O CUIDADO COM A LÍNGUA
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.39.
Houve
no movimento evangélico brasileiro um tempo em que muitos acreditavam na
palavra rhema — a bem da verdade ainda existe, mas o frenesi cessou. A ideia
desse movimento era a de que a nossa palavra tem o poder tanto para abençoar
quanto para amaldiçoar uma pessoa. Mas esta bênção ou maldição era embasada
numa perspectiva mágica, como se o que se falasse acontecesse instantaneamente.
E o texto usado para justificar este tipo de "experiência" era este
de Tiago 3.9,10. Naturalmente, este não é o ensino de que se referia o
meio-irmão do Senhor.
Em
primeiro lugar, o tema central do texto é o desdobramento do capítulo 1 sobre a
sabedoria do alto. Não podemos, ao longo da lição, perder esta perspectiva de
vista, pois de acordo com ela o líder da igreja de Jerusalém desenvolve todo o
seu argumento. O mestre por certo é uma função que deve ser exercida com a
sabedoria do alto. E qual o veículo usado pelo mestre para transmitir a
sabedoria de Deus? A língua. Por isso Tiago inicia o capítulo três admoestando
a quem deseja inadvertidamente galgar a função de mestre somente por orgulho.
Diante do Pai, o mestre será muito cobrado acerca do conteúdo que ensina,
portanto, não há lugar para ambiciosos.
Em
segundo lugar, Tiago ilustra a natureza perigosa de um órgão tão pequeno quanto
à língua. Semelhante ao leme responsável por guiar um gigante em alto mar, ao
freio na boca dos cavalos para dominar o seu corpo e, bem como, a faísca que
pode incendiar uma floresta, assim é a potência da nossa língua tanto para
fazer o bem quanto para o mal.
Quantas
confusões foram feitas por causa do mal da língua? Através desta, pessoas matam
as outras. Ofendem, denigrem, caluniam, humilham e não demonstram qualquer
respeito à dignidade humana. Isto é pronunciar a maldição contra os outros como
a Bíblia revela. Que poder de proporção destruidora a língua tem! E quase
palpável. Quando alguém maltrata o outro verbalmente, maldiz a imagem e a
semelhança de Deus. Isto é pecado contra o Pai e contra o próximo.
Mas
o uso da língua pode ser maravilhoso. Com ela se pode elogiar alguém, consolar
pessoas, animar almas cansadas e sedentas por esperança. Podemos fazer raiar um
"mundo novo de amor e paz" para quem está vivendo um "inferno em
chamas".
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Após estabelecer no
capítulo 2, ao tratar sobre a relação entre fé e obras, as bases teológicas de
suas recomendações éticas, Tiago passa agora, a partir do capítulo 3, para os
assuntos de natureza mais prática, que faziam parte do dia a dia dos seus
leitores. Como frisa o pastor e teólogo norte- -americano Timothy B. Cargal, as
mudanças de comportamento tratadas por Tiago a partir desse capítulo em diante
“são urgentes, pois, em um futuro não muito distante (Tg 5.9), os crentes
deverão ser julgados pelo único ‘Legislador e Juiz’ (Tg 4.12), e alguns serão
julgados com maior severidade que outros (Tg 3.1)”, de maneira que “a certeza
desse iminente julgamento perante Deus traz consigo muitas responsabilidades
não só para cada um deles como para com seus semelhantes”.
O objetivo de Tiago
nessa segunda parte de sua epístola, permeada de exemplos práticos, é que seus
leitores examinem a si mesmos para assegurarem que escaparão do julgamento
vindouro. E para isso, o apóstolo, antes de adentrar o primeiro tema prático —
sobre o poder da língua e os cuidados que o cristão deve ter com ela —,
focaliza o primeiro obstáculo ao autoexame: a tendência, fruto da nossa
natureza pecaminosa, de nos colocarmos sempre acima das outras pessoas.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 95-96.
Essa seção é completa
em si mesma e trata do problema prático do cristão e seu uso da língua. Embora
esses versículos sejam completos, eles também estão relacionados ao restante da
epístola. A abordagem ampla de Tiago acerca do comportamento cristão inclui o
tema relacionado à fala. O autor volta a abordar de maneira mais detalhada uma
das ideias apresentadas em 1.19: “Todo o homem seja [...] tardio para falar”. A
transição do tema de 2.14-26 ocorre de maneira natural; Tiago está preocupado
com as palavras bem como com as obras do cristão.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 173.
Certamente você conhece
o poder terapêutico da palavra.
Provavelmente você já
viu coisas lindas acerca de pessoas que foram levantadas e curadas, refeitas e
reanimadas por uma palavra boa. A palavra boa é como medicina, ela traz cura.
Uma pessoa está abatida, triste, desanimada, aflita, sem sonhos, e, de repente,
alguém chega com uma palavra oportuna, apropriada; e essa palavra, como bálsamo
do céu, traz um novo ânimo e um novo alento.
Entretanto, nós
também somos testemunhas de pessoas, famílias e comunidades, que sáo minadas e destruídas
por palavras insensatas. Há palavras que ferem mais que uma espada afiada.
A Bíblia relata um
exemplo dramático a esse respeito. Saul estava louco, possesso de ódio por Davi,
seu genro. Davi não apenas tinha sido escolhido por Deus em seu lugar, mas
também tinha sido escolhido pelo povo, como o herói nacional. Ao ser ungido
pelo profeta Samuel para ser rei sobre Israel, Davi começou a ter muitos
problemas. Sua unção não o levou ao trono, mas à escola do sofrimento e do
quebrantamento. Em vez de Davi pisar os tapetes aveludados do palácio, pisou as
areias esbraseantes do deserto. Em vez de subir ao palco da fama, sob as luzes
da ribalta, precisou esconder-se nas cavernas. Em vez de Davi andar pelas ruas,
em um carro alegórico, sendo aplaudido pelas multidões em festa, ele precisa
perambular pelo deserto, esconder-se nas cavernas, e buscar refúgio até mesmo
fora do território de Israel para salvar sua vida da fúria de um rei louco. Em
uma dessas andanças, fugindo de Saul, ele chega à cidade de Nobe, onde morava
uma comunidade de sacerdotes. Davi e seus homens chegaram ali com fome. O
sacerdote disse que náo havia alimento para eles, senão o pão da proposição, aquele
pão que era colocado na mesa da proposição todos os dias, como símbolo do
alimento espiritual.
O sacerdote deu
aquele pão para Davi. Este pegou a espada de Golias, que lá estava guardada, e
saiu. Mas, ali estava um homem que ouviu toda a conversa entre Davi e o sacerdote.
Esse homem chamava-se Doegue, um aliado de Saul. Este homem, de forma
irresponsável, inconsequente e demoníaca foi ter com Saul e distorceu os fatos,
escamoteou a verdade, delatando o sacerdote, como se este estivesse mancomunado
com Davi em um plano de conspiração.
Saul, envenenado pela
mentira de Doegue, mandou chamar o sacerdote e responsabilizou-o por ter-se
ajuntado com Davi para traí-lo. O sacerdote tentou se defender, revelando a
veracidade dos fatos, mas Saul, contaminado por uma palavra torcida, diabólica,
falsa, tendenciosa de Doegue, resolveu destruir o sacerdote e toda a comunidade
de sacerdotes da cidade de Nobe. Saul deu uma ordem a seus homens para matar o
sacerdote, bem como os outros oitenta e cinco sacerdotes. Os homens de Saul
recusaram-se a cumprir a ordem insana. Então, Saul obrigou o próprio Doegue, o
delator, a lançar-se contra os sacerdotes para matá-los. Doegue passou ao fio
da espada os homens, as mulheres, as crianças, as crianças de peito e até aos
animais (iSm 2.1-9; 22.6-19). Foi uma chacina, por causa de uma palavra mal colocada,
que delatara o sacerdote e alterara a notícia, dando uma conotação de traição e
conspiração contra o rei.
Isso nos mostra como
a língua pode ser um instrumento de bênção ou de destruição. Salomão, em
Provérbios 6.16-19, elenca seis pecados que Deus aborrece e um pecado que a
alma de Deus abomina. Dos sete pecados, três estão ligados ao pecado da língua:
a língua mentirosa, a testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas
entre irmãos.
Tiago chegou a dizer,
nessa carta, que ninguém pode se dizer religioso sem primeiro refrear sua
língua (1.27). Tiago está dizendo que podemos ter um conhecimento colossal das
Escrituras, podemos ter um invejável cabedal teológico, mas se não dominamos a
nossa língua, a nossa religião é vá. Para Tiago, para ser um cristão verdadeiro
não basta apenas a teologia ortodoxa, é preciso também uma língua controlada.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 57-59.
1 – Deus fala
e falou, razão pela qual sua palavra pode e deve ser passada adiante em sua
igreja e no mundo. O mundo descrente pensa que Deus se cala. Mas a Bíblia
afirma: “Deus vem e não guarda silêncio” (Sl 50.3). Acima de tudo “falou por
último em seu Filho” (Hb 1.2). Jesus é a palavra de Deus em pessoa (Jo 1.1; Ap
19.13). Ele se tornou íntimo de nós por meio de sua palavra e seu Espírito (Jo
15.15; 1Co 2.10).
2 – Já em
termos gerais humanos o dom de falar representa uma das maiores e mais
maravilhosas dádivas que recebemos. Por meio da linguagem podemos comunicar a
outros o que pensamos, sentimos, queremos e experimentamos. E podemos
participar do que outros vivenciam, pensam, sentem e querem. Toda a nossa
comunhão e a cultura humana estão ligadas a esse dom. Um mundo descortina-se
para nós por meio da linguagem.
3 – Agora
nosso dom de falar é colocado no mais sublime serviço: Deus deposita sua
palavra nos lábios humanos. Nossa capacidade de falar é colocada a serviço do
falar de Deus. Podemos e devemos comunicar a palavra dele. Até mesmo pôs sua
palavra nos lábios dos profetas do AT (Jr 1.9; etc.). Os sacerdotes tinham a
permanente incumbência, associada a seu ministério, de entregar a promessa e
orientação de Deus a Israel (Ml 2.7). Todo israelita tinha a tarefa de
transmitir aos filhos o testemunho de Deus (Dt 6.7). Já durante os dias de
Jesus na terra os discípulos receberam de seu Senhor a incumbência de
transmitir a palavra de Deus (Mt 10.7; Lc 10.9). Também aos demais deu a
instrução de testemunhar o que haviam recebido (Mc 5.19). Após a morte e
ressurreição de Jesus o grupo de discípulos – e consequentemente também a
igreja de Jesus de todos os tempos – recebe a incumbência de proclamar o
evangelho (Mt 28.19). A todos os seus dirige a tarefa: “Sereis minhas
testemunhas” (At 1.8).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
I - A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os
mestres.
Não somos superiores
a nossos irmãos em Cristo e a humildade deve caracterizar os mestres na Igreja.
