SANTIFICARÁS O SÁBADO
A palavra "sábado" é um termo hebraico e significa "sétimo". O mandamento do descanso foi instituído por Deus, em primeiro lugar, para que o ser humano pudesse descansar. Lembre de que o contexto do advento da lei era a libertação da escravidão de Israel no Egito.
Como escravos, os hebreus não tinham descanso, eram explorados diuturnamente a fim de produzir mais e mais para o império de Faraó. Este via os judeus como números ou objetos necessários para enriquecerem ainda mais o Palácio. O Faraó não via os hebreus como pessoas que precisavam descansar e recarregar as energias porque eram pessoas, gente que precisava de dignidade. Apesar de Faraó não ver os israelitas como seres humanos, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó contemplou todo esse processo de escravidão humana. E ouviu o clamor do seu povo!
Por razões culturais, religiosas e teológicas as três principais religiões monoteístas do mundo guardam um dia da semana como o significado de descanso e reverência a uma só divindade: os judeus, o Sábado; os árabes, a Sexta-Feira; os cristãos, o Domingo. Mais que discutir o dia do descanso, o importante é observarmos o sentido do Sábado, o seu descanso e a sua reverência para o Criador dos Céus e da Terra.
Ora, para nós, que confessamos Jesus como Salvador, o domingo é o dia do Senhor. Observamos o domingo porque foi o dia em que Jesus de Nazaré ressuscitou dos mortos, a Igreja Primitiva se reunia para comer o pão e confraternizar-se com alegria e singeleza de coração. Não é verdade que foi Constantino quem inventou o Domingo, o imperador romano apenas o legitimou e oficializou uma prática de mais de três séculos guardada pela comunidade cristã primitiva.
Não tenha esta pergunta como legalista, mas o que estamos fazendo com o dia do Senhor? Salva as exceções, o dia de descanso oficial no mundo ocidental é o domingo. Numa perspectiva bíblica e evangélica, neste dia deveríamos dedicar-nos a meditação espiritual, adoração ao Senhor com os irmãos, o convívio com a família e a visita aos enfermos. Um dia para se viver em comunidade! Não mero ativismo religioso onde pessoas se cansam mais do que no trabalho secular.
A lição desta semana não pode se deter apenas em assuntos periféricos, tais como "os adventistas estão certos ou errados" ou em "sermos ou não legalistas". O sentido desta lição é mais do que esse. É fazermos uma pergunta honesta: O que estamos fazendo com o dia do Senhor? E com a nossa vida e saúde?
Revista ensinador. Editora CPAD. pag. 39.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O
quarto mandamento é uma ponte que liga os mandamentos teológicos com os
mandamentos éticos. Os três primeiros preceitos do Decálogo dizem respeito à
responsabilidade do homem com o Criador; os demais falam sobre o compromisso do
homem com o seu próximo. A guarda do sábado fica entre esse dois grupos, pois a
lei é clara em mostrar seu caráter social e humanitário e também sua função
religiosa.
As
controvérsias em torno deste mandamento se referem à sua interpretação. O que
acontece é que existe o sábado institucional e o sábado legal, e quem não
consegue separar estas duas instituições terminam radicalizando indo aos
extremos. Esse é o principal problema dos sabatistas da atualidade, como os
adventistas do sétimo dia. Todos os mandamentos do Decálogo dependem de definições
e de como aplicá-los na vida diária, e essas instruções são dadas no próprio
sistema mosaico. Mas as definições nem sempre são conclusivas. Por exemplo, o
que a Bíblia define como trabalho? O mandamento de santificar o sábado é mais
bem compreendido quando se analisa o propósito pelo qual ele foi dado.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 61-62.
"Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum
trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a
tua escrava, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas
portas. Pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que
neles há, mas ao sétimo dia descansou. Por isso abençoou o Senhor o dia de
sábado, e o santificou".
Esse é
o único mandamento que não se encontra repetido na nova aliança. Esquadrinhando
todo o Novo Testamento, não encontramos nenhum ensino de Jesus ou dos apóstolos
para santificarmos o dia sétimo mais do que qualquer outro.
Todos
os que ensinam que o sábado, o sétimo dia, deve ser santificado por todos os
cristãos, não guardam este dia da maneira como foi ordenado. Os tais devem
saber que a lei, ao mandar guardar ao sábado, também diz como ele deve ser
observado. Para guardar o sábado os israelitas recebem as seguintes instruções:
1) não
fazer nenhuma obra nesse dia, Êxodo 20.10;
2)
trabalhar nos outros seis dias, v. 9;
3) não
podiam apanhar lenha no dia de sábado; um homem achado fazendo isso foi
apedrejado até morrer, Números 15.32,36;
4) não
acender fogo em casa, Êxodo 35.3;
5)
sacrificar duas ovelhas em oferta de manjares todos os sábados, Números
28.9,10.
Se os
sabatistas querem insistir na guarda do sétimo dia, então terão de guardá-lo
conforme estes preceitos.
A lei
exigia que toda comida fosse preparada na véspera do sábado, e este dia era
conhecido no tempo de Jesus como "o dia da preparação", assim
mencionado nos Evangelhos. Os judeus que guardam a letra da lei, nem sequer
acendem luz elétrica no sábado, porque seria acender lume. E se nós estamos
vivendo sob a lei, devemos obedecer aos mandamentos em todos os preceitos.
Mas
graças a Deus que não vivemos sob a lei, mas sob a graça da nova aliança, e por
isso não estamos obrigados a guarda um dia mais do que outro. Em Romanos 14.5,6
o apóstolo escreve: "Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga
iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo.
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come,
porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a
Deus".
A
doutrina dos que guardam o sábado corresponde com esta? Não, porque dizem que o
sábado tem de ser guardado sobre todos os outros dias. Negam assim o privilégio
de cada um decidir por si mesmo a esse respeito, privilégio que é parte da
gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Muito
se ensina no Novo Testamento acerca do primeiro dia, o do Senhor, mas à luz de Romanos
14.4-6, entendemos que a questão de guardar um dia mais do que a outro não era
obrigação, mas opção na primitiva igreja. O dia do Senhor, ou o primeiro dia,
era guardado tendo por motivo o amor, e não a lei.
Se
alguém arguir que Jesus guardava o sábado de Moisés, replico: tinha de fazer
assim, visto que veio sob a lei e guardou todos os mandamentos de seu Pai para
os judeus; porém, ao estabelecer a nova aliança, não nos deixou nenhum
mandamento a respeito do sábado, exceto o que já mencionamos em Romanos 14 e em
Hebreus 10.25, onde diz: "Não deixando a nossa congregação, como é costume
de alguns; antes, admoestemo-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que
se vai aproximando aquele Dia". Somos ensinados acerca das reuniões, mas o
dia para realizá-las fica à nossa escolha.
Abraão
de Almeida. O Sábado, a Lei e a Graça. Editora CPAD.
I. O SÁBADO DA CRIAÇÃO
1.
O SHABAT.
O
substantivo hebraico shabbat, "sábado", ou sábbaton, em grego,
"sábado, semana", indica no calendário de Israel o sétimo dia da
semana marcado pelo descanso do trabalho para cerimônias religiosas especiais,
além de significar um período de sete dias, uma semana (BAUER, 2000, p. 909). O
termo shabbãtôn significa "sabatismo, guarda ou observância do
sábado", pois a desinência -ôn é característica de substantivo abstrato.
Ele aparece no relato da criação: "E, havendo Deus acabado no dia sétimo a
sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que
tinha feito.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 62.
Os Termos
A palavra hebraica
sabbat significa descanso ou cessação; provavelmente está relacionada à forma
verbal sbt, que significa “trazer a um fim”. Alguns estudiosos supõem que a ideia do sábado surgiu na Babilônia, e que o termo hebraico sabbat se relaciona
à palavra acadiana (babilônica) sab/pattu, que fala do dia de lua cheia. Esta
teoria perdeu aceitação em anos recentes. A palavra grega na Septuaginta é a
forma transliterada do hebraico sabbaton, que pode significar especificamente o
sábado ou pode referir-se a uma semana inteira.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 2.
SÁBADO. (cessação,
descanso', LXX, sábado, semana). O dia da semana de descanso e adoração dos
hebreus, que era observado no sétimo dia da semana, começando ao por do sol na
sexta-feira e terminando ao por do sol no sábado.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 266.
Gn 2.2
E havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra... descansou.
O
autor da fonte de Gên. 2.1-3, a fim de emprestar a maior autoridade a essa
observância, fez o próprio Deus instituí-la, como se assim tivesse sido desde o
princípio. Os estudiosos conservadores aceitam o texto conforme ele está
escrito, pensando em uma genuína instituição divina do sábado, após a obra da
criação. Os críticos atribuem essa seção à fonte P (S).
A
versão siríaca diz aqui “no sexto” dia, mas não há razão para supormos que
“sétimo” não seja o texto correto, sendo esse o texto padrão hebraico, como
também o texto mais difícil. Os escribas, com freqüência, alteravam os textos
difíceis para torná-los mais fáceis ou aceitáveis, mas dificilmente faziam o
contrário. Talvez o autor sacro pensasse que a instituição do sábado foi o real
encerramento das obras da criação. Alguns têm emendado o texto de “terminado”
para “desistido”, mas essa emenda é desnecessária.
“A
narrativa da criação, vista através dos olhos da nova nação de Israel, nos dias
de Moisés, reveste-se de grande significação teológica. Dentre o caos e as
trevas do mundo pagão, Deus tirou o Seu povo, ensinando-lhes a verdade, garantindo-lhes
a vitória sobre todo poder dos céus e da terra, comissionando-os para serem
Seus representantes e prometendo-lhes descanso teocrático. E isso, igualmente,
haveria de encorajar crentes de todos os séculos” (Allen P. Ross, in loc.).
A
instituição do sábado sugere a legislação mosaica que haveria de seguir-se, bem
como todos os privilégios de Israel como nação que haveria de ensinar a todas
as demais nações.
Descansou.
Não a fim de sugerir que o Ser Supremo pode ficar cansado, pois temos aqui uma
declaração antropomórfica que diz respeito à cessação de atividades.
Simbolicamente falando, o sábado foi uma obra de redenção, porquanto retrata o
descanso após o pecado e a aceitação, como filho, na casa do Pai, Mas nesse
sétimo dia não houve mais atividade criativa.
Gn 2.3
E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou. A instituição do sábado. Seria
realmente parte de um documento muito antigo, que falava sobre a criação, ou o
sábado foi subentendido no antigo relato, por parte de um escritor posterior? Ou
todos os autores das fontes do Gênesis foram posteriores, em cujos dias o
sábado já havia sido instituído? Provi artigos sobre esses problemas. Os
emditos conservadores, crendo na autoria mosaica do Gênesis, supõem que ele
soube da instituição divina do sábado mediante inspiração, e que isso serviu de
apropriado clímax da criação original. O artigo que apresento no fim do
versículo, a respeito do sábado, explica a questão em seus pormenores,
incluindo as controvérsias sobre a alegada natureza obrigatória do sábado para
os cristãos.
O
sábado era a grande instituição da fé do povo hebreu. A legislação mosaica lhes
dera suas instituições, ritos e crenças, mas nada era mais importante do que o
sábado. Os críticos pensam que a exaltada natureza do sábado tenha sido uma das
conseqüências do exílio babilônico, mas sem dúvida temos aí uma apreciação
exagerada. O sábado, desde os tempos mais remotos, serviu sempre como sinal
mais decisivo para quem era hebreu ou judeu. Como é claro, havia outros sinais,
incluindo a circuncisão (Gên, 17.10), e, naturalmente, as grandes provisões da
própria lei mosaica.
As
Razões da Separação. O autor sagrado apresenta várias delas no tocante à
história da criação: a luz foi separada das trevas (1.14); as águas das águas
(1.6); as águas de cima do firmamento das águas de baixo (1.9); as espécies
foram separadas umas das outras, e não mediante evolução (1.11,20). O sábado
separou um tempo de outro, o tempo devotado ao trabalho, do tempo devotado ao
descanso e ao serviço e adoração a Deus. Em tempos posteriores, o santuário divino
serviu de meio de separar o sagrado do profano, o divino do humano.
Deus
Santificou o Sábado. Nesta oportunidade não ficou esclarecido como o sábado
seria expresso e obedecido. Mas as instituições posteriores dos hebreus nos dão
informações. A adoração a Deus era frisada no dia de sábado, quando então havia
culto ao Senhor. Tal como o sábado é separado para ser observado pelo homem,
assim também o homem é separado para Deus.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 21.
2.
DEUS CONCLUIU A CRIAÇÃO NO DIA SÉTIMO.
E
abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua
obra, que Deus criara e fizera" (Gn 2.2, 3).
Deus
celebrou o sétimo dia após a criação e abençoou este dia e o santificou.
Gênesis é o livro das origens de todas as coisas, dos céus e da terra, do homem
e do pecado, do sacrifício e da promessa de redenção, do casamento, da família,
das nações, das línguas, da nação de Israel, do sábado e da semana. O sábado e
a semana tiveram a sua origem em Deus. A divisão hebdomadária do tempo aparece
desde os dias pré-diluvianos e no período patriarcal (Gn 7.4, 10; 8.10, 12; 29.27,
28). Mas a semana na Mesopotâmia seguia as fases da lua, por isso nem sempre o
sábado coincidia com o sétimo dia. A semana dos egípcios era de dez dias.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 62-63.
