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9° LIÇÃO 4 TRIMESTRE 2014 O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM

O PRENÚNCIO DO
TEMPO DO FIM
O oitavo capítulo de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador do Mundo Antigo.

Alexandre humilhou o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande chifre do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A visão de Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor, Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.
Antíoco Epífanes atacou as quatro regiões e suas respectivas potências militares. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C e a profanação do templo de Jerusalém. Daniel teve uma visão extensa e assustadora ao ponto de lhe tirar a força física para fazer as coisas mais básicas da vida. Mas era uma visão que devia ser guardada em segredo.
Muitos estudiosos concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma profecia histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado os acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão, profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso Deus zela pela sua Palavra.
A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na graça preciosa e suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno Pai.
Aproveite a aula de hoje para mostrar aos alunos como o nosso Deus relaciona-se com o Seu povo escolhido. Somos a igreja de Deus, um povo escolhido e chamado por Ele para anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a aula sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho Jesus, e na força do Espírito Santo, tem cuidado de nós.
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Se fizermos uma digressão ao conteúdo dos capítulos 2 ao 7, Daniel apresenta a história e profecia relacionadas diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 3 e 6 a história ganha um sentido especial porque fala da vitória do remanescente judeu contra as influências pagãs. O capítulo 4 é um testemunho que o Rei Nabucodonosor faz acerca da sua experiência que o levou a tornar-se insano e agir como um animal do campo, fruto do juízo da parte de Deus, que por fim o restaurou da sua insanidade mental. No capítulo 5, temos a queda do Império Babilónico, por ocasião da festa de Belsazar. Nesta festa, com a profanação dos vãos sagrados do templo de Jerusalém, Deus intervém na festa e sua mão escreve na parede do salão de festas a sentença de juízo contra o Império Babilónico. No capítulo 6, a história de Daniel na cova dos leões é inserida na história que o profeta quis contar, mas que o fato havia acontecido 60 anos depois, no primeiro ano do reinado do rei Dario, o medo, aproximadamente no ano 539 a. C. Daniel teve o propósito de enfatizar a fidelidade em meio a desobediência civil ante leis e decretos que tinham como objetivo se opor ao Deus de Daniel.
Ao chegar ao capítulo 7, Daniel dava início à segunda parte do livro. A partir de então, as visões foram específicas a Daniel, tratando do futuro do seu povo (Israel) e das nações do mundo representadas pelas figuras dos quatro animais com caraterísticas diferentes que lembram as figuras mitológicas do mundo pagão. Neste capítulo temos a segunda visão de Daniel. No capítulo 7 aparecem os quatro animais representativos dos impérios que governaram o mundo de então, mas que prefiguravam o juízo e o estabelecimento do reino de Deus na terra num tempo especial. Neste capítulo, Deus revela a Daniel o futuro desses impérios por meio de sonhos.
Chegamos ao capítulo 8, quando Deus revela o destino desses impérios por meio de uma visão que tem um caráter particular. Neste capítulo, Deus mostra a Daniel a queda dos dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego, representados pelas figuras de outros animais: um bode e um carneiro. Os mesmos impérios tratados no capítulo 7 e representados pelo Urso (7.5) e pelo Leopardo (7.6) ganham um sentido especial e particular no capítulo 8. Os dois outros animais, com caraterísticas especiais eram um carneiro (8.3,4) e um bode (8.5-9). Ambos eram animais poderosos, mas foram destruídos, porque ninguém prevalece contra o Cetro de Deus. Chama atenção a partir do capítulo 8 a mudança de idioma utilizado por Daniel. Nos capítulos 2 ao 7, o idioma do texto foi o aramaico dos gentios, no qual Deus trata diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 8 ao 12, o idioma foi o hebraico, porque a visão dizia respeito, essencialmente, ao povo judeu, sob o domínio desses impérios mundiais. Porém, no capítulo 8, Deus revela a Daniel as caraterísticas dos dois Impérios, o Medo-persa e o Grego, representados por dois animais, “o carneiro e o bode”. Os elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado; porém, algumas caraterísticas desses dois impérios personificam o futuro de Israel e o que acontecerá no “tempo do fim”(Dn 8.19).
ASPECTOS GERAIS DAS VISÕES DE DEUS A DANIEL
Nos tempos antigos a linguagem figurada era utilizada, especialmente, pelos povos pagãos. A cultura da época ilustrava valores e aspectos humanos através de componentes da natureza, do mundo animal. Neste capítulo, o escopo é menos abrangente, mas não menos importante, porque a visão tem apenas dois animais que surgem poderosos e ultrajantes pelo poder de violência e destruição que promovem. Nesta visão, Deus mostra a Daniel esses dois animais que representavam força, energia, autoridade, poder e perspicácia na invasão das nações e no domínio sobre os reis vencidos.
A visão dada a Daniel (8.1)
O texto literalmente diz: “apareceu-me, a mim, Daniel”. Daniel estava, de fato, distinguindo as visões dadas a Nabucodonosor nas quais ele foi apenas o intérprete das visões pessoais que Deus lhe deu. O caráter das visões concedidas a Daniel era moral e espiritual, enquanto que, as visões dadas a um rei pagão tinha um caráter material e político. Sonhos e visões são vias pelas quais Deus revela a sua vontade, mas não são únicas maneiras de Deus falar.
A data da visão (8.1)
Não há uma data certa, mas aproximada, quando os estudiosos entendem que o ano primeiro seja 541 a.C., e o ano terceiro teria que ser 539 a.C., que foi o ano da tomada da Babilônia pelos medos e persas. O texto indica que Daniel estava em Susã, capital da província de Elão.
O local da visão (8.2)
O texto declara que Daniel se viu junto ao rio Ulai: “vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai”. Alguns comentaristas seguem a ideia de LeonWood que entende que Daniel não esteve fisicamente em Susã, mas que foi transportado em espírito junto ao rio Ulai para ter essa visão. Não há necessidade de discutir se esteve realmente em Susã ou não. O que importa é que Deus estava dando a Daniel uma visão que retratava ascensão e queda dos dois impérios que aparecem na visão como o carneiro e como o bode. Posteriormente, esse rio mudou seu curso e se dividiu em dois outros rios, identificados como os rios Karon e Kerkah.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 115-117.
As visões e profecias desse capitulo concentram- se única e inteiramente nos eventos que estavam para ocorrer dentro em breve nas monarquias da Pérsia e da Grécia, e parecem não conter qualquer referência a qualquer outra coisa. Nada é dito aqui sobre a monarquia dos caldeus, apesar desta ser exatamente a sua época. E, por essa razão, esse capítulo não está escrito em caldeu, como os seis capítulos anteriores, para beneficio dos caldeus, mas no idioma hebreu, e da mesma forma estão os demais capítulos até o final do livro, em benefício dos judeus, para que pudessem saber que adversidades estavam diante deles e qual seria a conclusão, e assim pudessem se precaver de antemão. Nesse capítulo, temos: I. A própria visão do carneiro, e do bode, e a pequena ponta que lutaria e prevaleceria contra o povo de Deus, por um determinado tempo limitado (w. 1-14). II. A interpretação dessa visão por um anjo, mostrando que o carneiro representava o império persa, o bode, o grego, e a pequena ponta, um rei da monarquia grega, que se lançaria contra os judeus e a religião, e que era Antíoco Epifânio (w. 15-27). A congregação judaica, desde os seus primórdios, fora por todo tempo, em maior ou menor grau, abençoada com profetas, homens divinamente inspirados para lhes explicar a intenção de Deus em suas providências, e dar-lhes alguma perspectiva do que estava para acontecer com eles. Mas, logo após a época de Esdras, a divina inspiração foi interrompida, e não houve mais nenhum profeta até que chegasse o tempo do Evangelho. Por isso os acontecimentos daquela época foram aqui profetizados por Daniel, e deixados em registro, para que Deus não ficasse sem testemunho, e eles não ficassem sem um direcionamento.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 873.
O capítulo 8, assim sendo, elabora certos assuntos que figuram no capítulo anterior. A Babilônia não está mais em foco, e até os medos-persas foram mencionados para introduzir o monstro macedônio, Alexandre. Mas a ênfase real recai sobre o pequeno chifre, Antíoco Epifânio. “O propósito deste capítulo é, por um lado, tornar claras algum as questões que haviam sido tratadas de maneira um tanto críptica no capítulo 7; e, por outro, renovar a certeza de que o fim estava próximo. O cálice da iniqüidade de Antíoco estava quase cheio. Esse é o episódio final na grande tribuiação que precederá o fim. Deus interviria e o hom em do pecado seria destruído. Neste capítulo voltam os ao idiom a hebreu, deixando de lado o aramaico” (Arthur Jeffery, in loc). Os eruditos dispensacionalistas aceitam Antíoco Epifânio com o se fosse o anticristo, pelo que parte do capítulo foi colocada dentro de um am biente escatológico.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3410.
I - A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).
Deus, em sua infinita sabedoria, utiliza elementos da cultura que prevalecia nos dias de Daniel, mesmo que ele não precisasse de figuras mitológicas para entender as verdades divinas. Deus utiliza as figuras mitológicas do mundo animal para dar a Daniel uma visão ampla sobre dois impérios que viriam e que fariam parte da estratégia divina para revelar a Israel a soberania de Deus sobre todas as nações.
A visão do Carneiro (Dn 8. 20)
Na visão, Daniel estava diante do rio Ulai e, de repente, surge na visão um carneiro doméstico, mas que era audacioso e estava “diante do rio”. O carneiro era forte e tinha dois chifres, um maior que o outro. Esse carneiro simbolizava o Império Medo-persa que era o símbolo da aliança imperial dos medos e dos persas (Dn 8.20).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 118.
O carneiro medo-persa (8.3-4). Na primeira visão de Daniel no capítulo 7, os animais que simbolizavam o poder mundial eram animais selvagens. Agora a disposição da visão muda e dois desses mesmos poderes mundiais aparecem como animais domesticados — um carneiro e um bode. Será que é possível que o Espírito de Deus esteja retratando aqui mais uma importante fase da vida humana e da história, ou seja, o aspecto cultural? Enquanto o capítulo 7 ressalta o poder político das nações, o capítulo 8 destaca as influências culturais. Se concordarmos com essa hipótese, é possível imaginar que esses dois aspectos, provenientes de dois reinos diferentes, convirjam em dado momento em uma manifestação culminante do mal, ou seja, no surgimento do Anticristo.
