NÃO ADULTERARÁS
Quando um membro comete o pecado de adultério contra o cônjuge geralmente é redigido no Livro da Ata da Assembleia Geral da igreja local, assim: "pecou contra o sétimo mandamento".
Adultério e sétimo mandamento tornaram-se sinônimos na maioria das igrejas. Com adultério, nos referimos ao relacionamento sexual de uma pessoa casada com outra casada ou solteira. Mas o sétimo mandamento tem uma particularidade no Antigo Testamento. Quando Deus o proferiu ao povo, a mulher tinha um papel bem diferente o da atual sociedade ocidental.
Era comum, em Israel, o homem adulterar com outra mulher, embora esta nunca fora a vontade de Deus para a humanidade. Pela dureza do coração humano, as mulheres eram preteridas por quaisquer desculpas: "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na mão, e a despedirá da sua casa" (Dt 24.1). A expressão "achar coisa feia" foi responsável por muitas interpretações entre os sábios de Israel. O resultado: por mais absurdo dos motivos os judeus repudiavam as suas mulheres. Na sociedade dos tempos antigos, as mulheres repudiadas tinham apenas dois destinos para sobreviverem: tornavam-se prostitutas ou mendicantes.
No Novo Testamento, Jesus retomou o ideal de Deus para a humanidade e denunciou a covardia dos homens de Israel, principalmente a dos religiosos, dizendo: "Ouviste o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar para uma mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.27,27). Note que a expressão "achar coisa feia", de Deuteronômio 24.1, perdeu todo o sentido agora. O nosso Senhor estava falando aos homens nestes termos: vocês não têm o direito de repudiar as suas mulheres para ficar com outras mais novas. Assim Jesus asseverou: "Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.4-6).
O adultério viola por completo o princípio de Deus para com os seres humanos. Os destinatários das palavras de Jesus eram os homens da sua época. Por quê? Ora, eles determinavam a vida das mulheres. Mas hoje, também, o mandamento fala como nunca e cada vez às mulheres mais independentes: Não adulterarás!
Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 61. pag. 40.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O
sétimo mandamento continua atual porque o mundo está às avessas, dizendo
"não" a tudo aquilo que Deus diz "sim” na sua Palavra, e
"sim" a tudo o que a Bíblia diz "não". O resultado é o caos
na família e na sociedade.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 99.
A
atitude de Jesus em relação à mulher surpreendida em situação de adultério,
como foi registrado em João 8.1-11, tem sido questionada com o argumento de que
essa passagem está ausente do antigo e melhor manuscrito e, onde ela realmente
aparece, suas interpretações são extremamente variadas. Entretanto, "está
fora de qualquer dúvida que ela faz parte da tradição autêntica da igreja"
(A. J. MacLeod, "John", NBC). O Senhor Jesus Cristo não foi conivente
com o pecado da mulher, nem a condenou à morte por apedrejamento como seus
acusadores haviam sugerido. "A verdade, que estava nele, repreendeu a
mentira dos escribas e fariseus. A pureza que estava nele condenou a lascívia que
estava nela" Mission and Message of Jesus, p. 795) e Ele disse à mulher
que partisse e que não voltasse a pecar.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 35.
Assim
como os filhos devem honrar seus pais (Êxo. 20.12), e como os pais devem honrar
seus filhos (Efé. 6.4), assim também os cônjuges devem honrar-se mutuamente.
Isso faz parte de uma estrutura social que prospera, pelo que faz parte da
segunda tábua dos Dez Mandamentos. Desse modo fica salvaguardada a
solidariedade da família. A poligamia sempre fez parte da sociedade hebréia,
pelo que ter mais de uma esposa, ou ter uma esposa e várias concubinas não era
algo proibido pelo sétimo mandamento. Antes, 0 que era condenado era a sedução
da esposa de outro homem, ou (em casos mais raros) a sedução, por parte de uma
mulher, do marido de outra mulher.
O
trecho de Mateus 5.27 ss. elabora aquilo que constituí 0 adultério, mostrando-
nos que está envolvido mais do que atos sexuais ilícitos. Existe aquele
adultério da mente, de que nenhum homem ou mulher escapa. Ver também Heb. 13.4
e Lev. 20.10.
O que
está implítico no adultério ou no sétimo mandamento? O Grande Catecismo de
Westminster, respondendo à pergunta 139, elabora:
“o
adultério, a fomicação, o estupro, o incesto, a sodomia, as paixões
desnaturais, a imaginação impura, a impureza nos propósitos e nos afetos, a
linguagem Imoral, os olhares sensuais, o comportamento imodesto, as vestes
imodestas, os casamentos ilegítimos, a tolerância de bordéis ou de qualquer
tipo de prostituição, o indevido adiamento no casamento, o divórcio, a
separação ou deserção do cônjuge, a preguiça, a glutonaria, o alcoolismo, as
gravuras, as danças, as peças teatrais e qualquer outra coisa que excita ou
promova pensamentos impuros”.
Ό
sétimo mandamento trata a família como uma unidade social. Seu real interesse é
a sacralidade do matrimônio. Somente por implicação envolve a gama inteira da
moralidade sexual” (J. Edgar Park, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 393.
I. O SÉTIMO MANDAMENTO
1.
ABRANGÊNCIA.
O
adultério é a relação sexual de um homem casado com uma mulher que não é sua
esposa e vice-versa. Para muitos, tal prática pode parecer normal, mas a
Palavra de Deus declara: "Não adulterarás" (Êx 20.14; Dt 5.18). Isso
vai muito além da cópula extraconjugal. É a proibição de toda a forma de
prostituição; é Deus dizendo "não" a todas as concupiscências
desnaturais, imaginações e pensamentos impuros e lascivos (Mt 5.27, 28).
O
quinto mandamento resguarda a vida familiar de ruptura interna. Mas aqui o
sétimo mandamento requer um relacionamento de amor e fidelidade entre marido e
mulher. É isso o que Deus espera de todos os casais. Na verdade, são ideais
provenientes da criação (Gn 2.24).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 100.
No A.
Testamento. Contato sexual de uma mulher casada ou comprometida com alguêm que
não esteja seu marido ou noivo. Ou de um homem casado com uma
mulher que não fosse sua esposa. Todavia, o concubinato era extremamente comum
no Antigo Testamento, pelo que um homem casado podia ter muitas mulheres,
contanto que não fossem casadas, e se houvesse contratos apropriados, sob forma
escrita, estipulando as condições segundo as quais o relacionamento deveria
ocorrer. Outrossim, a poligamia era uma prática comum. A poliandria (vários maridos
para uma só mulher), todavia, nunca foi reconhecida na lei e nos costumes dos
judeus. Os versiculos que proibem o adultério incluem Exo, 20:14; Lev. 18:20;
Mat. 19:3-12; Gál. 5:19-21.
