A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO
"MENE,
MENE, TEQUEL e PARSIM." Era o que estava escrito na parede revestida por
estuque do palácio real. Uma imagem assombrosa e amedron- tadora que colocou
ponto final na festa do palácio. Deus estava falando que chegara ao fim o
espetáculo do deboche da fé alheia.
O
capítulo cinco de Daniel retrata a imagem de uma festa no Palácio do Co-Regente
da Babilônia. Belsazar havia ordenado aos seus subordinados que trouxessem os
utensílios de ouro deportados do templo de Jerusalém. Com estes utensílios o
rei promoveria uma festa regada a vinhos para os convivas. Era a festa do
deboche! Do deboche da fé de um povo. Do deboche dos costumes e hábitos de uma
nação. Do deboche da cultura religiosa de um povo. Do deboche do Deus de uma nação.
A
ação divina
O
quinto capítulo do livro de Daniel demonstra um Deus soberano que perscruta a
motivação do coração humano. Ele fez isso com o rei Belsazar. Este caiu na
mesma tentação do seu avô, Nabucodonozor. E adoeceu de alma pensando fazer com
o poder imperial o que bem entendesse sem ser alvejado pelas suas escolhas.
Belsazar escolheu o caminho mais sórdido e absurdo: o da profanação da
identidade religiosa e cultural de um povo, e das coisas consagradas a Deus.
Somente para mostrar que ele, Belsazar, era mais importante que o Deus de
Israel. Entretanto, o rei mal sabia que estava sob o olhar desse Deus.
Para
a motivação de Belsazar foi dado um xeque mate: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
Estas palavras são a mensagem de Deus revelada a Daniel: "Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado
foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e
deu-se aos medos e aos persas". Naquela noite o Deus de Israel acabara com
a festa do deboche das coisas consagradas a Deus e do Seu povo. E Belsazar
morreu ali mesmo.
Um
cuidado na interpretação do texto
Ao
lermos este texto temos de ter o cuidado de não fazermos interpretações a fim
de colocarmos os utensílios dos nossos cultos hoje acima das pessoas. No Antigo
Testamento o povo de Israel, os profetas e as lideranças judaicas não haviam
conhecido a revelação de Jesus de Nazaré. Isto é um dado muito importante! Não
podemos ler o Antigo Testamento sem considerar o Evangelho ensinado por Jesus
de Nazaré, o Deus encarnado em Pessoa, e as cartas apostólicas: O Novo
Testamento.
Revista Ensinador
Cristão.
Editora CPAD. pag. 39.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Indiscultivelmente Nabucodonosor
foi o mais importante dos reis da Babilônia. Seus feitos arquitetônicos construindo
cidades e palácios e sua ousadia política, além de demonstrar uma inteligência
espetacular apresentam a sua história.
Depois da morte de
Nabucodonosor em 562 a.C.,Evil-Mero-daque o sucedeu no trono e, dois anos
depois foi assassinado por Neriglissar, seu cunhado, mas quem veio a assumir o
Trono foi Nabonido, genro de Nabucodonosor, o qual gerou o filho chamado
Belsazar. Este, veio a ser corregente com seu pai, três anos depois. Era um
homem blasfemo e não sabia respeitar princípios. Sua história contém elementos
de crueldade e total inclemência com os subordinados do reino. Foi, também, um
homem devasso que não sabia respeitar a história nem aos valores do reino.
Este capítulo
descreve e registra o reinado de Nabonido por 17 anos (556-539 a.C.). Quando foi
a Arábia, deixou a seu filho Belsazar como corregente na capital do império.
Ele havia sido nomeado por seu pai como seu representante na Babilônia. Era,
portanto, a segunda pessoa mais importante do reino. Alguns anos haviam se
passado e ao fmal de sua corregência, Belsazar não contava com a invasão dos
exércitos da Média e da Pérsia na Babilônia. O império caiu nas mãos dessa
aliança medo-persa e um novo reino se instalou.
O capítulo cinco
relata essa invasão na capital babilónica. Bel- sazar fazia uma festa regada a
vinho e sexo, quando Deus escreveu na parede do palácio a sentença de morte e
queda do império babilónico. Está registrado, também, o desrespeito com os
valores religiosos das nações e como, de forma abusiva e irresponsável, ele
mandou buscar os vasos sagrados do templo de Jerusalém para em- bebedar-se com
vinho nos mesmos, Belsazar ultrapassou a medida da paciência de Deus e, na
noite de sua festa, foi morto e o reino da Babilônia foi ocupado pelos medos e
persas em 539 a.C.
Nesta história
aprendemos que ninguém zomba de Deus. Sua soberania jamais poderá ser
questionada por simples mortais. Na onis- ciência divina os fatos futuros,
presentes e passados são do inteiro conhecimento de Deus. A queda do Império
Babilónico havia sido profetizado pelo profeta Isaías,pelo menos uns 150 anos
antes de acontecer (Is 14.3-5; 47.1,5). O profeta Jeremias também profetizou
sobre tudo o que aconteceria com Israel e as invasões de Jerusalém e Judá, bem
como anunciou a destruição da Babilônia (Jr 50.2; 51.53,58).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 77-78.
“Belsazar” (5-1). Por
muitos anos a referência a Belsazar foi utilizada como prova de que o livro de Daniel
carecia de precisão histórica e teria como origem uma data recente. Foi então
que os arqueólogos descobriram evidências não somente de sua existência, mas
também de seu papel de regente de seu pai, Nàbonide! Assim se explica a
promessa de Belsazar de fazer de Daniel “o terceiro no governo do seu reino”,
quando o próprio Belsazar era apenas o segundo mais importante! Os dados
apresentados como prova de que a data do livro seria recente, acabou por
evidenciar que fora escrito centenas de anos antes do que se supunha, antes mesmo
de que os registros históricos da era tivessem sido perdidos.
“Teu pai” (5.11, 18).
Apesar dessas referências, Nabucodonosor não era o pai biológico de Belsazar. Este
era filho de Nabonide, que assassinara Labashi-Marduk, filho de Neriglissar,
genro de Nabucodonosor que, por sua vez, matara o filho do grande rei
Evil-Merodaque! As expressões “filho de” e “pai de” eram usadas comumente no
mundo antigo para indicar os sucessores e predecessores de reis, tivessem ou
não parentesco de verdade.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia.
Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Queda do Império
Caldeu, 5.1-31
A primeira metade do
livro de Daniel é o registro de uma série de encontros cruciais entre o orgulho
e poder de homens insignificantes e o grande e bondoso Deus. Este, em última
análise, dirige as ações dos homens quer eles reconheçam isso, quer não. O
incidente desse quinto capítulo serve como clímax da jornada meteórica ao longo
da história do reino Babilónico.
Após a morte de
Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono. Esse é o rei
que deu honra especial ao rei Joaquim, depois de 37 anos de exílio, ao soltá-
lo da prisão e designar-lhe uma pensão (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30).
Depois de dois anos,
Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o assassinou.
Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e reivindicava
um certo direito real, especialmente por meio do seu filho, Labashi-Marduque.
Mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus amigos de confiança.
Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro genro de
Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a maior parte
do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido. Seu
nome era Belsazar. Por causa do seu sangue real, Belsazar, três anos após a
ascensão de Nabonido ao trono, foi feito co-regente com seu pai. Ele tinha a
incumbência de governar a cidade e província da Babilônia. Esse foi o rei
Belsazar descrito por Daniel, como os caracteres cuneiformes têm revelado após
décadas de confusão sobre a sua identidade, mesmo entre estudiosos
conservadores.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 515.
I - O FESTIM PROFANO DE BELSAZAR
1.
A zombaria de Belsazar (Dn 5.1-4).
“na presença dos mil”
(5.1). Refere-se aos convidados de Belsazar na frente dos quais ele bebeu
vinho, como uma demonstração libertina diante dos seus convidados iniciando a
bacanal dentro do palácio. Poderia ter sido mais uma festa palaciana na
Babilônia se a festa promovida por Belsazar não tivesse sido uma festa de
escárnio ao Deus dos cativos judeus.
“mandou trazer os
utensílios de ouro e de prata... que seu pai Nabucodonosor tinha tirado do
templo que estava em. Jerusalém” (5.2,3). Belsazar não teve escrúpulos nem
respeito com os utensílios sagrados trazidos de Jerusalém como espólio de
guerra por seu avô Nabucodonosor. Ele foi um homem sensual e sacrílogo, pois
não tinha o menor respeito por coisas sagradas. Além de desafiar o poder de
Jeová e querer usurpá-lo, Belsazar foi mais longe e fez escárnio da verdadeira
religião para satisfazer seus intentos baixos, frívolos e profanos. Quando o
teor alcóolico subiu à cabeça de Belsazar, então mandou trazer os “vasos
sagrados do templo de Jerusalém” para serem usados em suas orgias com suas
mulheres e prostitutas. A profanação das coisas santas sempre foi condenada
pelo Senhor (Dn 1.3;Am 6.6; Is 52.11).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 78-79.
Belsazar (nome que
significa “Oh, Bel, protege o reil”) é de origem posterior. A Septuaginta
confunde esse nome com Beltessazar. Tem os em Belsazar um rei para todos os
propósitos práticos, mesmo que ele não tivesse sido um rei no sentido real. As
inscrições nunca o mencionam com o um rei que estivesse governando.
Mas não há razão
alguma para duvidarm os do fato de que seu pai o investiu com poderes reais,
pelo que a palavra rei, que aparece neste texto, pode ser considerada correta o
bastante para não estar sujeita a críticas e censura. Coregente é termo forte
demais para descrever a situação.
Aqui se demonstra que
a vontade divina acaba dominando no fim, e que todo sacrilégio deve ser punido.
Ademais, o fim do im pério babilônico foi o início de uma nova esperança para
Judá. Agora os judeus poderiam voltar para reconstruir Jerusalém, por meio dos
graciosos decretos de Ciro.
Dn 5.1 O rei Belsazar
deu um grande banquete. O “rei”, que era um homem vão, ofereceu um vasto
banquete para mil convidados! O rei continuava a beber vinho na presença dos
convidados, que tam bém continuavam a beber só para fazer-lhe com panhia.
Talvez esteja em vista algum a festividade o ficia l nãoidentificada. Os vss. 30-31 mostram que tudo isso ocorreu
nas vésperas da queda da Babilônia, em 538 A. C. Se supuserm os que Daniel
tenha sido levado para o cativeiro aos 16 anos de idade (em 605 A. C.),
chegarem os à conclusão de que ele tinha cerca de 83 anos por esse tempo. “As
inscrições contem porâneas deixam claro que a Babilônia foi capturada sem que
se aplicasse um golpe sequer, e que Nabonido foi im ediatam ente feito
prisioneiro. A própria inscrição de Ciro sugere que ele foi recebido com
alegria pela população. Uma tradição posterior, entretanto, inform a que a
cidade foi conquistada por m eio de um assalto noturno, enquanto os habitantes
celebravam uma festa. Há traços dessa tradição em Heródoto (Hist. 1.191), bem
com o em X enofonte (C yropaedia, V II.5.15-31)” (Arthur Jeffery, in loc.).
A arqueologia
descobriu um vasto salão na cidade de Babilônia, com pouco mais de 50 m de
comprimento, cujas paredes eram emplastradas. Esse é um lugar de dimensões
suficientes para que ali tivesse ocorrido o banquete mencionado, com seus mil
convidados.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3391.
Vários fatos
marcantes nos chamam a atenção nesse texto de Daniel em primeiro lugar,
Babilônia estava sendo tomada enquanto o rei estava festejando (Dn 5.2-4,30). Naquela
noite, o rei Dario estava desviando o curso do rio Eufrates e marchando pelo
leito do rio para entrar na inexpugnável cidade da Babilônia para tomá-la. O
império estava caindo, e o rei estava se banqueteando. Aquela era sua última
noite, e o rei estava se embriagando.
