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10° LIÇÃO 4 TRIMESTRE 2014 AS SETENTA SEMANAS

AS SETENTA SEMANAS
O capítulo nove de Daniel é um dos mais controvertidos e especulados da Bíblia. Quantas datas foram marcadas para a vinda de Jesus a partir desse capítulo? Quantas pessoas pensaram que o Anticristo foi o Hitler? Ou o Papa? Tudo a partir da leitura desse capítulo.

O que se tem no capítulo nove é a terceira visão dos mistérios proféticos a respeito do tempo do fim onde de forma direta e através do anjo Gabriel o profeta Daniel recebeu de Deus tais informações. Duas divisões naturais aparecem neste capítulo: a oração de Daniel (vv.3-19) e a resposta divina transmitida pelo anjo Gabriel (vv.20-27).
A respeito da oração de Daniel é importante que o professor considere algumas questões importantes:
1. A oração de Daniel foi motivada por uma reflexão acerca das profecias de Jeremias. O povo judeu passaria setenta anos cativo e desolado (v.2);
2. Enquanto empenhava-se por entender a mensagem do profeta Jeremias, Daniel humilhou-se na presença de Deus e jejuou (v.3);
3. Daniel suplica ao Senhor confessando o pecado do povo e colocando-se, juntamente com o povo cativo, responsável por aquele pecado (vv.4-14);
4. Suplicou também pela misericórdia divina lembrando esta mesma misericórdia quando o Senhor livrou o Seu povo do Egito e, igualmente, usou de justiça para castigar o pecado de Jerusalém (vv.15,16).
5. Por fim, Daniel pede a Deus para libertar a cidade santa, Jerusalém, e a nação cujo Deus é o Senhor (vv.17-19);
6. O anjo Gabriel responde a Daniel após o processo de busca por resposta divina. É interessante destacar que é a primeira vez que um anjo aparece se locomovendo no Antigo Testamento. Antes, outros anjos apenas apareciam.
O capítulo pelo qual estamos estudando revela a disposição e a motivação de Daniel em buscar os desígnios de Deus. Embora não seja, neste espaço, a nossa intenção criar uma espécie de receita de bolo para buscarmos a Deus, pois entendemos que as experiências espirituais são de caráter subjetivo, cada pessoa tem a sua experiência com o Pai, mas é impossível não observarmos algumas características que chama-nos atenção na atitude de Daniel: a sua sede de conhecer a vontade de Deus, a humildade; a sinceridade; a disposição em orar e jejuar. Que a atitude de Daniel estimule-nos a buscarmos a vontade de Deus para a nossa vida!
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 41.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo 9 é, indiscutivelmente, a profecia mais importante do livro de Daniel. Neste capítulo a profecia ganha um sentido histórico especial e ao mesmo tempo escatológico, tanto em relação a Israel, quanto em relação ao mundo. Diferentemente dos capítulos anteriores, esta revelação não se preocupa com os poderes mundiais, mas trata de uma revelação especial sobre o futuro de Israel que afeta, indiscutivelmente, todo o mundo. Nos capítulos anteriores, tais como os capítulos 2,4, 7 e 8, se percebe que Deus utilizou figuras diferentes do mundo mineral (metais), bem como, figuras do mundo animal para ilustrar os acontecimentos futuros do mundo. Na realidade, Deus usa elementos neutros como os metais (ouro, prata, cobre, ferro e barro), e elementos do mundo animal, para tratar de aspectos políticos, morais e espirituais. Todos esses capítulos tem uma relação especial com Israel que é o alvo da profecia. No capítulo 9, Deus revela a Daniel fatos futuros do povo de Israel utilizando número de semanas, dias e anos. Esses números ganham uma linguagem especial na sua interpretação em relação ao povo de Israel. Daniel, ao rever o livro do profeta Jeremias descobriu uma profecia literal que estava chegando ao seu cumprimento. O período de 70 anos predito para um tempo de escravidão e exílio do povo judeu em terras estrangeiras estava chegando ao fim. Porém, Deus toma esta circunstância histórica para revelar outra verdade futura acerca do seu povo. Seria outro período de 70 semanas de anos totalizando 490 anos literais, sob o qual Israel experimentaria a força da soberania de Deus sobre Israel que afetaria o mundo inteiro. Depois da visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8, quando Daniel visualiza espiritualmente o futuro com “um rei feroz de semblante” que prefigura numa perspectiva escatológica o futuro Anticristo, ou seja, “o homem do pecado”, Daniel enfraqueceu física e emocionalmente e lhe restou, tão somente, orar e buscar o socorro de Deus.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 127-128.
As setenta semanas de anos (cap. 9)
As duas principais profecias do livro de Daniel são as do capítulo 2 e do capítulo 9. A do capítulo 2, como já vimos, revela o futuro do mundo gentílico, terminando pelo reino dos dez dedos dos pés da grande estátua, quando a pedra (que representa Cristo na sua vinda para julgar) bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Três vezes está dito isto (2.34,40,44). Portanto, as nações ímpias não findarão pacificamente, mas de modo violento e catastrófico, como veremos à vinda de Jesus, com poder e grande glória. Vemos ainda que o reino final será o do Céu (2.44).
A segunda profecia mais importante do livro de Daniel é esta do capítulo 9, revelando o futuro da nação israelita, incluindo também o período da Igreja, se bem que parentético, como veremos durante o estudo. Podemos dizer que esta profecia é o futuro de Israel no plano de Deus.
Se não entendermos bem a profecia das Setenta Semanas, tampouco entenderemos o Sermão Profético de Mateus 24, e nem o livro de Apocalipse, uma vez que ela abrange esses dois. Quase todo o livro de Apocalipse (caps. 6 a 22) é apenas uma aplicação da profecia preditiva das Setenta Semanas de Daniel. Noutras palavras: Deus deu a Daniel um quadro geral dos eventos futuros relacionados com Israel; e a João, no Apocalipse, deu os detalhes desses eventos.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
Temos, nesse capítulo: I. A oração de Daniel pedindo a reintegração dos judeus que estavam no cativeiro, e na qual ele confessa o pecado, reconhece a presença da justiça de Deus nas calamidades, e implora as promessas divinas de misericórdia que o Senhor ainda havia reservado para eles (w. 1-19). II. A resposta recebida em seguida à sua oração e que foi transmitida por um anjo. Nesta,
1. Ele recebe garantias sobre a imediata libertação dos judeus do seu cativeiro (w. 20-23). 2. Ele é informado a respeito da redenção do mundo por Jesus Cristo (que o próprio Daniel estava tipificando), de como seria a natureza dessa redenção, e quando ela seria realizada (w. 24-27). E essa é a profecia mais clara e luminosa em todo o Antigo Testamento a respeito do Messias.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 879.
I - DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO
(Dn 9.3 19)
1.O tempo da profecia de Jeremias (vv. 1,2).
Daniel examina o tempo da profecia de Jeremias (9.1-4)
“No ano primeiro de Dario,filho deAssuero, da nação dos medos” (9.1). Em 539 a. C., Daniel já tinha mais de 80 anos de idade. Era um ancião respeitado por mais de 60 anos em reinos anteriores, mas ainda exercia atividades políticas sob o domínio de Dario. Dario era filho de Assue- ro, rei conhecido pelo nome que não pode ser confundido com o rei Assuero da história de Ester (Et 1.1). Entretanto, o rei Dario de Dn 5.31; 6.1 e 9.1 é a mesma pessoa, a quem Ciro da Pérsia o designou para ser o rei da Babilônia. E interessante notar que o rei Dario de 9.1 é o que veio a ser rei sobre o reino dos caldeus (Babilônia).
(9.2) Daniel entende que o número de anos da profecia de Jeremias havia chegado. Ele disse: “entendi pelos livros que o número de anos, de quefalou o Senhor ao profeta feremias”. Consultando a profecia, Daniel descobre o que Deus disse ao profeta Jeremias: “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei da Babilônia”(]v 25.11,12). Uma vez que a punição já havia acontecido contra a Babilônia, Daniel entendeu que o momento de cessarem as assolações de Jerusalém havia chegado. Ele descobre que a profecia que o tempo dos 70 anos de cativeiro estava chegando ao fim, “Setenta anos” era o tempo da indignação divina contra Jerusalém e as cidades de Judá conforme falou Zacarias 1.12, que disse: “Então o anjo do Senhor respondeu e disse: O Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” Outra profecia está descrita em 2 Cr 36.21 que diz: “para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram”. No texto de Daniel 9.2, o servo de Deus orou com todas as suas forças pedindo a Deus que cumprisse a promessa da sua graça sobre Israel, restaurando o seu reino e a sua cidade.
Daniel ora objetivamente a Deus: “e eu dirigi o meu rosto ao Senhor” (9.3). Daniel demonstrou que a oração precisa ter ousadia e temor de Deus no coração. Ele dirigiu seu rosto ao Senhor, isto é, ele não usou de subterfúgios para falar com Deus, mas expôs sua face para se apresentar ao Senhor. A oração foi o meio providencial para que se cumprisse o que já estava determinado por Deus (Is 42.24,25; 43.14,15; 48.9-ll;Jr 49.17-20; 50.4,5,20).
Daniel orou e intercedeu pelo seu povo. “E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei... ” (9.4-6). Daniel teve a humildade de confessar o pecado do seu povo incluindo ele mesmo. Ele não viu apenas a culpa da sua gente, mas a sua também. Ele usa a expressão: “pecamos cometemos iniquidade” (9.5). A despeito de ser homem íntegro, não foi presunçoso diante da justiça de Deus. mas colocou-se debaixo da mesma culpa pedindo perdão a Deus. Daniel teve uma atitude de intercessão que dominou seu coração diante de Deus. Essa atitude em favor do seu povo foi demonstrada com total humildade. Ele estava convencido da soberania de Deus e seu poder para manifestar o seu perdão, mas acima de tudo, para cumprir a sua palavra. Daniel sabia que não podia adiantar nem atrasar o cumprimento dos desígnios divinos para com Israel. Ele preferia colocar-se diante de Deus como alguém que sabia da incapacidade do seu povo para entender que a disciplina do Senhor estava se cumprindo, mas que havia algo futuro que ainda se cumpriria na história de Israel. Daniel depois de haver expressado seu reconhecimento da grandeza de Deus, se volta para si mesmo e para seu povo, se identificando com os pecados de Israel (Dn 9.5,6).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 128-129.
Dn 9.1 O assunto principal deste capítulo que, em suma, encerra uma série de 27 versículos, é a oração do profeta Daniel, para que Deus desse início ao regresso de seu povo. (Ver Salmo 126). Podemos dividir o presente capítulo da seguinte maneira: 1) A introdução (versículos 1 e 3). 2) A oração propriamente dita (versículos 4 a 19). 3) A resposta da oração: Deus enviando o anjo Gabriel (versículos 20 a 27). Então o capítulo é dividido em duas partes: 1) A introdução (versículos 20 a 23). 2) A resposta propriamente dita (versículos 24 a 27). Agora a consolidação: A grande profecia das “setenta semanas”. Os versículos 1 e 2 do presente capítulo, apontam no tempo esta oração: foi no primeiro ano do governo de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos. Não sabemos determinar se o “Assuero” do texto em foco é o mesmo que vem citado no livro de Ester 1.1. Alguns comentadores aceitam que o Assuero do texto é Xerxes, e o nome “Assuero” pode ser um “título real aque- mênida”. Seja como for, nós aceitamos o que fica depreendido dos textos divinos, o mais são especulações humanas.
Dn 9.2 “Era de setenta anos”. Daniel primeiro examina com cuidado as predições do profeta Jeremias sobre os “setenta anos de cativeiro” (Jr 25.11, 12). Setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21). Deus ordenou a Israel, no deserto, que trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete. (Ver Ex 20.9, 10; Lv 25.1-7). A guarda do sábado à risca foi observada por Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque apanhou lenha no sábado. (Ver Nm 15.32-36). A segunda ordem de Deus para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na terra prometida. (Ver Lv 25.2-4). Isto significa que todo o “tempo pertence a Deus”. Durante esse ano (de repouso), a terra não era lavrada, o fruto era livre, e a confiança do povo em Deus era provada. Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar instrução religiosa ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido por 70 vezes. Por isso, foram dados ao povo 70 anos de cativeiro. Deus, apenas, como sempre, só exigiu o dízimo dos 490 anos. (Ver 2 Cr 36.21). Daniel sabia que Deus é o “Justo Juiz” e só cobraria o “dízimo” dos anos, e pôs-se a orar confiantemente por um repatriamento. (Comp. SI 126).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 165-166.
O estudo desta profecia torna-se mais edificante e empolgante quando consideramos que estamos vivendo agora no “tempo do fim”, de que falou o profeta Daniel em 8.17,19; 10.14; 12.4.
1. O cenário histórico da profecia (9.1,2). "No primeiro ano de Dario" (v. 1). Isso teve então lugar após 5.31. Estava chegando o final dos setenta anos de cativeiro do povo judeu. "Eu, Daniel, entendi pelos livros" (v. 2). Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele estudava, e entre esses estavam os da Bíblia de então. Ele menciona aqui, no versículo 2, as profecias de Jeremias. Hoje podemos ter mais conhecimentos ainda, porque dispomos de livros das Escrituras como o de Apocalipse, que ele não tinha. A profecia de Jeremias, em apreço, diz: "Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia..." (Jr 25.11,12). Esse rei de que fala
a profecia já fora castigado. Daniel considerava então que já estava no tempo para terminarem as "assolações de Jerusalém", a qual continuava destruída.
2. A oração de Daniel (9.3-19). Daniel era homem de oração e jejum. Certamente temos aí uma das razões por que sempre permaneceu firme na fé, vivendo e trabalhando nas "alturas" palacianas. Davi deu o mesmo testemunho no Salmo 18.33. "E me firmou nas minhas alturas". Deus pode guardar o crente nas altas posições, sejam quais forem que venha a ocupar. Muitos crentes, ao subirem nesse sentido, infelizmente começam a "descer" espiritualmente. O caminho certo nesses casos é o da oração e da Palavra, como fez Daniel.
Uma coisa tocante nesta oração de Daniel (vv. 3-19) é o fato de ele confessar os pecados da sua nação como se fossem os seus, identificando-se, assim, com o seu povo. "Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos" (v. 5). Ele sabia conjugar os verbos bíblicos na primeira pessoa...
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
A Ocasião da Oração de Daniel (9.1-3)
Uma mudança no governo trouxe à mente de Daniel a convicção aguda de que alguma mudança providencial de grandes proporções estava para acontecer com o remanescente do seu povo no exílio. O reino dos caldeus tinha chegado ao fim com a queda da Babilônia (5.30-31). O govemo dos persas e seus aliados medos o tinha destituído. Se Dario, que foi constituído rei sobre o reino dos caldeus (1), era, na verdade, o parente idoso do persa Ciro, a situação política continuava instável. O equilíbrio do poder estava passando da Média para a Pérsia. Ciro, dentro de dois anos, assumiria a liderança civil e militar.