O
quarto mandamento (Êx 20.8-11), embora claramente um elemento integral dos
quatro primeiros — aqueles pertencentes à pessoa, à natureza e à adoração do
Senhor — é uma transição para os seis restantes no fato de que tem que ver com
o tratamento dos seres humanos, especialmente no relacionamento deles com o dia
de descanso. Este é antecipado pela narrativa da criação, que declara: “No
sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.
Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra
que realizara na criação” (Gn 2.2,3). Para Deus, o descanso não representava (e
não representa) que ele se recuperaria da exaustão do labor, mas simplesmente
que pararia o que estivera fazendo (hebraico, sbt). Ele, ao abençoar o dia,
celebrou a obra de criação terminada, acrescentando a ela, por assim dizer, seu
amém de aprovação.
Eugene
H. Merrill. Teologia do Antigo
Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 332-333.
O Dia
do Santo Descanso (2.1-3)
Os
primeiros três versículos deste capítulo pertencem apropriadamente ao conteúdo do
capítulo 1, visto que trata do sétimo dia na série da criação. Durante seis
dias, Deus esteve criando e formando a matéria inorgânica, as plantas, os
animais e o homem. De certo modo, tudo isso ocupa e está relacionado com o
espaço. O homem recebeu a ordem específica de sujeitar o que se encontrava no
âmbito espacial. Deus inspecionou tudo e considerou muito bom; Ele concluiu
tudo que quis criar. Certos rabinos antigos ficaram aborrecidos porque pensaram
ter visto aqui uma indicação de que Deus trabalhara no sábado. O rabino Rashi
declarou que o que faltava para o mundo era descanso, e assim o último ato de
Deus foi a criação do Sábado, no qual há quietude e repouso.
George Herbert
Livingston, B.D., Ph.D. Comentário
Bíblico Beacon. Gênesis. Vol.1. pag. 34-35.
3.
A BÊNÇÃO DE DEUS SOBRE SÉTIMO DIA.
Deus
abençoou e santificou o sétimo dia como um repouso contínuo, a dispensação da
inocência, interrompido por causa do pecado. Agostinho de Hipona lembra que não
houve tarde no dia sétimo, pois Deus o santificou para que ele permanecesse
para sempre: "Ora o sétimo dia não tem crepúsculo. Não possui ocaso porque
Vós o santificastes para permanecer eternamente" [Confissões, Livro
XIII.36). Adão e Eva viveram esse repouso durante a inocência até a Queda:
"Foi o princípio e o tipo de repouso ao que a criação, depois que caiu da
comunhão com Deus pelo pecado do homem, recebeu a promessa de que uma vez mais
seria restaurada pela redenção, em sua consumação final" (KEIL &
DELITZSCH, tomo 1, 2008, p. 41). O sábado da criação aponta para o
descanso de Deus para o mundo inteiro no fim dos tempos: "Portanto, resta
ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9).
O
sábado legal não foi instituído aqui. Isso só aconteceu com a promulgação da
lei. O sétimo dia é o fundamento da guarda do sábado dada aos israelitas, visto
que este dia foi santificado desde o princípio do mundo. O sábado institucional
é para toda a humanidade e por isso Deus o santificou antes de estabelecê-lo
como mandamento para Israel. "A santificação do sábado institui uma ordem
para a humanidade segundo a qual o tempo é dividido em tempo e tempo sagrado...
Por santificar o sétimo dia, Deus instituiu uma polaridade entre o dia a dia e
o solene, entre dias de trabalho e dias de descanso, a qual deveria ser
determinante para a existência humana" (WESTERMANN, 1994, p. 171). O
sábado institucional não é necessariamente o sétimo dia da semana, mas um a
cada seis dias.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 65-66.
Gn 2
.3 - O fato de Deus ter abençoado o sétimo dia significa que Ele o separou para
uso santo. Este ato é encontrado nos Dez Mandamentos (Èx 20.1 -17), no qual Deus ordenou a observância do sábado. Quanto ao ensino do sábado no NT, ler as
seguintes passagens: Mateus 12.8; Colossenses 2.16. Consideremos, ainda, que o
sábado, no AT, prefigurava o repouso que todos encontramos em Cristo Jesus (Hb
4.1-11).
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 7.
Gn 2.3 afirma que Deus "santificou"
ou colocou à parte o dia de sábado porque ele descansou nesse dia. Mais tarde,
na lei mosaica, o sábado foi colocado à parte como dia de culto (veja nota em
Êx 20.8). Hebreus 4.4 distingue entre o descanso físico e o descanso redentor para
o qual o primeiro apontava. Está claro em Cl 2.16 que o sábado" de Moisés
não possui lugar simbólico ou ritual na nova aliança. A igreja começou a
realizar cultos no primeiro dia da semana para celebrar a ressurreição de
Cristo (At 20.7).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 19.
II. O SÁBADO INSTITUCIONAL
1.
DESDE A CRIAÇÃO.
Aqui
está a base do sábado institucional e do sábado legal. Deus completou a sua
obra da criação no sétimo dia. Duas vezes o texto sagrado declara que Deus
"descansou" ou seja, cessou, esse é o significado do verbo hebraico
usado aqui, shãbat, cessar, desistir, descansar" (Gn 8.22; Jó 32.1; Ez
16.41). Descansar é sinônimo de cessar de criar. Esse repouso indica a obra
concluída e não ociosidade, pois Deus não para nem se cansa (Is 40.28; Jo
5.17). Ele continua sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb
1.3). O Senhor Jesus também assentou-se à destra de Deus depois de concluir a
obra da redenção (Hb 8.1; 10.12). A expressão "acabado no sétimo dia”
parece indicar que houve mais alguma atividade de Deus na criação nesse dia. É
o que pensam muitos expositores da atualidade. Deus terminou a sua obra no dia
sexto: segundo a Septuaginta, en tê hêméra tê hektê, "no dia sexto",
e também no Pentateuco Samaritano, bayyôm hashishi, "no dia sexto".
A Peshita segue também essa linha, mas tudo indica que se trata de alguma
emenda deliberada. Segundo Umberto Cassuto, um estudo cuidadoso desse
versículo mostra que "sétimo dia" é a forma correta (1998, p. 61).
O
substantivo hebraico shabbat, "o dia de sábado", não aparece aqui;
sua primeira ocorrência acontece no relato do maná (Êx
16.23). Mas este termo vem da raiz do verbo "descansar", shãbat. Há
quem afirme que essa omissão foi intencional porque o shãbat é o término da
semana e há fortes evidências da identificação filológica do termo aqui com o
acádico shabatu[m] ou shapattu, que aparece nas inscrições babilônicas como o
dia da lua cheia. Trata-se do 15° dia de um mês lunar, dedicado à adoração do
deus lua, Sin-Nanar e a outros deuses. Este dia se chamava também üm nüch
libbi, "dia de descanso do coração" (ORR, vol. IV, 1996, p. 2630).
Outros afirmam que se trata mais de um dia de expiação ou pacificação, e não
necessariamente de um dia de descanso. No entanto, foram descobertos tabletes
em que revelam o shabatu, como os dias 7o, 14°, 21° e 28°, que segundo o
registro dessas inscrições ocupavam espaço destacado no calendário mesopotâmio.
Neles havia restrições a diversos tipos de trabalho, já que o dia era dedicado
aos deuses (TENNEY, vol. 5, 2008, p. 267). O sábado dos israelitas era o dia de
descanso reservado a cada seis dias de trabalho para todo o povo; entretanto, o
shabatu era computado com base nas quatro fases da lua.
Há
muitas discussões sobre a relação do shabatum com o sábado dos israelitas, e
Umberto Cassuto explica o que está por trás de tudo isso. Os críticos liberais
insistem em afirmar que os israelitas copiaram o sábado dos mesopotâmios e com
isso querem associar o sábado de Israel com as quatro fases da lua. Cassuto
questiona a existência da proibição de trabalho nos dias 7, 14, 21o e 28 do mês
do luna na Babilônia e na Assíria. Segundo esse autor, o pensamento da Torá é
justamente o oposto ao sistema babilônico e desvincula completamente o sábado
da adoração aos astros: "O dia de sábado de Israel não será como o sábado
das nações pagãs; não será o dia da lua cheia, ou outro dia conectado com as
fases da lua, nem ligado, em conseqüência, com a adoração da lua,
mas será o sétimo dia" (1998, p. 68). É um sábado completamente
desassociado de sinais nos céus, das hostes celestiais e de qualquer conceito
astrológico, "mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus" (Êx
20.10). Assim, o propósito da omissão do termo hebraico shabbat,
"sábado", no relato da criação é evitar sua identificação com o shabatu
dos mesopotâmios.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 63-65.
O
contexto desta passagem e de outras similares neste capítulo refere-se a
Gênesis 2.1-3, que diz: “Assim, os céus e a terra, e todo o seu exército foram
acabados. E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito,
descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o
dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus
criara e fizera”. “A criação, tanto de céus e terra e do mundo espiritual, é
atual também no primeiro capítulo da Bíblia. Deus criou: ‘céus e terra’. O céu
e a terra com todo o seu exército é mencionado em Gênesis 2.1 — Exército, aqui,
é tsebaam, de tsaba, que significa ‘avançar como soldado’ (Gesenius, erudito
hebreu do século XIX), ou ‘andar juntos para serviço’ (Furst); o termo é usado,
portanto, acerca dos anjos (I Rs 22.19; 2 Cr 18.18; SI 148.2; Lc 2.13).
Refere-se também aos corpos celestes e aos poderes do céu (Is 34.4; Dn 8.10; Mt
24.29). Na criação original mencionada nos capítulos 1 e 2 de Gênesis, está
incluído o ‘céu e a terra’, o espiritual com seus anjos. São eles as
personalidades criadas no mundo espiritual (Nm 9.6), os seres e as coisas e a
raça humana no mundo material (Mc 10.6)”. Deus, portanto, deixando o exemplo às
suas criaturas, instituiu um dia para o descanso e “... ao sétimo dia,
descansou, e restaurou-se” (Ex 31.17).
Severino Pedro Da Silva. Epistola aos Hebreus coisas novas e grandes que Deus preparou
para você. Editora CPAD. pag. 68-69.
Heb 4.8-10
O verdadeiro descanso de Deus não veio por meio de Josué ou Moisés, mas por
meio de Jesus Cristo, que é maior do que ambos. Josué levou a nação de Israel
à terra do seu descanso prometido (ve/a nota em 3. í /; Js 21.43-45). No
entanto, esse foi simplesmente o descanso terreno que era apenas a sombra do
que eslava envolvido no descanso celestial. O fato de que, segundo o Sl 95,
Deus ainda estava oferecendo o seu descanso no tempo de Davi (muito tempo depois
de Israel ter se estabelecido na Terra Prometida) significava que o descanso
oferecido era espiritual — superior ao que Josué havia obtido. O descanso
terreno de Israel foi repleto de ataques de inimigos e consistiu no ciclo
diário de trabalho. O descanso celestial é caracterizado pela plenitude ria
promessa celestial (Ef 1.3) e pela ausência de qualquer trabalho para obtê-lo.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1694.
Afirmações
Não-bíblicas
1. Teoria planetária.
Não há dúvida de que o desenvolvimento do sábado teve relação com a semana, mas
foi apenas no início da era cristã que os nomes dos planetas passaram a ser
associados com dias específicos. Chamar os sete dias com os nomes dos sete planetas
chegou tarde demais para ter alguma relação com o sábado hebreu. Não há
evidência dc que tal dia tivesse alguma coisa que ver com a veneração de um
planeta, algo que seria contrário à teologia hebraica. Nem há evidências de um
“empréstimo hebraico” que tivesse sofrido adaptações para ajustar-se à sua
cultura.
2. Teoria
pambabilônica. Os tabletes cuneiformes babilônicos usam a palavra shabatum para
designar o 15* dia do mês, à hora da lua cheia, e tal dia era considerado um
dia de pacificação ou apaziguamento do deus (presumivelmente o deus-chefe).
Outros dias do mês, especificamente o T, o 14*, o 21" e o 28' (as fases da
lua) eram considerados dias do mal ou do azar. Nesses dias até mesmo o rei
tinha sua vida limitada: ele não podia andar de carruagem, comer carne assada
em fogo, mudar de roupa ou discutir os negócios do Estado. Sacrifícios eram
oferecidos aos deuses para afastar acidentes e reversões de fortuna. O épico
babilônico Enuna elish descreve esses e outros particulares, e lembramos, aqui
e ali, o relato bíblico da criação, mas as diferenças são tão grandes que
eliminam o possível apoio à teoria do “empréstimo direto”.
3. Teoria da festa
lunar. O sábado hebraico era originalmente um antigo festival lunar? Alguns
estudiosos acham que sim. A própria Bíblia ocasionalmente associa o sábado à
lua nova (II Reis 4.23; Isa. 1.13; Amós 8.5). Um exame cuidadoso de Lev.