Em segundo lugar, o
rei dá uma grande festa no dia de sua grande ruína (Dn 5.1). Ele estava fazendo
uma festa nababesca no dia mais fatídico de sua vida. Osvaldo Litz diz que
quanto maior a festa, maior a glória do festeiro.
Eles querem diversão
e prazeres. A maior cidade do mundo estava sendo tomada, e o rei e os nobres
estavam bebendo e se divertindo. Eles estavam à beira de um abismo e não se
apercebiam disso. Muitas pessoas também não se apercebem do risco que correm.
Estão à beira da morte, nas barras do juízo de Deus e continuam anestesiadas pelos
seus pecados.
Em terceiro lugar, o
rei lidera seus nobres em uma festa dissoluta, de embriaguez e de sensualidade
na noite de seu juízo (Dn 5.2,3). Outro erro do rei foi o abuso da bebedeira. A
embriaguez promove a dissolução (Ef 5.18). A bebedeira é um espetáculo indigno
que produz conseqüências desastrosas. Quem bebe está soltando os freios do
domínio próprio à beira de um abismo: acidentes de trânsito, brigas, assaltos,
arrombamentos, delitos sexuais, adultérios e assassinatos têm muitas vezes sua origem
no álcool. O rei deu uma grande festa. Gostava de pompa. Vivia para o prazer.
Usava o poder apenas para corromper-se e deleitar-se no pecado. Era a festa dos
excessos, da embriaguez desavergonhada. Onde as pessoas se entregam à
bebedeira, náo há bom-senso nem equilíbrio. O caminho da embriaguez é o caminho
da ruína. A estrada da embriaguez é o caminho da vergonha, da derrota e da
morte.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 71-72.
Dn 5.1: “O rei
Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na
presença dos mil.
"... um grande
banquete...” O presente versículo tem seu paralelo no primeiro capítulo do
livro de Ester, livro que marca também um período do cativeiro. Ali há um
banquete semelhante a este, em que alguém também perdeu sua coroa. Belsazar era
um príncipe caldeu, e, como tal não devia beber, pois a Bíblia exorta a
respeito. (Ver Pv 31.4). A advèrtência divina é mais sublime do que a atitude
deste monarca; ela recomenda a todos: “Melhor é ir a casa onde há luto do que
ir a casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens” (Ec
7.2). O rei, em sua orgia e devassidão, viu o fim de seu reino e de seus
grandes naquela mesma noite. Os homens sempre falham, mas a Palavra de Deus não
(Jr 1.11,12). O rei Herodes pereceu ferido pela mão poderosa de um anjo, porque
não deu glória a Deus, quando podia ter dado (At 12.23). A grande advertência
divina é: "... qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado e aquele
que a sí mesmo se humilhar será exaltado”. Belsazar, pelo que fica depreendido
do texto em foco, não se humilhou e por essa razão foi reduzido a nada. Neste
banquete real, podemos observar o extremo descuido daquela gente. O inimigo
estava às portas da cidade, enquanto que todos os grandes do reino se
encontravam reunidos numa bebedeira. O comandante Ciro, já se encontrava
desviando o curso do rio Eufrates, que passava pelo meio da cidade, e após,
entrou pelo leito seco do rio. Ele tomou a cidade de “assalto” naquela mesma
noite. Assim Babilônia foi sacudida pelos dois “tufões de vento do Sul, que
tudo assola” (Dario e Ciro). (Ver Is 21.1). Paulo diz que “os que se embebedam
embebedam-se de noite” (1 Ts 5.7); o rei Belsazar escolheu essa hora sombria da
noite, e nela pereceu.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 91-92.
2.
A insensatez e a crueldade do autocrata Belsa.
Sua insensatez era
demonstrada pelo pouco caso que fazia do próprio reino sem se importar com o
fato de que seu pai estava fora da Babilônia. Sua insensatez foi demonstrada
nas ações libertinas cuja preocupação era o seu próprio prazer com bacanais com
sexo e bebidas alcóolicas. O sábio Salomão referiu-se a esse tipo de festa e
disse: “Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há
banquete,porque ali se vê o fim de todos os homens” (Ec 7.2). Foi o que
aconteceu com Belsazar que, em sua orgia e devassidão, acabou por ver o fim do
seu reino e dos seus convidados naquela mesma noite em que a mão escreveu o seu
juízo na parede do salão de festas.
Belsazar promoveu uma
festa de profanação das coisas sagradas (5.3). Na verdade, Belsazar não tinha o
menor escrúpulo com coisas sagradas. Ele era um dissoluto e soberbo que, não
apenas bebeu vinho nos vasos sagrados da Casa de Deus em Jerusalém, mas encheu
a medida do cálice da ira divina. Como era um homem dissoluto, promovia
festanças para se entregar à bebedeira. A Babilônia era uma cidade de opulência
e luxúria e no palácio imperial se promovia constantemente festas que
homenageavam seus deuses, os deuses dos caldeus. Enquanto seu pai Nabonido
estava no campo de batalha defendendo o reino da Babilônia contra as forças dos
medos e dos persas, ele pouco se preocupava, senão satisfazer suas paixões. A
festa era incompatível com a situação instável de enfraquecimento do reino da
Babilônia, mas ele preferiu dar vazão aos seus instintos pecaminosos sem se
preocupar com aquela situação. Belsazar era homem cruel. Acostumado a ter o que
quisesse, não media dificuldades para fazer valer sua vontade, tanto para matar
seus oponentes como para se cercar de pessoas da mesma estirpe. Naquele momento
festivo as províncias do reino já haviam caído nas mãos dos inimigos, e Ciro,
da Pérsia, com seus exércitos estava cercando a capital que seria, de fato, a
conquista final do novo império que o sucederia.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 79-80.
Segurança falsa. O
rei festejava com “os seus grandes”, pois todos supunham estarem protegidos pelas
muralhas maciças. O que não podiam imaginar é que as forças persas haviam
mudado o curso do rio que atravessava a cidade. Com a queda do nível da água, o
inimigo simplesmente caminhou ao longo da cabeceira do rio, por baixo das
grades de proteção, e surpreendeu os babilônios no interior da cidade. Uns 80
anos mais tarde, o escritor grego, Heródoto escrevia. “Se os babilônios
tivessem sido alertados da estratégia de Ciro (...) teriam aferrolhado todas as
portas das ruas que passavam por sobre o rio, além de destacarem sentinelas em
ambas as margens por toda a correntc, o que faria com que o inimigo fosse
surpreendido como se tivesse caído numa armadilha (...) Devido à vastidão do
lugar, mesmo muito tempo depois que as áreas periféricas haviam sido tomadas,
os habitantes ainda continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo, pois, como estavam
envolvidos na festa, continuaram dançando e se divertindo até que, finalmente
tomaram conhecimento do ocorrido”. Que semelhança entre tanta gente da
atualidade, que se sente segura por trás dos muros da riqueza ou da posição
social, jamais imaginando que a ruína está tão perto, até que seja tarde
demais.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia.
Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Não é fácil
reconstruir os acontecimentos que envolvem a queda de Babilônia. A assim
chamada Crônica de Nabonido102 está incompleta, mas fala do retorno de Nabonido
a Babilôma para as comemorações do festival de ano novo. A data está faltando,
mas conjetura-se que seja “décimo-sétimo ano", pois os exércitos de Ciro
já vinham se aproximando. O mês Tasritu (sétimo mês) é mencionado em conexão
com o ataque de Ciro ao exército babilõnico em Opis, às margens do Tigre, e a
revolta da cidade e seu massacre. “O dia 15 de Sípar marcou uma vitória sem
lutas. Nabonido fugiu. No dia 16 Gobrias, governador de Guti, e o exército de Ciro
entraram em Babilônia, sem oposição”. Presumivelmente foi este o evento a que
Daniel 530 se refere, embora somente no mês seguinte Ciro tenha entrado em
pessoa na cidade (2 de novembro de 539).
Visto sob esse
transfundo, o banquete de Belsazar foi pura bravata, o último estertor de um
rei apavorado, tentando sem sucesso afogar os seus temores. Não é de se admirar
que o pânico tomou conta dele fazendo-o passar vexame assim que algo inesperado
aconteceu. O fato de seu pai ter abandonado a capital, deixando que ele
enfrentasse o inimigo faz com que se fique com um pouco de pena deste príncipe
fraco e sacrílego.
Joyce
G. Baldwin,. Daniel Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 127.
3.
Uma festa profana.
“e beberam neles o
rei, seus grandes, as suas mulheres e concubinas” (5.3,4). A despeito da
opulência e grandeza da cidade ostentando um palácio imperial onde havia
festas, luxúria, prazeres, riquezas e exibição de maldades,Belsazar não teve
nenhuma sensibilidade com os vasos sagrados, que certamente eram taças de ouro
e de prata e que serviam aos atos litúrgicos do Templo de Deus em Jerusalém. No
versículo 4 diz que “beberam o vinho e deram louvores aos deuses... ”. Era uma
festa dedicada aos deuses (ídolos) do império, mas que continha degeneradas
orgias com homens e mulheres, muita glutonaria e bebedice. A intenção libertina
de Belsazar era desafiar os outros deuses, principalmente, o Deus de Israel,
amado e reverenciado pelos cativos judeus dentro do palácio. Havia dentro do
palácio uma forte influência satânica. Não há dúvida de que os demônios
trabalham para desfazer tudo o que diz respeito a Deus e, tomar aquelas taças
sagradas do templo de Deus, fazia parte da estratégia de Satanás para profanar
as coisas de Deus. O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, algo que confirma
esse fato: “As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e
não a Deus” (1 Co 10.20).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 80.
Dn 5.4 Beberam o
vinho, e deram louvores aos deuses. Aqueles réprobos levaram muito à frente sua
tola questão. Não só profanaram precipitadamente o que era santo, mas chegaram
a usar os vasos sagrados para honrar suas falsas deidades, tornando os vasos do
templo parte de sua adoração idólatra. Foi uma apropriação vergonhosamente
indébita do que pertencia a Yahweh. Por tal ato, eies pagaram um preço
altíssimo. É provável que a festa não tenha sido religiosa, mas os babilônios
misturavam terrivelm ente as questões do Estado com as questões religiosas,
pelo que em qualquer ocasião poderiam m isturar a idolatria com suas atividades.
“Até nos banquetes oficiais era costumeiro oferecer libação aos deuses locais,
o que era feito com as palavras apropriadas de louvor. Esse detalhe, como é
óbvio, aumenta o crime de Belsazar” (Arthur Jeffery, in loc.). Os deuses da
Babilônia foram festivam ente servidos, havendo presentes toda a espécie de
riqueza material, como ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra, algo que o
autor sagrado adicionou a fim de m ostrar a extensão das transgressões idólatras
dos culpados. “A perda do sentido do sagrado é sempre um dos sinais da
decadência moral... Talvez a perda de respeito pelo que é sagrado para outros seja
um sinal inevitável de nossas traições interiores" (Gerald Kennedy, com
entando sobre como aqueles homens usavam coisas sagradas em suas orgias de vinho).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3392.
Dn 5.4: “Beberam o
vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, e de cobre, e de ferro,
e de madeira, e de pedra”.
O presente texto nos
mostra quão grande foi o desrespeito daquela gente à santidade divina; eles não
só beberam, mas deram também “louvores” àqueles que, por natureza, não são
deuses. Deus adverte, através do profeta Isaías, quando diz: “Eu sou o Senhor;
este é o meu nome; a minha glória pois a outrem não darei, nem meu louvor às
imagens de escultura” (Is 42.8). O rei e seus grandes não deram ouvidos à
mensagem divina, que está sempre a clamar. Eles não podiam dar, pois estavam
embriagados; cinco vezes lemos nesse capítulo que eles beberam. Um escritor
observa o seguinte: “Os adoradores, no festim de Belsazar, sentiram a animação
do álcool e adoraram os ídolos mortos dando-lhes louvores”. Mas, no Pentecoste,
encon- tra-se o segredo da inspiração verdadeira: “Todos foram cheios do
Espírito Santo... e falavam das grandezas de Deus” (At cap. 2). Paulo, o
apóstolo, adverte seus leitores: “Não vos embriagueis com vinho [como fez
Belsazar], em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. Os efeitos nocivos
do vício têm trazido conseqüências drásticas, tanto à pessoa humana (sentido
individual), como também à própria sociedade (sentido coletivo). Portanto, é
evidente que, principalmente as autoridades, não devem beber (Pv 31.4).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 93-94.