O apóstolo Tiago abre
o capítulo 3 alertando seus leitores para o perigo de alguns deles se acharem
superiores aos demais devido à sua posição de mestres na Igreja. Tiago chega
mesmo a dizer que seus leitores deveriam ter muito cuidado ao desejarem ser
mestres: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos
mais duro juízo” (v.l). Apesar de parecer aqui que Tiago está chegando ao ponto
de desestimular os seus leitores a se tornarem mestres, como se ser mestre
fosse algo mau, negativo, na verdade ele está, num recurso de retórica, apenas
chamando a atenção de seus leitores para a imensa responsabilidade que há em
ser um mestre na Igreja. Aliás, a Epístola de Tiago é um dos textos do Novo
Testamento que mais usam o recurso da retórica na exposição de seus assuntos e
argumentos.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 96.
Tg 3.1 O sentido do
versículo 1 está claramente expresso por Moffatt: “Meus irmãos, não insistam em
tornar-se mestres; lembrem-se: nós mestres seremos julgados com mais rigor”.
Aparentemente a ânsia entre os primeiros cristãos de assumir o papel de mestres
(professores) motivou Tiago a escrever essa seção da sua carta. Para uma melhor
compreensão dessa passagem, Lenski argumenta que “deveríamos lembrar que nas
primeiras igrejas qualquer membro podia falar nas reuniões. O texto de 1
Coríntios 14.26-34 é instrutivo: qualquer irmão pode contribuir com alguma
palavra. No entanto, Paulo coloca restrições: essa contribuição deve ocorrer
apenas com o propósito da edificação; ela deve ocorrer com a devida ordem;
somente dois ou três devem falar e as mulheres devem manter o silêncio. Tiago
apresenta as mesmas ideias”. Mais uma vez, Tiago identifica-se com os seus
leitores: Meus irmãos. Essas admoestações não têm a intenção de proibir
qualquer cristão de fazer o que for possível para orientar outras pessoas na
vida e conduta cristã. Elas visam lembrar-nos das nossas responsabilidades em
vez de impedir-nos das nossas obrigações. A advertência é dirigida às pessoas
teimosas e àqueles que estão procurando fama (cf. Mt 23.8-10). Tiago está
dizendo: Não sejam ansiosos por dirigir a vida dos outros, porque essa tarefa
requer uma grande responsabilidade. Presume-se que o mestre tenha um
conhecimento maior; essa luz adicional requer vida mais intensa. Se falharmos,
receberemos mais duro juízo porque temos menos desculpas para errar.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 173-174.
3.1 Tiago ensinou que
as pessoas não deviam se apressar para ser mestres na igreja. Muitos dos seus
leitores, preocupados com o status, teriam desejado a posição respeitável de
professores da comunidade. Acompanhando de perto o capítulo 2, uma das “obras”
mais respeitadas que viria imediatamente à mente dos judeus seria a posição de
professor. Tiago tinha em mente uma grande ênfase no crescimento espiritual e
no autocontrole, antes que alguém assumisse uma posição de professor. Os
professores receberão mais duto juízo de Deus. A autoridade para ensinar traz
consigo uma responsabilidade maior. Assim como as obras revelam a profundidade
da fé de uma pessoa, as palavras também mostram a profundidade da maturidade de
uma pessoa. O professor tem uma responsabilidade maior devido ao seu papel
chave no ensino (Lc 12.42-48).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 678.
...havemos de receber
maior juízo... Porque tomamos sobre nós a responsabilidade da instrução cristã,
em que o desenvolvimento espiritual é encorajado ou amortecido. Quão frequentemente,
na modernas denominações evangélicas, os pregadores passam de ano para ano sem
aprimorarem a si mesmos ou eficácia de sua mensagem! Esses serão julgados por
sua negligência. Se eles mesmos estagnaram, como se pode esperar que seus pupilos
sejam outra coisa? Além disso, o melhor mestre é aquele que vai sempre
aumentando em sua experiência e em seu conhecimento espirituais.
O mestre estagnado não
se aprimorará em qualquer dessas áreas.
O mestre professa
«conhecer», em elevado grau, a vontade de Deus e a sua revelação aos homens, e
arroga-se o direito de conduzir os homens pelo caminho espiritual. Se ele
falhar em seus deveres, mostrando-se indolente, ou pervertendo os mesmos, o seu
julgamento será mais severo. Ele será considerado responsável pelo seu
doutrinamento (ver I Tim. 4:1 e ss. e 6:3). Ele será responsabilizado por seu
exemplo (ver I Cor. 11:1). Como um pai para seus filhos, assim é um mestre para
com os demais irmãos na fé. Ele deve para eles três coisas principais: exemplo,
exemplo, exemplo.
O mestre e o pregador
cristãos movimentam com a mais preciosa dc todas as entidades—a personalidade
humana. No plano espiritual, tratam do bem-estar das almas, Isso não é coisa
sem importância, o que explica a advertência do presente texto. Os mestres cristãos
praticamente não são recompensados financeiramente: mas, se fizerem bem seu
trabalho, grande será o seu peso de glória. Mas se Deus está envolvido no caso.
isso se dá em todos
os aspectos da vida crista, contanto que a pessoa envolvida tenha sido chamada
pelo Senhor para aquele mister. Cada pessoa tem uma missão especifica a
cumprir, sendo pessoa sem-par; e isso não somente agora, neste mundo, mas
também por toda a eternidade. (Ver Apo. 2:17, nas notas expositivas ali
existentes, acerca desse conceito). Cada indivíduo será responsabilizado pelo
modo como tiver cumprido sua própria vida. e então, sua própria missão.
«...havemos...»
Notemos o verbo na primeira pessoa do plural, em que o autor sagrado inclui a
si mesmo, mostrando ser ele um dos ·mestres· da igreja. Provavelmente não temos
aqui apenas um toque polido, em que o orador se inclui na exortação, conforme
fazem os mestres e os oradores, a fim de suavizarem suas expressões.
Havia proselitismos
fanáticos e manias por polêmicas que talvez tenha encorajado a alguns para
tomarem a si a tarefa de ensinar, mas que realmente não haviam sido preparado
para isso pelo Senhor. Além disso, na sinagoga, todos os tipos de mestres eram
convidados a falar, para que as ideias pudessem ser trocadas de modo ·liberal·.
E bem possível que esse costume tenha sido insuflado na igreja. Seja como for,
o autor anseia que não houvesse um número demasiado de mestres, e que os já
existentes tomassem a sério a sua responsabilidade, não usando o ensino como
meio de satisfazer alguma maneira ou fanatismo. Em Pirke Aboth, cap. 1,10, encontramos
um aviso contra os mestres (certos rabinos), os quais, em seu zelo fanático,
espantavam os discípulos e usavam o ensino para efeito de autoglorificação.
(Isso pode ser comparado com as palavras de Jesus, em Mat. 23:1-12). Muitos
gostavam de ser chamados ·Rabino, rabino!», e usavam a posição de mestres como
trampolim para propósitos autoritários e egoístas. Os trechos de Atos 15:24: I
Cor. 1:12; 14:26: Gál. 2:12 ilustram o problema de um grande número de mestres,
muitos dos quais, na realidade, não foram chamados por Deus para o ofício, e
alguns dos quais são até mesmo inimigos da verdade do evangelho.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 53.
Tg 3.1 – “Pois sabeis que receberemos um
juízo tanto maior.” A “palavra de Deus em lábios humanos” constitui uma
responsabilidade gigantesca. Por isso não é correto ansiar para receber essa
incumbência, nem tampouco tratá-la levianamente (há razões para que se afirme
também o oposto: confiando em nosso Senhor podemos nos arriscar a assumir essa
tarefa. Ele é que concede também o dom para a incumbência – cf. Tg 1.5; 2Tm
1.6).
Importa “manejar corretamente” a palavra (2Tm
2.15), no juízo e com graça, com instrução e promessa, tanto aos orgulhosos
quanto aos desanimados, aos levianos e deprimidos, aos que se mexem com
entusiasmo humano e aos apenas introvertidos. Representa uma ousadia especial
comunicar a palavra ao mesmo tempo entre numerosas pessoas tão diferentes,
tanto perante pessoas desconhecidas como perante aquelas que conhecemos muito
bem. Aqui há necessidade de prece e intercessão.
A “avaliação” iminente (1Co 4.4) pode
tornar-se “condenação”. Quando um médico esquece algo, quando não visita o
paciente em tempo hábil, quando faz um diagnóstico errado por negligência,
comete um erro em uma intervenção, deixa de tomar as necessárias precauções ou
aplica uma injeção errada, eventualmente terá de submeter-se a um processo
penal e uma ação civil de indenização. Quando entregamos incorretamente a
palavra de Deus, quando pregamos lei em lugar de evangelho, quando tornamos a
graça barata, quando diminuímos a seriedade do chamado ao arrependimento,
quando “tiramos” ou “acrescentamos” (Ap 22.18s), não seremos perseguidos pela
promotoria pública. Mas estamos sujeitos ao juízo divino, que não será menos
grave do que o juízo de Deus sobre os descrentes (Lc 12.46-48).
Com tanto maior intensidade cumpre que
roguemos: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus
louvores” (Sl 51.15).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. A seriedade com os
mestres na igreja (v.1).
Ao referir-se a
“mestres”, o apóstolo tem em mente exatamente todos aqueles crentes que exercem
a atividade de ensino na Igreja. Trazendo para os dias de hoje, aqui estão
incluídos os pastores, pregadores da Palavra de Deus, professores de Escola
Dominical, obreiros em geral, dirigentes de igreja, missionários ou qualquer
irmão em Cristo que exerça, reconhecidamente, um ministério de ensino entre o
povo de Deus. Ora, uma vez que só pode dar quem tem para dar, isto é, só pode
ensinar quem tem realmente recebido e aprendido o bastante para poder ensinar,
e uma vez também que Jesus afirmou que “a quem muito foi dado, muito será
exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48), é
óbvio que ninguém tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam a
Palavra de Deus. Trata-se de uma atividade extremamente honrosa e para a qual
existe uma promessa extraordinária de Deus: “...os que a muitos ensinam a
justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12.3);
entretanto, por outro lado, como toda bênção, toda dádiva, todo dom — e o ensinar
é um dom (Rm 12.6,7; Ef 4.8,11,12) — traz consigo uma responsabilidade, e essa
responsabilidade é ainda maior no caso do dom do ensino, então o juízo será
mais severo para os mestres. E o que assevera Tiago, inclusive incluindo-se
entre os mestres, entre aqueles que passarão por esse julgamento diante de
Deus: “...receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 96-97.
Tg 3. Na igreja
primitiva, os professores eram muito importantes. Tanto a sobrevivência como a
profundidade espiritual dos crentes dependiam deles. Na igreja de Antioquia, os
professores tinham o mesmo status que os profetas que enviaram a Paulo e
Barnabé (At 13.1). Os professores eram o ponto de contato para todos os novos
crentes, porque os convertidos precisavam receber instrução sobre os fatos do
Evangelho, e os professores os edificavam na fé. O problema, entretanto, era
que alguns professores tinham a capacidade de transmitir o ensinamento, mas
eram movidos por motivações muito mundanas. Eles ocupavam posições de liderança
em uma igreja, formavam grupinhos, e usavam as suas posições de professores
para criticar os outros. Desta maneira, eles conseguiam conservar a sua posição
e importância.