23.11,15 parece indicar que a palavra “sábado” pode referir-se ao dia de lua
cheia. No paganismo, as fases da lua (lua nova, lua cheia, meia-lua, lua
minguante) eram comemoradas com sacrifícios e orações, principalmente para
afastar o mal. Os judeus tinham certos sábados fixos, que caiam no dia de lua
cheia, a saber, a Páscoa, o banquete dos Tabernáculos e o banquete de Purim. O
sábado comum de todas as semanas, contudo, não era vinculado à lua e às fases
da lua. Alguns insistem que observações das fases lunares, em um momento
posterior, provocaram uma observação semanal que perdeu as conexões lunares
originais, mas não há nenhuma evidência que sustente tal opinião.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 2.
2.
NÃO ERA MANDAMENTO.
O
sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do
descanso de toda natureza, homem, animal, máquina, agricultura. O repouso
noturno de cada dia não é suficiente para isso. Deus abençoou e santificou esse
dia não somente para comemorar a obra da criação, mas para que nesse dia todos
cessem o trabalho tendo em vista o descanso físico e mental e também o culto de
adoração a Deus. É importante que todos os seres humanos possam refletir que o
universo foi criado por um Deus pessoal, Todo-poderoso, sábio e transcendente,
que planejou todas as coisas que foram criadas. Parece que esse dia foi logo
esquecido pelo gênero humano, mas há resquício dele em muitos povos da
antiguidade.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 63-65.
Afirmações
Bíblicas
1. O
próprio Deus deu origem ao sábado, o dia de descanso, para comemorar seu
descanso da atividade de criação (Gên. 2.2). Os conservadores consideram a
afirmação de Gênesis como o fim de todos os argumentos sobre a origem do
sábado. Os liberais e os críticos, contudo, acreditam que essa é uma afirmação
anacrônica que de fato repousava em eventos posteriores ocorridos na época de
Moisés. Nesse caso, a doutrina de que o próprio Deus deu origem ao sábado,
imediatamente após a criação, é “idealista” e “teológica”, não uma doutrina
histórica. Os críticos destacam que o sábado não era observado na época
patriarcal.
2. O
sábado iniciou como um sinal do Pacto Mosaico (que descrevo na introdução a
Êxo. 19, no Antigo Testamento Interpretado).
3. O
sinal foi então transformado no quarto dos Dez Mandamentos (o Decálogo). Ver o
artigo Dez Mandamentos. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êxo.
20.8).
Observações
Bíblicas
Importantes
observações bíblicas sobre o sábado são as que seguem. O originador deste dia
como o dia de descanso foi Elohim, o Poder, o Deus universal e criador de todas
as coisas (Gên. 2.2). A observação do sábado pelos homens, imitando a Deus,
transformou-se no sinal do Pacto Mosaico e no quarto dos dez mandamentos (Êxo.
cap. 19; 20.11). Embora originalmente fosse apenas um dia de descanso, o sábado
tomou-se dia sagrado (Êxo. 16.23). Ele passou a ser associado a festas solenes,
especialmente aquelas em dia de lua cheia (Amós 8.5; Osé. 2.13; Isa. 1.13). O
dia era comemorado, provavelmente, como um dia de louvor, adoração e oração
(Lev. 23.1-3).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 2-3.
O
quarto mandamento em si não tem a pretensão de ser a primeira promulgação do
sábado. Suas palavras introdutórias, “Lembra-te do dia de sábado” (Ex 20.8),
sugere que o sábado já era sido conhecido, mas foi esquecido ou era
negligenciado. O motivo dado no mandamento para a santificação do sábado foi o
exemplo de Deus ao terminar sua criação (20.9-11). O mandamento apontou de
volta para a instituição original do sábado.
O
quarto mandamento fez do sábado uma instituição distintamente hebraica. Fez
parte integral da aliança que Deus fez no Sinai com Israel. A aliança consistiu
dos “dez mandamentos” proclamados pelo próprio Senhor no monte (Dt 4.13;
5.2-21). O quarto mandamento tem uma posição central nesta aliança, servindo
como uma ponte de ligação entre aqueles mandamentos que têm a ver com
obrigações para com Deus e para com o homem.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 269.
3.
OS PATRIARCAS NÃO GUARDARAM O SÁBADO.
O
livro de Gênesis não menciona os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó observando o
sábado. Segundo Justino, o Mártir, Abraão e seus descendentes até o Sinai
agradaram a Deus sem o sábado (Diálogo com Trifão 19.5). Irineu de Lião diz que
Abraão, "sem circuncisão e sem observância do*sábado, acreditou em Deus e
lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de Deus" (Contra as
Heresias, Livro IV, 16.2). O sábado institucional não era mandamento nem havia
imposição sobre a sua observância; talvez, seja essa a razão de aos poucos ter
caído no esquecimento. A linguagem do quarto mandamento "Lembra-te do dia
de sábado" (Êx 20.8) reforça a ideia de que não se trata de uma
instituição nova, mas existente desde a criação.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 68.
A
palavra grega por detrás desse vocábulo é uma combinação de pater, «pai», e
archés, «cabeça», «chefe». Os patriarcas bíblicos são aqueles que são
considerados os fundadores da raça humana, Adão e Noé (este último através de
seus três filhos, Sem, Cão e Jafé; ver Gên. 10); ou então aqueles que foram
cabeças ou fundadores das doze tribos de Israel. O vocábulo também é aplicado a
Abraão, no Novo Testamento, em Heb. 7:4, por ser ele o fundador (progenitor) da
nação hebreia, sendo também o pai dos homens espirituais, tanto judeus quanto
gentios, que sigam com seriedade a vereda espiritual. Os filhos de Jacó são
chamados «patriarcas» em Atos 7:8,9 e Davi é denominado desse modo, em Atos
2:29. O período patriarcal é aquele período de tempo da formação da nação hebreia, antes da época de Moisés.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 112.
III. O SÁBADO LEGAL
1.
SIGNIFICADO.
O
sábado legal é exclusividade dos israelitas e nenhum povo da terra recebeu tal
responsabilidade, nem mesmo a Igreja (Êx 31.13- 17). A adoração no tabemáculo
acontecia semanalmente e isso justifica a instrução da lei do sábado na
presente seção que aborda a ordem do culto e demais serviços no tabemáculo. O
tema do sábado havia sido tratado por ocasião do maná (Êx 16.23-30) e no quarto
mandamento (Êx 20.8-11); no entanto, Javé retoma o assunto aqui para que o
presente preceito seja observado de maneira apropriada.
A
observância do sábado legal é perpétua, sob pena de morte para quem violar (vv.
14-6) e isso por se tratar de um sinal entre Javé e Israel (Êx 31.13, 17). Não
é mandamento para todos os povos nem para a Igreja. É o segundo sinal para os
israelitas, que já tinham a circuncisão como primeiro sinal desse concerto (Gn
17.10-14). Ao longo dos séculos, os judeus trataram esses dois preceitos com a
mesma atenção. O Decálogo registrado em Deuteronômio apresenta o sábado como
memorial da saída dos israelitas do Egito: "Porque te lembrarás que foste
servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e
braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia
de sábado" (Dt 5.15). O sábado legal é mandamento exclusivo para o povo de
Israel.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 68-69.
Êxo 31.12,13 Todos os
sábados ou descansos faziam parte da legislação sabática, com propósitos
comuns. Esses sábados, como uma unidade, tornaram-se o sinal do pacto mosaico
(ver as notas sobre Êxo. 19.1).
O sábado, antecipado
pela tradição sacerdotal (Êxo. 16.22-30), é aqui formalmente instituído no
Sinai”. Mas já vimos isso confirmado de maneira formal em Êxo. 20.8,9.
Ό sábado era um sinal
(vss. 13,17) do pacto que fez de Israel uma teocracia. Era um teste da
consagração da nação a Deus; se não fosse mantido santo, a consequência seria a
morte... Esse mandamento, declarado no decálogo (Êxo. 20.8), estava baseado no
fato de que Deus descansou, terminada a Sua obra de criação, em seis das (Êxo.
31.17)... O sábado assinalava Israel como o povo de Deus. A observância do
sábado mostrava que os israelitas foram separados (isto é, santificados) para
Deus” (John D. Hannah, in loc.).
Nas vossas gerações. Os
hebreus não antecipavam o fim de seus ritos, leis e cerimônias. Por isso, no
tocante ao tabernáculo, por todo o tempo achamos a insistência de que tudo
fosse observado de maneira perpétua.
O sinal da circuncisão
era menos distintivo, pois muitas nações praticavam-na. Mas o sábado foi uma
criação distintivamente judaica, pelo que servia muito bem de sinal.
Êxo 31.17 É sinal para
sempre. Conforme foi dito e anotado no vs. 13. Aqui a alusão é a como Yahweh
deu um sinal, por ocasião da criação. Elohim trabalhou durante seis dias, e,
então, descansou ao sétimo. A lei do sábado remonta àquela ocasião, como um
precedente bíblico (ver Gên. 2.2,3), e agora tomava-se o sinal do pacto
mosaico. Foi assim que o sinal original tomou-se um novo sinal. A teocracia foi
estabelecida com base nesse sinal. Ele separou para Si mesmo um povo santo.
Uma relação especial
entre Deus e o Seu povo era inerente e potencial desde a criação. E agora essa
potencialidade era aplicada ao pacto mosaico. A lei da criação serviu de raiz
do que agora acontecia. Havia a raiz e o tronco da árvore, e ambas as coisas
demandavam a lei do sábado. Nisso era pre- visto o bendito descanso final, a
bem-aventurança do céu. Ver Heb. 4.1,3-5,8-11. O verdadeiro descanso
espiritual, em Cristo, é espiritual em sua realização, que se dá na salvação da
alma.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
Deus dissera a Moisés
que o sábado era um sinal (17; cf. 13) entre mim e os filhos de Israel. O
primeiro sinal dado a Israel foi a circuncisão; agora, Deus adiciona o sinal do
sábado como marca distintiva do seu povo. Este sinal do sábado distinguia
Israel das outras nações mais que a circuncisão, porque “nenhuma outra nação
jamais o adotou.
Persistiu nos tempos
romanos a marca e insígnia do judeu”.
Tornou-se um “vínculo sacramental”
entre Israel e Deus. Nas vossas gerações (13; cf. 16) significa “por todos os
séculos” (Moffatt; cf. NTLH).
Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon.
Êxodo. Editora CPAD. pag. 224.
Êxo 31.13. Certamente
guardareis os meus sábados, pois é sinal. Quanto ao dia de descanso, consultar
16:23; 20:8; 23:12. Aqui, contudo, o descanso semanal é revestido de
significado especial por ser um sinal (como os pães asmos, 13:9) entre Deus e
Israel, uma lembrança de seu relacionamento especial com Deus. Para Israel, a
circuncisão era o grande “ sinal da aliança” feita com seu ancestral Abraão (Gn
17:11). Tal como a circuncisão, o sábado parece ter sido observado até certo
ponto em outras nações semitas (pelo menos como um “ dia azarado” para negócios
e por isso evitado): apenas em Israel, entretanto, segundo se sabe, ele possui
este significado religioso especial. Talvez a ordem com respeito ao sábado
apareça aqui para lembrar que, mesmo na construção do Tabernáculo, o sábado
deveria ser observado (segundo Hyatt).
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 204.
Gn 17.11 “Mediante esse
símbolo, Deus impressionou-os com a impureza da natureza e com a dependência a
Deus para a produção de toda forma de vida. Eles deveriam reconhecer e lembrar
que: a. toda impureza nativa deve ser rejeitada, sobretudo no casamento; b. a
natureza humana é incapaz de gerar a semente prometida. Os israelitas que se recusassem
a deixar-se cortar fisicamente desse modo, seriam cortados (separados) dentre 0
povo (vs. 14), por motivo de desobediência ao mandamento de Deus” (Allen P.
Ross, in loc.). E assim, essa operação tornou-se emblema de separação pessoal e
de distinção entre aqueles que pertenciam e aqueles que não pertenciam ao
pacto. O termo é usado em sentido metafórico em Deuteronômio 30.6, onde lemos
sobre corações circuncisos. Paulo usou essa metáfora (Rom. 2.28,29; cf. Rom.
4.11). A incredulidade é como ter 0 coração incircunciso (Jer. 9.26; Eze.
44.7-9).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 128.
E será um sinal. leoth,
por um sinal das coisas espirituais, pois a circuncisão feita na carne foi
projetado para significar a purificação do coração de toda a injustiça, como
Deus mostrou particularmente na própria lei. Veja Deuteronômio 10:16, ver
também;Romanos 2:25-29; 2:11. E foi um selo de que a justiça ou justificação
que vem pela fé, Romanos 4:11. Que alguns dos judeus tinham uma noção apenas da
sua espiritual intenção, é claro de muitas passagens nas paráfrases Caldeu e os
escritores judeus. Me emprestar uma passagem do livro Zohar, citado por
Ainsworth: "Em que momento um homem é selado com este selo santo (da
circuncisão), a partir daí, ele vê o santo louvou a Deus corretamente, e a alma
santa está unida a ele se ele não seja digno, e não guarda este sinal, o que
está escrito? Ao sopro de Deus perecem , Jó 4:9), porque este selo do santo
louvou a Deus não foi mantido. Mas, se for digno, e mantê-lo, o Espírito Santo
não está separado dele. "
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
2.