Mas Daniel estava acima do cenário secular. Ele entendeu pelos livros [...] que falou o Senhor (2). Daniel estava ciente de quão minuciosamente exato havia sido o cumprimento das advertências que Deus tinha dado ao seu povo. Ele tinha passado pelos dias angustiantes de calamidade descritos detalhadamente em Levítico 26.14-35. O castigo imposto por causa da negligência dos anos sabáticos estava ficando claro. A promessa de Deus de misericórdia e restauração baseadas na aliança que Ele havia feito com os pais (Lv 26.40-45), com a condição indispensável de arrependimento, continuava valendo. Deus estava aguardando a reação do povo. Então Daniel lembrou da referência profética alarmante de Jeremias em relação a uma série de ciclos sabáticos que culminava naqueles dias: “Porque assim diz o Senhor: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar” (Jr 29.10; cf. 29.11-13; 2 Cr 36.12). Ele sabia que o tempo estava próximo e sabia exatamente o que deveria fazer. Na profecia de Jeremias, Daniel descobriu o plano de Deus para a época em que vivia.
A seriedade da luta na oração de Daniel pode ser percebida na seguinte frase: E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza (3).
Aqui estava um homem empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Calvino observa que “quando Deus promete algo singular e valioso, devemos estar alertas e sentir essa expectativa como um estímulo aguçado”. Calvino então ressalta que o uso do pano de saco, da cinza e do jejum por Daniel, foi usado, não como obras meritórias para alcançar o favor de Deus, mas como auxílio para aumentar o ardor na oração. “Assim, observamos que Daniel fez o uso correto do jejum, não desejando agradar a Deus por meio dessa disciplina, mas em conferir-lhe mais seriedade em suas orações”.
Em Daniel 9.1-3, encontramos os “Fatores da Oração Eficaz”: 1) Um coração aberto para “a palavra do Senhor” (2a, NVI). 2) Uma convicção esmagadora de que o tempo de Deus é agora (2b). 3) A observância das disciplinas da oração insistente (3).
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 532-533.
2. A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20).
A preparação para a oração (Dn 9.3)
Daniel, em sua preparação para a oração, nos ensina quatro coisas importantes: em primeiro lugar, uma busca intensa. Ele voltou o rosto para o Senhor. Isso demonstra a intensidade de sua oração. Ele tinha vida de oração metódica e regular, mas agora esse homem se concentra em oração.
Em segundo lugar, um clamor fervoroso. Daniel ora e suplica. O decreto de Dario o leva a ser mais enfático em sua oração e clamor.
Em terceiro lugar, uma urgência inadiável. Daniel ora e jejua. Quem jejua tem pressa. Quem jejua não pode protelar. Daniel tem urgência em seu clamor. Faltam apenas mais dois anos para o cumprimento da profecia e ele não vê em seu povo o quebrantamento necessário. Ele sabe que a profecia passa pelo arrependimento do povo. Por isso, ora com tanta urgência.
Em quarto lugar, um quebrantamento profundo. Ele se humilha. Veste-se com pano de saco e cinza. Ele era um homem do palácio, mas despoja-se de sua posição.
Os atributos da oração (Dn 9.4-19)
A oração feita por Daniel contém os pontos mais importantes de uma oração. Ele começa adorando a Deus (Dn 9.4). Daniel se aproxima de Deus com santa reverência. Sua oração não era daquele tipo que chama Deus de paizinho, tão popular hoje, que descreve intimidade na verbalização, mas distância na comunhão. Daniel tinha intimidade com Deus, mas reconhecia a majestade e a grandeza de Deus diante de quem os serafins cobrem o rosto. Confiança filial não é inconsistente com profunda reverência. Daniel adora a Deus por causa de sua fidelidade ao pacto. Ele pode confiar em Deus por saber que Deus é fiel a Sua Palavra. Daniel adora a Deus também por causa de Sua misericórdia e prontidão em perdoar (Dn 9.4,9).
Daniel, depois de adorar a Deus, é tomado por profunda contrição, faz confissão de seus pecados e dos pecados do povo (Dn 9.5-15). Quais foram as características da sua confissão? Em primeiro lugar,
Daniel fez uma confissão coletiva (v. 7,8). Daniel compreendeu que ele, os líderes de seu povo e o povo pecaram contra Deus. Aqui não há justificativa nem transferência de culpa. Todos pecaram. Todos são culpados: os líderes e o povo. Deus falou, e eles não ouviram. Deus ordenou, e eles não obedeceram. Deus fez grandes maravilhas, e eles não agradeceram.
Em segundo lugar, Daniel faz uma confissão específica (v.5,6). Ele não faz confissões genéricas: Daniel usa vários termos para expressar o pecado do povo: pecado, iniqüidade, procedimento perverso, rebeldia, desvio dos mandamentos e juízos (v. 5), desobediência (v. 10), transgressão da lei (v. 11) e procedimento perverso (v. 15).
Em terceiro lugar, Daniel faz uma confissão sincera (v. 7,14). Daniel está corado de vergonha. Ele sabe que os males que vieram sobre o povo foram provocados pela desobediência e rebeldia do povo. O pecado traz opróbrio, vergonha, dor, humilhação e derrota. Daniel reconhece que as aflições do povo são por causa de seu pecado, e, por isso, Deus é justo em castigar seu povo (v. 11). Daniel entende que o mal veio sobre o povo por causa de seu pecado (v. 11-13). Deus já havia alertado o povo sobre esse perigo, Mas a despeito da maldição vir, do mal chegar, o povo ainda não havia se quebrantado.
O povo não tinha atendido nem mesmo à voz do chicote de Deus.
Em último lugar, Daniel, em sua confissão, reconhece a ingratidão do povo (v. 15). Deus tirara Israel do Egito com mão forte e poderosa. Realizara tantos milagres e providências em sua vida e o engrandecera aos olhos das nações. Mas Israel, em vez de agradar a Deus, rebelou-se contra Ele. Depois de confessar seus pecados e os pecados do povo, Daniel faz súplicas a Deus (Dn 9.16-19). Seus pedidos são específicos (v. 16-18): Daniel pediu por Jerusalém e pelo monte santo (v. 16). Pediu pelo templo assolado (v. 17) e pela cidade que é chamada pelo nome de Deus (v. 18). Seus pedidos são urgentes (v. 19). Daniel tem pressa.
Ele não pode esperar. Ele pede a Deus urgência na resposta.
Seus pedidos são importunos (v. 15-19). No versículo 15 ele diz: “Já fizeste grandes coisas por este povo, não o farás de novo? Não peço algo novo, mas o que já fizeste no passado”. No versículo 16 Daniel diz: “É a tua cidade. É o teu monte santo. Não deverias, portanto, fazer algo por eles? E o teu povo que está sendo desprezado”.
Ficará Deus impassível? No versículo 17 Daniel diz: “O teu santuário é o único lugar que escolheste para tua habitação. Deixarias tu este lugar desolado para sempre?”.
No versículo 18 Daniel diz: “E a cidade chamada pelo teu nome”. O apelo de Daniel não é para que Deus simplesmente liberte Seu povo, mas que o faça por amor de Seu nome. E a glória do nome de Deus que está em jogo. Não é simplesmente por causa do povo, ele não o merece. É por causa do nome de Deus! A desolação refletirá no caráter de Deus. As pessoas poderão questionar Seu poder e Sua bondade. Se Deus não agir, Seu nome será blasfemado. No versículo 19 a oração alcança seu ápice: “O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.
Quando foi a última vez que você orou assim? Esse é o tipo de oração que Deus ouve. Precisamos conhecer as promessas de Deus e orar por elas dessa forma. Quando um remanescente ora dessa forma a história é mudada.
Seus pedidos são cheios de clemência (v. 19). Daniel não pede justiça, mas misericórdia. Ele pede perdão. Ele não pede por amor ao povo, mas por amor a Deus. Seus pedidos são fundamentados na misericórdia (v.18). A oração verdadeira é sempre marcada por profunda humildade. Nossas orações devem ser fundamentadas não na justiça humana, mas na misericórdia divina. Não nos méritos do homem, mas no nome de Jesus.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 112-115.
Dn 9.3 Daniel, como já ficou demonstrado, sabia que Deus só exigia o que é seu e, numa confiança inaudita na grande misericórdia dele, e numa inteireza de fé, pediu a Deus que virasse o cativeiro do seu povo "... como as correntes do sul”. (Ver SI 126.4). O ardente desejo deste servo fiel era ver seu povo perdoado, e a cidade de Jerusalém, mormente o templo do Senhor, reedificados. Ele permaneceu em oração “velando nela com ação de graças”. (Ver Cl 4.2). Até as três horas da tarde (a hora do sacrifício da tarde), Daniel permaneceu em oração, exemplificando o centurião Cornélio (At 10.30). Então chegou Gabriel, um embaixador da corte celestial. A oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No seu aposento de janelas abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado orando três vezes por dia. (Ver 6.10). Há uma promessa para aqueles que, em tempo de angústia, buscam a Deus virados para o santo templo. (Ver 1 Rs 46-49). Davi orava a Deus três vezes no dia e, por essa razão, era bem sucedido (SI 55.15). - Quantas vezes o leitor ora por dia? Dn 9.4 "... e confessei, e disse”. O texto em foco mostra Daniel assumindo a posição de sacerdote (ainda que não o fosse) e fazendo confissão. A confissão é a expressão pública da fé. Enquanto o testemunho se dirige aos homens, a confissão dirige-se a Deus, num movimento espontâneo de gratidão e louvor. No Novo Testamento, a “confissão” possui três significados especiais: 1) Louvar ou celebrar. 2) Proclamar o Senhor e sua libertação. 3) Reconhecer as próprias culpas. Nessa parte da Bíblia, a palavra traduzida por “confessar” significa, inicialmente, “entrar em conciliação, concordar sobre uma base comum”. Daniel, o grande servo de Deus, não se sentia culpado, mas, mesmo assim, não se dava por justificado. (Ver Rm 8.33). Ainda no N.T., a confissão acompanha o ministério do Senhor Jesus Cristo (Lc 5.8; 19.8), e está em parábolas por Ele proferidas. (Veja Lucas 15). Acompanha também o ministério apostólico. (Ver Jo 20.23; At 19.18). Faz também parte das recomendações apostólicas (1 Jo 1.9; Tg 5.16).
Dn 9.5 “Pecamos, e cometemos iniqüidade”. Daniel demonstra sua grande humildade diante de Deus, em confessar o pecado de seu povo, mas se coloca também numa posição de culpa, como se fosse um pecador: Ele se apresenta como se fosse um anátema diante da situação. Paulo desejou também ser até separado de Cristo por amor a Israel. (Ver 1 Rm 9.3). Moisés desejava ser riscado do livro da vida se porventura Deus não perdoasse o seu povo (Ex 32.33). Daniel, como já ficou explícito em outras notas expositivas, sabia que, segundo as Escrituras, o pecado “cortava” quaisquer laços de comunhão entre o homem e Deus, como declara o profeta Isaías (Is 59.2). Em relação a Jesus, Ele disse aos judeus de seus dias: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). Jesus retrata a vida humana ideal, de comunhão com Deus, em todo o Novo Testamento. O pecado é a falta dessa comunhão. Jesus também localiza a fonte do pecado no íntimo dos homens. O pensamento de Jesus, em cada elemento de seus ensinos, aprofunda muito o senso de culpa. Daniel, sendo possuidor do mesmo Espírito de Deus, aprofunda-se também nele o senso da culpa do seu povo e pede a Deus remissão.
Dn 9.6 "... não demos ouvidos aos teus servos, os profetas”. A presente passagem nos lembra as recomendações do Senhor Jesus em seus ensinamentos doutrinários, tanto nos Evangelhos como no Apocalipse. Esta recomendação para “ouvir” a Palavra de Deus, da parte de Cristo, é feita em solene aviso, nos evangelhos. (Ver Mt 13.9,43; Mc 4.23). No texto de Ap 3.6, a recomendação é feita a “todas as igrejas”, e se repete nos caps. 2 e 3 por sete vezes. Os ouvidos de um homem são sua sensibilidade espiritual, e o seu “ouvir” e o uso de meios espirituais que produzem mudanças em seu íntimo, conforme se vê exigido nas advertências e promessas anteriores. Daniel nos informa que o castigo caído sobre a nação israelita era resultado do “não ouvir” a Palavra de Deus enviada pelos profetas do Senhor. Um dos mais solenes estudos da Bíblia inteira é aquele concernente ao “ouvido que ouve”.
Dn 9.8 “Porque pecamos contra tf. O velho profeta em sua oração intercessora continua pedindo a Deus a expurgação do pecado, tanto praticado no presente como no passado. Daniel conhecia muito bem os males que o grande tirano (o pecado), tinha causado ao seu povo. Há o pecado congênito, herdado de Adão. Há ainda o pecado praticado; este é transgressão (Ver 1 Jo 1.9). O primeiro vem no singular, o segundo no plural. Quanto à prática do pecado, há duas espécies de pecado: a primeira por comissão. (Ver Tg 1.15). A segunda por omissão. (Ver Tg 4.17). Há pessoas que se exercitam conscientemente na prática do pecado, e, por conseguinte, são os obreiros da iniqüidade (SI 14.4). Ainda no que diz respeito aos aspectos maus do pecado, podemos analisar a posição do crente em relação ao pecado. 1) Somos salvos do pecado, mas não de sua presença que tão de “perto nos rodeia” (Hb 12.1). 2) Na mudança e transladação dos santos, que se chama “a redenção do corpo”, seremos para sempre salvos da presença do pecado. (Ver Rm 8.23; 1 Co 15.52, 53).
Dn 9.9 “...a misericórdia e o perdão”. Essa é uma das mais conhecidas palavras da Bíblia. Isto é, a palavra “perdão”. Toda uma série de expressões, no Antigo e no Novo Testamento designam o ato de perdão e permitem definir sua natureza. A expressão mais correta é “remir”, “abandonar” (uma transgressão), em comparação com a remissão de uma dívida (SI 32.1; Mt 9.2; Lc 7.48). Há as expressões “não imputar” (Nm 12.11; SI 32.2; Rm 4.8), “cobrir”, como algo que mais não se quer ver. (Ver SI 85.3; Rm 4.7). Paulo diz que o perdão humano está baseado no perdão divino: “antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Em Mt 26.28, essa palavra é também traduzida por “remissão”; ela significa “mandar embora”. No Novo Testamento há diversos pontos notáveis. Um deles é que o pecador perdoado deve também perdoar aos outros. Isso é manifestado em Lc 6.37, na oração do Pai Nosso, e noutras passagens paralelas. No texto em foco, porém, Daniel pede a Deus, um perdão de cunho nacional, isto é, um perdão extensivo à nação como um todo.
