 1900], p. 25
8). Após a unção com o óleo prescrito (Êx 30.22-29; Lv 8.11) e aceitação por
Moisés (Êx 39.39) foi o último artigo colocado no lugar antes que se erguesse o
átrio (Êx 40.7-17). A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação
ou transporte.
2. No Templo de Salomão, um grande “Mar de
Fundição” tomou o lugar da bacia no Tabernáculo para as abluções dos sacerdotes
(2Cr 4.6). Esse “mar” tinha cinco côvados de altura, dez côvados de diâmetro de
uma borda a outra, e trinta côvados de circunferência (lRs 7.23). Alguns
consideram os dois últimos números uma impossibilidade matemática (e.g. Louis
Casseis, “Understanding theBible”, PresbiterianLife, Dec. 1. 1966, p. 13). A
circunferência, porém, podia não incluir a curvatura para fora do seu formato
de lírio na borda (lRs 7.26), enquanto o diâmetro pode se referir à borda em
sua parte mais larga. Havia colocíntidas (cabacinhas) por baixo de sua aba, dez
em cada côvado; arcundando a bacia em duas fileiras, fundidas com a própria
bacia (lRs 7.24). De acordo com KD, “a semelhança de bois” no TM (ARC, NVI, BJ)
no relato sinóptico de 2 Crônicas 4.3 está coiTompido. Ele estava apoiado sobre
quatro grupos de três bois de bronze, cada grupo voltado para um dos quatro
pontos cardeais (lRs 7.25). Esse arranjo representava o serviço sacerdotal das
doze tribos, do mesmo modo que os leões no trono de Salomão representava o
serviço real. Uma bacia de basalto, posta sobre dois touros, do começo do
primeiro milênio a.C. foi achada em Carquemis (NBD, p. 718, fig. 132). A
espessura do bronze era da largura da mão e tinha a capacidade de dois mil batos
(lRs 7.26). De acordo com KD a leitura “três mil batos” (2Cr 4.5) está
corrompida.
Além do grande mar de fundição localizado no
sudeste do Templo de Hirão, de Tiro (lRs 7.13,14, 40-44), também fez dez pias
de bronze, dispostas em linha entre os lados norte e sul do Templo (lRs 7.39).
Essas pias, com quatro côvados de diâmetro e contendo quarenta batos (lRs
7.38), eram usadas para lavar os animais a serem oferecidos como oferta
queimada (2Cr 4.6), e estavam assentadas sobre suportes móveis de bronze (lRs
7.27-37). Uma estrutura similar de Chipre, c. 1150 a.C. esclarece o estudo
esmerado desses suportes, encontrado em A Dictionary of the Bible editado por
William Smith (cp. NBD, p. 1244 fig. 205).
Devido à apostasia, o rei Acaz cortou fora os
painéis dos suportes, removeu deles a bacia, e a pôs sobre um pavimento de
pedra (2Rs 16.17). Os caldeus quebraram o que remaneceu do mar e dos suportes e
levaram o bronze para a Babilônia (2Rs 25.13).A Escritura não menciona bacia(s)
no segundo Templo, nem Josefo em seu relato da restauração feita por Heródes. B.
K. Waltke
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 668-669.
Êx 30. 17-21. “No
templo de Salomão havia um grande tanque de forma circular, com cerca de 13,70
m de circunferência, conhecido com0 mar de fundição (I Reis 7.23-36). Era inteiramente
feito de bronze e repousava sobre as figuras de doze bois. De acordo com II
Crô. 4.6, o mar servia para as abluções dos sacerdotes” (J. Edgar Park, in
Ioc.). Não há certeza sobre até que ponto a antiga bacia de bronze
assemelhava-se à versão manda- da fazer por Salomão, mas é bem provável que a
bacia de bronze dos dias de Moisés fosse algo bem mais modesto. Os críticos,
por sua parte, duvidam até mesmo de sua existência, pensando que escritores
posteriores fizeram o mar de fundição retroceder dos dias de Salomão para os
dias de Moisés. O texto presente, em contraste com o resto dos itens do
tabernáculo, fomece-nos poucos detalhes e não dá as dimensões da bacia de
bronze. O trecho de Êxo. 38.8 adianta que as mulheres providenciaram o material
necessário para esse item, pois contribuíram com seus espelhos de bronze.
Portanto, a bacia de bronze importou em um sacrifício para muitas pessoas.
As lavagens feitas na
bacia de bronze, tal como se dava com todos os demais ritos efetuados no
tabernáculo, deviam ser efetuadas de modo perpétuo, por todas as gerações. Ver
as notas sobre isso em Êxo. 29.42, quanto a uma lista de referências sobre a
questão.
As abluções
litúrgicas dos israelitas influenciaram de modo profundo tanto o cristianismo
quanto o islamismo.
Água se fazia mister
para as lavagens dos sacerdotes e de certas partes das vítimas sacrificadas
(Êxo. 29.27; Lev. 1.8,13), como também para limpeza do próprio altar, para nada
dizermos sobre o chão para onde escorria todo aquele sangue dos animais
sacrificados.
Seu suporte de
bronze. A bacia de bronze provavelmente tinha o formato de um grande vaso ou
urna, e estava apoiada sobre um pedestal. Vasos dessa natureza têm sido
achados, com relativa abundância, pelos arqueólogos.
A bacia de bronze é o
último item do tabernáculo a ser descrito. Ficava entre o altar dos holocaustos
e a entrada do Lugar Santo, entrada essa tapa- da pelo segundo véu. Ver a
ilustração sobre a planta do tabernáculo, nas notas sobre Êxo. 26.1.
Naturalmente, tanto 0 altar dos holocaustos quanto a bacia de bronze ficavam no
átrio. Era essencial que a bacia ficasse próxima do altar, a fim de que os
sacerdotes pudessem lavar as mãos e os pés antes de entrarem no Lugar Santo,
depois de terem oferecido sacrifícios sobre o altar.
Êx 30.19 A lavagem de
mãos e pés era necessária por razões físicas e espirituais. Era mister que
entrassem fisicamente limpos no Lugar Santo, ao passarem pela segunda cortina.
Talvez acabassem de realizar um sacrifício sobre o altar de bronze. Então
teriam andado pelo átrio, cujo chão era de terra. Não teriam de tomar um banho
de corpo inteiro, mas apenas lavarem as mãos e os pés, que mais certa- mente se
teriam sujado de sangue e de poeira. Ademais, não poderiam adentrar o Lugar
Santo sem uma lavagem ritual e simbólica das mãos e dos pés. Cf. isso com João
13.10, Os sacerdotes egípcios lavavam-se duas vezes durante o dia, pela manhã,
e duas vezes à noite, de acordo com Heródoto (Euterpe sive. 1.2 c. 37).
Santidade de conduta (pés) e santidade de ações (mãos) era algo simbolizado por
essas lavagens rituais.
“O altar falava da
salvação por meio da oferta pelo pecado; e a bacia de bronze falava da
santificação, que é algo progressivo e contínuo” (John D. Hannah, in Ioc.).
Êx 30.20 Para que não
morram. Essas palavras dão a entender que Yahweh haveria de julgá-los com a
pena de morte, se deixassem de obedecer às Suas ordens quanto a esse
particular. Estavam ocupados em um serviço santo, servindo a Yahweh e
aproximando-se Dele. Não podiam estar sujos, nem física e nem espiritualmente.
A morte também era ameaçada por motivo de outras infrações das regras atinentes
ao serviço santo. Ver Êxo. 28.35,43. “Não é exatamente fácil perceber por que a
pena de morte foi ameaçada contra a negligência acerca de certas observâncias
cerimoniais, mas não acerca de outras. Entretanto, a ablução era algo tão fácil
e, provavelmente, estabelecida como uma prática fazia tanto tempo, que omiti-la
só poderia indicar um desrespeito intencional para com Deus” (Ellicott, in
Ioc.).
Quando se chegarem ao
altar. Os sacerdotes deviam lavar-se antes de oferecerem algum sacrifício, e,
sem dúvida, depois de terem-no oferecido, para então entrarem no Lugar Santo.
“Isso dá-nos conta da
necessidade de termos corações puros e mãos limpas, para que nos aproximemos do
altar de Deus, se quisermos participar da adoração pública, e, em particular,
para orarmos com mãos limpas, erguidas para o alto (I Tim. 2.8; Sal. 26.6)'
(John Gill, in Ioc.). Este texto deve ser comparado com Tito 3.5, que nos dá
uma versão cristianizada dessa necessidade.
Êx 30.21 Este
versículo repete a injunção sobre as lavagens, e, então, adiciona a ordem agora
familiar que esse rito deveria prosseguir perpetuamente, por todas as gerações
dos filhos de Israel. Outro tanto tem sido dito a respeito de vários aspectos
do culto efetuado no tabernáculo. Em Êxo. 29.42, alisto várias referências e
faço várias observações sobre essa questão. Vemos aqui a repetição da ameaça de
morte, feita pela primeira vez, no versículo anterior. Ver Heb. 12.14 quanto a
uma aplicação cristã.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 440-441.
30:17-21. O Tanque.
18. Também farás um
tanque de bronze. Na SBB “ bacia” . Para sermos coerentes, deveríamos traduzir
“ cobre” . Era provavelmente bronze (uma liga de cobre e estanho), mas o
hebraico não dispunha de um termo especial para este material. A necessidade de
lavagens rituais para os sacerdotes antes da consagração e de seu
comparecimento perante Deus já foi mencionada em 29:4. Aquela era apenas uma
das muitas ocasiões aqui mencionadas (v. 20). O tanque (cujas dimensões não são
oferecidas) era provavelmente bem pequeno: se considerarmos que apenas Arão e
seus filhos o utilizavam, as dimensões de uma grande “ bacia” seriam adequadas.
Em contraste, Salomão tinha dez tanques de bronze no Templo, além do chamado “
mar de bronze” , um recipiente de enormes proporções (ver 1 Rs 7). Esta é
apenas uma das muitas áreas em que o projeto do Templo diferia da planta do
Tabernáculo.