O SÁBADO DO DECÁLOGO.
O
quarto mandamento é o mais longo do Decálogo e difere dos três primeiros, cuja
formulação é negativa. O versículo 8 introduz o mandamento positivo que impõe a
obrigação de santificar o sábado, e o versículo 9 fala sobre a obrigação de
trabalhar seis dias. Isso se repete no sistema mosaico (Êx23.12; 31.13-17;
34.21; Lv 23.3), mas aqui aparece também a formulação negativa. Quando Moisés
no seu discurso em Deuteronômio repete o Decálogo substitui o verbo hebraico
usado para "lembrar" zãchor,n "recordar, lembrar", por
outro, "guardar", shãmôr, "guardar, cuidar, vigiar",
quando diz: "Guarda o dia de sábado" (Dt 5.12). Os dois verbos estão
no infinitivo absoluto, que tem função de um forte imperativo, bastante comum
em leis e mais próximo de um futuro cominatório, ameaçador. O propósito do uso
deste verbo "lembrar" aqui em Êxodo é manter o sábado como dia santo.
Isso mostra que o povo já conhecia esse dia, mas parece que a sua observância
não era levada a sério antes da revelação do Sinai. As palavras "como te
ordenou o SENHOR, teu Deus" (Dt 5.12b) não aparecem em Êxodo e são uma
referência ao Sinai, quando a lei foi promulgada, visto que Moisés está
relatando um fato acontecido no passado.
Fica
evidente que houve um sábado antes da promulgação da lei. Muitos acreditam que
o verbo "lembrar" se refere ao relato do maná no deserto (Êx
16.22-30). Isto fica claro pelo fato de que "a maneira incidental em que a
matéria é introduzida e a repreensão do Senhor pela desobediência do povo
sugerem que o sábado já era previamente conhecido" (TENNEY, vol. 5, 2008,
p. 267). No entanto, segundo o rabino Benno Jacob, "lembrar" aqui não
tem conotação de "não esquecer", como aconteceu com o evento do maná,
mas de um "memorial do passado para estabelecer um relacionamento especial
para o futuro" (1992, p. 563).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 67.
Êxo 20.8. Lembra-te do
dia de sábado. Compare 16:23,26. O mandamento sobre o dia de descanso é o
primeiro a ser formulado positivamente, embora ainda breve e apodíctico. O
versículo 12 contém o único outro mandamento positivo na lista, embora no
restante da lei esta forma não seja incomum (uma forma de mandamento positivo
intimamente relacionada se encontra em Gn 9:6). Esta mudança de um mandamento
negativo para outro positivo não é desconhecida em códigos antigos, mas se
quisermos descobrir uma forma negativa para este mandamento, por amor à
coerência, ela se encontra no versículo 10, “ não farás nenhum trabalho” .
Deuteronômio 5:12 é bem semelhante ao versículo 8, embora empregue “ guardar”
em lugar de “ lembrar” . Por outro lado, a razão apresentada em Deuteronômio
para a observância do sábado é completamente diferente, como veremos no
versículo 11.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 151.
Lembrando
o sábado, a fim de mantê-lo santo. O sábado era um dia de descanso e de
observâncias espirituais. Se Paulo admitia que podemos observar dias especiais,
ele jamais obrigou outros cristãos a fazerem o mesmo. A Igreja, ou suas várias
denominações, têm o direito de observar o domingo como se fosse um sábado ou
descanso, embora não haja muito para recomendar essa circunstância, sobretudo
se isso for feito em uma atitude legalista. É elogiável que a Igreja tenha
dedicado um dia da semana (o domingo) para adoração e culto religiosos
especiais, comemorando a ressurreição de Cristo. Mas isso não transforma o
domingo em um “sábado cristão”.
A
primeira espiritualização do versículo à nossa frente consistiu em afirmar
enfaticamente a necessidade que temos de observâncias religiosas comunais, em
um esforço grupal como uma igreja ou uma denominação, visando a honrar a Deus
com o nosso tempo, de maneira sistemática e planejada. É bom observarmos pelo
menos um dia por semana para essa finalidade e para descansar do trabalho
secular.
O
sábado foi instituído antes da lei mosaica. Ver Gên. 2.3.
Os
reformadores do século XVI, ao ab-rogarem teologicamente o sábado,
substituíram-no pelo domingo; mas fizeram deste um sábado para todos os
propósitos práticos. A medida pode ter sido prática, mas não exibiu uma boa
teologia. O sábado é uma contribuição distinta da religião dos hebreus. Era o
sinal do pacto mosaico. Mas, sob a graça, na qual estamos, não há qualquer
necessidade desse sinal, pelo que não há nenhum preceito ou exemplo de guarda
do sábado por parte da Igreja cristã.
A
desobediência a esse quarto mandamento traria juízo contra os israelitas
desobedientes, a saber, a punição capital.
Para o
santificar. Em outras palavras, como um descanso santificado (Êxo. 16.23), em
que os israelitas deveriam aproveitar a oportunidade para dedicarem-se ao culto
e ao serviço religiosos. A provisão principal era o descanso, e podemos presumir
que eles aproveitavam o ensejo para finalidades religiosas. Posteriormente, na
sinagoga, sem dúvida assim acontecia. Ver também Êxo. 20.11; 23.12 e Deu.
5.14,15.
Tipo.
O descanso do sábado era tipo do futuro descanso do crente, em Jesus Cristo, ou
seja, a salvação eterna. Ver Heb. 4.1,3-5,8-11.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 391-392.
O
quarto mandamento do Decálogo. O quarto mandamento em si não tem a pretensão de
ser a primeira promulgação do sábado. Suas palavras introdutórias, “Lembra-te
do dia de sábado” (Ex 20.8), sugere que o sábado já era sido conhecido, mas foi
esquecido ou era negligenciado. O motivo dado no mandamento para a santificação do sábado foi o exemplo de Deus ao terminar sua criação (20.9-11). O mandamento
apontou de volta para a instituição original do sábado.
O
quarto mandamento fez do sábado uma instituição distintamente hebraica. Fez
parte integral da aliança que Deus fez no Sinai com Israel. A aliança consistiu
dos “dez mandamentos” proclamados pelo próprio Senhor no monte (Dt 4.13;
5.2-21). O quarto mandamento tem uma posição central nesta aliança, servindo
como uma ponte de ligação entre aqueles mandamentos que têm a ver com
obrigações para com Deus e para com o homem.
Os Dez
Mandamentos são prefixados por uma declaração de que Deus havia tirado Israel
da terra do Egito (Ex 20.2; Dt 5.6). Estas palavras podem ser aplicadas em seu
sentido literal apenas aos filhos de Israel. O estilo dos mandamentos em si
também indica que eles eram especificamente dados aos israelitas. O quinto
mandamento contém uma promessa de longevidade na terra que o Senhor estava
prestes a dar a Israel (Êx 20.12; Dt 4.16). Semelhantemente, a versão
deuteronômica do quarto mandamento apresenta a libertação de Israel da servidão
no Egito como a principal razão para a observância do sábado (Dt 5.15). Guardar
o sábado é declarado, em outro lugar, como um sinal da obediência de Israel a
Deus (Êx 31.13; cp. Ne 9.14). Serve para distinguir Israel das outras nações.
Não pode haver dúvida de que em seu contexto e aplicação originais a ordenança
sabática era uma lei intencionada apenas para o povo de Israel.
Ao
mesmo tempo, é evidente que o quarto mandamento contém princípios que são
aplicáveis a todos os povos. Ele reconhece a obrigação moral do homem de adorar
seu Criador, para o que tempos e lugares determinados para a adoração são
necessários, assim como a cessação das ocupações comuns da vida. Reconhece
também a necessidade básica do homem de um dia semanal de descanso. A história
do homem tem demonstrado sua necessidade de recuperação de suas energias
físicas e mentais uma vez a cada sete dias, assim como também sua necessidade
de ter um dia da semana separado para a devoção e instrução espirituais. O
mandamento sabático fez provisões para estas necessidades dos antigos
israelitas.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 269.
3. PROPOSITO.
A
instituição do sábado legal no Decálogo tinha o propósito duplo, social e
espiritual, de cessar os trabalhos a cada seis dias de labor para dar descanso
aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia inteiro para adoração a Deus:
Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar.
Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra,
mas o
sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem
o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Porque
em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao
sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o
santificou (Êx 20.8-11).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 66.
Sua
referência e propósito. Depois do relato da criação, o sábado é a próxima
referência que aparece em relação à dádiva do maná (Êx 16.23-30), e depois no
Sinai quando se tornou parte do Decálogo (Êx 20.8-11). Deus ordenou a guarda do
sábado como sinal de sua aliança e do seu relacionamento com Israel (Êx
31.12-17; Ez 20.12,20). Dessa forma, ele representava o selo da aliança Mosaica
(cf. Is 56.4,6), e correspondia à circuncisão como o selo da aliança com Abrão
(cf. Gn 17.11).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 1710.
Dt 5.15 Porque te lembrarás. Este versículo
não tem paralelo no livro de Êxodo. É aqui adicionada outra razão para a
observância do sábado. A observância do sábado era uma espécie de repetição do
espírito da observância da Páscoa, da mesma maneira que a Ceia do Senhor nos
faz relembrar de Sua morte e ressurreição. No Egito, Israel só tinha trabalho
forçado a fazer. Mas Deus lhes deu descanso quando os livrou daquele pais.
Assim também, a salvação em Cristo nos outorga descanso espiritual.
O trecho de Êxodo. 20.11 elabora de forma
diferente a ilustração sobre a guarda do sábado, a saber, 0 fato de que, por
ocasião da criação, Deus trabalhou por seis dias e então descansou da criação,
no sétimo dia. Este texto, porém, não inclui essa elaboração.
Naturalmente, o mandamento sobre o sábado não
é repetido no Novo Testamento; mas os trechos de Romanos 14.5,6 e Colossenses
2.16,17 quase certamente mostram que o crente não está sob a obrigação de
observar o sábado. Esse era o sinal do Pacto Mosaico, o qual foi anulado pelo
Novo Pacto, sob o qual vivemos.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 779.
A razão apresentada no versículo 15 para a
observância do sábado é diferente daquela apresentada em Êxodo 20: 11. Aqui o
propósito é a recordação da libertação do Egito. Se Israel recordasse seus
próprios dias de servidão, seria estimulado a tratar com misericórdia qualquer
homem, mulher ou animal envolvido em serviço diário (cf. 15: 15; 16: 12; 24:
18, 22). Em Êxodo a razão oferecida é que o sábado fora um dia santo desde a
criação (Êx 20: 11; cf. Gn 2: 2, 3). Havia assim duas boas razões para a guarda
do sábado. Este mandamento tem apresentado muitos problemas para os cristãos.
As declarações de Jesus (Mc 2: 27, 28) de que o sábado fora feito por causa do
homem e não o homem por causa do sábado, e que Ele, o Filho do Homem, era
Senhor do sábado, removeram para sempre a lei das restrições doentias impostas
pelos rabis. A observância do domingo pelo cristão é, obviamente, não a guarda
do sétimo mas do primeiro dia, tendo, portanto, a natureza de um novo
mandamento baseado numa nova aliança. É, contudo, o “cumprimento” do antigo mandamento.
O primeiro dia da semana nos oferece oportunidade de comemorar a ressurreição
de Cristo, que nos possibilitou a libertação da servidão ao pecado (cf.
versículo 12), e a renovação da vida por meio de uma nova criação (cf. Êx
20:10,11).
I. A. Thompson. Deuteronômio Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 42.
IV. UM PRECEITO CERIMONIAL
1.
O SACERDOTE NO TEMPLO.
Ele
recorda um exemplo diário dos sacerdotes, que, da mesma maneira, eles liam na
lei, e segundo a qual era o costume comum (v. 5). Os sacerdotes no templo realizavam
uma grande quantidade de trabalhos servis no sábado judaico; matando, esfolando
e queimando os animais sacrificados, o que, em uma situação normal, seria
profanar o sábado judaico; ainda assim, isto nunca foi reconhecido como
transgressão ao quarto mandamento, porque o serviço do templo o exigia e
justificava. Isso dá a entender que no sábado judaico são lícitos os trabalhos
que são necessários, não apenas para o sustento da vida, mas para a adoração;
como tocar um sino para convocar a congregação, ir até ao templo e coisas semelhantes.
O descanso do sábado deve promover, e não impedir, a adoração no sábado.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 148.