Neste capítulo, a
preocupação imediata de Tiago é com as palavras dos falsos professores que
estão destruindo os crentes com as suas línguas descontroladas. Desta
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 677.
*...Meus irmãos...·
Este título é empregado de duas maneiras: 1. Para lembrar os leitores de sua
fraternidade e de sua responsabilidade para com o Pai celestial, além de seu
imenso privilégio de serem irmãos do Irmão mais velho, que é Cristo; e como um
artifício literário para introduzir alguma nova secção.
·...não vos torneis muitos
de vós. mestres...· Que ninguém anseie demasiadamente por scr mestre, certificando-se
sempre de seu dom e chamamento, porquanto isso traz consigo uma
responsabilidade em nada pequena, e um julgamento mais severo, sc tal dom for
abusado. E isso envolve diretamente o uso da língua, algo potencialmente
perigoso. ·...mestre...· Em um contexto puramente judaico, isso significa
rabino. Porém, pelo tempo em que esta epistola foi cscrita, nas congregações
cristãs havia indivíduos que se destacavam como mestres, que assumiam
autoridade sobre os demais, tal como os rabinos eram os lideres das sinagogas.
Alguns desses mestres eram apóstolos e evangelistas. Dos diáconos e anciãos se
esperava que pudessem ensinar. Porem, havia mestres, especialmente dotados por
Deus para tal mister, que eram guardiões do conhecimento bíblico e religioso,
os quais eram inspirados pelo Espírito Santo, para usarem seu conhecimento com
o mais elevado proveito. Não eram, necessariamente, diretamente inspirados por
Deus como no caso dos apóstolos e profetas; mas ocupavam-se principalmente de
transmitir a outro aquele corpo de conhecimento que já estava formado, ou o do
A.T., ou de porções do Novo Testamento (ou as tradições que, finalmente, vieram
a compor ο N.T.), e que a igreja cristã reconhecia como autorizado.
A algo ao mesmo tempo
óbvio e necessário, meramente devido às considerações sobre a natureza do
«mestre», que não pode haver grande número de mestres. Outros podem ensinar com
capacidades limitadas e que realmente não possuam a aptidão e o dom do ensino,
como sucede no caso de muitos dos «professores» de Escola Dominical da moderna
igreja evangélica.
«...sabendo...» E
como se Tiago tivesse dito: Aquilo que passo a dizer já é do conhecimento de
todos, e esse conhecimento agirá como motivo para a conduta certa.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 52-53.
Tg 3.1 Agora, porém, havia os “mestres”
especiais na igreja. Na pluralidade dos serviços nas igrejas eles tinham a
incumbência específica de conduzir adiante os seus membros no conhecimento
daquilo que Deus fez, faz e fará, e também no conhecimento daquilo que ele quer
que seja feito por nós. Em Paulo (1Co 12.28; Ef 4.11s) os mestres exercem esse
serviço específico em uma constituição diferenciada dos ministérios nas
igrejas, ao lado de apóstolos, evangelistas e profetas. Em outras passagens da
Escritura a palavra “mestre”, em grego didáskalos, tem o significado de um
cristão incumbido de forma geral da tarefa de proclamar, interpretar a
Escritura, sobretudo na reunião da igreja. Nessa acepção o “mestre” é
comparável ao rabino judaico. Esse é o significado da palavra em Hb 13.7,17,24
e também aqui.
4 – Tiago adverte para que não se busque
ansiosamente assumir essa tarefa:
“Não vos torneis mestres em tão grande
número”: no contexto daquele tempo os mestres eram importantes, tanto os
mestres da lei em Israel como também os mestres da sabedoria, os filósofos no
mundo grego. Agora evidentemente vários cristãos percebiam uma chance de galgar
uma posição de peso similar no âmbito de sua igreja. Afinal, era tão belo poder
falar e ensinar, enquanto os outros ouviam com devoção. Trata-se de uma
tendência humana em não poucas pessoas, e de um ideal grego em especial, “ser
sempre o primeiro e se avantajar diante dos demais”. Contudo em Jesus e sua
igreja vigoram outros parâmetros: quem aqui pretende ser “grande” e mais
próximo do Senhor esteja disposto a assumir o papel do servo (Mt 20.26-28). O
dom supremo é o amor que se esquece de si mesmo (1Co 12.31; 13.1ss). A igreja
de Jesus se assemelha a um corpo no qual e dentro do qual cada membro e órgão
são indispensáveis, possuindo sua importância específica (1Co 12.12ss). A tarefa
dos mestres é uma entre outras. Ela é importante, mas o mesmo vale para os
outros prestadores de serviço. Não é imperioso que alguém se torne um mestre.
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. Perfeição que
domina o corpo (v.2).
Na sequência, Tiago
ressalta que os mestres também são passíveis de erros. Ele se coloca,
juntamente com todos os demais mestres, no mesmo nível de falibilidade dos
demais irmãos que não são mestres. Ou seja, tanto o cristão que é um mestre na
Igreja como aquele crente mais simples da congregação não são moralmente
perfeitos — ambos precisam da graça de Deus: “Porque todos tropeçamos em muitas
coisas...” (Tg 3.2). Como ressalta Cargal à luz dessa passagem, “os professores
ou mestres não são possuidores de uma posição superior ou de uma perfeição
moral dentro da Igreja, pois estes também tropeçam”.
Um detalhe importante
ainda nessa passagem, como destaca também Cargal, é que ela deixa claro que “o
ofício de ensinar era altamente considerado nos primórdios da Igreja, e a
pretensão de ‘muitos’ da congregação de se tornarem mestres, aos quais Tiago
está se dirigindo”, é uma das causas de sua “preocupação com a ambição pelo
poder e pela posição (Tg 1.9,12; 2.1-4)”.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 97-98.
Tg 3.2 O apóstolo nos
lembra que todos tropeçamos em muitas coisas (v. 2). Uma tradução mais correta
seria: “Todos nós cometemos erros” (RSV). Todos nós podemos tropeçar (cf. 1 Co
10.12); todos nós temos grandes chances de cometer equívocos e somos propensos
a errar; por isso, corremos sérios riscos ao assumir voluntariamente o papel de
guia. Wesley comenta: “Não coloque mais sobre as suas costas do que Deus confiou
a vocês, visto que é tão difícil não ofender ao falar muito”.
Tiago usa o artifício
da repetição de palavras para aumentar a ênfase. “Tropeçamos” em 2a é seguido
de tropeça em 2b. Ele diz que se alguém não tropeça em palavra — se não
cometemos erro no falar — podemos ser considerados homens perfeitos. Aquele que
controla suas palavras pode refrear (guiar ou controlar) toda a sua conduta.
Isso provavelmente não é um termo literal porque um homem poderia manter sua
fala sob controle e mesmo assim pecar de outra forma. Tiago está usando um tipo
de provérbio — uma generalização para enfatizar o lugar-chave da fala na vida
cristã. Ela é comparável à afirmação de Jesus: “Porque por tuas palavras serás
justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).
O que Tiago quer
dizer com varão [...] perfeito? 0 adjetivo perfeito (teleios) normalmente
refere-se ao propósito ou função do substantivo modificado. Nesse contexto,
poderia significar: “aqueles que alcançam plenamente o seu elevado chamado”.3 O
cristão que é cristão no seu falar está agradando plenamente a Deus. Ele é
varão [...] perfeito, no sentido que Jesus ordenou aos seus discípulos a usar
um falar franco e direto (Mt 5.37) e então acrescentou: “Sede vós, pois,
perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). A luz
dessa verdade um cristão apenas pode se unir à oração do Salmista: “Sejam
agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua
face, Senhor, rocha minha e libertador meu!” (SI 19.14).
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 174.
Tg 3.2 Todos
tropeçamos em muitas coisas, ou nos enganamos quando estamos descuidados. Todos
tropeçamos, mas os nossos erros mais frequentes acontecem quando estamos falando.
Por termos a tendência de cometer erros ao falar, precisamos ter ainda mais cuidado
e permitir que Deus controle o que dizemos. Ele é capaz de orientar a nossa motivação,
os nossos pensamentos, a nossa escolha de palavras, e até mesmo o impacto que
as nossas palavras têm sobre os outros.
Muitas pessoas podem
pensar que é impossível controlar a língua, mas a maioria das pessoas nem
sequer começou a tentar. A capacidade de controlar a língua é a marca da
verdadeira maturidade para o cristão (veja I.I9, “ser tardio para falar”).
Quando Jesus confrontou os líderes religiosos sobre as acusações que tinham
contra Ele, Ele disse que a boca fala do que há em abundância no coração –
mostrando que aquilo que há dentro de uma pessoa afeta o que ela faz com as
suas palavras (Mt 12.33-37). O Senhor também disse que nós devemos prestar
contas por qualquer palavra descuidada que proferirmos (Mt 12.36). As pessoas
que conseguem controlar as suas línguas serão capazes de refrear todo o corpo.
A sabedoria e o amor de Deus e o autocontrole dado pelo Espírito Santo nos
ajudarão a exercer este controle (veja Pv 15.1-4, para mais informações sobre
como uma pessoa amadurecida controla a sua língua).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 678.
Tg 3.2 E aí Tiago
começa a colocar a questão da língua num aspecto muito interessante, que é a
questão do tropeço. Nós tropeçamos em muitas coisas, aquele que não tropeça no
falar é perfeito varão, é capaz de manter o controle de todo seu corpo (3.2).
Obviamente todos nós
já falhamos, já tropeçamos em nossa própria língua. Quantas vezes já ficamos
envergonhados de falar aquilo que não deveríamos ter falado, na hora em que não
deveríamos ter falado, com a pessoa que não deveríamos ter falado, com a
intensidade e o volume da voz que não deveríamos ter usado. Uma palavra falada
é como uma seta lançada, não tem jeito de retorná-la. E como um saco de penas
soltas do alto de uma montanha, não podemos mais recolhê-las.
Tiago, então, diz que
se você controla sua língua, você controla o seu corpo inteiro, você domina sua
vida. Nós tropeçamos, e a Bíblia diz que é um laço para o homem o dizer
precipitadamente, pois além dos estragos provocados na vida de outros e na
nossa própria vida, ainda vamos dar conta no dia do juízo por todas as palavras
frívolas que proferimos. Pelas nossas palavras seremos inocentados, ou pelas
nossas palavras seremos condenados. Tiago enumera para nós algumas figuras
importantíssimas no trato dessa importantíssima matéria. Warren Wiersbe diz que
a língua tem o poder de dirigir, destruir e deleitar.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 60-61.
Tg 3.2 1 – “(Na
verdade) falhamos de muitas maneiras”: em todas as esferas da vida ocorrem
falhas, inclusive entre nós cristãos.