6 CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 65-66.
Êxo
20.14. Não adulterarás. A Lei permitia poligamia (talvez uma instituição social
necessária à proteção de mulheres solteiras), mas jamais permitiu poliandria
(caso em que uma mulher tem vários maridos simultaneamente). O fato de um homem
ter relações sexuais com a esposa de outro homem era considerado um pecado
hediondo tanto contra Deus como contra o homem, já bem antes da lei, ao tempo
dos patriarcas (Gn 39:9). Talvez este mandamento esteja relacionado ao “ furto”
e à “ cobiça” proibidos nos dois mandamentos seguintes, já que a esposa
pertencia a outrem.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e
Comentário. Editora Vida Nova. pag. 154.
Êxo 20:14 Não adulterar
O sétimo mandamento, não adulterarás, diz respeito à profanação da santidade do
casamento pelo adultério (20:14). No AT, esse ato é considerado, primeiramente,
um pecado contra o próximo. 0 homem adúltero peca contra sua esposa e o marido
enganado, e a mulher adúltera peca contra seu marido e a esposa enganada. A
descrição feita por José faz do adultério como um pecado “contra Deus” (Gn
39:9) mostra que, de longa data, esse ato era considerado uma transgressão da
vontade de Deus.
Cometer adultério
corresponde a quebrar uma aliança e uma promessa e, portanto, é um sinal de
desrespeito por todas as alianças e promessas. Assim, é significativo que o
mandamento seja dado no contexto das prescrições da aliança que define o
compromisso entre Deus e seu povo (cf. comentário em 20:1-17).
O castigo para o
adultério é estipulado em outras passagens do Pentateuco (cf. Lv 20:10; Dt
22:22 no contexto do casamento; cf. Dt 22:13-21 quando a mulher não é casada). Em
geral, o termo “adultério” se refere a uma relação sexual envolvendo
infidelidade conjugal.
Tokunboh
Adeyemo. COMENTARIO BÍBLICO AFRICANO.
Editora Mundo Cristão. pag. 114.
2.
OBJETIVO.
O
objetivo deste mandamento é conservar a sacralidade da família que foi
instituída por Deus por meio do casamento no jardim do Éden (Gn 2.18-24). A
santidade desse relacionamento familiar deve ser mantida. Esta lei servia
também para Israel manter a pureza sexual e evitar as práticas da cultura egípcia,
de onde os israelitas saíram, e da cultura cananeia, para onde o povo se
dirigia. Os preceitos pertinentes estão descritos com abundância de detalhes no
sistema mosaico (Lv 18.6-30; 20.10-21).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 100.
O
mandamento para se abster de cometer adultério (Ex 20.14) tem, em seu cerne, a
proteção do relacionamento marital e da família oriunda deste; todavia, como o
relacionamento sexual humano também serve metaforicamente para descrever o
relacionamento de Israel com o Senhor, o mandamento tem ramificações que
ultrapassam a mera relação interpessoal. Na esfera humana, essa estipulação,
como a que ordena o devido respeito aos pais, é crucial por causa do papel da
família na implementação do desígnio do Reino de Deus. O homem ou a mulher que
traem seu parceiro — aquele sem o qual não está completo — contribuem para a
ruptura do modelo hierárquico do domínio do Reino para o qual foram criados
como seres complementares (cf. Gn 2.18). Por essa razão, o adultério não é
apenas um ato privado e isolado; ele causa profundo efeito na comunidade
imediata e até mesmo universal dos que constituem o Reino de Deus na terra. Se
um homem ou mulher não consegue viver em fidelidade marital, que esperança
podem ter para os compromissos do reino em outras esferas, incluindo os
compromissos com o grande Rei mesmo?
Pelo
fato de a aliança de Deus com Israel, às vezes, ser descrita como um casamento
(cf. Is 54.5,6; Jr 3.14,20; 31.32; Ez 16.32; Os 2.16), a infidelidade nesse
relacionamento, por parte de Israel, não era nada menos que adultério (cf. Os
4.15; 7.4; Jr 3.8; 5.7; 9.2; 13-27; Ez 6.9; 16.32; 23.37-45).25 Nesse caso, o
outro parceiro são os ídolos e deuses das nações com os quais Israel flertava e
para os quais, vez após outra, ela sucumbiu através de sua história. Jeremias
registra o triste lamento do Senhor que pergunta: “Você viu o que fez Israel, a
infiel? Subiu todo monte elevado e foi para debaixo de toda árvore verdejante
para prostituir- se” (Jr 3.6). Contudo, Judá não era melhor e, depois de ver o
comportamento adúltero de sua irmã, “também se prostituiu, sem temor algum. E
por ter feito pouco caso da imoralidade, Judá contaminou a terra, cometendo
adultério com ídolos de pedra e madeira” (v. 8,9).
O
mandamento para evitar o adultério foi designado não só para manter a família
humana e seu papel de manifestar os princípios do Reino intatos; mas também
tinha relevância direta para o papel de Israel entre as nações como a semente
por intermédio da qual Deus as abençoa. Uma Israel infiel não poderia realizar
sua missão como reino de sacerdotes mais que uma esposa infiel poderia cumprir
a sua como o instrumento sem o qual seu marido fica incompleto.
Eugene
H. Merrill. Teologia do Antigo
Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 335-336.
A fim de preservar a santidade do lar (Êxo,
20:14; Deu. 5:18). Também está envolvida a questão da herança da famllia e a preservação
da pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um
ato de contaminação (Lev. 18:20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte,
envolvendo a execução de ambos os culpados (Êxo, 20:14; Lev. 20:1 ss ).
Injunções similares podem ser achadas no
código babilônico de Hamurabi (129), e, opcionalmente, na primitiva lei romana
(Dion. Hal. Antiguidades Romanas). A pena de morte mostra que as sociedades antigas
encaravam o adultério não meramente como um ato privado errado, mas que
ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade. O fato de que o homem e a mulher
tornam-se uma carne no matrimônio (Gên. 2:24; Efé. 5:31,32) sugere uma comunicação
mística de energias vitais físicas e espirituais, e isso deve acontecer somente
entre duas pessoas. Quanto a notas sobre esse conceito, ver NTI na referência
de Efésios. No adultério, o indivíduo é furtado de sua identidade, e a união
mística de seres é perturbada, talvez assemelhando-se ao homicídio, embora
certamente com menores conseqüências morais.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 66.