Em 38:8 há alguns
detalhes intrigantes sobre a fonte de obtenção do metal para o tanque, que
também sugerem um tamanho pequeno, além da fundição de um objeto sólido a
partir do metal (sem qualquer estrutura de madeira).
Entre a tenda da
congregação e o altar. O tanque deveria ficar, portanto, no grande átrio, para
ser utilizado antes que os sacerdotes entrassem no Tabernáculo propriamente
dito. Depois de se lavar e purificar, o sacerdote podia entrar e adorar
mediante a oferenda do incenso.
Além disso, os
sacerdotes certamente precisavam se lavar depois dos sacrifícios e dos rituais
de sangue, de modo que o tanque também tinha valor prático. É um pouco estranho
que o tanque não tenha sido mencionado juntamente com o altar de bronze e o
átrio no capítulo 27. Talvez esta passagem tenha sido deslocada de uma posição
anterior no livro.
O mesmo pode ser dito
a respeito da descrição do altar de incenso, que não ocupa a posição mais
lógica no texto atual do livro de Êxodo.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 200-201.
No átrio do
tabernáculo, havia uma bacia entre o altar de bronze e a tenda, e os sacerdotes
e levitas tinham de parar lá com frequência para lavar as mãos e os pés. Se entrassem
na tenda ou servissem no altar de bronze sem se lavar primeiro, corriam risco de
vida.
O Senhor não
especificou nem o tamanho e nem o formato da bacia, assim como suas instruções
também não dizem como ela era carregada quando o povo se deslocava.
O tamanho e o formato
da bacia não eram importantes; o que importava de fato era seu conteúdo. Dentro
dela, havia água limpa, e a bacia era reabastecida ao longo do dia pelos levitas.
Nas Escrituras, a
água de beber é uma imagem do Espírito de Deus (Jo 7:37-39), enquanto a água
para lavar é uma imagem da Palavra de Deus (Sl 11 9:9; Jo 1 5:3; Ef 5:25-27). A
bacia, portanto, tipificava a Palavra de Deus que purifica a mente e o coração
daqueles que a recebem e obedecem (Jo 17:17). O fato de a bacia ser feita dos
espelhos de bronze das mulheres israelitas (Êx 38:8) é prova de que ela
tipifica a Palavra, pois a Palavra de Deus é comparada a um espelho (Tg
1:22-26; 2 Co 3:18).
De acordo com o sistema
do Antigo Testamento, havia três formas de obter a purificação cerimonial: pela
água, pelo fogo ou pelo sangue. Somos purificados da culpa do pecado pelo
sangue que Jesus Cristo derramou por nós na cruz, e quando confessamos nosso
pecado, esse sangue nos purifica (1 Jo 1:5 - 2:2). No entanto, quando
desobedecemos a Deus, nosso coração e nossa mente tornam-se impuros por causa
do pecado (ver Sl 51), e é a "lavagem de água pela palavra" (Ef 5:26)
que nos restaura.
Contudo, os
sacerdotes do Antigo Testamento tornavam-se impuros não ao pecar contra Deus,
mas ao servir a Deus! Seus pés ficavam sujos quando andavam no átrio e no tabernáculo
(não havia piso no tabernáculo), e suas mãos eram contaminadas ao manusear os
sacrifícios e aspergir o sangue. Assim, suas mãos e pés precisavam ser lavados constantemente,
e a bacia provia a água para essa purificação. Quando estava com seus
discípulos no cenáculo, o Senhor lhes ensinou a mesma lição ao lavar os pés
deles (Jo 13:1-1 5). Aquele que confia que Cristo salva, "já se banhou"
(v. 10; 1 Co 6:9-11) e não precisa de outro banho, mas ao caminhar pela vida, nossos
pés se sujam e precisam ser lavados. Não podemos ter comunhão com o Senhor se
não somos purificados (Jo 13:8), e se não temos comunhão com o Senhor, não
podemos desfrutar seu amor e nem fazer sua vontade. Quando confessamos nossos
pecados, ele nos purifica, e quando meditamos na Palavra, o Espírito nos renova
e restaura.
Em duas ocasiões,
Davi orou pedindo: "Lava-me" (Sl 51:2, 7), e Deus respondeu a essa
oração (2 Sm 12:13). Porém, Isaías disse aos pecadores de sua época:
"Lavai-vos, purificai-vos" (Is 1:16), o que sugere que precisamos limpar
nossa própria vida e jogar fora as coisas que nos tornam impuros. Era isso o que
Paulo tinha em mente quando escreveu: "Purifiquemo-nos de toda impureza, tanto
da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de
Deus" (2 Co 7:1).
Para os sacerdotes, o
lavar-se na bacia não era um luxo e sim uma necessidade.
Manter-se puros era
uma questão de vida ou morte!
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 311-312.
III - O
LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro
(Êx 25.31-40).
Dentro do chamado
“Lugar da Habitação de Deus”, que era a parte interior da tenda do Tabernáculo,
havia dois ambientes: o primeiro é o Lugar Santo, onde ficavam o castiçal de
ouro, a mesa dos pães da proposição e o altar do incenso; e o segundo é o Santo
dos Santos, onde estava a Arca da Aliança, única peça desse ambiente. Estima-se
que o Lugar Santo media 9 metros de extensão, e o Santo dos Santos, 4,5 metros.
O castiçal de ouro
(Ex 25.31-40) era o que iluminava o interior da tenda, já que não havia janelas
ali. Ele era feito com puro ouro batido e seu fogo, mantido aceso com azeite. Essa peça
nos fala, prioritariamente, de Cristo, que é a Luz do Mundo (Jo 8.12), e, por
extensão, da Igreja, que também é simbolizada pelo castiçal de ouro (Ap
1.12,13,20). Aliás, o próprio Jesus, antes da visão de João no Apocalipse, já
havia comparado a Igreja a uma lâmpada acesa e também a chamado de “luz do
mundo” (Mt 5.14-16). O apóstolo Paulo reforça essa ideia em Filipenses 2.15.
O azeite, por sua
vez, é símbolo do Espírito Santo. Para que o castiçal permanecesse aceso, era
preciso que seu azeite fosse renovado todos os dias. Da mesma maneira, só
podemos projetar a luz de Deus sobre o mundo se formos cheios do Espírito
Santo; e, por consequência, só podemos projetá-la continuamente se procurarmos
estar sempre cheios do Espírito. Não à toa, o imperativo “enchei-vos do
Espírito”, no original grego de Efésios 5.18, subtende a necessidade de
estarmos continuamente cheios do Espírito Santo, e não apenas de vez em quando.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-97.
O CANDELABRO
O castiçal de ouro
puro vem a seguir, porque os sacerdotes de Deus têm necessidade de Luz bem como
de alimento: e têm tanto uma coisa como a outra em Cristo. Neste castiçal não se
faz menção de outra coisa que não seja ouro. "Tudo será de uma só peça,
obra batida de ouro puro" (versículo 36). "As sete lâmpadas", as
quais se "acenderão para alumiar defronte dele", exprimem a perfeição
da luz e energia do Espírito, baseadas e ligadas com a eficácia perfeita da
obra de Cristo. A obra do Espírito Santo nunca poderá ser separada da obra de Cristo.
Isto é indicado, de um modo duplo, nesta magnífica imagem do castiçal de ouro.
As sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos a obra
cumprida por Cristo como a única base da manifestação do Espírito na Igreja. O
Espírito Santo não foi dado antes de Jesus ter sido glorificado (comparem-se
João 7: 39 com Atos 19:2 a 6). Em Apocalipse, capítulo 3, Cristo é apresentado
à igreja de Sardes como Aquele que tem "os sete espíritos". Quando o
Senhor Jesus foi exaltado à destra de Deus, então derramou o Espírito Santo
sobre a Sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a
perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e
de culto.
Vemos, também, que
uma das funções particulares de Arão consistia em acender e espevitar essas
sete lâmpadas. "E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Ordena aos filhos de Israel
que te tragam azeite de oliveira puro, batido, para a luminária, para acender
as lâmpadas continuamente. Arão as porá em ordem perante o SENHOR
continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do Testemunho, na tenda
da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o castiçal
puro porá em ordem as lâmpadas, perante o SENHOR, continuamente" (Lv
24:1-4). Desta maneira, podemos ver como a obra do Espírito Santo na Igreja
está ligada com a obra de Cristo na terra e a Sua obra no céu. "As sete
lâmpadas" estavam no tabernáculo, evidentemente, mas a atividade e
diligência do sacerdote eram necessárias para as manter acesas e espevitadas. O
sacerdote necessitava continuamente dos "espevitadores" e dos
"apagadores" para remover tudo que pudesse impedir o livre curso do "azeite
batido". Esses espevitadores e apagadores eram igualmente feitos de
"ouro batido" porque todas essas coisas eram o resultado imediato da
operação divina. Se a Igreja brilha, é unicamente pela energia do Espírito, e
esta energia está fundada em Cristo, que, em virtude do desígnio eterno de
Deus, veio a ser, em Seu sacrifício e sacerdócio, o manancial e poder de todas
as coisas para a Sua Igreja. Tudo é de Deus. Quer olhemos para dentro desse véu
misterioso e contemplemos a arca com a sua coberta e as duas figuras significativas,
ou admiremos o que está da parte de fora desse véu, a mesa pura e o castiçal
puro, com os seus vasos e respectivos utensílios — tudo nos fala de Deus, quer
seja revelando-Se em ligação com o Filho ou o Espírito Santo.
A chamada celestial
coloca o leitor cristão no próprio centro de todas estas preciosas realidades.
O seu lugar não está apenas no meio das" figuras das coisas que estão no
céu", mas no meio das "próprias coisas celestiais". Tem
"ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus". É sacerdote
para Deus. O pão da proposição lhe pertence. O seu lugar é à mesa pura, para
comer o pão sacerdotal, na luz. do Espírito Santo. Nada o poderá privar desses
privilégios divinos. São seus para sempre. Esteja em guarda contra tudo que
possa privá-lo do gozo deles.