Qualquer que seja o significado da mudança da natureza dos animais, o carneiro e o bode logo estavam furiosamente em guerra. O carneiro aparece primeiro, dando marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia (“para o sul”, NVI; v.4). Keil sugere que a direção das marradas parece indicar que os avanços para o oriente não eram tão estrategicamente importantes comparados com os feitos em outras direções. Tanto Ciro quanto Dario lideraram campanhas bem-sucedidas para o Oriente, em direção à índia, mas é o seu impacto ocidental que mais seriamente afetou a história.
O animal de duas pontas (dois chifres), com a segunda crescendo mais que a primeira, claramente sugere a história medo-persa. Ciaxerxes, da Média, era um líder poderoso que se aliou ao caldeu Nabopolassar e seu filho, Nabucodonosor, para derrubar o império assírio em 612 a.C. Ao lado da Babilônia, a Média era um poder dominante dos seus dias. Mas a bravura do talentoso Ciro (que a tradição diz ser o neto de Astiages, rei dos medos) logo se tornou evidente, e ele rapidamente ascendeu até o topo da aliança medo-persa.
A palavra animais (chayywoth) significa criaturas viventes em geral e podem ser tanto selvagens quanto domesticados. “Nenhuma criatura vivente podia ficar diante dele, e não havia quem pudesse livrar-se do seu poder; e ele fazia o que bem desejava e tornou- se grande” (4, lit.). E se engrandecia (higddil) não significa aqui “tornar-se arrogante” mas, sim, “fazer grandes coisas”. Isso se repete no versículo 8; cf. SI 126.2-3: “Grandes coisas fez o Senhor por nós”.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 529.
O leitor deve observar que o capítulo oito (em estudo), dá detalhes do segundo e terceiro impérios mundiais, isto é, os reinos de prata e de bronze do capítulo dois deste livro e o “urso e o leopardo” do capítulo 7, isto é, os reinos históricos da Média e da Pérsia e da Grécia. Agora, podemos ver corno o anjo Gabriel explica detalhadamente tudo a Daniel, isto é, colocando o terceiro (o Grego) em ação. “Aquele carneiro [o anjo se refere ao animal que Daniel tinha visto no v. 3], que viste, com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia”. A identificação específica dos dois animais forma a própria compreensão do autor com relação à seqüência dos eventos futuros. Jesus, nosso Senhor, usou também em vários de seus ensinos doutrinários, métodos semelhantes. Exemplificando, temos a parábola do Bom Semeador, em Mt 13.4-9, 18-23 e ss. No texto em foco, o anjo mostrou a Daniel, em cada interpretação, que todos aqueles reinos mundiais estavam em fase de transição, e recomendou que ficasse firme e prosseguisse até o fim. (Comparar Dn 12.13).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
Daniel descreve o carneiro de três maneiras distintas.
Em primeiro lugar, fala que ele tem dois chifres (Dn 8.3,20). Essa é uma descrição do império medo-persa que se levantaria para conquistar a Babilônia. Na mesma noite em que o rei Belsazar fazia uma festa e zombava dos vasos do templo, a Babilônia caiu nas mãos dos medopersas. Osvaldo Litz diz que o carneiro persa derrotou o império babilônico e tornou-se o senhor do mundo. Não só venceu seus vizinhos, mas conquistou seus territórios, formando um novo império mundial.
O chifre mais alto é uma descrição do poder prevalecente dos persas na liderança do império. Ciro, o persa, tomou o lugar de Dario, o medo. Em 550 a.C., Ciro tomou o controle da Média. Assim, se cumpriu a profecia. O carneiro persa derrotou a Babilônia e, por algum tempo, tornou-se senhor do mundo.82 Mas Daniel viu sua ascensão e queda 210 anos antes do fato acontecer.
Em segundo lugar, Daniel diz que tal carneiro é irresistível (Dn 8.3,4). A união dos medos e persas em um só império criou um exército poderoso que conquistou territórios para o oeste (Babilônia, Síria e Ásia Menor), ao norte (Armênia) e ao sul (Egito e Etiópia). Evis Carballosa diz que nenhum exército existente naqueles tempos tinha a força ou a capacidade necessárias para deter o avanço dos medo-persas.
Em terceiro lugar, Daniel diz que o carneiro engrandeceu-se (Dn 8.4). Nenhum exército naqueles dias podia resistir ou deter o avanço do reino medo-persa. Isso levou esse reino a tornar-se opulento, poderoso e cheio de soberba. Por isso, engrandeceu-se, e aí estava a gênese de sua queda.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 102-103.
2. Os chifres do carneiro.
Os dois chifres “o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra“ (8.3). Na versão ARC, a expressão fala de duas pontas que são traduzidas em outras versões como dois chifres. Portanto, o.s dois chifres do carneiro são os dois reis da Média e da Pérsia. Segundo os historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça deles, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos. De acordo com a história, a princípio, os medos haviam prevalecido na guerra contra a Babilônia e teve Dario como o primeiro governante daquela união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império. O carneiro, com seus dois chifres, representado pela união da Média e da Pérsia, identificado como o Império Medo-persa venceu e derrotou o Império Babilónico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou dos vasos sagrados da Casa de Deus trazidos do Templo de Jerusalém. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo 7 sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus, com uma maneira especial de aclarar a mente de Daniel mostrou a ele o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel. Os dois chifres do carneiro são destacados, tendo um dos chifres maior que o outro. O chifre maior (“o mais alto”) representava Ciro, o persa (8.3) e o chifre menor representava Dario, da Média.
Marradas do Carneiro, “vi que o carneiro dava marradas para o ocidente e para o norte, e para o meio dia” (8.4) — São três direções audaciosas do carneiro dando marradas, isto é, dando coices com violência para se sobrepor. Interpretando o termo “marrada”, no contexto dessa visão, Daniel percebe que o carneiro com seus dois chifres, representado pelo Império Medo-persa, quando batalhou contra Nabonido, pai de Belsazar, da Babilônia, foi um animal violento e dominador. Suas marradas foram fortes e capazes de suplantar a força militar da Babilônia. As três direções das marradas do carneiro abrangia todos aqueles países adjacentes que envolviam a Babilônia, Lídia e o Egito, Palestina e outros mais das cercanias do Oriente Médio. Estas três regiões lembram e se comparam literalmente à figura das “três costelas” na boca do urso que Daniel viu em sua visão no capítulo 7.5. As duas visões tratam das mesmas conquistas dos medos e persas. No capítulo 7, os me- dos-persas são representados pelo urso e no capítulo 8.4, eles são representados pelo carneiro. O que Deus queria mostrar a Daniel diferia apenas quanto aos aspectos político do mundo de então e os aspectos moral e espiritual que envolveria esse Império.
(8.4) A força do Carneiro — “e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão”.
Na cultura persa, a figura do carneiro era muito popular. Esse animal é sempre referido ao macho das ovelhas. Simboliza força e bravura na defesa da sua família. Seus chifres são símbolos do poder de domínio e autoridade do carneiro para defender seu rebanho. O símbolo mais importante dos medos-persas era a cabeça de ouro de um carneiro que fazia parte da coroa real, do peitoral de bronze dos guerreiros nas grandes batalhas. Na cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro é vencido e, surge na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (8.5-7).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 119-120.
Dn 8.3 "... um carneiro...” O presente texto descreve a continuidade do Império Medo-Persa, representado por Dario e Ciro, respectivamente. Não mais aquele “urso” faminto, mas, já enfraquecido, é agora, representado ao profeta Daniel como sendo um animal doméstico (carneiro), em vez de uma fera selvagem (o urso). Daniel contempla na sua visão da noite, que o audacioso carneiro se encontrava “diante do rio”. Isso descreve o momento em que o general Ciro, comandando seus exércitos medo-persas já se encontrava às margens do rio Ulai preparando-se para o “assalto” à Babilônia. O profeta observa que o valente carneiro “tinha duas pontas”, pontiagudas; mas uma delas era mais alta do que a outra. A simbologia profética aqui apre- sentada, é a mesma do capítulo 2 deste livro. Lá, os dois braços da estátua vista por Nabucodonosor representam Dario e Ciro. Eles, ali, são representados respectivamente, pelo peito e braços da imagem; enquanto que, no presente texto: pelo carneiro audaz. O profeta ainda continua em sua grande visão: “as duas pontas do animal eram altas, mas uma era mais alta do que a outra”. Exatamente, como já ficou demonstrado acima, o simbolismo aqui é perfeito: a ponta mais alta foi, evidentemente, a que chamou a atenção do profeta, porque subiu por último; ela representa Ciro, o monarca da Pérsia; ele subiu ao trono de Babilônia um ano depois de Dario; e também em suas grandes conquistas foi mais ilustre e poderoso do que Dario.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 150-151.
1. Ele viu um carneiro com duas pontas (v. 3). Essa era a segunda monarquia, da qual os reinos da Média e da Pérsia eram as duas pontas. As pontas eram muito altas. Mas a que veio por último era a mais alta, e tomou a dianteira da mais antiga. Assim, o último será o primeiro, e o primeiro, o último. O reino da Pérsia, que se levantou por último, em Ciro, tornou-se mais eminente que o dos medos.
2. Ele viu o carneiro atacando todos à sua volta com as suas pontas (v. 4), para o ocidente (em direção à Babilônia, Síria, Grécia e Ásia Menor), para o norte (em direção aos lídios, armênios e citianos), e para o sul (em direção à Arábia, Etiópia e Egito), pois todas essas nações foram, em uma época ou outra, atacadas pelo império persa na tentativa de aumentar os seus domínios. E, por fim, ele se tornou tão poderoso que nenhum animal podia estar diante dele. Esse carneiro, embora pertencente a uma espécie animal que muitas vezes servia de presa, tornou-se temível até mesmo para os próprios animais predadores, de modo que não havia nenhum que ficasse diante dele, nenhum que dele escapasse, nenhum que pudesse livrar-se da sua mão. Todos deveriam se submeter a ele. Os reis da Pérsia agiam conforme a sua vontade, alcançavam sucesso em todas as investidas no exterior, possuíam um poder incontrolável em seu país, e tornaram-se notáveis. Ele se considerava notável porque fazia o que queria. Mas fazer o bem é o que torna os homens verdadeiramente notáveis.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874.