“Se alguém não
tropeça (nem mesmo) no falar, é um homem perfeito”: teria chegado ao alvo (a
palavra grega téleios = “perfeito” está gramaticalmente ligada a télos = “fim”,
“consumação”, “alvo”). Com certeza essa pessoa também controlaria todas as
demais áreas da vida. Antes Tiago escreveu: “Todos nós falhamos de múltiplas
maneiras.” A última coisa que conseguimos controlar são as transgressões com
palavras. Logo nenhum de nós é “pessoa perfeita”. Porém conhecemos Aquele capaz
de afirmar: “Quem dentre vós pode me arguir de qualquer pecado?” (Jo 8.46). “As
palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo” (Jo 14.10,24). Pedro, que
vivera longo tempo com Jesus, podia atestar: “Não cometeu pecado, nem dolo
algum se achou em sua boca… Não revidava com ultraje; quando maltratado, não
fazia ameaças…” (1Pe 2.22s). No entanto, isso não pode ser afirmado a nosso
respeito. “Nós falhamos de múltiplas formas”, principalmente e pelo tempo mais
longo na área tão importante do nosso falar. Nesse ponto salva-nos unicamente o
fato de que “a misericórdia se gloria contra o juízo” (Tg 2.13), prevalece o
perdão de Deus e seu Espírito, por meio do qual ele mesmo habita em nossos
corações (Ef 3.17). “O Senhor é o Espírito” (2Co 3.17). A única coisa que
soluciona isso é que nosso Senhor está em nós e nós nele. Porque “se alguém
está em Cristo, é nova criatura” (2Co 5.17).
2 – Por meio de duas
comparações Tiago explicita como o pequeno membro, nossa língua, ou seja, nossa
capacidade de falar, possui relevância decisiva para toda a vida, sendo por
assim dizer o ponto de apoio de nossa vida. Mostra como somos capacitados para
a “pôr freio” (controlar) também “o corpo todo” (nossa vida com seu vigor e
seus efeitos; v. 3s).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
II - A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. As pequenas coisas
no governo do todo (vv.3-5).
Usando como gancho o
fato de que mesmo os mestres são passíveis de erro, Tiago insere o tema da
língua, ao falar do “tropeço na palavra”, isto é, o tropeço na fala: “Se alguém
não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear
todo o corpo” (Tg 3.2b).
Para realçar diante
de seus leitores o poder da língua, o apóstolo usa duas metáforas: a do freio
na boca dos cavalos e a do leme do navio (Tg 3.3,4). As duas ilustrações
evidenciam como esses dois objetos menores, essas pequenas partes de um todo,
têm o poder de influenciar completamente o todo, de direcionar e dirigir todo o
conjunto — o freio dirige as ações dos cavalos e o leme conduz o imenso navio
na direção que o capitão deseja. Apesar de alguns comentaristas verem nessas
metáforas ilustrações para o importante papel de influência que os mestres
teriam na igreja, entendendo que Tiago se refere aqui à “língua” dos mestres
como controlando todo o “corpo” da Igreja, na verdade uma leitura atenta dessa
passagem mostra que o assunto aqui já é outro. Os mestres já não estão no foco.
O fato de também tropeçarem na fala como qualquer outra pessoa (Tg 3.2b) é que
foi usado como gancho para o assunto “língua” — ou poder da língua. Ou seja,
Tiago já não está se dirigindo à questão dos mestres, mas a um problema que
todos os crentes enfrentam individualmente: a necessidade de controlarem suas
línguas, de serem bons mordomos do que falam.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 98.
Tg 3.3-5 A palavra
“refrear” (v. 2) levou Tiago a usar a ilustração do freio nas bocas dos cavalos
(v. 3). A língua é um pequeno membro (v. 5), mas ele nos lembra que o tamanho
do instrumento não é a verdadeira medida da significância das nossas palavras.
Três figuras marcantes são usadas para chamar a atenção do leitor para essa
verdade. As primeiras duas ilustram os valores positivos do falar controlado. O
freio nas bocas dos cavalos (v. 3) é uma coisa pequena, mas ao usar o freio,
literalmente ao controlar a língua do cavalo, guiamos o animal e atingimos os
nossos propósitos. O leme (v. 4) é bem pequeno em comparação com o navio, mas
ao controlar o leme, o piloto guia o navio de maneira segura.
Nas duas ilustrações,
o autor mostra que algumas coisas muito pequenas podem produzir resultados
bastante significativos. O mesmo ocorre com a nossa fala: “E isto que acontece
com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas!” (NTLH).4 Embora os
efeitos do falar estejam, com frequência, fora de proporção em relação ao
tamanho da língua, esses efeitos podem ser salutares e construtivos. A chave é
o controle, e esse controle é nosso dever cristão.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 174-175.
Tg 3.3-5 Freio...
leme... língua... pequeno fogo.
O que estas coisas
têm em comum? Todas elas são pequenas, mas são controladores muito eficientes -
elas controlam alguma coisa muito maior que elas mesmas. Tiago está explicando
o poder destruidor das nossas palavras. Nós vemos isto evidenciado na história,
quando ditadores como Adolf Hitler, o aiatolá Khomeini, Josef Stalin e Saddam
Hussein usaram suas palavras para mobilizar as pessoas para destruir outras. Nós
vemos isto evidenciado nas divisões da igreja e na ruína da reputação de um
pastor. E nós vemos como a violência verbal no lar pode destruir a própria
personalidade e a natureza humana de cônjuges e crianças. Satanás usa a língua
para dividir as pessoas e colocá-las umas contra as outras. As palavras ociosas
são prejudiciais porque elas espalham a destruição rapidamente. Não devemos ser
descuidados com as nossas palavras, pensando que poderemos pedir desculpas mais
tarde, porque, mesmo fazendo isto, o estrago permanecerá. Poucas palavras
pronunciadas com ira podem destruir um relacionamento que levou anos para ser
construído. Lembre-se de que as palavras são como o fogo; elas não podem controlar
nem reverter o estrago que fazem.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 678.
Tg 3.3-5 Nós podemos
conduzir uma multidão pela maneira como falamos, tanto para o bem como para o
mal. Martin Luther King foi um pastor batista, cujo pai e avô também tinham
sido pastores. Sua liderança foi fundamental para o sucesso do movimento de
igualdade de direitos civis entre negros e brancos nos Estados Unidos, nos idos
de 1960. Enquanto exercia seu ministério em Montgomery, Alabama, relacionou-se
com um grupo de militantes dos direitos civis e tornou-se conhecido ao liderar
um movimento contra a segregação racial nos ônibus da cidade.
Em agosto de 1963, a
campanha anti-racista atingiu o auge, quando mais de 200.000 pessoas
participaram de uma concentração diante do monumento de Lincoln, em Washington.
Na ocasião, Luther King pronunciou seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”. Ele
disse à multidão presente, bem como aos pósteros: “Eu tenho um sonho, de que um
dia, em meu país, os meus filhos sejam julgados não pela cor da sua pele, mas
pela dignidade de seu caráter”.
Em 1964, ano em que
Martin Luther King ganhou o Prêmio Nobel da Paz, o governo americano sancionou
a lei dos direitos civis, favorável às minorias raciais. Martin Luther King foi
assassinado por um atirador branco em Memphis, no Tennessee, em 4 de abril de
1968. Ele tombou como mártir da sua causa, mas deixou depois de si, um país
melhor, mais justo e mais humano.
Mas a língua também
pode induzir as pessoas à prática do mal. Adolf Hitler era um orador que
eletrizava as massas e conduzia multidões inteiras à loucura e às práticas extremamente
cruéis e desumanas. Ele usou sua oratória para levar a Alemanha à guerra. Suas
ideias foram despejadas como ácido do inferno sobre a mente do povo alemão. Até
hoje ficamos perplexos e atordoados ao vermos filmes como O Holocausto, A Lista
de Schindler e O Pianista. Esses filmes retratam a realidade crua e perversa dá
destruição em massa do povo judeu nos campos de concentração nazistas.
A língua tem o poder
de dirigir tanto para o bem como para o mal. Tiago usa duas figuras para
mostrar o poder da língua: o freio e o leme (3.3,4). Para que serve um cavalo
indomável e selvagem? Um animal indócil não pode ser útil, antes, é perigoso.
Mas, se você coloca freio nesse cavalo, você o conduz para onde você quer.
Através do freio a inclinação selvagem é subjugada, e ele se torna dócil e
útil. Tiago diz que a língua é do mesmo jeito. Se você consegue controlar a sua
língua, também conseguirá dominar os seus impulsos, a sua natureza e canalizar
toda a sua vida para um fim proveitoso.
Tiago usa também a
figura do leme. Um navio transatlântico é dirigido para lá ou para cá, pelo
timoneiro, por meio de um pequeno leme. Imagine o que seria um navio sem o
leme. Colocaria em risco a vida dos tripulantes, a vida dos passageiros e a
carga que transporta. Isso seria um grande desastre. Sem leme, um navio seria
um instrumento de morte, de naufrágio, de loucura. O leme, porém, pode conduzir
esse grande transatlântico, fugindo dos rochedos, das rochas submersas e pode
transportar em paz e segurança os passageiros, os tripulantes e a carga que
nele está.
O que Tiago está
dizendo é que se nós não controlarmos a nossa língua, nós seremos como um
transatlântico sem leme e sem direção. Se não controlarmos nossa língua, vamos
nos arrebentar nos rochedos, vamos nos destruir e vamos ainda destruir quem
está perto de nós, porque a língua tem poder de dirigir para bem ou para o mal.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 61-63.
Tg 3.3 a) “Ora,
quando pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, (também) lhes
dirigimos o corpo inteiro”: com o freio se exerce o domínio sobre o animal
todo. “Acima” do cavalo está o freio; por meio dele se decide sobre o cavalo. E
“acima” do freio está o cavaleiro que move o freio. A pequena língua se
assemelha ao pequeno freio. Nesse ponto predominante são tomadas as decisões
acerca do que uma pessoa é e realiza, acerca da influência que ela exerce. Ademais,
é sobretudo perante Deus que nossas palavras possuem um grande peso: “Ainda a
palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Sl 139.4).
“As pessoas terão de prestar contas de cada palavra má que sai de sua boca” (Mt
12.36). Nossa tendência é não atribuir às palavras um significado tão grande.
Atentamos para as ações, mas nem de longe na mesma medida para nosso falar.
Contudo a Bíblia não diferencia dessa forma entre palavra e ação. Também
palavras são ações. – Em toda essa metáfora a nossa existência corresponde ao
corpo do cavalo, e nossa língua, nossa capacidade de falar, ao freio que o
move. A questão decisiva é a identidade do cavaleiro! Será que somos realmente
nós mesmos? Nós humanos nunca somos apenas dirigentes, mas sempre também
dirigidos, nunca somos apenas sujeitos, mas sempre também objetos. Quem está em
nossa “sela”? O Espírito do alto ou o espírito de baixo? Paulo escreve: “Os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).