Guarde-se contra toda
a irritabilidade, a cobiça, de todo o sentimento e imaginações. Domine a sua
natureza, lance o mundo fora de seu coração, afugente Satanás. Que o Espírito
Santo encha inteiramente a sua alma de Cristo. Então será praticamente santo e
sempre ditoso. Dará fruto, e o Pai celestial será glorificado, e o seu gozo
será completo.
C.
H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De
Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
CANDEEIRO DE OURO
No trecho de Êxodo
25: 31-39 encontramos as orientações recebidas pelos israelitas para a
fabricação esse item da tenda da congregação. Uma base suportava uma haste.
Três braços curvados para cima, partiam dessa haste central; esses braços terminavam
em seis receptáculos, em cada um dos quais havia uma lamparina; somando-se à lampana
no alto da haste central, havia um total de sete lamparinas. O ouro foi o
material usado para a construção do candeeiro. A haste central e os braços eram
decorados com desenhos em alto relevo de florescências de amendoeira. As
espevitadeiras para as lamparinas também eram feitas .de ouro. O trecho de
Êxodo 37:17-24 adiciona uma segunda instrução concernente a essa questão, para
garantir a perfeição da execução da obra. O candeeiro de ouro foi posto no Lugar
Santo do tabernáculo (que vide), do outro lado da mesa dos pães da proposição.
Quando o templo de Jerusalém (que vide), construído por Salomão, ficou pronto,
para o mesmo foram preparados dez candeeiros de ouro, de acordo com as maiores dimensões
dessa estrutura permanente. Mas, no segundo templo de Jerusalém, por razões desconhecidas,
havia apenas um candeeiro. Antioco Epifânio removeu esse candeeiro de seu
lugar. Quando Judas Macabeu restaurou a adoração no templo, um novo candeeiro
foi provido para o mesmo. Aparentemente, o mesmo formato de candeeiro havia no
templo construído por Herodes.
Simbolismo do
Candeeiro de Ouro. O trecho de Apocalipse 1:12-20 exibe uma aplicação direta,
ao chamar as sete igrejas de sete candeeiros. Naturalmente, em sentido primário,
Cristo é o candeeiro, pois ele é a luz do mundo. E o número sete indica a perfeição
de seu oficio de iluminador. VC! João 1:9. O material de que o candeeiro foi feito,
o ouro, representa a preciosidade da estrutura da Igreja, bem como a divindade
de Cristo (que vide). O azeite, que queimava no candeeiro, representa o
Espirito Santo e seu ministério iluminador. E o Espirito Santo que nos conduz a
toda a verdade (João 16:13). (NTI Z)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 623.
CANDELABRO. A tradução da ARA para o termo hebraico mi;
com pouca variação, de candeeiro, velador pedestal, o aramaico de Daniel 5.5, é
traduzido do grego para “candeeiro”; a ASV e RSV trazem castiçal em sua
maioria, variando às vezes com lâmpada, candeeiro, velador. Os antigos usavam
lâmpadas de metal ou barro, não velas.
CANDELABRO (DE OURO) Meio de fornecimento de luz para o
Tabernáculo e para o Templo.
“Castiçal” é a melhor
tradução, pois os hebreus não conheciam o uso das velas da maneira que o
conhecemos. Os candelabros eram, na verdade, candeeiros ou lâmpadas.
O Livro de Êxodo dá
instruções sobre como confeccionar o candelabro (Êx 25.31-39): uma haste
central que subia da base; três braços, que se curvavam para cima, saindo de
cada lado da haste, terminando no topo em uma seqüência de recipientes, nos
quais eram colocadas as lâmpadas; o material, ouro; os braços e a haste
grandemente ornados com desenhos de flores de amendoeiras. E quase impossível
determinar a natureza precisa dos ornamentos floridos. As “espevitadeiras e
bandejas”, necessárias ao candelabro, também eram de ouro. Um modelo foi
mostrado a Moisés, na montanha.
A prestação de contas
sobre as instruções dadas apareceu em Êxodo 37.17-24, mediante um segundo
relato de como as prescrições foram seguidas ao pé da letra.
Quando o candelabro
foi terminado, ele foi colocado no Santuário do Tabernáculo, no lado sul,
defronte à mesa dos pães da proposição, que ficava no lado norte. Quando o
Templo de Salomão foi construído, dez candelabros de ouro foram providenciados,
para harmonizarem-se com o tamanho bem maior daquela estrutura. Por razões
desconhecidas, apenas um foi colocado no segundo Templo, e continuou em uso até
ser removido de seu lugar por Antíoco Epifanes. Todavia, na restauração
empreendida por Judas Macabeus, um novo candelabro foi feito e colocado em uso.
O mesmo padrão parece ter sido observado no Templo de Herodes até Tito destruir
a ele e à cidade (70 d.C.).
A simbologia do
candelabro é de particular importância. A única pista segura, embora ocorra em
uma passagem do NT, está em Apocalipse
1.12-20, que mostra:
“os sete candeeiros são as sete igrejas”. Usar a mesma simbologia pode ter sido
a intenção original do AT. O número sete apresenta ainda um problema, que pode
ser resolvido se levarmos em conta que ele pode ser o número da aliança. A
Igreja é composta pelo povo da aliança de Deus. O ouro representa o quanto a Igreja
é preciosa aos olhos do Senhor. O azeite, como é frequente nos dois
Testamentos, representaria o Espírito Santo.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.
890-891.
2. Os pães da
proposição e o altar do incenso (Êx 25.30).
O castiçal de ouro
(Ex 25.31-40) era o que iluminava o interior da tenda, já que não havia janelas
ali. Ele era feito com puro ouro batido e seu fogo, mantido aceso com azeite.
Essa peça nos fala, prioritariamente, de Cristo, que é a Luz do Mundo (Jo
8.12), e, por extensão, da Igreja, que também é simbolizada pelo castiçal de
ouro (Ap 1.12,13,20). Aliás, o próprio Jesus, antes da visão de João no
Apocalipse, já havia comparado a Igreja a uma lâmpada acesa e também a chamado
de “luz do mundo” (Mt 5.14-16). O apóstolo Paulo reforça essa ideia em
Filipenses 2.15.
O azeite, por sua
vez, é símbolo do Espírito Santo. Para que o castiçal permanecesse aceso, era
preciso que seu azeite fosse renovado todos os dias. Da mesma maneira, só
podemos projetar a luz de Deus sobre o mundo se formos cheios do Espírito
Santo; e, por consequência, só podemos projetá-la continuamente se procurarmos
estar sempre cheios do Espírito. Não à toa, o imperativo “enchei-vos do
Espírito”, no original grego de Efésios 5.18, subtende a necessidade de
estarmos continuamente cheios do Espírito Santo, e não apenas de vez em quando.
O altar menor, como
também era chamado, era a peça que ficava mais próxima da entrada do Santo dos
Santos, separando-se da Arca da Aliança apenas pelo véu de entrada para esse
último ambiente. O incenso deveria ser queimado diariamente (Ex 30.7). Deus
costumava se manifestar àqueles que lhe ofereciam incenso nesse altar de ouro,
como aconteceu com Zacarias, pai de João Batista, que recebeu do anjo Gabriel,
mensageiro de Deus manifestado diante desse altar, o anúncio divino da
concepção do seu filho João no ventre de Isabel, sua esposa, e da
importantíssima missão que seu filho teria (Lc 1.8-17). O incenso simboliza a
adoração, o louvor e a oração, como podemos ver claramente em Salmos 141.2 e
Apocalipse 5.8 e 8.3,4.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-98.
A MESA DO PÃO DA PROPOSIÇÃO
Moisés recebe em
seguida instruções quanto "à mesa dos pães da proposição", ou pães de
apresentação. Sobre esta mesa estava disposto o alimento dos sacerdotes de
Deus. Durante sete dias os doze pães de "flor de farinha com incenso"
estavam dispostos na presença do Senhor, depois do que, sendo substituídos por
outros, eram o alimento dos sacerdotes, que comiam deles no lugar santo
(veja-se Lv 24:5-9).
Escusado será dizer
que esses doze pães simbolizam "o homem Cristo Jesus". A "fiorde
farinha" da qual eram compostos, mostra a Sua perfeita humanidade,
enquanto que "o incenso" indica a inteira consagração dessa
humanidade a Deus. Se Deus tem os Seus sacerdotes ministrando no lugar santo,
terá certamente uma mesa para eles, e uma mesa bem fornecida também. Cristo é a
mesa e o pão sobre ela. A mesa pura e os doze pães mostram Cristo, presente
incessantemente diante de Deus em toda a excelência da Sua imaculada humanidade
e como alimento para a família sacerdotal. Os "sete dias" mostram a
perfeição do gozo divino em Cristo; e os "doze pães" exprimem este
gozo no homem e pelo homem. É possível que exista também a ideia de ligação de
Cristo com as doze tribos de Israel e os doze apóstolos do Cordeiro.
PROPICIATÓRIO
Segue-se por sua
ordem o propiciatório. Também farás um propiciatório de ouro puro; o seu
cumprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura, de um côvado e meio.
Farás também dois
querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.
Farás um querubim na extremidade de uma parte e o outro querubim na extremidade
da outra parte; de uma só peça com o propiciatório farás os querubins nas duas extremidades
dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o
propiciatório; as faces deles, uma defronte da outra; as faces dos querubins
estarão voltadas para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca,
depois que houveres posto na arca o Testemunho, que eu te darei. E ali virei a
ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que
estão sobre a arca do Testemunho), tudo que eu te ordenar para os filhos de
Israel (versículos 17 a 22).
Jeová declara aqui o
Seu desígnio misericordioso de descer do monte ardente para tomar o Seu lugar
sobre o propiciatório. Podia fazer isto, visto que a tábuas da lei estavam guardadas
intactas na arca, e os símbolos do Seu poder, tanto na criação como na
providência, se elevavam à direita e à esquerda como acessórios inseparáveis
deste trono em que o Senhor Se havia assentado — um trono de graça fundado na
justiça e sustido pela justiça e o juízo. Ali brilha a glória do Deus de
Israel. Dali emanavam os Seus mandamentos suavizados e tornados agradáveis pela
origem graciosa de onde saíam à semelhança do sol do meio-dia, cujos raios ao
passarem através de uma nuvem vivificam e fecundam sem que o seu resplendor nos
cegue.