Dn 9.10 "... não obedecemos à voz do Senho/’. São muitas as passagens correlatas da Bíblia, quanto ao assunto da desobediência. 1) Por um lado, esta revolta dos homens não desconcerta a Deus: os desobedientes não escapam do seu controle. Deus leva a sério a desobediência deles: Deus não os abandona a si mesmos: Ele endurece o homem desobediente (Êx 7.3; Jo 12.40). Ele o entrega ao pecado (Rm 1.24). Porém, muito mais: Deus usa a desobediência do homem, a qual, em lugar de contrariar a salvação divina, colabora com ela tornando-a “gratuita”. 2) Por outro lado, Deus prepara o caminho para a vida de uma humanidade nova, obediente. Ele escolheu Abraão, elegeu Israel, deu sua lei, e, assim, a “queda” se torna em “elevação” (Comp. Rmcap. 11).
Dn 9.11 “Por isso a maldição”. A maldição é uma palavra pela qual Deus faz cair a desgraça e a morte sobre o homem ou sobre as coisas, por causa do pecado. A serpente foi alvo de maldição (Gn 3.14), e até o solo (Gn 3.17 e 5.29), e também Caim, o fratricida (Gn 4.11): todos esses são malditos. Na boca de um homem a maldição atrai o julgamento de Deus para o inimigo (Nm 22.6; 23.8; 2 Rs 2.24; Lm 3.65). A cidade de Jericó foi também alvo de maldição por parte de Josué (Js 6.26), caindo muito depois sobre Hiel, o betelita, e fazendo morrer seus dois filhos (1 Rs 16.34). Há também aquela dirigida contra o próprio Deus. (Ver Lv 24.11,15; Jó 2.9). Ela é o pecado por excelência e conduz à morte: aquele que maldiz a Deus se exclui da aliança e da vida. O mesmo acontece com aquele que maldiz seus pais, pois é por intermédio deles que Deus lhe deu a vida (Êx 21.17; Pv 20.20; 30.11), ou com aquele que maldiz o rei, representante terrestre do rei divino. Morrerá sem misericórdia (1 Rs 21.13, etc). No texto em foco, Daniel nos diz que a maldição veio a seu povo por causa da desobediência contra Deus. O homem, por esta razão, foi privado da bênção.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 166-171.
Oração de Confissão de Daniel (9.4-14)
Quando Daniel se engajou nesse ministério da intercessão ele fez o que cada verdadeiro intercessor deveria fazer. Ele identificou-se com aqueles por quem estava intercedendo. Os pecados do seu povo eram os seus pecados. A aflição deles era a sua aflição. O castigo deles era o seu castigo, plenamente merecido. Ele não se colocou acima do seu povo, julgando-o de uma posição exaltada. E verdade que Daniel pessoalmente não era um rebelde idólatra contra Deus. Mas ele escolheu descer ao vale da humilhação onde estava seu povo errante e tomou a culpa e vergonha deles sobre si. Isso ilustra de forma vívida o estado do nosso Senhor ao levar sobre si os pecados de um mundo perdido! Quão claramente isso sugere a todos que entram na comunhão do seu sofrimento que devemos de uma maneira real identificar-nos com o pecador que apresentamos diante do trono da graça!
Ao aproximar-se de Deus, Daniel teve uma clara visão da natureza do caráter de Deus, cuja face buscava. Deus era pessoal e acessível, porque Daniel se dirigiu a Ele como meu Deus (4). Ele também era soberano e santo, Deus grande e tremendo. Deus era fiel, que guarda o concerto e a misericórdia para com os que o amam.
A confissão de Daniel era mais do que generalizações e chavões. Ele foi específico ao abrir os horrores do pecado do seu povo. Existe um significado profundo nos quatro termos hebraicos que Daniel usa para descrever o mal de Israel. Pecamos (5; chata) significa dar um passo em falso ou afastar-se do que é justo. Cometemos iniqüidade (’awah) se aprofunda nos motivos; iniqüidade implica em ser perverso. Procedemos impiamente (rasha’) significa proceder mal em rebelião contra Deus. Fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos, serve para reforçar esse terceiro termo. Confusão do rosto (7 e 8) significa vergonha ou ignomínia.
O pecado de Israel era muito mais sério do que algum tipo de erro superficial. Era uma maldade profundamente enraizada que controlava as ações de maneira perversa. Essa maldade tinha fechado os ouvidos e cegado os olhos e endurecido os corações do rei e do povo de tal forma que os esforços de Deus para influenciá-los por meio dos seus servos, os profetas, foram em vão. Deus é justo e santo. Os homens são maus e corruptos. Deus é misericordioso e gracioso. O povo é rebelde e teimoso. Os julgamentos de Deus são justos. A adversidade de Israel é merecida; ela é simplesmente o cumprimento exato do juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de Deus (11). A maldade do homem serve para ressaltar a justiça de Deus.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 533-534.
3. Daniel reconheceu a justiça de Deus (vv.7,16).
“A ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7). Esta é uma declaração teológica que dá sustentação à nossa fé. Em relação aos homens, toda
justiça é relativa, porque nossas justiças são como trapos de imundícia. Porém, em relação à natureza divina, a justiça de Deus faz parte da sua essência, isto é, a justiça “é a maneira ou modo pela qual sua essência é expressa para com o mundo”. A santidade é sua essência, por isso, a justiça é a retidão da natureza divina que o revela como um Deus justo. Deus sendo Deus, ele é o que ele é, e não precisa ser nem se esforçar. Quando Daniel confessa e declara que a “justiça pertence a Deus”está, de fato, proclamando a perfeição dessas qualidades morais como intrínsecas a Deus. No caso da oração de confissão de Daniel sobre o seu povo, mesmo que não pudesse entender totalmente a manifestação da justiça de Deus contra sua gente permitindo sua humilhação e extradição, Daniel sabia que a justiça de Deus é perfeita. Ele mesmo diz: “A ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7).
“mas a nós, a confusão de rosto” (9.7). Ora, o que isto quer significar? “Confusão de rosto” significa “corar de vergonha”, ficar com a cara vermelha de vergonha. Por quê? Por causa dos pecados enumerados por Daniel e que estavam na sua memória, tanto para as tribos do norte como as tribos do sul. Todo o Israel, por causa dos seus pecados foi deportado para fora de sua terra. Porque “a confusão de rosto”? Na oração, Daniel é específico e diz: “Porque pecados contra Ti” (9.8). O pecado de Israel em toda a sua dimensão de prevaricação, desobediência, impiedade, e toda sorte de pecados que afastou Israel dos mandamentos divinos, provocou a manifestação da justiça de Deus.
“A solução para o pecado”. “Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão”(9.9,10). Esta declaração enfática do profeta revela que a justiça de Deus manifesta-se em ações de misericórdia e perdão. Jeremias contribui com este conceito, quando diz: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim”(Lm 3.22). Subtende-se por estes versículos que Israel não tinha nada que pudesse evitar a punição divina, senão a misericórdia e o perdão, que são manifestações do caráter de Deus. Não há nada que justifique Israel dos seus pecados e Daniel sabia disso. Então, apelou ao caráter de Deus para perdoar e restaurar o seu povo.
(9.11-14) “Daniel reconhece a soberania de Deus sobre todas as coisas. No versículo 7, Daniel vê a Deus como Deus justo em sua natureza divina, e no versículo 9, ele o vê como alguém que sabe perdoar e usar de misericórdia. Nos versículos 10-14, Daniel mostra os pecados do seu povo e declara que a maldição por isso, trouxe o exílio, a opressão, a perda de sua terra, a exploração estrangeira e, permitindo tudo isso, Deus estava ensinando Israel a manter a sua fidelidade para com Ele.
(9.15-19) Daniel intercede pelo seu povo e relembra a libertação milagrosa do Egito (v. 15).No versículo 16, ele ora e intercede pela sua cidade de Jerusalém que ficou sob o domínio dos inimigos estrangeiros. No versículo 17, Daniel ora pela restauração do Templo de Jerusalém, que foi destruído por Nabucodonosor no ano 586 a. C. Esses versículos revelam a oração de Daniel que se apresenta diante de Deus sem apelar para própria justiça, mas amparado nas “muitas misericórdias” de Deus. No versículo 19, Daniel pede a Deus “que não tarde em responder” a sua oração. Esse pedido é típico do homem em relação a Deus. Sempre temos pressa em nossa angústia e desejamos respostas imediatas. Mas Deus não tarda nem se atrasa em suas respostas. Ele é Deus Soberano e absoluto sobre todas as coisas.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 129-131.
Dn 9.7 "... prevaricaram contra ti’. Numerosas são as palavras com a significação de pecado, na Bíblia. Se bem que o Antigo Testamento as empregue facilmente umas pelas outras. (Ver Dt 19.15: a iniqüidade, a falta, o pecado.) E interessante retomar aos seus significados primários, que nos revelam a essência bíblica de pecado. Os sábios traduziram a palavra “hamartia” por pecado, no idioma português, que toma o sentido: 1) Tortuosidade (sentido próprio). 2) Errar o alvo (sentido religioso). Na Bíblia são numerosos os “pecadores”, cujas ações são definidas como desvio. Outra palavra corrente para o pecado vem de uma raiz que significa algo que é “torto” ou “curvo”. No sentido nacional, é a do presente texto: a nação inteira é tomada como um todo, na prática do pecado, como por exemplo: “Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto...” (Js 7.11). Mas havia também a prática, mesmo em Israel, no sentido individual, como por exemplo: “sacerdote... príncipe... congregação... qualquer outra pessoa...” (Ver Lv capítulo 4). Daniel, em sua oração a Deus, inclui a nação como um todo.
Dn 9.16 O presente versículo mostra como Daniel se sentia humilhado, aos olhos de todas as nações, porque o cativeiro de Judá e a não-existência do santuário de Jerusalém eram interpretados pelas nações como significando que o Deus de Judá ou Israel não tinha poder, que tudo era uma ilusão. Assim sendo, o fato de o nome de Deus ter sido desonrado pelas medidas disciplinares que o povo o forçou a tomar, exige, do apelo vindicado por Daniel, que Deus tome uma providência urgente a favor do seu povo. O templo do Senhor e a cidade de Jerusalém, tudo estando em grandes ruínas, era considerado por todo o judeu como “um opróbrio”. (Ver Ne 1). Daniel estava consciente de tudo isso e pediu a Deus que, através da sua justiça e retidão, tirasse de seus servos esse opróbrio. Quando o povo de Deus em qualquer tempo ou lugar fracassa, os inimigos zombam! Pois o pecado é o “opróbrio” das nações, e, se uma “nação santa” como é chamada a Igreja na simbologia profética, pecar, traz sobre si esse “opróbrio” sombrio da zombaria. (Comp. 2 Sm 12.14 e ss.).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 168-169; 173-174.
Temos, nesse capítulo: I. A oração de Daniel pedindo a reintegração dos judeus que estavam no cativeiro, e na qual ele confessa o pecado, reconhece a presença da justiça de Deus nas calamidades, e implora as promessas divinas de misericórdia que o Senhor ainda havia reservado para eles (w. 1-19). II. A resposta recebida em seguida à sua oração e que foi transmitida por um anjo. Nesta, 1. Ele recebe garantias sobre a imediata libertação dos judeus do seu cativeiro (w. 20-23). 2. Ele é informado a respeito da redenção do mundo por Jesus Cristo (que o próprio Daniel estava tipificando), de como seria a natureza dessa redenção, e quando ela seria realizada (w. 24-27). E essa é a profecia mais clara e luminosa em todo o Antigo Testamento a respeito do Messias.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 879.
II - DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO
(Dn 9.24-27)
1. As setenta semanas (v.24).
“setenta semanas estão determinadas...” (9.24). A profecia ganha um sentido especial, porque depois que Daniel descobriu que o profeta Jeremias, seu contemporâneo, havia profetizado que o exílio de Israel duraria setenta anos, ele entendeu que esse número tinha um significado especial (Jr 25.11-13; 19.10). Não se tratava de um tempo aleatório, mas, de fato, significava um tempo especial de anos que envolveria o seu povo Israel. O número setenta, então, ganha um sentido escatológico, para significar, na linguagem bíblica, cada dia da semana significando um ano, e assim, cada semana pode referir-se a um período de sete anos. Portanto, as setenta semanas compreendem, a 70 x 7 = 490 anos. A contagem dessas setenta semanas teria o seu início a partir do decreto de Artaxerxes (445 a.C.). No versículo 24 está escrito que estas semanas “estão determinadas” por Deus.
A profecia divide as “setenta semanas” em três períodos distintos. O primeiro período de “sete semanas”, é equivalente a 49 anos, ou seja, sete períodos de sete anos. O segundo período seria de sessenta e duas semanas. Subtende-se que se trata de 62 x 7= 434 anos. Essas sessenta e duas semanas, somadas às sete primeiras semanas, chegariam ao tempo da restauração de Jerusalém até a vinda do Messias. O terceiro período implica em “uma semana”, ou seja, sete anos, quando haverá uma invasão do Anticristo e se iniciará um tempo de tribulação para Israel. E o período denominado como “o da grande tribulação”(9.27).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 132-133.
Dn 9.24 “Setenta semanas...” Entre os hebreus, em lugar da palavra “semana” usava-se a palavra “shabua”. Em hebraico “shabua” significa, literalmente, um “sete”. Pode ter o sentido de um “sete” de dias como também um “sete” de anos. Precisamente nesta profecia tem o sentido profético de anos e não de dias. (Ver Nm 14.34 e Ez 4.6). Assim sendo, estas “setenta semanas” são setenta “grupos de sete anos”, ou seja, 490 anos. A grande profecia das setenta semanas, visava, não somente ao “povo” mas também à restauração da cidade que se encontrava em grande ruína. (Ver Ne 1.3). Seis acontecimentos marcantes deviam acontecer no decorrer das setenta semanas escatoló- gicas: 1) Extinguir a transgressão, em grego é “anomia”, e significa “violação da lei, desordem, anarquia; declínio para a margem esquerda ou direita da linha da santidade”; tudo isso Israel tinha praticado em grau supremo e, segundo o anjo intérprete, esta “transgressão” na vida da nação israelita não podia ultrapassar a “septuagésima semana”. 2) Dar fim aos pecados. O termo “pecado”, no grego, é “hamartia”, significa “tortuosidade” no sentido próprio, e “errar o alvo” no sentido religioso. Segundo o anjo, o pecado tinha de ser "tirado” da vida da nação, antes da introdução do reino milenar de Cristo. (Ver Rm 11.26). 3) Expiar a iniqüidade. O termo “iniqüidade” tem sentido lato, tanto no Antigo como no Novo Testamento, como por exemplo: “rãshã”, “ponêros”, “athesmos”, etc. Isso significa “desobediência, insubordinação”. Essa iniqüidade na vida de Israel seria “expiada”, de acordo com o texto em foco, dentro dos limites das setenta semanas. Isso porém, não aconteceu por desobediência de Israel, de não aceitar Jesus como seu Messias. (Ver Jo 1.11). 4) Trazer a justiça eterna. A “justiça eterna” do presente texto é a “Justiça de Cristo”, que ele ganhou na cruz. A promessa para Israel é que, antes do reino milenar Cristo será introduzido no mundo com essa “justiça”, e a nação inteira desfrutará dela em plenitude. 5) Selar a visão e a profecia. A “profecia” do texto em foco, sem dúvida, é a das setenta semanas; ela precisava ser selada com seu cumprimento. Isso terá seu cumprimento em plenitude, quando Deus “restaurar o reino a Israel”. (Ver At 1.6). 6) Ungir o Santo dos santos. Em algum sentido, todos os templos, isto é, o de Salomão; o de Esdras; o de Herodes, e o que será usado pelos judeus descrentes sob a aliança com o Anticristo (Dn 9.27; Mt 24.15; 2 Ts 2.4), e o templo escatológico de Eze- quiel (Ez caps. 40 a 48), todos são tratados como uma só casa: a “casa de Deus”. Assim, Cristo purificou o “templo dos seus dias”, embora construído (ou reconstruído) por um usurpador idumeu (Herodes) para agradar aos judeus. A nova promessa, segundo o anjo, é de que este “santuário” onde ficava o “Santo dos santos”, será “ungido” por Cristo antes que as setenta semanas expirem. Todas essas “seis coisas” terão seu cumprimento pleno com o retorno de Cristo a este mundo com poder e grande glória, isto é, sete anos após o arrebatamento da igreja deste mundo. (Ver Ap 1.7).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 178-179.