Tg 3.4 b) “Observai,
igualmente, os navios! Eles, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por
um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro”: a
pequena língua, em geral pouco notada, nossa capacidade de falar, tão natural
para nós, é comparada agora com o pequeno leme, quase submerso na água. O
pequeno leme determina o rumo do navio, apesar do tamanho da embarcação e da
fúria das tempestades. Eis o navio, e “acima” dele, por assim dizer (não em
sentido espacial, mas no que tange à importância), está o leme, e acima do leme
está o timoneiro. Novamente levanta-se a pergunta: em nosso caso, quem está “no
leme”, quem é o “timoneiro”, e permitimos que nosso Senhor “conduza o barco”?
“Soberano, governa; Vitorioso, vence; Rei, usa teu poder” – sobre mim!
3 – Até agora Tiago
falou apenas do grande efeito produzido pela língua. Com uma terceira
ilustração ele passa a relatar, com realismo bíblico, que efeitos devastadores
partem da língua, e também exatamente de onde vêm esses efeitos (v. 5s).
Tg 3.5 Inicialmente
Tiago volta a sintetizar o que expôs até aqui: “Assim, também a língua é
(apenas) um pequeno órgão e (não obstante) se gaba de grandes coisas.” Então,
porém, continua: “Vede uma fagulha! Que grande selva ela põe em brasas.” Alguém
larga descuidadamente um fósforo ou um toco de cigarro, ou um grupo de excursão
assa linguiças e vai embora sem apagar o fogo.
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. “A língua também é
um ‘ fogo” (vv.6,7).
O apóstolo lembra que
a língua “é um fogo”. A forte imagem que ele apresenta nos versículos 5 e 6, ao
comparar a língua como um pequeno fogo que incendeia um bosque, objetiva
justamente enfatizar os resultados trágicos de uma língua fora de controle. Ela
é extremamente destrutiva, destruidora. Nesse caso, é uma língua que não tem
freio, que não é controlada pela pessoa. Nessas condições, ela passa a ser um
instrumento do “inferno” (v. 6).
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 98-99.
A terceira figura de
Tiago que contrasta a magnitude da causa e a extensão dos efeitos também introduz
a ideia dos resultados trágicos do falar incontrolado: Vede quão grande bosque
um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo (w. 5-6). Tiago agora
descreve a língua perversa. Easton traduz: “Neste mundo de injustiça, a língua
é colocada entre os nossos membros”.5 Esse fogo destrói com o seu calor e
contamina todo o corpo (v. 6) com sua fumaça. O incêndio inflamado por uma
língua descontrolada é causado pelo Diabo; é inflamada pelo inferno. O curso da
natureza é interpretado da seguinte forma: “O curso normal dos afazeres humanos
é inflamado — tornando-se destrutivo para a humanidade — por línguas
perversas”.
“Você e eu não
existimos meramente como entidades separadas. Cada um de nós não é como uma
casa separada da outra [...] Tiago nos vê como casas que estão reunidas em uma
grande cidade. Um fogo que acende uma casa, logo se espalhará e se tomará um
grande incêndio destrutivo”. O sentido do versículo todo é bastante claro na
Bíblia Viva: “E a língua é uma chama de fogo. Está cheia de maldade e envenena
todos os membros do corpo. E é o próprio inferno que ateia fogo à língua, que
pode transformar toda a nossa vida numa chama ardente de destruição e
desastre”.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 175.
Tg 3.6 A língua é um
mundo de iniquidade por causa do estrago que ela pode causar ao mundo e ao
resto da comunidade cristã. A língua sem controle pode transformar a vida de
uma pessoa em um fogo de destruição. Isto significa que a língua pode destruir
todo o bem que nós construímos durante toda a vida. Embora tenhamos ministrado
durante anos e anos, e vejamos frutos abundantes, se deixarmos de controlar a
nossa língua, podemos vir a desfazer todo o bem que construímos durante os
nossos anos no ministério. As nossas palavras têm um poder que poucas outras
habilidades têm, pois a nossa língua é inflamada pelo inferno. As chamas do
ódio, do preconceito, da calúnia, dos ciúmes e da inveja parecem vir do mesmo lago
de fogo onde Satanás será punido (veja Ap 20.10,14,15, para mais informações
sobre o lago de fogo).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 678.
Tg 3.5-7 Tiago lança
mão de outras duas figuras; o fogo e o veneno (3.5-8). Ele diz que uma fagulha
pequena incendeia toda uma floresta. Você já parou para perceber que um incêndio
de proporções tremendas pode ser causado por uma simples guimba de cigarro ou por
um mero palito de fósforo? Aquela chama inicial é tão pequena que, se você der
um sopro, ela se apaga. Mas o que adianta você soprar um fogo que se alastra
por uma floresta? Aí não adianta mais. O fogo, depois que se agiganta e alastra
torna-se indomável e deixa atrás de si grande devastação. Assim é o poder da
língua. Onde um comentário maledicente se espalha, onde a boataria medra e onde
a fofoca se infiltra, como labaredas de fogo, vai se alastrando e provocando destruição.
Assim como o fogo cresce, espalha, fere, destrói e provoca sofrimento, prejuízo
e destruição, assim também é o poder da língua.
No dia 8 de outubro
de 1871, às oito horas e trinta minutos da noite, durante uma campanha
evangelística de Dwight Liman Moody, em Chicago, aconteceu um terrível
incêndio. Mais de cem mil pessoas ficaram sem casas, dezessete mil e quinhentos
prédios foram destruídos e centenas de pessoas morreram. Aquele incêndio Como
conhecer o poder da língua começou tênue e pequeno, mas atingiu proporções
avassaladoras. Assim é o poder da língua, diz Tiago.
É do conhecimento
geral o que aconteceu no ano 64 d.C. na cidade de Roma. O imperador romano
Nero, em sua insanidade, pôs fogo em Roma, assistindo o espetáculo horrendo das
chamas lambendo a cidade com fúria e à destruição do alto da torre de Mecenas.
Dos quatorze bairros de Roma, dez foram devastados e destruídos pelas chamas. O
que Tiago está querendo nos alertar é que a língua tem o poder do fogo, o poder
de destruir. Como o fogo destrói, também a língua destrói.
No final do século
19, na cidade de Denver, Colorado, Estados Unidos, quatro repórteres aguardavam
ansiosamente a chegada de um famoso político, um senador, que haveria de
visitar a cidade. Os repórteres posicionaram-se para receber o dito senador, um
homem de projeção no país. Entrementes, para a frustração deles, o senador não chegou,
e eles ficaram tão decepcionados e desiludidos que resolveram ir para o Oxford
Hotel e começaram a beber. Durante toda aquela noite, beberam em excesso. Depois
de embriagados, eles resolveram escrever uma matéria para o jornal que pudesse
chamar a atenção da população. De forma contundente, escreveram um artigo cuja
manchete era: “A China anuncia a derribada de suas multisseculares muralhas”.
A notícia chegou à
China como uma bomba explosiva e provocou uma grande confusão. Os chineses
reagiram furiosamente, abrigando um grande ódio pelos ocidentais.
Os cristãos
ocidentais que moravam na China passaram a ser perseguidos. Essa malfadada
notícia provocou na China a sangrenta Revolução dos Boxers.
Em maio de 1900 essa
revolução se alastrou, provocando grandes tragédias e a perda de milhares de
vidas. Foi preciso que os Estados Unidos, a Inglaterra, a Alemanha, a França e
o Japão se unissem para defender os ocidentais. Dezenove mil soldados aliados
capturaram Pequim no dia 14 de agosto de 1900, mas, naquele mesmo dia, duzentos
e cinquenta ocidentais foram assassinados naquela cidade.
Só um ano depois é
que o tratado de paz foi assinado.
Contudo, os chineses
expulsaram os estrangeiros da China. Esse fato medonho, provocado por uma
mentira, foi o combustível para inflamar o nacionalismo chinês, encarnado na
revolução comunista de 1949. Aqueles quatro repórteres de Denver jamais
poderiam imaginar que uma notícia inconsequente pudesse trazer transtornos,
prejuízos e tragédias tão gigantescas, de proporções tão avassaladoras. Assim é
a língua, diz Tiago.
Muitas vezes, faz-se
comentários acerca de uma pessoa, ou de uma determinada situação, em um tom
jocoso, em tom de brincadeira, mas não podemos imaginar o que uma palavra
irrefletida, mal colocada, pode provocar na vida de uma pessoa. E, então, Tiago
está nos alertando que a língua tem de igual modo o poder destruidor. Tiago diz
no versículo 6 que a língua é fogo. Ele não disse que é como fogo, mas é fogo.
Tiago faz uma afirmação categórica. Ele diz também que a língua é um mundo de
iniquidade. A língua corrompe. Mais do que isso, a língua contamina, fermenta,
joga uma pessoa contra a outra. Tiago diz no versículo 6 que a língua está
situada entre os membros do nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só
põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também ela mesma é
posta em chamas no inferno. Ela não só leva à destruição, como também será
destruída.
Três coisas precisam
ser destacadas no pensamento de Tiago.
Em primeiro lugar, a
língua é perigosa (3.6). Ela é mundo de iniquidade, ela é fogo, ela coloca em
destruição toda a carreira da vida humana.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 63-66.
Tg 3.6 “Também a
língua é um fogo”: um fogo pequeno, insignificante, pouco considerado. “A
língua se mostra entre os membros de nosso corpo como mundo da injustiça”:
constitui um ponto de entrada singular para um espírito maligno em nossa vida,
mas também o ponto de extravasamento desse espírito para nosso ambiente. Dessa
maneira pode partir de nós uma influência profundamente consternadora, que deve
nos assustar do mesmo modo como um incêndio florestal que causamos. Sem
ponderar as palavras, relatamos algo, emitimos ou até mesmo sugerimos um juízo,
e depois nos espantamos profundamente com o efeito disso e com o que outros
fizeram disso (com os correspondentes acréscimos e exageros).
“Contamina o corpo
inteiro”: Nosso Senhor Jesus Cristo diz: “Não é o que entra pela boca o que
contamina o homem, mas o que sai da boca, isso, sim, contamina o homem” (Mt
15.11).
“Põe em chamas o
círculo da vida”: a idéia do “círculo da vida” ou da “roda da vida” pode vir do
mundo intelectual indiano – como supõem muitos pesquisadores. Mas Tiago emprega
a expressão simplesmente no sentido do “entorno” do ser humano, de nosso
horizonte de vida e de todo o âmbito de nossa existência terrena.
Quando há um incêndio
qualquer no mundo e vemos, na sequência, um monturo de escombros, pequenos ou
grandes, é certo que a língua humana estava envolvida desde o começo. “O mundo
da injustiça” parte da língua, derrama-se para dentro do mundo em redor do ser
humano, confundindo e destruindo-o. Há uma legião de possibilidades para
exercer uma influência tão maligna através da palavra humana falada, escrita e
difundida pelos veículos de comunicação: mentira, desencaminhamento, suspeição,
manipulação, instigação, agitação. As consequências: preconceito, inveja, ódio,
fanatismo, ideologização, cupidez, indisciplina… No ataque-mor do inimigo e de
seu séquito demoníaco na fase escatológica deste mundo, a língua que
desencadeia o fogo maligno (Ap 13.5,11) terá um papel singular. É nisso que o
pecado transforma a maravilhosa dádiva da fala!