"Os seus
mandamentos não são pesados" quando recebidos do propiciatório, porque estão
ligados com a graça que dá ouvidos para ouvir e o poder para obedecer.
C.
H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De
Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 25.30 Os pães da
proposição. Os pães da proposição eram doze, e não levavam fermento em sua
fórmula (0
que é confirmado por Josefo, em Antiq. 3.6.6). Os pães eram exibidos sobre a
mesa existente no Lugar Santo, um sobre outro, formando duas pilhas de seis
pães em cada pilha. Esses pães simbolizavam as doze tribos de Israel (Lev.
24,8). Também representavam a unidade nacional (I Reis 18.31,32).
O uso original desses
pães, no mundo pagão, era 0 oferecimento de alimentos aos deuses. Em Israel,
fazia-se uma oferenda a Yahweh, em reconhecimento que Dele procede toda
provisão, pelo que essa oferenda falava de gratidão pelas provisões divinas.
Tipo; O Pão da Vida.
Cristo é Aquele que nutre a vida do crente como um crente- sacerdote (I Ped.
2.9; Apo. 1.5,6). O maná era símbolo do pão da vida (João 6.33-58). Jesus é a
espiga de trigo (João 12.24), moído no moinho do sofrimento (João 12.27).
Apresentei um bem detalhado artigo na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia intitulado Pão da Vida, Jesus Como.
Ό ato de comer os
pães, por parte dos sacerdotes (Lev. 24.9), demonstrava que a comunhão
espiritual sustenta a vida espiritual (John D. Hannah, in Ioc).
Ό pão sagrado (I Sam.
21.4,6) era exposto diante de Deus como uma oferenda sacrificial (Núm. 4.7;
Lev. 24.5-9; I Cro. 9.32; Mat. 12.4)” (Oxford Annotated Bible, in Ioc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 419-420.
Ê 25 30. Os pães da
proposição. O uso característico da mesa era exibir o pão “colocado perante
Deus”, como esta frase poderia ser parafraseada.
Doze bolos achatados
(como grandes bolachas), dispostos em duas fileiras (Lv 24:6), eram ali
colocados, frescos, a cada manhã, e removidos a cada anoitecer, para serem
comidos apenas pelos sacerdotes, em circunstâncias normais (1 Sm 21:6). O
simbolismo não é explicado: talvez fosse um reconhecimento agradecido de que o
pão cotidiano das doze tribos vinha de Deus. Certamente parece haver alguma
ligação com a origem da famosa frase na oração do Senhor (Lc 11:3).
Felizmente possuímos,
no Arco de Tito, uma representação esculpida desta mesa (bem como do candelabro
de ouro). O modelo da escultura é o existente no Templo de Herodes, mas, a
julgar pela descrição feita em Êxodo, este devia seguir bem de perto o modelo
original. Sobre a mesa ainda havia alguns dos cálices de ouro usados para o
incenso ou para libações derramadas ao pé do altar (v. 29), ao passo que de
encontro a ela estão encostadas algumas trombetas sacerdotais. Os termos
técnicos usados em Êxodo para descrever a construção da mesa são relativamente incertos
devido à sua raridade. A mesa parece ter possuído escoras para apoio e pés em
forma de garra, como algumas mesas modernas, a julgar pelo Arco de Tito.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 186.
Sobre a mesa na
presença de Deus devia ficar continuamente o pão da proposição (30). Eram os
“pães da Presença” (NVT). Não eram alimentos para Deus, mas símbolos do pão
espiritual pelo qual Israel seria alimentado. Por sua qualidade, os pães
lembravam que os israelitas dependiam de Deus para satisfação das necessidades
cotidianas. Havia 12 pães, representando todas as tribos. Os pães tinham de ser
substituídos todos os sábados (Lv 24.5,8). O pão da proposição também
significava a comunhão ininterrupta do povo de Deus com Ele. O pão indicava
Cristo, o Pão Vivo (Jo 6.35).
Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 1. pag. 209.
O ALTAR DE INCENSO NÃO MENCIONADO
Deparamos agora com o
altar de cobre que estava à porta do tabernáculo, e quero chamar a atenção do
leitor para a ordem seguida pelo Espírito Santo nesta parte do livro. Já fizemos
notar que a passagem compreendida entre o capítulo 25 e o versículo 19 do
capítulo 27 forma uma parte distinta, que nos dá uma descrição da arca e do
propiciatório, da mesa e do castiçal, das cortinas e do véu, e, por fim, do
altar de cobre e do pátio em que estava esse altar colocado. Lendo os
versículos 15 do capítulo 35, 25 do capítulo 37 e 26 do capítulo 40, vemos que
o altar do incenso está mencionado entre o castiçal e o altar de cobre. Ao
passo que, quando o Senhor dá instruções a Moisés, o altar de cobre é
introduzido imediatamente depois do castiçal e das cortinas do tabernáculo.
Ora, visto que deve haver uma razão divina para esta diferença, é privilégio de
todo o estudioso inteligente e aplicado da Palavra de Deus indagar qual era
essa razão.
Qual é a razão,
portanto, por que o Senhor, quando dá instrução quanto aos adornos do "santuário",
omite o altar de incenso e passa ao altar de cobre que estava à porta do tabernáculo*?-
A razão, presumo, é simplesmente esta: descreve primeiro a maneira em que há de
manifestar-Se ao homem, e depois indica a forma de o homem se aproximar de Si. Tomou
o Seu lugar no trono; como o "Senhor de toda a terra" (Js 3:11 e 13):
os raios da Sua glória estavam ocultos atrás do véu—figura da carne de Cristo
(Hb 10:20); porém, fora do véu, estava a manifestação de Si Mesmo, em ligação
com o homem, na "mesa pura", e, pela luz e poder do Espírito Santo,
representados no castiçal. Depois vem o caráter de Cristo como homem aqui na
terra, representado nas cortinas e nas cobertas do tabernáculo. E finalmente temos
o altar de cobre como a grande exibição do lugar de encontro entre o Deus santo
e o pecador. Isto leva-nos, com efeito, à extremidade, de onde voltamos na
companhia de Arão e seus filhos, ao santuário, o lugar normal dos sacerdotes,
onde estava o altar do incenso. Desta forma a ordem é notavelmente formosa. Do
altar de ouro, não se faz menção antes que haja sacerdote para queimar incenso
sobre ele, porque o Senhor mostrou a Moisés o modelo das coisas nos céus
segundo a ordem em que estas coisas devem ser atendidas pela fé. Por outra parte,
quando Moisés dá instruções às consagrações (capítulo 35), quando dá conta dos trabalhos
de Bezaleel e Aoliabe (capítulos 37 e 38), e quando levanta o tabernáculo
(capítulo 40), segue simplesmente a ordem em que os utensílios estavam
colocados.
O ALTAR DE COBRE
O prosseguimento
deste estudo tão interessante, e o confronto das passagens acima mencionadas,
recompensarão amplamente o leitor. Passemos agora ao altar de cobre.
Este altar era o
lugar onde o pecador se aproximava de Deus, pelo poder e em virtude do sangue
da expiação. Estava colocado à porta do tabernáculo da "tenda da
congregação", e sobre ele era derramado todo o sangue dos sacrifícios. Era
construído de "madeira de cetim e cobre". A madeira era a mesma do
altar de ouro do incenso, mas o metal era diferente, e a razão desta diferença
é obvia. O altar de bronze era o lugar onde o pecado era tratado segundo o
juízo divino. O altar de ouro era o lugar onde o perfume precioso da
aceitabilidade de Cristo subia para o trono de Deus. A "madeira de
cetim", como figura da humanidade de Cristo, era a mesma num caso e no
outro; porém no altar de cobre vemos Cristo sob o fogo da justiça divina; no
altar de ouro vemos como Ele satisfaz os afetos divinos. No primeiro, o fogo da
ira divina foi apagado, no último, o fogo do culto sacerdotal é aceso. A alma
deleita-se de encontrar Cristo tanto num como no outro; porém o altar de cobre
é o único que responde às necessidades de uma consciência culpada, como a primeira
coisa para um pobre pecador desamparado, necessitado e convicto. Não é possível
haver paz sólida, quanto à questão do pecado, enquanto o olhar da fé não
descansar em Cristo como o antítipo do altar de cobre. É necessário que eu veja
o meu pecado reduzido a cinzas na fornalha desse altar, antes de poder gozar de
paz de consciência na presença de Deus. É quando sei, pela fé no testemunho de Deus,
que Ele Próprio tratou do meu pecado na Pessoa de Cristo, no altar de cobre—que
deu satisfação a todas as Suas justas exigências —, que tirou o meu pecado da
Sua santa presença, de modo que nunca mais pode voltar, que posso gozar paz
divina e eterna — e não antes.
C.
H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De
Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
ÊX 30.1 O ALTAR DE INCENSO. Seus materiais de
construções, dimensões, provisões para transporte e significados são comentados
no artigo, permitindo um trata- mento mais abreviado aqui. O leitor perceberá
que as descrições do presente texto são semelhantes às de 25.1-30, onde
anotações detalhadas são ofereci- das.
O Altar de Incenso
era um móvel como todos os outros itens do Tabernáculo; era feito dos mesmos
materiais do Altar de Bronze, mas recebeu uma camada superior diferente. Era comparativamente
pequeno, sendo 1 1/2 pés quadrados (= 45 cms.) e somente 3 pés de altura (= 90
cms.). Tinha chifres como o Grande Altar e podia ser facilmente transportado,
sendo que tinha argolas de ouro para receber varas de transporte. Israel,
marchando através do deserto, levava o Tabernáculo e todos os seus móveis, de lugar
em lugar. O modus operando da construção do Tabernáculo e de suas peças
permitia um transporte fácil, que falava de impermanência.