O
sétimo mandamento diz respeito à nossa própria castidade, bem como à do nosso
vizinho: “Não adulterarás”, v. 14. Este mandamento é colocado antes do sexto
pelo nosso Salvador (Mc 10.19): “Não adulterarás. Não matarás”. Pois a nossa
castidade nos deve ser tão importante quanto a nossa vida, e nós devemos ser
tão temerosos daquilo que profana o corpo como daquilo que o destrói. Este
mandamento proíbe todos os atos de impureza, como aquelas luxurias carnais que
produzem estes atos e guerreiam contra a alma, e todos aqueles costumes que
alimentam e entusiasmam estas luxúrias carnais, como, por exemplo, olhar para
cobiçar. Cristo nos diz que tais atitudes são proibidas por este mandamento,
Mateus 5.28.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 295-296.
3.
CONTEXTO.
O
sétimo mandamento proíbe o adultério. Base original da monogamia. O trecho de
Mat. 19:4-8 registra as declarações de Jesus em favor da monogamia e contra o
divórcio. Ele alicerçou o Seu ensino na narrativa da criação do homem. Podemos
supor, pois, que, apesar da permissividade do Antigo Testamento em relação ao
concubinato e à poligamia (para os homens somente, como é natural), a monogamia
é o ideal espiritual.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 66.
A
poligamia, como uma relação legalizada entre o homem e várias esposas e
concubinas a ele subordinadas, era permitida na época do AT, mas proibida no NT
(por exemplo, 1 Tm 3.2,12). Ela não envolvia o pecado do adultério.
Apesar
das rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi amplamente difundido em
diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo como parte do culto
cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição
"sagrada". Indicações de uma lassidão moral são encontradas em
referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.5-22; Jeremias 23.10-14.
O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de Deus ocasião
para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada prevaleceu
durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas 18.11; 1
Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências feitas no
NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pomos).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 35-36.
Êxo 20.14. adultério,
como definido por nossas leis, é de dois tipos; dupla quando entre duas
pessoas casadas; único, quando uma das partes é casado, solteiro outra. Uma
parte principal da criminalidade de adultério consiste na sua injustiça. 1. Ele
rouba um homem de direita, tomando-lhe a afeição de sua esposa. 2. Ele faz dele
um errado por paternidade sobre ele e obrigá-lo a manter a sua própria prole um
falso filho um que é não o seu. O ato em si, e cada coisa que conduz ao ato, é
proibido por este mandamento, para o nosso Senhor diz: Mesmo aquele que olhar
para uma mulher para a cobiçar, já cometeu adultério com ela em seu coração. E
não só o adultério (o comércio ilegal entre duas pessoas casadas) é proibido
aqui, mas também a prostituição e todo tipo de impureza mental e sensual. Todos
os impuros livros, músicas, pinturas, que tendem a inflamar e corromper a
mente, são contra esta lei, bem como uma outra espécie de impureza, por conta
de que o leitor é referido; Veja Clarke em 38:30. Que fornicação foi incluído
sob este comando, podemos reunir a partir de São Mateus, Mateus 15:19, onde o
nosso Salvador exprime o sentido dos mandamentos diferente por uma palavra para
cada, e menciona-los na ordem em que eles estão, mas quando ele vem para a
sétima ele usa duas palavras, para expressar o seu significado, e depois vai
para a oitava, assim mostrando evidentemente que a prostituição foi entendida
para ser compreendido sob o comando, "Tu não cometerás adultério."
Quanto à palavra adultério, adulterium, ele provavelmente foi derivado das
palavras ad alterius torum, para outro da cama, pois está indo para a cama de
outro homem que constitui o ato eo crime. Adultério muitas vezes significa
idolatria na adoração de Deus.
ADAM
CLARKE. Comentário Bíblico de Adam
Clarke.
Il. INFIDELIDADE
1.
ADULTÉRIO.
O
verbo hebraico nã’ph, "adulterar, cometer adultério", não apresenta
problema lingüístico neste mandamento, diferentemente do que pensam alguns
expositores bíblicos. O termo aparece trinta e quatro vezes no Antigo
Testamento, nove vezes em Jeremias, sete em Ezequiel, seis em Oseias, seis no
Pentateuco e quatro na literatura sapiencial. O verbo ocorre no Decálogo, em
Êxodo
e em Deuteronômio como lo ’ tinã ’ph,'m "Não adulterarás" (Êx 20.14;
Dt 5.18). As outras quatro vezes aparece em Levítico, que traz de maneira clara
e inconfundível a definição de adultério no contexto da época: "Também o
homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do
seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera" (Lv 20.10). Esse
conceito é aprofundado no Novo Testamento. O cristianismo restaura a monogamia
originalmente estabelecida pelo Criador, visto que a estrutura da sociedade do
Antigo Testamento era polígama. A lei se aplica se o ato envolver uma mulher
casada ou comprometida (Dt 22.22-26). Mas, se a mulher for solteira, o homem
será obrigado a se casar com ela e nunca mais poderá se divorciar, além de
pagar uma indenização ao pai da moça (Dt 22.28, 29). Na nova aliança, não há
nada disso; o sétimo mandamento é adaptado à graça, e o assunto é levado à
esfera espiritual e não jurídica ou legal (Jo 8.1-11). Os adúlteros contumazes e
inveterados perdem o direito à vida eterna no céu (1 Co 6.10; Ef 5.5;Ap 22.15).
Os
termos hebraicos para adultério são ni’uph, que só aparece duas vezes no Antigo
Testamento (Jr 13.27; Ez 23.43) e na’ãphüph, que só aparece uma vez (Os 2.2
[4]). Essas três ocorrências estão no plural. A Septuaginta traduz as duas
palavras por moicheia, o mesmo termo usado no Novo Testamento grego, onde só
aparece três vezes (Mt 15.19; Mc 7.22; Jo 8.3).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 100-101.
Na
Bíblia Sagrada, o termo adultério (em hebraico na'aph e em grego moicheia) é
muitas vezes utilizado como uma metáfora para representar a idolatria ou
apostasia da nação e do povo comprometido com Deus. Exemplos disso podem ser
encontrados em Jeremias 3.8,9; Ezequiel 23.26,43; Oséias 2.2-13; Mateus 12.39;
Tiago 4.4. Esse uso está baseado na analogia do relacionamento entre Deus e o
seu povo, que é semelhante ao relacionamento entre o marido e a sua esposa, uma
característica comum tanto do AT (Jr 2.2; 3.14; 13.27; Os 8.9) como do NT (Jo
3.29; Ap 19.8,9; 21.2,9). O casamento, que envolve ao mesmo tempo um pacto
legal e um vínculo de amor, representa um símbolo muito adequado do
relacionamento entre Cristo e a sua igreja (Ef 5.25-27).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 35.
ADULTÉRIO.
O termo adultério é empregado nas Escrituras para designar relação sexual, com
consentimento mútuo, entre um homem, casado ou solteiro, e a esposa de outro
homem. Semelhantemente, o termo é usado para descrever o relação sexual, com
consentimento mútuo, entre uma mulher casada e um homem que não seja seu
marido.