Mt
12.5 Ou não lestes na lei. Novamente Jesus usa as próprias Escrituras judaicas
para apresentar outro argumento. No primeiro argumento ele se utilizou do
exemplo de Davi, homem que era considerado piedoso e isento de culpa por haver
comido dos pães reservados exclusivamente aos sacerdotes. Neste segundo
argumento, Jesus mostra que os próprios sacerdotes, em suas tareias no templo,
trabalhavam em dia de sábado. A preparação dos sacrifícios era trabalhosa. Era
mister abater o animal, esfolá-lo em pedaços, além de muitos outros serviços
relativos ao expediente no templo. Ver Êxo. 29:38 e Núm. 28:9. Também se
permitia aos sacerdotes prepararem o pão em dia de sábado. Os sacerdotes eram
isentos das leis cerimoniais do sábado, porque o serviço deles era realizado no
templo, e eles eram os homens nomeados justamente para tais serviços. Jesus
mostra que o trabalho manual, no sábado, não é pecado por si mesmo, porquanto
há pessoas livres dessa lei. De fato, nos dias do V .T., as bênçãos recebidas
na adoração levada a efeito no templo só se tornavam possíveis devido ao
trabalho manual de alguns homens; e em parte esse trabalho era necessário para
o bem-estar espiritual do povo. Precisamos lembrar que, provavelmente, os
sacerdotes circuncidavam a muitos infantes em dia de sábado, porquanto a lei
requeria que a circuncisão tivesse lugar no oitavo dia de vida da criança. Sem
dúvida muitas crianças completavam seu oitavo dia de vida no sábado. Isso serve
de outra prova de que o trabalho manual em dia de sábado, por si mesmo, não é
condenável e que há considerações mais importantes do que observar um dia de
descanso em um dia determinado da semana.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 383.
Êxo 12.5,6
Jesus respondeu à acusação dos fariseus com uma segunda resposta, usando um
exemplo dos sacerdotes que serviam no Templo. Novamente Jesus repetiu a
pergunta - “Não tendes lido na lei de Moisés?” - para mostrar a estes fanáticos
fariseus que embora eles soubessem de memória a lei, na verdade não a tinham compreendido.
Os Dez Mandamentos proíbem o trabalho aos sábados (Êx 20.8-11). Isto era o que estava
“escrito” na lei. Mas como o objetivo no sábado é descansar e adorar a Deus, os
sacerdotes tinham que realizar sacrifícios e conduzir cultos de adoração - em
resumo, eles tinham que trabalhar. O seu “trabalho de sábado” era servir e adorar
a Deus, o que Deus permitia. Desta forma, mesmo que eles teoricamente não
observassem o sábado, Deus os considerava inocentes. Da mesma maneira como as
obrigações dos sacerdotes no Templo superam os regulamentos do sábado a
respeito do trabalho, também o ministério de Jesus transcende o Templo. Os fariseus
estavam tão preocupados a respeito dos rituais da religião que se esqueceram do
propósito do Templo — trazer as pessoas a Deus. Como Jesus Cristo é maior do
que o Templo, Ele pode trazer as pessoas a Deus de uma forma muito melhor. O nosso
amor e a nossa adoração a Deus são muito mais importantes do que os instrumentos
de adoração criados pelos homens.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 1. pag. 80.
2.
A CIRCUNCISÃO NO SÁBADO.
Jo 7:22,23
O que Jesus procurava provar?
1.
Eles mesmos já haviam dado resposta para o problema do sábado. Permitiam certos
atos, obras ou ações misericordiosos. Por exemplo, a circuncisão, ainda que o
oitavo dia de vida de uma criança caísse num sábado. Ver Shabbath 18:3, Yoma
85b.
2. O
pacto abraâmico tinha por fito levar uma nação toda à salvação, e seu sinal era
a circuncisão. (Ver notas em Luc. 1:73 sobre esse pacto). O pacto abraâmico
servia de meio de comunicação da misericórdia divina. Ora, se um ato
misericordioso era permitido, por que não outros? Os atos de misericórdia não
precisam esperar pelo domingo.
3. A
circuncisão afetava apenas um membro do corpo. As curas miraculosas de Cristo
visavam ao homem inteiro, e não um único membro. Assim, Jesus indicou que seus
milagres eram muito mais poderosos, em seus efeitos, que a circuncisão. Por
que, pois, haveria oposição a seus milagres em dia de sábado, quando atos
misericordiosos menores não sofriam oposição?
4. Se
a circuncisão, que fazia um homem tornar-se judeu, tinha um bom efeito (embora
aplicada a apenas um membro do corpo), quanto mais beneficiaria a um sei humano
o poder miraculoso de Cristo!
Três
modalidades de lei estão subentendidas neste texto: 1. A eterna lei ética de
Deus, um reflexo das perfeições de sua natureza moral. (Incluindo atos de
misericórdia, como extensão de seu amor para com os homens). 2. A lei
patriarcal, que era antecedente à lei de Moisés. 3. A lei de Moisés, que devia
ser respeitada e observada, mas que, em alguns casos pelo menos (como na
questão da circuncisão), podia ser ultrapassada pela tradição patriarcal e,
certamente, pela lei eterna.
Naturalmente
nestes versículos temos um reflexo da primitiva polêmica cristã contra os
judeus de tendências legalistas, pois, quando este evangelho foi escrito, a
questão da observância do dia de sábado era motivo de conflito entre os
cristãos e os israelitas, e também entre os cristãos mais ortodoxos e os
cristãos legalistas, circunstâncias essas que provocaram a escrita da epístola
do apóstolo Paulo aos Gálatas. (O trecho de Gál. 3:17, igualmente, subordina a
lei à promessa ou provisões patriarcais. Quanto à questão do sábado e quais
pontos de vista os crentes precisam ter a respeito, ver as notas em Rom.
14:5,6. O trecho de Mat. 12:1-8 apresenta outros argumentos de Jesus
concernentes à controvérsia acerca do sábado, que era um dos temas mais
disputados com os judeus, e uma das razões que eventualmente provocaram a sua
morte).
A
extensão em que essa controvérsia serviu de meio para a sua morte, fica subentendida
no vs. 23, que diz »...vos indignais contra m im ...» Encontramos aqui a única
ocorrência da palavra, em todo o N.T., que no grego significa «fel». O verbo
estar bilioso, com o sentido de ira amarga e profunda.
Um
sumário dos elementos da interpretação desses versículos é o seguinte: 1. Fica
exigido o bom senso na interpretação da lei sabática. 2. O sábado foi
instituído por causa do homem e não o homem por causa do sábado, princípio esse
que, por si mesmo, elimina as interpretações apressadas que alguns atribuíam ao
sábado. 3. O relaxamento das exigências sobre a lei sabática tinha precedente
tanto nos patriarcas como nos escritos do A.T. (em Moisés), e até mesmo nas
interpretações rabínicas (na Torah). 4. A interpretação dada por Jesus
ultrapassava qualquer compreensão judaica sobre a lei, fundamentada como estava
na lei eterna, que tem precedente acima da lei de Moisés e que permite qualquer
ato de misericórdia, ainda que não seja urgente, a ser realizado em dia de
sábado.
5. As
suas curas curavam inteiramente o corpo e levavam as almas dos homens de volta
ao Senhor Jesus, coisas essas que a circuncisão física não podia realizar. 6.
Por conseguinte, os atos de misericórdia podem e devem ser efetuados até mesmo
em dia de sábado; embora sejam certa forma de trabalho, são desejáveis, e
certamente não envolvem mal moral algum; pelo contrário, revestem-se de bem
definido benefício espiritual.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 383.
Jo 7.21-24
Por Jesus estar em Jerusalém, Ele muito provavelmente estava se referindo ao milagre
descrito em 5.1-15 - a cura do homem paralítico. Jesus mencionou que havia
curado no sábado, o ponto de controvérsia em torno do milagre. Jesus lembrou
outra vez as pessoas de que as prioridades espirituais delas estavam erradas.
Ele notou que, de acordo com a lei de Moisés, a circuncisão deveria ser
realizada oito dias depois do nascimento de uma criança (Gênesis 17.9-14;
Levítico 12.3). Este rito demonstrava a identidade dos judeus como parte do
povo da aliança de Deus. Se o oitavo dia depois do nascimento caísse em um
sábado, eles ainda assim realizavam a circuncisão (embora isto fosse
considerado trabalho). Referindo-se a Abraão realizando a circuncisão, Jesus
estava indicando uma autoridade e princípio anterior a Moisés. Curando uma
pessoa por completo, Jesus demonstrou que o seu poder criador era igual ao de
Deus, e superior ao de Moisés.
A
questão era que, embora os líderes religiosos permitissem certas exceções às
leis do sábado, eles não permitiam nenhuma a Jesus, que simplesmente mostrava
compaixão por aqueles que necessitavam de cura. Ele demonstrou a partir das
próprias práticas deles que eles iriam invalidar uma lei quando duas leis
cerimoniais entrassem em conflito.
Mas os
líderes judeus estavam tão absorvidos por suas ordenanças sobre guardar o
sábado, que não eram capazes de enxergar a verdadeira intenção das ações de
Jesus. A adesão deles às suas próprias tradições superficiais e obstinadas
faria com que eles perdessem de vista o Messias, que as suas Escrituras retratavam.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 1. pag. 531.
UM ARGUMENTO SÁBIO João
7:19-24
Antes de analisar esta
passagem detalhadamente, devemos assinalar um elemento. Devemos imaginar esta
cena como uma discussão entre Jesus e as autoridades judaicas rodeadas pela
multidão. A multidão ouve o desenvolvimento da discussão. Jesus se propõe
justificar sua ação ao ter curado o paralítico no sábado, pelo qual desobedeceu
a Lei sabática. Começa afirmando que Moisés lhes deu a Lei do sábado e que, no entanto,
nenhum deles a observa de modo absoluto e literal. Em seguida veremos o que
quis dizer com isto. Se ao curar um homem Ele desobedece a Lei, por que eles,
que também desobedecem a Lei sabática, querem matá-lo? Neste momento, é a
multidão que interrompe com a exclamação: "Estás louco!" e a
pergunta: "Quem quer te matar?" A multidão ainda não percebeu o ódio
maligno de suas autoridades: ainda não sabem nada dos planos para eliminá-lo.
Lembremos que esta passagem pertence em realidade ao capítulo 5 e não ao 7.
Crêem que Jesus tem uma mania persecutória, que sua imaginação está perturbada
e sua mente alterada; e crêem todo isso porque não conhecem os fatos. Jesus não
respondeu à pergunta da multidão. Em realidade não se tratava de uma pergunta;
era a interjeição de um espectador. Jesus prossegue com a exposição de seu
argumento.
Seu argumento é o
seguinte. A Lei dizia que era preciso circuncidar os meninos no oitavo dia do
nascimento. “E, no oitavo dia, se circuncidará ao menino” (Levítico 12:3). É
evidente que com freqüência o oitavo dia caía no sábado. E a lei estabelecia
com toda clareza que "podia-se fazer todo o necessário para a circuncisão
no sábado." Isto está expresso com as mesmas palavras na Mishna que é a
codificação da Lei dos escribas.
De maneira que o
argumento de Jesus expressa o seguinte:
"Vocês dizem que
observam com exatidão a Lei que receberam de Moisés. Dizem que observam a Lei
que expressa que não se pode fazer nenhum trabalho no dia de sábado, e com o
título de trabalho vocês incluíram todo tipo de atenção médica que não seja
necessária para salvar uma vida. E entretanto, vocês mesmos permitiram que se
leve a cabo a circuncisão no dia de sábado. Agora, a circuncisão são duas coisas.
É uma atenção médica a uma parte do corpo de um homem, e o corpo tem duzentas e
quarenta e oito partes. (Esse era o cálculo que faziam os judeus.) Mais ainda,
a circuncisão é um tipo de mutilação; implica tirar algo do corpo. Como podem
me culpar com razão por curar todo o corpo de um homem; e como podem me culpar
por tornar o corpo de um homem em algo são e completo quando vocês mesmos o
mutilam no dia de sábado?"
Trata-se de um
argumento extremamente elaborado e inteligente. Se for legal fazer uma operação
que mutila o corpo no dia de sábado, não pode ser ilegal levar a cabo uma
operação que cura o corpo. De maneira que Jesus termina dizendo que busquem
olhar além da superfície das coisas, que busquem julgar com justiça; e se o
fazem já não poderão acusá-lo de quebrantar a lei.
Pode ser que uma
passagem deste tipo nos pareça algo remoto, mas o certo é que quando lemos uma
passagem assim vemos em ação a mente aguda, clara, profunda e lógica de Jesus,
e o vemos enfrentar os homens mais sábios e inteligentes de sua época com suas
próprias armas e em seus próprios termos; e podemos ver como os vence.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. JOÃO. pag. 263-264.
V. O SENHOR DO SÁBADO
1.
O SÁBADO E A TRADIÇÃO DOS ANCIÃOS.
A
observância do sábado nos dias do ministério terreno de Jesus havia se tornado
externa e formal. As autoridades religiosas de Israel haviam criado muitas
restrições e estabeleceram regras meticulosas. A Mishnah, antiga literatura
religiosa dos judeus, nos tratados Shabbat e Erub, registra minúcias de como o
sábado deve ser observado. A tradição dos anciãos criou 39 proibições
concernentes ao sábado. Por essa razão, o Senhor Jesus entrou diversas vezes em
conflito com os escribas e fariseus. Uma delas aconteceu quando ele defende os
seus discípulos por colherem espigas no sábado (Mt 12.1-5).
1
Naquele tempo, passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos,
tendo fome, começaram a colher espigas e a comer. 2 E os fariseus, vendo isso,
disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num
sábado. 3 Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve
fome, ele e os que com ele estavam? 4 Como entrou na Casa de Deus e comeu os
pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam,
mas só aos sacerdotes? (Mt 12.1-4).