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo..." (9.24). Circunstâncias e observações sobre a profecia das setenta semanas:
a. Findaram-se os 70 anos e não ocorria o repatriamento dos judeus. (Ler Daniel 9.2; Jeremias 25.11,12; 29.10.)
b. Por que 70 anos de cativeiro e nem mais nem menos? Tratava-se de disciplina de Israel por quebra deliberada dos preceitos divinos exarados em Levítico 25.3-5; 26.14, 33-35; 2 Crônicas 36.21. O cativeiro de Judá foi, em grande parte, fruto da desobediência dos judeus quanto às palavras do Senhor, acima exaradas. Vemos na passagem de Levítico que Deus determinou a observância de um ano sabático, ou de descanso, quando a terra descansava. Isso devia ser observado cada 7 anos. Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia de Israel ao seu cativeiro, eles não cumpriram o preceito do Senhor. Resultado: Deus mesmo fez a terra repousar, mantendo seus maus "inquilinos" fora por 70 anos. Ora, 70 anos é o total de anos sabáticos ocorridos no espaço de 490 anos.
Deus lida muito bem com pessoas e nações que quebram as suas leis, mesmo as civis, como esta que acabamos de mencionar.
c. As setenta semanas da profecia em foco (9.24-27) são semanas de anos; não de dias. Eis o porquê disso:
1) O original não diz "semana", e sim "setes" ("setenta setes"). Quando se trata de semana de dias, como em Daniel 10.2,3, é acrescentado, em hebraico, a palavra para dias: "yamin".
2) É bíblica a expressão "semana de anos". (Ler Levítico 25.8; Números 14.34; Ezequiel 4.7.) Aplicação prática de uma "semana de anos" (Gn 29.20,27).
3) Os seis ditosos eventos preditos, a respeito de Israel, em 9.24, ainda não se cumpriram.
4) Em 9.27, por ocasião da última das setenta semanas, a Bíblia diz: "E ele fará firme aliança com muitos por uma semana". É algo ridículo um pacto entre nações por uma semana de dias, quando somente o protocolo e as celebrações muitas vezes tomam mais de uma semana...
d) A autenticidade desta profecia (9.24-27) foi atestada por Jesus, em Mateus 24.15, onde ele também mostra que a última das setenta semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali citado por Jesus ainda não ocorreu depois que Ele proferiu aquelas palavras.
5. A divisão das 70 semanas em três grupos. A leitura da passagem (w. 24-27) mostra que as semanas estão divididas em três grupos. Sendo semanas de anos, totalizam 490 anos. Os três grupos são: um de 7 semanas, um de 62, e um de uma.
Comparando-se Apocalipse 12.6 com 13.5 vê-se que o ano bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias dá 42 meses de 30 dias. Também em Gênesis 7.11 e 8.4 temos a expressão "cinco meses", e, em 7.24 e 8.3, do mesmo livro, vemos que esses cinco meses equivalem a 150 dias, ou seja, 5 meses de 30 dias, o que significa anos de 360 dias na Bíblia. O calendário religioso de Israel era lunar. A lua nova marcava o início dos meses, sendo essa uma ocasião festiva. Esse ano era de 354 dias, mas nos fatos gerais e nas profecias era arredondado para 360 dias. O calendário solar é posterior, e é relacionado com as estações do ano.
a. O 1º grupo de semanas - 7 semanas ou 49 anos (v. 25). Esse período começaria com a expedição do decreto de reconstrução de Jerusalém, o qual foi baixado em 445 a.C. por Artaxerxes Longímano, de acordo com as maiores autoridades no assunto. O capítulo 2 de Neemias descreve a ocasião desse decreto; Neemias foi comissionado pelo rei para dar cumprimento a esse ato. De acordo com a profecia em estudo, no fim dos 49 anos a cidade de Jerusalém estaria reconstruída (ano 397 a.C.)
Houve dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém, que muitos estudiosos da Bíblia confundem. Um em 457 a.C., de embelezamento do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras (Ed cap 7). O outro foi o da reconstrução dos muros e, portanto, da cidade, a cargo de Neemias. É deste que estamos tratando - foi baixado o ato em 445 a.C. A partir daí, começaria a contagem das setenta semanas proféticas.
b. O 2º grupo de semanas - 62 semanas ou 434 anos (vv. 25,26). Nesse período surge o Messias e é morto. A cidade de Jerusalém é destruída e há guerras até o fim. Os 434 anos vão de 397 a.C. até os dias da morte de Cristo. Logo depois ocorreu a destruição de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C. Conforme o versículo 26, após a morte de Jesus seguiu-se a destruição de Jerusalém. Assim, de acordo com a profecia (v. 26), o Messias morreria antes da destruição da cidade, o que de fato ocorreu.
Um retrospecto histórico do nosso calendário. O nosso calendário, isto é, o que está em uso entre nós, foi primeiramente organizado por Rômulo, tido como o primeiro rei de Roma. Tinha dez meses. Numa Pompílio - outro rei de Roma - acrescentou-lhe dois meses. Júlio César reformou-o posteriormente. Em 526 d.C. Dionísio elaborou novo calendário, mas enganou-se nos cálculos, resultando num erro de atraso de quase 5 anos. O ano 33 do atual calendário corresponde ao 29 do calendário correto, mas inexistente. (O limitado escopo deste livro não permite um tratamento minucioso deste ponto, mas o estudante que ignorar isso ver-se-á em complicações quando quiser situar a revelação divina no tempo, quando lidar com os tempos do Novo Testamento.)
c. O 3º grupo de semanas - o de uma semana, isto é, 7 anos (v.27). Esta semana é futura. Para ver isso é bastante comparar o versículo 27 com as palavras de Jesus em Mateus 24.15, que ainda não se cumpriram. Esta última semana não começará enquanto Israel estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser visto no versículo 26. No começo deste século, Israel iniciou a volta à Palestina e continua o retorno enquanto escrevemos estas linhas (março/1983).
Há um intervalo de tempo entre 69º e a 70º semanas, indicado no versículo 26, pela expressão "e até o fim". Neste intervalo (que já vai para 2.000 anos), enquanto Israel é rejeitado (ver Lucas 13.34,35), a Igreja é formada e arrebatada para o Céu. Realmente, à luz de Daniel 9.24, a profecia das Setenta Semanas nada tem com a Igreja, a não ser indiretamente, como já mostramos, no caso do intervalo: "e até o fim".
Após o arrebatamento da Igreja terá início então a 70º semana - os sete anos em que ocorrerá a Grande Tribulação, a qual é descrita em detalhes em Apocalipse, capítulos 6 a 18. É assombrosa a precisão da profecia bíblica!
6. Análise resumida das Setenta Semanas. Essas semanas tratam das provações e sofrimentos pelos quais Israel terá de passar antes que o seu Libertador apareça, para que, como diz o final do versículo 24 da profecia em estudo, os pecados de Israel tenham fim, e para trazer a justiça eterna. Estas "semanas" não se referem à Igreja, mas a Israel. "Sobre o teu povo [o povo de Daniel], e sobre a tua santa cidade" (a cidade de Jerusalém - v. 24).
a. "Setenta semanas estão determinadas". Terão seu fiel cumprimento, pois estão determinadas por Deus.
b. As seis coisas preditas, que estão para acontecer durante as setenta semanas (ou 490 anos) a Israel: 1) "fazer cessar a transgressão": o tipo de transgressão do seu povo, que Daniel acabara de confessar em oração. 2) "dar fim aos pecados". O sentido original é de reter, deter, restringir. O mesmo vocábulo original é traduzido "tornar inativo" em Jó 37.7. 3) "expiar a iniquidade". A obra realizada por Cristo no Calvário operará então em favor de Israel. 4) "trazer a justiça eterna". Isto terá lugar em Israel pela transformação interior, conforme o que está escrito em Jeremias 31.33,34. 5) "selar a visão e a profecia". Quando o povo andar em retidão, abandonando as suas transgressões, a visão e a profecia podem ser seladas. (Ver Jeremias 31.34.) 6) "ungir o Santo dos santos". Certamente isto tem a ver com a purificação do templo de Jerusalém que foi profanado pela "abominação desoladora" mencionada em Daniel 11.31 e à qual se referiu Jesus em Mateus 24.15.
c. Estas seis coisas, para terem lugar, necessário se faz que Cristo venha e que Israel seja restaurado e convertido.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
A revelação das setenta semanas (9.24-27). De modo estranho, a mensagem de explicação que Gabriel trouxe a Daniel parece não se restringir ao assunto imediato da oração do profeta. Ele havia refletido acerca da profecia de Jeremias dos setenta anos e sobre o fato de que o término desse tempo estava próximo. Esse cumprimento, de fato, ocorreu por intermédio do decreto de Ciro, não muito tempo depois. Os judeus estavam livres para voltar a Jerusalém. Mas na mensagem que Gabriel trouxe, mais uma porta de percepção profética se abre em uma dimensão mais ampla em torno do propósito de Deus, não somente para Israel, mas para o mundo. Essa dimensão mais ampla de revelação diz respeito à obra e ao reino do Messias. Esse assunto tinha sido introduzido em visões e sonhos anteriores, como na grande imagem de Nabucodonosor (2.44-45) e na visão dos quatro animais por Daniel (7.13-14). Mas aqui a mensagem vem de outro anjo e em maiores detalhes.
1) O ministério e o tempo do Messias (9.24-25). Alguns intérpretes limitam o escopo das setenta semanas ao povo de Israel, à terra da Palestina e à cidade de Jerusalém. Parece que para essa terra e esse povo há uma relevância especial nessa mensagem porque a primeira parte da frase diz: Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade (24). Mas, à medida que a mensagem se desenvolve, torna-se claro que essa frase tem uma conotação inclusiva e não exclusiva. O plano de Deus por meio do Messias é, de fato, para Israel, e os eventos da redenção ocorrem na Palestina e em Jerusalém. Mas na salvação de Israel está incluída a salvação de todos (Rm 11.1,11-12,25-26). Porque a salvação somente ocorre por meio de Cristo, quer seja judeu, quer gentio.
a) A sêxtupla obra do Messias (24). Dentro da totalidade das sete semanas simbólicas deve ocorrer uma obra completa de redenção. Parece que em relação ao tempo, essa obra se estenderá mesmo além das desolações, “até a consumação” (27), isto é, até o fim desse mundo. Além disso, visto que a chave dessa passagem é o Messias, é evidente que essa obra é a obra do Messias. Encontramos seis aspectos da obra de redenção do Messias no versículo 24:
1. Acabar com a transgressão
2. Dar fim ao pecado
3. Operar a reconciliação devido à iniqüidade
4. Trazer uma justiça eterna
5. Selar a visão e a profecia
6. Ungir o Santo dos santos
Os três primeiros aspectos têm que ver com a conquista do pecado. Os últimos três têm que ver com os aspectos positivos em completar a redenção; trazer todas as coisas para todo sempre debaixo do governo justo de Deus; selar a visão e profecia ao cumpri-las; e ungir o Santo dos santos, o santuário celestial que é o antítipo do Santo dos santos terreno.
Keil afirma o seguinte:
Também devemos associar esse sexto aspecto (ungir o Santo dos santos) ao tempo da consumação e entendê-lo como o estabelecimento do novo Santo dos santos que foi mostrado ao vidente santo em Patmos como “o tabernáculo de Deus com os homens”, no qual Deus habitará com eles, “e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.1-3). Nessa cidade santa, não haverá templo, porque o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro serão o seu templo e a glória de Deus a iluminará (22-23). Nela não entrará coisa alguma que contamine ou cometa abominação (27), porque o pecado então será fechado e selado; lá habitará a justiça (2 Pe 3.13), e a profecia cessará (1 Co 13.8) com o seu cumprimento.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 535-536.
2. Os três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26).
O primeiro período contém “sete semanas” equivalentes a 49 anos literais, que começaram ainda no reino de Artaxerxes, no mês de Nisã (abril) de 445 a.C. O seu início deu-se a partir “da saída da ordem para restaurar e para edificar a Jerusalém” (9.25). Nesse período de 49 anos (sete semanas) foram reconstruídos os muros e a cidade de Jerusalém.
O segundo período contém “sessenta e duas semanas” equivalentes a 434 anos literais (9.25). Esse segundo período refere-se ao tempo do fmal da Antiga Aliança com Israel até a chegada do “Ungido”, o Messias profetizado, revelado, porém ultrajado e rejeitado pelo seu povo, foi morto e foi cortado (9.26).
O terceiro período contém apenas “uma semana” equivalente à “sete anos” quando o 3° príncipe”, identificado no Novo Testamento como “Anticristo” “Jarâ uma aliança com muitos por uma semana” (9.27). Profeticamente, esta “última semana” complementa as “setenta semanas profetizadas”. Entretanto, uma vez cumpridos os dois períodos de sessenta e nove semanas, resta, tão somente, a última semana. Independente das interpretações discordantes, o pensamento pré-tribulacionista, entende que esse período de “uma semana” chegará ao seu cumprimento após um intervalo profético entre a 69a e 70a semanas. Esse intervalo profético é identificado na Bíblia como “o tempo dos gentios” quando a união entre judeus e gentios formaria um novo povo, a igreja (Ef 2.12-16). Estamos vivendo esse tempo da igreja (1 Pe 2.9). Outrossim, esse período de “uma semana” é, também, identificado pelas profecias bíblicas como um tempo de “grande tribulação”, especialmente, para o povo judeu. Nesse tempo virá “o assolador”(Anticristo), ou seja, “o homem do pecado”, “o filho da perdição”, o “anticristo” que virá sobre “a asa das abominações” (Dn 9.27).
A igreja de Cristo não entrará nessa fase das abominações praticadas pelo “homem do pecado”, ainda que sintamos os sinais da sombra desse personagem, a igreja será, antes, arrebatada. Os que esperam entrar na primeira fase da Grande tribulação esquecem que só se justifica o arrebatamento da Igreja pelo fato de que ela não conhecerá o anticristo, nem experimentará a força do seu domínio no mundo (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 134-135.