O carneiro e seus dois chifres (8.3,4) é a Pérsia. "Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia" (v. 20). É representada em 7.5 por um urso. Os dois chifres falam da dualidade do império: Média e Pérsia. O chifre mais alto ("um mais alto do que o outro"-v. 3) é a Pérsia, que apesar de ser mais recente do que a Média, tornou-se proeminente. "O mais alto subiu por último" (v. 3). Em 550 a.C. Ciro, um persa, rebelou-se contra os medos, que até então detinham o poder e tornou-se cabeça dos dois reinos.
"E assim se engrandecia" (v. 4). Isto é dito da Grécia. De fato, esse império tornou-se grande nas suas conquistas. Seus feitos e proezas nesse sentido são estudados e admirados até hoje.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
3. A visão do bode (Dn 8.5-8).
“eis que um bode vinha do ocidente sobre a terra, mas sem tocar no chão” (8.5). A figura do bode, na mitologia do mundo de então significava poder, força e ousadia. Velocidade e mobilidade são caraterísticas desse animal que lembram a cabra montês que salta em montanhas de pedra com firmeza e sem resvalar. O bode é um animal que vive em regiões rochosas e inóspitas. O texto diz que “o bode” tinha uma velocidade que nem “tocava o chão”. Está se referindo a Alexandre, filho de Felipe da Macedônia, que surgiu com força incrível e com grande mobilidade para conquistar o mundo, a partir da conquista do Império Medo-persa que não se conteve diante dele. Quando surgiu o bode no espaço que o carneiro dominava, lançou-se contra o carneiro com muita força e domínio, ferindo-o e quebrando, de imediato, os dois chifres. O poder de Dario e Ciro caiu e foi usurpado pelo poder simbólico do bode que representava o Império Grego.
“vinha do ocidente sobre toda a terra” (8.5). Esse bode vinha do Ocidente com tanta velocidade e força que os seus pés não tocavam o chão. Na realidade, o ocidente é chamado “o poente” da Média e da Pérsia. Em 334 a.C., Alexandre, cruzou um famoso estreito entre os mares Negro e Egeu e com a força militar que tinha foi avançando até o Oriente e derrotou os exércitos dos medos e persas. Por uns dois ou três anos seguintes, Alexandre, definitivamente conquistou o Império Medo-persa por volta de 331 a.C.
“aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos” (8.5). Ele tinha um chifre no meio de sua testa. Era o Império Grego através de Alexandre, o Grande, que, com seus exércitos, suplantavam tudo e agiam com muita rapidez. O carneiro foi totalmente humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e o carneiro foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do Império Medo-persa pelos gregos. Daniel vê em sua visão que “o bode” vinha do Ocidente com muita força e rapidez e representava o novo Império, o Grego.
Quem era a “ponta notável”? (8.5)
Daniel vê em sua visão que o bode tinha “umaponta notável”, isto é, o bode tinha “um chifre no meio dos olhos” que chamava a atenção e, histórica e profeticamente estava se referindo ao líder mundial que ficou conhecido como, Alexandre, o Grande. Sob seu comando, representado pelo bode, quando deparou-se com o carneiro, quebrou os dois chifres do carneiro (Média e Pérsia). Na visão de Daniel, o bode demonstrou ter uma força superior ao do carneiro. Esse bode era, não só constituído de força e violência, mas tinha uma mobilidade ímpar. Esse “chifre notável” tornou-se, portanto, o grande conquistador por um espaço curto de tempo. Ele, Alexandre, era filho de Felipe da Macedonia, o qual fora educado aos pés do grande sábio grego Aristóteles. Ele nasceu na Macedonia em 356 a.C. Era de uma inteligência avançada para o seu tempo. Quando tornou-se o grande comandante das milícias gregas, a começar pela Macedonia, Alexandre demonstrava perspicácia e tenacidade ante os seus liderados. Ele era capaz de convencer seus liderados, generais e soldados, a superarem suas forças para conquistarem terras e mais terras.
(8.6,7) A violência do bode unicórnio. Era um animal unicórnio por causa do “chifre notável” que tinha sobre a fronte. O texto diz que esse bode investiu com todas as forças sobre o carneiro e quebrou, de imediato, os dois chifres do carneiro. Ciro e Dario foram quebrados, e a união da Média e da Pérsia foi suprimida pela força desse bode, ou seja, o Império Grego que sucedeu ao medo-persa.
O chifre notável é quebrado repentinamente - “mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada” (8.8) - Quando Alexandre gozava do maior prestígio que um grande rei podia experimentar, no auge de sua glória militar e política, o jovem conquistador perdeu a vida de modo misterioso no ano 323 a.C. A profecia que Deus deu a Daniel uns 200 anos antes se cumpriu cabalmente na vida de Alexandre, o Grande.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 120-121.
Dn 8.5: “um bode...” O profeta Daniel, em sua grande visão, deixa um pouco de lado o carneiro (Império medo-persa) e entra em cena com o Império Greco-Macedônio. No capítulo dois (2) deste livro, o Império Greco-Macedônio é representado pela composição de cobre, que forma “o ventre e coxas” da colossal imagem vista por Nabucodonosor em sua visão noturna. Enquanto que, no capítulo quatro (4), versículo quatorze, ele pode ser visto nas “folhas” da grande árvore, vista também em um sonho. No capítulo 7.6, ele é representado pelo “Leopardo” ali descrito. Agora, porém, no texto em foco, o reino Greco-Macedônio é representado pelo “bode voador”. Em sentido profundo da exegese, o bode representava o poderoso exército comandado por Alexandre, enquanto que a “ponta notável entre os olhos” representava o próprio Alexandre (v. 21). Daniel observa que aquele “bode” vinha do “Ocidente” em direção ao Oriente; isso indicava que o bode vinha da Grécia (Ocidente) em direção a Babilônia (Oriente). O exército de Alexandre era considerado um “exército-relâmpago”, e por essa razão, o profeta de Deus registra que ele não “tocava no chão”. Daniel, como em outras oportunidades, ficou sem entender a visão, mas o anjo Gabriel, passou a explicar-lhe todos aqueles pormenores: “...o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro”. E evidente que o rei primeiro do texto em foco é Alexandre Magno. O “bode peludo”, além de poderoso, “tinha uma ponta notável entre os olhos”. O leitor deve observar bem a frase: “entre seus olhos”. - Mas por que entre seus olhos? - A história diz que Alexandre, quando jovem, educou-se aos pés de Aristóteles, como Paulo aos pés de Gamaliel (At 22.3). Aristóteles foi discípulo de Platão. Juntos, esses dois filósofos eram chamados de “os dois olhos da Grécia”.
Dn 8.6: Os amantes da história antiga reafirmam a descrição de Daniel no presente texto, sobre a corrida de Alexandre Magno “com todo o ímpeto da sua força” contra os medos e persas. “Conta-se que ele, quando freqüentava uma escola na Grécia (era macedônio), costumava dizer que um dia se vingaria com todo o ímpeto das agressões dos persas, que, sendo senhores do mundo, ainda desejavam dominar a Grécia. A célebre batalha do Passo de Dardanelos e a batalha naval de Salamina falam bem alto do tipo de guerra que os persas, de tão longe, iam fazer à Grécia. Tão logo Alexandre pôde convencer os gregos de que era tempo de se desforrarem dos persas, reuniu tudo que tinha, e com uma coragem indómita, que lhe era peculiar, atirou-se pelo Oriente, nada estorvando a sua incrível coragem”. Alexandre não perdia tempo. Dali em diante nada lhe resistiria. Por isso Daniel o vê como um bode que vinha voando.
Dn 8.7: O presente versículo foi escrito antes de seu cumprimento (talvez 200 anos antes). Alexandre combateu, de fato, o Império Medo-persa, mais ou menos em 331 a.C. E esta profecia foi escrita por Daniel, mais ou menos em 539 a.C. E uma predição notável o choque de dois Impérios mundiais. Em nossos dias (isto é, em 1986), poderíamos imaginar um choque de duas grandes potências mundiais como os Estados Unidos da América do Norte e a União Soviética. Isso significaria, uma catástrofe mundial que envolveria todo o mundo. As duas pontas quebradas, vistas por Daniel no grande impacto dos dois animais, significam o fim do império medo-persa, fundado por Dario e Ciro. Esta dinastia só deixou de existir com a implantação do novo sistema mundial dos gregos, que helenizaram o mundo daqueles dias.
Dn 8.8: “Aquela grande ponta foi quebrada”. O simbolismo aqui apresentado é perfeitamente verdadeiro em seu cumprimento. Alexandre foi um exímio guerreiro, e, ao terminar todas suas grandes conquistas, entregou-se aos vícios mais hediondos daquela época; isto lhe ocasionou morte prematura. Morreu aos trinta e três (33) anos de idade, O chifre ilustre foi quebrado, como disse a profecia acima.
“E subiram no seu lugar quatro também notáveis”. As quatro pontas notáveis do texto em foco, compreendem também, as quatro “asas” que o “Leopardo” trazia em suas costas (Dn 7.6). Na simbologia profética aplicada nas notas expositivas do cap. 7.6, elas compreendem os quatro generais que se “levantaram” depois da morte de Alexandre, que são: 1) Ptolomeu. 2) Seleuco. 3) Antípater e 4) Filétero. Esses generais, após a morte de Alexandre Magno, fundaram quatro realezas para os quatro ventos do céu: Egito (Ptolomeu), Síria (Seleuco), Macedônia (Antípater), e Ásia Menor (Filétero). Eles foram, de fato, governantes “notáveis”, mas não atingiram a glória de Alexandre.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 151-154.