Agora Tiago diz
expressamente de onde vem, em última análise, esse fogo: “Pelo inferno é que
ela é posta em chamas.” Novamente vemos aqui “acima”, ou “uma atrás da outra”,
a “floresta”, ou seja, o mundo, que é incendiado e destruído, a palavra humana,
que solta o estopim e causa o incêndio, e finalmente o fogo com o qual o estopim
é aceso.
Tg 3.7 – Não
conseguimos resolver tudo isso por nós mesmos, humanamente (v. 7s). É verdade
que somos capazes de um espantoso número de coisas: “Toda espécie de feras, de
aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido (definitivamente)
domada pelo gênero humano”. Além dos animais poderíamos acrescentar muitas
outras coisas: também a eletricidade e a energia atômica. É espantoso como o
ser humano aprendeu a colocar a força da natureza que o cerca a seu serviço.
Assume controle de tudo, menos de si mesmo, e isso se explicita com singular
clareza em sua língua, em sua maneira de falar. As forças intelectuais do ser
humano que se expressam nas ciências naturais e na tecnologia são muito maiores
que suas forças éticas e de caráter. Isso ameaça causar, enfim, uma catástrofe.
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Pv 18.21 A morte e a
vida estão no poder da língua. As questões da vida e da morte estão na língua;
ela pode abençoar e pode amaldiçoar. Pode dar vida e pode matar. Pode curar ou
pode ser como uma serpente que pica e fere. Existem palavras que são como
espadas e palavras que são como dardos, mas também existem palavras que curam.
O falar demais envolve a transgressão (ver Pro. 10.19); o falar precipitado
causa o dano (ver Pro. 17.28); o silêncio é elogiável, especialmente o silêncio
de um homem insensato, que se torna temporariamente sábio por manter a boca
fechada (ver Pro. 17.28); o engano pode ganhar vantagens, mas acaba sendo
maléfico (ver Pro. 20.17); a maledicência é uma arma temível (ver Pro. 11.13);
uma resposta branda pode aquietar águas agitadas (ver Pro. 15.1). Ver sobre
Pro. 11.9 e 13 quanto a notas de sumário sobre o assunto, e ver também, no
Dicionário, o verbete intitulado Linguagem, Uso Apropriado da. No livro de
Provérbios há cerca de cem provérbios que tratam desse assunto.
Sinônimo. Considere o
leitor estes dois pontos:
1. Um bom discurso é
como uma fruta (vs. 20), e aqueles que o apreciam comerão com satisfação.
2. Mas essa porção do
versículo pode significar que as pessoas que falam muito amam o seu muito
falar, mas sofrerão as consequências de seu excesso de palavras. Ver Pro.
10.19; 18.2; 20.19.
Se a primeira dessas
duas interpretações é a correta, então é um paralelo à vida referida na
primeira linha métrica. Mas se a segunda é que está correta, então ela é
paralela à morte referida na primeira linha. Cf. Tia. 1.19,25; 3.6,8. Ver
também Pro. 12.13 e 4.23, onde se diz o mesmo tipo de coisa sobre o coração que
é dito sobre a língua. Pense o leitor nos oradores eloquentes, cheios de vigor,
e o bem ou o mal que eles projetam contra os homens cuja mente é conduzida por
causas boas ou más.
‘“Falar é barato’.
'Palavras, palavras, nada senão palavras’. ‘Ele é apenas um falador’. Essas
declarações ilustram uma comum depreciação da importância da fala. Porém,
haverá alguma coisa no mundo mais potente para o bem ou para o mal do que as
palavras? A fala é a faculdade que diferencia os homens dos animais. A fala é
sinal de personalidade. A autoconsciência se manifesta somente na fala. O
pensamento é impossível sem as palavras, as quais representam ideias. As ações
são precedidas por pensamentos, conforme Hence colocou a questão: ‘O pensamento
antecede as ações como os relâmpagos antecedem os trovões'. Mas o pensamento é
impelido por sugestões verbais. Toda a cooperação entre os seres humanos
depende das comunicações verbais para haver sucesso. A solidariedade cultural
de um grupo se baseia em uma linguagem comum. O caráter se revela pela
linguagem de cada indivíduo. ‘O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem,
e o mau, do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o
coração’ (Luc. 6.45). Assim sendo, Tiago (capítulo terceiro) não está equivocado
quando dá tanta ênfase à língua” (Easton, comentando sobre Tia. 3.2).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2630-2631.
Pv 18.21 Observe: 1.
Um homem pode fazer uma grande quantidade de bem ou uma grande quantidade de
mal, tanto para os outros como a si mesmo, conforme o uso que faz da sua
língua. Muitos provocaram a sua própria morte, por uma língua traiçoeira, ou a
morte de outros por uma língua mentirosa; e, por outro lado, muitos salvaram a
sua própria vida. ou buscaram a sua consolação, por uma língua gentil e
prudente, e salvaram as vidas de outros, por um oportuno testemunho ou
intercessão a favor deles. E, se pelas nossas palavras nós devemos ser
justificados ou condenados, a vida e a morte, sem dúvida, estão no poder da
língua. A língua foi o melhor alimento de Esopo, e o pior. 2. As palavras dos
homens serão julgadas pelos sentimentos com que falam; aquele que não somente
fala de maneira correta (o que um homem ímpio pode fazer, para salvar sua
reputação ou agradar a seus amigos), mas ama falar bem, fazendo-o
voluntariamente, e com prazer, para o tal a língua será a vida; e aquele que
não somente fala de maneira equivocada (o que um homem bom pode fazer,
inadvertidamente), mas ama falar assim (SI 52.4), para este a língua será a
morte. Conforme os homens a amem, comerão os seus frutos correspondentes.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 815.
3. Para dominar a
língua.
A língua só pode ser
domada pela ação do Espírito Santo no coração
O apóstolo Tiago
afirma que embora os animais mais bravos possam ser amansados pelo homem, a sua
própria língua não pode ser domada por ele (Tg 3.7,8). Ele assevera claramente
que a língua “é um mal que não se pode refrear, está cheia de peçonha mortal”
(Tg 3.8b). Ou seja, não adianta tentarmos, por nossas próprias forças, domarmos
a nossa língua. Então, como fazê-lo? A Palavra de Deus é clara: somente pela
ação do Espírito Santo.
Tiago está falando
aqui da língua como um fogo que tem o poder de colocar em chamas, no sentido de
destruição, todo o curso da existência de uma pessoa — “...inflama o curso da
natureza...” (Tg 3.6b) —, porém a Bíblia fala de um fogo santo, advindo do
Espírito Santo, que incendeia positivamente nossa fala (Lc 3.16; At 2.2,3; 1 Ts
5.19), purificando-a, santificando-a, restaurando-a e tornando-a canal de
bênção. Aliás, o próprio Tiago afirma que da língua pode proceder tanto a
bênção quanto a mediação (no sentiam-se raiar o bem e bendizer, e de falar o
mal e maldizer), e adverte seus leitores a não viverem nessa inconstância, mas
a terem suas línguas apenas como canais de bênção (Tg 3.9,10). Ora, somente o
Espírito Santo pode fazer isso, porque Ele vai até o centro do problema: o
coração humano.
Lembremos que
“língua” é uma expressão que se refere à linguagem, à fala, uma vez que a
língua é apenas um veículo que expressa uma realidade interior, uma realidade
que se encontra na mente, no coração do ser humano. O que determina se a língua
será canal do mal ou do bem é o estado do coração da pessoa. Disse Jesus: “Do
que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12.34). Logo, o que
Tiago está dizendo aqui é que tudo é uma questão de ter a nossa vontade, o
nosso coração, controlados por Deus. Se é a vontade que põe freio na língua, e
nossa vontade é continuamente má por causa do pecado, não poderemos frear a
língua, a não ser que Deus reine em nossa coração, a não ser que permitamos que
o Espírito Santo nos guie, reine sobre nossa vontade, nos governe (Rm 8.5-11).
Isso ocorre quando buscamos a presença de Deus e somos, assim, cheios do
Espírito; então, o fruto do Espírito em nós gerado produz temperança,
autocontrole (Ef 5.18-21; G1 5.16,22), e domamos nossa língua.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 99-100.
Tg 3.7-8 A figura do
fogo enfurecido e fora de controle sugere uma nova comparação. A palavra porque
(v. 7) indica uma explanação adicional dos resultados trágicos da fala
descontrolada. Feras selvagens de todo tipo têm sido domadas e submetidas a
servir o homem, mas nenhum homem pode domar a língua. E um mal que não se pode
refrear (v. 8). A referência à domesticação de animais selvagens parece uma
alusão “ao domínio dado originalmente ao homem sobre as criaturas inferiores,
que não foi perdido, como infelizmente aconteceu com o controle da língua”.9 No
versículo 7, o autor novamente mostra o seu prazer pela repetição e aliteração:
toda natureza (physis) de bestas-feras foi domada pela natureza humana. A
língua teimosa está cheia de peçonha mortal (cf. SI 58.4; 140.1-3). Alguns
intérpretes entendem que esse texto quer dizer que uma pessoa não pode controlar
a língua de outra. No entanto, todo contexto parece mostrar claramente que
Tiago está falando de autocontrole. Nenhum homem pode domar sua própria língua
porque sua motivação para o mal vem de impulsos poderosos não por escolha
própria — a língua é incendiada pelo inferno.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 175-176.
Tg 3.7,8 Embora as
pessoas possam domar todas as criaturas (versão NTLH), nenhum homem pode domar
a Língua. Por que? Porque ela é um mal que náo se pode refrear; está cheia de
peçonha mortal. A língua é sempre capaz de fazer o mal; ela permanece indomada ao
longo da vida. Com a nossa língua, nós podemos atacar e destruir. Ao
reconhecermos a capacidade mortal da língua, podemos dar os primeiros passos
para mantê-la sob controle.
Nenhum homem pode
domar a língua, mas Cristo pode. Para fazer isto, Ele vai diretamente ao
coração (Mc 7.14,15; Sl 51.10) e à mente (Rm 12.1,2). Não devemos tentar controlar
a nossa língua somente através de nossos próprios esforços; devemos confiar no
Espírito Santo. Ele nos dará um poder crescente para monitorar e controlar o
que dizemos. Pois, quando nós nos sentirmos ofendidos ou criticados
injustamente, o Espírito nos lembrará do amor de Deus e nos impedirá de reagir.
O Espírito Santo curará a mágoa e impedirá que ataquemos. Podemos nos
certificar de que estamos sob o controle do Espírito incorporando as Escrituras
à nossa vida e pedindo ao Espírito que oriente os nossos pensamentos e atos
todos os dias.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 678-679.
Tg 3. 7 A língua é
indom ável (3.7). O homem, com o seu gênio, consegue domar os animais do campo,
os répteis, os voláteis e também os animais aquáticos. O homem doma todas as
criaturas do ar, da terra e do mar. Porém, o homem não consegue domar a própria
língua. Se o homem conseguisse domar sua língua, diz Tiago, então ele seria um
perfeito varão. O apóstolo Paulo diz que antes de abrirmos a boca, precisamos
avaliar se a nossa palavra é verdadeira, amorosa, boa e edificante (Ef 4.29). Sócrates,
o pai da filosofia, costumava falar sobre a necessidade de passarmos tudo que
ouvimos por três peneiras.