O
termo usado no NT para descrever o conceito expresso pelo termo
nã’aph, ou “adultério” no AT. No antigo Israel, o significado primário do termo
era o ato físico de infidelidade conjugal. Entretanto, gradualmente o termo foi
empregado para designar adoração idólatra e falta de fidelidade para com Deus.
O significado do ato e as conotações do termo parece ter-se aprofundado e
ampliado com o tempo.
No
antigo Israel, o adultério era expressamente proibido (Ex 20.14; Dt 5.18) e era
punível com a morte (Lv 18.20; 20.20; Dt 22.22-24). Em poucas nações, tais como
a França, a legislação, mesmo no século 20, prescreve que o adultério seja
considerado crime. Em 1955, o Instituto Americano de Leis decidiu não incluir a
infidelidade conjugal em seu modelo de código penal.
Nos
primórdios da história de Israel, o ato físico do adultério era severamente
condenado. A morte, aparentemente por apedrejamento, era a punição prescrita,
tanto para homens como para mulheres apanhados em adultério. A pena de morte
era aplicada no caso de adultério cometido não somente pelas mulheres casadas,
mas também as que fossem noivas ou comprometidas (Lv 20.10; Dt 22.22-25).
A
legislação judaica requeria que o adultério fosse claramente comprovado (Jo 8.4
e a Mishna Sota I, 4; V, 1 e VI, 1 e 25). Se uma esposa fosse acusada de
adultério, tinha de provar sua inocência, mediante o ritual da “água amarga”
(Nm 5.11-30 e Mishna Sota I, 4 e VI, 25). Esse ritual não era prescrito para
todas as mulheres acusadas de adultério em Israel, mas somente para as
israelitas legítimas (e algumas delas, ao que parece, eram isentas desse
processo). No ritual, a mulher tinha de beber uma porção inócua de água
purificada, misturada com o pó do chão do Templo (ou tabernáculo) e com a tinta
usada para escrever o juramento recitado pela mulher durante o ritual. Se a
acusada fosse inocente, supostamente a ingestão da poção não lhe causaria
nenhum dano. Este processo era realizado diante do Sinédrio (Sotah I, 4);
exigia-se a presença de duas testemunhas do suposto ato de adultério, antes da
mulher ser convocada. Se a mulher fosse considerada culpada com base em provas
circunstanciais, o marido era compelido a se divorciar e a acusada perdia todos
os direitos provenientes do casamento. Além do mais, a adúltera não tinha
permissão de casar com o amante {Sotah, V, 1). Originalmente, esse tipo de
julgamento era destinado a mulheres culpadas, mas aos poucos foi sendo abolido
devido ao relaxamento moral entre a população masculina de Israel. Por volta do
ano 30 d.C., a pena de morte por adultério caiu em Israel, juntamente com
outras formas de pena capital.
Além
disso, o primeiro significado do termo adultério foi usado no AT para descrever
o culto idólatra e apostasia da religião (Is 57.3; Jr 3.8,9; Ez 23.43). Oséias
descreveu Israel como a mulher adúltera de Yahweh, devido à sua apostasia
religiosa (Os 2.2).
No NT,
Cristo enfatizou o ensino de que o pensamento pecaminoso ou adúltero era
equivalente ao ato do adultério. Alguns acreditam que esses ensinos, e outros
similares, mostravam que ele concordava com a interpretação mais estrita da
lei, corrente em seus dias (Mt 5.17). Cristo também ensinou que, sob certas
circunstâncias, o casamento dissolvido pelo divórcio culminava em adultério
(5.27-32). O adultério é mencionado
no NT
como um dentre vários pecados, que, na falta de arrependimento, excluiriam o
indivíduo do Reino de Deus (ICo 6.9; G1 5.19-21). O adultério foi proibido por
Cristo (Mt 19.3-12; Jo 8.4) e pela Igreja Primitiva. Advertências severas eram
feitas aos ofensores, para que tais práticas não se repetissem (ICo 5.6). Além
disso, o adultério espiritual, ou a conformação do cristão com o sistema do
mundo, ou de religiões não cristãs, é claramente proibido no NT (Tg 4.4; Ap
2.20-23).
Tanto
no Antigo, como no Novo Testamento, o adultério é expressamente proibido, no
sentido físico e espiritual.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 132-133.
2.
SEXO ANTES DO CASAMENTO.
Embora a palavra sexo
não seja mencionada na Bíblia, o tema ocupa um espaço muito amplo nessa coleção
de documentos, e tudo o que há de bom e de ruim relacionado a isso é descrito
de forma explícita. Os hebreus não eram um povo puritano. Na verdade, eram um
povo do vinho, das mulheres e da canção. Confinar o sexo dentro do casamento
exigia a instituição do concubinato, que, de modo geral, tinha regras muito
frouxas, portanto o ideal (da Criação) de um homem para uma mulher na prática
quase nunca teve efeito. Apenas as mulheres estavam limitadas a um único homem.
O ideal original de Gên. 1.26-28 era que houvesse uma união entre um homem e uma
mulher e que essa união tivesse o propósito da procriação, pois era obrigação
deles “frutificar e multiplicar”. Jesus aprovou o plano original como sendo
parte do esforço contra o abuso (Mat. 19.4.8).
A
virgindade antes do casamento era fator crucial para mulheres no Antigo
Testamento, mas aparentemente não era respeitada para homens. Isso ajudava a
evitar a confusão das linhagens familiares e, em sua essência, servia aos
mesmos propósitos das leis contra o adultério.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 192
Virgem
no Antigo Testamento
O
termo hebraico bethulah, "virgem” é cognato do ugarítico btit, um termo,
com frequência, usado como um dos títulos da deusa Anate. Em outras línguas
também havia cognatos, como o acádico batultu e o no assírio, batussu. Esse era
o termo específico para a ideia de “virgem intacta”, da mulher que não tivesse
tido seu hímen violado em um primeiro contato sexual.
A
virgindade é uma virtude na ordem da criação dos seres vivos, especialmente no
caso da mulher, por três razões básicas: a. a relação matrimonial precisava ser
mantida inviolável, dentro do sistema de casamentos monógamos (um homem e uma
mulher) (ver Êxo. 22). b. O casamento de um homem com uma mulher virgem
garantia a pureza da herança, que era fundamentalmente importante ao oficio
sacerdotal de grupos específicos dentro da nação de Israel (ver Lev. 21:14). c.
A virgindade, por si mesma, era reputada como uma condição desejável (ver Est.
2:2). Esse ponto de vista é refletido até no Novo testamento, nos escritos
paulinos, onde ele diz: “E assim quem casa a sua filha virgem faz bem; quem não
a casa faz melhor” (1 Cor. 7:38).