Dn 9.25 As setenta semanas do capítulo em foco apresentam três divisões principais, e a última semana está dividida em dois períodos de três anos e meio cada um.
a) “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas”. Aqui está o ponto de partida para a contagem das setenta semanas: a saída da ordem”. São encontradas duas ordens nesse tempo do cativeiro; a primeira foi promulgada por Ciro, rei dos persas, e a segunda por Arta- xerxes Longímano. Examinando Esdras 1.2, 3, fica esclarecido que a primeira “ordem”, dada por Ciro, não foi para “restaurar e para edificar Jerusalém”, e sim, para edificar o templo. (Ver 2 Cr 36.23; Ed 1.2). É evidente que a “ordem” referida por Gabriel não é a de Ciro e sim, a de Arta- xerxes, que a promulgou no dia 14 do mês de Nisã (abril) do ano 445 a.C., data da ordem para reedificação da cidade Santa (Ne cap. 2): durou “sete semanas” segundo o calendário profético. Mas a construção levou 49 anos pelo calendário humano. (A frase 49 anos aparece também em Lv 25.8 com sentido especial), b) “E sessenta e duas semanas: as ruas (praças) e as tranqueiras (circunvalações) se reedificarão, mas em tempos angustiosos”. O primeiro período que começou no ano 445 a.C., terminou em 396 a.C. A partir daí se iniciaria um novo período que cobriria um lapso de tempo de 434 anos, dando seqüência ao primeiro que foi de 49 anos. O segundo período que é o das “sessenta e duas semanas” está ligado ao primeiro que, juntos, somam 483 anos, tempo esse em que “as ruas e as tranqueiras” seriam reedificadas, "mas em tempos angustiosos”. Esses tempos sombrios, marcam as atrocidades sofridas por Israel debaixo do poder dos monarcas selêucidas, e do domínio romano. Dentro deste período de 69 semanas, (483 anos), um fato notável deveria acontecer: o nascimento do Messias, o Príncipe, e só depois da morte do Messias é que viria o terceiro período: uma semana, c) “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Essa terceira divisão seria dividida em duas seções de três anos e meio cada. Ela se refere ao tempo sombrio da Grande Tribulação. Observemos agora um cômputo geral das semanas: vejamos desde seu ponto de partida até sua chegada, no Novo Testamento. A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434 anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos, foi marcado no ano 445 a.C. Se somarmos os 49 a.C. com os 33 da vida de Cristo, temos apenas, 478 e não 483 anos. Mas é evidente que, 69 semanas não são 478 anos, mas 483. A predição dizia que o Messias, o Príncipe, seria morto no final das 69 semanas. (Ver v. 26), e realmente foi o que aconteceu. Cristo morreu, como sabemos, na 69s semana. (Ver Lc 24.44). O nosso calendário atual teve sua origem em Dionísio Exiguus, abade romano, tendo como ponto de partida a fundação de Roma em 754 a.C. Segundo os anais da história deste império, na hora da coroação de Rô- mulo, houve um eclipse lunar; os astrônomos calcularam que esse eclipse teria ocorrido no ano 750 a.C. Há, portanto, uma diferença de 4 anos não computados; isso é realmente o que lemos nas margens e rodapés de nossas Bíblias: 4 anos antes de Cristo. Observemos: de 445 a.C. a 33 d.C. são 478 anos. De 1 a.C. a 1 d.C. é um ano. Este ano, junto aos 478, com mais 4 não computados, soma exatamente 483 anos; assim, as profecias são imortais e se combinam entre si em cada detalhe! A 69s semana terminou no dia 10 de Nisã (abril) - segunda-feira, quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho e “chorou sobre ela”. (Ver Lc 19.41). Há apenas uma diferença de 4 dias, em virtude de 483 anos divididos por séculos, teriam 119 anos bissextos, pois os anos proféticos não marcam décadas, mas séculos. “A duração de um ano solar é de 365 dias e 1/4. Esta fórmula não se acha primariamente nos livros; está descrita nos céus, na mecânica celeste que rege os astros. O dia solar por exemplo, é o espaço em horas e minutos em que a Terra faz uma revolução completa em torno do seu eixo. A duração exata do dia solar é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9/10 de segundos. Os anos hebraicos são de 12 meses, e os meses são de 30 dias. Notemos que, tanto os acréscimos em dias como a diminuição em horas e minutos aqui são significativos; além disso, os anos contados em séculos absorvem os anos bissextos.
“Em 4 séculos temos um verdadeiro ano bissexto”. (Sir R. Anderson). Com o aumento de dias em anos, e com a diminuição de horas em dias no que diz respeito à mecânica celeste, e com a absorção dos anos bissextos pelos séculos, temos os 4 dias computados pela mecânica divina. (Ver Jr 1.12). Deus vela sobre os dias, horas e meses e anos no cumprimento de suas predições (comp. Ap 9.15).
Dn 9.26 “E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias”. "... do príncipe, que há de vir”. Dois príncipes são citados nos versículos 25 e 26; o primeiro está seu nome escrito com “p” maiúsculo, enquanto que o segundo, com “p” minúsculo. No versículo 25, o “Príncipe” escrito com “P” maiúsculo é chamado também, o Messias. No versículo 27, o “príncipe” escrito com “p” minúsculo é chamado “ele” que fará um concerto com muitos por uma semana. Aí surge grande dificuldade entre os comentadores, se “ele” aí se refere a Cristo ou ao Anticristo. “Gramaticalmente falando, poderia referir-se a qualquer um, porém, a presunção favorece o último por estar mais perto do pronome”. O primeiro Príncipe (é Cristo) aparecerá dentro das 69 semanas; o segundo, porém, só na última semana. Observe bem a frase “e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”. O texto em foco, não diz que “o príncipe” destruiria a cidade, e sim, o “seu povo”. Essa profecia se refere ao “povo romano” que destruiu a cidade de Jerusalém no ano 70 d.C. Portanto, o “Príncipe” (O Anticristo), ainda virá, não para destruir a cidade e o santuário, mas para o profanar. (Ver 2 Ts 2.4).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 179-182.
Dn 9.25 a. "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém". Aqui temos a indicação do tempo em que começaria a primeira semana. Essa ordem ou decreto, como já abordamos (Ne 2.1), foi entregue a Neemias para sua execução no ano 445 a.C.
b. "até o Messias, sete semanas e sessenta e duas semanas". Isso totaliza 69 semanas de anos, ou seja, 483 anos. É o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém pelos repatriados até a morte e ascensão do Messias.
Dn 9.26 a. "sessenta e duas semanas". A isso acrescentem-se mais as 7 semanas do versículo 25, com o que perfaz 69 semanas até a morte e ascensão de Jesus.
b. "será morto o Ungido". (Ler Isaías 53.8 onde isso é mais bem explicado.)
c. "e já não estará". (Ler Mateus 23.39.)
d. "e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário". Jerusalém foi destruído no ano 70 d.C.
O povo que a destruiu foi o romano. Logo, de acordo com as palavras deste versículo, é de área do antigo Império Romano que deve proceder o futuro Anticristo. [Essa área incluía a Grécia, que era parte do dito império, bem como os demais territórios situados em todo o contorno do mar Mediterrâneo.]
e. "o seu fim". Isto é, o fim da cidade (Jerusalém) e seu santuário ( o templo). Isso fala de sua destruição no ano 70 d.C., à qual já nos referimos.
f. "será como num dilúvio". Isto é, será irresistível e esmagador, assim como foi quando Tito, o general, arrasou a cidade e o povo, com suas tropas.
g. "e até o fim haverá guerra". Esse tempo indefinido entre as semanas 69? e 70º não é contado como parte delas, como está bem claro mediante o exame dos versículos 26 e 27. Tal tempo não determinado: "até o fim", já vai para 2.000 anos! Ê esse o tempo em que a Igreja está sendo constituída, edificada, e preparada para ser arrebatada da Terra para o Céu. Os eventos desse tempo não concernem a "teu povo e tua santa cidade" (isto é, de Daniel). Por que o tempo chamado "até o fim", situado entre a 69ºe a 70º não é contado quanto a Israel? É pelo fato de Israel durante esse tempo estar fora de sua terra, o que ocorreu após o ano 70 d.C. até 1948. Mas o certo é que há ainda muitos milhões de judeus fora da Palestina.
Há na Bíblia outros exemplos de longos intervalos de tempo numa mesma passagem, como:
Isaías 61.1,2. O ano aceitável do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus. Hão já decorridos quase 2.000 anos entre esses eventos citados num mesmo versículo.
Isaías 9.6,7. Entre o nascimento do Menino e a época do "Deus Forte" estão muitos séculos, como bem sabemos pela história.
Gênesis 1.1,2. Entre esses dois versículos devem ter ocorrido muitos milênios.
h. "Desolações são determinadas". Os tempos do fim serão caracterizados por guerras e suas misérias.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
3. O intervalo que precede a septuagésima semana (v.27).
Dn 9.27 "... ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Tem sido afirmado por alguns que o hebraico “he- rith” (aliança), empregado aqui não pode ser uma “aliança” entre homens, mas tem de referir-se a uma aliança da parte de Deus. Eles porém, se esquecem de que o mesmo termo hebraico é usado acerca da aliança entre Acabe e Benadabe. (Ver 1 Rs 20.34), da aliança entre Efraim e a Assíria. (Ver Os 12.1), e também da aliança entre Antíoco e Ptolomeu. (Ver Dn 11.22). Essa “aliança” ou “concerto” é o que o profeta Isaías chama de “concerto com a morte” (Is 28.15), e continua o profeta: “O vosso concerto com a morte se anulará; e a vossa aliança com o inferno não subsistirá”. (Ver v. 18). O objetivo do Anticristo neste concerto é exclusivamente tomar o lugar santo (o templo) e profaná-lo. (Ver 11.31). O Anticristo se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus (2 Ts 2.4); será esse o momento em que “a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo” (Mt 24.15). Os judeus não aceitarão esse tipo de “abominação” na casa de Deus, e, certamente, reclamarão ao Anticristo; ele, indignado, “romperá” o concerto com eles, deflagrando uma grande perseguição. (Ver Mt 24.15-22). Eis a razão, por que, no retorno de Cristo à terra para exterminar o Anticristo e estabelecer o reino milenar, Ele purificará novamente o “santuário” e “ungirá o Santo dos santos”, conforme a profecia.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 184.
Dn 9.27 Cinco coisas terão lugar durante a última "semana ", os sete anos de ascendência do Anticristo:
a. Ele fará uma aliança de peso, com os judeus, por sete anos. Note as palavras da profecia "fará firme aliança".
b. A aliança ele (o Anticristo) a quebrará no meio da semana, isto é, decorridos três anos e meio.
c. A Grande Tribulação terá início sobre Israel. "Sobre a asa das abominações virá o assolador".
d. O Anticristo dominará "até que a destruição... se derrame sobre ele".
e. Cristo aparecerá para destruir o Anticristo e suas hostes, livrando assim Israel da destruição total quando toda esperança de salvação estiver perdida, "até que a destruição que está determinada, se derrame sobre ele". Isso ocorrerá na batalha do Armagedom.
a. "Ele". Trata-se do Anticristo.
b. "fará firme aliança". Deve ser uma falsificação do divino concerto prometido por Deus em Jeremias 31.31-33.
c. "com muitos". Uma referência ao povo de Israel, já reunido em sua terra.
d. "por uma semana". É a última das Setenta Semanas proféticas, que terá lugar na terra, após o arrebatamento da Igreja.
e. "na metade da semana". Isto é, após três anos e meio. (Ler aqui Daniel 7.24,25; Apocalipse 11.2,3; 12.6,14; 13.5.) Nos últimos três anos e meio ocorre a Grande Tribulação propriamente dita, de que falou Jesus em Mateus capítulo 24. Disso também se ocupa o livro de Apocalipse, nos capítulos 11 a 18.
f. "fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares". Isso demonstra que o templo de Jerusalém estará então reconstruído. Disso falou Jesus em Mateus 24.15b ("está no lugar santo"). (Ver também 2 Tessalonicenses 2.3,4.)
g. "sobre a asa das abominações". Esta expressão é de mui difícil interpretação. O termo "abominação" é muito usado na Bíblia para significar ídolos. Comparando-se as passagens paralelas de Daniel 11.31; 12.11 e Mateus 24.15, vê-se que se trata de um ídolo que será colocado no Lugar Santo do templo, que estará então reconstruído. Outras passagens que falam da reconstrução do templo são 2 Tessalonicenses 2.4 e Apocalipse 11.1-2.
h. "virá o assolador". Uma referência ao Anticristo.
i. "até que a destruição, que está determinada se derrame sobre ele". Essas palavras da profecia referem-se à derrota total e completa do Anticristo e seus exércitos confederados, ao descer Jesus em glória sobre o monte das Oliveiras, conforme Zacarias 14.1-5; Mateus 24.30; Atos 1.11; Apocalipse 19.11-16.
Sim, a última semana culminará com a vinda de Jesus em glória com todos os seus santos para socorrer Israel, destruir a Besta e seus exércitos, e julgar as nações.
Virá em seguida o Milênio, que será uma preparação do mundo por mil anos, sob o governo de Cristo, seguindo-se o Juízo Final ou do Grande Trono Branco, e o perfeito Estado Eterno, conforme 1 Coríntios 15.24,25; Apocalipse 20.5,6.