Tipologia. “O Altar
de Incenso era um tipo de Cristo, nosso intercessor (João 17.17- 26; Heb.
7.25); através dele nossas orações ascendem a Deus (Heb. 13.15; Apo. 8.3,4). O
Altar simboliza nossos sacrifícios, louvores e adoração (Heb. 13.15)” (Scofieid
Reference Bible, in loc.).
Êx 30.2 Dimensões.
Tinha aproximadamente meio metro de lado e um de altura, com pontas em forma de
chifres nos quatro cantos. Os chifres foram esculpidos nos cantos do altar, não
sendo peças separadas embutidas, seguindo o mesmo modo de construção do Grande
Altar (ver 27.2). Os chifres foram tipos de pináculos que se elevavam dos
cantos, apontando para o céu. Foram itens decorativos e simbólicos. A oração
sobe para o céu com a fumaça do incenso. Côvado. Aproximadamente 18 polegadas
(= 45 cm).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 439.
30:1-10. O ALTAR DE INCENSO.
1. Um altar para
queimares nele o incenso. Este altar era de um tipo e tamanho bem conhecidos no
mundo antigo. Tinha o formato de uma pequena pilastra truncada, com pequeninos
chifres nos quatro cantos. Como os outros objetos no Tabernáculo, era feito de
madeira de acácia, revestido de ouro, e possuia argolas laterais através das
quais varais podiam ser colocados para seu transporte (v. 4).
6. O altar de incenso
ficava no “ lugar santo” , dentro do Tabernáculo, em frente ao véu que
delimitava o Santo dos Santos (Hb 9:4 localiza o altar de incenso atrás do véu,
junto à Arca, mas isso é pouco provável). Por outro lado, o altar do sacrifício
precisava, por natureza, ficar ao ar livre, no meio do átrio. Por ficar
distante da presença imediata de Deus, podia ser revestido de bronze (27:2).
7. Arão queimará
sobre ele o incenso aromático. Duas vezes por dia o incenso deveria ser
oferecido pelo sacerdote sobre este altar em miniatura, quando viesse verificar
o pavio e o azeite das lâmpadas. A composição especial do incenso sagrado
(proibida a outras) será descrita nos versículos 34-38. É claro que, como
demonstrado em Números 16:17, o incenso poderia ser oferecido à parte de
qualquer altar, sendo queimado nos incensários; este altar específico, todavia,
só poderia ser usado para o incenso. Em vista de sua posição dentro do
Tabernáculo, e não ao ar livre, tal provisão era bastante inteligente.
10. Uma vez no ano Arão
fará expiação sobre os chifres do altar.
Cf. 29:36 quanto à
expiação pelo altar. Este versículo é extremamente importante, pois se refere
sem maiores explicações ao ritual do Dia da Expiação, mencionado fora daqui
apenas em Levítico (23:27), e frequentemente considerado, portanto, uma
inovação bem mais recente.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 199.
O ALTAR DE INCENSO (30.1-10). Não é fácil inferir a
razão para que a análise dos assuntos tratados neste capítulo esteja neste
ponto do relato mosaico. Ou Moisés descreve o que foi omitido nos capítulos
anteriores ou Deus o dirigiu a colocar a matéria bíblica nesta ordem. Não há
que duvidar que as instruções para o Tabernáculo estariam incompletas sem estas
orientações.
O altar para queimar
o incenso (1) tinha formato similar ao altar de bronze, exceto que era menor
(ver Diagrama A). Media 45 centímetros quadrados por 90 centímetros de altura
(2). A madeira de cetim (acácia) era revestida com puro ouro (3), e todas suas
partes, inclusive a coroa de ouro, que provavelmente era uma beirada semelhante
à da mesa da proposição, também eram revestidas de ouro. Seu transporte se dava
como a outra mobília por meio de varais enfiados em argolas de ouro (4,5).
Este altar de ouro
ficava diante do propiciatório, perto da arca, mas à frente do véu (6). Tinha
necessariamente de estar no Lugar Santo, visto que o sumo sacerdote entrava no
Lugar Santíssimo somente uma vez por ano e o incenso devia ser queimado diariamente
(7). Sua localização perto do Lugar Santíssimo é responsável por ter sido listado
em Hebreus 9.4 como peça que ficava dentro do véu. Era neste altar que Deus se encontrava
particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso.
A queima do incenso,
cuja composição é descrita nos versículos 34 a 38, ocorria pela manhã (7),
quando as lâmpadas eram acesas, e novamente à tarde (8). A ideia de incenso contínuo
diz respeito à sua permanência diária e não à manutenção de fogo dia e noite. O
altar de ouro era para uso exclusivo da combustão do incenso apropriado (91 incenso
estranho seria uma oferta diferente do tipo designado (ver 34-38). Este altar não
devia ser usado para fazer holocaustos, ofertas (“de cereal”, NVI) ou libações;
estas oblações eram oferecidas somente no altar de bronze.
Contudo, uma vez no
ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote colocava sangue nas pontas do altar
de ouro para fazer expiação pelo altar (10). Até o altar de incenso precisava
de expiação por causa dos pecados deliberados ou erros inconscientes dos
homens.
O significado
espiritual deste altar não deixa dúvidas. O incenso representava as orações dos
santos (Ap 8.3). A expiação no altar de bronze reconciliava os adoradores com Deus,
ao passo que o incenso de cheiro suave completava o procedimento com comunhão. “Sob
este aspecto, a oferta de incenso não era só uma espiritualização e
transfiguração do holocausto, mas uma completude dessa oferta.”39 Para os
cristãos, esta oferta de oração é ininterrupta no sentido de constante atitude
de oração e também nos períodos habituais de meditação e intercessão.
Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 1. pag. 220.
3 - O Santo dos Santos
e a arca da aliança (Êx 25.10-22).
Finalmente, no Santo
dos Santos, chamado também de Lugar Santíssimo, estava a Arca da Aliança (Ex
25.10-22), a peça mais importante de todo o Tabernáculo. No Santos dos Santos,
só o sumo sacerdote poderia entrar, e apenas uma vez ao ano (Hb 9.7), para
aspergir sobre o propiciatório — isto é, a tampa da Arca — o sangue que havia
sido derramado do sacrifício anual feito para expiação dos pecados de todo o
povo (Lv 16.14,15; 17.11). Hoje, tal expiação não é mais necessária, porque
Jesus, o nosso Sumo Sacerdote por excelência, já entrou na presença do Pai
oferecendo o seu próprio sangue como propiciação definitiva pelos nossos pecados
(Rm 3.24,25; Hb 9.11-15; 10.10,12), de maneira que todos quantos o recebem como
único e suficiente Salvador e Senhor, aceitando seu sacrifício em nosso favor e
entregando suas vidas totalmente a Ele, têm livre acesso à presença de Deus (Hb
10.19-23).
A Arca da Aliança
representava a própria presença de Deus entre o povo, de maneira que os
israelitas, em determinado momento de sua história, chegaram até mesmo a usá-la
como se fosse um amuleto, no episódio em que ela foi levada pelos filisteus
após uma batalha em que Israel, por causa dos seus pecados, teve que fugir de
diante de seus inimigos (1 Sm 4.1-22).
A Arca era chamada de
“Arca do Testemunho” (Ex 25.22), “Arca do Concerto do Senhor” (Dt 10.8), “Arca
de Deus” (1 Sm 3.3) e “Arca do Senhor” (1 Sm 4.6). Sua designação “Arca do
Testemunho” se devia ao fato de que carregava “O Testemunho” (Ex 25.16), que
era o nome dado
às duas tábuas de pedra contendo o Decálogo, isto é, os Dez Mandamentos
escritos pelo dedo de Deus (Êx 31.18). À luz do uso que Jesus faz da expressão
“dedo de Deus” em Lucas 11.20, entendemos que ela não significa necessariamente
que Deus se manifestou em forma de uma mão de homem, como ocorreu na Babilônia
nos dias de Daniel (Dn 5.5), para escrever, nesse caso, fisicamente nas tábuas
de pedra, mas, sim, que uma ação sobrenatural de Deus fez gravar diretamente
nas pedras, aos olhos de Moisés, as suas Palavras. Ou seja, de qualquer forma,
foi uma ação sobrenatural de Deus. O texto bíblico é bem claro em afirmar que
as inscrições nas tábuas eram uma obra direta do próprio Deus — tanto nas
primeiras tábuas (Êx 32.16) quanto nas segundas (Êx 34.1,4).
Deus mencionou essas
tábuas a Moisés logo quando ordenou a ele para que subisse ao monte (Êx 24.12)
e avisou em seguida que seu lugar seria dentro da Arca (Êx 25.16). Moisés
quebrou essas tábuas em sua ira diante da apostasia do povo (Êx 32.19), mas
Deus fez outras tábuas (Êx 34.1,4), que foram colocadas devidamente na Arca (Êx
40.20), como havia sido ordenado. Posteriormente, além das Tábuas da Lei, a
Arca abrigou um pote de ouro contendo uma amostra de 3,6 litros (“um ômer”) do
maná que Deus enviara ao seu povo no deserto diariamente, e que fala da
provisão divina (Êx 16.32,33; Hb 9.4), e também a vara de Arão, que fala de
autoridade, chamada e confirmação — a Bíblia diz que Deus fez com que essa vara
miraculosamente florescesse para confirmar diante do povo a chamada de Arão
para ser o sumo sacerdote (Nm 17.7-11; Hb 9.4). A mensagem é clara: na presença
de Deus, há provisão, chamado, confirmação e autoridade.
A Arca da Aliança só
podia ser carregada pelos sacerdotes (Nm 9.15- 17; 2 Sm 6.1-15), que a
carregavam nos ombros, assim como faziam com todas as peças do santuário (Nm
7.9). A tampa da Arca — o propiciatório — era feita de ouro puro (Êx 25.17) e
suas dimensões em extensão eram as mesmas da Arca. O propiciatório recebia esse
nome porque “era o lugar da expiação, onde estava simbolizada a misericórdia”.