Quando alguém chegava
para contar-lhe alguma coisa, geralmente perguntava o seguinte: “Você já passou
o que está me contando pelas três peneiras?” A primeira é a peneira da verdade.
O que você está me falando é verdade? Se a pessoa titubeasse, dizendo: “Eu
escutei falar que é verdade”. Sócrates, prontamente dizia: “Bom, se você
escutou falar, você não tem certeza”. A segunda peneira é: “Você já falou para
a pessoa envolvida o que você está me falando?”
A terceira peneira:
“O que você vai me contar, vai ajudar essa pessoa? Vai ser uma palavra boa,
útil, edificante para ajudar na solução do problema?” Se a pessoa não podia responder
positivamente ao crivo das três peneiras, então, Sócrates era enfático: “Por
favor, não me conte nada, eu não quero saber”.
O que Tiago está
dizendo é que a língua é indomável.
As vezes, nós
conseguimos dominar o universículo.
mas não conseguimos
domar nossa língua. Benjamim Franklin costumava dizer que o animal mais
terrível do mundo tem a sua toca atrás dos dentes, e Tiago diz que este animal
indomável e venenoso é a língua. Esse animal feroz e venenoso é pior que um
escorpião, pior que uma jararaca peçonhenta. A picada de um escorpião ou de uma
cobra pode ser tratada, mas muitas vezes, o veneno da língua é incurável.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 66-67.
Tg 3.8 “A língua,
porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido”: quanto cada ser
humano fala durante um só ano de sua vida! E “no muito falar não falta
transgressão” (Pv 10.19). – “… carregado de veneno mortífero”: o farmacêutico
teria conflito com as leis se vendesse veneno irrestritamente. No entanto,
quanta peçonha, quanta coisa que envenena as pessoas é dita, impressa e
transmitida impunemente!
Se Tiago fosse um
“pregador da lei”, como defendem alguns, se ele, portanto, pretendesse impor às
pessoas apenas um “dever”, não poderia de forma alguma falar desse modo
negativo acerca das possibilidades humanas. Teria de declarar: “Deves e podes!”
Aliás, teria de apresentar mais instruções e sugerir às pessoas otimismo em
vista de suas possibilidades. Mas Tiago fala com a mesma sobriedade bíblica
como faz também Paulo em Rm 1.18 a 3.20. O ser humano não consegue se ajudar.
“Quem comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). O inferno, o inimigo está
agindo. Por isso vale: “A minha força nada faz; sozinho estou perdido”
[Martinho Lutero – hino “Castelo Forte”, HPD 97,2] Tiago afirma como Paulo: não
consegues ajudar a ti mesmo e tampouco tens de ajudar a ti mesmo. Ele conhece a
“misericórdia” de Deus (Tg 2.13), que não permite que nos debatamos em nossa
incapacidade. Cristo diz: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo,
eu venci o mundo” (Jo 16.33). O veneno, que desde Gn 3 praticamente circula em
nossas veias e somos obrigados a disseminar, é eliminado pelo fato de que Deus
passa a habitar em nós por intermédio de seu Espírito (Ef 3.17; Rm 8.11). O
mais forte lança para fora da casa o assaltante forte (Lc 11.22). O fogo de
baixo é superado pelo fogo do alto, o fogo do inferno pelo fogo de Deus (Lc
12.49; At 2.3). “Sede ardentes por meio do Espírito” (Rm 12.11). Fogo contra
fogo! Jesus Cristo, Deus e seu Espírito têm de assumir a “montaria” e o “leme”
em nós. Seu Espírito precisa nos incendiar. “… Que a língua toda vire fogo, que
nada diga senão louvor a ti na terra e o que ao irmão edifica” (Ambrosius
Blarer).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
III - NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição
(v.10).
Outro detalhe é que
quando Tiago fala que com a língua “bendizemos a Deus” (v. 9), provavelmente
ele tinha em mente também o fato de que os cristãos de sua época cultivavam o
costume dos judeus daqueles dias — igualmente comum entre alguns judeus
ortodoxos de hoje — de sempre acrescentar a expressão “Bendito seja Ele!” ao
final de toda menção que faziam ao nome de Deus em uma fala. Ora, como os
crentes da Igreja Primitiva nessa época eram todos judeus, e estes eram o
público alvo da Epístola de Tiago, “essa era uma expressão apropriada de
reverência para cada cristão primitivo”.
Como salienta A. F.
Harper, a contradição moral de muitos dos cristãos judeus dos dias de Tiago em
relação à língua consistia no fato de que, “esquecendo o segundo grande
mandamento de nosso Senhor (Mt 22.36-29), e provocados pela ira, eles estavam
amaldiçoando os seus irmãos, que foram feitos à imagem e semelhança de Deus,
isto é, feitos à imagem de Deus (cf. Gn 1.26,27). O Novo Testamento ensina que
mesmo uma maldição murmurada ou qualquer disposição irada contra o próximo é
uma contradição à nossa fé cristã (cf. Mt 5.22). Não convém que isso se faça
assim (Tg 3.10) entre os cristãos, porque essas atitudes e atos são contrários
a Deus”. E Harper continua, explorando o significado das ilustrações que Tiago
usa para realçar essa contradição moral na língua, e que ressaltam que essa
contradição moral é, na verdade, sobretudo e intrinsecamente, uma contradição
desnaturai:
“Essa contradição na
conduta é tão desnaturai quanto imoral. A palavra ‘Porventura’ (v. 11 — meti)
espera um claro ‘Não’ como resposta. O sentido é: ‘Você certamente não espera
isso, espera?’. Ninguém que visita fontes salgadas, como podem ser encontradas
próximo ao Mar Morto, esperaria encontrar água salgada e água doce saindo da
mesma fonte. E se isso ocorresse, a água salgada estragaria a doce; a má
estragaria a boa. O pomar e a vinha ensinam a mesma verdade. ‘Conhece-se o
fruto pela árvore’. Jesus lembrou aos seus ouvintes que não se colhem ‘uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos’ (Mt 7.16). Tiago faz eco a essa verdade
quando pergunta: ‘Pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira,
figos?’ (Tg 3.12)”.
Ou seja, a língua
indomada, inconstante e dobre é uma contradição moral e desnaturai. Pense
nisso: todas as vezes que você permite que sua velha natureza, isto é, sua
natureza pecaminosa, domine por alguns momentos a sua língua, então você está
cometendo um ato contra Deus, mas também contra a nova condição que você ganhou
em Cristo, contra a nova natureza que foi gerada em você pelo Espírito Santo
através da exposição da Palavra de Deus (Tg 1.18). Se você é uma nova pessoa em
Cristo, então o que você fala deve estar em sintonia com sua nova maneira de
viver, com sua nova natureza em Cristo. Afinai, “se alguém entre vós cuida ser
religioso e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião
desse é vã” (Tg 1.26).
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 100-102.
Tg 3.10 Lenski
escreve o seguinte acerca da expressão Com ela bendizemos a Deus (v. 9): “Os
leitores, sem dúvida, continuavam seguindo o costume judaico de acrescentar ‘Bendito
seja Ele!’ sempre que mencionavam o nome de Deus”.11 Essa era uma expressão
apropriada de reverência para cada cristão primitivo. No entanto, o que estava
acontecendo entre eles? Esquecendo o segundo grande mandamento do nosso Senhor
(Mt 22.36-39), e provocados pela ira, eles estavam amaldiçoando os seus irmãos,
que foram feitos à semelhança de Deus, i.e., feitos à imagem de Deus (cf. Gn
1.26,27).12 O Novo Testamento ensina que mesmo uma maldição murmurada ou
qualquer disposição irada contra o próximo é uma contradição da nossa fé cristã
(cf. Mt 5.22). Não convém que isto se faça assim (v. 10) entre os cristãos,
porque essas atitudes e atos são contrários a Deus.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 176.
Tg 3.9,10 Como é
estranho que a língua consiga bendizer a Deus e Pai, em um momento, e, a
seguir, amaldiçoar os homens. Devemos ter, pelos seres humanos, a mesma atitude
de respeito que temos por Deus, porque eles foram criados à sua imagem. Mas
temos esta Língua horrível de duas faces, de modo que de uma mesma boca procede
bênção e maldição.
Algumas pessoas
pensam que o único limite para os palavrões e a linguagem grosseira é a
desaprovação social. Mas a Palavra de Deus condena isto. Tiago diz que a razão
pela qual nós não devemos amaldiçoar as pessoas é porque elas foram criadas à semelhança
de Deus. Nós não devemos usar nenhuma palavra que as reduza a qualquer coisa
inferior à sua estatura plena de seres criados por Deus.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 679.
Tg 3.10 “De uma só
boca procedem bênção e maldição”: acontece que também nossa boca deveria ser
reservada exclusivamente ao serviço a Deus. Quando entrava no santuário, o sumo
sacerdote de Israel trazia na cobertura de sua cabeça as palavras: “Santo para
o Senhor” (Êx 28.36; 39.30), i. é, ele era propriedade de Deus e reservado
exclusivamente ao serviço dele. Do mesmo modo nosso Senhor, que nos “comprou
por preço” (1Co 6.20), visa praticamente “inscrever” a frase “Santo para o
Senhor” em nossa vida, em especial sobre nossa língua e nossos lábios,
declarando-nos pertencentes a ele e reservados exclusivamente para o seu
serviço (Sl 51.17; 71.23). A carta de Tiago é pregação em prol da santificação,
e da santificação também faz parte a “nova natureza agradável a Deus”
(Christoph Blumhardt).
“Isso não deve ser
assim, meus irmãos”: essa duplicidade no uso da língua não é característica
natural, mas desnaturada e culposa. Isso é o que a Bíblia nos diz
incessantemente (Êx 20.16; Sl 34.14; Mt 5.22; Rm 12.14; 1Pe 3.9; etc.). Não
deve e não precisa mais ser assim. Porque “se alguém está em Cristo, nova
criatura é” (2Co 5.17). Podemos, mas não somos mais obrigados a pecar (Jo
8.36). E já não devemos fazê-lo. No v. 8 Tiago declara: “Nenhum ser humano
pode…” Agora,
porém, diz: “Isso não
dever ser.” Sem a possibilidade de obedecer a essa orientação ela seria
absurda. Entre as linhas Tiago também agora aponta para o Senhor que cura e
santifica.
3 – Por meio de duas
ilustrações Tiago termina explicitando como é antinatural a duplicidade no
falar (v. 11s).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. Exemplos da
natureza (vv. 11,12).
Para que saiamos da
inconstância, para que não sejamos alternadamente fontes do bendizer e do
maldizer, fontes de água doce e de águas amargas, produtores ora de bons frutos,
ora de maus frutos pela nossa fala (Tg 3.11,12), devemos permitir que o Santo
Espírito de Deus reine em nossos corações. Dessa forma, e tão somente dessa
forma, conseguiremos cumprir a bela, sábia e perfeita recomendação do apóstolo
Tiago sobre a fala, pronunciada ainda no início de sua epístola: “Mas todo
homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg
1.19).