É com o Milênio que terá início o cumprimento das seis bênçãos de Deus sobre Israel, preditas no versículo 24 da profecia que estamos estudando.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
A respeito da destruição final de Jerusalém, da congregação judaica, e da nação judaica. Isso aconteceu imediatamente após a morte do Messias, não só por ser um justo castigo àqueles que o haviam condenado à morte, que era o pecado que enchia a medida da iniqüidade deles, e lhes trazia a ruína, mas porque de certa maneira era necessário ao aperfeiçoamento de um dos grandes objetivos da sua morte. Ele morreu para colocar um fim à lei cerimonial, para abolir completamente aquela lei que era repleta de mandamentos, e também para anular a obrigação de cumpri-la. Mas os judeus não seriam facilmente persuadidos a abandoná-la. Eles continuaram a mantê-la com mais zelo do que nunca, e não desejavam sequer ouvir falar em separar-se dela. Eles apedrejaram Estêvão (o primeiro mártir cristão) por ter dito que Jesus iria mudar os costumes que Moisés lhes havia entregado (At 6.14). Portanto, não havia outra maneira de abolir a organização mosaica a não ser com a destruição do templo, da cidade santa e dos sacerdotes levíticos, inclusive de toda aquela nação por quem eram tão irremediavelmente amados. Isso foi efetivamente realizado menos de quarenta anos depois da morte de Cristo, e se tornou uma desolação que até hoje não pôde ser reparada. E isso é o que foi largamente previsto, que os judeus que retornaram do cativeiro não poderiam se levantar através da reconstrução da sua cidade e do templo, porque no decorrer do tempo eles seriam finalmente destruídos, e não seria como agora que haviam ficado destruídos apenas durante setenta anos. Eles poderiam, ao invés disso, se regozijar com a esperança da vinda do Messias e com o estabelecimento do seu reino espiritual nesse mundo. O reino do Messias jamais será destruído. Então: [1] Aqui foi previsto que o povo do príncipe que viria seria o instrumento dessa destruição, isto é, os exércitos romanos que pertenceriam a uma monarquia futura (Cristo é o príncipe que virá, e esse povo será usado ao seu serviço e formará os seus exércitos, Mateus 22.7), ou os gentios (que, embora fossem agora estrangeiros, se transformariam no povo do Messias), e eles destruiriam os judeus. [2] Também foi previsto que a destruição ocorreria através de uma guerra, e que essa guerra traria a sua desolação. As guerras dos judeus contra os romanos foram causadas pela obstinação deles, e eram muito longas e sangrentas. E, por fim, elas terminaram com o extermínio da nação judaica. [3] De maneira particular, a cidade e o santuário seriam destruídos e transformados em um deserto. Tito, o general romano, pouparia o Templo de bom grado. Mas os seus soldados estavam tão enfurecidos contra os judeus que ele não conseguiu impedir que o Templo fosse reduzido a cinzas. E assim se cumpriu a profecia. [4] Toda a resistência preparada para evitar essa destruição seria inútil, e o fim aconteceria como uma inundação. Seria o dilúvio da destruição, igual àquele que havia varrido o velho mundo. Nenhum ser humano seria capaz de deter tamanha destruição. [5] Dessa maneira, cessariam todos os sacrifícios e ofertas. E precisariam mesmo cessar, porque todos os sacerdotes haviam sido eliminados, e os seus descendentes tinham ficado muito confusos. Pois (diziam eles) não existia nenhum homem no mundo que pudesse provar que era da semente de Arão. [6] Haveria uma difusão de abominações, uma corrupção geral da nação judaica, e uma abundância de iniqüidades, tudo isso aconteceria entre eles. Por isso ela se tornaria uma desolação (1 Ts 2.16). Também poderíamos entender que se tratava dos exércitos romanos que eram abomináveis aos judeus (eles não conseguiriam suportá-los) e se espalharam pela nação. Através deles, a nação se tornou uma desolação. Essas foram as palavras de Cristo, registradas em Mateus 24.15. Quando vissem a abominação da desolação, mencionada por Daniel, que estaria no lugar santo, seria necessário que aqueles que estivessem na Judéia fugissem, e isso é explicado em Lucas 21.20. E quando vissem Jerusalém cercada por exércitos, então eles deveriam fugir. [7] Essa desolação seria total e final: Ele a tornará desolada, até que seja completamente consumida. Isto é, Ele a tornará completamente desolada. Essa destruição já havia sido determinada e seria levada a um nível máximo. E, quando se tornasse desolada, parece que alguma coisa mais havia sido determinada, e seria derramada sobre os desolados (v. 27). Seria o espírito de um profundo sono (Em 11.8,25), de uma cegueira que tomaria conta de Israel até que a plenitude dos gentios tivesse entrado. E, então, todo o povo de Israel seria salvo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 889.
Dn 9.27 Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana. Os defensores do ponto de vista sobre o primeiro advento 19.24-27, nota) compreendem que o "Ungido" "fará firme aliança", ou seja, poria em execução seu ministério público.
 Entretanto. os defensores do ponto de vista do segundo advento postulam um intervalo de tempo entre os vs. 26-27. compreendendo que o "príncipe" faria "firme aliança" com muitos. Além disso. eles interpretam que o "príncipe" será o anticristo o qual estabelecerá uma aliança com o povo judeu. reunido no território de Israel durante um período de "tribulação" (12.1; Mt 24.21; Ap 7.14) de sete anos la septuagésima "semana").
cessar o sacrifício. De acordo com os defensores do ponto de vista do primeiro advento (924-27, nota). isso se refere ao término do sistema de sacrifícios do Antigo Testamento. por motivo da morte de Cristo. De conformidade com os defensores do ponto de vista do segundo advento. há aqui uma referência à proibição.
determinada pelo anticr'rsto. do "sacrifício e a oferta de manjares" ! talvez representando a prática religiosa em geral) pelo povo judeu reunido após três anos e meio IAp 11.2; 12.6, 14) do período da tribulação.
o assolador. De acordo com o ponto de vista do primeiro advento 19.24-27, nota). isso descreve a destruição de Jerusalém, ocorrida em 70 a.C. De acordo com o ponto de vista do segundo advento. ·isso descreve uma catástrofe que atingirá a cidade de Jerusalém em conexão com as atividades do anticristo. Frases semelhantes a "asa das abominações" ocorrem em Dn 8.13; 11.31; 12.11 Inatas).
bem como em 1Macabeus1.54. Dn 8.13 e 1Macabeus1.54 são claras referências às atividades de Antíoco IV. Jesus refere-se a essa "abominação" em sua predição de eventos futuros IMt 24.15; Me 13.14).
Bíblia de Estudo de Genebra. Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 999.
III - OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27)
1. Revelar o “homem do pecado” (2 Ts 2.3).
O versículo 27 nos obriga a reconhecer que nem Antíoco Epifânio, nemTito têm cumprido os terríveis presságios da declaração dessa escritura do v. 27. As ações realizadas neste versículo não correspondem ao personagem do versículo 26. Na realidade, a predição do versículo 27 remonta a uma época escatológica.
A escritura começa com o pronome “ele” (v. 27). Quem? Que personagem será esse? O personagem é identificado, também, como “o rei de cara feroz”;“o chifre pequeno” que surge do “animal terrível e espantoso”, representando o império romano. Do ressurgimento desse antigo império romano surgirá “o príncipe romano” (Dn 7.25). Esse personagem é, também, identificado na linguagem do Novo Testamento como “o anticristo” (1 Jo 2.18; 4.3) e como “a Besta que saiu do mar”(Ap 13.1). O personagem é apresentado numa linguagem figurada mas a sua existência será literal. Ele será um líder mundial que chamará a atenção das nações da terra pela inteligência que demonstrará na diplomacia e na astúcia política.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 135.
2 Ts 2.3 A chegada do dia do Senhor se dará “como o ladrão de noite” (1 Ts 5.2); mesmo assim, alguns eventos deverão precedê-lo. O dia final do Senhor não virá sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado. Esta “apostasia” ou rebelião será uma revolta enorme contra Deus. Ela poderá começar entre aqueles que crêem em Deus e se espalhar entre todas as pessoas que se recusam a aceitar Cristo. Assim, ela incluirá os judeus que abandonaram a Deus e alguns membros da igreja cuja fé é apenas simbólica. Embora a rebelião contra Deus pareça bastante difundida hoje, à medida que a vinda de Cristo se aproxima, esta apostasia e oposição ativa contra Deus irá se intensificar. Durante a apostasia, um homem fora do comum virá a público. Ele terá considerável poder de Satanás e personificará o mal. Ao longo de toda a história, determinados indivíduos personificaram o mal e foram hostis a tudo o que Cristo representa (veja 1 Jo 2.18; 4.3; 2 Jo 7). Estes “anticristos” viveram em todas as gerações, e outros como eles irão continuar a realizar o mal. Então, pouco antes da segunda vinda de Cristo, “o homem do pecado”, um homem completamente maligno, surgirá. Ele será um instrumento de Satanás, equipado com o poder de Satanás (2.9). Este homem irá se opor à lei, tanto às leis morais de Deus quanto às leis civis. Ele promoverá a imoralidade e a anarquia. Este homem “sem lei” e iníquo será o Anticristo. Ele estará no mundo e entáo alcançará poder e notoriedade. Este fato é demonstrado pela palavra “manifeste”. O livro do Apocalipse fala de uma “besta” que simboliza o Anticristo (Ap 13.5-8). A besta simboliza o Anticristo — não Satanás, mas alguém sob o poder e o controle de Satanás (veja também Ap 16.13 e 19.20, onde ele é o segundo membro da falsa trindade). O mal de Satanás irá culminar em um Anticristo final, um homem que irá concentrar todos os poderes do mal contra Jesus Cristo e seus seguidores, trazendo destruição. Mas até mesmo este homem, com todo o poder que terá, estará, em última análise, condenado à destruição (veja Ap 20.10).
Deus ainda reina e a sua vitória é certa. O iníquo será destruído, mas náo antes que Deus o use de acordo com os propósitos divinos. Durante este período de grande rebelião e apostasia, será demonstrada toda a extensáo da maldade, e a rebelião contra Deus será exibida em todo o seu horror e feiúra. Sempre, em meio a todo o sofrimento, em todos os tempos. Deus está atraindo as pessoas a si, chamando-as ao arrependimento. Isto irá continuar durante estes últimos dias.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 465.
Uma revelação desse homem do pecado (v. 3): o anticristo surgirá dessa apostasia geral. O após tolo mais tarde fala da revelação do iníquo (v. 8), mencionando a revelação que deveria ser feita da sua iniquidade, para a sua destruição. Parece que aqui ele fala da sua ascensão, que deveria ocorrer na apostasia geral que o apóstolo havia mencionado, e menciona que toda sorte de doutrinas falsas e corrupções se concentrariam nele. Grandes discussões ocorreram ao longo da história em relação a quem de fato é e o que se tenciona com esse homem do pecado e filho da perdição: e, se não está claro que são o poder e a tirania papal que estão principalmente ou unicamente planejados aqui, uma coisa é certa: O que foi dito aqui está exatamente de acordo com isso. Observe: 1. Os nomes dessa pessoa, ou melhor, o estado e o poder aqui considerado. Ele é chamado de o homem do pecado, para indicar sua extraordinária iniquidade. Não somente ele é dedicado ao mal e o pratica, mas também promove, encoraja e comanda o pecado e a iniquidade em outros; e ele é o filho da perdição, porque ele mesmo está dedicado à destruição certa e é o agente para destruir muitos outros, tanto o corpo quanto a alma. Por esses motivos, esses nomes podem ser aplicados adequadamente ao estado papal.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 675-676.
A IGREJA DE Tessalônica cometeu dois sérios equívocos acerca da doutrina da segunda vinda de Cristo. Ambos perigosos e de conseqüências danosas. Quais foram esses equívocos?
1. O equívoco de marcar datas quanto à segunda vinda de Cristo (2.1,2).
Alguns crentes de Tessalônica estavam sendo enredados pelo engano, pensando que a vinda de Cristo já havia acontecido. Eles fixaram uma data e na mente deles essa data já havia chegado.
Paulo já havia ensinado a igreja sobre a segunda vinda (iTs 2.19) e a necessidade de estar preparado para ela (1Ts 5; 1-11), mas eles confundiram a vinda súbita com uma vinda imediata. O problema dos tessalonicenses não era a questão da demora da parousia, mas, sim, sua crença de que estava esmagadoramente iminente.
E bem provável que após a leitura da primeira carta de Paulo à igreja, alguns intérpretes fantasiosos tivessem chegado a essa equivocada interpretação e perturbado a igreja com suas conclusões. O verbo “perturbar” sugere ser agitado num vento tempestuoso, e é usado metaforicamente para ficar tão perturbado a ponto de perder sua compostura e bom senso normais. É ficar transtornado pela notícia. O erro doutrinário traz perturbação em vez de edificação e consolo. Sempre que alguém tenta administrar essa agenda que pertence à economia da soberania de Deus cai em descrédito e colhe decepção. Somente Deus conhece esse Dia.
2. O equívoco de não observar os sinais da segunda vinda de Cristo (2.3). Se por um lado não podemos marcar datas acerca do dia da segunda vinda de Cristo, por outro, não podemos fechar os olhos aos seus sinais. O apóstolo pontua para a igreja que a segunda vinda de Cristo não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja manifestado o homem da iniqüidade.
Dois sinais precederão a segunda vinda de Cristo: a. A apostasia (2.3). A palavra grega apostasia significa queda, caída, rebelião, revolta. Trata-se de uma apostasia final que ocorrerá imediatamente antes da parousia. Essa apostasia será uma intensificação e culminação de uma rebelião que já começou, pois o mistério da iniqüidade já opera no mundo.^^® O fato de que o Dia do Senhor será precedido pela apostasia também já fora claramente predito pelo Senhor no Seu sermão profético (Mt 24.10-13). O que é apostasia? Como podemos entendê-la? Concordo com a descrição de Howard Marshall: Apostasia é uma palavra utilizada no grego secular para uma revolta política ou militar e era usada na Septuaginta para a rebeldia contra Deus (Js 22.22; 2Cr 22.19; 33.10; Jr 2.19). Em especial, referia-se ao desvio da Lei. Nos últimos dias a oposição dos homens a Deus, bem como a imoralidade e a iniqüidade crescerão grandemente (Mt 24.12; 2Tm 3.1-9). Estas coisas estão associadas com um aumento de guerras entre as nações (Mt 13.7,8) e com a atividade de falsos profetas e mestres (Mc 13.22; ITm 4.1-3; 2Tm 4,3,4).
William Hendriksen alerta para o fato de que a apostasia futura de modo algum ensina que os que são genuínos filhos de Deus “cairão da graça”. Tal queda não existe (2.13,14). Significa, porém, que a fé dos pais - fé a qual os filhos aderem por algum tempo de uma maneira meramente formal  será afinal e completamente abandonada por muitos dos filhos. O mesmo  escritor ainda diz: “O uso do termo apostasia aqui em 2Tessalonicenses 2.3, sem um adjetivo adjunto coloca em realce o fato de que, de modo geral, a Igreja visível abandonará a fé genuína”.
b. O aparecimento do homem da iniqüidade (2.3). O movimento de apostasia chegará ao seu apogeu quando seu líder maior, o arquioponente de Deus, o homem da iniqüidade, for revelado. Esse homem da iniqüidade, também chamado de “o filho da perdição” e “o iníquo” é uma designação paulina do anticristo. Assim como Jesus terá Sua revelação, apocalipse, também o anticristo terá sua manifestação. Isso enfatiza o caráter “sobre-humano” da pessoa mencionada, pois a coloca como contraparte da revelação do próprio Senhor Jesus Cristo.
O texto que estamos considerando foca sua atenção na pessoa, na atividade e na derrota do anticristo. William Barclay entende que estamos diante de uma das passagens o anticristo, o inimigo consumado de Deus e da Igreja mais difíceis de todo o Novo Testamento. Vamos, agora, examinar mais detidamente esse tema.
Sua identidade revelada (2.3)
A palavra anticristo significa um cristo substituto ou um cristo rival. O prefixo grego anti pode significar duas coisas: “contrário a” e “no lugar de”. Antonio Hoekema diz, portanto, que a palavra “anticristo” significa um cristo substituto ou um cristo rival. Assim, o anticristo é ao mesmo tempo um cristo rival e um adversário de Cristo.