Ele viu esse carneiro ser vencido por um bode. Ele estava ponderando sobre o carneiro (maravilhando- se de que um animal tão frágil pudesse ter se tornado tão superior) e pensando qual seria o resultado. E, eis que surgiu um bode (v. 5). Este era Alexandre, o Grande, o filho de Filipe, rei da Macedônia. Ele vinha do oeste, da Grécia, que ficava a oeste da Pérsia. Ele alcançou uma grande extensão com seu exército: aparecia sobre toda a face da terra. Ele, de feto, conquistou o mundo, e depois sentou e chorou porque não havia outro mundo para ser conquistado. Unus Pellaeo juveni non sufficit orbis -Um mundo era muito pequeno para o jovem de Pella. Esse bode (uma criatura famosa pela delicadeza ao caminhar, Provérbios 30.31) vinha com incrível rapidez, de forma que não tocava o chão, tamanha a velocidade com que se movia. De certa forma, parecia voar sobre o chão em vez de caminhar sobre a terra. Outra possível interpretação é que ninguém na terra o tocava, o que significa que ele encontrava pouca ou nenhuma oposição. Esse bode, ou antílope, possuía uma ponta notável entre os seus olhos, como um unicórnio. Ele tinha poder, e conhecia a sua própria força. Ele se via como alguém que estava em condições de lutar contra todos os seus vizinhos. Alexandre prosseguia com suas conquistas com tal rapidez e com tamanha fúria, que nenhum dos reinos que atacou tinha coragem para oferecer resistência, ou dar um fim ao avanço de seus exércitos vitoriosos. Em seis anos ele se tornou o senhor da maior parte do mundo então conhecido. Com justiça poderia ser chamado de uma ponta notável, pois o seu nome ainda permanece vivo na história como o nome de um dos mais celebrados comandantes de guerra que o mundo já conheceu. As vitórias e realizações de Alexandre ainda são o passatempo dos estudiosos. Esse bode dirigiu-se ao carneiro que tinha duas pontas (v. 6). Alexandre, com seu exército vitorioso, formado por não mais do que 30.000 soldados a pé e 5.000 cavalos, atacou o reino da Pérsia. Ele foi ao seu encontro, para surpreendê-lo com a fúria do seu poder, antes que pudesse ficar sabendo de seus movimentos. Ele se aproximou do carneiro. Alexandre com seu exército veio contra Dario Codomano, então imperador da Pérsia, movendo-se com irritação contra ele (v. 7). Foi com extrema violência que Alexandre deu prosseguimento à sua guerra contra Dario, que, embora levasse um grande número ao campo de batalha, ainda assim, por falta de habilidade, não era páreo para ele, de forma que Alexandre foi muito duro com ele, quando afinal contra ele travou combate, e o feriu, e lançou-o por terra e o pisou com os pés, expressões essas que, pensam alguns, referem-se às três famosas vitórias que Alexandre alcançou contra Dario, em Granico, Isso e Arbela, através das quais esse rei foi, enfim, totalmente aniquilado, havendo perdido, na última batalha, 600.000 homens, de forma que Alexandre tornou-se o senhor absoluto do império persa e quebrou as suas duas pontas, os reinos da Média e da Pérsia. O carneiro que destruíra todos diante de si (v. 4) é agora destruído. Dario não tinha poder para estar diante de Alexandre, nem possuía quaisquer amigos ou aliados que pudessem ajudar a livrá-lo de sua mão. Note que houve muitos reinos que, quando tiveram poder, dele abusaram. Sim, aqueles que não tinham oponentes à altura, não deixaram de praticar males. Esses podiam esperar que lhes fosse finalmente retirado o poder que detinham e, sem dúvida, que seriam tratados da mesma forma que trataram a outros (Is 33.1).
Ele viu o bode ser muito engrandecido. Porém a grande ponta, que havia feito toda essa matança, foi quebrada (v. 8). Alexandre tinha cerca de vinte anos de idade quando iniciou as suas guerras. Quando tinha cerca de vinte e seis, venceu Dario e tornou-se senhor de todo o império persa. Porém, quando estava com cerca de trinta e dois ou trinta e três anos de idade, sendo ainda forte, e estando em sua plenitude, ele morreu. Ele não foi morto na guerra, em um leito de honra, mas morreu de excesso de bebida alcoólica, ou, como alguns suspeitam, envenenado. Ele não deixou nenhum filho vivo para apreciar aquilo pelo que trabalhara incansavelmente, mas deixou um monumento duradouro à vaidade da pompa e do poder do mundo, e da sua incapacidade de fazer um homem feliz.
Ele viu esse reino dividido em quatro partes, e que no lugar daquela grande ponta subiram quatro notáveis, quatro dos comandantes de Alexandre, a quem ele legou as suas conquistas em testamento. E ele possuía tanto que, ao ser dividido entre quatro, cada um deles tinha aquilo que poderia satisfazer qualquer homem. Essas quatro pontas notáveis apontavam em direção aos quatro ventos do céu, como as quatro cabeças do leopardo (cap. 7.6), os reinos da Síria e Egito, Ásia e Grécia - a Síria estendendo-se para leste, a Grécia para oeste, a Ásia Menor para o norte e o Egito para o sul. Note que aqueles que acumulam riquezas não sabem quem as colherá, nem a quem pertencerão todas as coisas que conquistaram.
Ele viu uma pequena ponta, que se tornou um notável perseguidor da igreja e do povo de Deus. E esse era o item principal que se pretendia que lhe fosse mostrado, nessa visão, assim como posteriormente (cap. 11.30ss). Todos concordam que essa ponta era Antíoco Epifânio (assim ele chamava-se a si mesmo) - o ilustre, mas outros o chamavam de Antíoco Epimânio - Antíoco, o furioso. Ele é chamado aqui (como anteriormente, cap. 7.8), de a pequena ponta, pois era, em sua origem, insignificante. Havia outros entre ele e o reino, e era de temperamento subserviente e humilde. Não havia nele as qualidades de um príncipe, e fora, por algum tempo, um refém e prisioneiro em Roma, de onde fugiu, e, embora fosse o irmão mais novo, e seu irmão mais velho estivesse vivo, conquistou o reino. Ele cresceu extraordinariamente em direção ao sul, pois se apoderou do Egito, e também para o leste, pois invadiu a Pérsia e a Armênia. Mas os males que causou ao povo judeu são especialmente mencionados. Eles não são expressamente citados, ou as profecias não forneceram esses detalhes. Mas ele é descrito aqui de tal forma que seria fácil para aqueles que entendiam a linguagem das Escrituras saber a quem se referiam. E os judeus, tendo informações a esse respeito de antemão, poderiam ter percebido e se preparado, bem como aos seus filhos, com antecedência, para esses tempos de sofrimento. (1) Ele se indispôs contra a terra formosa, a terra de Israel, assim chamada porque era a glória de todas as terras, pela fertilidade e todas as delícias da vida humana, e especialmente pelos sinais da presença de Deus nela, e por ser abençoada com revelações e instituições divinas. Era o Monte Sião que era formoso de sítio, a alegria de toda a terra (SI 48.2). O deleite daquela terra era que ah deveria nascer o Messias, que seria tanto a consolação como a glória de seu povo Israel. Note que temos motivos para considerar como um local aprazível aquele que é um local sagrado, no qual Deus habita, e onde podemos ter a oportunidade de manter uma comunhão com Ele. Com toda a certeza podemos dizer: E bom estarmos aqui. (2) Ele lutou contra as hostes do céu. Isto se refere ao povo de Deus, a igreja, que é o reino do céu, os militantes da igreja aqui na terra. Os santos, sendo nascidos do alto, e cidadãos do céu, e realizando a vontade de Deus, através de sua graça, de certa maneira, como fazem os anjos do céu, podem muito bem ser chamados de uma hoste celestial. Outra possível interpretação é que os sacerdotes e levitas, que eram usados no serviço do Tabernáculo, e ali lutavam um bom combate, eram esse exército do céu. Contra esses, Antíoco se indispôs. Ele se engrandeceu enormemente contra o exército do céu, em oposição e desafio a ele. (3) Ele lançou por terra uma parte do exército (ou seja, das estrelas, pois elas são chamadas de hostes do céu), e a pisou. Alguns daqueles que eram mais eminentes tanto na igreja como no governo, que eram luzes importantes e resplandecentes em sua geração, ele os obrigou a se submeterem às suas idolatrias ou os matou. Ele os pegou em suas mãos e depois os oprimiu e os sobrepujou. Como o bom ancião Eleazar e os sete irmãos, a quem matou com cruéis torturas, por terem se recusado a comer carne de porco (2 Mac. 6.7). Ele se gloriou de que, neste fato, insultou o próprio Céu e exaltou o seu trono acima das estrelas de Deus (Is 14.13). (4) Ele se engrandeceu até à posição de príncipe do exército. Ele atacou o sumo sacerdote, Onias, a quem despojou de sua dignidade, ou mais precisamente, o próprio Deus, que era o Rei de Israel desde os tempos antigos, que reina para sempre como rei de Sião, que comanda o seu próprio exército, que luta suas batalhas. Contra Ele Antíoco tentou se engrandecer. Este homem ímpio agiu como o faraó, quando disse: Quem é o Senhor? Note que aqueles que perseguem o povo de Deus perseguem ao próprio Deus.