A
passagem paralela aparece em Marcos 2.23-26 e Lucas 6.1-4. Em todas elas, o
Senhor Jesus mencionou um trecho do Antigo Testamento em que Davi comeu o pão
da proposição na casa do sacerdote Abiatar, quando estava sob a perseguição de
Saul (1 Sm 21.6). Assim, ele colocou a guarda do sábado na mesma categoria do
preceito cerimonial. A lei proibia que estranhos comessem do pão sagrado da
proposição, o qual era restrito aos sacerdotes (Êx 29.33; Lv 22.10). Jesus foi
além e disse que os sacerdotes no templo podiam violar o sábado e ficar sem
culpa (Mt 12.5). Um mandamento moral é obrigatório por sua própria natureza.
Não existe concessão para preceitos morais; aqui, a vida está acima do sábado.
Em
outra ocasião, o Senhor Jesus torna a considerar o sábado um preceito
cerimonial com base na própria lei de Moisés. Ele nem precisou reivindicar a
sua autoridade de Filho de Deus e Messias, ao lembrar às autoridades religiosas
que a circuncisão de uma criança pode ser feita num dia de sábado. A lei
prescreve que o menino deve ser circuncidado no oitavo dia de seu nascimento
(Lv 12.3). Jesus disse que a circuncisão pode ser feita mesmo quando o oitavo
dia coincide com sábado (Jo 7.22, 23).
Jesus
declarou: "O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa
do sábado" (Mc 2.27). Muitos comparam essas palavras a uma frase do
Talmude creditada ao rabi Simeon ben Menasya, cerca de 180 d.C.: "O sábado
foi dado a vocês, não vocês entregues a ele". A interpretação judaica diz respeito
à permissão da quebra do sábado em casos especiais, como a vida em perigo. Mas
o que Jesus disse significa que os seres humanos não foram criados para
observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício humano. Ele não
disse que o sábado foi feito por causa dos judeus ou de Israel, mas por causa
de todos os seres humanos. O sábado legal, do Decálogo, foi dado a Israel como
sinal entre Javé e os israelitas (Êx 31.13, 17; Dt 5.15; Ez 20.12). Aqui, o
Senhor Jesus se refere ao sábado institucional que Deus estabeleceu para o
bem-estar e gozo de todos os seres humanos, e isto está acima de observância
meticulosa do sábado.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 69-71.
No
período entre o Antigo e o Novo Testamento, ocorreu uma radicalização na
celebração do sábado. Na época dos macabeus, muitos preferiam morrer a deixar
de celebrar o sábado. Soldados recusavam-se a defender a si mesmos e ao próprio
povo naquele dia (I Macabeus 2.32-38; II Macabeus 6.11). A tradição judaica
posterior permitia que o dia deixasse de ser observado sob circunstâncias de vida
ou morte. Perigos que ameaçassem à vida poderiam ser encarados de maneiras que
violassem a manutenção da tradição sabática (Yoma 8.6). Mas nem todas as
facções do judaísmo seguiram as diretrizes de liberalização. Materiais
encontrados no Qumran mostram que os fazendeiros não podiam realizar no sábado
atos que preservassem a vida de animais durante parturições complicadas. Se a
mãe ou sua cria morresse, o acontecimento era considerado um ato de Deus.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 3.
No
início do período do NT o verdadeiro significado do sábado havia sido
obscurecido pelas numerosas restrições postas sobre sua observância. A
observância do sábado se tomou basicamente extemo e formal. Os homens se
tomaram mais preocupados com a observância meticulosa de um dia do que com as
necessidades pungentes dos seres humanos. Era inevitável que Jesus entrasse em
conflito com os líderes judeus por causa do sábado. Era costume de Jesus
visitar a sinagoga aos sábados (Lc 4.16; cp. Mc 1.21; 3.1; Lc 13.10). Em seus
ensinamentos ele confirmou a autoridade e validade da lei do AT (Mt
5.17-20;
15.1
-6; 19.16-19; 22.3 5-40; Lc 16.17). Sua ênfase, todavia, não era em uma
observância extema da lei, antes num cumprimento espontâneo da vontade de Deus
que está por baixo da lei (Mt 5.21-48; 19.3-9). Jesus procurou esclarecer o
verdadeiro sentido do sábado mostrando o propósito original da sua instituição:
“O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do
sábado” (Mc 2.27).
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 271.
2.
JESUS É O SENHOR DO SÁBADO (MC 2.28).
A
frase "Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor" (Mc 2.28) e as
passagens paralelas (Mt 12.8; Lc 6.5) são disputadas pelos expositores do Novo
Testamento. Há duas linhas principais de interpretação: a) a autoridade sobre o
sábado foi conferida aos seres humanos, e b) trata-se do próprio Senhor Jesus.
A primeira nos parece menos aceitável porque Deus nunca delegou autoridade sem
limites aos humanos e, também, porque a expressão grega ho huios tou anthrõpos,
"o Filho do Homem", no singular, é título messiânico e não relativo a
humanos. Está claro que Jesus se referia a si mesmo. Esta é a melhor
interpretação. Ele revelou seu poder e sua autoridade sobre as enfermidades,
sobre a natureza, sobre todos os poderes das trevas, sobre a morte e o inferno;
assim, nada mais natural ser mesmo o Senhor do sábado. O sábado veio de Javé e
somente ele tem autoridade sobre a instituição. Então, não há outro no universo
investido de tamanha autoridade, senão o Filho de Deus.
Mais
uma vez, o Senhor Jesus Cristo apresenta o profeta Oseias como autoridade para
fundamentar seu ensino (Mt 12.7; Os 6,6). Ele acrescentou ainda que é
"lícito fazer bem nos sábados" (Mt 12.12). Isso o próprio Jesus o fez
(Mc 3.1-5; Lc 13.10- 13; 14.1-6; Jo 5.8-18; 9.6, 7, 16), e nós também devemos
fazer o bem, não importa qual seja o dia da semana. Como o sábado do relato da
criação, não é regra legal opressiva; é chamado de sábado institucional que se
transferiu para o domingo por causa da ressurreição de Jesus, mas não como
mandamento.
Assim,
como nada há no Novo Testamento que indique a sua observância, isso por si só
mostra que o quarto mandamento não é um preceito moral. Esta interpretação é corroborada
pelo fato de nem Jesus nem os apóstolos ensinarem a guarda do sábado. O sábado
não foi mencionado quando Jesus citou os mandamentos para o moço rico (Mt
19.17-19). Toda a lei se resume no amor a Deus e ao próximo (Mt 7.12; 22.40; Mc
12.31; Rm 13.10).
O
apóstolo Paulo omitiu o quarto mandamento (Rm 13.9). Ele considerava retrocesso
espiritual guardar dias, meses e anos (G1 4.10, 11). Os primeiros cristãos eram
judeus de origem e era natural para eles observar os serviços da sinagoga;
ainda hoje, muitos judeus que são convertidos à fé cristã preferem não abrir
mão de sua identidade judaica, principalmente aqueles que residem em Israel. É
mais uma questão cultural. Paulo via o sábado e os preceitos dietéticos, o
kashrut, como mera opção pessoal. E, mesmo não havendo prova de que o apóstolo
distinguisse preceitos morais e cerimoniais, aqui ele coloca o sábado e o
kashrut na mesma categoria (Rm 14.1-6). Segundo Paulo, o antigo concerto foi
abolido (2 Co 3.7-14) , incluindo o sábado (Os 2.11). De fato, isso já era
anunciado desde o Antigo Testamento (Jr 31.31-34).
Paulo
disse que Jesus riscou na cruz "a cédula que era contra nós nas suas
ordenanças" (Cl 2.14). O substantivo grego para "cédula" é cheirgraphon,
um hapax legomenon, literalmente, "escrito à mão”. É um documento escrito
à mão usado aqui metaforicamente. O termo aparece na literatura grega
extrabíblica com vários significados: "lei mosaica, obrigação escrita,
contrato (ROBINSON, 2012, p. 984); "registro de uma conta financeira,
conta, registro de dívida" (LOUW & NIDA, 2013, pp. 352, 353). É um
certificado de dívida, uma nota promissória. A ordenança, ou dogma, significa
"decreto, ordenança, edito", um termo usado também em referencia à
lei de Moisés (Ef 2.15). É esse o sentido aqui, pois Jesus disse que a lei nos
acusa (Jo 5.45). O pensamento paulino revela o aspecto condenatório da lei
mosaica (Dt 27.26; 1 Co 15.56; Gl 3.10) e também o padrão divino para a vida
humana (Rm 7.13, 14).
A
acusação da lei contra nós foi cancelada na cruz do Calvário, e aí o apóstolo
inclui o sábado. O apóstolo emprega os dois termos "cédula" e
"ordenança" metaforicamente para dizer que fomos perdoados e estamos
livres de legalismo: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo" (Cl 2.16, 17). Com
exceção do sangue (At 15.20, 28), as restrições dietéticas de Levítico foram
removidas, pois Deus purificou os animais cerimonialmente imundos (At
10.12-15). Nenhum alimento é imundo por si mesmo (Rm 14.14, 20; 1 Tm 4.3, 4). O
que contamina o ser humano é o que sai dele, não o que entra (Mt 15.11-20).
O
sábado cerimonial é um termo para designar os festivais de Israel que englobam
as festas anuais, mensais e semanais (1 Cr 23.31; 2 Cr 2.4; 8.13; 31.3; Ez
45.17). O sábado cerimonial já está incluído na expressão "dias de
festa". Assim, a "lua nova", refere-se à festa mensal e a
expressão "dos sábados" diz respeito aos sábados semanais. O novo
concerto nos isenta de todas essas coisas. Paulo parece empregar uma linguagem
platônica no tocante ao mundo real e ao mundo das ideias no v. 17. A sombra é
temporária e identifica com imperfeição o objeto que a projetou, sendo portanto
inferior a ele. O apóstolo afirma nesta metáfora que a lei é uma projeção, uma
sombra da realidade, que é o corpo de Cristo.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 71-74.
No
início do período do NT o verdadeiro significado do sábado havia sido
obscurecido pelas numerosas restrições postas sobre sua observância. A
observância do sábado se tomou basicamente externo e formal. Os homens se
tomaram mais preocupados com a observância meticulosa de um dia do que com as
necessidades pungentes dos seres humanos. Era inevitável que Jesus entrasse em
conflito com os líderes judeus por causa do sábado. Era costume de Jesus
visitar a sinagoga aos sábados (Lc 4.16; cp. Mc 1.21; 3.1; Lc 13.10). Em seus
ensinamentos ele confirmou a autoridade e validade da lei do AT (Mt 5.17-20; 15.1
-6; 19.16-19; 22.3 5-40; Lc 16.17). Sua ênfase, todavia, não era em uma
observância externa da lei, antes num cumprimento espontâneo da vontade de Deus
que está por baixo da lei (Mt 5.21-48; 19.3-9). Jesus procurou esclarecer o
verdadeiro sentido do sábado mostrando o propósito original da sua instituição:
“O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do
sábado” (Mc 2.27).
Em
seis ocasiões diferentes Jesus entrou em conflito com judeus por causa da
discriminação deles do sábado. Ele defendeu seus discípulos por colherem
espigas no sábado aludindo ao tempo quando Davi e seus homens comeram os pães
da proposição (Mt 12.1-4; Mc 2.23-26; Lc 6.1-4). Ao fazer isto, Jesus colocou o
mandamento do sábado na mesma categoria da lei cerimonial que proibia o comer
deste pão sagrado por outros além dos sacerdotes, e ensinou que as necessidades
humanas tinham precedência sobre os requerimentos legais do sábado. Ele também
lembrou seus críticos de que os sacerdotes no Templo profanavam o sábado e eram
inocentes (Mt 12.5). Ele, sem dúvida, se referiu à prática prescrita na lei
sobre circuncidar no sábado, se isto for o oitavo dia após o nascimento (Lv
12.3; Jo 7.22,23). Conseqüentemente, a lei cerimonial que requer a circuncisão
da criança oito dias após o nascimento assumiu precedência sobre a lei do
sábado. Foi nesta mesma ocasião que Jesus disse que o sábado foi feito para o
homem e não o homem para o sábado (Mc 2.27), indicando que ele considerava o
sábado como uma providência para a necessidade e bem estar do homem, e não como
um requerimento legal opressivo. Foi também nesta ocasião que Jesus afirmou seu
senhorio sobre o sábado (Mt 12.8; Mc 2.28; Lc 6.5).
Jesus
expressou ira para com aqueles judeus na sinagoga em Cafamaum que demonstraram
mais interesse pela observância meticulosa do sábado do que pelo ser humano que
era privado do uso de uma mão, e o curou diante de todos eles (Mc 3.1-5). Numa
outra ocasião, quando o chefe da sinagoga ficou indignado porque Jesus curou
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade durante dezoito anos, ele
defendeu sua ação apelando para a prática comum de soltar os animais domésticos
a fim de os levar para beberem água no sábado (Lc 13.10-17). Novamente, quando
Jesus, sob os olhares críticos dos fariseus, curou um homem hidrópico no
sábado, ele se defendeu perguntando aos seus críticos se deixariam de resgatar
um boi ou jumento que havia caído num poço naquele dia (14.1-6).