O rei promove uma
festa de profanação das coisas sagradas (Dn 5.3). O rei, além de se entregar à
embriaguez, dá mais um passo na direção de sua ruína. Ele manda trazer os vasos
do templo para profaná-los de forma estúpida e infame. Profanar as coisas de
Deus é um grave pecado. Usar os vasos do templo, consagrados para o culto ao Senhor,
numa festa profana, numa bacanal, foi uma terrível ofensa à santidade de Deus.
Belsazar fez pior que seu pai. Este saqueou o templo de Jerusalém e levou os
vasos sagrados para o templo de seu deus (Dn 1.2), mas Belsazar usou-os de modo
sacrílego, para acrescentar um pouco de novidade a sua últim a orgia de
bebedeira. O rei estava zombando de Deus ao escarnecer das coisas de Deus.
Aquele gesto de profanação era também uma afronta e um abuso ao povo de Deus. A
cena é de desprezo ao Deus do céu, o Deus a respeito de quem Belsazar ouvira
desde a meninice, e de rejeição ao testemunho que recebera.
O rei coloca os vasos
do templo do Senhor nas mãos de seus convidados e lidera a orgia. Escarnecem do
sagrado e exaltam o profano.
O rei promove uma
festa idolátrica ao dar louvor aos deuses fabricados por mãos humanas (Dn 5.4).
Além de profanar as coisas de Deus, o rei ainda usa os vasos do templo para
louvar suas falsas divindades. A idolatria é um pecado ofensivo a Deus. A
idolatria é uma expressão de profunda cegueira espiritual. Ela provoca a ira de
Deus.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 72-73.
II - O IRREVOGÁVEL JUÍZO DE DEUS
1.
O dedo de Deus escreve na parede (Dn 5.5).
A justiça de Deus é
perfeita e não há nada que possa revogar sua demonstração quando é ferida pela
presunção e arrogância do homem. A misericórdia divina está aliada à justiça e
se manifesta quando há possibilidade de arrependimento. No caso de Belsazar, no
seu coração insensato e cruel não havia espaço para a prática da justiça nem
para o arrependimento, o que o levou a sofrer a pena pelo seu pecado. A justiça
de Deus manifesta-se pela sua santidade que é a essência do próprio Deus, por
isso, não há nenhuma lei acima de Deus, mas há uma lei em Deus. A justiça é uma
forma de sua santidade. Não há nada que possa alterar os padrões absolutos de
Deus, porque Ele é Deus e sendo Deus, Ele é o que é e, por sua natureza divina
Ele faz o que sua natureza requer. Na história do reino da Babilônia e do seu
rei Belsazar, o juízo divino revelado e demonstrado contra Belsazar era a
manifestação automática e natural da reação divina aos pecados de profanação
desse rei.
“Na mesma hora” ou
“no mesmo instante” (5.5) da bebedeira e comilança, quando danças sensuais,
lascívia e idolatria aconteciam, o juízo de Deus quebrou a arrogância de
Belsazar e dos seus grandes, com suas mulheres e concubinas. A festa de orgias
e libertinagens que Belsazar promoveu com os objetos sagrados do Templo de
Jerusalém, foi surpreendida pelo juízo de Deus. O sábio Salomão escreveu em um
dos seus provérbios: “O peso e a balança justa são do Senhor” (Pv 16.8). Não há
concessões, nem peso a mais ou menos, na balança da justiça divina. Todos somos
pesados pela mesma medida, porque Deus é justo juiz e julga com equidade. O que
é irrevogável é aquilo que não se pode anular, não se pode mudar. A resposta
divina foi imediata dentro do palácio. De repente, no meio da festa de
ostentação e profanação no palácio babilónico, Deus interfere naquela história
e manifesta seu poder de juízo escrevendo na parede do salão de festas, diante
dos olhos de Belsazar.
O dedo de Deus
escreve na parede do salão de festas (5.5). Na linguagem antropomórfica da
Bíblia, quando se atribui a Deus mãos, pés, coração, olhos e outros órgãos
físicos, próprios do ser humano, há uma demonstração autêntica da figura de
“uns dedos da mão de homem” que aparecem escrevendo sobre uma parede caiada.
Esta parede estava iluminada por um candeeiro e os dedos daquela misteriosa mão
escrevem palavras de juízo contra Belsazar e o reino da Babilônia. A euforia da
festa é silenciada e todos, assustados tentam ler a escritura enigmática que
tinha um caráter misterioso e exigia que alguém a interpretasse.
A visão era nítida
sobre a parede. Não só o rei via a mão se movimentando na parede, mas seus
convidados também viam. O barulho das taças e dos vasos de vinho cessou e todos
estavam pasmados e emudecidos. A alegria do rei e dos convidados também cessou.
O fruto do desprezo ao Deus do céu e o sacrilégio com as coisas sagradas do
templo do Senhor em Jerusalém produziram um desespero sepulcral. Na parede se
escrevia de modo esplendoroso e assustador a sentença contra aquele rei e
contra o seu reino. O mistério da mão escrevendo na parede era confuso, porque
Deus confunde os sábios do mundo, porque eles não sabem discernir as coisas
espirituais (1 Co 2.14-16). De repente, tudo terminou para aquele monarca
estúpido e atrevido.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 80-82.
Dn 5.5 No mesmo
instante apareceram uns dedos de mão de homem. O Espírito de Deus não suportou
o que estava acontecendo, pelo que interveio im ediatamente. A reação de Yahweh
foi im ediata nesse caso, embora com freqüência ela demore um pouco. No
entanto, os moinhos de Deus trituram muito fino, pelo que opera a Lei M oral da
Colheita Segundo a Semeadura, inevitável e necessária. Embora o moinho de Deus
moa com extrema lentidão, Mói excessivamente fino. Embora Ele espere com
paciência, Com precisão Ele m ói a tudo. (Henry Wordsworth Longfellow)
Candeeiro. Sem
dúvida havia muitos candelabros no salão para mil convidados, e a orgia se deu
à noite. O rei era um dos convivas, e o fenômeno sobre a mão ocorreu perto
dele. O rei, estando próximo, viu claramente o notável fenôm eno — uma mão com
seus dedos, separada do corpo, escrevendo na parede perto dele. Barnes vê aqui
o candeeiro de ouro do templo de Jerusalém como o objeto em destaque. Isso
teria adicionado certa justiça poética ao acontecimento, Mas trata-se de mera
conjectura. Seja como for, temos aqui uma ilustração de como o Deus invisível
realmente contempla o homem e reage de acordo com o que vê, segundo as leis
morais.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3392.
Deus aterrorizou o
rei e o deixou cheio de medo. Belsazar e seus oficiais se encontravam no meio
da sua orgia, as taças estavam passando rapidamente de mão em mão, todos se
equilibravam sobre as suas pernas, e bebiam à destruição, talvez de Ciro e seu
exército, com suas calorosas aclamações, confiando que o cerco logo terminaria.
Mas havia chegado a hora em que se cumpriria a profecia expressa há tanto tempo
sobre o rei da Babilônia, quando a cidade seria sitiada pelos medos e persas
(Is 21.2-4): “O crepúsculo, que desejava, se me tornou em tremores”. A alegria
desse baile da corte logo desapareceria, e o desânimo se abateria sobre toda
aquela jovialidade, embora o próprio rei fosse o mestre do festim. No momento
em que Deus pronuncia a sua palavra, o rei e seus convidados são imediatamente
envolvidos por uma enorme confusão, e a festança termina em grande aflição. 1.
Apareceram os dedos de uma mão escrevendo sobre a superfície da parede, bem à
frente do rei (v. 5): “O anjo Gabriel”, diz um rabino, “estava dirigindo esses
dedos e escrevendo através deles”. “A mão divina” (diz o nosso próprio rabino,
Dr. Lightfoot) “que havia escrito as duas tábuas da lei para o seu povo, agora
está escrevendo a condenação de Babel e de Belsazar sobre a parede”. Nada havia
sido enviado que pudesse assustá-los com seu barulho ou ameaçar a sua vida.
Nenhum estrondo de trovão nem clarões de raios, nenhum anjo destruidor trazendo
uma espada na mão, mas apenas um dedo escrevendo sobre a parede, e à frente do
castiçal, para que todos pudessem ver à luz das suas velas. Note que quando lhe
apraz fazer isso, a palavra escrita de Deus é suficiente para levar o mais
atrevido dos pecadores a se aterrorizar. 0 rei viu apenas uma parte da mão que
estava escrevendo, mas não viu a pessoa a quem essa mão pertencia. E era isso
que tornava a situação ainda mais assustadora. Observe que aquilo que vemos de
Deus, isto é, a parte da sua mão que escreve no livro das criaturas e no livro
das Escrituras (que são partes dos seus caminhos, Jó 26.14), pode servir para
nos encher de pensamentos terríveis a respeito daquilo que não somos capazes de
ver no Deus precioso. Se esse é o dedo de Deus, por que o seu braço está
estendido? E o que Ele é?
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 855.
Dn 5.5: “Na mesma
hora, apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal,
na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava
escrevendo”.
"... o rei via a
parte da mão...” A mão direita de Deus Pai, está em foco na presente passagem.
O rei não pôde ver a mão completa, mas apenas uma parte; certamente apenas os
dedos que escreviam; os magos de Faraó, no Egito, não puderam ver a mão de
Deus, mas apenas o seu “dedo” (Êx 8.19). Existe um grande contraste entre “o
justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18);
enquanto o rei via apenas “a parte da mão” misteriosa, os profetas do Senhor
puderam contemplar com exatidão, não só os dedos de Deus, mas de um modo
particular: 1) suas mãos (1 Rs 22.19); 2) as palmas das mãos (Is 49.16); 3) a
sombra da sua mão (Is 49.2). Aquela mão escrevia na “estucada parede”. Segundo
a Arqueologia, escavações contemporâneas têm demonstrado que as paredes do
palácio tinham uma fina camada de emboço pintado. Esse emboço era branco, pelo
que qualquer objeto, movendo-se à sua superfície, tornava-se distintamente
visível.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 92.
2.
A rainha lembrou-se do profeta Daniel (Dn 5.6-12).
O estado de espírito
de pavor total (5.6). O rei e seus convidados empalideceram e seus corações se
encheram de terror e medo. Belsazar perdeu o domínio da situação naquele
banquete, porque a mensagem sobre a parede era uma realidade.
A busca de respostas
de Belsazar (5.7-9).Belsazar manda chamar com urgência os astrólogos, magos e
sábios do reino. Pediu aos seus sábios que lessem a escritura sobre a parece e
a interpretassem. Não estava entre eles o sábio Daniel. Mais uma vez aqueles
homens falharam e não puderam ler nem interpretar aquela mensagem, porque lhes
era misteriosa. Belsazar, no seu desespero, ofereceu honrarias especiais aos
que conseguissem ler a mensagem, mas ninguém pôde fazer isso.
A rainha mãe se
lembrou do profeta Daniel (5.10). Quem era “A rainha”? Seu nome era Nitocris,
filha de Nabucodonosor e mãe de Belsazar. Tudo indica que a rainha não estava
presente naquela festa de seu filho Belsazar, mas estava no palácio. A rainha
mãe, ao ouvir os gritos do filho, entendeu que havia um movimento diferente no
palácio. Entrou no salão de festa onde estava o filho-rei para saber o que
estava acontecendo. Ao ter conhecimento da misteriosa mão sobre a parede
lembrou-se de que havia no Reino um homem (v. 11), chamado Daniel e que era de
confiança, tanto de seu pai quanto de seu marido, mas tudo indica que Belsazar
sabia muito pouco acerca de Daniel, porque ele não estava no palácio (Dn 5.13).