(5) Ele retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da manhã e da tarde, oferta que Deus deu ordens aos seus servos para oferecer todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou todos os outros sacrifícios, mas apenas o saerifído diário é mencionado, pois esta era a maior de todas as perdas. Pois eles davam prioridade a esse em relação aos sacrifícios que eram apenas eventuais, e era através desse que mantinham sua constante comunhão com Deus. O povo de Deus considera os seus sacrifícios diários, os seus exercícios matutinos e vespertinos de devoção, os mais indispensáveis de sua profissão diária de fé, e os mais prazerosos de seus consolos diários. E por nada no mudo desistiriam deles. (6) Ele lançou por terra o lugar do seu santuário. Ele não queimou nem demoliu o templo, mas o lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o Templo de Júpiter Olímpio, e colocou nele a sua imagem. Lançou, também, a verdade por terra, pisoteou o livro da lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o queimou, e fez o que podia para destruí-lo por completo, para que fosse perdido e esquecido para sempre. Esses eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se exercitou nesse tipo de atitude. E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo agindo dessa forma. Ele foi muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o seu ponto de vista, e chegou próximo de eliminar a religião santa que a mão direita de Deus plantara. Mas para que nem ele e nem qualquer outro se exaltasse, como se tivesse sido um oponente à altura do próprio Deus, e um adversário difícil para Ele, o assunto é aqui explicado e colocado sob a luz da verdade. [1] Ele não poderia ter feito aquilo, se Deus não tivesse permitido que o fizesse. Antíoco não teria tido poder contra Israel, a menos que lhe fosse dado, de cima. Deus colocou esse poder em suas mãos, e o dispôs contra o sacrifício contínuo. A providência de Deus colocou em sua mão a espada com a qual se tornou capaz de sobrepujar todos aqueles que se pusessem em seu caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a mão de Deus em todos os empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja contra ela. Eles são apenas varas nas mãos de Deus. [2] Deus não o teria permitido, se o seu povo não o tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da transgressão, da transgressão de Israel, para castigar o povo por isso, que Antíoco é usado para causar-lhe toda essa tribulação. Observe que quando a terra formosa e todas as suas coisas agradáveis são devastadas, deve ser reconhecido que o pecado é a causa motivadora de toda a desolação. “Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o Senhor, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A grande transgressão dos judeus após o cativeiro (quando foram curados da idolatria) foi o desrespeito e a profanação das coisas sagradas, menosprezando o serviço a Deus, trazendo os animais feridos e aleijados para o sacrifício, como se a mesa do Senhor fosse algo desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss. Também lemos que os sacerdotes eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta razão, o Deus justo enviou Antíoco para tirar o sacrifício diário e lançar por terra o lugar do seu santuário. Note que é justo que Deus prive dos privilégios de sua casa aqueles que os menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que não desejam desfrutar os benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem perdido a liberdade de praticá-los.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874-876.
O bode é uma descrição profética acerca de um dos maiores líderes políticos da história, Alexandre Magno. Daniel elenca quatro fatos a seu respeito.
Em primeiro lugar, fala da rapidez de suas conquistas (Dn 8.5, 21). Esse bode representa o império grego (v. 21). As conquistas de Alexandre foram extensas e rápidas. Osvaldo Litz afirma que em apenas treze anos Alexandre conquistou todo o mundo conhecido de sua época.
O império medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego. Em 334 a.C., Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Pouco tempo depois, venceu Dario III na batalha de Issos (333 a.C.). Em 331, venceu o grosso das forças medo-persas na famosa batalha de Gaugamela.
Em segundo lugar, Daniel fala do poder desse líder (Dn 8.5). Alexandre é descrito como o chifre notável. Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem irresistível, um líder carismático, com punho de aço.
Em terceiro lugar, Daniel fala dos triunfos de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn 8.6,7). O poderio e a força de Alexandre são descritos na maneira como enfrentou o carneiro: 1) fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3) derrubao na terra; e 4) pisoteia-o.
Em último lugar, Daniel falado engrandecimento e queda de Alexandre e seu reino (Dn 8.8). “O engrandecimento de um império é ao mesmo tempo prelúdio de sua queda e decadência. Quanto mais se aproxima do auge de seu poder, tanto mais perto está também de seu fim”. A Grécia não foi uma exceção (v. 8). O versículo 8 profetiza a morte inesperada de Alexandre Magno na Babilônia, em 323 a.C., exatamente quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. Com sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Casandro couberam a Macedônia e a Grécia, no ocidente. Lisímaco governou a Trácia e a Bitínia, no norte. Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul. Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente.
Após a morte de Alexandre e a divisão de seu reino entre esses quatro generais (v. 8,22), o grande império grego desintegrou-se e enfraqueceu-se. A profecia acerca de Alexandre cumpriu-se literalmente, duzentos anos depois da profecia dada a Daniel.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 103-105.
II - O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
1. A visão da ponta pequena.
“e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (8.8). O cenário muda completamente com a morte de Alexandre, o Grande. Seus quatro principais generais de guerra surgem como “quatro pontas notáveis no lugar da “ponta (chifre) notável”. Esses quatro chifres menores, porém, notáveis, representam os quatro generais que assumiram o Império Grego depois da morte de Alexandre, o Grande. Os quatro chifres que surgem em lugar do chifre notável são representados pelas quatro cabeças do leopardo de Daniel 7.6. Como já tratamos no capítulo 7 da identificação dessas quatro divisões do Império Grego, apenas as citamos pelos generais Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, aproximadamente no ano 301 a.C.
Surge mais uma ponta pequena no cenário profético — “E de uma delas saiu uma ponta (chifre) mui pequena, a qual cresceu...” (8.9). Não devemos confundir esse “chifre pequeno” com o chifre pequeno de Daniel 7.8, 20,21, 24,26. Note que “o chifre pequeno” da Daniel 7.8 surgiu entre os 10 chifres do “animal terrível e espantoso” que se refere ao Império Romano. Porém, na visão de Daniel no capítulo 8, “o chifre pequeno” surge de um dos quatro chifres do bode, e diz respeito a um líder cruel da família de Seleuco, da Síria. Esse personagem é identificado, histórica e profeticamente, como Antíoco Epifânio.
Na visão, Daniel o vê surgir como “uma ponta mui pequena”. Porém, esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terraformosa”que se tratava de Israel.Antíoco Epifânio, da família dos selêucidas ficou conhecido como Antíoco IV e tornou-se um opressor terrível contra Israel. Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia, cuja capital era Antioquia.
Outrossim, esse “chifre pequeno” de Dn 8.9 não pode ser confundido, também, com a “ponta pequena” de Dn 8.5 que refere- se a Alexandre, o Grande. Já dissemos que “a ponta pequena” do animal terrível e espantoso de Dn 7.8 não é a mesma do capítulo 8.5,9. Porém, no texto de Dn 8.9 essa “ponta pequena” de Dn 8.9, refere-se a esse personagem identificado como Antíoco Epifânio, (175 a 167 a.C.). Ele causou tantos males e destruições na “terra formosa”(Dn 8.9) que pode ser um tipo do futuro Anticristo, ou a Besta de Ap 13.2. Ele quis exterminar com o povo judeu e sua religião, chegando ao ponto de proibir o culto dos judeus a Jeová.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 121-123.
Dn 8.9: “E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa”.
“... uma delas saiu uma ponta mui pequena”. O pequeno chifre que saiu de uma das pontas, de Seleuco, representa, em seu primeiro estágio, Antíoco Epifânio, monarca selêucida, do ramo sírio do Império Grego, o qual fez um esforço extremo para extinguir a religião judaica. Antíoco Epifânio, sem dúvida alguma, foi o princípio de formação do cumprimento desta grande profecia. Em seu cumprimento final, a personagem em foco é o Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ap 13.1).
“A qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, epara a terra formosa”. A “terra formosa” de que fala o texto, é Israel (Jr 3.19). Antíoco Epifânio, durante o seu governo, cresceu muito para o “sul e para o oriente”, ou seja, para o Egito e a Mesopotâmia, respectivamente. Porém, depois virou-se para a “terra formosa”, ou seja, para a Palestina, especialmente Israel. No capítulo 11.16 deste livro, essa terra é chamada de “terra gloriosa”. Isso sem dúvida alguma, como já ficou demonstrado, refere-se à terra de Israel pela sua fertilidade e excelência. Ela, de fato, é “uma terra que mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” (Ez 20.6). Evidentemente, é por isso que ela é chamada de “terra desejada” pelos profetas do Senhor (Zc 7.14). O Anticristo também, durante os dias sombrios da Grande Tribulação, armará suas tendas (fortalezas de guerra) na terra gloriosa (Dn cap. 11.45). Mas ali, no vale do Armagedom, ele encontrará o seu fim: Cristo o aniquilará!
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 154-155.
Dn 8.9 — A ponta mui pequena aqui não é a mesma que a pequena ponta do capítulo sete. A anterior é oriunda da quarta besta, Roma, enquanto que esta vem da Grécia. A pequena ponta aqui se refere a Antíoco Epifânio, o oitavo rei da dinastia síria, que reinou de 175 a 164 a.C. Portanto, essa profecia é, na verdade, para 175 a.C., quando Antíoco se toma rei, e não para 301 a.C., quando o império de Alexandre se divide. Para o meio-dia. Antíoco invadiu o Egito. A expressão para o oriente significa para Parthia, e a expressão a terra Formosa significa a Palestina.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1287.
2. A ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
Os versículos 10 e 11 falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de Deus, profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel praticava ao Senhor. Ele teve a audácia de profanar o santuário sacrificando um porco, animal imundo, para a liturgia judaica, além de assassinar mais de cem mil pessoas de Israel. Nos desígnios divinos, Israel estava esquecido por Deus, mas tudo isto fazia parte dos juízos contra as prevaricações de Israel. A seu tempo, Deus restauraria essa situação. Cada situação obedecia a um tempo predeterminado, quando Israel experimentaria, não só o juízo divino mas também a sua misericórdia, conforme declara a sua palavra que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos”(Lm 3.22).
“e ouvi um santo que falava” (8.13). E interessante que Daniel notou que dois seres angelicais teceram um diálogo entre si. No Antigo Testamento, a atividade dos anjos de Deus era mais forte para comunicar a mensagem de Deus aos seus servos. Alguns comentadores, entendem que poderia ser, um deles, o anjo Gabriel, o mesmo que apareceu a Daniel junto ao rio Ulai (Dn 8.16). O outro anjo que conversava não é identificado por um nome, mas, do ponto de vista da angelologia, é perfeitamente aceitável. No diálogo entre os dois seres angelicais, um deles pergunta: “Até quando dumrá a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora”? Esse sacrilégio contra o Templo de Israel se cumpriu através desse profano Antíoco Epifa- nio. Sem dúvida, seu personagem profético lembra a blasfêmia do pequeno chifre de Daniel 7.8,24,25; 9.27; 11.36-45 e 12.11. Todas essas referências proféticas indicam o que vai acontecer no futuro, no período da Grande Tribulação, provocada pelo Anticristo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123.