De
acordo com essa atitude judaica, a perda da virgindade deveria ocorrer dentro
das relações matrimoniais. Qualquer perda de virgindade, por ato de violência,
era duplamente lamentada (ver, por exemplo, II Sam. 13:13,14). Em Gênesis
24:16, encontramos um detalhe interessante. Lemos ali: “A moça era mui formosa
de aparência, virgem, a quem nenhum homem havia possuído O detalhe é que além
de Rebeca ser declarada virgem, foram acrescentadas as palavras a quem nenhum
homem havia possuído, como segurança para se entender que não havia qualquer
dúvida quanto à virgindade dela, embora ela fosse classificada como virgem (no
hebraico, bethulah).
No
Antigo Testamento, por várias vezes a palavra “virgens” era usada para indicar
a comunidade das “virgens”, como representante de um estado ou nação.
Geralmente,
as virgens formavam o grupo humano mais protegido e recluso da nação. E, por
isso mesmo, a felicidade delas (ver Can. 6:8), o escárnio com que fossem
tratadas (ver II Reis 19:21; Isa. 37:22) ou a miséria delas (ver Isa. 46: 11)
indicavam a rigidez e a segurança do povo a que pertenciam. Assim é que a
posição de virgindade, por muitas vezes, é comparada com a pureza da adoração a
Yahweh, por parte do povo de Israel. Esse conceito tem o seu devido reflexo no
Novo Testamento, na idéia de que a Igreja é a pura Noiva de Cristo (ver o ponto
quarto deste artigo, A Igreja como Noiva Virgem). Por outro lado, a idolatria
do povo de Israel, sempre que se manifestou, é retratada no Antigo Testamento
como as raias da depravação sexual.
Virgem
no Novo Testamento
Conforme
já demos a entender, todos os ensinamentos acerca da virgindade e da
moralidade, que há no Antigo Testamento, passam intactos e até são elaborados
no Novo Testamento.
Em
nenhuma das quinze ocorrências do termo grego párthenos, "virgem”, há
qualquer menção a outra coisa senão a virgens.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 666.
Dt 22.28,29
— Esta lei advertia os jovens homens de que eles eram os responsáveis por suas atitudes.
Uma moça virgem não estava disponível a alguém só porque não era comprometida.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 343.
Se uma
donzela não comprometida fosse dessa forma tratada com violência, aquele que dela
abusou deve ser multado, o pai deve receber a multa, e, se ele e a donzela
realmente consentiram, ele deve ser obrigado a se casar e jamais se divorciar
dela, não importa o quanto ela estivesse abaixo do nível dele, e o quão
desagradável ela pudesse ser para ele posteriormente, como Tamar foi para Amom
depois que ele a possuiu à força, v. 28,29. Isto servia para dissuadir os
homens de práticas tão cruéis, que são desonras sobre as quais é necessário que
leiamos e escrevamos.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 629.
Se uma
moça fosse estuprada antes de ficar noiva, o homem devia pagar uma multa ao pai
da moça e se casar com ela, e não era permitido que pedisse o divórcio
posteriormente (22: 28-29). Essa prescrição protegia tanto a mulher quanto o
filho nascido de um estupro.
A
ênfase na responsabilidade sexual contida nessas passagens contrasta com a
freqüente casualidade com que se encara a violência sexual na África hoje, que
destrói a vida de tantas mulheres no continente. A igreja precisa ser mais incisiva
com relação a esse tema.
Tokunboh
Adeyemo. COMENTARIO BÍBLICO AFRICANO.
Editora Mundo Cristão. pag. 241.
3.
FORNICAÇÃO.
O
verbo hebraico zãnãh, "cometer fornicação, praticar prostituição",
designa primariamente um relacionamento sexual fora de uma união formal. O
particípio do verbo zãnãh é zonãh, e se refere à mulher que se entrega a tal
prática. A isso comumente se chama "fornicação", mas se um
dos envolvidos tiver já assumido união formal com outra pessoa este ato será
considerado adultério. O verbo zãnãh e os substantivos derivados zenumm, zenut,
e taznüt, "fornicação, prostituição", são sinônimos quase perfeitos.
Zenüním aparece onze vezes (Gn 38.24; 2 Rs 9.22; Ez 23.11 [duas vezes]; 23.29;
Os 1.2 [duas vezes]; 2.3[4], 4[6]; 4.12; 5.4; Na 3.4 [duas vezes]; zenüt ocorre
nove vezes (Nm 14.33; Jr 3.2, 9; 13.27; Ez 23.27; 43.7, 9; Os 4.11; 6.10) e
taznüt só aparece em dois capítulos de Ezequiel: no capítulo 16, nove vezes, e,
no capítulo 23, onze vezes. A Septuaginta emprega o termopornê,m
"prostituta, meretriz".
O
substantivo porneia e o verbo porneuõ aparecem na Bíblia para designar orgia
(Nm 25.1; 1 Co 10.8), incesto (1 Co 5.1) e práticas homossexuais (Jd 7). O
termo porneia, às vezes, aparece junto com adultério e, outras vezes, como
sinônimo, mas é um termo genérico e indica "prostituição, incastidade,
fornicação, adultério, imoralidade, práticas homossexuais", ao passo que
moicheia é usado especificamente para adultério e nunca se aplica à
prostituição.
O
Antigo Testamento emprega todos esses termos também de forma metafórica para
descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. O profeta
Ezequiel, no capítulo 16, descreve a apostasia de Israel como prostituição e
revela a diferença entre nã ’ph e zãnãh.
A
"meretriz", zonãh, substantivo derivado do verbo zãnãh, é a mulher
que recebe pagamento por favores sexuais (Ez 16.31b). Esse conceito é reiterado
nos versículos 33 e 34. A "mulher adúltera", é a que recebe estranhos em vez do marido (Ez 16.32). O Antigo
Testamento nunca emprega naph para designar a prostituta profissional. Essa
diferença é verificada em Provérbios, quando afirma que a zonãh é a mulher que
se oferece por um pedaço de pão, "prostituta" (Pv 6.26), ao passo que
no ’êph, "adúltera", é a mulher que tem marido mas se entrega a outro
homem (Pv 6.32-34).
O
sétimo mandamento inclui também a proibição da prática homossexual. É o próprio
Deus quem chama o comportamento homossexual de abominação, e a lei aplica a
pena de morte contra os que cometerem tal pecado (Lv 18.22; 20.13). Era a
prática do culto cananeu que envolvia a chamada "prostituição
sagrada" (1 Rs 24.24; 15.12). O sodomita e a rameira são colocados na
mesma categoria (Dt 23.17). A prática é proibida em toda a Bíblia (Rm 1.24-28;
1 Tm 1.10), mas a nova aliança leva o assunto para a esfera espiritual,
implicando a salvação e não a pena capital (1 Co 6.10). O ensino de Jesus é:
"Vai-te e não peques mais" (Jo 8.11).