“Daniel, um espírito
excelente” (5.12). No versículo 11, a rainha disse que era um homem “que tem o
espírito dos deuses santos”. Era um modo pagão de identificar que havia em
Daniel algo superior aos demais sábios. O fato de referir-se aos “deuses
santos” tinha a ver com a crença politeísta dos caldeus, mas que Daniel diferia
em tudo. Ele não era o jovem do capítulo 2 interpretando o sonho do rei. Ele já
era um velho, respeitado e se manteve ausente do palácio por mais de 20 anos,
desde a morte de Nabucodonosor. O fato de Daniel “ter um espírito excelente”
significava que ele demonstrava um comportamento equilibrado, firme, honesto e
despido de egoísmo. O seu temor ao Deus de seus pais, o Deus de Israel, era
percebido pela sua fidelidade aos seus princípios.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 82-83.
Dn 5.6 Então se mudou
o semblante do rei. O rei ficou estupefacto e aterrorizado com o que viu.
Imediatamente passaram os efeitos do vinho embriagador. Nem mesmo em seus
sonhos mais desvairados, ele jam ais vira algo como aquele fenômeno. Diz aqui o
hebraico, literalmente, “seu brilho foi mudado nele”, indicando total alteração
no colorido e na expressão de seu rosto. O vinho tinha iluminado sua face, e
até então ele estivera todo cheio de risos e gargalhadas. De súbito, porém, seu
rosto foi coberto como que por uma máscara de terror. Seus pensamentos caíram
na consternação e na perplexidade. Ele perdeu o controle m uscular, e seus
joelhos batiam um no outro. Uma reação neurológica comum de temor é o trem or
das pernas, bem como a perda do controle muscular. Essa reação é espontânea e
difícil de controlar. Ovídio fala de algo similar em sua obra M etam orfoses 11,180,
genua intremuere timore. Ver também Homero, Odisséia, IV.703 e Híada XXI. 114.
Algumas vezes, as juntas são chamadas de “nós”, conforme diz aqui o hebraico,
literalmente. O tem or desfez os nós do pobre homem e o deixou a tremer, uma
descrição pitoresca, para dizermos a verdade, Os Psíquicos Profissionais e os
Sábio São Cham ados (5.7-9)
Dn 5.7 O rei ordenou
em voz alta que se introduzissem os encantadores. Cada vez que um oficial
babilônico caía em dificuldade, chamavam-se os caldeus (a casta dos sábios),
alguns dos quais são enumerados neste versículo. Cf. Dan. 1.20; 2.2,4,27 e 4,7
(as listas variam um pouco, adicionando ou deixando de lado uma ou outra das
classes; mas está em vista a mesma classe dos sábios em todas essas listas).
Esses sábios eram sempre chamados, mas sempre falhavam. Então aparecia alguém
para lembrar o rei a respeito de Daniel, o solucionador dos problemas que
outras pessoas não podiam solucionar. Aqui, tal como em Dan. 2.6, o rei
prometeu que o revelador do enigma seria enriquecido e glorificado. Foi prometida
também a veste púrpura, aquela que denotava alguém como autoridade do governo
digna de admiração e respeito, Cf. as vestes púrpura de Mordecai, em Est. 8.15.
Entre os persas, essas vestes eram sinal da dignidade real (ver Est. 8.15; I
Esd. 3.6; Xenofonte, Anabasis, I.5.8). A tintura utilizada era tirada de uma substância
vermeiho-purpurina de certos m oluscos (Plínio, Hist. N atural IX.60-62). A
cadeia de ouro era outro sinal de dignidade principesca, conforme se vê em Gên.
41.42; Xenofonte (Anabasis, I.5.8); Heródoto (Hist. III.20). Tais correntes de ouro
eram dadas pelos reis para honrar certos elementos selecionados por serviços prestados,
e só podiam ser usadas como decoração, por altas autoridades. Será o terceiro
no meu reino. Esta referência é obscura. Pode dizer respeito a alguma espécie
de triunvirato no governo (ver I Esd. 3.9). Ou então está em foco um oficial
babilônico, o salsu. O rei era o comandante-em-chefe do exército; o oficial à
sua mão direita era o segundo no comando; e o oficial que ficava à sua esquerda
era o terceiro. Mas alguns dizem que Nabonido era o verdadeiro rei; Belsazar
era seu governante nomeado; e o terceiro seria alguém que atuaria como
principal assistente de Belsazar. Sem importar o que essas palavras queiram dizer,
uma altíssima posição no reino foi prometida ao homem que pudesse interpretar a
escrita na caiadura da parede.
Dn 5.8 Então entraram
todos os sábios do rei. Conforme era usual, nenhum membro da casta dos caldeus
(os sábios, membros dos quais são especificados em Dan. 1.20; 2.2,4,27 e 4.7)
foi capaz de ler e interpretar o escrito. Mas por que eles foram incapazes de
ler uma inscrição que Daniel decifrou no primeiro olhar? Conjecturas: 1. Os
caracteres eram escritos em semítico antigo ou em alguma escrita que os sábios
não conheciam; 2. a linguagem da inscrição era desconhecida para eles; 3. as
palavras foram escritas em colunas verticais, mas aqueles ineptos eruditos
tentaram lê-las horizontalmente; 4. ou então a coisa toda era um enigma
autêntico e só podia ser interpretada com ajuda divina, que não estava disponível
para aqueles pagãos. A quarta idéia é, provavelmente, a que o autor sacro
tencionava.
Dn 5.9 Com isto se
perturbou muito o rei. Belsazar ficou espantado e perplexo com a ocorrência.
Aqueles em quem ele confiava serem capazes de aliviar seu espanto apenas lhe
aumentaram a inquietação, pois deixaram um mistério profundo e potencialmente
ameaçador. “Havia espaço para alarma, quando sábios profissionais foram
incapazes de interpretar a misteriosa escrita na parede. Sem dúvida deve-se com
preender que o fenômeno apontava para algo portentoso. A incerteza que havia na
questão apenas aumentou a agitação do monarca. “Sua cor mudou, e seus senhores
ficaram perplexos” (Revised Standard Version). “Seu rosto empalideceu. Os
convidados reais ficaram confusos” (NCV). Cf. o vs. 6. “O terror de Belsazar e
de seus senhores foi causado pela impressão de que a incapacidade de os sábios
lerem a inscrição era o portento de alguma terrível calamidade que estava
prestes a atingir a todos” (Ellicott, in loc.).
A Rainha-mãe Faz uma
Sugestão Crítica (5.10-17)
Dn 5.10 A rainha-mãe,
por causa do que havia acontecido ao rei. Está em pauta a mãe de Belsazar, ou
sua avó, mãe de Nabonido. Mas talvez esteja em vista sua principal esposa, a
qual se apresentou como pessoa de autoridade superior às das muitas concubinas
do rei. Daniel era conhecido pela corte inteira, incluindo a rainha-mãe, que
foi o instrumento para solucionar o mistério.
Embora a mulher fosse
esposa, mãe ou avó de Belsazar, ela se prostrou diante do rei e proferiu as
palavras apropriadas. Cf. Dan. 2.4; 3.9 e 6.6,21. Tendo cuidado das formalidades,
ela apresentou sua útil sugestão, conforme o vs. 11 passa a relatar. O rosto
caído do rei e sua tez pálida se recuperaram ligeiramente, mas não por muito
tempo. Seria melhor ele não ter ouvido a interpretação da mensagem celeste.
Dn 5.11 Há no teu
reino um homem. Daniel era cheio do espírito dos deuses santos (cf. Dan.
4.8,9,18). Ele era conhecido como um psíquico extraordinário, o chefe dos
sábios profissionais (a casta dos caldeus). Ver Dan. 2.48 e 4.9. Nabucodonosor tivera
seus problemas solucionados por Daniel, e Nabucodonosor é erroneamente chamado
aqui de pai de Belsazar. Ver a introdução ao capítulo, quanto a explicações. Seja
como for, Daniel era o homem de sabedoria e compreensão que nunca errara em
suas interpretações. Ele tinha a sabedoria dos próprios deuses, e nenhum membro
da casta dos caldeus — encantadores, magos ou adivinhos — podia comparar-se a
ele. Quanto a essa casta e seus vários membros, ver as notas sobre Dan. 1.20;
2.2-4,27; 4.7. Uma vez mais, Daniel foi chamado de chefe dos “sábios”.
Dn 5.12 Porquanto
espírito excelente. Continua aqui o louvor dado a Daniei, revelando sua
extraordinária reputação. Ele era um especialista na interpretação de sonhos,
capaz de resolver enigmas e problemas. Portanto, que se chamasse Daniel. As
habilidades de Daniel na oneiromancia compõem o tema dos capítulos 2 e 4 do
livro de Daniel. Os enigmas (literalmente, “uma coisa fechada ou oculta") eram
decifrados por ele. A “solução de problemas”, literalmente, é “desmanchar de
nós”. Jesus libertou uma mulher que havia dezoito anos tinha sido amarrada com
um nó (ver Luc. 13.16). No Alcorão (113.4), Maomé busca a ajuda de uma mulher
que era especialista em “desmanchar nós” e desatá-los.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3392-3393
Dn 5.6: “Então se
mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram: as juntas dos seus
lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro”.
"... seus
joelhos bateram um no outro”. O presente texto descreve a situação do monarca
diante do supremo poder divino; o rei foi achado por seu pecado, num momento
inesperado (Ver Nm 32.23). No dizer de Swete: “O que os pecadores mais temem
não é a morte, e sim a presença revelada de Deus” (Comp. com Ap 6.15 a 17).
Isso pode ser observado em nossos primeiros pais, Adão e Eva; eles correram
apavorados com medo da santidade de Deus, o qual, na viração do dia, passeava
no Jardim (Gn 3.8-10). O famoso pintor Hashington Alliston, gastou mais de doze
(12) anos experimentando pintar a festa de Belsazar; morreu deixando a obra
incompleta! - O pintor não podia alcançar, mesmo com todo o seu potencial de
imaginação, o desespero duma alma sem redenção que, de repente, se encontra
face a face com o julgamento de Deus; o veredicto judicial escrito na parede,
por mão misteriosa do outro mundo, refletia toda aquela sentença pronunciada
por Deus.
Dn 5.7: “E ordenou o
rei, com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os
adivinhadores: e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler
esta escritora, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e
trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será no reino o terceiro dominador”.
O presente versículo
tem muitas coisas importantes a serem analisadas, mas tomaremos como base a
frase: “o terceiro dominador”, por ser ela imprescindível no versículo em foco.
O profeta Daniel, em sua visão apocalíptica, observa que o poderoso Leão visto
no capítulo 7, versículo 4: “Tinha asas de águia”. Na simbologia profética,
isto pode significar o neto e o filho de Nabucodonosor, respectivamente,
Belsazar e Nabonido (este o regente durante a doença do pai - Dn 4.25 - depois
ocupou o trono por direito de sucessão). Nabonido não é nominalmente citado nas
Escrituras, mas sim na História Universal; no entanto, ele pode ser uma das
asas do Leão visto por Daniel em visão (Dn 7.4). Eis a razão por que o rei
Belsazar só podia dar a Daniel o “terceiro lugar”, pois o segundo era dele
próprio (Dn 5.7, 11, 29). E observado por Zenofon que o povo da Babilônia se
sentia seguro e zombava daqueles que sitiavam a cidade. Assim o rei foi levado
a fazer essa promessa que nada valia, porque ele tinha de morrer dentro de
pouco, e o reino passaria para os medos e os persas.
Dn 5.8: “Então
entraram todos os sábios do rei, mas não puderam ler a escritura nem fazer
saber ao rei a sua interpretação”.