As
outras duas ocasiões quando as ações de Jesus no sábado provocaram conflito com
os líderes judeus são registradas em João. Uma foi a cura do homem impotente no
tanque de Betesda (Jo 5.1-18); a outra foi a cura do homem que nasceu cego
(9.1-41). Na primeira destas ocasiões Jesus defendeu seu direito de curar no
sábado com base em que seu Pai não parava suas atividades beneficentes naquele
dia (5.17) e na segunda ocasião ele condenou a cegueira espiritual dos fariseus
(9.40,41).
Em
todos estes exemplos Jesus mostrou que ele colocava a necessidade humana acima
da simples observância externa do sábado. Jesus nunca fez ou disse qualquer
coisa a fim de tirar do homem os privilégios proporcionados por um dia de
descanso como este. Por outro lado, não se pode dizer que Jesus tinha a
intenção de perpetrar o sábado hebraico ou estendeu sua aplicação a todos os
homens. No que diz respeito ao registro dos evangelhos, ele nunca fez menção ao
quarto mandamento. Ao enfatizar o princípio que está por traz da lei, o
espírito e propósito da lei, ao invés dos seus regulamentos formais e externos,
ele preparou o caminho para a abolição de todas as leis e ordenanças externas
do AT.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 271-272.
Em
seis ocasiões diferentes Jesus entrou em conflito com judeus por causa da
discriminação deles do sábado. Ele defendeu seus discípulos por colherem
espigas no sábado aludindo ao tempo quando Davi e seus homens comeram os pães
da proposição (Mt 12.1-4; Mc 2.23-26; Lc 6.1-4). Ao fazer isto, Jesus colocou o
mandamento do sábado na mesma categoria da lei cerimonial que proibia o comer
deste pão sagrado por outros além dos sacerdotes, e ensinou que as necessidades
humanas tinham precedência sobre os requerimentos legais do sábado. Ele também
lembrou seus críticos de que os sacerdotes no Templo profanavam o sábado e eram
inocentes (Mt 12.5). Ele, sem dúvida, se referiu à prática prescrita na lei
sobre circuncidar no sábado, se isto for o oitavo dia após o nascimento (Lv
12.3; Jo 7.22,23). Conseqüentemente, a lei cerimonial que requer a circuncisão
da criança oito dias após o nascimento assumiu precedência sobre a lei do
sábado. Foi nesta mesma ocasião que Jesus disse que o sábado foi feito para o
homem e não o homem para o sábado (Mc 2.27), indicando que ele considerava o
sábado como uma providência para a necessidade e bem estar do homem, e não como
um requerimento legal opressivo. Foi também nesta ocasião que Jesus afirmou seu
senhorio sobre o sábado (Mt 12.8; Mc 2.28; Lc 6.5).
Jesus
expressou ira para com aqueles judeus na sinagoga em Cafamaum que demonstraram
mais interesse pela observância meticulosa do sábado do que pelo ser humano que
era privado do uso de uma mão, e o curou diante de todos eles (Mc 3.1-5). Numa
outra ocasião, quando o chefe da sinagoga ficou indignado porque Jesus curou
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade durante dezoito anos, ele
defendeu sua ação apelando para a prática comum de soltar os animais domésticos
a fim de os levar para beberem água no sábado (Lc 13.10-17). Novamente, quando
Jesus, sob os olhares críticos dos fariseus, curou um homem hidrópico no
sábado, ele se defendeu perguntando aos seus críticos se deixariam de resgatar
um boi ou jumento que havia caído num poço naquele dia (14.1-6).
As
outras duas ocasiões quando as ações de Jesus no sábado provocaram conflito com
os líderes judeus são registradas em João. Uma foi a cura do homem impotente no
tanque de Betesda (Jo 5.1-18); a outra foi a cura do homem que nasceu cego
(9.1-41). Na primeira destas ocasiões Jesus defendeu seu direito de curar no
sábado com base em que seu Pai não parava suas atividades beneficentes naquele
dia (5.17) e na segunda ocasião ele condenou a cegueira espiritual dos fariseus
(9.40,41).
Em
todos estes exemplos Jesus mostrou que ele colocava a necessidade humana acima
da simples observância externa do sábado. Jesus nunca fez ou disse qualquer
coisa a fim de tirar do homem os privilégios proporcionados por um dia de
descanso como este. Por outro lado, não se pode dizer que Jesus tinha a
intenção de perpetrar o sábado hebraico ou estendeu sua aplicação a todos os
homens. No que diz respeito ao registro dos evangelhos, ele nunca fez menção ao
quarto mandamento. Ao enfatizar o princípio que está por traz da lei, o
espírito e propósito da lei, ao invés dos seus regulamentos formais e externos,
ele preparou o caminho para a abolição de todas as leis e ordenanças externas
do AT.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 6. pag. 271-272.
3.
DIA DO CULTO CRISTÃO.
O
SÁBADO CRISTÃO
O
sábado legal do Decálogo foi estabelecido para Israel se lembrar da escravidão
no Egito (Dt 5.15). Há certa analogia com o sábado cristão, o domingo, que, sem
precisar de imposição legal, passou a ser o dia de adoração cristã coletiva em memória
à ressurreição de Cristo que ocorreu num domingo (Mc 16.1-6; Lc24.1-6).
Éosábado institucional. Isso está claro em três passagens do Novo Testamento:
"No primeiro dia da semana, ajuntando os discípulos para o partir do
pão" (At 20.7). Era um domingo, "talvez 24 de abril de 57 d.C.",
segundo F. F. Bruce (apud STOTT, 1994, p. 360). O "partir do pão" é
um termo usado para a Ceia do Senhor (At 2.42; 1 Co 10.16; 11.20-26). Segundo o
autor citado, essa passagem "é a evidência inequívoca mais primitiva que
temos da prática cristã de reunir-se para a adoração nesse dia". Isso se
confirma mais adiante no Novo Testamento: "No primeiro dia da semana, cada
um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para
que se não façam as coletas quando eu chegar" (1 Co 16.2). Temos aqui
outra prova de que o primeiro dia da semana era o dia de culto regular. O
apóstolo recomendou que nessas reuniões se levantasse uma coleta para socorrer
os irmãos pobres de Jerusalém.
O
apóstolo João foi arrebatado no dia do Senhor: Eu fui arrebatado em espírito,
no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta"
(Ap 1.10). A expressão dia do Senhor" não é escatológica, pois a
construção grega aqui, en tê kyriakê hêmera, se refere ao domingo. Versões
católicas como Figueiredo, Matos Soares e a Bíblia do Peregrino empregam
"num dia de domingo" para traduzir a referida frase. Esta tradução é
aceitável porque está de acordo com o contexto bíblico e histórico.
A
palavra kyriakê significa "domingo" ainda hoje na Grécia. O termo
"domingo", literalmente quer dizer, "dia do senhor , do latim,
dominus, "senhor", e dies, "dia". Inácio de Antioquia usa a
mesma frase grega do apóstolo João em Apocalipse, para indicar o primeiro dia
da semana: "Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova
esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senho em que a nossa vida
se levantou por meio dele e da sua morte" (Magnésios 9-1, Coleção
Patrística 1, Padres Apostólicos). Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia e
conheceu os apóstolos Paulo e João. Preso em 110 no reinado de Trajano, foi
levado a Roma e atirado às feras. Trata-se de alguém da segunda geração dos
apóstolos.
Outra
razão que confirma essa interpretação é o fato de a Septuaginta usar uma forma
diferente para o "dia do Senhor escatológico, hêmera tou kyriou ou hêmera
kyriou. E o mesmo acontece nas cinco vezes que a frase aparece no Novo
Testamento grego (At 2.20; 1 Co 5.5; 2 Co 1.14; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10).
Os
primeiros pais da Igreja mostram que nos três primeiros séculos da história da
Igreja o domingo continuava sendo o dia de reunião dos cristãos. Além de Inácio
de Antioquia, isso pode ser ainda visto na Epístola de Barnabé (que não era o
Barnabé citado do Novo Testamento). Trata-se de um documento da primeira metade
do século 2, que declara: "Eis por que celebramos como festa alegre o
oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar,
subiu aos céus" (Epístola de Barnabé, 15.9).
Herdamos
dos dias apostólicos essa prática que foi perpetuada pelo tempo. Os preceitos
cerimoniais não desobrigam os seres humanos de cultuarem a Deus, mas estes não
precisam de rituais e nem lhes é exigido irem a Jerusalém. Da mesma forma, o
sábado não precisa ser o sétimo dia da semana. Os adventistas do sétimo estão
equivocados quando afirmam que o imperador Constantino substituiu o sábado pelo
domingo, e sua doutrina não tem sustentação bíblica. É um erro teológico e
histórico.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 74-76.
O Dia
do Senhor. Para os cristãos, o domingo é o dia do Senhor, e não o sábado.
Historicamente, os intérpretes têm dito que o domingo é o “descanso”,
chamando-o de sábado cristão. Mas apesar de ser verdade que nossos cultos
religiosos ocorram no primeiro dia da semana, o que retém um certo elemento
próprio do dia de sábado, isso não faz o Dia do Senhor tornar-se um sábado
cristão. Que Deus nos salve do legalismo! Isso não significa que o crente deveria
ignorar as implicações de quão próprio é que um dos dias da semana seja especi-
almente consagrado a exercícios espirituais. Paulo, todavia, deixou claro que,
para o crente, todos os dias são iguais (Rom. 14.5 ss.). No mesmo contexto,
porém, ele também deixou claro que o crente pode estabelecer uma distinção, se
tal distinção puder fomentar a sua piedade e a eficácia de sua adoração.
Historicamente, a Igreja tem estabelecido essa distinção. O domingo deveria ser
um dia isento de todo legalismo, tão-somente retendo um devido espírito de
adoração. Não deveria ser profanado. A Igreja assim tem observado, para bem do
homem. A Escola Dominical é uma grande instituição, embora não faça parte dos
ensinos do Novo Testamento. O domingo tem-se tornado um dia dedicado à
adoração, ao estudo da Bíblia e à evangelização de uma Igreja reunida com esses
propósitos. É no domingo que a Igreja comemora a ressurreição de Jesus. Ele
saiu do túmulo revestido de uma vida nova, O domingo, pois, é uma oportunidade
para participar-mos dessa vida nova e a expressarmos. O domingo não é imposto,
conforme o sábado era imposto. Contudo, é benéfico, e exige nosso respeito. A
liberdade, se for abusada, será sempre tão ruim e errada quanto uma obrigação
imposta.
A
Natureza Monótona e Destrutiva de um Labor Contínuo. Deus pode conferirmos a
graça e talvez até permitir e encorajar que labutemos todos os dias, se tal
trabalho for benéfico para nós mesmos e para o próximo. Todavia, descansar um
dia por semana é uma boa medida de saúde. Talvez se assim fizermos, poderemos
realizar em seis dias o que realizamos em sete. A saúde inclui o ritmo
intercalado de trabalho e descanso. Não nos deveríamos preocupar se, em dia de
domingo, estivermos fazendo aquilo que os antigos sabatistas proibiam para o
sábado.
Se tivermos tal preocupação, estaremos mostrando nossa insensatez. Não
obstante, estaremos pecando se nos esquecermos do espírito do sábado, que nos
convida a estacar, descansar, adorar e servir.
O
Mandamento contra o Ócio. Foi ordenado ao homem que trabalhasse por seis dias,
e não apenas que descansasse no sétimo. “Aquele que se mostra ocioso por seis
dias é igualmente culpado, aos olhos de Deus, do que se vier a trabalhar no
sétimo dia” (Adam Clark, in loc.)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 21-22.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Realmente o sábado é o mais difícil de explicar , mas até isto está profetizado em Daniel 7:25 e
ResponderExcluirem Daniel 12:10. O próprio Jesus explica.
“ E CUIDARÁ EM MUDAR OS TEMPOS E A LEI .”
“ NENHUM DOS ÍMPIOS ENTENDERÁ , MAS OS SÁBIOS ENTENDERÃO .
Até a mãe de Jesus parou de embalsamar o corpo de Jesus porque despontava o sábado .lucas 23:56. O sábado é muito mais sério do que pensamos , nesta atitude de Maria vemos isto. Qual de nós, estando velando seu filho, pararia de fazê-lo porque inicia o sábado ?
Pensemos nisto .....e que Deus nos abençoe e tire nossas vendas dos olhos.
A paz do Senhor Jesus.
ResponderExcluirEstive analisando o caso
Entendo que em
1° Maria não era mais do que os demais seres humanos daqueles dias, ainda que ela era a Agraciada por dar a luz a Jesus.
2° Sua nacionalidade era Judaica ou seja obedecia aos costumes, leis e cultura judaica.
3° Estava ali iniciando a dispensação da graça, (com a morte e ressurreição de Jesus, o Início da Igreja com o Pentecostes).
4° Mas também era necessário que ele foce enterrado não só por causa do Sábado, mas em primeiro lugar por causa palavra:
Mt 12.40 pois, como Jonas esteve Três dias e Três noites no
Mt 12.40 estará o Filho do Homem Três dias e Três noites
Mt 12.40 o Filho do Homem Três dias e Três noites no seio da terra.
Mt 26.61 derribar o templo de Deus e reedificá-lo em Três dias.
Mc 8.31 fosse morto, mas que, depois de Três dias, ressuscitaria.