Como já dissemos,
somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos e uma vez por ano,
mas houve, durante um período de cerca de quarenta anos, uma exceção: Moisés.
Ao contrário do sumo sacerdote, Moisés entrava no Lugar Santíssimo
constantemente, já que, em Êxodo 25.22, encontramos Deus dizendo-lhe que, logo
que o Tabernáculo estivesse pronto, passaria a conversar com Moisés dentro do
Santo dos Santos, onde Ele se manifestaria em cima do propiciatório.
Dois querubins de
ouro ficavam em ambas as extremidades do propiciatório (Ex 25.18). Como lembra
Stamps, “eles representavam serei celestiais que assistem junto ao trono de
Deus no céu (Hb 8.5; Ap 4.6,8). Simbolizavam presença de Deus e a sua soberania
entre o seu povo na Terra (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; 2 Rs 19.15)”.12
Não por acaso, o
propiciatório, a beira de ouro ao redor da Arca, os querubins e as argolas para
ajudar a levá-la eram de ouro maciço, para simbolizar a pureza e a preciosidade
da presença de Deus. O restante da Arca, inclusive as varas para carregá-la,
era coberto de ouro (Êx 25.11-13). Ela era coberta de ouro por dentro e por
fora.
Outro detalhe é que
assim como na parte mais importante do Tabernáculo — a Arca da Aliança —,
estavam colocadas as Tábuas da Lei, contendo os Dez Mandamentos escritos pelo
dedo de Deus, da mesma maneira o Senhor deseja que no fundo do nosso ser, no
recôndito da nossa alma, nas tábuas do âmago do nosso coração, estejam gravados
os seus mandamentos (SI 119.11; 2 Co 3.3) e a sua presença possa se manifestar
diariamente (2 Co 4.16).
Nem o Tabernáculo nem
o Templo, o seu substituto, existem mais, porém a Bíblia diz que, desde o dia
em que entregamos nossa vida a Cristo, passamos a ser templos do Espírito Santo
— tabernáculos, por
assim dizer, ambulantes do Senhor sobre a Terra (1 Co 6.19,20), peregrinando no
deserto desta vida aguardando o dia em que seremos transportados para a Pátria
Celestial.
O véu do Templo foi
rasgado de alto a baixo (Mt 27.51) e hoje temos livre acesso à presença de
Deus, que passou a habitar o nosso ser, desde o dia em que aceitamos a Cristo,
pela ação inconfundível do Espírito Santo em nossa vida (Jo 14.17). Portanto,
que onde estejamos, carreguemos e manifestemos a glória de Deus em nossa vida;
e para que isso se torne uma realidade, que os seus mandamentos estejam sempre
gravados no fundo do nosso ser. Amém.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de
Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 98-101.
SANTO DOS SANTOS
Ver Lugar Mais Santo.
Ver os artigos gerais sobre o Tabernáculo e o Templo. O Santo dos Santos (em hebraico,
Kodesh ha Kodashim) era a porção mais sagrada do tabernáculo e do templo. No
tabernáculo, simplesmente fazia parte dele, como uma repartição separada por
cortinas.
No templo de
Jerusalém, porém, era uma construção mais substancial. Era ali que o sumo
sacerdote realizava os ritos do dia da Expiação (ver a respeito). Só se podia
chegar ao Santo dos Santos passando-se primeiro pelo Lugar Santo, atravessando
a divisória de cortinas. Contudo, só o sumo sacerdote tinha o direito de
fazê-lo, e isso somente uma vez por ano. Isso representava o fato de que o
acesso até Deus se fazia somente por fases. De acordo com a economia do Novo
Testamento, o próprio crente toma-se o templo e o Santo dos Santos onde reside
continuamente o Espírito (I Cor. 3:16 e ss.). A visita do sumo sacerdote ao
Santo dos Santos fazia-se apenas uma vez por ano, um violento contraste com a
contínua presença habitadora do Espírito no crente. Aparentemente, o Santo dos
Santos era mantido completamente às escuras (I Reis 8:12), o que servia para envolver
o lugar em um mistério ainda maior, onde se esperava sentir a assombrosa
presença de Deus. Seus móveis consistiam na arca da aliança, sombreada pelos
querubins por cima do propiciatório, que, na verdade, era uma espécie de tampa
sólida da arca da aliança.
O trecho de Heb. 9:4
diz que o Santo dos Santos tinha, como um dos seus itens, o incensário de ouro,
o que não é historicamente verdadeiro, até onde sabemos, no tocante a nenhuma
das épocas da história de Israel. Alguns intérpretes supõem que o autor sagrado
se tenha equivocado; mas outros acreditam que a palavra "tinha"
significa "pertencente a", embora sem deixar entendido que esse objeto
ficava dentro do ambiente fechado do Santo dos Santos. Na verdade, não há
nenhuma boa maneira de solucionar o problema, nem é importante resolvê-lo.
No tabemáculo
original, o Santo dos Santos se localizava no fim do ambiente fechado,
penetrando na área do Lugar Santo. Cinco colunas formavam a entrada e, perante
elas, ficava o véu. O santuário mais interno, o Santo dos Santos, tinha cerca
de 18m de lado; era quadrado. Continha somente a arca da aliança, a tampa (que
era chamada de propiciatório) sobre a qual eram feitas as ofertas do dia da
Expiação. A própria arca continha os itens mencionados e descritos em Heb. 9:4.
Esse lugar simbolizava o acesso final a Deus. No Novo Testamento, Cristo
substituiu esse lugar. Afinal, o acesso é espiritual, e não local. Quando
feitos filhos de Deus, moldados segundo a imagem do Filho, nós mesmos somos transformados
e adquirimos acesso a Deus, na qualidade de filhos. As passagens de Heb. 4: 14;
6: 20; 9:8 e 10:9 descrevem o acesso espiritual de que desfrutamos. O Santo dos
Santos representava a salvação final que nos é oferecida, vinculada à ideia de acesso
a Deus.
As dimensões exatas
do Santo dos Santos, no templo de Salomão, aparecem em I Reis 6.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 87-88.
A ARCA E SEU CONTEÚDO
A arca do concerto
ocupa o primeiro lugar nas comunicações divinas feitas a Moisés. A sua posição
no tabernáculo era, também, notável. Encerrada dentro do véu, no lugar santíssimo,
formava a base do trono de Jeová. O seu próprio nome apresentava à alma a sua importância.
Uma arca, tanto quanto podemos compreender o significado da palavra, é destinada
a guardar intacto o que é posto dentro dela. Foi numa arca que Noé e sua
família, com todas as espécies de animais da criação, foram transportados com
segurança sobre as ondas do juízo que cobriu a terra. Uma arca, como lemos no
princípio deste livro, foi o vaso da fé para preservar um menino formoso das
águas da morte. Quando, portanto, lemos da "arca do concerto" somos
levados a crer que era destinada por Deus aguardar intacto o Seu concerto, no
meio de um povo dado ao erro. Nesta arca, como sabemos, foram depositadas as segundas
tábuas da lei. Quanto às primeiras foram quebradas ao pé do monte, mostrando
que o concerto do homem era de todo abolido—que o seu trabalho nunca poderia,
de qualquer modo, formar a base do trono de governo de Jeová. "Ajustiça e
o juízo são a habitação desse trono", quer seja no seu aspecto terrestre,
quer no celestial. A arca não podia conter as tábuas quebradas dentro do seu
interior sagrado. O homem podia falhar no cumprimento dos votos que havia feito
voluntariamente; porém a lei de Deus tem de ser conservada em toda a sua integridade
divina e perfeição. Se Deus estabelecia o Seu trono no meio do Seu povo, só o podia
fazer de uma maneira digna de Si. O princípio do Seu juízo e governo deve ser
perfeito.
"E farás varas
de madeira de cetim, e as cobrirás com ouro. E meterás as varas nas argolas,
aos lados da arca, para se levar com elas a arca" (versículos 13e 14). A
arca do concerto devia acompanhar o povo em todas as suas peregrinações. Nunca
se deteve enquanto eles se mantiveram como um exército em viagem ou no
conflito: foi adiante deles até ao meio do Jordão; foi o seu ponto de reunião
em todas as guerras de Canaã; era a garantia segura e certa do poder para onde
quer que ia. Nenhum poder do inimigo podia subsistir diante daquilo que era a
expressão bem conhecida da presença e poder de Deus. A arca devia ser a companheira
inseparável de Israel no deserto; e as "varas" e as
"argolas" eram a expressão exata do seu caráter ambulante.
A Arca no Templo
Contudo, a arca não
deveria viajar sempre. As "aflições" de Davi (Sl 132:1) bem como as guerras
de Israel deviam ter um fim. A oração, "Levanta-te, Senhor, no teu
repouso, tu e a arca da tua força" (SI 132:8) devia ainda de ser feita e
atendida. Esta petição sublime teve o seu cumprimento parcial nos dias
auspiciosos de Salomão, quando "os sacerdotes trouxeram a arca do concerto
do SENHOR ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo, até debaixo das
asas dos querubins. Porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar
da arca e cobriam a arca e os seus varais por cima. E os varais sobressaíram
tanto que as pontas dos varais se viam desde o santuário diante do oráculo,
porém de fora não se viam; e ficaram ali até ao dia de hoje' (1 Rs 8:6 - 8). A
areia do deserto devia ser trocada pelo piso de ouro do templo (1 Rs 6:30). As
peregrinações da arca haviam chegado ao seu termo: "adversário não havia,
nem algum mau encontro", e, portanto, fizeram sobressair os varais.
Esta não era a única
diferença entre a arca no tabernáculo e no templo. O apóstolo, falando da arca
na sua habitação do deserto, descreve-a como "a arca do concerto, coberta
de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a
vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto" (Hb 9:4).