O presente versículo,
bem como outros correlatos neste livro de Daniel, nos faz lembrar dos magos de
Faraó diante do supremo poder de Deus, na terra do Egito. Houve uma hora em que
eles tiveram de parar, em virtude de Deus ter neutralizado todo o avanço das
forças do mal (Êx 8.18). Os sábios podiam ter feito uma interpretação falsa sem
que qualquer coisa os desacreditassem, mas não o fizeram. Até os mais infames
propósitos não podem ir além daquilo que Deus permite. O mal que permeia todo o
Universo não pára de alastrar-se, mas sempre há um momento em que Deus entra em
ação conforme lhe apraz: “Operando eu, quem impedirá?” - é a sua grande declaração
pela boca de Isaías. Deus não deixou desviar-se o seu plano, mas o executou de
uma maneira sublime.
Dn 5.9: “Então o rei
Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se nele o seu semblante; e os seus grandes
estavam sobressaltados”.
A Bíblia descreve que
o “salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). E foi esta a “paga” que Belsazar,
com “seus grandes”, escolheu: este “salário mortal”, e ainda podemos verificar
que o lugar em que havia tanta alegria (da carne), transforma-se agora, numa
verdadeira “perturbação”. “O caminho do homem ímpio é sempre trevas”, diz a
palavra divina. A Bíblia diz literalmente, que o rei naquela noite ficou
“perturbado”. Ele também literalmente, ouviu a voz de Deus no recôndito da
alma, que lhe dizia: “Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens
preparado para quem será?” (Lc 12.20). O banquete de Herodes começou com muita
alegria da carne, mas foi encerrado com tristeza da alma (Mt 14.9).
O Senhor Jesus sempre
tinha em mãos uma “bacia e uma toalha” para seus discípulos (Jo 13.4, 5). Ao
contrário, para seus inimigos, Ele chegou a usar um azorrague de cordéis” (Jo
2.15). No dia da vinda de Jesus para seus santos, Ele virá como a “estrela da
manhã”, no dia da vingança, porém, como “o sol da justiça”. O monarca Belsazar
estava bem instruído sobre o grande poder de Deus e suas manifestações, mas
escolheu o “caminho largo” e nele pereceu (Mt 7.13).
Dn 5.10: “A rainha,
por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete: e
falou a rainha, e disse: Orei, vive para sempre! não te turbem os teus
pensamentos nem se mude o teu semblante”.
“A rainha”. O
presente texto, fala de uma “senhora rainha” que subentendemos ser a mãe do rei
Belsazar. O fato de a rainha se ter dirigido ao rei, também atesta a notável
exatidão do presente capítulo. Em Babilônia, a rainha-mãe ocupava a mais
proeminente posição no palácio real e, aí, devido à sua intervenção, foi
chamado Daniel. Ele rejeitou a recompensa real e, após pregar ao rei no tocante
à sua perversidade, prosseguiu para a interpretação do estranho escrito. João
Batista não teve acesso ao banquete de Herodes, mas apenas a sua cabeça! Mas
certamente o tetrarca, olhando para aquele prato manchado de sangue, contemplou
a cabeça cuja “boca” um dia repreendera a sua maldade!
Dn 5.11: “Há no teu
reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e, nos dias de teu pai, se
achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu
pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos,
dos astrólogos, dos caldeus, e dos adi vinh a d ores”.
"... deuses
santotf’. A expressão no original é realmente “Elohim”, mas como a palavra
“Deus”, saiu dos lábios de uma mulher “paga ,os tradutores acharam por bem,
traduzir por “deuses”. Mesmo assim, a expressão em si, faz uma revelação da
Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Dn 5.12: “Porquanto
se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência e entendimento,
interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, no qual o rei pós
o nome de Beltessazar: chame-se pois agora Daniel e ele dará interpretação”.
O Leitor deve
observar que, em diversas passagens do livro de Daniel, ocorre: “sonho” ou
“visão da noite”. (Ver 1.17; 2.3,4,5,6,7,9,19,45; 7.1,7, etc.). Os antigos
povos criam muito nos sonhos de caráter significativo, e freqüentemente era uma
das maneiras pelas quais Deus podia manifestar a sua vontade (Jó 33.14-16). O
termo denota as idéias presentes ao espírito durante o sono. Os sonhos podem
ser classificados da seguinte forma: 1) Sonhos vãos (Jó 20.8; SI 73.20; Is
29.8). 2) Sonhos que Deus usa para fins especiais. Produzindo estes sonhos,
Deus age de conformidade com as leis do espírito, e talvez empregue causas
secundárias. O doutor J. Davis define os sonhos especiais da seguinte maneira:
1) Os que tinham por fim impressionar a vida psíquica dos indivíduos. Assim se
deu com os midianitas, cujo sonho abateu o ânimo das hostes inimigas e elevou o
espírito de Gideão que, providencialmente, ouviu a sua narrativa (Jz 7.13). Da
mesma sorte aconteceu dom o sonho da mulher de Pilatos. O que esta senhora
(Claudia Procla, segundo a tradição) sofreu no sonho, foi, provavelmente, o
horror de ver um homem inocente ser ferido até a morte, vítima do inflamado
ódio do mundo. (Ver Mt 27.19). Muitos outros sonhos, porém, têm sido revelações
nos tempos modernos. João Newton foi impressionado com a salvação da sua alma,
quando teve um sonho que veio esclarecer-lhe o caminho a seguir. João Bunyan,
quando se encontrava preso na cadeia de Bedford, em 1660, teve um sonho que
imortalizou o seu nome. O resultado foi “O Peregrino”, hoje a mais famosa
alegoria do mundo. 2) Sonhos proféticos instrutivos de que Deus se servia
(quando a revelação era ainda incompleta) e que tinham em si mesmos as
credenciais divinas. Os exemplos são: 1) Abimeleque (Gn 20.3). 2) Jacó (Gn
28.12; 31.10). 3) Labão (Gn 31.29). 4) José (Gn 37.5, 9, 10, 20). 5) Com Faraó
(Gn 41.7,15). 6) O padeiro e o copeiro mor de Faraó (Gn 40.5). 7) Salomão (1 Rs
3.5). 8) Nabucodonosor (duas vezes - Dn caps. 2,4). Os magos do Oriente (Mt
cap. 2). 10) José, esposo de Maria (Mt 21.20 e ss.).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 94-98.
Um Banquete Estragado
(5: 6-9)
Somos informados pela
arqueologia que as paredes do palácio eram revestidas de pintura branca, o que
lhe dava grande realce face à luz dos candelabros. Nessa altura, ' já todos
meio tontos do vinho, é quando aparece na caradura da parede a mão de homem
escrevendo, e o rei via os dedos que estavam escrevendo (v. 5). Um pavor e
assombro se apossou de todos os convivas, correndo cada qual para um lado,
procurando esconder-se daquela mão misteriosa, que tinha ido estragar a festa.
Podemos imaginar o que seria o estupor na sala, em gente supersticiosa, e mesmo
em quem não fosse. Teriam perguntado uns aos outros o que seria aquilo. O medo
do rei era tal que as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos
batiam um no outro (v. 6); uma viva descrição de quem assistiu de perto à cena
tétrica e pavorosa.
Imediatamente o rei
ordenou em voz alta que se introduzissem os magos e encantadores, feiticeiros e
toda a família de adivinhos, prometendo que aquele que decifrasse a escrita
seria o terceiro no reino. Aqui está uma outra prova da autenticidade de Daniel,
pois o primeiro era Nabonido, o segundo Belsazar e o terceiro o que decifrasse
o enigma. Além disso, receberia uma comenda, constante de uma cadeia de ouro
pendurada ao pescoço, sinal de graduação no governo. Os sábios chamados ficaram
também estupefatos, eles que nada conseguiram entender da escrita nem do seu
significado, Nem com a promessa da recompensa pôde alguém atinar com o sentido
da escritura. Aí a confusão teria tomado conta de todos e cada qual procuraria
ou fugir daquela sala mal-assombrada ou esconder-se daquela mão misteriosa.
Imaginemos a confusão, pois eram mil os comensais e mais os serventes, num todo
de umas 1.500 pessoas, uns correndo de um lado para outro, outros falando e os
magos mudos, olhando a parede e a escrita. O rei de semblante perturbado, ou
mudado, e todos os grandes sobressaltados (V. 9).
Daniel Entra em Cena
(5: 10-30)
A rainha-mãe, mulher
de Neriglissar, ouvindo ou sabendo da confusão (ela não estava no banquete),
entrou na casa do banquete e disse ao rei: Há no teu reino um homem que tem o
espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai... o rei Nabucodonozor...(v. 11
). Se o livro de Daniel fosse do segundo século a.C., nós não teríamos esta
linguagem, is já não haveria rainha-mãe nem tradição alguma a respeito de Daniel.
Esta é uma flagrante prova da autenticidade do livro de Daniel. Esta declaração
também nos mostra que Daniel, depois da morte de Nabucodonozor, entrou em
decênio, e só a rainha-mãe ainda conservava reminiscência das atividades dele.
Todos os outros estavam esquecidos ou nunca teriam ouvido falar nele.
Mesquita.
Antônio Neves de,. Livro de Daniel.
Editora JUERP.
3.
Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13).
Daniel entra na
presença de Belsazar (5.13). Belsazar não via Daniel como um servo do Deus Altíssimo,
mas como um sábio sem serviço no palácio. Mas sua mãe o conhecia e sabia que
Daniel era um homem diferente e que o seu Deus era Poderoso porque ela mesmo
havia testemunhado as proezas desse Deus em outras situações dentro daquele
reino. O juízo divino contra Belsazar foi a oportunidade que Deus usou para que
seu servo Daniel voltasse a ser reconhecido em uma posição de eminencia dentro
do palácio. Na realidade, Daniel era um homem que fazia diferença. A rainha o
identificou como um homem de “luz e entendimento” por causa da sua sabedoria e
revelação de coisas sobrenaturais. Daniel era um homem que não fazia concessões
em relação à sua fé em Deus, por isso, depois de lhe ter sido oferecido
presentes, Daniel rejeitou aos presentes do rei (Dn 5.17).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 83.
Dn 5.13 Então Daniel
foi introduzido à presença do rei. A sugestão da rainha-mãe foi bem acolhida. O
rei certificou-se de que o homem introduzido à sua presença era o judeu cativo
que tanto subira no reino por causa de suas aptidões especiais. O texto exalta
indiretamente os judeus e seu Deus, à custa dos psíquicos profissionais e seus
deuses. Uma vez mais, Nabucodonosor é chamado de “pai de Belsazar” . Ver as
notas de introdução ao presente capítulo. Daniel é mencionado como se fosse
desconhecido pelo rei Belsazar, o que sugere que o profeta, ocupado nos
negócios do Estado, tinha escapado de ser observado até por alguns elevados
oficiais do governo. Seja como for, é tolice buscar coerência em tais
histórias. Daniel deveria ter, no mínimo, 83 anos de idade, e talvez até
tivesse 90 anos, pelo que, como homem idoso, deixara de circular pelo palácio
real.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3393.
Deus confronta os
pecadores por intermédio de servos fiéis (Dn 5.10-17). Daniel é um homem
diferente. Ele tem luz, inteligência, sabedoria e espírito excelente. Belsazar não
o quis ouvir durante os dias de sua vida, mas agora precisa ouvi-lo na hora de
sua morte. Daniel é um homem insubornável. Ele não faz a obra de Deus por
dinheiro. Ele não vende seu ministério. Ele não busca favores dos poderosos
deste mundo. Ele rejeita os presentes do rei. Daniel não procurava recompensa
nem favores.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
A apresentação de
Daniel ao rei, e o pedido para que ele lesse e explicasse as palavras escritas
na parede. Daniel já havia sido levado à presença do rei anteriormente (v. 13).
Porém, nessa ocasião, ele tinha quase noventa anos de idade, de modo que seus
anos, e as suas honras e promoções anteriores o habilitavam a ter livre acesso
à presença do rei. No entanto ele desejava ser conduzido pelo mestre de
cerimônias como se fosse um estranho. Observe: 1. O rei perguntou, mostrando um
ar de arrogância: “Es tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu
pai, trouxe de Judá?” Como Daniel era judeu, e um cativo, o rei relutava, pois
não queria ser obrigado a recebê-lo, e desejava que tudo isso pudesse ser
evitado.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 857.