O
apóstolo Paulo afirma que o poder do evangelho resultou em uma mudança desse
estilo de vida especificamente na cidade de Corinto (1 Co 6.11). No Brasil, o
homossexual que precisar de ajuda para abandonar esse estilo de vida não poderá
contar com ajuda de psicólogos. Estes são autorizados a ajudar a quem deseja
ser homossexual, mas são constantemente ameaçados pelas autoridades se ajudarem
quem pretende abandonar tal prática. São leis iníquas como essas que afrontam a
Deus e ameaçam os fundamentos da família. Jesus e Paulo estariam hoje em
dificuldades diante da justiça brasileira.
O
Senhor Jesus anunciou de antemão os dias de Sodoma e Gomorra para o fim dos
tempos, antes da sua vinda (Lc 17.28-30). Atualmente, é grande a pressão das
autoridades civis e da mídia contra a Igreja, pois elas estão
institucionalizando a iniquidade como já tem acontecido em
alguns países. Devemos tomar cuidado, pois o alvo desse movimento está mais
além: cercear a liberdade religiosa. A solução é orar a Deus para que o Estado
respeite nossas crenças, princípios e tradições, razão pela qual devemos
respeitar o direito dos outros. É o mínimo que se espera num estado democrático
de direito, pois os direitos de César terminam onde começam os de Deus (Mt
22.21; At 5.29).
Igreja
não é Estado: a Igreja é regida pelo Espírito Santo por meio da Palavra de
Deus, e o Estado é regido por sua constituição. Não somos um Estado teocrático
nem é papel do cristão impor a Bíblia à legislação do país. "O mundo
inteiro jaz no Maligno" (1 Jo 5.19, ARA). Nosso dever é pregar o evangelho
para a salvação de toda a sorte de pecadores e não nos envolver em passeatas e
manifestos (Mt 28.19, 20).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 102-104.
Fornicação.
A relação sexual entre um homem e uma mulher solteira (zemt) era proibida e os
pais eram especialmente proibidos de permitir que suas filhas se tomassem
prostitutas (Lv 19.29), “para que a terra não se prostitua, nem se encha de
maldade” (a vida sexual dos indivíduos era considerada como capaz de afetar
profundamente a prosperidade da comunidade toda, ao invés de
ser um assunto meramente privado). Nenhuma penalidade padrão foi estabelecida
para a fornicação. Ao que parece, um israelita, não um sacerdote, podia se
casar uma meretriz arrependida e corrigida (visto que isto foi expressamente
proibido apenas aos sacerdotes, 21.7). A fornicação era um crime capital para a
filha de um sacerdote; ela devia ser queimada no madeiro (21.9) como alguém que
havia “profanado seu pai”. Devemos observar que Deus elogiou Finéias, o neto de
Arão, por matar um israelita que tomou uma prostituta midianita em sua tenda
(Nm 25.7-15) em conexão com o episódio de Baal-Peor.
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1226-1227.
Se uma
donzela fosse noiva, e não casada, ela estava sob a vigilância de seu futuro
marido e, portanto, tanto ela como a sua castidade estavam sob a proteção
especial da lei. 1. Se a sua castidade fosse violada com o seu próprio
consentimento, ela deveria ser morta, junto com aquele que com ela cometeu
adultério, w. 23,24. E seria presumido que ela consentiu, se isto ocorresse na
cidade, ou em qualquer lugar onde, caso tivesse gritado, alguma ajuda poderia
aparecer rapidamente para evitar o mal intentado contra ela. Qui tacet,
consentire videtur - Quem cala, consente. Note que pode-se presumir que desejem
ceder à tentação (a despeito do que quer que aleguem) aqueles que não utilizam
os meios e ajudas com os quais podem ser aparelhados para evitá-la e vencê-la.
Além disso, o fato de ser encontrada na cidade, um lugar de companhia e
diversão, quando deveria ser mantida sob a proteção da casa de seu pai, era uma
evidência contra ela de que não tinha receio do pecado e do risco dele, que
convinha a uma mulher recatada. Note que aqueles que, sem necessidade, se
expuserem à tentação, com justiça padecerão pela mesma, se, estando
antecipadamente conscientes, forem surpreendidos e apanhados por ela. Diná
perdeu a sua honra devido ao desejo de satisfazer a sua curiosidade, quando foi
ver as filhas da terra. Através desta lei, a Virgem Maria estava em perigo de
se tornar um exemplo público, ou seja, de ser apedrejada até à morte. Porém
Deus, através de um anjo, esclareceu aquela situação para José. 2. Se ela fosse
forçada, e nunca houvesse consentido, aquele que cometeu o estupro deveria ser
morto, porém a donzela deveria ser inocentada, vv. 24-27. Se o fato acontecesse
no campo, longe dos ouvidos dos vizinhos, seria presumido que ela gritou, porém
não houve ninguém para salvá-la; além disso, a sua ida ao campo, um
local de solidão, não a exporia tanto. Assim sendo, através desta lei nos é
sugerido: (1) Que sofreremos apenas pela perversidade do que fazemos, e não
pelo que nos é feito. Aquilo que é feito sem a intenção de pecar, não é pecado.
(2) Que nós devemos presumir o melhor a respeito de todas as pessoas, a menos
que realmente se mostre o contrário. Não apenas a caridade, mas também a
justiça nos ensina a agir assim. Embora ninguém a ouvisse gritar, mesmo assim,
porque ninguém podia ouvir se ela o tivesse feito, deve ser tomado como certo
que ela o fez. Devemos nos guiar por esta regra, ao avaliarmos as pessoas e os
atos: crer no melhor, e esperar o melhor. (3) Que a nossa castidade nos deve
ser tão cara quanto a nossa vida, a tal ponto que se ela for atacada, não será
de maneira alguma impróprio gritar: assassinato, assassinato, pois, assim como
quando um homem se levanta contra o seu próximo para lhe tirar a vida, assim é
este caso.
(4)
Através desta alusão, perceba o que devemos fazer quando Satanás nos ataca com
as suas tentações: onde quer que estejamos, clamemos em voz alta aos céus por
ajuda (Succurre, Domine, vim patior) - Ajuda-me, Senhor, pois estou sofrendo
violência), e podemos ter a certeza de que seremos ouvidos e atendidos, como
aconteceu com o apóstolo Paulo: A minha graça te basta.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 628-629.
Dt 22.23
E um homem a achar na cidade. Os vss. 13-30 deste capítulo apresentam seis leis
acerca da conduta sexual. Temos aqui a terceira dessas leis. Uma jovem,
prometida ou noiva de um homem, embora o casamento não se tivesse ainda
consumado, era tratada em Israel como mulher casada, visto que já pertencia ao
homem, de conformidade com a lei mosaica. Assim, se tal mulher mantivesse
contato sexual com outro homem, isso seria classificado como adultério. O
versículo dá a entender que o caso não tinha sido de estupro, mas, antes, que a
mulher havia consentido com o ato. Nesse caso, os versículos 23 e 24 deste
capítulo são iguais ao versículo 22, e a mulher e o homem eram apedrejados, tal
como se viu no caso anterior. O estupro é descrito nos vss. 23-25 deste
capítulo; mas essa já é uma situação totalmente diferente.
Obtenção
de uma Esposa.
Três
modos eram empregados:
1.
Pagando certa importância em dinheiro à mulher.
2.
Assinando um documento diante de testemunhas.
3.
Fazendo sexo com a mulher, com o consentimento dela. Essa terceira maneira era
válida, embora não fosse muito aprovada em Israel (Mishna. Kiddushin, cap. 1,
sec. 1).
Dt 22.24
Então trareis ambos à porta. Visto que tanto o homem quanto a mulher estiveram
envolvidos no ato de adultério, e visto que o adultério era um crime público,
seriam executados publicamente, por apedrejamento. Casos legais eram resolvidos
nos portões da cidade, onde também eram efetuadas outras importantes
negociações. As execuções ali feitas eram uma questão pública, e representantes
da comunidade participavam do lançamento de pedras. Desse modo, o mal era eliminado
da comunidade, em Israel, o que também é dito quanto aos versículos 21 e 22. Se
uma mulher fosse assaltada sexualmente, sem dúvida protestaria em altos brados,
para atrair a atenção de outras pessoas. Na cidade seus gritos presumivelmente
seriam ouvidos. Mas se 0 ataque ocorres- se no campo, então o provável é que
ninguém a ouviria. Em tal caso, ela deveria ser considerada inocente, e o que
tivesse sido cometido estava consumado.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 839.
III. OUTROS PECADOS SEXUAIS
1.
ESTUPRO.
Sedução
e Violação. A sedução é uma espécie de violação, embora reconhecida como menos
séria que "a violação forçada, ou estupro. Contudo, a sedução também
envolve violência, embora 40 tipo mental e psicológico. Algumas vezes, envolye
o poder do dinheiro, ou alguma vantagem qualquer, capaz de convencer a mulher
aceder. Porem, também se reconhece que uma.mulher pode querer ser seduzida,
embora nunca o declare. Outrossim, as mulheres convidam à sedução
mediante a maneira como se vestem e agem. Ademais, algumas vezes a mulher ê que
seduz o homem. Por causa dessa variedade de fatores, a sedução é considerada
menos séria que a violação. Porém, a sedução contra uma mulher casada era considerada
adultério, pelo que ambos os envolvidos estavam sujeitos à pena de morte. A
violação era punida com a morte do homem culpado (Deu. 22:25-27). Se um homem
seduzisse uma virgem (que não estivesse noiva) que consentisse com o ato, então
ele poderia corrigir o erro casando-se com ela legalmente, além de pagar uma
multa a seu pai. Se o pai não permitisse o casamento, a jovem não se 'casava, e
o culpado tinha de pagar uma importância adicional. Se um sedutor se casasse
com a jovem a quem seduzira, nunca poderia divorciar-se dela (Deu. 22:29).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 968-969.
Estupro
e sedução. Se um homem violasse forçosamente uma mulher solteira fora de casa
(longe da proteção da casa), ele devia ser morto, sem qualquer pena sendo
atribuída à mulher (Dt 22.25-27). O estupro de uma mulher que era casada ou
noiva era considerado como adultério e, portanto, sujeito à pena de morte. Se
um homem seduzisse uma virgem com o consentimento dela, não sendo ela noiva,
então ele devia pagar ao pai dela uma alta indenização de cinqüenta moedas de
prata, e levá-la para sua casa como sua esposa legal, a menos que o pai se
recusasse completamente permitir que ele se casasse com ela (Êx 22.16,17; Dt
22.28,29). Neste caso a esposa não estava sujeita ao divórcio até o fim de sua
vida (22.29).
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1227.
Dt
22.25-27 descrevem o caso de estupro de uma mulher que estava noiva, o que, sem
dúvida, cobre o caso de uma mulher casada que foi estuprada, pois ambas as
situações eram legalmente idênticas. Um campo era considerado um lugar onde,
mais provavelmente, ocorreria um caso de estupro, pois, em uma cidade (vs. 23),
outras pessoas poderiam ouvir os gritos de socorro e acudir a mulher. Mas, no
campo, a mulher poderia gritar à vontade, que ninguém a ouviria, e 0 ato de
violação acabaria sendo consumado. O homem que fizesse tal coisa deveria ser
executado, presumivelmente por meio de apedrejamento, tal como foi ordenado nos
outros casos em foco (vss. 21 e 24). Ό estupro era considerado um crime tão
sério quanto o assassinato, razão pela qual era punido com a morte” (Jack S.
Deere, in loc.). Adam Clarke informa-nos que em seus dias (século XVIII), na
Inglaterra, esse crime também era punido com a morte.
Dt 22.26,27
A mulher violentada não era considerada culpada, presumindo-se que ela tivesse
feito tudo ao seu alcance para evitar 0 estuprador, e pelo menos tivesse
gritado por socorro. Ela era uma vítima, tal como uma pessoa assassinada, não
sendo culpada de crime algum. Este versículo classifica 0 estupro juntamente
com 0 homicídio voluntário.
O
Targum de Jonathan informa-nos que um homem podia divorciar-se de sua mulher
que tivesse sido estuprada, sem a necessidade de nenhuma indagação. O noivo ou
marido dela tinha esse direito.
“Privar
uma mulher de sua castidade é como tirar a vida de um ser humano. Com base
nessa passagem, Maimônides conclui que as impurezas sexuais, os incestos e os
adultérios são idênticos ao homicídio” (John Gill, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 839-840.
2.
INCESTO.
Incesto.
Todas as variedades de incesto requeriam a pena de morte (Lev. 20:11). Relações
sexuais com a própria sogra ou com a mãe de uma concubina eram punidas com a
execução na fogueira.
Irmão
e irmã, sobrinho e tia, cunhado e cunhada são outros casos especificamente
mencionados. Ver as referências abaixo, onde são mencionados os vários casos:
Lev. 20:11,12,17; 19:21 e Deut.27:33. Entretanto, um homem podia casar-se com a
viúva de um seu irmão. e até mesmo estava nessa obrigação, se seu irmão e
aquela mulher não tivessem tido filhos.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 969.
Incesto.