Dn 8.10 “... estrelai. Em Apocalipse 12.4, a expressão “estrelas do céu” se refere aos anjos decaídos; porém esta palavra não tem sentido uniforme nas Escrituras: é maleável. Em alguma parte ou lugar, refere-se aos exércitos celestes, isto é, ao mundo estelar (Gn 1.16); pode ser aplicado aos anjos bons e maus, dependendo do contexto (Jó 38.7 e Ap 12.4). Os anjos (pastores) das sete igrejas da Ásia Menor, eram chamados de “estrelas” (Ap 1.20). No presente texto, a palavra em foco, é usada para descrever os chefes supremos de Israel. (Ver Gn 37.9). O simbolismo se refere aos santos também em algum sentido (Jr 33.22). O que foi feito por Antíoco Epifânio em suas atrocidades contra os santos, durante o seu reinado de trevas, que, de um certo modo, “pisou” o povo de Deus, isso mesmo e mais ainda será feito pelo Anticristo durante o tempo da angústia. Antíoco “pisou” o povo de Deus, por “2.390 tardes e manhãs” (Sete anos e meio, aproximadamente). O Anticristo “pisará” também, por esse espaço de tempo, os convertidos durante a Grande Tribulação.
Dn 8.11 “... se engrandeceu até o príncipe do exército”. Observe bem a expressão do texto em foco: “se engrandeceu”. Em seu orgulho e propósito último, ele se aventura a desafiar o “príncipe”, tanto das estrelas como dos monarcas, e seu criador é Deus. Este desafio tomou forma de um ataque sacrílego ao templo, tal como o que já uma vez havia tido lugar com Belsazar (Ver cap. 5). Isso significa que ele desafiou o próprio Deus. O Anticristo fará também isso; ele abrirá a sua boca contra Deus, e blasfemará dos “poderes do mundo superior”, ridicularizando a própria existência de Deus (Ap 13.6). O primeiro personagem (Antíoco) visto neste versículo, é a figura do segundo (o Anticristo).
"... por ele foi tirado o contínuo sacrifício”. Pensamos que nenhuma interpretação única pode esgotar o sentido destes sinais do tempo que Daniel emprega, visto que as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe. É possível tomá-las tanto, literal como figurada e simbolicamente. As profecias podem ter suas apresentações em seus estágios históricos e em suas consolidações proféticas. A profanação do santuário por Antíoco Epifânio, a destruição da cidade de Jerusalém por Tito, e muitos outros acontecimentos que tiveram lugar na vida de Israel e na igreja, podem ser precursores e símbolos dos acontecimentos que terão lugar durante o reinado do Anticristo. (Ver Ec 3.15). “Nos dias de Antíoco, ele fez um decreto em que todo o povo havia de se conformar com a idolatria da Grécia. Um grego iníquo foi enviado a sustentar esse decreto. Todos os ‘"sacrifícios’ cessaram, e o ritualismo judaico dado por Deus terminou, O templo foi contaminado com carne de porco e dedicado ao deus Júpiter Olímpios”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.155-156.
Daniel fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10). Alguns imperadores romanos identificaramse com o anticristo escatológico, tais como Nero e Domiciano, por exigirem adoração de seus súditos. Hitler foi identificado com ele por sua feroz perseguição aos judeus. Outros governadores antigos e contemporâneos por perseguirem os cristãos como nos regimes totalitários e comunistas. Mas ninguém se assemelhou tanto ao anticristo escatológico como Antíoco Epifânio. Esse rei selêucida foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.24). Porque os fiéis judeus não se prostravam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele. Calculase que cem mil judeus foram mortos por ele. O anticristo escatológico também será implacável em sua perseguição aos cristãos (Ap 13.15).
Daniel fala acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23-25). Ele será um usurpador. Como o anticristo quererá usurpar o lugar de Cristo, Antíoco também foi um usurpador. No seu tempo, a Palestina pertencia ao Egito dos ptolomeus. Mas ele, astuciosamente, aproveitou-se da divergência entre os judeus que estavam divididos em dois partidos, e levou-os a se aliarem a ele, rompendo com o Egito (Dn 8.23-25). Quando os judeus se aliaram a ele, logo os explorou e os perseguiu cruelmente até a morte.
O anticristo imporá uma única religião em seu reino e perseguirá e matará os que não se conformarem a ele (Ap 13.12,15). Antíoco fez isso em seu reino. A posse do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da lei de Deus eram punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fiéis a Deus. Ele se levantará em tempo de grande apostasia. Como a apostasia do período do fim abrirá a porta para o anticristo (2Ts 2.3,4), também muitos judeus haviam se afastado da lei de Deus e adotado costumes dos gentios (Dn 8.12,23). Deus castigou Israel por causa de seus pecados. Quando no fim dos tempos a humanidade estiver suficientemente corrompida, ela estará pronta para receber o anticristo.
Antíoco fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o templo. Em 169 a.C., ele saqueou o templo e proibiu os sacrifícios (Ap 13.5). Por ordem de Antíoco, o templo foi profanado da maneira mais vil, indecente e imoral. O santuário de Jerusalém foi chamado de TEMPLO DE JÚPITER OLÍMPICO. Ele profanou o templo ainda quando colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue e o excremento pelo santuário, obrigando os judeus a comerem a carne do porco, dentro do templo, sob ameaça de morte. Mandou ainda edificar altares e templos dedicados aos ídolos, sacrificando em seus altares porcos e reses imundas. O livro de Macabeus descreve a soberba e a perversidade de Antíoco na profanação do templo de Jerusalém:
E entrou cheio de soberba no santuário, e tomou o altar de ouro, e o candeeiro dos lum es, e todos os seus vasos, e a m esa da propiciação, e as bacias, e os copos, e os grais de ouro, e o véu, e as coroas, e o ornam ento de ouro, que estava n a fachada do tem plo: e quebrou tudo [...] E fez grande matança de homens, e falou com grande soberba.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 106-107.
3. A purificação do santuário (Dn 8.14).
O tempo de sofrimento de Israel — “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (8.14). O tempo de sofrimento de Israel é revelado a Daniel com linguagem especial ao estabelecer um tempo de “2.300 tardes e manhãs “ que, literalmente, referem-se às atrocidades de Antíoco Epifânio num período de 171 a 165 a. C. No versículo 14 o Senhor revela que, depois daquele período de sofrimento, Ele haveria de purificar o santuário. Essa promessa implica na limpeza da profanação imposta por esse líder cruel contra a Casa de Deus. Os judeus até hoje fazem a celebração da purificação, ou seja, a Festa de Hannakah, que lembra a festa da purificação.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123-124.
8.14: "... duas mil e trezentas tardes e manhãs”. O presente versículo tem seu paralelo no versículo 26 do mesmo capítulo. Ali o anjo Gabriel esclarece a Daniel que aquela “visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira”. Podemos salientar que o primeiro período, ou seja, a participação das “duas mil e trezentas tardes e manhãs” dentro da profecia, descreve o período das atrocidades de Antíoco Epifânio, o monarca selêucida. Em sua aplicação proféti- co-escatológica, elas serão desenvolvidas durante o período sombrio da Grande Tribulação. Sobre as “duas mil e trezentas tardes e manhãs” existe uma infinidade de opiniões, mas podemos entender o sentido correto dentro daquilo que se pode depreender dos próprios.contextos bíblicos: 2.300 tardes e manhãs não significam apenas 1.150 dias, mas, literalmente, dois mil e trezentos dias completos. A expressão “tardes e manhãs” quer dizer dias completos e não apenas metade de um dia (Gn 1.5 e ss.). Como já ficou bem claro acima, as 2.300 tardes e manhãs cobrem os dias em que o monarca Seleuco Antíoco Epifânio implantou suas abominações na cidade santa e no templo. (Em seu primeiro estágio, isso teve início em 171 a 165 a.C.). Isso porém, não foi o seu cumprimento em sentido pleno; sua consolidação só terá lugar no final da Grande Tribulação, quando o Senhor Jesus vier à terra como o Libertador esperado. (Ver caps. 8.14 e 9.24; Rm 11.26). Então o “santuário será purificado”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 157-158.
A resposta dada a essa pergunta (v. 14). Cristo instrui os santos anjos, pois eles são nossos conservos. Mas aqui a resposta é dada a Daniel, pois em consideração a ele fora feita a pergunta: Ele me disse. Deus às vezes concede notáveis favores a todo o seu povo, em resposta às indagações e pedidos de alguns de seus servos. Então: [1] Cristo lhe assegura que a tribulação terminará. Ela continuará por 2.300 dias e não mais, tantas tardes e manhãs (assim está escrito), tantos nychthemerai, tantos dias naturais calculados, como no início do Gênesis, pelas tardes e manhãs, pois era a perda dos sacrifícios da tarde e da manhã que eles mais lamentavam, e consideravam que o tempo passava muito lentamente enquanto estavam despojados deles. Alguns consideram a manhã e a tarde, nesse número, valendo por dois. E assim 2.300 tardes e manhãs totalizariam apenas 1.150 dias. E por cerca de tantos dias o sacrifício contínuo permaneceu interrompido. Este número se aproxima do cálculo (cap. 7.25) de um tempo, tempos e metade de um tempo. Mas é menos forçado compreendê-los como tantos dias naturais. 2.300 dias perfazem seis anos, três meses e cerca de dezoito dias. E foi exatamente esse tempo que eles calcularam desde a apostasia do povo, proporcionada por Menelau, o sumo sacerdote, no 142" ano do reinado dos selêuci- das, no sexto mês daquele ano, e o 6° dia do mês (assim Josefo o data), até a purificação do santuário e o restabelecimento da religião no meio dele, o que ocorreu no 148° ano, no 9° mês, no 25° dia do mês (1 Mac. 4.52). Deus conta o tempo das aflições do seu povo, pois Ele compartilha esse sofrimento. Observe uma evidência deste fato em Apocalipse 2.10: “Tereis uma tribulação de dez dias”. [2] O precioso Senhor lhe assegura que eles terão dias melhores, posteriormente: “Então, o santuário será purificado”. Note que a purificação do santuário é um sinal favorável definitivo para qualquer povo. Quando começarem a ser corrigidos, logo serão libertados. Embora o Deus justo possa, para a punição do seu povo, tolerar que o seu santuário seja profanado por algum tempo, mesmo assim o Deus zeloso, para a sua própria glória, garantirá a sua purificação no devido tempo. Cristo morreu para purificar a sua igreja, e Ele a purificará sem qualquer pressa, para oferecê-la, a si mesmo, como uma igreja irrepreensível.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 887.
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO,
O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco Epifânio.
Antíoco é o protótipo do Anticristo
A expressão “tempo do fim” se refere a uma época escatológica, isto é, aponta para um tempo futuro. Do mesmo modo como a profecia dizia respeito aos impérios medo-persa e o grego que já passaram (8.20-23), também, esta mensagem tem uma dupla referência profética. Se Antíoco Epifânio, demonstrou caraterísticas de crueldade e destruição contra Israel, no futuro, surgirá outro governante mundial, que promoverá grandes males ao povo de Israel e ao mundo, até que Jesus Cristo, em sua vinda pessoal, desça para desfazer o poder desse personagem, o Anticristo.
A visão dada a Daniel concentrou-se essencialmente no personagem de Antíoco Epifânio, porque na mente de Deus, a visão apontava, também, para outro personagem que haveria surgir no futuro com as mesmas caraterísticas de Antíoco Epifânio, e chamaria “homem do pecado”, “Anticristo”, “a Besta”(2 Ts 2.9; Ap 13.2,3). Esse personagem escatológico aparecerá tão somente no período da Grande Tribulação quando a Igreja não mais estará na terra, porque, antes que o Anticristo apareça, a igreja de Cristo será arrebatada (1 Co 15.51,52).
“E eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias” (8.27). Quando Daniel teve essa visão já tinha quase 90 anos de idade. Naturalmente, sua estrutura física e emocional estava enfraquecida. A magnitude da visão foi tal que Daniel não teve mais forças para suportar tudo aquilo que Deus estava lhe mostrando. Naturalmente, toda aquela visão requereu dele, um estado de êxtase espiritual que, quando voltou ao normal, não tinha forças para ficar em pé. O mesmo aconteceu com João, na Ilha de Patmos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124-125.
Ele viu uma pequena ponta, que se tornou um notável perseguidor da igreja e do povo de Deus. E esse era o item principal que se pretendia que lhe fosse mostrado, nessa visão, assim como posteriormente (cap. 11.30ss). Todos concordam que essa ponta era Antíoco Epifânio (assim ele chamava-se a si mesmo) - o ilustre, mas outros o chamavam de Antíoco Epimânio - Antíoco, o furioso. Ele é chamado aqui (como anteriormente, cap. 7.8), de a pequena ponta, pois era, em sua origem, insignificante. Havia outros entre ele e o reino, e era de temperamento subserviente e humilde. Não havia nele as qualidades de um príncipe, e fora, por algum tempo, um refém e prisioneiro em Roma, de onde fugiu, e, embora fosse o irmão mais novo, e seu irmão mais velho estivesse vivo, conquistou o reino. Ele cresceu extraordinariamente em direção ao sul, pois se apoderou do Egito, e também para o leste, pois invadiu a Pérsia e a Armênia. Mas os males que causou ao povo judeu são especialmente mencionados. Eles não são expressamente citados, ou as profecias não forneceram esses detalhes. Mas ele é descrito aqui de tal forma que seria fácil para aqueles que entendiam a linguagem das Escrituras saber a quem se referiam. E os judeus, tendo informações a esse respeito de antemão, poderiam ter percebido e se preparado, bem como aos seus filhos, com antecedência, para esses tempos de sofrimento. (1) Ele se indispôs contra a terra formosa, a terra de Israel, assim chamada porque era a glória de todas as terras, pela fertilidade e todas as delícias da vida humana, e especialmente pelos sinais da presença de Deus nela, e por ser abençoada com revelações e instituições divinas. Era o Monte Sião que era formoso de sítio, a alegria de toda a terra (SI 48.2). O deleite daquela terra era que ah deveria nascer o Messias, que seria tanto a consolação como a glória de seu povo Israel. Note que temos motivos para considerar como um local aprazível aquele que é um local sagrado, no qual Deus habita, e onde podemos ter a oportunidade de manter uma comunhão com Ele. Com toda a certeza podemos dizer: E bom estarmos aqui. (2) Ele lutou contra as hostes do céu. Isto se refere ao povo de Deus, a igreja, que é o reino do céu, os militantes da igreja aqui na terra. Os santos, sendo nascidos do alto, e cidadãos do céu, e realizando a vontade de Deus, através de sua graça, de certa maneira, como fazem os anjos do céu, podem muito bem ser chamados de uma hoste celestial. Outra possível interpretação é que os sacerdotes e levitas, que eram usados no serviço do Tabernáculo, e ali lutavam um bom combate, eram esse exército do céu. Contra esses, Antíoco se indispôs. Ele se engrandeceu enormemente contra o exército do céu, em oposição e desafio a ele. (3) Ele lançou por terra uma parte do exército (ou seja, das estrelas, pois elas são chamadas de hostes do céu), e a pisou. Alguns daqueles que eram mais eminentes tanto na igreja como no governo, que eram luzes importantes e resplandecentes em sua geração, ele os obrigou a se submeterem às suas idolatrias ou os matou. Ele os pegou em suas mãos e depois os oprimiu e os sobrepujou. Como o bom ancião Eleazar e os sete irmãos, a quem matou com cruéis torturas, por terem se recusado a comer carne de porco (2 Mac. 6.7). Ele se gloriou de que, neste fato, insultou o próprio Céu e exaltou o seu trono acima das estrelas de Deus (Is 14.13). (4) Ele se engrandeceu até à posição de príncipe do exército. Ele atacou o sumo sacerdote, Onias, a quem despojou de sua dignidade, ou mais precisamente, o próprio Deus, que era o Rei de Israel desde os tempos antigos, que reina para sempre como rei de Sião, que comanda o seu próprio exército, que luta suas batalhas. Contra Ele Antíoco tentou se engrandecer. Este homem ímpio agiu como o faraó, quando disse: Quem é o Senhor? Note que aqueles que perseguem o povo de Deus perseguem ao próprio Deus.
(5) Ele retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da manhã e da tarde, oferta que Deus deu ordens aos seus servos para oferecer todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou todos os outros sacrifícios, mas apenas o saerifído diário é mencionado, pois esta era a maior de todas as perdas. Pois eles davam prioridade a esse em relação aos sacrifícios que eram apenas eventuais, e era através desse que mantinham sua constante comunhão com Deus. O povo de Deus considera os seus sacrifícios diários, os seus exercícios matutinos e vespertinos de devoção, os mais indispensáveis de sua profissão diária de fé, e os mais prazerosos de seus consolos diários. E por nada no mudo desistiriam deles. (6) Ele lançou por terra o lugar do seu santuário. Ele não queimou nem demoliu o templo, mas o lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o Templo de Júpiter Olímpio, e colocou nele a sua imagem. Lançou, também, a verdade por terra, pisoteou o livro da lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o queimou, e fez o que podia para destruí-lo por completo, para que fosse perdido e esquecido para sempre. Esses eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se exercitou nesse tipo de atitude. E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo agindo dessa forma. Ele foi muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o seu ponto de vista, e chegou próximo de eliminar a religião santa que a mão direita de Deus plantara. Mas para que nem ele e nem qualquer outro se exaltasse, como se tivesse sido um oponente à altura do próprio Deus, e um adversário difícil para Ele, o assunto é aqui explicado e colocado sob a luz da verdade. [1] Ele não poderia ter feito aquilo, se Deus não tivesse permitido que o fizesse. Antíoco não teria tido poder contra Israel, a menos que lhe fosse dado, de cima. Deus colocou esse poder em suas mãos, e o dispôs contra o sacrifício contínuo. A providência de Deus colocou em sua mão a espada com a qual se tornou capaz de sobrepujar todos aqueles que se pusessem em seu caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a mão de Deus em todos os empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja contra ela. Eles são apenas varas nas mãos de Deus. [2] Deus não o teria permitido, se o seu povo não o tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da transgressão, da transgressão de Israel, para castigar o povo por isso, que Antíoco é usado para causar-lhe toda essa tribulação. Observe que quando a terra formosa e todas as suas coisas agradáveis são devastadas, deve ser reconhecido que o pecado é a causa motivadora de toda a desolação. “Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o Senhor, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A grande transgressão dos judeus após o cativeiro (quando foram curados da idolatria) foi o desrespeito e a profanação das coisas sagradas, menosprezando o serviço a Deus, trazendo os animais feridos e aleijados para o sacrifício, como se a mesa do Senhor fosse algo desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss. Também lemos que os sacerdotes eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta razão, o Deus justo enviou Antíoco para tirar o sacrifício diário e lançar por terra o lugar do seu santuário. Note que é justo que Deus prive dos privilégios de sua casa aqueles que os menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que não desejam desfrutar os benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem perdido a liberdade de praticá-los.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 875-876.
Antíoco I e Antíoco II não molestaram os judeus nem se meteram na Palestina, mas Antíoco III era megalomaníaco e ambicioso. Invadiu a Palestina, e os judeus, que já estavam desavindos com os Ptolomeus, receberam-no como libertador, mal sabendo o que estava atrás de tudo. Para apaziguar os Ptolomeus deu a sua filha Cleópatra em casamento a Antíoco Epifânio, prometendo-lhe como dote a Palestina, Celsíria e a Fenícia, mas nada disso cumpriu. Durante o seu domínio na Palestina cometeu toda sorte de desatinos, inclusive a de entrar violentamente no templo e oferecer uma porca no altar dos sacrifícios, com o que cessaram os sacrifícios do templo, por ter sido profanado. Como nos informam os versos 9 e 10, era uma pequena ponta que cresceu até atingir os exércitos dos céus, os palestinos, ofendendo até o Príncipe do exército (Deus), dele tirando o sacrifício costumeiro por causa das transgressões (v. 12). O templo ficou fechado por duas mil e trezentas tardes e manhãs, de 171-165 a.C., nos dias de Antíoco III, o Grande, e o seu sucessor Antíoco IV, o Epifânio (ver Mat. 24:15).
Foram tais as atrocidades dos Antíocos, que os judeus se revoltaram, e uma família, a dos asmonianos, se refugiou nas montanhas e desafiou o poder dos selêucidas. Dessa família nasceu o movimento apelidado de "Macabeu", em que a família asmoniana enfrentou o poder dos Antíocos ou dos Selêucidas, desde 167 até 163, quando conseguiram fazer proclamar a independência da Palestina sob um governo nacional. A dinastia de Davi foi assim restaurada, mas por pouco tempo, também porque as intrigas e invejas entre os próprios judeus fizeram com que os romanos, a este tempo já com seus exércitos nos arredores da Palestina, interviessem para apaziguar a contenda, mas com a mão de gato, para pouco depois anexarem a Palestina aos seus muitos domínios. O tempo do fim (ou último tempo da ira, v. 19) não se refere ao fim de tudo, mas ao fim das assolações dos Antíocos.
Assim, num breve bosquejo, procuramos dar a interpretação dos versos 9-14, que incluem um longo período histórico, talvez o mais triste da história triste dos judeus. (História mais completa se encontra no capitulo 11.)
O próprio Daniel ficou tonto com a visão que não podia compreender, mas o atormentava. Foi então que se apresentou diante dele um como homem, e ouviu uma voz de homem de entre as margens do rio Ulai, o qual chegou junto dele para lhe interpretar o mistério, mas Daniel ficou mesmo sem entender o sentido de toda aquela visão. Porém uma coisa ele entendeu. No determinado tempo do fim das calamidades dos Antíocos, no tempo de Antíoco Epifânio, o feroz de cara e mestre em intrigas e mentiras (vv. 23-25), cessariam as misérias previstas nesta visão.
Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
"De um dos chifres saiu um chifre pequeno" (8.9). Trata-se do rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no Antigo Testamento, o qual procedeu da Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. O termo "selêucida" deriva do general Seleuco Nicátor, ao qual, na partilha do império de Alexandre, coube a Síria, a Ásia Menor e Babilônia, tendo por capital Antioquia. Seleuco foi o fundador da dinastia dos reis gregos da Síria, chamados selêucidas.
Antíoco Epifânio, o "chifre pequeno" de Daniel 8.9 é conhecido como o "Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição que infligiu ao povo judeu no século II a.C., durante o chamado Período Interbíblico. (Assim se chama o período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos.) Antíoco reinou de 175 a 167 a.C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar os judeus a renunciarem à sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas mais heróicas da história de Israel. Epifânio quer dizer o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam "Epimânio", que quer dizer louco.
Antíoco prefigurava o futuro Anticristo, pois no versículo 19 está escrito: "Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim".
O futuro Anticristo deverá, pois, surgir de uma das antigas quatro divisões do ex-império grego; certamente da divisão a que pertencia a Síria. Sendo Antíoco, tipo e sombra do Anticristo, procederá por certo do mesmo lugar. Talvez seja por isso que, ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele (isto é, a Besta) é primeiramente mencionado como "semelhante a leopardo" (Ap 13.2). Ora, o leopardo é o animal que simboliza a Grécia (7.6).
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).
A visão do anjo Gabriel (Dn 8.15-18)
“E havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entende-la” (8.15). Essa atitude de Daniel nos estimula a estudar a profecia com cuidado e desvelo. Buscar entender uma escritura bíblica requer de quem a deseja, dedicação e respeito ao que o texto quer dizer. Não dá direito de interpretação aleatória, ou seja, interpretação especulativa.
“se me apresentou diante uma como semelhança de homem” (8.15). O contexto bíblico não deixa dúvidas de que se tratava de um ser angelical que tomou a forma de um homem para falar com Daniel. Os anjos são seres espirituais sem forma qualquer. Por isso, eles podem tomar a forma que for necessária para comunicar a Palavra de Deus. Subtende-se, mais uma vez, que podia tratar-se do anjo Gabriel que se manifesta numa forma humana, a de um homem. Ele se comunica com Daniel e o trata por “filho do homem”. Não devemos confundir essa aparência angelical com uma teofa- nia (manifestação da divindade em forma humana). Neste caso em especial se trata apenas de um ser angelical com forma de homem, para poder comunicar racionalmente com Daniel. O anjo Gabriel comunicou de forma objetiva ao explicar toda a visão que Daniel tivera, distinguindo aspectos históricos e aspectos escatológicos.Ele anuncia a Daniel que a visão se cumpriria no “tempo do fim” (8.19).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124.
Dn 8.16: “... gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão”. A poderosa “voz” que “gritou” é a “voz” de Deus Pai, pois dada a posição elevada do “Anjo Gabriel”, um anjo comum não se poderia dirigir a um tão elevado poder da forma que se dirigiu:
“GabrieF. O anjo Gabriel aparece 4 vezes nas Escrituras: 1) Em Dn 8.16 (o texto em foco), ele explica a Daniel a visão do carneiro e do bode peludo. 2) Em Dn 9.21, ele esclarece a Daniel o segredo das “setenta semanas” escatoló- gicas. 3) Em Lc 1.11, ele é enviado a anunciar o nascimento de João Batista; do versículo 26 em diante, ele é novamente apresentado como tendo sido comissionado por Deus à virgem Maria, para predizer o nascimento de Jesus Cristo. Em Lc 1.19, ele se identifica, dizendo: “Eu sou Gabriel”. Essa palavra significa “homem de Deus”, ou embaixador de Deus”. Somente dois anjos recebem nome nas Escrituras, a saber, Gabriel e Miguel. (Ver Dn 8.16; 9.21; 12.1; Lc 1.19, 26; Jd v.9; Ap 12.7). Segundo a tradição judaica, Gabriel era o guardião do tesouro sagrado. Miguel era o destruidor do mal, o agente de Deus contra o mal. Esse nobre mensageiro assiste diante de Deus”. (Ver 1.19). E, portanto, um embaixador da corte celestial.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 158-159.
Gabriel, o mensageiro de Deus (8.15-19). Daniel ficou profundamente assombrado com a visão que teve, mas ele rapidamente encontrou uma resposta quando se apresentou diante dele um ser na semelhança de homem (15) — um mensageiro especial enviado por Deus. Era Gabriel (16) que apareceu, anunciado pela voz de homem. Acerca de margens do Ulai, cf. comentários do versículo 2.
Gabriel (hb., “Deus mostrou-se poderoso”) é bastante conhecido nas Escrituras. Ele era o mensageiro de Deus para Daniel (8.16; 9.21) e o mensageiro da anunciação do nascimento de João Batista, bem como do nascimento de Jesus (Lc 1.9, 26). Ao idoso Zacarias, Gabriel explica sua posição: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas” (Lc 1.19). Em seu terror diante da presença do anjo, Daniel escreve: “caí prostrado [...] Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os sentidos. Então ele tocou em mim e [...] disse: ‘Vou contar-lhe o que acontecerá depois [...] pois a visão se refere ao tempo do fim’” (17-19, NVI).
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530-531.
Daniel pergunta o significado da visão (vv. 5-19). No início do livro, Daniel foi capaz de interpretar e de explicar os sonhos e visões de outros, mas aqui teve de perguntar ao anjo qual era o significado do bode derrotando o carneiro e do pequeno chifre tornando-se um reino poderoso. A voz que deu a ordem a Gabriel pode muito bem ter sido a voz do Senhor. Gabriel significa "homem de Deus" e foi ele quem explicou a Daniel a visão dada no capítulo 8, bem como a visão das setenta semanas (Dn 9:21, 22).
Séculos depois, Gabriel seria enviado a Zacarias, para anunciar o nascimento de João Batista (Lc 1:11-20), e a Maria, a fim de contar-lhe que ela daria à luz o Messias (vv. 26-38). O único outro anjo cujo nome é citado nas Escrituras é Miguel ("quem é como Deus?"), que tem a incumbência especial de cuidar do povo de Israel (Dn 10:1 3, 21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7).
Quando Gabriel aproximou-se de Daniel, o profeta encheu-se de temor, desmaiou e caiu em sono profundo. (Ver Dn 10:9, 15, 17 e Ap 1:17.) Gabriel chamou-o de "filho do homem", um título messiânico (Dn 7:13); mas aqui foi empregado para enfatizar a fraqueza e humanidade do profeta.
O toque de Gabriel despertou o profeta (Dn 10:10, 11, 16, 18) e o anjo explicou-lhe que a visão dizia respeito aos últimos dias da história dos judeus. "O último tempo da ira" (v. 19) refere-se ao desprazer de Deus com seu povo e aos tempos de sofrimento intenso pelos quais Israel passará antes de vir o fim e de ser estabelecido o reino prometido.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 355.
3. O tempo do fim (Dn 8.17).
Dn 8.17 “... caí sobre o meu rosto”. Esta expressão é também repetida no versículo seguinte. A aproximação de Gabriel fez Daniel “tombar” no chão com extremo assombro, como acontecera com Ezequiel, o profeta do cativeiro, em suas grandes visões (Ez 1.28; 3.23; 44.4). Gabriel diz a Daniel que esta visão se cumprirá somente no “tempo do fim”. Já tivemos oportunidade de falar sobre isso, em outras notas expositivas. Este “tempo do fim”, no livro de Daniel, refe- re-se a septuagésima semana profética, descrita em Dn 9.2-27, com especial referência à metade dela, na parte final, que, no Apocalipse, é chamada “A Grande Tribulação”. No Novo Testamento, a expressão “os últimos dias”, em At 2.17; 2 Tm 3.1; Hb 1.1, é equivalente, no grego, ao “tempo do fim”, e, o sentido geral, é mais amplo que em Daniel, pois é aplicado à época do Evangelho de Cristo, à época do Espírito Santo em sua plenitude. E também para os “últimos dias maus”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 159.
Dn 8.17 O “fim do tempo", neste caso. ê uma alusão a todo o período compreendido entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Muitos acontecimentos ocorridos sob o governo de Antioco Epifânio IV se repetirão em uma escala mais ampla antes da segunda vinda de Cristo. Durante esse tempo Deus lida com Israel de maneira radicalmente diferente, com a divina disciplina chegando por meio das nações gentílicas. Este período é muitas vezes mencionado como “os tempos dos gentios" (Lc 21.24).
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1106.

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

4 comentários:

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  2. Deus continue te abençoando pelo auxilio q tens nos dado

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  3. Boa tarde e a Paz do Senhor.

    O irmão disse ter muitos livros para compartilha, como faço para ter acesso a esta literatura ?
    Fique na Paz de Cristo e tenha uma excelente EBD amanhã.

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  4. amém a igreja do senhor precisa mais disso.....

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