Dn 5.13: “Então
Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse a Daniel: És tu
aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?’
“És tu aquele
Daniel?’ O presente versículo nos apresenta uma pergunta do rei, de singular
estranheza: E estranho que o rei Belsazar e seus grandes não conhecessem a
Daniel. Mas isso não é de espantar, pois o mundo também não conhece os
verdadeiros filhos de Deus. Naamã, o comandante sírio, não conhecia o profeta
Eliseu, apesar de ter ele mais glória do que o rei (1 Rs 5.8). O rei Saul
conhecia Davi muito bem, mas, após sua grande vitória “no vale do Carvalho”, o
próprio monarca o desconheceu (1 Sm 17.55-58). Desde os dias da igreja
primitiva, o seu alvo principal era tornar conhecida ao mundo a pessoa de Deus.
Paulo, em seu grande discurso no Areópago, tomou como tema principal a existência
de Deus. O grande sábio, em poucas palavras, declarou a sua grande missão, pois
era fazer conhecido deles esse Deus desconhecido. E argumentou, então, que Deus
não podia ser adorado segundo sistema idolátrico de Atenas e do mundo pagão em
geral.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 98-99.
III - A SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A
QUEDA DE BABILÔNIA (5.22-28)
1.
Os sábios não decifraram as palavras escritas na parede (5.15).
Belsazar fala a Daniel
da sua angústia (5.15,16). Belsazar declara a Daniel que os sábios do palácio
não puderam entender nem decifrar a escritura na parede. O rei, também, diz ter
ouvido da sua mãe acerca de sua pessoa (v. 16) e da sua capacidade de revelar
sonhos e enigmas e de dar a sua interpretação. Belsazar teve que reconhecer que
Daniel fazia diferença dentro do palácio e que ninguém mais poderia ajudar-lhe
com a interpretação daquela escritura na parede. Sabendo que os seus magos e
astrólogos nada podiam fazer, reconheceu que Daniel era servo de um Deus muito
mais poderoso que todos os deuses da Babilônia. Sem dúvida alguma, a tragédia
de Belsazar e da Babilônia foi a oportunidade que Deus tinha para que seu servo
Daniel fosse reconhecido e voltasse a ter a primazia dentro do palácio.
A atitude de Daniel
na presença do Rei (5.17). Daniel se apresenta com autoridade e confiança,
porque sabia que Deus lhe daria a interpretação da escritura sobre a parede.
Declara ao rei que o faria saber a interpretação, mas a mensagem era dura
contra o rei e contra o seu império. A mensagem continha realidades que se
confirmariam em breve e o rei precisaria estar pronto para recebê-las. O rei
lhe quis dar dádivas, as quais foram rejeitadas por Daniel. Seu papel de
profeta de Deus não lhe dava direitos de negociação com a mensagem divina.
Daniel traz à tona a
história da grandeza e tragédia de Nabucodonosor (5.19,20). Na realidade,
Daniel apela aos sentimentos de Belsazar e descreve a história de seu avô
Nabucodonosor para realçar o fato de que, a despeito dos sucessos de seu avô,
exercendo domínio sobre as nações conquistadas, deixou-se dominar pela
opulência e autoexaltação, sem reconhecer que o cetro de poder e domínio
pertence ao Deus Eterno sobre tudo e todos.
No versículo 19,
Daniel fala da grandeza de seu avô Nabucodonosor, como grande guerreiro, que
tinha mão de ferro contra os seus inimigos. Daniel destacou ainda que, “quando
o seu coração se exaltou e o seu espirito se endureceu em soberba, foi
derribado do seu trono, e passou dele a sua glória”(v. 20). Daniel queria que
Belsazar entendesse que ninguém age desafiando o poder de Deus. Ninguém tira,
nem acrescenta a glória de Deus. Quando extrapolamos os limites da
racionalidade nos tornamos orgulhosos e presunçosos e, por isso, podemos ser
punidos.
Daniel declara o
pecado de Belsazar (5.22,23). O texto diz: “E tu, seu filho Belsazar, não
humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso”. Belsazar tinha sido
advertido de que não deveria abusar contra a soberania do Único Deus, o Deus de
Israel, mas ele não acreditou nem aceitou a admoestação de Deus. No versículo
23 está escrito que Belsazar se levantou contra o Senhor do céu ao profanar os
vasos sagrados do Templo de Jerusalém, com mulheres e concubinas do palácio.
“Então, dele foi
enviada aquela parte da mão, e escreveu esta escritura” (5.24). Foi Deus quem
enviou a escritura na parede. Foi dEle a mão e os dedos que escreveram na
parede do palácio. Quatro palavras apenas escritas na parede que confrontam
todos os que estavam naquele banquete. A parede, de repente, parecia a lápide
de um túmulo, que, de forma objetiva tem escrito quatro palavras assustadoras e
enigmáticas: MENE, MENE, TEQUEL e PAR- SIM (v. 25)
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 82-85.
A história se repetiu
(Dn 2:10-13; 4:4-7) quando os conselheiros confessaram-se incapazes de
interpretar a mensagem na parede. Ainda que tivessem conseguido ler as
palavras, não possuíam a chave para decifrar seu significado. Mene podia ser
"mina", uma unidade monetária ou "contado". Tekel podia
significar "sicío" (outra unidade monetária) ou a palavra
"pesado"; e peres (o plural de parsin) podia ser "meio
sido", "meia mina" ou a palavra "dividido". Podia
também ser uma referência à Pérsia! A ignorância dos sábios assustou ainda mais
o rei; aturdidos e confusos, seus nobres não foram capazes de oferecer-lhe
qualquer ajuda. Havia chegado um momento em que a autoridade política, a
riqueza, o poder e a sabedoria humana não podiam fazer nada para resolver o
problema. Mais uma vez, o Senhor tornou evidente a ignorância do mundo e a
futilidade do poder humano para descobrir e explicar a mente e a vontade de
Deus.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 338.
Deus confunde os
sábios do mundo com Seus mistérios (Dn 5.7,8). O rei busca uma explicação para
a misteriosa aparição nos sábios da Babilônia. Mas eles são impotentes. Eles
não podem discernir as coisas espirituais. A sabedoria humana não pode ajudar
um homem aflito, em rebelião contra Deus.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
5.15: “Acabam de ser
introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem esta
escritura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a
interpretação destas palavras”.
O presente versículo
mostra a grande declaração do rei, quanto àqueles seus súditos. Ele declara a
incapacidade deles diante daquele mistério. Pois aquilo que a mão misteriosa
escrevera não se achava inserido em nenhum código deste mundo. Não é em vão que
as Escrituras falam: “O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhes
fará saber o seu concerto” (SI 25.14). Os magos de Faraó foram até onde
puderam, mas depois não puderam mais prosseguir; o poderio humano vai até uma
certa distância, mas depois, como sempre, estaciona; porém o poder e a
sabedoria de Deus triunfam em qualquer circunstância, tempo ou lugar. A Bíblia
diz que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”. Isso significa:
Que Ele é o mesmo quanto ao tempo e a importância.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag. 99.
2.
As quatro palavras “misteriosas” (Dn 5.25).
Uma mensagem em língua
estranha
“Mene, Mene, Tequel e
Parsím” (5.25). Quatro palavras apenas que continham uma mensagem direcionada
ao rei e ao seu reino. Quatro palavras estranhas ao conhecimento de todos os
que estavam presentes naquele salão de festas, inclusive para os sábios caldeus
e astrólogos do palácio que não puderam ler nem entender aquela escritura. Era,
de fato, uma escritura em “língua estranha”. A expressão “língua estranha” faz
lembrar o Dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre os discípulos
e eles começaram a falar em “línguas estranhas” ( At 2.1-4). De certo modo, o
que aconteceu dentro do palácio Babilónico foi a manifestação de uma língua
desconhecida para os sábios do Palácio. Além de não poderem ler a escritura,
nem entende -la, a escritura estava escrita na parede na forma de código. A
mensagem na parede continha quatro palavras: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM (Dn
5.25)
A intepretação da
escritura na parede
Alguns estudiosos e
linguistas bíblicos afirmam que as palavras pareciam uma mistura de língua
caldaica e língua do aramaico, mas não há como provar isso. As palavras
escritas eram conhecidas na língua dos caldeus, mas eles não sabiam interpretar
o sentido dessas palavras. Daniel, então, com autoridade de Deus dá a
interpretação sem medo e com segurança. O sentido das palavras da escritura
(5.25-28). “Esta é pois a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e
PARSIM”. As duas primeiras palavras se repetiam: MENE, MENE e tinham o sentido
de “contar ou contado”. A palavra TEQUEL significa “pesado”e a última palavra é
PARSIM que significa “dividido” (Dn 5.25). Na interpretação da mensagem, Daniel
usou no versículo 28 a palavra “PERES”, que é palavra correlata de “PARSIM” e
tem o mesmo sentido. Nos versículos 26 ao 28, o profeta explica cada uma das
palavras e diz sem medo a Belsazar o significado de cada uma delas. MENE (v.
26): “Contou Deus o teu reino e o acabou”.TEQUEL (v. 27): “Pesado foste na
balança e foste achado em falta”. PERES ( ou parsim) (v. 28): Dividido foi o
teu reino e deu-se aos medos e aos persas”.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 85-86.
Dn 5.25 Esta, pois, é
a escritura que se traçou. A escrita era simples: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM,
que significa, literalmente: numerado, pesado, dividido. Essas palavras, em
seguida, tiveram de ser interpretadas, o que forma a substância dos vss. 26-28.
O texto massorético dá o duplo MENE, MENE, mas a Septuaginta, a Vulgata e
Josefo dão apenas um MENE, formando três palavras, e alguns supõem ser esse o
texto original. Algumas vezes as versões, especialmente a Septuaginta, preservam
o texto original contra o texto massorético padronizado. Os Papiros do Mar
Morto, manuscritos hebraicos de mil anos antes que aqueles usados para a compilação
do texto padronizado, têm textos que concordam com as versões e discordam do
texto hebraico padronizado. Talvez a margem de erro do texto massorético atinja
5% do total.
Devemos lembrar que
as versões foram traduzidas de manuscritos hebraicos muito mais antigos do que
aqueles que formaram o texto massorético padronizado. Portanto, não é de causar
admiração que, algumas vezes, eles sejam melhores do que a Bíblia hebraico
moderna. “Essas são palavras caldaicas, que podem ser traduzidas literalmente
como: numerado, pesado, dividido" (John Gill, in loc.). Por que os sábios
babilônicos não puderam ler essas palavras, é desconhecido. O que é dito sobre
o assunto é dado nas notas do vs. 8. “MENE, substantivo aramaico que se refere
a um peso de 50 siclos (uma mina, igual a 567,5 g de peso). Deriva-se do verbo
menah, 'numerar', 'computar'. TEQUEL é um substantivo que se refere a um siclo
(28,35 g). Vem do verbo teqel, 'pesar'. PARSIM é um substantivo que significa
meia mina (25 siclos, ou seja, 283,75 g de peso). Deriva-se do verbo peras,
'dividir pelo meio'. A palavra uparsin significa ‘e parsim' (u é a partícula
conectiva 'e')” (J. Dwight Pentecoste, in loc.).
Dn 5.26 Esta é a
interpretação. Embora as próprias palavras fossem tomadas para referir-se a
pesos, podendo simbolizar algo como o julgamento político e a justiça popular,
a elas foi dada uma direção inteiramente nova, que se aplicava diretamente ao
próprio rei. Preservada na questão dos pesos está a balança que pesara o rei e
o achara leve demais para poder derrubá-lo. Em outras palavras, ele era tão
leve que o Vento de Deus estava pronto a soprá-lo para longe como se fosse
feito de palha. Ele era apenas um saco de vento profano. Não tinha substância que
atraísse o favor divino.