Satanás náo apenas se opõe a Cristo, mas também deseja ser adorado e obedecido no lugar de Cristo. Satanás sempre desejou ser adorado e servido como Deus (Is 14.14; Lc 4.5-8). Um dia produzirá sua obra-prima, o anticristo, que levará o mundo a adorá-lo e acreditar em suas mentiras. No livro de Daniel o anticristo é representado inicialmente não como uma pessoa, mas como quatro reinos (leão, urso, leopardo e outro animal terrível), numa descrição clara dos impérios da Babilônia, Medo-persa, Grego e Romano (Dn 7.1-6,17,18). Outro símbolo do anticristo no livro de Daniel é Antíoco Epifânio, que profanou o templo, quando o consagrou ao deus grego Zeus e mais tarde sacrificou porcos em seu altar (Dn 7.21,25). No ensino de Jesus, o anticristo é visto como o imperador romano Tito, que no ano 70 d.C. destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (Mt 24.15-20), bem como um personagem escatológico (Mt 24.21,22). A profecia bíblica vai se cumprindo historicamente e avança para a sua consumação final (Mt 24.15-28).
Nas cartas de João o termo anticristo é empregado em um sentido impessoal (IJo 4.2,3). Ele se referiu também ao anticristo de forma pessoal. Mas João vê o anticristo como uma pessoa que já está presente, ou seja, como alguém que representa um grupo de pessoas. Assim, o anticristo é um termo utilizado para descobrir uma quantidade de gente que sustenta uma heresia fatal (IJo 2.22; 2Jo 7). João fala ainda tanto do anticristo que virá quanto do anticristo que já está presente. Assim, João esperava um anticristo que viria no tempo do fim. Os anticristos são precursores do anticristo (IJo 2.28). Para João, o anticristo sempre esteve presente nos seus precursores, mas ele se levantará no tempo do fim como expressão máxima da oposição a Cristo e Sua Igreja.
Na teologia do apóstolo Paulo, o anticristo é visto como o homem do pecado (2.3). Ele surgirá da grande apostasia (2.3); será uma pessoa (2.3), será objeto de adoração (2.4), usará falsos milagres (2.9), só pode ser revelado depois que aquilo e aquele que o detém for removido (2.6,7) e será totalmente derrotado por Cristo (2.8).
Seu caráter descrito (2.3,8)
Paulo não usa o termo anticristo nesta carta. Essa designação é utilizada no Novo Testamento apenas por João (IJo 2.18,22; 4.3; 2Jo 7). Mas esse é o nome pelo qual identificamos o último grande ditador mundial que Paulo chama de “homem da iniqüidade”, “filho da perdição” (2.3), aquele que “[...] se opoe a Deus” (2.4), aquele que se exalta acima de todos os demais (2.4), que se proclama Deus (2.4), também chamado de “iníquo” (2.8). Vamos examinar três aspectos do caráter do anticristo: 1. Ele é o homem da iniqüidade (2.3). Vale pontuar que o anticristo escatológico não é um sistema nem um grupo, mas um homem. Toda a descrição apresentada por Paulo é de caráter pessoal. O homem da iniqüidade “se opõe”, “se exalta”, “se assenta no templo de Deus”, “proclama a si mesmo como Deus”, e será “morto”. À luz de 2Tessalonicenses 2.3,4,8 e 9 podemos afirmar com sólida convicção que Paulo está fazendo uma predição exata acerca de uma pessoa certa e específica que se manifestará e que receberá sua condenação quando Cristo voltar.
vMguns eminentes teólogos como Benjamim Warfield defenderam a tese de que o homem da iniqüidade deveria ser identificado como a linhagem de imperadores romanos, como Calígula, Nero, Vespasiano, Tito e Domiciano. John Wyclif, Martinho Lutero e muitos outros líderes da Reforma defenderam a tese de que o papa era o anticristo. A Confissão de Fé de Westminster é categórica neste ponto: Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo. Em sentido algum pode ser o papa de Roma o cabeça dela, senão que ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exaltava na Igreja contra Cristo e contra tudo o que chama Deus (XXV. vi).
William Hendriksen, destacado escritor reformado, entretanto, discorda dessa interpretação, dizendo que o papa pode ser chamado “um anticristo”, um entre muitos dos precursores do anticristo final. Em tal pessoa o mistério da iniqüidade já está em operação. Chamar, porém, o papa de o anticristo é algo que contraria toda a sã exegese. O anticristo é o homem sem lei que viverá e agirá na absoluta ilegalidade. Ele será um transgressor consumado da lei de Deus e dos homens. Será um monstro absolutista. A palavra grega anomia, iniqüidade, descreve a condição de quem vive de modo contrário à lei. Ele é a própria personificação da rebelião contra as ordenanças de Deus. O homem da iniqüidade realizará os sonhos de Satanás sobre a terra, liderando a mais ampla e mais profunda rebelião contra Deus em toda a História.
William Hendriksen coloca esse fato com clareza; É importante observar, que assim como a apostasia não será meramente passiva, mas ativa (não meramente negação de Deus, mas também uma rebelião contra Deus e Seu Cristo), assim também o homem da iniqüidade será um transgressor ativo e agressivo. Ele não leva o título de “homem sem lei” por jamais ter ouvido a lei de Deus, e, sim, porque publicamente a despreza!
2. Ele é o filho da perdição (2.3). Não apenas seu caráter é sumamente corrompido, mas seu destino é claramente definido. Ele procede do maligno e se destina inexoravelmente à perdição. Ele é um ser completamente perdido e designado para a perdição. Ele será lançado no lago de fogo (Ap 19.20; 20.10). A palavra grega “perdição”, traz a idéia de que o anticristo está destinado a ser destruído.
3. Ele é o iníquo (2.8). A palavra grega anomos, traduzida por “iníquo”, significa ilegal, iníquo, aquele que vive ao arrepio da lei. O anticristo será um homem corrompido em grau superlativo. Ele será inspirado pelo poder de Satanás e terá um caráter tão perverso quanto o daquele que o inspira. Podemos afirmar, acompanhado por uma nuvem de testemunhas, de que o conceito de Paulo sobre o anticristo procede da profecia de Daniel. Observemos os seguintes pontos: 1) O homem da iniqüidade (2.3 - Dn 7.25; 8.25); 2) O filho da perdição (2.3 - Dn 8.26); 3) Aquele que se opõe (2.4 - Dn 7.25); 4) E que se exalta contra tudo [que é] chamado Deus ou é adorado (2.4 - Dn 7.8,20,25; 8.4,10,11); 5) De modo que se assenta rio santuário de Deus, proclamando a si mesmo como Deus (2.4 - Dn 8.9-14).
LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 175-181.
2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21).
O texto diz que “ele fará uma aliança com muitos por uma semana” (9.27). Será, na verdade, uma aliança que Ele fará com Israel. O texto diz: “com muitos”, indicando que ele não terá a unanimidade do apoio israelense, mas o suficiente para se impor com sua liderança política, que inicialmente alcançará sucesso e aceitação. Sua força política será notada e reconhecida no estabelecimento de um sistema político, alavancado e apoiado pelo velho mundo, a Europa, ou seja, o antigo império romano ressurgido. Os três primeiros anos e meio, a metade da semana, serão marcados pela quebra do pacto feito entre esse Líder e Israel, e se iniciará um grande período de sofrimento, perseguição e morte em Israel. Na interpretação pré-tribulacionista. A igreja já não estará na terra, porque antes, ela será arrebatada e estará com Cristo na sua glória nos céus. Portanto, a igreja não entrará na Grande Tribulação. Ela não estará na terra, quando o Anticristo fizer o acordo com Israel (Dn 9.27). A Tribulaçao diz respeito ao mundo de então e a Israel especialmente.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 136.
Mt 24.15,16 Jesus advertiu contra a procura de sinais, mas como uma parte final da sua resposta à segunda pergunta dos discípulos (24.3) Ele lhes falou do evento definitivo que iria significar a destruição vindoura.
A abominação da desolação se refere à profanação do Templo pelos inimigos de Deus. Mateus insiste para que os seus leitores entendam as palavras de Jesus à luz da profecia do profeta Daniel, no Antigo Testamento (veja Dn 9.27; 11.31; 12.11).
O primeiro cumprimento da profecia de Daniel aconteceu em 168 a.C., com Antíoco Epifânio, quando ele sacrificou a Zeus um porco no altar do Templo sagrado e fez do judaísmo uma religião ilegal, punível com a morte. Isto incitou a guerra dos macabeus.
O segundo cumprimento aconteceu quando se concretizou a predição de Jesus sobre a destruição do Templo (24.2). Dentro de poucos anos (70 d.C.), o exército romano iria destruir Jerusalém e profanar o Templo.
Com base em 24.21, o terceiro cumprimento ainda está por acontecer. As palavras de Jesus se referem ao final dos tempos e ao anticristo.
No final dos tempos, o anticristo irá cometer o sacrilégio final, colocando uma imagem de si mesmo no Templo e ordenando a todos que a adorem (2Ts 2.4; Ap 13.14,15).
Muitos dos seguidores de Jesus estariam vivos durante a época da destruição de Jerusalém e do Templo, em 70 d.C. Jesus advertiu os seus seguidores para que saíssem de Jerusalém e da Judéia e fugissem para os montes, cruzando o rio Jordão, quando vissem o Templo sendo profanado. Isto provaria ser para a sua proteção, pois quando o exército romano invadisse, a nação e a sua cidade principal seriam destruídas.
Mt 24.21 Jesus avisou sobre fugir rapidamente porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. Grandes sofrimentos aguardavam o povo de Deus nos anos que se seguiriam. O historiador judeu Josefo registrou que quando os romanos saquearam Jerusalém e devastaram a Judéia, cem mil judeus foram levados prisioneiros, e um milhão e cem mil pessoas morreram assassinadas ou de fome. As palavras de Jesus também indicam, em última análise, o período final de tribulações no fim dos tempos, porque nada como isto já terá sido visto, ou será visto novamente. Ainda assim, a grande tribulação é aliviada por uma grande promessa de esperança para os crentes verdadeiros.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 142.
Mt 24.15 1. Os romanos trarão “a abominação da desolação” ao “lugar santo” (v. 15). Considere que: (1) Alguns entendem que uma imagem, ou estátua, colocada no Templo por alguns dos governantes romanos, e que era muito ofensiva aos judeus, os levou a se rebelarem, e desta maneira trouxe a desolação sobre eles. A imagem de Júpiter (um dos deuses do Olimpo), que Antíoco mandou colocar sobre o altar de Deus, é chamada Bdelygma eremoseos - A abominação da desolação, a mesma palavra usada aqui pelo historiador (1 Macabeus 1.54). Desde o cativeiro na Babilônia, nada era, nem poderia ser, mais desagradável para os judeus do que uma imagem no lugar santo, como se pode perceber pela poderosa oposição que eles fizeram quando Calígula se ofereceu para colocar a sua estátua ali, o que teria tido conseqüências fatais, se não tivesse sido evitado, e a questão apaziguada, pelo comportamento de Petrônio. No entanto, Herodes colocou a imagem de uma águia sobre a porta do Templo e, dizem alguns, a estátua de Tito foi colocada dentro do Templo. (2) Outros preferem explicar isso com o trecho paralelo (Lc 21.20): “quando virdes Jerusalém cercada de exércitos”. Jerusalém era a cidade santa, Canaã era a terra santa, e o monte Moriá, que está próximo de Jerusalém, pela sua proximidade com o Templo, era, de uma maneira especial, considerado solo sagrado; o exército romano estava acampado na região ao redor de Jerusalém, e isto teria sido a abominação que produziu a desolação. A terra de um inimigo é considerada como “a terra de que te enfadas” (Is 7.16), de modo que um exército inimigo, para um povo fraco, mas voluntarioso, pode perfeitamente ser chamado de abominação. Diz-se que isto se refere a Daniel, que falou mais claramente do Messias e do seu reino que qualquer outro dos profetas do Antigo Testamento. Ele fala de uma “abominação desoladora”, o que seria feito por Antíoco (Dn 11.31; 12.11), mas isto a que se refere o nosso Salvador nós temos na mensagem trazida pelo anjo (Dn 9.27) do que aconteceria no final de setenta semanas, muito tempo depois da anterior; pois com o aumento das abominações, ou, como diz a anotação na margem, com os exércitos abomináveis (o que esclarece a profecia),/Ele trará a desolação. Exércitos de idólatras podem ser chamados de exércitos abomináveis; e alguns pensam que os tumultos, insurreições, facções e sedições abomináveis, na cidade e no Templo, podem, pelo menos, ser interpretados como parte da abominação causando desolação. Cristo lembra aos discípulos a profecia de Daniel, para que eles possam ver como a destruição da sua cidade e do seu Templo foi mencionada no Antigo Testamento, o que confirmaria a sua predição e, ao mesmo tempo, removeria a ira da sua profecia. Da mesma maneira, eles poderiam, a partir de então, começar a contar o tempo logo depois da morte do Messias, o príncipe. O pecado cometido quando os judeus o rejeitaram e a certeza da destruição são uma desolação determinada. Assim como Cristo, pelos seus preceitos, confirmou a lei, também pelas suas predições Ele confirmou as profecias do Antigo Testamento, e isto será útil para a comparação de ambas.
Tendo sido feita referência a uma profecia, que normalmente é obscura, Cristo insere este lembrete: “Quem lê, que entenda” . Aquele que lê a profecia de Daniel, compreenda que ela deverá se cumprir então, dentro de pouco tempo, na destruição de Jerusalém. Observe que aqueles que lêem as Escrituras, devem se esforçar para entendê-las, caso contrário a sua leitura terá pouco propósito. Nós não podemos utilizar aquilo que não compreendemos. Veja Jo 5.39; At 8.30.
O anjo que trouxe esta profecia a Daniel o estimulou para que a conhecesse e entendesse (Dn 9.25). E nós não devemos perder a esperança de entender, nem mesmo as profecias obscuras; a maior profecia do Novo Testamento é chamada de “revelação”, e não de segredo. Agora as coisas reveladas pertencem a nós; portanto, elas devem ser investigadas com humildade e diligência. Também podemos compreender não apenas as Escrituras que falam dessas coisas, mas pelas Escrituras devemos compreender os tempos (1 Cr 12.32). Observemos e prestemos atenção; assim alguns interpretam isso. Que nos asseguremos de que, apesar das esperanças vãs com as quais as pessoas iludidas se alimentam, os exércitos abomináveis trarão desolação.
Mt 24.21 Os grandes problemas que se seguiriam imediatamente (v. 21): “Haverá, então, grande aflição”; então, quando a medida da iniqüidade está completa; então, quando os servos de Deus estão selados e protegidos, então vem os problemas. Nada pode ser feito contra Sodoma até que Ló tenha chegado a Zoar, e então podemos procurar fogo e enxofre imediatamente. “Haverá, então, grande aflição”. Grande, realmente, quando dentro da cidade as pragas e a fome se enfureceram, e (pior do que qualquer coisa) houve facção e divisão, de modo que a espada de cada homem estava contra o seu companheiro. Foi então, e ali, que as mãos das mulheres desprezíveis esfolaram os seus próprios filhos. Fora da cidade, estava o exército romano, pronto para engoli-los, com uma ira especial contra eles, não somente como judeus, mas como judeus rebeldes. A guerra foi o único dos três julgamentos dolorosos de que Davi foi isento. Mas seria isso o que destruiria os judeus. E houve fome e pestes extremas, além da guerra. (História das Guerras dos Judeus), de Josefo, contém mais passagens trágicas do que, talvez, qualquer outra história.