Na vida cristã, não
deve haver tagarelice e falas impensadas. O cristão deve saber ouvir, ele deve
estar sempre pronto para ouvir as pessoas. Além disso, o cristão também não
deve ser “pavio curto”, irritadiço, impaciente, intemperante. Ele deve ser
longânimo, uma qualidade do fruto do Espírito em sua vida (G1 5.22). Ademais,
diz ainda a Palavra de Deus: “Irai- vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre
a vossa ira” (Ef 4.26). Ou seja, devemos evitar o máximo possível a irritação
e, quando ela chegar, ela deve passar rápido. “Não se ponha o sol sobre a vossa
ira” significa que, no mesmo dia, essa irritação deve passar.
Tudo isso só é
possível, repito, na vida daquele que foi gerado pela Palavra da Verdade (Tg
1.18), isto é, na vida daquele que teve gerada em si uma nova natureza em
Cristo e que busca todos os dias fortalecer-se em Deus, alimentar sua nova
natureza, enchendo-se do Espírito Santo.
Alexandre
Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 102-103.
Tg 3.11-12 Essa
contradição na conduta é tão desnaturai quanto imoral. A palavra Porventura (v.
11, meti) espera um claro “não” como resposta. O sentido é: “Você certamente
não espera isso, espera?”. Ninguém que visita fontes salgadas, como as que
podem ser encontradas próximo ao Mar Morto, esperaria encontrar água salgada e
água doce vindo da mesma fonte. E se isso ocorresse, a água salgada estragaria
a doce; a má estragaria a boa.
O pomar e a vinha
ensinam a mesma verdade. “Conhece-se o fruto pela árvore”. Jesus lembrou aos
seus ouvintes que não se colhem “uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos”
(Mt 7.16). Tiago faz eco a essa verdade quando pergunta: pode também a figueira
produzir azeitonas ou a videira, figos? (v. 12).
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 176.
Tg 3. 12ª «...Acaso,
meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? O autor sagrado
toma uma outra ilustração da natureza, que mostra também a necessidade de
coerência. Cada árvore frutífera produz seu tipo específico de fruta, c
certamente não pode produzir, ora uma espécie, ora outra. Isso é impossível. E
apesar de que isso seria uma deleitável curiosidade, qualquer pessoa que
observasse o fenômeno, pensaria que é apenas uma perversão, algo em que a
natureza errar a profundamente. E isso se daria especialmente se a mesma árvore
produzisse, alternadamente, fruto comestível e fruto venenoso. Se esse fosse o
caso, a árvore seria considerada uma afronta ao processo da natureza, e não
apenas uma curiosidade. O homem, porquanto produz fruto bom e fruto venenoso,
também é uma afronta e uma perversidade da natureza.
·...figueira...
azeitonas... videira... Três frutos característicos da Palestina. Significados
supostamente mais profundos têm sido visto no uso desses frutos, como se
estivessem em foco lições morais e espirituais; mas não há que duvidar que tais
interpretações são meras curiosidades, que não podem ser tomadas a sério: A
figueira, símbolo de uma vida natural luxuosa, não pode produzir oliveiras, que
simboliza a vida espiritual. A videira. O símbolo da teocracia e do
cristianismo, afinal, não pode produzir figos, isto é, a felicidade externa, a
plenitude da vida natural dos judeus. Portanto, seu sentido seria o que segue:
Se alguém quer ser um judeu natural, não pode produzir os frutos dos filhos do
Espírito; mas, se por outro lado, quiser ser cristão, não poderá contemplar
ideais do judaísmo, sentando-se debaixo da figueira da prosperidade externa,
esperando desfrutar de seu fruto». (Lange,- in loc.). O autor sagrado não
estava apresentando qualquer simbolismo assim sutil, mas meramente ilustrava a
monstruosidade do homem que, sendo comparado a uma árvore frutífera, produzia, alternadamente,
fruto bom e fruto mau. Ariano, aluno de Epicteto, diz algo similar: Como
poderia medrar uma videira, não como videira, mas como oliveira; ou uma oliveira,
por outro lado, não como oliveira, mas como videira? Isso é impossível,
inconcebível». As árvores, tal como os homens, são conhecidas por seus frutos,
que mostram de que qualidades são eles. (Ver Mat. 7:20).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 58.
Tg 3.12 A metáfora da
figueira e da videira: plantas guardam fidelidade à sua espécie, somente nós
cristãos, de forma antinatural, muitas vezes não o fazemos – principalmente no
caso de nossas palavras. Novamente somos lembrados do que Jesus afirma no
Sermão do Monte: “Uma boa árvore produz bons frutos” (Mt 7.16). – Todavia
também acontece que uma árvore produza duas espécies de frutos. Em uma macieira
pode haver ao mesmo tempo uma variedade nobre, de bom paladar, ao lado maçãs
silvestres e não-comestíveis. Isso acontece em galhos que não foram
enobrecidos. A única solução é cortar os galhos orgulhosos e selvagens, e
enxertar ramos nobres. Do mesmo modo é preciso que em nós sejam cortados os
“galhos orgulhosos” e implantados os “galhos nobres”, a saber, o Espírito de
Deus. A Bíblia chama isso de arrependimento e renascimento. Deus visa
concretizar unidade na natureza e em nossa vida. É esse seu propósito, e ele é
capaz de fazê-lo.
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. Uma única fonte.
Tg 3.11,12 De uma
mesma fonte, não pode jorrar água doce e água amargosa. Embora qualidades
diferentes de água não possam fluir da mesma fonte, as palavras dos cristãos podem
ser muito incoerentes. Em um momento, podemos falar de uma maneira que honre a
Deus, e no momento seguinte, de uma maneira que dê a Satanás a força necessária
para operar. Podemos escolher como vamos agir. Se não decidirmos, daremos a
Satanás uma abertura para nos controlar. Devemos produzir o tipo de fruto em
vista do qual fomos criados e regenerados para produzir - o fruto da justiça
(veja Tg 3.18) -, da mesma maneira que se espera colher azeitonas de uma
oliveira. Somente um coração renovado pode produzir palavras puras. Se a origem
dos nossos pensamentos e atos é o amor de Deus em nossa vida, então não seremos
capazes de gerar aquele tipo de palavras negativas contra o qual Tiago está nos
advertindo.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 679.
Tg 3.12b ·...fonte de
água salgada pode dar água doce ...· O mar Morto, na Palestina, fica apenas
acerca de vinte e cinco quilômetros de Jerusalém. Naquela área há muitos poços
de sal, pantanais e fontes que contém água salgada em variegadas percentagens.
Há grande abundância de riachos salgados e fontes salobras naquela região, além
de fontes termais impregnadas de enxofre, que abundam no vale vulcânico do rio Jordão.
Portanto, se os
leitores originais da epistola eram naturais da Palestina,
haveriam de entender
perfeitamente a linguagem simbólica usada.
Haveriam de saber que
existem fontes de água potável e também de água salobra, mas que é impossível
que de um mesmo manancial jorrasse água boa e água salobra. Os mananciais de
água potável trazem vida; os demais mananciais nada produzem senão odores
asfixiantes. Somente o homem pode cultivar a prodigiosa monstruosidade de
produzir o que é bom e hígido, para em seguida produzir influências e poderes
malignos e mortíferos. Pelo menos no crente, que é alguém que está sendo transformado
para compartilhar da imagem de Cristo, isso não deveria ocorrer; o N.T. dá a entender
que isso, realmente, não sucederá jamais.
«Se a boca emitir
maldições, assim se fazendo uma fonte salobra, não pode, sob hipótese alguma,
emitir também o riacho potável do louvor e das boas obras; e ainda que pareça
fazê-lo, tudo deve ser hipocrisia e espetáculo». (Alford. in loc.). Toda a
bênção, de fato, é maculada pela língua que profere maldições; e até mesmo o Louvor
não fica bem na boca do pecador.
«De certa feita foi
apresentado em favor de um homem que fora criticado e condenado por motivo
insatisfatório, que ele era 'um bom homem, com exceção de seu mau gênio'.
‘Tudo, menos o seu mau gênio!' Foi a resposta em nada errada. 'Como se o mau
gênio não representasse nove décimos do erro religioso!' ‘Se alguém não tropeça
no falar é perfeito varão'».
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 58.
Tg 3.12b Na
Palestina, região árida e seca, quando se fala em fonte, fala-se de um lugar
muitíssimo precioso. A fonte é um lugar onde os sedentos, os cansados chegam e
encontram alento, vida, força, ânimo e coragem para prosseguirem a caminhada da
vida. A Bíblia fala de Agar perambulando no deserto com seu filho Ismael. A
água acabou, a sede implacável a dominou e o desespero tomou conta dela e do
seu filho. Sem esperança, sentou-se longe do seu filho para chorar, pois não
tinha coragem de vê-lo morrer na ânsia da sede implacável. Mas, do céu o anjo
de Deus lhe falou. Uma fonte começou a jorrar água perto de Ismael e a
esperança brotou em sua alma, a vida floresceu em seu peito e o futuro sorriu
para ela (Gn 21.15-21). Assim é uma palavra boa: traz alento em meio ao
cansaço; traz esperança em meio ao desespero; traz vida no portal da morte.
Que bênção você poder
usar sua língua como uma fonte de refrigério para as pessoas, para abençoá-las,
encorajá-las e consolá-las. Como é precioso trazer uma palavra boa, animadora e
restauradora para uma alma aflita. A principal marca do cristão maduro é ser
parecido com Jesus, o varão perfeito. Uma das principais características de
Jesus era que sempre que uma pessoa chegava aflita perto dele saía animada,
restaurada, com novo entusiasmo pela vida. Quando as pessoas chegam perto de
você, elas saem mais animadas e encantadas com avida? Elas saem cheias de entusiasmo,
dizendo que valeu a pena conversar com você? Você tem sido uma fonte de vida
para as pessoas? Sua família é abençoada pelas suas palavras? Seus colegas de
escola e de trabalho são encorajados corri a maneira de você falar?
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 68.
Tg 3.11 A imagem do
poço: de uma fonte (ou do poço ligado a ela) não jorra simultaneamente água
doce e água do mar. Mas em nós humanos essa estranha mistura ocorre
constantemente. Mesmo no caso de um poço ela é concebível, a saber, quando
estiver simultaneamente ligada a duas fontes. A circunstância de que de nossa
vida sempre brotam duas coisas distintas se explica pelo fato de que somos
abastecidos a partir de duas fontes diferentes: o Espírito de Deus e o espírito
deste mundo. Por isso importa suplicar: “Conserva meu coração vazio para ti”
(Michael Hahn). Igualmente é necessário que não corramos para lá e para cá, mas
que nossa comunhão com Jesus se torne sólida e constante (Jo 7.38; Cl 2.7;Hb
13.9).
Fritz
Grunzweig. Comentário Esperança Carta De
Tiago. Editora Evangélica Esperança.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário