OS IMPÉRIOS MUNDIAIS
E O REINO DO MESSIAS
Prezado professor, a partir deste
capítulo, o sete, iniciaremos outro gênero de narrações sobre o profeta Daniel
e os seus amigos. Até o capítulo seis o gênero predominante no livro é
classificado como história. Mas a partir do capítulo sete, o gênero que passa a
dominar a obra é o das visões de Daniel. Uma série de visões dadas por Deus ao
profeta é revelada a respeito do futuro do mundo e do Reino de Deus.
Orientações
Professor, para explicar didaticamente o
primeiro tópico da lição recomendamos que ministrasse a aula de acordo com a
descrição do tópico I: a descrição da visão e, posteriormente, a interpretação
da visão. Descreva o primeiro animal, o segundo, o terceiro e o quarto. Então,
em seguida, trabalhe a questão da interpretação destes animais. Leve em conta
que a interpretação evangélica conservadora tende a compreender estes quatro
animais como sendo os quatro impérios do mundo: Babilônia, Pérsia, Grécia e
Roma. Estes impérios representam o período de tempo desde Daniel até a segunda
vinda de Cristo.
Considere também que os muitos
interpretes de Daniel tendem a colocar a profecia do capítulo 7 e 8 como uma
continuação do capítulo 2. Lembra do que trata este capítulo? Os impérios são
representados por uma grande estátua com cabeça de ouro; peito e braços de
prata; ventre e quadris de bronze; pés de ferro e de barro. Entretanto, a
estátua é derrubada por uma pedra. Esta pedra é o Reino de Deus destruindo toda
a concepção humana de imperialismo.
Além do primeiro, do segundo e do
terceiro, o quarto animal traz algo bastante específico: "dez
chifres" e um "chifre pequeno". Quando o professor explicar
estes elementos considere que ao longo dos anos muitas especulações foram
feitas a respeito dessas duas figuras. Não vá além do que menciona o texto
bíblico.
No passado, muitos crentes sinceros
consideraram Hitler o pequeno chifre, isto é, o Anticristo. Outros consideraram
Stalin o líder mundial. Alguns disseram que o Comunismo iria gerar o
Anticristo. Outros ainda compreenderam que o papa João Paulo II era o
Anticristo. A história provou que todas estas especulações não se sustentaram.
Não sabemos a respeito do Anticristo porque simplesmente a sua identidade não
foi ainda declarada. Ao que parece, nem saberemos. Não seremos arrebatados
antes? Boa aula!
Revista Ensinador
Cristão.
Editora CPAD. pag. 40.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas
partes, histórica e profética. Os capítulos 1 a 6 o identificam como
históricos, mesmo contendo uma parte profética no capítulo 2. Os capítulos 7 a
12 são tratados como sendo proféticos. É interessante notar que os
acontecimentos dos capítulos 7 e 8 antecedem os descritos nos capítulos 5 e 6.
Se no capítulo 6, Daniel já passava dos 80 anos de idade, no capítulo 7, ele
tinha aproximadamente uns 70 anos. Quando Daniel organizou o seu livro tratando
das interpretações dos sonhos nos capítulos 2 e 6 e as visões que ele recebeu
de Deus as separou da parte histórica.
No capítulo 7 inicia-se, essencialmente, a parte
profética do livro de Daniel, o verdadeiro Apocalipse do Antigo Testamento.
Esse capítulo 7 com a sua visão dos impérios mundiais é paralelo com o capítulo
2 que tem o sonho de Nabucodonosor. O capítulo 2 apresenta quatro impérios
representados por quatro figuras do mundo material. A visão do capítulo 2 foi
dada a um rei pagão, o rei Nabucodonosor e a visão do capítulo 7 foi dada a um
servo de Deus, o príncipe Daniel. A Nabucodonosor a visão revela o lado
político e material dos impérios, representados na figura da grande Estátua. A
Daniel Deus revelou o lado moral e espiritual desses impérios representados
pelas figuras dos quatro animais. Os fatos são os mesmos, mas o objetivo das
duas visões difere nas finalidades. Deus mostra a decadência desses impérios e
o surgimento do reino eterno do Messias.
Igualmente, os acontecimentos preditos e proféticos nos
capítulos 7 a 12 se darão em sequência cronológica. As duas primeiras visões
dos capítulos 7 e 8 se deram antes da festa de Belsazar, descrita no capítulo
5. Porém, a visão do capítulo 9 precedeu à experiência de Daniel na cova dos
leões no capítulo 6. Já, a quarta visão de Daniel (cap.10 a 12) se deu no “ano
terceiro de Ciro,rei da Pérsia”(Dn 10.1).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 97-98.
Os seis capítulos anteriores desse livro eram históricos.
Ingressamos agora com temor e tremor nos seis posteriores, que são proféticos,
e onde existem muitas coisas misteriosas e difíceis de serem entendidas, das
quais certamente não ousamos determinar o sentido, e ainda muitas coisas claras
e proveitosas, das quais eu creio que Deus nos permitirá fazer um bom uso.
Nesse capítulo, temos: I. Avisão de Daniel dos quatro animais (1-8). II. Sua
visão do trono de domínio e juízo de Deus (9-14). III. A explicação dessas
visões, que lhe foram dadas por um anjo que estava presente (15-28). E difícil
dizer se essas visões procuram antecipar o fim dos tempos, ou se elas deveriam
ter um rápido cumprimento. Nem mesmo os intérpretes mais criteriosos estão
completamente de acordo neste ponto.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 868.
Este capítulo inicia a segunda parte do livro de Daniel.
Nos capítulos 1 a 6 vimos a parte histórica do livro; agora, nos capítulos 7 a
12, veremos a parte profética.
O livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo
Testamento”. Ele trata da saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do
Reino de Cristo. É um livro escatológico e apocalíptico.
Edward Young diz que o capítulo 7 de Daniel trata do mesmo
assunto que foi tratado no capítulo 2. Ele afirma que esses dois capítulos são
paralelos. José Grau sugere que para um claro entendimento, esses dois
capítulos devem ser lidos conjuntamente. Evis Carballosa corretamente afirma
que o capítulo 2 apresenta um panorama na perspectiva do homem, enquanto o
capítulo 7 apresenta uma perspectiva divina do mesmo tema. Como a revelação
divina é progressiva, o capítulo 7 acrescenta detalhes importantes à revelação
dada no capítulo 2.
O capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos
1 a 14 retratam o sonho de Daniel; os versículos 15 a 28, a interpretação do
sonho. Daniel 7 trata do desenrolar da história humana até o fim do mundo. Se
olharmos apenas para os reinos deste mundo somos o povo menos favorecido da
terra, mas se olharmos para o trono de Deus somos o povo mais feliz da terra.
Os impérios do mundo surgem, prosperam e desaparecem, mas o Reino de Cristo
permanece para sempre.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 89-90.
Esta visão, na realidade, foi um sonho espiritual, e,
quanto ao título, difere das visões que se seguem nos capítulos 8-12. Novamente
encontramos os quatro impérios, paralelos às quatro partes da imagem do sonho
de Nabucodonosor (capítulo 2).
Os quatro im périos são sim bolizados pelos quatro anim
ais que correspondem aos quatro diferentes metais da visão do capítulo 2. Aqui
também achamos uma escala descendente de valor e poder, descendo do leão,
passando pelo urso e pelo leopardo, e chegando finalmente a um animal não
chamado pelo nome, os quais correspondem ao ouro, à prata, ao bronze e ao ferro
da visão anterior. Em ambas as visões, o reino de Deus (que é eterno) vem
depois dos reinos terrenos. Há aí um toque escatológico que nos leva à era do
reino milenar de Deus. Atenção especial é dada ao pequeno chifre, o último rei
do quarto império, o qual é variegadamente identificado. Se os santos do Senhor
serão especialmente perseguidos por ele, as páginas do livro da história o encerrarão,
ao passo que o Reino de Deus prosseguirá infinitamente depois do milênio. Este
capítulo divide-se naturalmente em três partes: vs. 1; vss. 2-7 e vs. 28. Também
há certo número de claras subdivisões.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3401.
I – A VISÃO DOS QUATROS ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1.
A visão.
Daniel, em sua visão, viu “os quatro ventos do céu
agitavam o Mar Grande” (7.2) que simbolizam os poderes celestiais movimentando
o mundo nos quatro pontos cardeais. São ventos que representam as grandes
comoções políticas, os conflitos bélicos e sociais nas nações do mundo.
“margrande”(v. 2) e “subiam do mar”(v. 3). O “Mar Grande”
tem sido interpretado de dois modos: Alguns estudiosos veem o “mar grande” como
sendo a humanidade; outros veem o “Mar Grande” como sendo o Mar Mediterrâneo,
pelo fato, de que os quatro impérios da visão surgem junto ao Mediterrâneo. Por
outro lado, “o mar”, nas profecias escatológicas da Bíblia é interpretado, também,
como sendo “as nações gentílicas” (Is 17.12,13). Minha opinião particular,
fruto das avaliações que fiz do texto é de que “o Mar Grande” é o Mediterrâneo.
O versículo 3 diz que “subiam do mar” e isto indica que se trata das nações
adjacentes ao Mediterrâneo. Uma das razões é que, o último império do capítulo
2 e 7, é o Império Romano, cujas dimensões alcançavam as nações gentílicas
adjacentes a Roma.
Os quatro animais como já dissemos estão ligados com o
Mar Mediterrâneo. O uso simbólico e profético do “mar” revela as turbulências e
inquietações promovidas pelas lideranças desses personagens dos quatro
impérios. Esses animais são diferentes uns dos outros e possuem caraterísticas
que revelam a brutalidade daqueles dias de forma irracional porque as ações desses
animais ultrapassarão o nível da racionalidade. Era o retrato que Deus dava
desses impérios nas figuras animalescas do texto para revelar o surgimento
deles ao longo da vida de Israel e do mundo, bem como, destacar o último grande
império mundial sob a égide de Satanás, representado pelo Anticristo.
“o primeiro era como leão e tinha asas de águia” (7.4.).
O leão, do mundo animal, o rei dos animais, simboliza a Babilônia, profetizado,
também, pelo Profeta Jeremias (Jr 4.6,7). Comparando as visões do capítulo 2, a
“cabeça de ouro”(Dn 2.32,37,38) é a “Babilônia” representada no capítulo 7 pelo
“leão com asas de águia” (Dn 7.4), percebemos o paralelo entre os dois
capítulos. Deus se utiliza de figuras do conhecimento cultural do homem para
revelar verdades morais e espirituais, por isso, na visão de Daniel Deus usou
figuras do mundo animal. No reino animal, o leão é o predador maior, portanto o
rei. Aqui no capítulo 7 o leão representa o Império Babilónico e as “asas de
águia” fala da conquista em extensão desse império que foi o maior do mundo
naquela época. Na natureza, na fauna animal, o leão e a águia são os animais
nobres. O leão é símbolo do rei dos animais terrestres e a águia é identifica
como a rainha das aves do céu. Os dois, o leão e a águia representam a
Babilônia pela ostentação de domínio e riqueza que tinha em relação ao mundo de
então. O leão lembra a bravura, a violência e a força bruta sobre suas presas.
Foi o que Nabucodonosor fez com as nações que subjugou sob seu domínio. A águia
lembra a rapidez e a voracidade. Portanto, o domínio da Babilônia aconteceu
entre os anos 605-539 a.C. Na visão, Daniel viu que o fim chegou para a
Babilônia quando lhe “foram arrancadas as asas” (7.4) e isto lembra o fato
quando Nabucodonosor que ficou demente, agindo como animal do campo, porque não
soube reconhecer a soberania divina. Ora, uma águia sem asas significa um poder
desfeito, sem capacidade de voar. Depois de “arrancadas as asas”, diz o texto
que o mesmo “foi posto em dois pés como homem”, e na sua recuperação voltou à
racionalidade e passou a agir como homem normal. Com esta experiência,
Nabucodonosor teve que reconhecer a soberania divina e lhe dar a glória que só
pertence a Deus (Dn 4.24,25,32,33,36,37).
O segundo grande animal da visão é UM URSO (7.5). O urso,
pela sua força e voracidade é quase tão formidável quanto o leão. E um animal
pesado que tem um apetite voraz, carnívoro e que estraçalha suas presas sem
dificuldade. E um animal que age com ataques súbitos e inesperados. Na
interpretação de Daniel, esse “urso” representa o segundo império que sucedeu
ao babilónico que foi o “império medo-persa” (Dn 2.39). Um detalhe interessante
é que o texto diz: “o qual se levantou de um lado” (v. 5). Em outras versões, a
compreensão se amplia com a forma como está escrito, quando diz: “com uma das
patas levantada, pronto para atacar”, conforme está na Bíblia Viva.
Subentende-se que o urso não está dormindo, mas está pronto para atacar e foi o
que fez, unindo a Média e a Pérsia, num ataque violento contra os exércitos de
Nabonido. Na visão, o urso tinha “três costelas entre os dentes” que podem
representar o domínio sobre três pequenas nações conquistadas por Ciro e por
Dario. O Império Medo-persa foi formado com a união das duas nações: a Média e
a Pérsia. No capítulo 2, o peito e os braços da colossal estátua simbolizavam o
império que sucedeu ao Babilónico, que é o medo-persa. Os dois braços
simbolizavam a Média e a Pérsia que se aliaram para atacar a Babilônia e formar
um governo só. Em relação a visão de Daniel, “o grande urso” se levantou de um
lado, ou seja, se levantou para atacar com voracidade e foi o que fez.
Diz mais o texto que o tinha “três costelas entre os
dentes” (v. 5). Os estudiosos escatológicos discutem sobre “as três costelas”
entre os dentes do grande urso, que podiam representar três outras nações que
foram conquistadas por esse império. A maioria desses estudiosos entende que se
tratava da Babilônia, da Lídia, na Ásia Menor e do Egito. Essas nações fizeram
uma coligação para suplantar as ameaças de dois reis, Dario e Ciro. Essas três
nações (Babilônia, Lídia e Egito) não conseguiram reagir porque “o urso” atacou
com força voraz e muita violência e os desfez. As “costelas entre os dentes”
era o resultado de outra ordem divina para o ataque do Urso, quando diz:
”Levanta-te, devora muita carne”. Segundo a história e as profecias bíblicas,
especialmente, de Isaías, Ciro da Pérsia foi usado por Deus e é chamado o seu
“ungido” para desfazer a força da Babilônia (Is 44.28; 45.5). Deus usou um rei pagão
para fazer o que ele estabeleceu em sua soberana vontade para punir aquelas
nações e para restaurar o seu povo em Jerusalém. Porém, na presciência divina,
haveria um tempo para os sucessos do Império Medo-persa e esse tempo chegaria
com o surgimento de outro animal: um leopardo.
O terceiro grande animal da visão é um LEOPARDO COM
QUATRO ASAS (7.6). A primeira frase que aparece na sequência da visão depois do
segundo animal, o urso, foi a seguinte: “Depois disso, eu continuei olhando”.
Essa frase dá a entender que os animais apareceram na visão em sequência. Não
apareceram todos ao mesmo tempo, mas um depois do outro, porque Deus queria
facilitar a compreensão do seu servo Daniel em todos os detalhes da visão. O
terceiro animal, portanto, era um leopardo, ou semelhante a um leopardo. A
caraterística principal desse animal era a sua agilidade, a sua rapidez. Acima
de tudo, esse leopardo não era semelhante aos leopardos comuns porque ele tinha
“quatro asas nas costas” e tinha, também, “quatro cabeças”. Deus toma a figura
desse animal extraordinário, porque não havia no mundo animal nenhum
semelhante. Esse leopardo era uma representação da Grécia, que, com estupenda
velocidade e crueldade conquistou o mundo de então que estava sob o domínio
medo-persa. O leopardo comum, além de ser carnívoro, é capaz de ataques súbitos
e inesperados. Esse ágil e forte leopardo representa, sem dúvida, ao reino
grego sob a força militar de Alexandre em 331 a.C. Como figura mítica, esse
leopardo tinha quatro asas de ave e quatro cabeças. As asas indicam o império
depois da morte de Alexandre (323 a.C.). O Império Grego, no capítulo 2 é
representado no sonho da Estátua de Nabucodonosor representado pelo “ventre e
as coxas de cobre” (Dn 2.32). No capítulo 7, Daniel vê o leopardo alado e com
quatro cabeças como o Império Grego que veio com Alexandre, o Grande, da
Macedônia. Em dez anos, Alexandre com enorme rapidez dominou o Império
Medo-persa em 334 a.C., e expandiu o seu domínio na Europa e na índia. Ele
tinha uma obsessão em conquistar outros territórios, e o fez com quatro
principais generais de guerra.
O texto diz que “foi-lhe dado o domínio” (v. 6) e, de
fato, rapidamente Alexandre conquistou as nações ao redor e a influência do seu
domínio, especialmente, na cultura, foi capaz de tornar-se referencial cultural
para o mundo inteiro até os tempos modernos. Porém, em 323 a.C., Alexandre teve
uma morte súbita e o seu reino foi dividido por seus quatro generais. A
Cassandro, foi-lhe dado a Macedônia e a Grécia; a Ptolomeu I, a Palestina e o
Egito; a Selêuco I, foi-lhe dado a Síria e a Lisímaco, foi-lhe dado a Asia
Menor e Trácia.
Na linguagem bíblica, a figura da “cabeça” simboliza
governo (Is 7.8,9; Ap 13.3,12) e “as quatro cabeças” do leopardo representam os
quatro generais que repartiram entre si o império depois da morte de Alexandre,
o Grande. O leopardo, como um todo, diz o texto no versículo 6 que “foi lhe
dado o domínio”. Naturalmente, entende-se, antes de tudo, que Deus tem o cetro
de governo do universo e deu ao rei grego o poder de dominar por um pequeno
período de tempo. No projeto divino prevalece a sua soberania que domina sobre
as nações do mundo. Esses quatro generais se tornaram reis nas regiões
designadas e se destacaram pela mesma ambição de glória e de poder como seu
líder e desenvolveram conflitos entre si e lutaram entre si. Segundo outra
visão que Daniel teve acerca desse mesmo império no capítulo 11.4: “o seu reino
será quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua
posteridade”. Mais uma vez, ninguém rouba o cetro de governo de Deus. O Império
Grego também passou e foi superado por outro mais forte e violento, o Império
Romano. O leopardo audaz foi abatido pelo “animal terrível e espantoso”
(Dn7.7).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 99-103.
A data desse capítulo o coloca antes do capítulo 5, que
ocorreu no último ano de Belsazar, e do capítulo 4, que aconteceu no primeiro
ano de Dario. Pois Daniel teve aquelas visões no primeiro ano de Belsazar,
quando o cativeiro dos judeus na Babilônia estava concluindo um ciclo. O nome
de Belsazar é aqui, no original, soletrado diferentemente do que costumava ser.
Antes ele era Bel-sa-zar - Bei é aquele que acumula riquezas. Mas este é
Bel-eshe-zar neste nome, Bei significa aquele que arde em chamas ateadas pelo
inimigo. Bei era o deus dos caldeus. Aquele governante havia prosperado, mas
estava então prestes a ser destruído. Nós temos, nesses versículos, a visão de
Daniel das quatro monarquias que foram opressivas aos judeus. Observe:
I - As circunstâncias dessa visão. Daniel havia
interpretado o sonho de Nabucodonosor, e agora ele mesmo é honrado com
revelações divinas semelhantes (v. 1): Ele teve visões da sua cabeça em sua
cama, quando estava dormindo. Assim Deus às vezes revelava aos filhos dos
homens tanto a si mesmo como também os seus pensamentos. Sim, quando caía um
sono profundo sobre eles (Jó 33.15). Pois quando estamos mais isolados do
mundo, e afastados das coisas dos sentidos, estamos mais aptos para a comunhão
com Deus. Mas quando estava acordado, ele escreveu o sonho para seu próprio
proveito, para que não o esquecesse como um sonho que se desvanece. E ele
contou o resumo dos assuntos para os seus irmãos judeus, para o proveito deles,
e lhes entregou por escrito, para que pudesse ser comunicado àqueles que
estavam longe, e fosse preservado para seus filhos que viriam depois, que
veriam essas coisas se cumprirem. Os judeus, interpretando mal algumas das profecias
de Jeremias e Ezequiel, se animaram com esperanças de que, depois de seu
retorno para a sua própria terra, desfrutariam uma tranqüilidade total e
ininterrupta. Mas, para que não se iludissem dessa forma, e súas desventuras se
tornassem duplamente dolorosas pelo desapontamento, Deus faz com que saibam
através desse profeta que terão tribulações: as promessas de sua prosperidade
deveriam ser cumpridas nas bênçãos espirituais do reino da graça. Cristo diz
aos seus discípulos que eles devem esperar perseguições, e as promessas nas
quais confiam serão cumpridas nas bênçãos eternas do reino da glória. Daniel
tanto escreveu essas coisas como as disse, para indicar que a igreja deveria
ser ensinada tanto através da Escritura quanto pela pregação dos ministros. Pela
palavra escrita e verbalmente. E os ministros, em suas pregações, devem
divulgar os pontos principais dos assuntos que estão escritos.
II - A própria visão, que prediz as evoluções dos
governos naquelas nações, sob cuja influência estaria a congregação dos judeus
nas eras seguintes. mencionou os quatro ventos combatendo no mar grande (v. 2).
Eles lutavam para definir quem sopraria com mais força e, no longo prazo, quem
sopraria sozinho. Isso representa as contendas entre os príncipes pelo império,
e as agitações das nações por causa dessas disputas, às quais essas poderosas
monarquias (das quais ele devia agora ter um panorama) deviam a sua ascensão.
Se um vento de qualquer direção soprar forte, causará uma grande agitação no
mar. Mas que tumulto deve necessariamente se instaurai- quando os quatro ventos
lutam pelo comando! Este é o ponto importante devido ao qual os reis das nações
estão lutando em suas guerras, que são tão turbulentas e violentas quanto a
batalha dos ventos. Mas como é o mar sacudido, e agitado, quão terríveis são as
suas concussões, e quão violentas são as suas convulsões, enquanto os ventos
estão em luta para decidir qual deles terá o poder exclusivo de atormentá-lo!
Note que este mundo é como um mar violento e tempestuoso, graças aos ventos
orgulhosos e ambiciosos que o atormentam. 2. Ele viu quatro grandes animais
surgirem do mar, das águas agitadas, nas quais as mentes ambiciosas adoram
pescai’. Os monarcas e as monarquias são representados por animais, porque
muito frequentemente é pelo furor selvagem e pela tirania que são engrandecidos
e mantidos. Esses animais eram diferentes uns dos outros (v. 3), de tamanhos
diferentes, para denotar as diferentes índoles e o aspecto geral das nações em
cujas mãos eles estavam alojados. (1) O primeiro animal era como um leão (v.
4). Esse representava a monarquia cal- déia que era forte e feroz, e tornava os
reis absolutos. Esse leão tinha asas de águia, com as quais voava sobre a
presa, simbolizando a extraordinária rapidez com que Nabucodonosor realizou a
conquista de muitos reinos. Mas Daniel logo vê as asas arrancadas, um ponto
final colocado à carreira dos seus exércitos vitoriosos. Diversas nações que
haviam sido suas tributárias se revoltam e avançam contra ele. De modo que esse
monstruoso animal, esse leão alado, é obrigado a ficar de pé como um homem, e
um coração de homem lhe é dado. Ele perdeu o coração de leão, devido ao qual
havia se tornado célebre (um dos nossos reis ingleses foi chamado de Coeur de
Lion - Coração de Leão), perdeu a sua coragem e se tornou fraco e medroso,
temendo tudo, não ousando fazer mais nada. Eles foram atemorizados, e lhes foi
feito saber que eram apenas homens. Algumas vezes a coragem de uma nação
estranhamente se deteriora, e ela se torna covarde e fraca, de maneira que
aquela que era a cabeça das nações em uma ou duas gerações se torna a cauda
delas. (2) O segundo animal era semelhante a um urso (v. 5). Este simbolizava a
monarquia persa, menos poderosa e generosa do que a anterior, mas não menos
voraz. Esse urso se levantou de um lado contra o leão, e logo o dominou. Ele
levantou um império. Assim alguns o interpretam. A Pérsia e a Média, que na
estátua de Nabucodonosor eram os dois braços ligados a um peito, agora
estabeleceram um governo conjunto. Esse urso tinha em sua boca três costelas
entre os dentes, os restos das nações que ele havia devorado, que eram o
símbolo de sua voracidade, e ainda um indício de que embora ele tivesse
devorado muito, não poderia devorar tudo. Algumas costelas, que não pôde conquistar,
ficaram grudadas em seus dentes. Como conseqüência disso, foi-lhe dito:
“Levanta-te, devora muita carne”. Deixa em paz os ossos, as costelas, pois
estes não podem ser subjugados. Assim, ataque aquela que será uma presa mais
fácil. Os príncipes encorajarão tanto os reis quanto o povo a prosseguir em
suas conquistas, e a não permitir que nada se oponha a eles. Note que as
conquistas, realizadas injustamente, são apenas como aquelas de animais que
caçam, e nesse aspecto são muito piores, pois os animais não caçam os de sua
própria espécie, como fazem os homens maus e irracionais. (3) O terceiro animal
era semelhante a um leopardo (v. 6). Este representava a monarquia grega
fundada por Alexandre, o Grande, que era ágil, astucioso, e cruel como um
leopardo. Ele tinha quatro asas como as de uma ave. O leão parece ter tido
apenas duas asas. Mas o leopardo tinha quatro, pois embora Nabucodonosor fosse
rápido em suas conquistas, Alexandre foi muito mais. Em um período de seis anos
ele conquistou todo o império da Pérsia, uma grande parte fora da Ásia,
tornou-se senhor da Síria, Egito, índia, e outras nações. Esse animal tinha
quatro cabeças. Na morte de Alexandre suas conquistas foram divididas entre
seus quatro chefes militares. Seleuco Nicanor ficou com a Ásia Maior. Perdicas,
e depois dele Antígono, ficou com a Ásia Menor. Cassandro ficou com a
Macedônia. E Ptolemeu com o Egito. O domínio foi dado a esse animal. Foi dado
por Deus, o Único de quem vem a promoção.
(4) O quarto animal era mais feroz, terrível e nocivo do
que qualquer um deles, diferente de todos os outros. Não há nenhuma entre as
feras com a qual ele possa ser comparado (v. 7). Os eruditos não estão de
acordo a respeito desse animal desconhecido. Alguns entendem que seja o império
romano, que, quando se encontrava em sua glória, abrangia dez reinos: Itália,
França, Espanha, Alemanha, Britânia, Sarmatia, Pannonia, Ásia, Grécia e Egito.
E então a pequena ponta que ascendeu através da queda de três das outras pontas
(v. 8) entendem ser o império turco, que ascendeu no lugar da Ásia, Grécia e
Egito. Outros entendem ser este quarto animal o reino da Síria, a família dos
selêucidas, que era muito cruel e opressora para com a nação dos judeus, como
encontramos em Josefo e na história dos macabeus. E nisso esse império era
diferente daqueles que vieram antes, pois nenhum dos poderes precedentes forçou
os judeus a renunciarem à sua religião, mas os reis da Síria o fizeram, e
aproveitaram-se deles barbaramente. Seus exércitos e comandantes eram os
grandes dentes de ferro com os quais devoraram e fizeram em pedaços o povo de
Deus, e eles pisotearam seus restos. Supõe-se, então, que as dez pontas sejam
os dez reis que reinaram sucessivamente na Síria. Portanto, a ponta pequena é
Antíoco Epifânio, o último dos dez, que de uma forma ou de outra debilitou
gradativamente três dos reis, e conquistou o governo. Ele era um homem de
grande engenhosidade, e então foi dito que tinha olhos iguais aos de um homem.
Ele era muito destemido e ousado, e tinha uma boca que falava grandiosamente.
Nós o encontraremos novamente nessas profecias.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 868-869.
Dn 7.4: “O primeiro era como leão”. Todos os estudiosos
das profecias de Daniel concordam nesta passagem, com o mesmo simbolismo. O
leão é Babilônia, compreendendo seu rei. (Ver Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8). Podemos
observar que, nas próprias composições que são empregadas para representar este
reino, diz-se que seus sucessores cresceriam naquele reino sempre apontando
para baixo (Dn 2.39, 40). Três composições nas visões de Daniel, que
representam Babilônia e o monarca, formam um simbolismo evidentemente perfeito:
1) A cabeça de ouro. 2) O leão. 3) A águia. A cabeça é a parte mais nobre do
corpo humano e, sendo de ouro, é mais evidente. O leão e a águia são dois
animais nobres da fauna: o primeiro, como o rei dos animais terrestres, e a
águia, como a rainha das aves do céu. Esse simbolismo sempre representou
Babilônia, em várias conexões das Escrituras Sagradas. O leão, majestoso,
corajoso, representa perfeitamente essa grande cidade. Babilônia, de fato, era
representada em seu escudo por um leão com asas de águia. A águia é outro
animal majestoso, a rainha das alturas, como o leão o é das planuras. O leão
representa a brutalidade, a força e a violência. E fera de mandíbula
trituradora. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, é o Império
Babilónico “um destruidor de nações” (Jr 4.7). A águia, por sua vez, metaforiza
a rapidez e a voracidade. Esse Império é considerado nas Escrituras como “u- ma
nação feroz” que voa como a águia (Dt 28.49-50; Mq 1.6-8). “E tinha asas de
águia”. Na simbologia profética, isso bem pode, como em outras partes das
Escrituras, simbolizar Nabonido e Belsazar.
“E foi levantado da terra”. A presente passagem, descreve
em resumo, a humilhação, a doença, a exaltação do poderoso monarca Babilónico,
o rei Nabucodonosor. No capítulo quatro deste livro, Deus o feriu de
licantropia. O doutor Montagu G. Barker, a descreve também como segue:
“Licantropia”, uma condição freqüentemente mencionada em tempos antigos. Muitas
vezes ligada à hidrofo- bia, em que parecia que as pessoas afetadas imitavam
cães e lobos. Nabucodonosor, uma vez ferido por Deus desta doença, foi colocado
junto com os animais do campo (Dn 4.33), onde passou “sete tempos”. Sete tempos
(“sete anos”). A palavra “iddãnin” não denota especificamente “anos”, mas pode
significar “estações”. E a mesma palavra traduzida por “tempo” em 2.8 e
“momento” em 3.8, do livro em foco. A sua situação é indefinida, mas, no
conceito geral, isso significa mesmo “sete anos” (Dn 7.25; 12.7; Ap 12.14. Um
tempo nessas passagens significa um ano).
“E posto em pé como um homem”. O texto em foco descreve,
em resumo, o estado normal e o restabelecimento do rei Nabucodonosor, e, com
certeza, também o seu restabelecimento no posto e trono, como ele mesmo
descreve: “Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos
ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e
louvei... no mesmo tempo me tornou a vir o meu entendimento, e, para a
dignidade do meu reino, tornou a vir a minha majestade e o meu resplendor”
(cap. 4.34-36).
“E foi-lhe dado um coração de homem”. O coração deste
monarca estava muito endurecido no início do reinado; era realmente “um coração
de leão” (Jr 4.7). Ele tornou-se um Faraó. Faraó foi um monarca, também de
coração endurecido. Dez vezes lemos que ele endureceu seu coração e dez vezes
lemos, também, que Deus o endureceu (Ex 7.13,14, 22; 8.15,19, 32; 9.7, 34, 35;
13.15 - Faraó). (Êx 4.22; 7.3; 9.12; 10.1, 27; 11.10; 14.4, 8, 17 - Deus).
Theodoret assim explica o caso: “O sol pelo seu calor torna a cera mole e o
barro duro, endurecendo um e amolecendo outro, produzindo, pela mesma ação,
resultados contrários. Assim a longanimidade de Deus faz bem a alguém e mal a
outros. - Por quê? - Porque alguns apresentam-se amolecidos e outros
endurecidos”. O juízo de Deus caiu sobre Faraó quando se exaltou. O juízo de
Deus caiu também sobre Nabuco- donosor quando se exaltou. Diferença: Faraó se
endureceu; Nabucodonosor se humilhou. Teve seu “coração” mudado de “leão” para
“coração de homem”. Nabucodonosor morreu, e seus dois sucessores, as asas,
foram arrancadas, terminando, assim, aquela dinastia Babilónica (Dn 5.30; 7.4).
Dn 7.5: “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal,
semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três
costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita
carne”.
“...o segundo animal...” No capítulo 2 versículos 32 e 39
do livro em foco, o Império Medo-persa é representado pelo “peito e braços” de
prata da estátua “terrível” do sonho do monarca Nabucodonosor. O “peito do
colosso, na simbolo- gia profética, representava a unificação dos dois reinos
(Média e Pérsia) em um só. Os “braços”, porém, geograficamente falando, são
seus dois monarcas: Dario e Ciro, respectivamente. 1. O braço esquerdo
representava Dario. 2. O braço direito representava Ciro (Is 45.1). São eles os
dois “Tufões de vento do Sul, que tudo assolam...” (Is 21.1). No capítulo 4 de
Daniel, esse Império, bem pode ser visto nos “ramos” da árvore que o rei
Nabucodonosor viu em sonho.
“... um urso”. O segundo animal presenciado por Daniel,
nesta visão é “um urso”. E quase tão temível quanto o leão, o primeiro animal.
O urso marrom da Síria pode chegar a 250 kg de peso e tem um apetite voraz.
“Embora o urso não seja considerado o rei dos animais, atinge maior estatura e
peso, como já ficou demonstrado, do que o leão. Diz-se que sua espécie foi
encontrada na Média, país montanhoso, acidentado e frio. Seus quarenta e dois
(42) dentes pontiagudos, suas garras aguçadas, sua malícia, o seu enorme peso,
a sua coragem e a sua astúcia, fá-lo grandemente terrível. No que diz respeito
à sua crueldade, ferocidade e sede de sangue, não tem rival”. Todos esses
requisitos possuídos por essa fera, foram realmente incorporados em grau
supremo ao Império Medo-persa, e mais ainda. Dele está escrito: “Levanta-te,
devora muita carne”.
"... levantou-se de um lado”. O presente versículo
põe em foco Dario e Ciro se “levantando do sudeste” da Babilônia; nessa região
se encravavam a Média e a Pérsia; os medos predominaram antes dos persas. A
frase: “levan- tou-se de um lado” é interpretada na maneira de haver a fera se
levantado de um lado, isto é, no sentido literal, o urso levantou-se sobre duas
patas, ficando as duas outras suspensas, como se quisesse andar com os pés.
Esses dois reinos, após conquistarem Babilônia, cada um queria andar só. Eis a
razão por que Ciro depois vence Dario e reina com grande poder.
“Tendo na boca três costelas...” O presente texto mostra
algo admirável no urso faminto, como fora presenciado no majestoso leão do
versículo 4. As três costelas em foco, que o urso trazia na sua boca, na
simbologia profética significam as três primeiras potências conquistadas pelo
Império Medo-persa. São elas: 1) Babilônia. 2) A Lídia, na Á- sia Menor. 3) O
Egito. Esses três reinos (costelas) fizeram uma coligação pensando suplantar as
ameaças do inimigo. Mas não tiveram nenhum êxito nisso, pois a conquista por
Dario e Ciro dessas nações já estava vaticinada cerca de 80 anos antes, como
está descrito pelo profeta do Senhor: “O Senhor despertou o espírito dos reis
da Média; porque o seu intento contra Babilônia é para a destruir. (Jr 51.11,
29). Dario e Ciro fizeram com estas três costelas (nações) o que antes já fora
vaticinado. As nações aí mencionadas foram, em suma, as primeiras a caírem nas
garras do urso voraz. Ele as subjugou.
"... entre os seus dentes”. O profeta Daniel,
observa um detalhe importante na presente visão: as três costelas acima
mencionadas, vinham presas “entre” os dentes da fera. Foi realmente o que
aconteceu com as três potências aludidas: Babilônia, Lídia, e Egito. Elas foram
conquistadas pelos poderosos dentes (exércitos) do urso faminto. Segundo a
história natural, um urso da Média, é portador de 42 dentes pontiagudos. Nas
conquistas mencionadas foram usados 42 exércitos em revezamento. As Escrituras
são proféticas e se combinam em cada detalhe. (Ver Ec 7.27).
“Levanta-te, devora muita carne”. Essa voz que ordena ao
“urso” que devore muita carne é a voz de Deus. Refere-se a Ciro, também chamado
o “pastor” de Deus (Is 44.28) e seu “ungido”, em Is 45.1. Esses títulos lhe são
dados, não por causa do seu caráter, pois ele era ignorante quanto à pessoa de
Deus (Is 45.5). Ele não conhecia a Deus, e é chamado “uma ave de rapina” em Is
46.11, mas Deus o predestinou para executar a destruição de Babilônia e a obra
de restauração de Israel. No texto de Is 45.1, 2, lemos a seu respeito: “Assim
diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater
as nações diante de sua face, eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante
dele as portas e as portas não se fecharão. Eu irei diante de ti, e
endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as portas de bronze e despedaçarei
os ferrolhos de ferro”. O leitor deve observar que os elementos apresentados
nesta profecia existiam de fato em Babilônia. No cap. 8.3- 22 deste livro, o
poderoso Império Medo-persa ainda continua, porém, já enfraquecido: não é mais
representado por um “urso voraz”, mas por um animal doméstico. Não está mais
diante do mar (v. 3) mas diante do rio (8.3).
Dn 7.6: "... eis aqui outro”. No texto em foco, é o
Império Gre- co-macedônio que entra em cena. No capítulo 2, versículos 35 a 39
deste livro, esse Império é representado pelo “ventre e coxas” de cobre da
estátua vista pelo monarca Nabu- codonosor, em seu majestoso sonho. Como na
representação anterior dos dois reis, Dario e Ciro, o mesmo acontece aqui. “O
ventre” como é descrito pelo profeta do Senhor, simboliza a unificação dos
reinos Grego e Macedônio em um só. As “coxas” falam de duas nações que se
uniram, depois, porém se dividiram com o “andar” das coxas. O ventre e as coxas
formam uma extensão maior do que a cabeça. Contudo, a cabeça é mais nobre. O
Império Babilónico era de fato maior do que todos em riquezas e glórias, mas
foi menor em extensão territorial do que o reino de Alexandre Magno. Na
simbologia profética, esse Império Greco-macedônio pode ser visto nas “folhas”
da árvore do sonho do rei Nabucodonosor (4.21). O profeta Daniel diz, na sua
interpretação, que as “folhas eram formosas”. Alexandre, foi de fato o maior em
sua geração: foi chamado de Magno (o Grande). Ele foi um vulto muito culto e
inteligente, mas, ao mesmo tempo, era violento e traiçoeiro até para com seus
generais.
“... um leopardo”. O simbolismo usado na presente
passagem se coaduna com a etimologia da palavra que dá nome ao animal do texto
em foco. “Leo” (leão) e “pardo” (pantera). E realmente perfeito o que foi o
reino de Alexandre Magno: duas naturezas. As duas naturezas interligadas deste
Império Greco-macedônio eram vistas em vários aspectos, mas tomemos como
exemplo: 1) Os dois povos (gregos e macedônios) eram diferentes em
temperamento: os gregos sempre foram diferentes dos macedônios; isto pode ser
visto e examinado em Atos dos Apóstolos e nas Epístolas de Paulo. Esse apóstolo
foi enviado por Deus a esses dois povos. (Ver At 16.9 a 40 e 17.15 a 34; 1 Co
16.5, etc.) 2) Sentido geográfico: A Grécia ficava “no sudeste da Europa,
ocupando a parte Sul da península dos Balcãs e numerosas ilhas do mar Jónico e
do mar Egeu, no Mediterrâneo”. 3) A Macedônia. A região geográfica da antiga
Ma- cedônia compreende hoje “a Iugoslávia, o Sul da Bulgária e a Turquia
européia”. Vejamos onde se encravam essas três nações: a. Iugoslávia. Sua
situação geográfica, Sudeste da Europa. E limitada ao norte pela Áustria e pela
Hungria, a leste pela Romênia e Bulgária, ao sul pela Grécia e pela Albânia e a
oeste pelo mar Adriático e pela Itália, b. A Bulgária. Sua situação geográfica,
sudeste da Europa, na parte oriental da península balcânica. A Bulgária é
limitada ao norte pela Romênia, a leste pelo mar Negro, ao sul pela Turquia e a
Grécia, e a oeste pela Iugoslávia”, c. A Turquia Européia. E separada da parte
asiática pelo estreito de Dardanelos, pelo mar de Mármara e pelo Bósforo. A
parte européia é constituída de colinas próprias para a agricultura.
“E tinha quatro asas de ave nas suas costal. O profeta
Daniel, em sua visão futurística, observa algo mais no “leopardo” como vira no
leão e no urso, respectivamente. Ele notifica que, nas costas do animal, vinham
quatro asas. Na simbologia profética e em outras representações simbólicas,
asas têm sempre o sentido de insígnia militar. Verdade é que pode trazer também
o sentido de rapidez. Um fato notável que deve ser observado no texto em foco é
que essas asas estavam postas nas “costas” do animal. Elas representam, sem
dúvida, os “quatro generais” de Alexandre que, após sua morte, fundaram quatro
realezas. São eles: 1) Ptolomeu. 2) Selêuco. 3) Lísímaco. 4) Cassan- dro. Esses
generais, de fato, estavam por “trás” de Alexandre em tudo que ele fazia. Cada
um deles começou por implantar-se na região que lhe fora designada, e não
ficaram somente nisso, pois a ambição de glória e de poder, levou- os a lutarem
entre si, para novas conquistas.
“Tinha também este animal quatro cabeças”. O profeta do
Senhor, Daniel, continua em sua descrição sobre o famoso “leopardo”. Ele
observa algo mais naquela fera: ela tinha quatro cabeças. A cabeça, que é de um
animal quadrúpede, está diante de si. Na simbologia profética, isso significa
as quatro realezas que estavam por vir. Após a morte de Alexandre, seus quatro
generais, já mencionados, fundaram quatro realezas dentro da divisão do
Império. São elas: 1) Egito (Ptolomeu). 2) Síria (Selêuco). 3) Macedonia
(Lisímaco). 4) Ásia Menor (Cassandro).
“E foi-lhe dado domínio”. Esse domínio, do texto em foco,
dado a Alexandre, foi, sem dúvida, concedido pelo próprio Deus (Ver Rm 13.1-6).
Mas em breve surgiram dis- sensões entre seus próprios generais, que, ao todo,
eram sete (7): Ptolomeu, Selêuco, Lisímaco, Cassandro, Pérdi- cas, Antípatro e
Polispercon. Os três últimos era os primeiros agentes do reino, mas foram
afastados do poder. Enquanto que os quatro primeiros dividiram-se em quatro
formas ideológicas (4 cabeças) e fundaram as 4 realezas já mencionadas.
Cumpriu-se, assim o que está escrito a respeito de Alexandre, em 11.4: “O seu
reino será quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu mas não para a
sua posteridade”. O domínio que foi dado, ele não soube aproveitar, e, assim,
foi-lhe tirado, mas não para seus filhos, isto é, para a sua posteridade.
Dn 7.7: "... eis aqui o quarto animaP. O presente
versículo coloca em cena o quarto Império Mundial. E o Império Romano. Esse
poderoso Império, desde sua fundação, tem como capital a cidade de Roma. E
cidade das mais antigas da península itálica, está edificada sobre “sete
colinas” que João, o apóstolo do amor, chama de “sete montes” (Ap 17.9). Nos
dias do Império, essas sete colinas eram chamadas: Aventino, Palatino, Célio,
Esquilino, Vidimal, Quiri- nal e o Capitólio. A cidade ficava à margem esquerda
do rio Tibre, a 24 quilômetros da desembocadura desse rio no mar Tirreno, na
costa ocidental da península itálica. O seu fundador foi um habitante do Lácio
(donde vem a palavra latino), chamado Rômulo, que, junto com seu irmão Rê-
mulo, foi amamentado pela loba do Capitólio. (Lenda). No capítulo 2.33, deste
livro, esse Império é representado pelas “pernas de ferro” do majestoso colosso
visto pelo monarca Nabucodonosor, em seu sonho escatológico. Não é contemplado
com os dois Impérios (Medo-persa e o Greco- macedônio) anteriores, que eram
unificados pelo “peito e ventre” da imagem; mas segue um paralelismo até sua
consumação. Na simbologia profética, esse paralelismo é representado pelas
pernas da estátua. (Ver notas expositi- vas sobre isso em 2.33). No campo
simbólico, esse Império pode ter também sua representação nos “frutos” da
árvore do sonho do rei Nabucodonosor (Dn 4.14). A maneira como os romanos
conquistaram o Império Greco-macedônio todos conhecem. Os romanos conquistaram
o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se da
Grécia, Síria, Palestina e outros países. Tornaram-se senhores do mundo. Quando
Matatias começou a lutar pela independência de seu país, os romanos eram
fracos; agora, porém, eram os dominadores do mundo. O anjo deixou bem claro
para Daniel quem seria o quarto animal, quando disse: “O quarto animal será o
quarto reino na terra” (v. 23). Todos os estudiosos das profecias de Daniel
sabem a quem esta passagem se refere. E ao Império Romano, o quarto reino
mundial. Esta fera terrível não há nada a que ela se compare. A descrição
salienta apenas o caráter destruidor da fera, como segue:
“Terrível...” O Império Romano foi, de fato, “terrível”
em todos os seus aspectos; Jesus Cristo, o nosso Senhor, foi morto sob a força
brutal deste terrível poder. Os próprios judeus sofreram muito sob esse sistema
de governo desumano. O Velho Testamento deixa a Palestina como uma satrapia
persa. Abrimos o Novo Testamento e ali encontramos a dominação romana no apogeu
da sua força.
"... espantoso”. O texto em foco, se consolida em
uma profecia de alcance muito vasto. A própria história secular diz que este
Império deixou atrás de si um rastro de sangue. Ele era espantoso até mesmo
para seus próprios governantes; ali havia muita traição e maldade. Só em falar
na palavra “romano” todo o mundo tremia. (Ver Jo19.12, 13; At 16.37-39).
"... muito forte”. Essa expressão e outras
correlatas se coadunam muito bem com a natureza desse império, que é o ferro
visto nas pernas do majestoso colosso do sonho do rei, conforme Dn 2. Esse
Império desenvolveu os três emblemas consolidados nas composições anteriores: O
domínio do leão, a força do urso e a rapidez do leopardo; por essa razão,
tornou-se “terrível, e espantoso, e muito forte”.
"... tinha dentes grandes de ferro”. O animal tinha
a mesma natureza das pernas e pés da estátua descrita em Daniel 2.33, 41. Isto
é, composto de ferro e barro. O Império Romano tinha o mais poderoso arsenal
militar em sua época. Seus dentes (exércitos) pontiagudos, eram adversários
velozes como cavaleiros, fortes como leões, venenosos como serpentes, e
lançavam elementos que cegavam e queimavam com poder mortal. É descrito,
portanto, que eles eram forças mortais poderosas, maliciosas, e incansáveis.
Eram, em suma, como diz a profecia divina: verdadeiros dentes grandes de ferro.
“Ele devorava...” O presente texto, fala do que fez de
fato o Império Romano. Ele conquistou, em pouco tempo, o mundo civilizado;
subjugou todos os reinos, dominou todos os povos, tornando-se, assim, o senhor
do mundo. Ele fez mesmo, como diz o texto em foco: devorou toda a terra. Essa
foi a interpretação dada pelo próprio ser angelical, no versículo 23, do
presente capítulo: “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra...”
"... fazia em pedaços”. A primeira coisa que fazia o
Império Romano após conquistar uma nação, era dividir suas terras em regiões,
tetrarquias, províncias e distritos. Roma, depois de conquistar o mundo,
dividiu-o em regiões chamadas “províncias”. A divisão dos romanos era
semelhante às satrapias dos persas. A Judéia foi anexada à Síria, e ambas, com
outros pequenos países, constituíram uma província romana. Nos dias de Jesus
como pessoa humana, encontramos o território da Palestina dividido em 4 ou 5
regiões, como por exemplo: Galiléia, Samaria, Judéia, Peréia e Decápolis. Os
próprios judeus foram despedaçados por esses dentes (exércitos) de ferro, e,
ainda hoje (1986 d.C.) encontram-se judeus em todas as partes do mundo. (Ver Mt
21.44).
“E pisava aos pés o que sobejava”. O texto em foco
salienta o que já ficou demonstrado no capítulo 2.33 da estátua terrível que
tinha os seus pés de ferro. O Império Romano só tinha dois objetivos consigo em
suas grandes conquistas: matar e reduzir à escravidão. As Sagradas Escrituras
falam com intensidade sobre esses “pés” em várias partes (Ver Dn 2.33, 34,
41,42; 7.7,19, 23; 8.10,13). Outras expressões com o mesmo sentido são vistas
no Novo Testamento (Lc 21.24, “pisada”, “pisarão”; Ap 11.2 “pisarão”; Ap 13.2,
observe a expressão “seus pés”). As Escrituras são proféticas e se combinam
entre si em cada detalhe! Até o “mapa geográfico” do país sede deste Império é
a “figura de um pé” (mapa da península Itálica)!
“Era diferente de todos os animais”. Na interpretação
feita pelo anjo a Daniel, ele lembra isso ao profeta do Senhor, dizendo: “o
quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os
reinos. Realmente é o que diz a profecia de Daniel; o Império Romano, durante
sua existência, de 754 a.C. a 455 d.C. (1209 anos), foi diferente de todos os
reinos que já existiram no mundo. Ele era, no campo profético, o emblema
expressivo do reinado cruel do Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ver Ap
13.1 e ss.).
“E tinha dez pontas”. O animal espantoso do texto em foco
tinha dez pontas como tinham dez dedos os pés da estátua do capítulo 2. Isso já
tivemos a oportunidade de ver em outras notas expositivas sobre este livro,
isto é, as dez pontas vistas em alinhamento na cabeça da fera simbolizam dez
reis que “se levantarão” no tempo do fim. Eles não existiram nos dias do
Império. Observe bem a frase: “se levantarão”. João, o vidente de Patmos,
descreve a mesma coisa em Ap 13.1. O fato de estarem em alinhamento como em
alinhamento estavam os dez dedos da estátua do cap. 2, quer dizer que esses
reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap 17.12). Alguns deles (três)
receberão poder apenas por “uma hora” mas depois cairão (Ap 17.12).
Dn 7.8: “Estando eu considerando...” A presente passagem
nos dá a entender que existia um espaço de tempo para que essas pontas se
mobilizassem. Os intérpretes históricos procuram encaixar essas profecias
dentro da história secular. Segundo eles, nesta identificação ocorre um fato a
comprovar sua exatidão perfeita, quando diz: “... diante da qual [do pequeno
chifre] três das pontas primeiras foram arrancadas”. Com efeito, em prol da
ascensão do “papado” foram extirpadas três nações representadas pelas dez
pontas. Essas três nações, alojadas por sinal na península Itálica, são os
povos Hérulos, Ostrogodos e Lombardos. Para nós, essa maneira de interpretar o
texto é muito lógica, mas não se coaduna com a tese principal. Os intérpretes
contemporâneos são de opinião que o Mercado Comum Europeu é o princípio de
formação desta grande profecia. Para os intérpretes futuristas (o que nós
aceitamos), a ponta pequena que subiu por último, é o Anticristo que, após
estar tudo pronto aparecerá no cenário mundial. Ele fará uma aliança com dez
monarcas escatológicos, porém com sua ascensão, três destes reis serão
afastados, e apenas sete lhe apoiarão. (Ver Dn 7.8, 20, 24; Ap 17.12, 16 e
ss.).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 127-138.
2. O leão (7.4). Corresponde à cabeça de ouro da estátua
do capítulo 2, isto é, Babilônia (2.32,37,38). O leão tinha duas asas, o que
fala da rapidez nas suas conquistas, como bem revela a história.
Primeiro império mundial dos tempos dos gentios:
Babilônia (606-536 a.C.). Simbolizada pelo leão (Dn 7.4), rei dos animais. Isso
fala da primazia do Império Babilônico sobre os demais que se seguiram.
Corresponde á cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32,37,38. As asas de águias
falam de suas rápidas conquistas.
3. O urso (7.5) corresponde ao peito de prata do capítulo
2, isto é, à Medo-Pérsia (2.32,39). No capítulo 8.2o a Medo-Pérsia volta a ser
representada por um carneiro. O urso se levantou sobre um dos lados, e tinha na
boca três costelas. O lado que se elevou foi a Pérsia, que passou a ter
ascendência sobre a Média. As três costelas na boca aludem à conquista (pela
Pérsia) de Babilônia, Lídia e Egito.
Segundo império mundial dos tempos dos gentios: a Pérsia.
Simbolizada por um urso que se levantou sobre um dos lados tendo três costelas
na boca (Dn 7.5). O lado que elevou-se foi a Pérsia que passou a ter
ascendência sobre a Média. As três costelas falam da sua conquista da
Babilônia, Lídia e Egito. Período da Pérsia como império mundial: 536-331 a.C.
4. O leopardo (7.6) corresponde ao ventre de bronze do
capítulo 2, isto é, à Grécia (2.32,39). No capítulo 8.5,21 a Grécia volta a
aparecer sob a figura de um bode. O leopardo tinha quatro asas e quatro
cabeças. As quatro asas indicam mais rapidez nas conquistas do que Babilônia.
As quatro cabeças falam da quádrupla divisão do império grego após a morte de
Alexandre, a saber: Egito, Macedônia, Síria e Ásia Menor. De fato, em dez anos
Alexandre dominou o mundo civilizado do seu tempo. Seu exército era altamente
treinado e utilizava o princípio da guerra-relâmpago, isto é, surpresa e
rapidez nos ataques.
Terceiro império mundial dos tempos dos gentios: a
Grécia. Período: 331-146 a.C. É simbolizada por um leopardo tendo quatro azas e
quatro cabeças. As quatro azas falam do avanço relâmpago da Grécia nas suas
guerras. As quatro cabeças falam da quádrupla divisão do império grego após a
morte de Alexandre. Texto bíblico: Dn 7.6.
5. O quarto animal (7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas
e pés da estátua do capítulo 2, ou seja, ao Império Romano, e ainda à sua
última forma de expressão, por ocasião da vinda de Jesus. Tinha dez chifres.
Entre esses dez surgiu um pequeno. Três dos outros foram derrubados pelo chifre
pequeno (vv. 8,24).
O quarto império mundial dos tempos dos gentios: Roma. Período:
146 a-C- a 476 d.C. quando se deu a queda de Roma. Tinha dez chifres (Dn
7.7,8,19-24).
O quarto animal seria um rei ou reino, como os demais
animais (7.17,23). Esse animal tinha dentes de ferro (v. 7). Seria o reino da
força, da ferocidade, do esmagamento, como foi o Império Romano. Os dez chifres
do versículo 7 correspondem a dez futuros reis (v. 24). Esses futuros reis ou
reinos correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo 2.41,44, e aos
dez chifres da besta de Apocalipse 13.1 e 17.12, a saber, ao Anticristo e suas
nações confederadas durante a Grande Tribulação.
A visão do quarto animal com seus detalhes foi tão
impressionante, que Daniel concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber a
que se referia (vv. 19,20).
6. O chifre pequeno (7.8) representa o futuro Anticristo.
Ele, ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis. Essa expressão do
Império Romano em dez reinos ainda não ocorreu, pois quando esse império deixou
de existir tinha apenas duas formas, correspondentes às duas pernas da estátua
do capítulo 2, isto é, o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do
Oriente. O primeiro caiu em 476 d.C. O segundo, em 1453. A divisão do império
em dois deu-se em 395 d.C. Portanto, os fatos proféticos do versículo 8 são ainda
futuros, como bem mostra o livro de Apocalipse. O versículo 8 em apreço revela
também que o Anticristo será muito inteligente {"olhos" - vv. 8,20),
e também um orador inflamado e magnetizador de massas ("boca que falava
com insolência" - vv. 8,20). Com isso concorda Apocalipse 13.5,6.
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os
últimos dias. Editora CPAD.
2.
A interpretação.
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no
sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés, em parte de
ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece na
visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto
animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada
comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um monstro
mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A ca- raterística
que se destacava nesse animal era a sua força e poder de destruição. Esse
animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que estivesse à sua frente,
indicando força e insensibilidade no trato com coisas vivas (v. 23). A força
desse império foi demonstrada pela força militar que se tornou o maior
referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio depois do
medo-persa.
“terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus
rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é cara-
terizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo poder
militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza,
inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus Cristo. Os sofrimentos
impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus revelam a força bruta
das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o
vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a
violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às
arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto
a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At 16.36-39). Nos
tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram
martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma. O império se
impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo
destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em
pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto
animal representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde
241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa perspectiva escatológica,
pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente tenha deixado de existir,
historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com força reunindo as forças
gentílicas das nações do mundo, especialmente, as nações adjacentes ao “Mar
Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que
entre elas subiu outra ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a
tradução apresenta de forma direta como “chifre pequeno” que surge entre os
demais chifres no espantoso animal. Esse “chifre pequeno” representa,
escatologicamente, “o homem do pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que
surgirá num determinado tempo designado por Deus identificado como o
“anticristo”. Esse personagem aparecerá, literalmente, no “último tempo”, ou
seja, na Grande Tribulação, blasfemando contra o Altíssimo até que venha o
juízo de Deus sobre ele. Os dez chifres do quarto animal representam a força
desse terrível animal. Conforme a visão, Daniel vê sair do meio da cabeça desse
espantoso animal, entre os dez chifres um “chifre pequeno” que tem olhos e uma
boca que “fala insolências”. Falar insolências significa falar com desrespeito
às instiuições e pessoas. Significa ser desaforado e é exatamente o que o
personagem do “chifre pequeno” fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre
pequeno” surgirá entre os outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou
seja, entre os dez reinos no último tempo como está profetizado e interpretado
por Daniel nos versículos 24 e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas,
daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro,
o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras
contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e
metade de um tempo”. Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último
tempo” e blasfemará contra Deus, até que lhe venha o juízo divino.
“o chifre pequeno” (7.8). Tanto em Daniel 7.8 como em
Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um personagem dos últimos
tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a Daniel no Antigo
Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos mostra que os dois
apontam para o governante simbolizado por esse “chifre pequeno” e que o mesmo
adquire personalidade porque tem “uma boca que fala grandiosamente”. Falar
coisas grandes sugere que este Líder fará promessas políticas persuasivas,
especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o mundo, que ficarão
pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os discursos de líderes
políticos do mundo influenciam nações e políticos com decisões que podem ser
para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um poder enorme de persuasão
entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará um pacto com Israel no
período da Grande Tribulação. Segundo a visão escatológica de Daniel, esse
Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo Anticristo será investido de
autoridade e fará fortes ameaças para manipular os governos de todo o mundo
naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias contra Detis e, arrogantemente terá
uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo de Israel. O apóstolo João,
em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz: “Abriu a boca contra Deus, para
blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. Hoje,
nosso mundo parece estar sob a síndrome desse líder futuro que mostra os seus
primeiros sinais e se não mostrou a sua cara ainda é porque a Igreja de Cristo
está na terra. Mas não há dúvida, o espírito do Anticristo, movido pelo Diabo,
está agindo e preparando o cenário mundial para o seu advento. Os líderes
atuais do planeta, para governar as nações, usam recursos do materialismo, da
idolatria, mas terão uma retórica vazia com discursos inflamados para acusar as
nações que ainda possuem um pouco de temor a Deus. Esse líder será, sem dúvida,
um líder político, mas irá explorar a religiosidade dos seres humanos e
mostrará, entre outras simulações, alguém que terá aparência religiosa para
enganar os povos religiosos do mundo, explorando o fanatismo religioso dos povos
com o objetivo de tirar proveito para si.Vivemos tempos de rebelião e oposição
contra Deus quando o Diabo prepara o mundo para a plataforma do Anticristo.
O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre
pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o
seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de
Deus, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado
para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará
como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como
Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma
liderança de destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua Soberania,
foram destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro de
autoridade e governo do mundo.
O apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles
dias, à semelhança da visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse
19.11,17-19: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado
sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo
que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam
pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, para que comais a
carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos
cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres
e servos, pequenos e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus
exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o
cavalo e ao seu exército”. Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não
são os mesmos do capítulo 6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o
Anticristo e no capítulo 19, o personagem é o próprio Cristo, descendo do céu
para destruir o Anticristo e seus comparsas no período da Grande Tribulação.
Assim como o personagem do “chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o
futuro Anticristo será destruído pelo poder da vinda de Cristo. O tempo de
domínio do personagem do “chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz
que “foi lhe dada prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra
os santos e os vencia” (7.21). Este chifre pequeno é a encarnação do
Anticristo, forte e robusto, que fará guerra contra Israel e produzirá grande
sofrimento e perda em Israel naqueles dias. Será um líder com grande domínio de
massas e politicamente atrativo e atrairá apoio das nações contra Israel. Mas
seu poder será desarraigado por um poder maior, o poder do “Filho do
Homem”,Jesus Cristo que o destruirá e tomará posse de um reino prometido,
poderoso e consolidador.A Bíblia declara que o Anticristo será, de fato, o
último líder mundial antes de Cristo, o Messias desejado e sonhado por Israel.
“o tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino”
(7.22). Esse tempo será cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja,
especialmente depois do segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn
9.27). O “ancião de dias”, subjetivamente é Deus Pai quem declara que o tempo
da possessão do reino havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o
“chifre pequeno” será quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A
destruição desse rei blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se
terá cumprido o período de três anos e meio, ou seja, o período que compreende
ao “tempo, tempos e metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da
Grande Tribulação. Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no
qual as nações gentílicas dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos
gentios terminará com o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos
sete anos da Grande Tribulação.
(7.23,24) Nestes dois versículos Daniel dá a
interpretação da identidade e das ações do quarto animal que é o Império
Romano. Descreve a sua força, domínio e glória, bem como, o juízo que virá
sobre esse império e a sua destruição pelo poder da vinda de Cristo, a sua
parousia com poder e glória (2Ts 2.8 eAp 19.20).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 104-106;108-109;111.
Dn 7.17 “São quatro
reis”. A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a interpretação
verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos quanto ao seu
verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses grandes animais
são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O leão (tipificando
o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em foco, determina essa
interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca caldeu é ali representado.
Tem também respaldo bíblico em outras partes das Escrituras Sagradas (Jr 4.7;
49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso simbolizava o Império Medo-persa. Já
tivemos a oportunidade de explicar, em outras notas, porque esta fera se
“levantou de um lado”. As três costelas na sua boca representam as três
primeiras potências conquistadas por Ciro (Babilônia, Lídia, na A- sia Menor, e
Egito). 3) O leopardo representa o Império Greco-Macedônio. As 4 asas, significam
seus 4 generais; as 4 cabeças, as quatro realezas fundadas por estes generais
depois da morte de Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império Romano.
7.19: “Então tive
desejo de conhecera verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de
todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de
metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que sobrava”.
“Então tive desejo de
conhecer a verdade a respeito do quarto animal’. O grande interesse de Daniel,
na presente visão, não se prendia tanto ao futuro dos santos, pois esse ele
sabia que estava controlado e já estabelecido pelo próprio Deus, mas está
concentrado no “terrível” animal, cujo governo deveria perdurar por um pouco,
mas precederia aquele que, apesar de ser tão glorioso, ainda se encontrava
distante (comp. Mc 1.15). “Além da explicação dada pelo anjo a Daniel, os
dentes dessa fera, cujo simbolismo se encontra já comentado no versículo 7
deste capítulo, correspondem a um dos elementos da estátua”.
“... as suas unhas de
metaF. Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio, quando descreve o
caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas” do animal
espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser celestial.
Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só usava seus
“dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após conquistar todo
o mundo civilizado, se ser via das pequenas “unhas” (pequenas tribos), nas
fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa contra possíveis tribos
invasoras.
Dn 7.20: "...
tinha olhos”. Isso também nos é dito na descrição do animal do versículo 8
deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá, no campo
cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um elemento
altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida, um
filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4), tudo
isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem de
Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito, em Ap
13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.
Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são verdadeiros “olhos
da inteligência”.
“... uma boca que
falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo em Ap 13.5,
onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias;
e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito porque, conforme
já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande inteligência e
autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases humanas. Por isso seis
vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe foi dado” (Ap 13.2, 5, 14,
15).
Dn 7.23: “Disse
assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de
todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços”.
“O quarto animal será
o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com muita precisão, o que
fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu todos os povos à
escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram primeiro o Ocidente e
voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se primeiro da Grécia,
Síria, Palestina, incluindo a “terra formosa” (a terra de Israel) e outras
nações circunvizinhas. Tornaram-se senhores do mundo, isso já estava predito:
"... o quarto reino... devorará toda a terra”. Quando Matatias começou a
lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos em poderio
político; agora, porém, eram os dominadores do mundo. Este Império fez, de
fato, tudo quanto estava predito a seu respeito. Semelhantemente, num futuro
próximo, o Anticristo, fará tudo, e mais ainda, do que ele (o Império Romano)
realizou durante sua existência. (Ver o comentário ao versículo 7 deste
capítulo, pois aqui repetimos algo, para fixar).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 142-146.
A Interpretação do
Anjo (7.15-28)
d) A explicação dos
animais (7.15-18). Não é de admirar que Daniel estava perplexo e abatido (15)
com a visão que acabara de ter. Devido a sua sabedoria em relação aos caminhos
de Deus, ele tinha percepção suficiente para compreender algo do significado do
panorama que havia se estendido diante dele. Mas a amplitude disso e as
implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu próprio povo eram
mais do que Daniel podia absorver calmamente.
Deus é bom em prover
ajuda aos seus filhos quando mais precisam dela. O anjo de Deus estava lá para
socorrer Daniel, para que ele compreendesse melhor o que estava acontecendo. Os
quatro animais, ele explicou, eram quatro reis (17) ou reinos. Mas a
conseqüência final da história é o quinto reino, o governo dos santos do
Altíssimo (18).
b) O quarto animal
(7.19-26). Esse animal era a preocupação maior de Daniel, como tem sido no caso
dos estudantes do livro de Daniel. Assim, o anjo concentrou-se nesse aspecto e
deu-lhe uma atenção maior.
Esse animal com
grandes dentes [...] de ferro e garras de metal (“bronze”, ARA) era
indescritivelmente horrível. Ele era mais devasso na sua capacidade de destruir
e sua crueldade do que qualquer um dos seus predecessores. Embora no início
tivesse dez pontas (chifres), um pequeno chifre surgiu para desalojar três
outros e distinguir-se no seu vigor e crescimento. Em ferocidade e ostentação
esse chifre era mais firme do que o das suas companheiras. No final, esse chifre
atacou o próprio Deus, o Altíssimo, e fazia guerra contra os santos e os vencia
(21).
Esse quarto animal,
explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os
reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços (23).
1) Que império é
esse? Que reino na história pode ser identificado com o quadro pavoroso desse
quarto animal? Seguindo a interpretação adotada no capítulo 2, esse seria o
Império Romano, embora a maioria dos intérpretes modernos discorde desse ponto
de vista. O parecer popular é que o animal em forma de dragão representa os
gregos, cujos dez chifres representam os dez governantes que sucederam
Alexandre. O pequeno chifre seria Antíoco Epifânio.
2) Roma identificada.
Young, apoiando a posição de que esse quarto animal representava o Império
Romano, diz: “E provavelmente correto concordar com a visão tradicional de que
esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na época de Josefo, e tem sido
amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo, Jerônimo, Agostinho, Lutero,
Calvino como alguns dos comentaristas que concordam com essa posição, ou que
são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos posteriores, estudiosos como
E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick, Cari Paul Caspari, Karl Friedrich Keil,
Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa teoria]”.
Young apresenta duas
razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo Testamento e ter sido
aceita pelos intérpretes desde então.
a) “Nosso Senhor
identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de Daniel 7, e
conectou a ‘abominação da desolação’ com a futura destruição do Templo (Mt
24)”.
b) “Paulo usou a
linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de Apocalipse
empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que existiam
naquela época e aos poderes futuros.
“A razão de a teoria
do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primitiva é porque ela é
encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam que tinham achado
uma saída simples para a dificuldade”.
3) O que significa a
“ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)? Intérpretes
conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno chifre de
Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo insistia
nesta teoria, contrariando Porfírio.22 Poucos que aceitam a inspiração
sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto,
inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve
ser identificado com o pequeno chifre (ponta pequena) do capítulo 8. Quanto ao
pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que
surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da
iniqüidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere
que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligência,
sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o
mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada. A expressão
boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloqüência, persuasão,
um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra Deus e o homem.
Esse é o “homem do
pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se
chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de
Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da injustiça” (2
Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso seja
identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de
duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas Paulo
colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre Deus e
o Anti-Deus.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524.
II – O CLIMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1.
Tronos, “ancião de dias” e juízo divino (vv.9-14).
A escatologia está sendo abandonada por muitas igrejas e pregadores,
porque entendem que a igreja não deve se preocupar com Israel, nem com o seu
futuro. Algumas igrejas e pregadores preferem uma teologia horizontalizada que
se preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”, com o “hoje”. Ensinam alguns
que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um caráter apenas alegórico e que
pode ser descartado por temas atuais. Entretanto, não podemos descartar a
importância dessas profecias que apontam para o futuro.
A visão de Tronos e do Juízo de Deus (7.9-14)
O texto diz: “forampostos uns tronos”(7.9).A partir do
versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de Deus contra o quarto
animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre
escatológico para o Anticristo. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos
aplicados nos dias da Grande Tribulação. E interessante notarmos que os tronos
de juízo aparecem simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando
todos aqueles juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos.
Esses tronos vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns
personagens especiais se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como
a Suprema Corte que reúne juizes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se
assenta no seu Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs
12.19; Jó 1.6). “o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de
dias”, ganha destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o
respeito pelo que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”;
muito mais que alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que
aparece como um “ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito
às pessoas idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras
hebraicas atiz e yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do
Deus Todopoderoso como Jiiz supremo, quem derramará seus juízos contra os
reinos do mundo que tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura
do “ancião de dias” é utilizada para identificar a Deus como aquEle que tem
autoridade e poder para julgar, especialmente, contra o personagem daquele
“pequeno chifre”.
A suia “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e
santidade. Deus é Santo (Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos.
“ Um rio de fogo manava e saía de diante dele” (7.10).
Como vislumbrar a glória que envolve a majestade divina? A figura do fogo
ilustra o que Deus é: santo, puro, iluminador, purificador. A visão do profeta
Isaías no capítulo 6 do livro seu livro ilustra a glória do fogo diante do
Trono de Deus. O versículo 10 fala da santidade do “ancião de dias” que é o Pai
Celestial e a relação do seu trono com o fogo que manava do Trono para falar de
pureza e justiça. As “rodas do trono” indicam que Deus não é uma figura
estática como os promulgará a sentença final contra o quarto animal (Roma) e o
Chifre Pequeno, representado como o grande opositor dos interesses de Deus para
com Israel (7.11,12).
“milhares de milhares o serviam diante dele” (7.10).
Daniel percebe que o fogo que manava e saía de diante dEle é identificado com
os anjos celestiais que o servem. Os anjos são seres espirituais que podem
tomar muitas formas, porque não possuem forma que se possa identificá-los. Na
visão de Daniel eles são chamas de fogo que se diversificam em milhares de
seres que servem ao Trono do Supremo Deus.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.
Quer entendamos o quarto animal como indicando o império sírio
ou o romano, ou o anterior como uma imagem do último, está claro que esses
versículos são planejados para o consolo e o apoio ao povo de Deus. A
referência em questão é feita às perseguições. E provável que eles sofressem
perseguições tanto de um quanto de outro, e de todos os seus orgulhosos
inimigos em todas as épocas. Tudo isso foi escrito para o aprendizado daqueles
sobre quem os fins dos séculos chegaram, para que eles também possam ter
esperança, através da paciência e do consolo dessa Escritura. Três coisas muito
encorajado- ras são aqui reveladas:
I Que há um julgamento por vir, e Deus é o Juiz. Agora os
homens têm o seu dia, e todo embusteiro acredita que deveria ter o seu dia, e
luta por isso. Mas Aquele que se senta no céu ri deles, pois vê que vem
chegando o seu dia (SI 37.13). “Eu olhei” (v. 9) até que os tronos foram
derrubados, não somente os tronos desses animais, mas todo governo, autoridade,
poder, que são estabelecidos em oposição ao reino de Deus entre os homens (1 Co
15.24): assim são os tronos dos reinos do mundo, em comparação com o reino de
Deus. Aqueles que os vêem estabelecidos precisam esperar apenas pouco tempo, e
os verão derrubados. Eu olhei até que os tronos foram postos (assim se pode ler
este texto). O trono de Cristo e o trono de Deus Pai. Um dos rabinos confessa
que esses tronos são estabelecidos, um para Deus, outro para o Filho de Davi. E
o julgamento que está instalado aqui (v. 10). Assim sendo: 1. O objetivo é
proclamar o sábio e justo governo do mundo por Deus através de sua providência.
Há algo que proporciona uma satisfação indizível a todos os homens bons em meio
às convulsões e às agitações dos estados e dos reinos: que o Senhor tenha
preparado o seu trono nos céus, que o seu reino domine sobre tudo (SI 103.19), e
que verdadeiramente há um Deus que julga na terra (SI 58.11). 2. Ele
possivelmente aponta para a destruição trazida pela providência de Deus sobre o
império da Síria, ou de Roma, por sua opressão ao povo de Deus. Mas: 3. O
episódio parece principalmente planejado para descrever o último julgamento,
pois embora não suceda imediatamente depois do domínio do quarto animal, e
embora ainda esteja por vir daqui a muitas eras, ainda assim fora planejado
para que em todas as gerações o povo de Deus se encorajasse mesmo sob as suas dificuldades, através da convicção e da
perspectiva de um evento tão importante quanto este julgamento. Enoque, o
sétimo depois de Adão, profetizou sobre isso (Jd 14). A boca do inimigo fala
grandiosamente (v. 8). Mas aqui estão coisas muito maiores, ditas pela boca do
Senhor. Muitas das predições do Novo Testamento sobre o julgamento que virá
contêm uma clara alusão a essa visão, e nesse sentido podemos mencionar
especialmente a visão de João (Ap 20.11,12). (1) O juiz é o próprio Ancião de
dias, Deus Pai. A glória da sua presença é descrita aqui. Ele é chamado de
Ancião de dias, porque Ele é Deus de eternidade a eternidade. Entre os homens
se acredita que com o ancião esteja a sabedoria, e que o tempo julgará. Não
deverá, então, toda carne ficar em silêncio diante Daquele que é o Ancião de
dias? A glória do Juiz é demonstrada aqui por sua vestimenta, que era branca
como a neve, simbolizando o seu esplendor e a sua pureza em todas as aplicações
da sua justiça. E os seus cabelos eram limpos e brancos, como a pura lã, para
que, tal como a cabeça grisalha dos mais velhos, Ele mostre que é altamente
venerável. (2) O trono é esplêndido. E como a chama ardente, terrível para os
maus que serão intimados a comparecer diante dela. E sendo o trono móvel sobre
rodas, ou ao menos a carruagem na qual ele percorria o trajeto, suas rodas são
como o fogo ardente, para devorar os adversários. Pois o nosso Deus é um fogo
consumidor, e com Ele estão as labaredas eternas (Is 33.14). Isso é detalhado
no versículo 10. Para todos os seus amigos fiéis, procede do trono de Deus e do
Cordeiro um rio puro de água da vida (Ap 22.1), do mesmo modo como para todos
os seus implacáveis inimigos emana de seu trono uma torrente flamejante, uma
torrente de enxofre (Is 30.33), um fogo que devorará diante dele. Ele é uma
testemunha veloz, e a sua palavra é uma palavra que se move sobre rodas. (3) Os
servos são numerosos e muito admiráveis. A Shekiná está sempre acompanhada por
anjos. E assim aqui (v. 10): Milhares de milhares o servem, e dez mil vezes dez
mil estão diante dele. E para a sua glória que tenha tais servos, mas é uma
glória ainda maior não precisar deles, nem tirar proveito deles. Veja como são
numerosos os exércitos do céu (há milhares de milhares de anjos), e quão dispostos
a servir estão - eles se postam diante de Deus, prontos para se encarregarem de
suas missões e agir ao primeiro sinal de sua vontade e agrado. Eles serão
especialmente utilizados como ministros da sua justiça no último dia, no
julgamento final, quando o Filho do homem chegar, e com Ele todos os santos
anjos. Enoque profetizou que o Senhor viria com miríades de seus santos. (4) O
processo é justo e irrepreensível: O julgamento será estabelecido, pública e
abertamente, para que todos possam recorrer a ele. E os livros serão abertos.
Assim como nos tribunais de julgamento entre os homens, os procedimentos são
colocados por escrito e sob registro, sendo expostos quando a causa chega à
audiência. O interrogatório das testemunhas é realizado, e os depoimentos
lidos, para esclarecer os fatos, e os estatutos e a lei comum são consultados
para se saber como é a lei. Da mesma forma, no julgamento do grande dia, a
eqüidade da sentença será tão incontestavelmente evidente como se houvessem
livros abertos para justificá-la.
II Que os orgulhosos e cruéis inimigos da igreja de Deus
certamente terão que sofrer o acerto de contas, e serão destruídos no devido
tempo (w. 11,12). Isto nos é aqui representado: 1. Na destruição do quarto
animal. A desavença de Deus com esse animal se deve à voz das grandes palavras
que a ponta emitia, oferecendo resistência ao Céu, e prevalecendo sobre tudo o
que é sagrado. O comportamento orgulhoso do inimigo ofende a Deus mais do que
qualquer outra coisa (Dt 32.27). Por essa razão, o faraó deve ser humilhado,
porque disse: Quem é o Senhor? E também porque disse: Eu perseguirei, Eu
alcançarei. Enoque profetizou que por isso o Senhor viria para julgar o mundo,
para que pudesse condenar a todos os que são ímpios, por suas duras palavras
(Jd 15). Note que as palavras pronunciadas com arrogância são apenas palavras
inúteis, pelas quais os homens terão que prestar contas no grande dia. E veja o
que resta desse animal que fala tão alto: Ele está morto, e seu corpo destruído
e entregue para ser queimado pelo fogo. O império sírio, depois de Antíoco, foi
destruído. Ele próprio morreu vítima de uma doença deplorável. Sua família foi
exterminada. O reino foi destruído pelos partos e armênios, e, por fim, foi
transformado por Pompeu em uma província do império romano. E o próprio império
romano (se o considerarmos como o quarto animal), depois que começou a
perseguir o cristianismo, declinou e definhou, e a sua sociedade foi destruída.
“Assim perecerão todos os teus inimigos, O Senhor! E serão mortos diante de
Ti”. 2. Na degradação e no enfraquecimento dos outros três animais (v. 12):
Eles tiveram seu domínio retirado, e então ficaram impossibilitados de provocar
os danos que haviam causado à igreja e ao povo de Deus. Mas uma prolongação de
vida lhes foi dada, até um tempo e uma época, uma hora marcada, cujos limites
eles não podem ultrapassar. O poder dos reinos anteriores estava completamente
aniquilado, mas o seu povo ainda permanecia em uma condição pobre, frágil e
baixa. Podemos fazer referência a isso descrevendo os resíduos do pecado nos
corações das pessoas boas. Elas, cujas vidas são prolongadas, possuem em si
corrupções, de forma que não estão completamente livres do pecado, mas o
domínio deste foi retirado, de modo que o pecado não reine em seus corpos
mortais. E, dessa maneira, Deus lida com os inimigos de sua igreja. Algumas
vezes Ele quebra os dentes deles (SI 3.7). Quando Ele não lhes quebra o
pescoço, reprime a perseguição, como também retarda a punição aos
perseguidores, para que eles possam ter um tempo para se arrepender. E é justo
que Deus, ao realizar a sua obra, faça-o no seu próprio ritmo, e à sua própria
maneira.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 869-870.
Dn 7.9: “ O presente versículo, e os que seguem,
encontram paralelos nos de Ap 1.13 a 16, onde cena similar está em foco. Ali o
Senhor Jesus é o filho do “Ancião de dias”, e por essa razão tem a mesma
natureza do Pai. E aquele que morreu com trinta e três (33) anos de idade.
Depois de levar os nossos pecados na cruz e suportar uma eternidade de dores;
tem cabelos brancos como a neve. Entre o povo de Deus, a “coroa de honra são as
cãs” (Pv 16.31). Certamente a alvura dos cabelos na pessoa de Cristo provém, em
parte, da intensidade de glória celestial, e em parte da sua sabedoria e,
sobretudo, da sua idoneidade moral. No “ancião” do texto em foco, a brancura
dos cabelos não significa velhice, antes sugere a eternidade, indicando também
pureza e divindade.
Dn 7.10: “... milhões de milhões” (de anjos). O presente
versículo tem seu paralelo em Ap 5.11, onde lemos que “milhões de milhões e
milhares de milhares” de anjos estavam ao redor do trono de Deus. Os anjos são
mencionados em toda a extensão das Escrituras Sagradas, onde são vistos por
mais de 273 vezes, e, no caso do texto em foco, encontramos “milhões de milhões
e milhares de milhares”. A angelolo- gia do Antigo Testamento afirma que os
anjos são tão numerosos, que o seu número é incalculável para a habilidade
humana. O doutor Bancroft, citando Gabelein diz que “em Hb 12.22 os anjos são
indicados como uma inumerável companhia, literalmente, miríades. De acordo com
Lc 2.13, multidões de anjos apareceram na noite do nascimento de Cristo;
claramente foram vistos cruzando o céu da Palestina, clamando de alegria em
vista do início da nova criação, como tinham feito no princípio da primitiva
criação. Quão vasto é o número deles! somente o sabe aquele cujo nome é
Jeová-Sabaote, o Senhor dos Exércitos”.
Dn 7.11: "... o seu corpo desfeito, e entregue para
ser queimado...” O presente versículo tem seu cumprimento literal em Ap 19.20,
onde lemos: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que, diante dela,
fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram
a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de
enxofre”, O Anticristo e o seu falso profeta serão lançados vivos no ardente
lago de fogo, no juízo, pois mereceram. O fato de que os dois serão lançados
“vivos” no lago de fogo significa, para alguns eruditos, que não poderão ser
homens ordinários, e, sim, seres demoníacos, que se apresentarão como homens.
Mas a verdade é que serão homens, embora possuídos por Satanás. O texto em foco
diz que o corpo da terrível fera será queimado. A besta e o falso profeta,
serão os dois agentes diretos do dragão, preparados como “filhos da perdição”.
Eles inaugurarão o ardente lago de fogo. Isso se coaduna realmente com sua
natureza: ela (a Besta) saiu do abismo (Ap 11.7) e irá à perdição (Ap 17.8),
seu destino final.
Dn 7.12: “Foi-lhes tirado o domínio”. O texto em foco
prediz a ruína dos três primeiros impérios mundiais: Babilónico, Medo-persa e o
Greco-macedônio. Mas a palavra divina dizia, ao mesmo tempo, que eles
continuariam a existir, mas sem o poder de governar. A sua continuação de
existência deve relacionar-se com a vinda do tempo determinado por Deus. As
grandes dinastias do mundo tiveram seus períodos áureos na história, mas depois
declinaram; alguns destes exemplos podemos deduzi-los, tanto das profecias como
da própria história. O Egito dos Faraós, a Grande Babilônia dos caldeus e a
Roma dos Césares, foram, em verdade, verdadeiros impérios de ferro que
subjugaram, mataram, destruíram e reduziram nações inteiras à escravidão. Mas,
com o passar do tempo, Deus, pouco a pouco, foi-lhes tirando o domínio; hoje os
impérios babilónicos, Medo-persa, Greco-macedônio e Romano, não mais existem, e
os países situados nos seus antigos territórios não têm projeção mundial como
potências.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 138-140.
Juízo das Nações (7.9-13). Aqui temos uma previsão dos
juízos do Apocalipse, culminando no Juízo das Nações, na vinda do Filho do
homem (v. 13). (Ler aqui Mateus 25.31-46 e Apocalipse 19.11 ss.) O "Ancião
de Dias" (vv. 13,22) é Deus. (Ver Isaías 57.15 - Aquele "que habita a
eternidade".) O versículo 13 também mostra que Jesus e o Pai Eterno são
duas pessoas distintas. Logo a seguir vemos Jesus recebendo o reino (v. 14):
"O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
pelos séculos dos séculos" (Ap 11.15).
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os
últimos dias. Editora CPAD.
2.
O “Filho do Homem” (vv.13,14).
FILHO DO HOMEM
I.
Sentido da Expressão e Algumas Estatisticas
II.
Origem Veterotestamentâria
III.
Uso da Expressão no Novo Testamento
I. Sentido da
Expressão e Algumas Estatisticas
No hebraico, ben-adam (Sal. 8:4; 80:17; Dan. 7:13; Eze.
2:1-3). No grego, o uiõs toü anthrôpou (em Mateus, 32 vezes; em Marcos, 14
vezes; em Lucas, 26 vezes; em João, 12 vezes; em Atos, 7 vezes; em Hebreus, uma
vez; no Apocalipse, duas vezes – um total de noventa e quatro vezes no Novo
Testamento, sempre nos lábios do próprio Senhor Jesus, exceto em João 12:34,
Atos 7:56; Heb. 2:6; Apo, 1:13 e 14:14).
No hebraico a idéia é a de alguém que pertence à raça de
Adão; no grego, a idéia é a de alguém que pertence à raça humana.
Tradicionalmente, essa expressão, «Filho do homem.., designaria
a humilde humanidade de Jesus Cristo, fazendo contraste com sua natureza
divina. Esse sentido está envolvido na expressão; mas, quando examinamos o que
a Biblia tem a dizer a respeito, vemos que uma significação muito mais profunda
é transmitida nas Escrituras Sagradas.
II. Origem
Veterotestamentâria
- O texto de Salmos 8:4, ...que , o homem, que dele te
lembres? e o filho do homem, que o vísítesrparece aplicar-se tanto aos homens
mortais quanto a Jesus Cristo, em sua encarnação, quando ele se identificou com
os homens. Em Salmos 80:17, encontramos o desejo expresso, durante um periodo de
declinio nacional em Israel, pelo aparecimento de algum herói nacional que
redimisse a Israel. Essas foram idéias iniciais que ajudaram a formar a consciência
judaica acerca da necessidade do aparecimento do Messias. Ele seria o Homem por
excelência, que serviria de modelo a todos os homens. Em Ezequiel 2:1-3, a
expressão «Filho do homem», que nesse livro aparece por um total de quarenta e cinco
vezes, designa «um filho de Adão por motivo de descendência». Porém, a mais
importante ocorrência da expressão «Filho do homem», no Antigo Testamento, encontra-se
em Daniel 7:13. Muitos estudiosos estão certos de que ali a expressão alude,
primariamente, à personificação do Israel ideal, ou então dos santos do
Altissimo; porém, com um sentido mais profundo, está em foco a figura do
Messias prometido, contemplado já em sua glória futura. Lemos ali: «Eu estava
olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como
o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
Foi-lhe dado dominio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de
todas as linguas o servissem; o seu dominio é dominio eterno, que não passará,
e o seu reino jamais será destruido... Um homem a quem cabia uma glória que sô
a Deus pode ser atribuida, não poderia ser um mero homem. De fato, à proporção
que avança a revelação biblica sobre o Messias, mais claro vai se tomando que
ele não seria apenas um homem extraordinário, ou algum grande guerreiro
salvador de Israel de seus inimigos, mas seria o Deus homem, um figura ímpar e
multifacetada. O que nos deixa admirados é que o povo judeu não tenha entendido
isso, nem antes do aparecimento de Cristo, quando só havia expectações
messiânicas, e nem quando do aparecimento de Cristo. Mas, se o povo judeu em geral
não compreendeu quem era Jesus Cristo (como também não o entendem todos os
gentios que permanecem na incredulidade), o remanescente eleito compreendeu.
Quando Jesus estava no mundo, exclamou: «Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste
aos pequeninos. Sim, ó pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi
entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o
Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mat. 11:25-27).
Compreender a verdade espiritual que cerca a figura do Filho do homem, Jesus
Cristo, é uma questão de revelaçlo divina, e não de perspicácia humana. Alguns
estudiosos têm dito que Jesus extraiu dos livros apócrifos e pseudepigrafos a
idéia do «Filho do homem..; mas a opinião deles é insustentável. Bastaria esse
trecho de Daniel 7:13,14 para derrubar essa idéia. O conceito do «Filho do homemlO
começa no Antigo Testamento, embora cautelosamente, ainda que inequivocamente.
E só no Novo Testamento chega à sua plena fruição.
Mas, voltando ao Antigo Testamento, em Daniel 10:16, o
profeta refere-se a «...uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os
Iâbios», E, dois versiculos adiante: «Então me tomou a tocar aquele semelhante
a um homem, e me fortaleceu». No hebraico, a expressão envolvida é «semelhante
a Adão», Sim, 'aquela figura ainda não era um Adão, um homem, porque ainda não
se encarnara, O termo hebraico enosh, «homem», algumas vezes é usado como
sinônimo de ben-adam ; «filho do homem» (ver, por exemplo, Jó 25:6; Sal. 8:4;
90:3; 144:3). Essa palavra hebraica ocorre por um total de quarenta vezes no
Antigo Testamento. O termo hebraico geber, «poderoso», empregado por cerca de
setenta vezes no Antigo Testamento, foi usado por Jeremias de modo especial,
quando disse: ..Porque o Senhor criou coisa nova na terra: a mulher infiel virã
a requestar um homem (Jer, 31:22). Mais literalmente, essa passagem diria «uma fêmea
envolverá um poderoso», cf. Isa. 7:14.
III. Uso da Expressão
no Novo Testamento
Já vimos que das noventa e quatro ocorrências da expressão
«Filho do homem», no Novo Testamento, apenas por cinco vezes não foi Jesus quem
a usou. - Portanto veremos abaixo as razões e o uso que Jesus fe; da expressão,
e depois examinaremos aquelas cinco ocorrências da expressão, usada por escritores
do Novo Testamento.
1. RaziIeI de Jesus
no Uso da expreção Filho do Homem
A primeira razão, naturalmente, que Jesus estava cônscio
de que era o Messias. Daniel usa a mesma em um inequívoco sentido messiânico, Portanto
quando Jesus se chamou de «Filho do homem» (o que fez por oitenta e nove
vezes), isso era o equivalente a dizer: «Eu sou o Messias... A segunda razão é
que esse titulo permitia-lhe ocultar-se quanto à sua verdadeira identidade. O
povo judeu não estava preparado para recebê-lo como o Messias. De fato, apenas
por uma vez, nos evangelhos, Jesus declara-se abertamente o Messias. Isso
ocorreu por ocasião de seu diâlogo com a ntulher samaritana: Lemos: ~Eu sei,
respondeu a mulher, que há de Vir o. Messías, chamado Cristo; quando ele Vier
nos anunciará todas as causas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo»
(João 4:25,26). A mulher samaritana aceitou Jesus como o Messias, ou Cristo,
prometido. Quando ela foi falar com seus conterrâneos, indagou: «Vinde comigo,
e vede um homem que me disse ~do quanto tenho feito. Será este, porventura, o
Crísto» (João 4:29). Nunca mais Jesus deu a si mesmo o titulo profético de
Messias. Mas fazia-o disfarçadamente, semre que se intitulava ..Filho do
homem... Essas considerações permitem que concluamos que o títulos «Messias..
«Filho do homem e «Cristo» são smommos perfeitos. Quando entendemos isso, então
toda aura de mistério que circunda a expressão. Filho. Do homem desaparece. Só
para exemplificar isso, consideremos o diálogo entre certos Judeus incrédulos e
Jesus. Perguntaram eles: «Ate quando os deixarãs a mente em suspenso? Se tu és
o Cristo, .dlze-o francamente. Respondeu-Ihes Jesus: Já vô-Io disse, e não
credes. As obras que eu faço em nome do meu Pai, testificam a meu respeito. Mas
vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas João 10:24-26).
O efeito da pergunta, sobre Jesus, tena sido o mês o, se
os judeus tivessem perguntado se ele era o Messla ou o Filho do homem. A
resposta de Jesus foi afirmativa mas ele também mostrou que não tinha ilusões a
respeito deles. Jesus sabia que só as suas ovelhas, os seus escolhidos, chegam
a crer nessa profunda verdade.
Uma terceira razão de Jesus, quando usou a expressão «Filho do homem», é que assim ele se
identificava com a humanidade dependente (Mat. 8:20:
Luc. 9:58). Essa idéia reflete Sal. 8:4: «...que é o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o
visites? .. Temos ai a base do ensino da kenosis, ou humilhação de Cristo,
quando de sua encarnação, e que Paulo se encarrega de desdobrar e explicar melhor.
Ver Fil. 2:5-8. Nessa .passagem aprendemos que a encarnação não fez com que o
Filho de Deus deixasse de ser Deus, somente porque agora era também o Filho do
homem. O que sucedeu, porém, é que Jesus de esvaziou, assumindo a forma de
servo, tomando-se em semelhança de homem; e, reconhecido em figura humana, a si
mesmo se humilhou... » Por essa razão é que Jesus viveu na dependência. Da orientação
ao Espirito Santo, orou ao PaI e reconheceu que não sabia de tudo, como, por exemplo
não sabia a data de sua segunda vinda. Esse estado de apequenamento, pois,
Jesus exprimia com o uso da expressão «Filho do homem».
Uma quarta razão é que a expressão «Filho do homem»
indicava a sua missão remidora (Mat. 9:6 e Luc. 19:10). Sem importar como
entendam «as chaves do reino- (Mat. 16:19), Deus determinara exclusivamente
para o Filho do homem a autoridade de perdoar pecados sobre a terra. Em outras
palavras, Deus só se tomou Salvador dos homens quando se tomou homem, na pessoa
de Jesus Cristo. e o que lemos em Hebreus 2:14: «Visto, pois, que os filhos têm
participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente,
participou..
Uma quinta razão é que a expressão «Filho. Do homem»
indicava a completa vitória de Jesus Cnsto como nosso Redentor (João 3:14). O
Filho do homem não seria vencido nem na cruz e nem no sepulcro, porquanto
haveria de ressuscitar dentre os mortos. E então como homem perfeito, ele seria
o nosso Medidor. Não ê precisamente isso que nos diz Paulo? «Porquanto hâ um só
Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (I Tim. 2:5).
Finalmente, a sexta razão pela qual Jesus lançou mão da
expressão «Filho do homem», é que a mesma aponta para o Senhorio universal de
Jesus Cristo (Mar. 14:62). Sendo Jesus o FIlho dó homem, uma vez ressuscitado,
pouco antes de sua ascensão, ele exprimiu esse senhorio mediante uma palavra de
ordem: «Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei
discipulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo; ensinando-os a guardar todas as causas que vos tenho ordenado. E eis que
estou .convosco todos os dias até à consumação do século. (Mat. 28:18-20).
Cumpre-nos notar que o âmago mensagem apostólica era
precisamente o senhorio universal de Cristo. A palavra «Senhor», quando aplicada
a Cristo, é usada por cento e dez vezes somente no livro de Atos. Na qualidade
de Senhor, o Filho do homem é o Juiz de todos os homens (Mat. 13:41,42; 19:28).
As qualificações de Jesus, para operar como Juiz de todos os homens é que ele era
Deus encarnado, vitorioso sobre todos os adversArios e sobre a própria morte, e
se identificara perfeitamente com o gênero humano, ao ponto de. conferir sua natureza
divina aos homens que o aceitassem como Salvador. João retratou vividamente o
desempenho do Filho .do homem, no dia do juizo, em Apocalipse 20:11-15.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.742-743.
FILHO DO HOMEM Uma tradução do a-ramaico bar'enas e do grego huios tou
anthropou. A expressão tem vários significados nas Escrituras, dependendo do
contexto. Em Salmos 8.4, significa "homem" em geral; em Ezequiel 2.1,
enfatiza a diferença entre o profeta humano e o Senhor que fala com ele e por
meio dele; em Daniel 7.13, a expressão refere-se a uma figura semelhante a um
ser humano, mas também sobrenatural, líder dos santos do Altíssimo (Dn 7.18);
enquanto no Novo Testamento a expressão é normalmente usada como um título para
o Senhor Jesus (exceto em Apocalipse 1.13; 14.14).
O título aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento,
todas nos Evangelhos, exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem em que não é
usada por nosso Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira, porque aqui é
usada como uma citação das palavras do Senhor Jesus). Alguns autores descobrem
outros três significados para a expressão: 1) como uma descrição daquele que
virá (escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à morte do
Senhor Jesus (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de ensino e
cura na terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as palavras
escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor Jesus na
terra.
Um recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968],
257-266) argumenta que o Senhor Jesus usava o título como um eufemismo para
"o Filho de Deus", pois na Palestina a última expressão poderia soar
como uma blasfémia perante um público semita. Quando o cristianismo espalhou-se
pelo mundo gentílico, a última expressão foi utilizada, e é notável que a
expressão "o Filho do homem" nunca apareça nas cartas do Novo
Testamento. O que foi original no uso do título pelo Senhor Jesus? W. Barclay
(The Mind of Jesus, p. 155) argumenta que foi o fato de que Ele conectava o
título com os seus sofrimentos e a sua morte. Porém outros consideram que essa
ideia já esteja presente em Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que
"aqueles que são como o Filho do homem" (aqui identificados com os
"santos do Altíssimo") são absolvidos e glorificados. Por que o
Senhor usa um título tão enigmático como este? Talvez ao menos por duas razões:
1) o título era suficientemente genérico para incluir todos os aspectos da sua
pessoa e da sua obra, quer presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa
os seus ouvintes, chamava a atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem
é esse Filho do Homem?" (Jo 12.34).
Embora alguns negassem que o Senhor Jesus tivesse usado
esse título para si mesmo, a igreja palestina o atribuiu a Ele (por exemplo,
Bornkamm, Jesus of Nazareth, p. 230), e a maioria dos autores da atualidade o
aceitam como uma autodesignação genuína, na verdade a mais notável das
autodesignações do nosso Senhor (como Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann). E.
Stauffer (New Testament Theology, p. 108) chega a escrever: "Mas a
contribuição da história das religiões nos ensinou mais do que isso. 'Filho do
Homem' é simplesmente a mais audaciosa autodescrição que qualquer homem no
antigo Oriente poderia ter usado".
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 800.
3.
A Grande Tribulação (vv.24,25).
“tempo, tempos e metade de um tempo” (7.25). Esse texto
aponta, literalmente, o período de tempo em que ocorrerá um grande sofrimento
no mundo, especialmente, contra Israel. Será o período quando “o chifre
pequeno”, e na linguagem do Novo Testamento o “anticristo”, firmará o concerto
com Israel por “uma semana” (Dn 9.27). Esse período ganha uma linguagem
metafórica quando fala de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”(v. 25).
Esse período equivale a “três anos e meio”, ou a “42 meses”, ou “a 126 dias”
(Dn 12.7; 9.27; Mt 24.21,22; Ap 7.14). E interessante notar que a primeira
metade da semana de três dias e meio será de artifícios políticos do Anticristo
simulando um tipo de paz nas relações de Israel com as nações. Até que o
Anticristo quebre o pacto e comece a pressionar e perseguir a Israel, atraindo
o apoio das nações contra Israel. Então se inicia a segunda metade da semana
prescrita da Grande Tribulação. “O tempo dos gentios” será, literalmente, o
tempo do ódio mundial contra Israel. Na primeira metade dos sete anos (três
anos e meio) o Anticristo fará acordos com Israel os quais não cumprirá. Nesse
primeiro período ele exercerá poder e influência política e econômica sobre
Israel. Depois, quebrará o pacto feito e não cumprirá o acordo com Israel e
fará pressões e incitará as nações para guerrear contra Israel para destruí-lo.
Existe uma teoria, chamada midi-Tribulação e baseia esta interpretação no texto
de Mt 24.15-28, quando Jesus discursa especialmente para o povo judeu.
A Grande Tribulação não será para a Igreja de Cristo. A
igreja será, antes da Grande Tribulação, arrebatada para o céu e os mortos em
Cristo serão ressuscitados gloriosamente (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18).
Portanto, o Messias virá para Israel e para o mundo e a igreja não estará na
terra. O Messias virá para cumprir o sonho desejado e profetizado para intervir
no “poder dos gentios” sob o comando do Anticristo e assumirá o Reino sobre a
terra.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 112.
Dn 7.24 O presente versículo e outros correlatos mostram
a ascendência e desenvolvimento, e consumação do Império Romano. Mas, a
profecia diz que daquele mesmo reino, no futuro, “se levantarão dez reis”. Isso
significa que durante o período sombrio da Grande Tribulação, se levantarão dez
reis dentro dos limites do antigo Império Romano. São eles as dez pontas que
João contemplou na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1). Em Ap 17.12, o
anjo celestial faz a interpretação para João daqueles chifres, dizendo: "...
os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam ó reino, mas
receberão o poder como reis, por uma hora, juntamente com a besta”. Esses dez
monarcas escatológicos serão dez agentes de Satanás, que, auxiliados por ele,
ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo. (Comp.
Ap 17.13).
Dn 7.25 "... um tempo, e tempos, e metade dum
tempo”. O texto em foco, tem seu paralelo em Dn 12.7 e 14. O famoso comentador
G. H. Pember diz que o sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”.
Então, porque se diz “tempo, e tempos, e metade de um tempo, em vez de três
tempos e meio? Parece que não é sem razão, pois, segundo o modo judaico de
calcular, três anos juntos precisariam o acréscimo de um mês. De maneira que o
período seria 1.290 dias em vez de 1.260, mas referindo-se a um dos anos,
separadamente, evita-se este resultado. Isto é confirmado em Ap 11.2, 3 (diz
Geo Lang) quando a cidade de Jerusalém será pisada pelos gentios pelo espaço de
tempo de 42 meses.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 146-147.
Ele permitirá que os inimigos o pisoteiem e o vençam? O
que é essa ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?” A isso, o
seu intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto reino que
devorará toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira. As dez
pontas são dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três reis, e
será muito agressivo contra Deus e o seu povo. Ele agirá: (1) Muito impiedosamente
em relação a Deus. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo, desafiando
tanto a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça. (2) Muito arrogantemente
para com o povo de Deus. Ele enfraquecerá os santos do Altíssimo. Ele não os
liquidará imediatamente, mas os debilitará através de longas opressões e uma
série interminável de sofrimentos impostos a eles, arruinando suas propriedades
e enfraquecendo as suas famílias. O plano de Satanás era destruir os santos do
Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor não se lembrasse mais deles.
Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo existir, Deus terá nele uma
igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis, para abolir as práticas e as
instituições da igreja, visando levar todos a falar e agir exatamente como ele
desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e as práticas humanas e divinas.
Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele destrói, ele constrói ele
transforma quadrado em circulo, como se pretendesse alterar até mesmo os
próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas ele progredirá e terá
sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas mãos por um tempo, tempos
e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio), aquela famosa medida de
tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse, que algumas vezes é
chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que é o mesmo período.
Mas ao término
desse tempo, o julgamento será instaurado, e o seu
domínio será tirado (v. 26).
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 872.
III - A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1.
A visão (vv.13, 14).
“e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do
homem”
(7.13,14). Nestes dois versículos, Daniel chega ao clímax
das visões e revelações. A Palavra de Deus nunca se contradiz nem submerge com
contradição. Pelo contrário, ela se complementa, se interpreta e se aplica a si
mesma conforme as necessidades dos que servem a Deus. No versículo 13 está
escrito literalmente que o Filho do homem “vinha nas nuvens do céu”. Esta
profecia é repetida em Atos 1.9-11, onde os anjos anunciavam que o Jesus que
subiu gloriosamente ao céu haveria de vir. Posteriormente, na revelação que
Jesus deu ao seu amado apóstolo João, a mensagem é repetida: “Eis que vem com
as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram”(Ap 1.7).
Daniel, em sua visão, viu esse personagem que vinha nas nuvens do céu e se
identificava como “o filho do homem”, o qual se dirigiu ao Ancião de Deus. Não
há dúvida que se tratava de Jesus, a segunda pessoa da Trindade. Este “filho do
homem” recebeu a concessão de poder e domínio sobre todas as nações para que o
servissem, porque o seu domínio seria um domínio eterno que não passaria e seu
reino não seria destruído. O título “filho do homem” tem um sentido messiânico,
porque se refere, primeiramente, à vida terrena de Jesus. Porém, esse mesmo
Jesus que foi rejeitado pelos judeus em sua primeira vinda e que se manifestou
como “o filho do homem”, virá gloriosamente e com a aparência de “filho do
homem” para desfazer o reino do Anticristo e tomar o reino de Israel e se
assentar no Trono de Davi (Zc 14.1-4). Ele receberá o poder, a glória e o
domínio sobre a terra quando descer para instalar o reino milenial na terra. Ao
introduzir o Reino de Deus na terra, em sua vida terrena, como o Verbo divino
feito carne (Jo 1.1,14) Jesus Cristo, virá a segunda vez, e inaugurará uma nova
fase do governo de Deus na terra, instalando um reino de mil anos (Ap 20.2,6).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 109-110.
Dn 7.13 "... um como o Filho do homem”. Filho do
homem é um título que freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo (Mt 16.13).
Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre nos Evangelhos, e 22 destas somente em
Apocalipse. Daniel (cerca de 607 a.C.), na presente visão, faz esta referência
específica sobre o “Filho do homem”. Em Ezequiel, o profeta do cativeiro, a
expressão “filho do homem”, é empregada por Deus, quando fala com o profeta,
cerca de 91 vezes. Em Ap 14.14, há um quadro sobre o “Filho do homem”. Jesus é
o “Filho do homem”, porque, de um modo especial, é Ele o representante da
humanidade perante a pessoa do Pai. Ele é declarado “Filho de Davi segundo a carne”
(Rm 1.3). Ele se tornou o “Filho do homem” para que nós, humanos, nos
tornássemos filhos de Deus” (Jo 1.12).
Dn 7.14 "... foi-lhe dado o domínio”. O presente
versículo coloca em foco o Milênio de Cristo, o Ungido do Senhor. Isso
acontecerá diante do toque da sétima trombeta escatológi- ca de Apocalipse
11.15. Esse toque de trombeta assinala o tempo em que “O mistério” de Deus deve
ser cumprido, “no Céu e na Terra”. Na Bíblia temos uma série de mistérios, mas
o que está em foco, fala do “mistério da sua vontade, segundo o seu
beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas
as coisas, na dis- pensação da plenitude dos tempos [o Milênio], tanto as que
estão nos céus como as que estão na terra” (Ver Ef 1.9 a 10). O domínio e reino
do presente texto, para que todos os povos, nações e línguas o servissem, é o
estabelecimento do Reino de Deus sobre a terra, que começará com o reino
milenar de Cristo (Ap 20.1-6). O reino de Deus e de Cristo é um só. Em Ef 5.5,
encontramos menção do “reino de Cristo e de Deus”.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 140-141.
“Quanto tempo?” (8.13-14). Deus revelou a Daniel por meio
da conversa de seres santos que o tempo do mal não seria prolongado. A pergunta
era: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão
assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem
pisados? (13). E a resposta veio: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o
santuário será purificado (14). De que maneira devemos entender essa simbologia
de números? Jerônimo apresenta uma interpretação muito simples e sensata:
Se lermos os livros dos Macabeus e a história de Josefo,
vamos encontrar registrados lá que [...] Antíoco entrou em Jerusalém e, depois
de provocar uma devastação geral, voltou novamente no terceiro ano e ergueu a
estátua de Júpiter no Templo. Até o tempo de Judas Macabeu [...] Jerusalém
ficou devastada por um período de seis anos, e por três anos o Templo ficou
maculado — totalizando dois mil e trezentos dias mais três meses.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530.
A cena não estava terminada. Outros elementos de alta
valia estavam ainda por surgir e Daniel confessa que, nas suas visões da noite,
depois de todo o cenário já descrito, viu vindo, com as nuvens do céu, UM como
o Filho do Homem e que dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele
(v. 13). A vinda com as nuvens do céu desperta em nossa mente um simbolismo
evanescente e sublime, pois é UM que tem os ares como sua morada, e não conta
com elementos terrestres para se conduzir. Quando Jesus se apresentava como o
Filho do Homem tinha este simbolismo como base e também é o que Ezequiel
apresenta em sua longa profecia.
A vinda deste UM, Filho do Homem, indica que o julgamento
não ficou concluído, pois a Ele restava a palavra final. Não temos qualquer
dúvida quanto a este Filho do Homem (não filho do homem), figura singular
lídimo representante da raça humana, e que domina sobre todos os reinos
simbolizado nas quatro eras. A ele pertencem o Reino e a majestade, a honra e a
glória. O reino universal é dele, e não dos reinos simbolizados nas quatro
feras.
Daniel diz claramente: Foi-lhe dado domínio e glória, e o
reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; e
seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será
destruído (v. 14). Como Daniel nos informa, esta inigualável figura celestial,
escoltada por míriades de míriades de seres angelicais, foi levada até onde
estava o Juiz supremo, e o reino eterno lhe foi entregue. Reino que não será
jamais destruído. É assim o reino de Cristo. Um quadro mais perfeito do governo
e domínio de Cristo não poderíamos esperar de uma visão profética. Só o
Apocalipse tem figuras iguais. Somos gratos a Deus que, lá dos confins da
história, nos vem esta alegoria tão perfeita quanto seria possível, nos domínios
humanos, a respeito de nos,so Senhor Jesus Cristo.
Mesquita.
Antônio Neves de,. Livro de Daniel.
Editora JUERP.
2.
“Os santos do Altíssimo” (v.18).
“os santos do Altíssimo” (7.18). Quem são? Os amilenistas
que negam a literalidade do Milênio e o veem alegoricamente, isto é, não creem
na realidade são dos amilenistas, “os santos do Altíssimo” são os anjos. Na
visão milenista e pré-tribulacionista, “os santos do Altíssimo” são,
indubitavelmente, os judeus (Dn 7.21; 9.24; Ap 13.7; 17.6). Jesus Cristo, “o
filho do Homem” reinará literalmente na terra por mil anos. Esses santos são,
de fato, os judeus fiéis salvos quando o Messias voltar para reinar
literalmente. O reino milenar não é para a igreja de Cristo, mas é para os
judeus e o mundo depois da Grande Tribulação. O milênio não é mera alegoria. O
milênio será real e literal, quando Jesus Cristo tomar posse do governo do
mundo e desfazer o poder da trindade satânica constituída pelo Diabo, o
Anticristo e o Falso Profeta. Segundo o autor D. Pentecost, diz que “o
propósito original de Deus era o de manifestar sua absoluta autoridade, e este
propósito se realizará quando Cristo reunir a teocracia terrenal com o reino
eterno de Deus. Desta maneira se por uma parte o domínio teocrático terrenal se
limita a mil anos, que é tempo suficiente para manifestar o governo perfeito de
Deus sobre a terra, uma vez que seu reino é eterno e para sempre”.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 110-111.
Dn 7.18 Este versículo e outros correlatos do livro de
Daniel, apontam em sentido profético, para o Milênio de Cristo. Nessa época,
todos “os reinos do mundo virão a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele
reinará para todo o sempre” (Ap 11.15), e os santos recebê-lo-ão como algo que
lhes será confiado pelo “Filho do homem”, e o possuirão para sempre. O presente
capítulo apresenta o “Filho do homem” como uma figura central na posse do
Reino. Há uma outra possível interpretação para este capítulo, no que diz
respeito ao “Filho do homem”. Os advogados da posição esboçada acima
identificam a figura celestial semelhante a “um filho do homem” com o povo de
Israel, “os santos do Altíssimo”. Em apoio a essa interpretação, apelam para
7.18 e 27, onde nos é dito que o reino será entregue aos santos. Essa
interpretação é muito lógica, mas não coaduna com o argumento principal.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 143.
Dn 7.18 - Os “santos do Altíssimo" sáo o verdadeiro
Israel, o povo governado pelo Messias. Jesus Cristo deu o reino ao novo Israel,
sua Igreja, que é composta por todos os crentes fiéis. Sua vinda prenunciava o
Reino de Deus. cujos cidadãos são todos os crentes (ver também 7.22.27). Apesar
de Deus permitir a perseguição por um tempo, o destino de seus seguidores é
possuir o reino e estar com Ele para sempre.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 1104.
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão
o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da
história não deverá ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da
destruição do que é bom. O alvo do projeto de Deus é o reino de Deus e a
consumação e preservação de tudo o que é bom e belo e verdadeiro e santo.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.
3.
Destruição do Anticristro (vv.26,27).
Até chegar a esse ponto, Cristo descerá sobre a terra
literal e visivelmente sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4). Cristo é o Messias
sonhado e desejado por Israel e virá para esse povo. Na sua vinda gloriosa e visível,
especialmente para Israel promoverá espanto no mundo inteiro. O Diabo saberá
que o seu poder de destruição do povo de Israel estará detido. O Messias, Jesus
Cristo, então, destruirá esse rei blasfemo e déspota, o Anticristo, e assumirá
com autoridade o governo do povo de Deus naqueles dias e iniciará seu governo
milenar na terra. Desse modo terá cumprido o período dos “três anos e meio” da
segunda metade da semana de Daniel (Dn 9.27). Alguns historiadores preferem
interpretar esse período como tendo o seu cumprimento no ano 70 d.C, mas
esquecem que é no fmal do período do domínio do “pequeno chifre” que o reino
será dado aos santos do Altíssimo, o povo de Israel. Não há o que duvidar!
Depois de tudo isso se estabelecerá o reino do Messias. Não há dúvidas, também,
de que a igreja de Cristo não estará na terra nesse período, porque será
arrebatada antes que inicie o tempo da Grande Tribulação.
“E o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo
de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo” (7.27). O Anticristo
não poderá resistir ao poder daquEle que é mais poderoso do que ele, que é o
Senhor Jesus Cristo o qual destruirá ao Anticristo e tomará o seu domínio e o
passará aos “santos do Altíssimo” que são israelitas naqueles dias. O Anticristo
será destruído pelo fogo ( Dn 7.11) e será lançado no Geena (o Lago de fogo)
para sempre (Ap 19.20). A Bíblia diz que ele será destruído pela força da vinda
do Messias (2 Ts 2.8). A vitória final contra as forças do mal será culminada
com o triunfo de Cristo Jesus (Dn 7.27).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 112-113.
Dn 7.26 O Apóstolo Paulo fala a seu filho Timóteo, na
segunda carta, cap. 4.1 o que segue: “Conjuro-te pois diante de Deus, e do
Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda
[parousia] e no seu reino [Milênio]...” O texto em foco diz, de fato, o que
acontecerá na vinda de Cristo com poder e grande glória. A Besta e seus agentes
serão julgados naquele grande dia da ira de Deus e do Cordeiro. (Ver 2 Ts 2.8 e
Ap 19.20). O supremo juízo de Deus desfará todo e qualquer império do mal; o
reino será estabelecido para que os santos do Altíssimo reinem e o Senhor Jesus
Cristo reine sobre eles. Esses acontecimentos terão lugar sete anos após o
arrebatamento da igreja, aqui na terra. Todo o domínio das trevas será
aniquilado ante a face do Senhor em glória, e todo o domínio e a majestade dos
reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo.
Dn 7.27 O presente versículo terá sua consumação em Ap
11.15, onde lemos: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu
grandes vozes que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do
seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”. Ali haverá, após a grande
vitória de Cristo no vale do Armagedom, o estabelecimento do reino milenar,
então o domínio, e a majestade dos reinos do mundo serão dados ao povo dos
santos do Altíssimo. Em Ap 10.7, é previsto este grande acontecimento, e em
11.15, a sua consumação. Este
grande “segredo de Deus” mencionado na passagem anterior, é, sem dúvida, o
estabelecimento do reino de Deus na terra, que começara com o reino milenar de
Cristo, como pode ser depreendido do texto em foco, de Daniel. O reino de Deus
e de Cristo é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de Deus e de
Cristo”.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 147-148.
[2] O tribunal será estabelecido (v. 26). Deus mostrará
que julga na terra, e advogará a justa causa do seu povo tanto com sabedoria
quanto com imparcialidade. No grande dia, o precioso Senhor julgará o mundo com
justiça por meio do varão que designou. [3] O domínio do inimigo será tirado
(v. 26). Todos os inimigos de Cristo serão postos por escabelo de seus pés, e
serão completamente consumidos e destruídos: esse era o procedimento dos
apóstolos em relação ao homem iníquo (2 Ts 2.8). Ele será consumido com o sopro
da boca de Cristo, e destruído com o esplendor da sua vinda. [4] O julgamento é
entregue aos santos do Altíssimo. E confiada aos apóstolos a incumbência da
pregação do Evangelho através do qual o mundo será julgado. Todos os santos por
meio de sua fé e de sua obediência condenam um mundo descrente e desobediente.
Em Cristo, que é o seu comandante, eles julgarão o mundo, julgarão as doze
tribos de Israel (Mt 19.28). Veja o motivo que temos para honrar aqueles que
temem ao Senhor. Quão vis e abomináveis os santos parecem agora aos olhos do
mundo, e quanto desprezo é despejado sobre eles. Eles são os santos do
Altíssimo. Eles são preciosos para Deus. Ele os considera como seus, e o juízo
é entregue a eles. [5] Aquilo que é mais enfatizado é que os santos do
Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre (v. 18). E
novamente (v. 22): Chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. E outra
vez (v. 27): O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o
céu serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. Longe de nós pressupormos
por isso que o domínio é encontrado na graça, ou que ele autorizará alguém, sob
o pretexto de santidade, a usurpar a realeza. Não. O reino de Cristo não é
deste mundo. Mas isso sugere o domínio espiritual dos santos sobre os seus
próprios desejos e perversões, suas vitórias sobre Satanás e suas tentações, e
o triunfo dos mártires sobre a morte e os seus pavores. Aqui também é prometido
que o reino do Evangelho será estabelecido como um reino de graça, cujos
privilégios e consolos, agora sob o comando dos céus, serão o penhor e os
primeiros frutos do reino da glória nos céus. Quando o império se tornou
cristão, e os príncipes fizeram uso de seu poder para a defesa e o progresso do
cristianismo, então os santos tomaram posse do reino. Os santos governam
através do Espírito que os governa (esta é a vitória que vence o mundo, a nossa
fé), fazendo com que os reinos deste mundo se tornem o reino de Cristo. Mas o
pleno cumprimento destas coisas tão boas estará na felicidade eterna dos
santos, no reino que não pode ser abalado, o qual nós, de acordo com a sua
promessa, aguardamos (essa é a grandeza do reino). A coroa de glória que
aguardamos jamais perecerá, pois o reino que nos foi prometido é eterno. Os
santos possuirão o reino para sempre, eternamente. E a razão é que os santos
pertencem ao Altíssimo, e o seu reino é um reino perpétuo (v. 27). Como Ele é
assim, os seus deverão ser também. “Porque eu vivo, vós também vivereis” (Jo
14.19). O reino do Senhor é deles. Eles se consideram enaltecidos na exaltação
dele, e não desejam honra e satisfação maior para si mesmos do que a de que
todos os domínios o servirão e o obedecerão, como eles o farão (v. 27). Os
povos se sujeitarão ao seu cetro de ouro, ou serão levados à destruição por sua
vara de ferro. Daniel, no final, quando encerra esse assunto, nos conta que
impressões essa visão lhe causou. Ela dominou os seus pensamentos a tal ponto
que o seu semblante foi modificado, e o fez parecer pálido. Mas ele guardou o
assunto em seu coração. Note, o coração deve ser o cofre e o depósito das
coisas divinas. Lá devemos guardar a palavra de Deus, assim como Maria guardou
as palavras de Cristo (Lc 2.51). Daniel guardou o assunto em seu coração, com
um propósito: não escondê-lo da igreja, mas guardá-lo para ela, para que aquilo
que havia recebido do Senhor pudesse ser transmitido ao povo de uma forma plena
e fiel. Observe que compete aos profetas e ministros de Deus guardar na memória
as coisas de Deus, e ali assimilá-las muito bem. Se quisermos ter a palavra de
Deus em nossos lábios quando for oportuno, devemos guardá-la em nossos corações
em todo o tempo.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 873.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
A Paz do Senhor!
ResponderExcluirGostaria de deixar aqui meu elogio ao querido irmão por nos proporcionar um tão belo comentário de assunto, isto é muito gratificante pois com isso temos confiança de entrar - mos na sala de aula mais seguro. que Deus o abençoe ricamente em Cristo Jesus. AMÉM.
A honra e a Gloria seja dada a DEUS, que em tudo tem nos ajudado!
ResponderExcluirEspero que aja frutos de gloria para DEUS!
Ajude a divilgar este trabalho, ore por este trabalho, colabore com este trabalho.
DEUS ABENÇOE A TI E A TEUS ALUNOS.