(1) Foi uma desolação incomparável, “como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais”. Muitas cidades e reinos foram desolados, mas nenhum com uma desolação como essa. Os pecadores ousados não devem pensar que Deus fez o pior que podia fazer. Ele pode aquecer a fornalha sete vezes e ainda outras sete vezes mais quente, e o fará, quando vir abominações maiores e ainda maiores. Os romanos, quando destruíram Jerusalém, estavam destituídos da honra e da virtude dos seus ancestrais, o que tornou as suas vitórias mais fáceis de serem obtidas. E a determinação e teimosia dos próprios judeus contribuíram muito para o aumento da tribulação. Não é de admirar que a destruição de Jerusalém tenha sido uma destruição sem paralelos, quando o pecado de Jerusalém foi um pecado sem paralelos - a crucificação de Cristo por eles. Quanto mais próximo alguém está de Deus, em profissão de fé e privilégios, maior e mais grave será o julgamento divino sobre tal pessoa, se usar mal os seus privilégios, e for falso à sua profissão de fé (Am 3.2).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag.315; 317-318.
A GRANDE TRIBULAÇÃO
Mt 24.21. “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.”
Começando com 24.15, Jesus trata de sinais especiais que ocorrerão durante a grande tribulação (as expressões “grande aflição”, de 24.21, e “grande tribulação”, de Ap 7.14, são idênticas no grego).
Tais sinais indicam que o fim dos tempos está muito próximo (24.15-29). São sinais conducentes à, e indicadores da volta de Cristo à terra, depois da tribulação (24.30,31; cf. Ap 19.11–20.4).
O maior desses sinais é “a abominação da desolação” (24.15), um fato específico e visível, que adverte os fiéis vivos durante a grande tribulação de que a vinda de Cristo à terra está prestes a ocorrer. Esse sinal-evento, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo (ver Dn 9.27 nota; 1Jo 2.18; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO). O Anticristo, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2Ts 2.3,4; Ap 13.14,15).
Seguem-se fatos salientes a respeito desse evento crítico.
(1) A “abominação da desolação” marcará o início da etapa final da tribulação, que culmina com a volta de Cristo à terra e o julgamento dos ímpios em Armagedom (24.21,29,30; ver Dn 9.27; Ap 19.11-21).
(2) Se os santos da tribulação atentarem para o fator tempo desse evento (“Quando, pois, virdes”, 24.15), poderão saber com bastante aproximação quando terminará a tribulação, época em que Cristo voltará à terra (ver 24.33 nota). O decurso de tempo entre esse evento e o fim dos tempos é mencionado quatro vezes nas Escrituras como sendo três anos e meio ou 1260 dias (ver Dn 9.25-27; Ap 11.1,2; 12.6; 13.5-7).
Por causa da grande expectativa da volta de Cristo (24.33), os santos daqueles dias devem acautelar-se quanto a informes afirmando que Cristo já voltou. Tais informes serão falsos (24.23-26). A “vinda do Filho do homem” depois da tribulação será visível e conhecida de todos os que viverem no mundo (24.27-30; Ap 1.7).
Outro sinal que ocorrerá, então, será o dos falsos profetas que, a serviço de Satanás, farão “grandes sinais e prodígios” (24.24).
(1) Jesus admoesta a todos os crentes a estarem especialmente alerta para discernir esses profetas, mestres e pregadores, que se declaram cristãos sendo falsos, porém apesar disso, operam milagres, curas, sinais e maravilhas e que demonstram ter grande sucesso nos seus ministérios. Ao mesmo tempo, torcerão e rejeitarão a verdade da Palavra de Deus.
(2) Noutra parte, as Escrituras admoestam os crentes a sempre testarem o espírito que atua nos mestres, líderes e pregadores (ver 1Jo 4.1 nota). Deus permite o engano acompanhado de milagres, a fim de testar os crentes no tocante ao seu amor por Ele e sua lealdade às Sagradas Escrituras (Dt 13.3). Serão dias difíceis, pois Jesus declara em 24.24, que naqueles últimos tempos o engano religioso será tão generalizado que será difícil até mesmo para “os escolhidos” (i.e., os crentes dedicados) discernirem entre a verdade e o erro.
(3) Quem entre o povo de Deus não amar a verdade será enganado. Não terá mais oportunidade de crer na verdade do evangelho, depois do surgimento do Anticristo (ver 2Ts 2.11 nota).
Finalmente, a “grande tribulação” será um período específico de terrível sofrimento e tribulação para todos que viverem na terra. Observe:
(1) Será de âmbito mundial (ver Ap 3.10 nota).
(2) Será o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1; Mt 24.21).
(3) Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).
(4) O período será controlado pelo “homem do pecado” (i.e., o Anticristo; cf. Dn 9.27; Ap 13.12; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO).
(5) Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e “escape” dos tempos da tribulação (ver Lc 21.36 nota; 1Ts 5.8-10; Ap 3.10 nota).
(6) Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e gentios crerão em Jesus Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17; 14.6,7).
(7) Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15).
(8) Será um tempo de ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1Ts 5.1-11; Ap 6.16,17).
(9) A declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a totalidade da raça humana seria destruída.
(10) A grande tribulação terminará quando vier Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez 20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21).
(11) Não devemos confundir essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação.
(12) O trecho principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de duração é encontrado em Ap 6–18.
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
3. Revelar a vitória gloriosa do Messias.
Jesus Cristo, o Messias prometido, se revelará de modo especial na sua vinda pessoal e visível sobre o Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10).Ele virá e instalará um reino de paz e harmonia no mundo, desfazendo por completo o Anticristo, o falso profeta e ao próprio Diabo (Ap 19.19-21). Na Grande Tribulação, os juízos de Deus serão manifestos sobre Israel, mas na vinda pessoal, Israel será restaurado e governará com Cristo por mil anos (Ap 20.2,5).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 136.
Ap 19.19 Esta besta é a mesma que tinha vindo do mar (capítulo 13; veja o comentário ali). Os reis da terra referem-se aos “dez chifres” que João tinha visto na besta (veja 13.1), e, muito provavelmente, o seu número simboüza todos os reis da terra que prometem lealdade ao Anticristo. Com o derramar da sexta taça da ira de Deus, “espíritos de demônios, que fazem prodígios... vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todopoderoso... no lugar que em hebreu se chama Armagedom” (16.14-16). O capítulo 16 nos deu uma prévia daquilo que estava por vir e de como viria; o capítulo 19 descreve o evento propriamente dito. Aqui, o versículo 19 fala da congregação para a batalha do Armagedom.
A besta e os reis da terra e seus exércitos retmiram-se para fezerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo (Cristo) e ao seu exército (os redimidos). As linhas da batalha tinham sido traçadas, e o maior confronto da história mundial estava prestes a acontecer.
Ap 19.20 Os dois exércitos posicionaram-se um de frente para o outro - a besta e todos os reis da terra versus o Cavaleiro do cavalo branco e o seu povo redimido. De repente, a batalha tinha se acabado. Náo houve luta, pois, em um segundo, o fim tinha chegado. Não havia necessidade de uma batalha, porque a vitória tinha sido obtida séculos antes, quando o Cavaleiro do cavalo branco. Cristo, tinha morrido em uma cruz.
Naquela ocasiáo, Satanás tinha sido derrotado; aqui, no Armagedom, ele é finalmente despido de todo o seu poder. A besta de Satanás (o Anticristo, descrito em 13.1-10) foi presa, juntamente com o seu falso profeta, que tinha enganado os que receberam o sinal da besta.
Isto está descrito em 13.11-18. A besta e o íàlso profeta foram presos e lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. Este é o destino final de todos os ímpios. Neste ponto, entretanto, somente estes dois seres iníquos receberam esta puniçáo. Este lago é diferente do abismo mencionado em 9.1; ele é mencionado em 14.10,11 e 19.3. Há diversas declarações a respeito de poderes espirituais e pessoas sendo lançados no lago de fogo. Aqui, o Anticristo e o falso profeta foram lançados no lago ardente. A seguir, o seu líder, o próprio Satanás, será lançado naquele lago (20.10), e finalmente a morte e o inferno também serão lançados ali (20.14). Depois disto, aqueles cujos nomes não estáo escritos no Livro da Vida seráo atirados no lago de fogo (20.15).
Ap 19.21 Com os dois líderes presos (a besta e o falso profeta), o exército ficou abandonado pata ser destruído. Cristo, com a espada que saia da sua boca (19.15), mata todo o exército de reis e soldados rebeldes com um único ataque mortal. A sua espada do julgamento atinge e destrói tudo. As aves de rapina, que tinham sido chamadas anteriormente pelo anjo (19.17,18), se fartaram das carnes dos mortos. Como náo havia sobrado ninguém da batalha para sepultar estes mortos, eles foram abandonados para que as aves de rapina os devorassem.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 907-908.
A Derrota do Anticristo e de seus Exércitos (Ap 19.19-21)
"E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes."
As aves de rapina são chamadas (Ap 19.17) numa antecipação do desfecho da batalha. Elas estarão prontas e esperando o Anticristo entrar no grande vale ao sul de Nazaré. Este lugar já foi designado em Apocalipse 16.16 como Armagedom, o monte ou a colina de Megido que, em hebraico, significa "o lugar de rebeliões unidas". Há os que o definem como "a cidade ou monte de matança". O profeta Joel (3.12) designou o lugar como "o vale de Josafá", ou seja: "o vale onde Jeová julga".
Megido não é o vale referido em Zacarias 14.4,5, onde Jesus aparecerá quando de sua volta em toda sua glória. Seus pés pisarão o monte das Oliveiras, que será rachado em duas partes, uma metade se movendo em direção ao norte, e a outra em direção ao sul, deixando um grande vale entre o Leste e o Oeste. Depois, aparentemente, irá Ele locomover-se em direção a Megido. (Megido é também o nome do vale de Taanaque (Jz 5.19), que é a Planície de Esdrelom. Foi neste lugar que Débora e Baraque derrotaram os cananeus. Foi aqui que Josias foi morto por Faraó-Neco, rei do Egito (2 Rs 23.29). Não foram poucas as batalhas travadas no vale do Megido).
João vê ainda o Anticristo acompanhado pelo seu falso profeta e os "reis e outros governadores da terra", cujos exércitos haviam sobrevivido à Grande Tribulação. Por haverem se submetido ao Anticristo (Ap 17.13), estes reis finalmente são chamados, e ajuntam-se aos espíritos demoníacos. Os exércitos de todas as nações unem-se sob a bandeira do Anticristo para desafiar a Cristo que estará acompanhado por todos seus verdadeiros seguidores.
As agências demoníacas fazem, nesta hora, exatamente o que Deus quer; preparam-se para a guerra (Jr 25.32,33; Sf 3.8; Zc 14.2,3; Ap 16.12,16). A guerra termina com a derrota do Anticristo e de seus exércitos, mas o julgamento divino afetará todo o resto do mundo (Jr 25.29-33).
Muitos falsos mestres ensinam que o bem gradualmente triunfará sobre o mal; que uma melhor educação trará a paz e a prosperidade ao um mundo. Até mesmo alguns crentes apegam-se a certas promessas bíblicas que falam de amor e esperança, achando que o mundo mudará antes da volta de Cristo. Sem dúvida, haverá bom solo para receber a palavra de Deus. Haverá arrependimento e mudança de vidas até o tempo da volta de Jesus (At 3.19). Mas é totalmente oposta ao ensino bíblico a suposição de que todos os seres humanos serão eventualmente salvos. Pelo contrário: quase todo o mundo, nesta hora, seguirá o Anticristo, e há de tomar a marca da besta. Consequentemente, quando Jesus voltar para reinar, será necessário, antes de mais nada, julgar os que aqui tiverem ficado.
Embora o capítulo 19 de Apocalipse não descreva esta grande batalha, a aparência de Cristo sobre o cavalo branco há de confundir os exércitos do Anticristo (Ap 6.15-17). A batalha é de pouca duração. O Anticristo e o Falso Profeta serão imediatamente presos.
O Falso Profeta é o último de uma longa fila de falsos cristos e profetas que vêm operando enganos e mentiras (Mt 24.24). Seus milagres haviam enganado os que levavam a marca da Besta. Com os seus feitos, conseguia enganar a muitos (2 Ts 2.9,10; Ap 13.13-15), mas nada disto o ajuda a escapar. Juntamente com o Anticristo, é lançado vivo no "lago de fogo que arde com enxofre". Embora o lago de fogo tenha sido preparado para Satanás e seus anjos, esses seus dois agentes nele perecerão.
Satanás não é lançado imediatamente no lago de fogo (Ap 20.10). Somente o será depois do Milênio. Quando isto acontecer, lá encontrará o Anticristo e o Falso Profeta. Os demais ímpios serão afiançados após o juízo do grande trono branco (Ap 20.15). O lago de fogo é o destino final dos ímpios.
No Novo Testamento, há três palavras traduzidas como "inferno" - hades, tártaro e geena. Hades é usado para referir-se ao estado intermediário, onde os ímpios vão quando morrem (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27,31; Ap 1.18; 6.8; 20.13,14). As vezes, é usado para traduzir a palavra hebraica "sheol" do Antigo Testamento. "Tártaro" é praticamente sinônimo de "hades", porque também é um estado intermediário entre a vida e o juízo, do qual não há retorno ou possibilidade de mudança (2 Pe 2.4). "Geena", entretanto, é o estado final, "inferno", ou "fogo de inferno" (Mt 5.22,29,30; 10.28; 18.9; 23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; Tg 3.6) e refere-se ao "lago de fogo".
"Geena" foi o nome aramaico para o vale de Hinon, onde eram oferecidas crianças em holocausto a Moloque. No Novo Testamento, "geena" tinha se tornado o lugar da queima de lixo. Jesus usou-a por causa do seu fogo intenso e contínuo, como um tipo do julgamento divino, e fez deste nome um sinônimo para o fogo do castigo eterno.
Para os outros seguidores do Anticristo, também não há escape. O remanescente dos reis da terra e seus exércitos são mortos. Jesus usará a "espada de sua boca", isto é: falará a palavra de Deus e a "espada do juízo divino" matará a todos. Estes são os povos que rejeitaram o Evangelho pregado a "toda nação, tribo, língua e povo" pelo primeiro dos três anjos do capítulo 14 durante a Grande Tribulação. Todos os mortos no Armagedom já haviam tido a oportunidade de ouvir o Evangelho. Mas por haverem rejeitado a Cristo, foi-lhes permitido cair em completo engano para que creiam na mentira, e para que sejam julgados todos os que não creram na verdade (2 Ts 2.11,12). Pelo seu modo de viver, já haviam esgotado qualquer possibilidade de herdar o Reino de Deus (1 Co 6.9-11; G1 5.21).
Mais uma vez, João chama a atenção às aves de rapina que agora estão fartas com as carnes dos mortos. Finalmente, não se encontra mais ninguém sobre a terra para impedir o estabelecimento do reino milenial de Cristo.
HORTON. Stanley. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem acontecer. Editora CPAD.

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

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