MENE: Contou Deus o
teu reino. Este versículo aborda a questão da interpretação da palavra MENE.
Deus contou os dias (do reinado de Belsazar) e determinou que poucos tempo lhe
restava. O fim daquele governo tinha chegado. “Deus contou os dias e o teu
reino term inará” (NCV). Aquele reino havia alcançado o número determinado de
seus dias, mas obtemos aqui a idéia de cortar, o reino perdurou menos tempo do
que poderia ter perdurado. O julgamento de Deus decepou o reino da Babilônia. Fez
toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os
tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação. (Atos 17.26)
Isso pode parecer
determinismo absoluto, mas muitas são as Escrituras que nos mostram que
acontecem aos homens e às nações muitas coisas segundo a Lei M oral da Colheita
Segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário), que opera conforme os
homens obedecem ou desobedecem às leis morais de Deus. A presente história é,
na realidade, uma ilustração precisa disso.
Dn 5.27 TEQUEL:
Pesado foste na balança. Este versículo interpreta a palavra TEQUEL. Deus pôs o
rei na balança de Sua justiça e achou que ele era mais leve do que a poeira.
Para ser aprovado, o homem teria de ser pesado o bastante para fazer o prato da
balança baixar em seu favor — essa é a idéia da metáfora. Um homem tem de pesar
mais do que seus pecados e fracassos, ou seja, mostrar que tem algum vafor que
pese mais do que suas maldades. “Foste pesado na balança e ficou demonstrado
que não és bom o bastante” (NCV). Ou seja, Belsazar não era suficientemente bom
para escapar do julgamento que sobreviria naquela m esma noite. Esse juízo veio
porque as m aldades do rei ultrapassavam suas bondades. “A noção da conduta
humana ser pesada em uma balança é muito antiga e ilustra lindamente as cenas
do Egito antigo, onde os mortos ficavam de pé defronte da balança, enquanto o
registro era feito. Passagens bíblicas como Jó 6.2,3; 31.6 e Pro. 62.9 refletem
essa idéia. Cf. também Sal. 5.6; Enoque 41.1; 61.8, bem como o Quran Sura
21.48” (Arthur Jeffery, in loc.).
“Você foi pesado na
balança da justiça e da verdade, na santa e justa lei de Deus, tal como o ouro,
as jóias e as pedras preciosas são pesados para se determinar o seu valor... e
você foi encontrado em falta, como se fosse ouro adulterado, escória de prata,
moedas falsas e pedras preciosas falsificadas, encontrado como inútil como
homem, príncipe iníquo, a quem faltam as qualificações necessárias da
sabedoria, da bondade, da misericórdia, da verdade e da justiça" (John
Gill, in loc.). Essa citação nos faz sentir o que está envolvido nos julgamentos
divinos, não somente no que diz respeito àquele pobre homem, mas no que se
refere a nós, igualmente. Qual é o peso de nossa sabedoria, bondade, misericórdia,
verdade e justiça?
Dn 5.28 PERES: Dividido
foi o teu reino. Este versículo interpreta a palavra PERES. Estritamente
falando, o reino não foi dividido; simplesmente foi conquistado pelos medos e
persas. Mas talvez a idéia seja que essas duas potências dividiram entre si o
império da Babilônia. De fato, a Média e a Pérsia eram potências distintas que se
uniram mediante a conquista da segunda pela primeira. O terceiro reino do sonho
de Nabucodonosor — o ventre e as coxas de bronze — é interpretado por alguns
como o poder persa, em distinção ao poder da Média. Portanto, a palavra PERAS
pode significar “quebrar”, e, como é lógico, a Babilônia foi quebrada em dois
pela derrota que sofreu. Os medos aparecem em II Reis 17.6; Esd. 6.2 e nos
livros proféticos. Os medos e os persas são m encionados juntos aqui, tanto
quanto no capítulo 6 deste livro, porque os judeus, à semelhança dos gregos,
consideravam aqueles dois povos iranianos intimamente associados. Nos escritos
gregos, os term os ta Persika e ta Medika tornaram-se sinônimos virtuais,
intercambiáveis.
Talvez haja um jogo
de palavras intencional aqui, baseado em peres (quebrar) e Paras (Pérsia). Os
persas foram os instrumentos da quebra do império babílônico.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3394,3397.
Deus contou seu reino
e deu cabo dele: MENE (Dn 5.24-26). No meio da orgia altiva e desregrada,
movese uma silhueta escura. São dedos que escrevem quatro palavras, palavras
que confrontam todos os festeiros, que põem abaixo o rei e seu reino. A parede
real parece a lápide de um túmulo, e todos viram o epitáfio sendo gravado nela:
MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM (v. 25). Osvaldo Litz diz que essas três palavras
fundamentalmente significam número, peso, divisão. O Reino de Belsazar foi contado,
pesado, dividido e dado aos medos e persas.
MENE, MENE trata de
uma repetição de ênfase. Leupold observa, porém, que M ene significa tanto
“contar” como fixar o limite de algo”. De modo que a repetição sugere que Deus
havia fixado o limite do reino de Belsazar. Evis Carballosa diz que essa
expressão significa que Deus havia contado o reino de Belsazar e lhe havia
posto um fim. Os dias de Belsazar estavam contados. Deus decidiu trazer o fim
de seu reino. O período de seu governo havia terminado. Durante todos aqueles
anos, Deus lhe deu oportunidades, mas ele se recusou. Agora Deus diz: “Basta!
Acabou!” (v. 26). Deus o pesou na balança e o achou em falta (Dn 5.27). TEQUEL:
Carballosa diz que tekel procede do verbo “teqal”, que significa “pesar” e
também “ser leve ou falto de peso”. Deus pesou cada ato de sua vida. Ele tomou notas
das oportunidades que Belsazar rejeitara desde sua juventude. Anotou todos os
convites que ele desprezara. Deus escreveu, portanto, na parede seu epitáfio.
Seus pecados ocultos e conhecidos, suas desordens e bebedeiras, sua rejeição às
coisas santas e resistência; às coisas espirituais foram todos pesados na
balança de Deus. O Senhor pesou seu orgulho e sua soberba. Tudo foi pesado na
balança. Deus ponderou sua vida do princípio ao fim e o achou em falta! Uma vez
que Deus não julga imediatamente, os ímpios concluem que não o fará de modo
algum. Contudo, Ele pesa em sua balança toda zombaria e afronta. Nada é esquecido.
Ele registra todos os convites para vir a Cristo que foram rejeitados. Anota
cada desprezo a Sua ordem de arrependimento. Deus tem cada ação do homem
gravada no céu. Deus registra tudo.
Deus dividiu seu
reino e o destruiu (Dn 5.28-31).
UFARSIM - PERES:
peres, derivado do verbo “peras” significa “romper”, “dividir”. O Reino de
Belsazar foi dividido. Seu reino seria dividido e destruído. Isso aconteceu
pelo poder dos medos e dos persas. O mesmo Deus que dera o reino a
Nabucodonozor (v. 18), agora o dará aos medos e aos persas (v. 28). E não foi
somente aquele reino que Belsazar perdeu, ele perdeu também o Reino de Deus. O
rei atravessou a linha divisória da paciência de Deus. Tudo que o espera agora
é “uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os
adversários” (Hb 10.27). Naquela mesma noite, enquanto Belsazar e seus convidados
promoviam o carnaval da morte, o rei Dario desviou o curso do rio Eufrates, que
corria pelo centro da cidade, e entrou, com suas tropas, a pé enxuto na cidade.
Assim, invadiram a inexpugnável cidade, mataram o rei Belsazar e tomaram a
Babilônia.
Xenofonte e Heródoto
narram a queda da Babilônia assim: “Dario desviou o Eufrates para o novo canal e,
guiado por dois desertores, marchou pelo leito seco rumo à cidade, enquanto os
babilônios farreavam numa festa a seus deuses”. Belsazar não aproveitou sua
última oportunidade. No momento em que Deus fez sua chamada final ele estava bêbado.46
Ai dos que deixam passar as oportunidades. Naquela mesma noite, Belsazar morreu
e chegou ao fim um reino que durante setenta anos havia dominado a maior parte
do mundo conhecido.
Não sabemos quando
Deus dirá a alguém: “Mais um pecado, e será o último”. Contudo, a escrita na
parede se aplicará a você. Certamente, você será chamado de louco, pois o
arrependimento estará fora de seu alcance para sempre! A ordem de Deus para
você é: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está
perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos;
volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso
em perdoar” (Is 55.6,7).
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL
Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 75-78.
Dn 5.25: “Esta pois é
a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM”.
Alguém já disse com
sabedoria que a balança de Deus tem dois pratos, mas um só fiel. Ninguém se
engane, Deus pesa até as montanhas (Is 40.12), e não somente isso, mas pesa
também: 1) O andar do homem (Is 26.7). 2) O espírito do homem (Pv 16.2). 3) A
sinceridade do homem (Jó 31.6). Devemos observar que cada uma das palavras da
misteriosa escritura contém um duplo sentido: MENE, enumerado; isto é, Deus
havia enumerado (mena) os dias da duração do reino. TEQUEL, um siclo, que
indicava que Belsazar havia sido pesado (na balança divina) e encontrado
deficiente. PERES, teu reino é dividido (peres) e dado aos medos e persas
(paras). A palavra “paras” parece salientar que os persas seriam o poder
dominante perante a Babilônia que sucumbiria naquela noite festiva. Seja como
for, tudo se cumpriu do mesmo modo que fora lido por Daniel.
Dn 5.26: “Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou”.
A interpretação que
segue é baseada, não neste substantivo mas nos verbos a ele associados. A
habilidade de Daniel consistiu em traçar a conexão entre o sinal dado e a
condenação que ele sabia ser iminente. Mene é explicado como o particípio
passado de um verbo, “menê” ou “me- nã”, “designado”, isto é, em outras
palavras: “os dias de teu reino já foram contados”. O reino babilónico cresceu,
mas amadureceu para a ceifa. A profecia divina dizia claramente: “teu reino foi
acabado”! A mão que escreveu ali foi exatamente aquela que escrevera os “Dez
Mandamentos” (a balança de Deus) em tábuas de pedras; escrevera a sentença
eterna de Belsazar. As palavras na parede significavam literalmente: Contado,
pesado e dividido. Deus anuncia, através daquela escritura, que faltava justiça
para a Babilônia e, simultaneamente, é decretada a destruição do reino.
Dn 5.27: “TEQUEL:
Pesado foste na balança, e foste achado em falta”.
“TEQUEL”. O texto em
foco é a segunda palavra na interpretação. Tequel (heb. seqel) é tomada na sua
forma verbal, significando “pesado” ou “avaliado”. A idéia está presente em 1
Samuel 2.3, "... porque o Senhor é o Deus da sabedoria, e por ele são as
obras pesadas na balança”. Tal como o salmista, tinha em mente os homens maus
(SI 62.9). Belsazar não consegue dar equilíbrio à balança e revela a falta em
si de verdadeiros valores, segundo a escala de Deus. Jó, o patriarca de UZ,
desejava ser pesado por “balanças fiéis” (Jó 31.6). Os dez mandamentos de Deus
e a “Graça e a Verdade”, que veio por Jesus Cristo, são balanças divinas que
regulam as nossas vidas. Deus pesa os homens de acordo com esse padrão. Todos
os homens querem pesar as suas vidas nas suas próprias balanças, mas somente a
balança inevitável de Deus é sempre fiel!