Estes eram os objetos que a arca continha durante as suas jornadas no deserto—o
vaso de maná era o memorial da fidelidade do Senhor em prover a todas as
necessidades dos Seus remidos através do deserto, e a vara de Aarão era
"um sinal para os filhos rebeldes" para acabar com "as suas
murmurações" (Compare-se Ex 16:32 - 34 e Nm 17:10). Porém, quando chegou o
momento em que "os varais" deviam ser retirados, logo que as
peregrinações e as guerras de Israel terminaram, quando "a casa magnífica
em excelência" (1 Cr 22:5) foi terminada, quando o sol da glória de Israel
havia chegado, em figura, ao zénite com o esplendor e a magnificência do reino
de Salomão, então os memoriais das necessidades e faltas do deserto
desapareceram, e nada ficou senão aquilo que constituía o fundamento eterno do
trono do Deus de Israel e de toda a terra. "Aia arca, nada havia, senão só
as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe" (I Rs 8:9).
Mas toda esta glória
devia ser obscurecida pelas nuvens carregadas do fracasso humano e o
descontentamento de Deus. Os pés devastadores dos incircuncisos haviam ainda de
atravessar as ruínas dessa magnífica casa, e o desaparecimento do seu brilho e
da sua glória devia provocar o assobio dos estranhos (1 Reis 9:8). Este não é o
momento de continuar em pormenor este assunto; limitar-me-ei a referir ao
leitor a última menção que a Palavra de Deus faz da " arca do
concerto" —uma passagem que nos transporta a uma época em que a loucura
humana e o pecado não perturbarão mais o lugar de repouso da arca, e em que a
arca não será guardada num tabernáculo de cortinas nem tampouco num templo
feito por mãos. "E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu
grandes vozes, que diziam-. Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e
do Seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos,
que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seu
rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-poderoso,
que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e
reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para
que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e
aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de
destruíres os que destroem a terra. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a
arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e
trovões, e terremotos, e grande saraiva" (Ap 11.15 -19).
C.
H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De
Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
ARCA DA ALIANÇA
A arca sagrada tida
como lugar da manifestação de Yahweh. Era chamada arca da aliança servindo de
símbolo visível da presença de Yahweh. O vocábulo hebraico traduzido em
português por arca. significava apenas caixa ou cofre. Era transportada pelos sacerdotes
em expedições militares, pois julgava-se que ela era motivo de proteção para os
israelitas (Núm. 10:33; Deu. 1:33). Essa caixa era feita de madeira de acácia,
de forma retangular, com cerca de 1,10 m de comprimento por cerca de 0,70 m de largura
e de altura (Exo. 25:10· ver especificações e descrições da arca, nesse
capitulo). Era forrada de ouro por dentro e por fora, com uma beirada de ouro•.
Tinha quatro pés,
cada qual com uma argola de ouro. (vs. 12), onde eram permanentemente inseridas
vara de madeira de acácia recobertas de ouro (vs. 13-15).
Vários povos da
antiguidade tiveram caixas sagradas, onde eram guardados os ídolos, símbolos
dos ídolos ou outras relíquias sagradas. Naturalmente, várias nações
circunvizinhas consideravam a arca como o deus de Israel, ou associada a alguma
forma de idolatria física (I Sam, 4:6,7). A arca foi capturada pelos filisteus
na segunda batalha de Ebenezer, o que só trouxe infortúnios para eles, de tal
modo que a devolveram aos israelitas (ver I Sam. 4-6). Ficou em Quiriate-Jearim
até que Davi a instalou no novo santuário de Jerusalém. Subsequentemente, foi transferida
para o templo de Salomão e colocada no Santo dos Santos (ver 11 Sam, 6 e I Reis
8:1-11). Nela estavam guardadas as duas tábuas de pedra, onde haviam sido
escritos os dez mandamentos, as condições do pacto divino. Dai deriva-se o nome
dessa caixa: arca da aliança. Os outros objetos guardados na arca, como o vaso
de ouro com maná e a vara de Aarão, que florescera (ver Heb, 9 4), talvez
pertencessem a uma outra época, tendo-se perdido ou perecido de alguma outra
maneira, antes da construção do templo de Salomão. O trecho de I Reis 8:9
declara que só as tábuas do decálogo eram guardadas na arca.
A tampa da arca era o
propiciatório, lugar onde era aspergido o sangue no Dia da Expiação (ver Êxo, 25:17
e 26:34), uma das mais importantes instituições de Israel. A arca, nesse
período de sua história, era vista somente pelo sumo sacerdote, e somente uma
vez por ano. Sobre o propiciatório havia os querubins, um em cada extremidade.
Em certo sentido, ali ficava o trono místico de Yahweh.
O que sucedeu mais
tarde à arca, não se sabe. A tradição afirma que não havia arca no segundo templo
(Menahot 27b; Josefo, Guerras, V.5). No judaísmo há «arcas" que são caixas
onde são guardados os rolos da Torah, ou lei. Seja como for, Jeremias predisse
que chegariam dias quando não mais se buscaria a arca (Ier. 3:16), porquanto Jerusalém
inteira tornar-se-ia o trono de Yahweh.
SIMBOLOS ESPIRITUAIS ENVOLVIDOS NA ARCA:
1. Era sinal do pacto
entre Deus e os homens, ratificado pela lei e inaugurado pelo sacrifício expiatório
(Lev. 16:2). Em termos cristãos. Representa Cristo, o nosso sacrifício (João
1:29; Heb. 9:24). Há um novo pacto, ou novo testamento (Heb, 7:22 e 9:15).
2. Representava a
presença e proteção de Deus (Jos, 3:3; 4.10). Em termos cristãos, isso se
concretiza em nosso favor através da missão de Cristo. A providência divina nos
é estendida em Cristo (Efé. 1:7).
3. As teofanias, Deus
pode aparecer e realmente aparece ao homem, comunicando-se com ele (ver o artigo
sobre o misticismo). Jeremias percebeu isso quando viu que Jerusalém inteira
tornar-se-ia o lugar da manifestação de Deus, mostrando a descontinuação da
arca material. Agora Cristo é a teofania de Deus ( João 1:14). Em Cristo há
revelação, porque nEle Deus comunica-se com os homens. No contexto do Antigo
Testamento, ver Êxo, 24:22 e Núm. 7:89.
No contexto do Novo
Testamento, ver João 1:18. O fato de que Deus se revela, prova a verdade que há
no teísmo (ver o artigo), isto é, que Deus criou, comunica-se, intervém e está
interessado em Sua criação. Isso contrasta com o deísmo (ver o artigo), ou seja,
que há um Deus ou uma força cósmica criativa, mas que teria abandonado a
criação, deixando-a, ao encargo das leis naturais. (E FA UN WOU Z)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 257-258.
I. Nome
O substantivo
hebraico inx é usado 195 vezes no AT para Arca da Aliança.
A. Arca. Por si só,
ins significa caixa ou arca; e.g., um cofie (2Rs 12.9,10; 2Cr. 24.8-11) ou
mesmo um caixão (Gn 50.26), sugerindo desde o princípio a função primária da
Arca como um recipiente.(veja abaixo, III-A)
B. Qualidades
atribuídas. O AT identifica a Arca sob dois importantes tipos de frases
atributivas:
1. De divindade. Por
causa de sua íntima associação com a divindade, a piK é chamada “A Arca de
Deus” por trinta e quatro vezes (ISm 3.3, et al.). O Salmo 132.8 fala sobre ela
como arca da tua fortaleza por isso quando o Salmo 78.60,61 se refere à “força
[Ti?]” de Deus e sua “glória” como entregue “ao cativeiro” em Siló, tal terminologia
identificaria a Arca. Todavia, outras tentativas (ex., IDB, I, 225, 226) de
descobrir a Arca escondida dentro de referências à força de Deus (cp. Sl 96.6;
105.4) parecem improváveis, exceto quando estes últimos vv. foram citados mais
tarde por Davi, quando trouxe a Arca para Jerusalém (1 Cr 16.27 e 11). Por
revelar a presença da divindade, trinta e uma vezes a Arca é chamada de Arca da
Aliança de Yahweh (Dt 10.8, etc), o nome que significa “Eu Sou” (Êx 3.14, cp.
w, 12,17), que por sua vez sugere a frase.
2. Da redenção. O
título mais importante é “arca da aliança” (Js 3.6, etc., cinco vezes) ou “arca
da aliança de Yahweh” (Nm 10.33; Js 3.3; etc. vinte e sete vezes; cp. Js 3.11;
Jz 20.27). A Arca continha as duas tábuas do Decálogo, q.v., que constituíam a
base documentada da aliança redentora de Deus com Israel (Êx 34.28,29); cp. a
ênfase de Moisés sob a forma escrita da promessa de Deus de salvar seu povo, e
sua requerida resposta com fé e obediência (24.7). Além disso, visto que essa
redenção envolvia o sangue vital do Redentor (24.8), oNT fala apropriadamente
sobre a morte daquele que faz a “vontade”, “testamento”, Hb 9.16-18 Almeida) e,
consequentemente, a “arca do seu concerto” (Ap 11.19 ARC). Alguns críticos
modernos têm procurado eliminar, como intercalações de redação, todas as
referências mais antigas do AT a esta aliança ou testamento (HDB, I, 149); mas,
apesar de estar faltando em alguns vv. na LXX em 1 Samuel (e.g., 3.3—14.44; 2Sm
15.24) o termo aparece em passagens indisputavelmente antigas, tanto no TM como
na LXX (e.g., Nm 10.33; 14.44;2Sm 15.24). Um título correspondente mais antigo
aparece quatorze vezes na frase, “arca do testemunho” (hebr. miy, “sinal”,
“lembrete”, Êx 25.22 etc). nio indica as duas tábuas de pedra (31.18; 32.15)
colocadas dentro da Arca (25.16,21) como evidência do testamento redentor (cp.
o intercâmbio entre testemunho e aliança [Êx31.18; Dt 9.11]). Tentativas,
portanto, de excluir a terminologia da aliança em favor de um título mais
geral, tal qual a “arca de Deus”, como original, viola os contextos bíblicos e
se baseia em teorias improváveis sobre a evolução da religião hebraica e das
camadas conflitantes de fontes dentro do Pentateuco (cp. M H. Woudstra, The Ark of the Covenant jrom Conquest to Kingship,
60-83).