Três dias era necessário: final da Sexta antes das 18 Horas,Sábado todo dia e noite, Domingo de Madrugada as Mulheres foram ao Sepulcro.
O Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado; o sábado é para servir e não ser servido.
Amem Espero ter Ajudado.
O sábado foi feito para o homem e não para o judeu. O sábado não é sombra de algo futuro, mas, sim, um memorial da criação. Há mandamento no Novo Testamento para se observar o sábado, conforme Apocalipse 14:7, assim versa: "Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." Ora, como se adora aquele que fez o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há? Só há um meio, amigos: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou. Êxodo 20:8-11. Abraço fraterno.
ResponderExcluirEstas são exigência de Deus para os judeus e não para os gentios, se assim fosse também teremos que nos circuncidarmos ok.
ExcluirOs textos são destinados a aliança que Deus fez com o seu povo Israel, os gentios não fazem parte deste assunto.
Outra coisa, se tivermos que guardar o sábado, também teremos que que utilizarmos somente as leis de Moisés.
Para os gentios estas são as ordenanças.
28 Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas necessárias:
29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição; e destas coisas fareis bem de vos guardar. Bem vos vá.
Sabemos da Importância do Sábado, para todos os seres viventes, pois é um dia de descaço!
ResponderExcluirSabemos que o Senhor Deus YHWH é o criador de todas as coisas.
Porem sei que a História e a Bíblia mostram que a LEI foi dada a Israel e não a outro povo!
A Bíblia diz:
ÊXO 31.13 Tu, pois. fala aos filhos de ISRAEL, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso É um SINAL entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.
ÊXO 31.17 Entre mim e os FILHOS DE ISRAEL será um "SINAL para sempre;
É um sinal distinto, NÃO é com as nações, povos ou Instituição como a Igreja, Mas é para ISRAEL.
Vejo que seria pouco logico somente no Sábado ninguém trabalhar, imagine o caus que seria o mundo sem os profissionais destas áreas, sem médico, transporte, energia, bombeiro , policiais. É O SÁBADO deve ser respeitado como um dia de descanso, mas não um meio de escravizar ou limitar o homem a vida.
Os que ensinam que o sábado, deve ser santificado por todos seja cristãos ou não, não guardam este dia da maneira como foi ordenado.
1) não fazer nenhuma obra nesse dia, Êxodo 20.10; Alimentação, passeio, ou se consultar com Médico a não ser em caso de vido ou morte.
2) trabalhar nos outros seis dias, ÊXO 20. 9;
3) não podiam apanhar lenha no dia de sábado; um homem achado fazendo isso foi apedrejado até morrer, Números 15.32,36;
4) não acender fogo em casa, Êxodo 35.3; LUMI OU ILUMINAÇÃO
5) SACRIFICAR DUAS OVELHAS EM OFERTA DE MANJARES TODOS OS SÁBADOS, NÚMEROS 28.9,10.
NÃO É SÓ GUARDAR O SÁBADO, TEM QUE OBEDECER OS PRECEITOS!!!!!!!!!!
Mas o SACRIFÍCIO PERFEITO FOI FEITO POR JESUS CRISTO.
JÁ EM APOCALIPSE 14.7 DIZ:
1° NÃO DIZ NADA SOBRE A GUARDA DO SÁBADO.
2° .DAI GLORIA... Principal propósito da existência do Homem.
3° Nesta passagem se fala de acontecimentos FUTUROS E NÃO DO PRESENTE.
QUAL PATRIARCA GUARDOU O SÁBADO??
A Bíblia diz que Abraão creu e isso foi lhe imputado por justiça Gn 15.6.
ESPERO TER AJUDADO A ENTENDER MELHOR A PALAVRA, DEUS ABENÇOE.
Adão foi o primeiro patriarca que obedeceu a este mandamento específico. Ele teve o privilégio de guardá-lo antes mesmo do pecado. Veio, portanto, o segundo Adão (Cristo) a este mundo para revelar os propósitos do Pai. Ele não pecou. Ao contrário do primeiro que cedeu a tentação. Em outras palavras, Jesus foi obediente até a morte. Não se ousou a quebrar nenhum mandamento de seu Pai. Quem sou eu para ensinar o contrário às pessoas? Ou tentar mudar um mandamento divino? Já frequentei várias denominações. Meu objetivo era encontrar a verdade. Uma igreja que pregasse uma doutrina pura, porém encontrei uma verdadeira "confusão religiosa" neste meio eclesiástico. Precisava resolver esta desordem. Graças a Deus encontrei a sua igreja. Todas as interpretações possíveis para este assunto eu conheço. Não sou teólogo, mas pretendo realizar estudos doutorais na área. "... caiu, caiu a grande babilônia..." Agora entendo o verdadeiro significado desta confusão de igrejas existentes no mundo. Pena que o espaço aqui é curto para apresentar a verdade. O assunto é bom para defender uma tese ou escrever um livro. Em toda a bíblia encontra-se a menção de 10 mandamentos e não 09. Como também nenhuma mudança realizada por ninguém, exceto a igreja romana que alterou o 04 mandamento pela autoridade própria e eliminou o 02. Não escrevo para desafiá-lo. Apenas para expor algumas letras e mostrá-lo que sou conhecedor de várias denominações, já passei por elas. Contudo, nenhuma se aproximava da verdade bíblica.
ExcluirDeus Abençoe tua Vida!!!
ExcluirElder Existem coisas que a Bíblia não diz Ex: quantos filhos teve Adão e Eva, mas entendemos que tiveram vários para que houvesse Casamento e continuasse o cumprimento do mandamento de crescer e se multiplicar.
Como posso afirmar que Adão guardou o SÁBADO se a Bíblia não diz nada!!!
Como posso dizer que ele guardou o SÁBADO antes mesmo de pecar se a Palavra não fala quanto tempo demorou de sua criação ate o pecado.
A Bíblia não fala nada, não a uma ordem de Deus para Adão guardar o SÁBADO.
JESUS guardou o SÁBADO ?
1° ELE ERA JUDEU! ele nação escolhida para guardar o SÁBADO.
2° ELE ERA CRIADOR DO SÁBADO!!! Tudo foi feito por ele e por meio Dele.
3° POR QUE NOS EVANGELHOS NÃO FALA NADA DE JESUS GUARDANDO O SÁBADO ?? PELO CONTRARIO VEJO JESUS CURANDO, PERMITINDO SEUS DISCÍPULOS A COLHER ESPIGAS, DEIXANDO OS QUE GUARDAVAM O SÁBADO (FARISEUS) REVOLTADOS.
4° NO CONCILIO DE JERUSALÉM ATOS 15, NÃO FALA NADA DA GUARDA DO SÁBADO.
5° A BÍBLIA FALA DAS PESSOAS QUE NÃO HERDARAM O REINO DOS CÉUS APOCALIPSE 22.20; I CORINTIOS 6. 9-10. ESTES NÃO HERDARAM, MAS NÃO FALA NADA DE QUEM NÃO GUARDA O DIA DO SÁBADO.
LEIA COM ATENÇÃO TODO CONTEÚDO ACIMA E VOCÊ ENTENDERA QUE É CERIMONIAL E FAZ BEM AO HOMEM TOMAR UM DIA DE DESCAÇO.
SOBRE IGREJA TODAS ELAS POSSUEM PROBLEMA E HERESIA, NÃO COMO BASE OU FUNDAMENTO, MAS POR FALTA DE CONHECIMENTO, POR ISSO NÃO OLHE PARA O HOMEM OLHE PARA JESUS.
VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR EM UMA CRIANÇA!!! DEPOIS QUE COMEÇA A ANDAR E SE TORNA CONFIANTE ACREDITA QUE JÁ É CAPAZ DE ANDAR SEM AJUDA... ATE QUE VEM O PRIMEIRO TOMBO!!! ENTÃO ELA PERCEBE QUE NÃO É DO JEITO QUE ELA PENSAVA!!!
PENSE NISSO ABRAÇO!
ESTOU A DISPOSIÇÃO.....
Édito de Constantino
ResponderExcluirCriado 212 d.C.
Signatários Caracala
Propósito Estabelece o domingo como dia de descanso
O chamado Édito de Constantino foi uma legislação do imperador romano Constantino, proclamada em 7 de março de 321 d.C.. O seu texto reza:
Cquote1.svg Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu[1] Cquote2.svg
Muito bem isso é verdade a História prova isso,
ResponderExcluirMAS isso foi no ano 212 d.C certo!
Quando foi fundada a igreja, em qual época???
Após o Pentecoste a igreja já estava formada e amadurecendo; foi nesta época que se iniciou o costume de "guardar o Domingo"; João escreve suas cartas em 90 a 95 d. C. Apocalipse 1.10: Eu fui arrebatado no DIA DO SENHOR.
DIA DO SENHOR !!! Dia da Ressurreição de Jesus (Domingo).
A também relatos Históricos que diz que o domingo passou a ser Guardado pela IGREJA PRIMITIVA, ante da ordem, decreto de constantino, uma vez que ele só colocou no papel o que já se via e vivia no dia a dia.
Espero ter esclarecido.
Deus abençoe.
Acho que já me estendi demais. Vou deixar mais uns versos que mostram como os cristãos primitivos não apostatados, não corrompidos faziam no sábado:
ResponderExcluirCom respeito à guarda do sétimo dia (Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11), existem algumas coisas básicas a serem observadas:
a) Não comprar, vender ou se envolver em qualquer tipo de negócio;
b) Não exercer nenhum trabalho secular ou algo que possa ser feito em qualquer outro dia da semana;
c) Preparar as atividades caseiras na sexta-feira;
d) Nunca se esquecer que o maior objetivo do sábado é ter mais tempo para estar com Cristo, num relacionamento mais íntimo, através do estudo da Bíblia e da oração;
e) É um dia para louvar e adorar a Deus na sua igreja;
f) É um dia para apreciar o convívio dos irmãos em Cristo;
g) É um dia dedicado à família;
h) É um dia propício para apreciar a criação de Deus através da natureza;
i) É um dia para fazer o bem a si e aos outros;
j) Especialmente, é um dia de fé e de lembrança. Na luta pela sobrevivência, na agitação da vida, somos tentados a querer dirigir nossos caminhos por nós mesmos e nos esquecemos de que tudo que mais precisamos é confiar em Deus, descansar na Sua sabedoria e no plano que Ele tem delineado para nossa vida. O sábado é para nos lembrar de tudo isso, a fim de descansarmos, pela fé, na segurança dos braços de Jesus e na certeza da Sua graça.
Concluindo essa primeira parte, podemos dizer que o sábado e os demais mandamentos divinos são eternos. Nunca houve um tempo na existência do homem em que Deus não tivesse dado de maneira tão clara e tão explícita aquilo que deve ser obedecido para o próprio bem e felicidade do ser humano (Salmo 111:7 e 8). Se O amamos, iremos guardar Seus mandamentos (João 14:15), que “não são pesados” (1 João 5:3). A obediência é o resultado natural e espontâneo da fé que opera por amor a Deus, e não uma mera demonstração exterior de religiosidade. Jamais a obediência a qualquer mandamento poderá nos salvar (Efésios 2:8, 9). As obras não salvam, apenas Cristo. Só Ele, por meio da Pessoa do Espírito Santo, pode colocar no coração do homem o impulso para obedecer (Atos 4:12; Efésios 2:10). A obediência é a expressão externa de nossa transformação interna (2 Coríntios 5:17; Tito 3:7, 8) e uma expressão de gratidão e amor para com Deus (Hebreus 10:16 e 17).
Deixe apenas que a luz divina, que emana da cruz de Cristo, ilumine seus caminhos e os motivos do seu coração. Nunca esqueça que o sábado não é uma invenção humana, mas um presente de Deus para o benefício do homem (Marcos 2:27, 28). E Deus não erra.
Dicas para guardar o sábado de maneira agradável
O que fazer no Sábado
a) Levítico 23:32 – celebrar a chegada do dia do Senhor com um bonito culto de adoração, ao pôr-do-sol de sexta-feira;
b) Levítico 23:3; Lucas 4:16 – ir à igreja. Participar de programações espirituais nos coloca em íntima ligação com Deus;
c) Atos 16:13 – ir a retiros espirituais;
d) Atos 16:13 – passear em meio à natureza. É um ótimo dia para fazer piqueniques com a família. Já pensou em fazer isso na beira de um lago? Isso é marcante, especialmente para as crianças. Ir a zoológicos, parques... Esse contato com a natureza traz saúde mental e mostra aos filhos o quanto o sábado é um dia especial. As crianças aprender a respeitar a Deus e aos pais;
e) Mateus 12:12 – fazer o bem em favor do próximo. Visitar os necessitados é uma atividade própria para o sábado. Fazer algo por alguém que precisa é um remédio para a baixa auto-estima;
f) Isaías 58:13-14 – direcionar as atenções para os assuntos espirituais. Falar sobre Deus, o Céu, a vida eterna, o amor de Jesus Cristo, o Seu perdão sem igual... Esse tipo de diálogo, diferente das conversas que temos durante a semana, é bom para melhorar o convívio com a família e agradável para as rodas de amigos;
g) Atos 16:13; 13:42-44 – orar e estudar mais a Bíblia. É ótimo separar momentos para a devoção pessoal e também para estudar a Bíblia com um amigo.