Dn 5.28: “PERES:
Dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos e aos persas”. “PERES”. Ao ler o
escrito final (peres), Daniel leu “U- FARSIM”. Observe-se o versículo 25 do
cap. em foco; mas, ao dar a interpretação, empregou a forma “PERES”. O “U” é a
conjunção aramaica “e”, que seria omitida ao ser dada a interpretação. “FARSIM”
é a forma plural, enquanto que “PERES” é singular (2 Sm 6.8). “A antiga versão
da Bíblia continha a palavra “UPHARSIM”, sendo o “U” na língua aramaica,
equivalente à nossa conjunção “e”. A versão Revista e Atualizada da SBB traz
esta, mas sem o “U” e com a conjunção “e”, seguida da palavra “Parsim”. Como já
ficou demonstrado acima, “peres” é forma plural. Isso tomava o sentido de
dividido, compartilhado; o reino de Belsazar está para ser dividido entre os
medos e os persas.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD.
pag.104-106.
3.
O fim repentino do império babilônico (vv.30,31).
O fim repentino do
Império Babilónico (5.30,31). Belsazar não escapou do juízo de Deus pela sua
profanação. Enquanto ele fazia sua festa blasfema, os exércitos medos-persas
cercaram a cidade da Babilônia. Havia um sentimento de segurança dos habitantes
da cidade porque ela tinha fortificações que pareciam impenetráveis. Seus muros
eram altos e largos e todos se sentiam seguros. Porém, a estupidez e
displicência de Belsazar o fizeram descuidar-se da segurança da cidade, quando
Ciro, o persa, conduzia seus exércitos para cavarem canais aos lados do rio
Eufrates afim de que as águas do rio fossem desviadas. As águas desviadas foram
represadas e canalizadas deixando seco o leito do rio. Por esses canais, os
exércitos medos-persas caminharam e tomaram de surpresa a cidade que não
ofereceu qualquer resistência. Os exércitos invasores dos medos-persas,
aliados, desarmaram os soldados da segurança da cidade naquela noite e não foi
difícil tomar o reino. Dario, o medo, tomou o reino naquela noite fatídica para
Belsazar e seus grandes.
Aquela noite foi uma
demonstração de que Deus, o Todo Poderoso, tem o cetro de governo do mundo em
suas mãos e que nada escapa ao seu poder. Esse fato lembra e tipifica o final
do poder gentílico por ocasião da segunda vinda de Cristo. O colapso do império
foi imediato. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias
feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o exército de Dario
entrou na cidade e o exército de Nabonido e de seu filho Belsazar, bem como a
guarda do palácio não puderam evitar a invasão dos exércitos dos medos e dos
persas.
Olhando
escatologicamente a queda da Babilônia a identificamos como uma figura da
Babilônia religiosa do Apocalipse 17 e a figura da Babilônia comercial de
Apocalipse 18. No texto de Ap 18.10 está escrito: “Ai, ai daquela grande cidade
Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo”. Do mesmo modo
como Ciro, o persa, desviou as águas do rio Eufrates e o secou para invadir com
seus exércitos a grande Babilônia, nos faz lembrar a profecia do secamento do
rio Eufrates como juízo divino expresso na abertura do sexto selo. Esse juízo
significa a preparação do caminho aos reis do Oriente para invadirem com seus
exércitos para a grande Batalha do Armagedom (Ap 16.12).
Após Daniel ter interpretado
a escrita na parede e ter deixado pasmos a todos, Belsazar ordenou que
vestissem a Daniel com roupas de púrpura e lhe pusessem um colar de ouro ao
pescoço o proclamando como o terceiro homem do reino, a autoridade mais
importante do império depois do rei Nabonido e de Belsazar. Mas Deus é reto em
seus desígnios e permitiu que Belsazar fosse morto naquela mesma noite e, Dario
entrou na Babilônia assumindo o seu trono (Dn 5.29-31).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 86-87.
Dn 5.30 Naquela mesma
noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. O golpe divino atingiu o rei de modo
súbito e brutal. Belsazar não chegou a atravessar vivo aquela noite. O fraseado
usado neste versículo indica um ataque noturno, declaração confirmada tanto por
Heródoto quanto por Xenofonte. Este último mencionou especificamente que o
ataque foi desfechado à noite, durante uma festa de vinho (Cyropaedia, I.7,
sec. 7, sec. 23 e 23). “Ciro desviou as águas do rio Eufrates para um novo
canal e, guiado por dois desertores, Gobiras e Gadatas, marchou pelo leito seco
do rio e entrou na cidade... Quanto ao fato de que Belsazar foi morto, cf. Isa.
14.18-20; Jer. 50.29-35 e 51.57. A cidade foi cercada, e Ciro estava preparado
para um longo cerco. A cidade tinha comida estocada para vinte anos! Belsazar
não temia o exército persa, que era dirigido por Ugbaru. O truque das forças
atacantes foi o desvio do rio, que levou o drama a um desfecho tão rápido e
inesperado, cum prindo a temível profecia de Daniel. Ver também Isa. 47.1-5. A
queda da cidade de Babilônia pode ser datada corn precisão. Ocorreu a 16 de
tisri (12 de outubro de 539 A. C.). Chegamos agora à segunda fase do governo
dos gentios (ver Dan. 2.39), em consonância com o sonho da imagem de
Nabucodonosor.
Dn 5.31 E Dario, o
medo, ... se apoderou do reino. Os críticos encontram neste versículo um
equívoco importante, cometido pelo autor sacro, assegurando-nos que nunca houve
alguém como Dario, o medo. Eles supõem que esse seja um detalhe registrado por
um escritor mal informado das circunstâncias que envolveram os medos e os
persas. “Têm havido tentativas para identificá-lo com Ciaxares II, o tio de
Ciro; com o próprio Ciro, com Gobrias, o general que realmente tomou a cidade
de Babilônia e a governou por algum tempo; com Cambises, filho de Ciro; e com
Astiages, o último rei dos medos. Todas essas identificações propostas naufragam
sobre os fatos de que, neste livro, Dario foi um medo (Dan. 5.31); filho de
Xerxes (10.1); antecessor im ediato de Ciro (6.28 e 10.1). Portanto, ele é uma
personagem de ficção e não uma figura histórica, e não há dificuldade alguma em
ver como esses relatos sobre indivíduos fazem com que Ciro, que tomou a Babilônia
em 538 A. C., veio a ser confundido com a personagem de Dario I, que a capturou
em 520 A. C. A teoria dos quatro impérios exigia que o império medo existisse
antes do império persa, e a profecia predissera a derrubada da Babilônia por
parte dos medos (ver Isa. 13.17; 21.2; Jer. 51.11,28), pelo que temos a figura indistinta
de Dario, o medo, como sucessor imediato de Belsazar, É perfeitamente possível
que memórias reminiscentes tanto de Gobiras quanto de Cambises tenham contribuído
para form ar essa figura” (Arthur Jeffery, in toe).
Harmonia a Qualquer
Preço. Se existem erros históricos nos livros da Bíblia, isso nada tem que ver
com a teoria da inspiração, que não requer perfeição verbal e histórica.
Devemos lembrar que é a teoria do ditado que faz tais exigências. Não há razão para
duvidarmos de que algumas Escrituras foram produzidas através desse método, mas
também não há razão para acreditarmos que as Escrituras, em sua inteireza,
foram assim produzidas. Ver no Dicionário o artigo geral sobre Inspiração e
Revelação, o qual entra nas questões relativas ao m odus operandi da
inspiração. Sabemos que quase todos os autores das Escrituras cometerem erros
gramaticais e que existem, aqui e acolá, versículos confusos que perm aneceram sem
revisão. A perfeição verbal, na realidade, é um mito, e as pessoas que lêem os
originais sabem que essa perfeição é uma falsidade. Tais coisas, no entanto,
nada têm que ver com as mensagens apresentadas, e não devem deixar um crente
sem dorm ir à noite, com excessiva ansiedade. Algumas vezes a harmonia é
defendida em detrimento da honestidade.
Com cerca de sessenta
e dois anos. Talvez esteja em vista Gobrias, e a idade fosse dele. Alguns dizem
que a idade de Daniel é que está em foco, mas na época ele tinha entre 80 e 90
anos de idade. A Septuaginta sim plesm ente deixa essas palavras fora do texto
sagrado. Xenofonte (Cyropaedia, viii.5,19) atribui essa idade a Ciaxares II,
tio de Ciro.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3397.
Colapso do Império (5.30-31)
Mal haviam acabado de
colocar os adornos de honra em Daniel, quando os soldados de Gobrias e Ciro
invadiram o palácio com gritos de guerra. A tradição diz que os engenheiros de
Ciro desviaram o rio e entraram na cidade pelo canal seco. Mas evidências mais
sólidas parecem indicar que insurretos de dentro da cidade abriram as portas e
deixaram o exército persa entrar. A cidade caiu com pouco derramamento de
sangue, além de Belsazar. Quando o exército do rei Nabonido foi completamente
derrotado, Ciro deu a ele uma residência permanente em Carmânia, uma província
não muito distante, onde viveu o restante dos seus dias.
Mas em relação a
Belsazar, filho de Nabonido, quão pateticamente fútil foi a oração do pai
registrada em um enorme rolo com caracteres cuneiformes encontrado no zigurate
em Ur! Endereçado a Sin, o Deus-Lua, lê-se o seguinte: “Quanto a mim, Nabonido,
o rei da Babilônia, o venerador da sua grande divindade, que eu possa ser
satisfeito com a plenitude da vida, e quanto a Belsazar, o primeiro filho dos
meus lombos, alongue os seus dias; não permita que se volte para o pecado”.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag. 537.
Daniel se Manifesta
Claramente a Belsazar ao Interpretar as Palavras Escritas na Parede
Dn 5.30,31 Aqui
temos: 1. A morte do rei. Ele tinha razões suficientes para tremer, pois tinha
acabado de cair nas mãos do rei dos terrores (v. 30). Naquela noite, enquanto o
seu coração se alegrava com o vinho, os inimigos haviam invadido a cidade e se
dirigido ao palácio onde encontraram o rei e o feriram de morte. Ele não
conseguiu encontrar nenhum lugar que fosse tão secreto para se esconder, ou tão
forte para protegê-lo. Escritores gentios escrevem que Ciro tomou a Babilônia
de surpresa, ajudado por dois desertores que lhe mostraram a melhor maneira de
entrar na cidade. Mas havia sido previsto que a corte iria ficar muito
atemorizada (Jr 51.11,39). Observe que a morte chega como uma cilada àqueles
cujo coração está sobrecarregado de intemperança e embriaguez. 2. A
transferência do reino para outras mãos. Da cabeça de ouro descemos agora para
o peito e os braços de prata. Dario, o medo, assumiu o reino em parceria, e com
o consentimento de Ciro, que o havia conquistado (v. 31). Eles haviam sido parceiros
na guerra e na conquista, e assim permaneceram no domínio do reino (cap. 6.28).
Observe que em razão da sua idade (pois agora tinha sessenta e dois anos),
Ciro, seu sobrinho, lhe dera a precedência. Alguns comentam que, como tinha
essa idade no último ano do cativeiro, ele devia ter nascido no oitavo ano do
cativeiro, e que esse era o ano em que o rei Joaquim havia sido levado cativo
juntamente com todos os nobres (leia 2 Reis 24.13-15). Exatamente nessa época,
quando o golpe mais fatal havia sido desferido, nasceu um príncipe que, no
decorrer do tempo, iria realizar a vingança de Jerusalém contra a Babilônia e
curar a ferida que lhe havia sido feita. Como são profundos os desígnios de
Deus a respeito do seu povo, e como são bondosos os seus planos para com este
povo.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 860.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva.
Estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu. Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante, e se desejar deixe o seu parecer. Abraço fraterno.António.
ResponderExcluirGraça e paz irmão!
ResponderExcluirEstou com um novo site com material para EBD, este site é atualizado semanalmente, venho por meio deste pedir o apoio do irmão na parte de divulgação, para que novas igrejas tenham acesso ao site... O irmão pode compartilhar o link do site em redes sociais. Mas o Principal é o irmão colocar nosso link no seu site indicando o site para seus visitantes... todo o conteúdo do site é bíblico nossa finalidade e ajudar as professores de EBD com materiais práticos e grátis...
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Veja o que você encontra em nosso site, lembre-se toda semana temos novo conteúdos...
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