II. Forma
Analogias antigas à
Arca têm sido procuradas esquadrinhadas em santuários de tenda (Mor genstem), templos
modelos (May), carruagens para divindades (Torczyner), tronos quadrados (Kristensen),
ou até mesmo caixões para os deuses (Hartmann); mas a Escritura descreve a
’ãrõn (Êx 25.10-16; Dt 10.1,2) como um recipiente '‘único no antigo Oriente
Próximo... o repositório das tábuas da aliança” (K. A. Kitchen, NBD, p. 82).
A. Especificações. O
modelo da Arca, como foi revelado a Moisés no Monte Sinai, aparece em Êxodo
25.10-22.
1. Corpo. Feita de
madeira de acácia (hebr. D’oa?), a Arca era retangular, dois côvados e meio de
cumprimento (1,2 m) e um côvado emeio (0,75 m) de largura e altura (v. 10).
Recoberta de ouro por dentro e por fora, com uma bordadura de ouro (ARC coroa;
hebr. 1T, “borda”, v. 11), era apoiada por quatro pés, cada um com uma argola
de ouro (v. 12), dentro das quais varais de madeira de acácia, recobertos de
ouro, foram permanentemente inseridos (vv. 13-15.).
2. Cobertura. O
“propiciatório” literalmente, “lugar de redenção propiciatória”, era uma
cobertura de ouro puro que correspondia às dimensões da Arca (1,2 x 0,75 m, v.
17). Em suas duas extremidades estavam dois querubins de ouro batido, q.v., vem
de frente para o outro com suas asas protegendo o propiciatório e com suas
faces viradas para ele (vv. 18-20, Hb 9.5). Os querubins (anjos) eram
presumivelmente de aparência humana (cp. Ez 1.5), não esfinges pagãs compondo
um trono (como sugerido em BA, 1.1 [1938], 10.3 [1947]); eles transmitiam a
idéia de majestade celestial (Ez 1.10).
3. Construção. A Arca
foi construída por Bezalel e Aoliabe (Êx 31.6,7; 37.1-9), ajudado por outros
israelitas hábeis (36.8), conforme as ordens de Moisés (Dt 10.3). Ela deveria
estar do lado de dentro do véu, no lugar mais santo do Tabernáculo (Êx. 26.33),
o propiciatório posto em cima dela (v.34), e ungida com o resto do Tabernáculo
(30.26). Defronte da Arca e do véu ficava o altar do incenso (v.27; 30.6),
embora este último veio a ficar, com tempo, mais intimamente associado ao
próprio santuário interno da Arca (lRs 8.22). Estudiosos modernos concordam
cada vez mais que uma arca, de alguma espécie, pode ser localizada no tempo de
Moisés (IDB, I, 25); mas muitos ainda insistiriam na tradição da Arca como
totalmente separada do Tabernáculo, (cp. G. Von Rad, OT Theology, I, 235).
Como o Tabernáculo do
qual fazia parte, o formato da Arca foi derivado do modelo significativo que
foi revelado a Moisés no Monte (Êx. 25.9); era uma incorporação da redenção
pactuai ordenada no céu (Hb 8.5). Além disso, enquanto sua dependência do
conceito da aliança garantia unidade para as funções pretendidas da Arca, a
riqueza da salvação desmente a insistência de Von Rad de que é “inconcebível
que o trono deveria ter ao mesmo tempo servido como um recipiente” (ibid., I,
238). Como os sacramentos hoje, isto poderia conter memoriais de redenções
passadas e também mediar a graça de Deus para o presente.
A. Recipiente. O
objetivo inicialmente declarado da 1TO, arca, era o de dar o “testemunho” da
salvação de Deus (Êx.25.16). Especificamente, isto significava (Dt.10.5):
1. O decálogo. As
tábuas de pedra da “aliança do Senhor” (lRs 8.21) continuaram a ficar na Arca.
Posteriormente, o “livro da lei” completo de Moisés foi colocado “ao lado da
arca da aliança” (Dt. 31.26); por essa razão há uma possível relação entre a
recuperação do livro da lei perdido nos dias de Josué e a reposição ao seu
lugar apropriado no Templo, no tempo da Arca (2Cr 34.14; 35.3).
2. Maná e vara. Sob
as ordens de Moisés, Arão colocou um gômer (c. 2 litros) de maná num vaso e o
colocou “perante o Senhor... perante o testemunho” (Êx 16.33,34) embora, na
verdade, realizado posteriormente (KD, Pentateuch, II, 74), como um memorial da
provisão de Deus. Hebreus 9.4 acrescenta que com o passar do tempo, o vaso de
ouro veio a permanecer dentro da Arca. Depois da revolta de Coré e seus
companheiros, quando Deus vindicou a autoridade de Moisés e Arão fazendo brotar
flores e amêndoas da vara de Arão, Deus disse a Moisés para também colocar esta
vara “perante o testemunho, para que se guarde por sinal... [contra]
murmurações” (Nm. 17.10). Embora viesse a residir dentro da Arca (Hb. 9.4),
apenas as duas tábuas foram encontradas lá, nos tempos de Salomão (lRs 8.9).
B. Sacramento. Além
de conter memoriais do que Deus já havia feito, a Arca servia também como um
sinal sacramental da atividade contínua da sua aliança.
1. Teofania. Quando
Deus apareceu sob o monte Sinai, ele prometeu que sua presença visível
permaneceria com seu povo quando terminassem sua migração. A nuvem de glória,
na qual ele trouxe libertação no Êxodo (Êx.13.21; 14.19,20), apareceria
regularmente entre as asas do querubim acima do propiciatório da Arca (25.22;
cp. 40.34; 2Sm 6.2; Si 80.1). A Arca se tomou mais que um mero símbolo ou
penhor da presença de Deus; ela se tomou o “carro” (lCr. 28.18) para teofanias
reais, paralela à função do verdadeiro querubim angélico (SI 18.10). Estar
“perante a arca” equivalia a estar “perante Yahweh” (Nm. 10.35; Js 6.8). Por
outro lado, não se pode identificar Yahweh -com a Arca (cp. W. Eichrodt,
Theology ofthe OT, I, 105), o que seria grosseira idolatria, ou restringi-lo a
ela como seu domicílio (R. H. Pfeifer, JBL 45 [1926], 220) ou trono (Eichrodt,
op. cit., I, 108). Yahweh existia antes da arca, voluntariamente iniciou sua
construção e graciosamente escolheu aparecer acima deste “escabelo dos pés”
(lCr 28.2). Ele continuou a existir aparte da Arca, apesar das recentes interpretações
mencionadas acima (IDB, I, 225); “perante Yahweh” não significa necessariamente
“perante a arca” (1 Sm 7.2,6). Finalmente, ele poderia existir em oposição
aberta à Arca e repudiá-la (4.3-11): seu valor sacramental era temporário e
cessou quando Israel caiu no erro daqueles que a consideravam “um vaso que
garante a presença de Deus” (L. Köhler, OT Theology, 121, 122). Contudo, quando
abordado com o espírito correto, a instituição da Arca encontra-se em
correspondência à Ceia do Senhor: como um selo de “participação”, comunhão, com
sua presença contemporânea no santuário (ICo 10.16), e como um tipo de sua
presença suprema no céu (Hb 8.5; 9.24).
2. Revelação. O Deus
que está presente é também o Deus que fala e age. Ele prometeu desde o
princípio comunicar suas leis específicas a Moisés “de cima do propiciatório,
do meio dos dois querubins que estão sobre a arca” (Êx 25.22). A primeira
destas revelações evidenciou-se no Livro de Levítico (1.1), e Deus continuo a
se dirigir a Moisés em voz audível, de cima do propiciatório (Nm 7.89). As
respostas às indagações foram concedidas a Arão, como aquele que vestia o Urim
e o Tumim, q.v., as “luzes e perfeições” (Nm 27.21), presumivelmente o peitoral
do sumo sacerdote com suas pedras que reluziam na presença da nuvem de glória
da Arca (Lv 16.2).
3. Providência. Mesmo
sem tais indagações, todavia, Deus agiu por intermédio da Arca, para a
orientação e proteção de seu povo. Sua ação de levantar a nuvem se tomou o sinal para
Israel avançar em sua peregrinação (Nm. 10.11; veja abaixo, IV-A), e era a Arca
que ia à frente das tribos “para lhes deparar lugar de descanso” (v. 33). A presença
de Deus se tomou também um meio de dispersar os inimigos da nação. (v. 35); cp.
a Arca funcionando como uma proteção em Jericó (veja abaixo, IV-B) e sendo
designada pelo nome do Senhor dos exércitos, q.v. (2Sm 6.2, de Israel, ISm
17.45). Contudo, a tentativa de Morgenstem de identificar a Arca com os
santuários de tenda dos árabes (veja abaixo, Bibliografia), regularmente
levados em batalhas e designados com certas funções oraculares, parece ser mal
aconselhável, pois o uso da Arca em batalhas parece ter sido excepcional.
4. Expiação. Uma vez
por ano, porém, a Arca alcançava sua suprema importância sacramental no serviço
do Dia da Expiação, q.v. (Lv 16.2). Depois de garantir sua segurança pessoal
por intermédio de uma nuvem de incenso protetora na sua presença (v. 13), Arão
aspergirá a cobertura da Arca, ou propiciatório, sete vezes: primeiro com o
sangue de um touro, morto como uma oferta por seu próprio pecado, e depois com
uma cabra pelo do povo (w. 14,15), a fim de purificar Israel “de todos [seus]
pecados... perante o Senhor” (v. 30). No sentido figurado, a graça (o sangue do
testamento) se tomava uma cobertura de intervenção entre a santidade de Deus (a
nuvem de glória) e o veredicto da justiça divina sob a conduta do homem (o
Decálogo em baixo).
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 425-429.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
E muito bom os comentários das lições, que Deus continue abençoando grandemente. Mas se o resumo fosse MENOR creio que seria muito melhor, a paz de Cristo..
ResponderExcluirmeu irmão o senhor é uma bênção nas mãos de DEUS Diácono João Nunes
ResponderExcluir