A tentativa de casamento ou relação sexual entre parentes próximos constituía um
crime capital; Levíticos 20.11 assim especifica no caso de um filho que se
deitasse com a esposa de seu pai, ou um sogro com a esposa do filho. A morte
pelo fogo era indicada para o que dormiu com a mãe de sua esposa (ou amante, Lv
20.14); todos os três deviam ser assim executados. Também incluídos como
incesto estão: irmão e irmã, sobrinho e tia, cunhado e cunhada (Lv
20.11,12,17,19-21 — exceto no caso do casamento levirato (onde um irmão
sobrevivente se casa com a esposa sem filhos do irmão morto — Dt 25.5-10).
Semelhantemente incestuosa é a união entre um homem e sua sogra (Dt 27.23) e,
aparentemente, também o casamento de duas irmãs (Lv 18.18 — uma passagem que
alguns consideram como uma proibição a toda poligamia, entendendo “irmã” como
equivalente a “outra mulher”, de acordo com um uso hebraico comum). As uniões
entre mãe ou madrasta e o filho, entre avós e netos, entre um homem e sua
meio-irmã, são adicionadas à lista (18.7-18).
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1227.
I Cor 5.1
Um relatório tinha sido entregue a Paulo com relação à imoralidade sexual que estava acontecendo entre os crentes em Corinto. A igreja coríntia tinha se
mostrado indisposta a disciplinar este homem. Paulo prefaciou o seu
pronunciamento do conhecimento desta situação dizendo que o problema era tal, que
nem ainda entre os gentios havia algo semelhante - esta era uma grande condenação para estes crentes. A maioria destes crentes já sabia daquele
relacionamento pecaminoso, mas aparentemente eles não estavam dispostos a
admiti-lo, de forma que Paulo descreveu o pecado de forma categórica: um homem
na igreja estava vivendo em pecado com a mulher de seu pai. Este homem estava
tendo um caso; já se tratava de um ato pecaminoso que merecia uma disciplina.
Mas a sua atividade sexual fora do casamento tinha ocorrido com a “mulher de seu
pai” (provavelmente a sua madrasta). Não está claro se este homem havia
seduzido esta mulher longe de seu pai, ou se a mulher era divorciada ou viúva.
Seja qual for o caso, até mesmo os pagãos teriam estremecido devido a tal situação, mas os membros da igreja estavam tentando ignorar o fato.
I Cor 5.2
O problema da arrogância na igreja coríntia tinha se espalhado a ponto de eles tolerarem
um pecado tão escandaloso. Em vez de se orgulharem de si mesmos, eles deveriam estar
chorando em tristeza e vergonha.
Então,
eles deveriam ter tirado o homem da comunhão. A igreja deve disciplinar o pecado
flagrante entre os seus membros — tais pecados, se deixados impunes, podem dividir
e paralisar uma igreja. Esta “remoção” da pessoa não tinha a intenção de ser uma vingança, mas de ajudar a produzir a cura.
Hoje,
a tolerância tem se tornado um grito de guerra tanto na mídia quanto nos
círculos políticos e educacionais, e isto tem afetado até mesmo a igreja. E
muito diflcíl disciplinar o pecado nos membros da igreja, porque todos estão tentando ser aceitos pelos outros. As pessoas dizem: “Quem sou eu para julgar?
Eu também tenho pecados em minha vida”. Assim, eles querem que todos os pecados
sejam desculpados, incluindo os seus próprios. Náo devemos permitir que os
baixos padrões dos dias de hoje determinem o que é verdadeiro e certo para a
igreja.
I Cor 5.3-5
Enquanto aqueles que faziam parte da igreja coríntia tinham falhado em fazer
alguma coisa sobre o pecado deste homem, o próprio Paulo lhes diria o que
deveria ser feito. Paulo tinha avaliado o problema e havia julgado. Como um
apóstolo e pai espiritual desta igreja (4.15), Paulo tinha a autoridade para lidar com o assunto, e ele compreendia o perigo que haveria para a igreja se o
pecado permanecesse impune. Paulo disse à igreja, em termos bastante claros,
que deveria ser convocada uma reunião de toda a congregação, para que testemunhassem
e apoiassem a ação. Quando eles se reunissem, ele estaria presente no espírito,
porque tinha a autoridade como um apóstolo, e o poder do Senhor Jesus também estaria
com eles quando se reunissem. Toda a situação estava sob o poder soberano que o Senhor Jesus tem para lidar com o espírito do homem e trazê-lo ao
arrependimento.
Paulo
explicou a disciplina que deveria ser executada: expulsar o homem da igreja e entregá-lo
nas mãos de Satanás. Isto significaria excluí-lo da comunhão dos crentes (veja
1 Tm 1.20). Sem o apoio espiritual dos cristãos, este homem seria deixado
sozinho com seu pecado e Satanás, e esperava-se que este vazio o levasse ao
arrependimento. A igreja náo poderia entregá-lo a Satanás em um sentido completamente
destrutivo, porque somente Deus pode entregar uma pessoa para o juízo eterno. O
que se pretendia era obrigá-lo a enxergar as conseqüências do pecado, através
de sua vivência na esfera de influência de Satanás - o mundo separado de Cristo
e da igreja. “Para destruição da came” significava que a exclusão da comunhão
ajudaria o homem a encarar a sua natureza (carne) pecadora e egoísta, a se
arrepender, e a voltar para a igreja.
Paulo
queria que este pecador experimentasse a crucificação de sua natureza pecadora
(Rm 7.5,6; Gl 5.24). Tais medidas drásticas podem ser necessárias para lidar
com a natureza pecaminosa, mas para o homem era muito mais importante encarar
isto e arrepender-se, a fim de, no final, ser salvo. Paulo esperava que esta
severa açáo disciplinar pudesse trazer um benefício eterno para o homem.
Hoje,
as igrejas precisam de determinação espiritual para lidar com pecados como
estes, que afetam a igreja como um todo. Mas a excomunhão como uma
forma de disciplina deve ser usada raramente e cuidadosamente. Esta deve ser
uma ação do corpo da igreja, e não apenas de uma ou duas pessoas. O seu propósito
deve ser remissivo e restaurador, e não vingativo ou justificativo.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 126-127.
I Cor 5.1
ss - A Igreja deve disciplinar o pecado flagrante entre seus membros. Tais
pecados desenfreados podem polarizar e paralisar uma igreja. A correção, porém,
nunca deve ser vingativa. Em vez disso, deve ser dada de modo que ajude a
trazer a cura. Os crentes coríntios se recusaram a lidar com um pecado
especifico naquela igreja: um homem estava tendo um relacionamento pecaminoso
com sua madrasta. A igreja estava ignorando a situação; Paulo disse que ela
tinha a responsabilidade de manter os padrões de moralidade encontrados nos
mandamentos de Deus. O Senhor diz que nao devemos julgar os outros. Mas também
nos diz para não tolerarmos o pecado flagrante e voluntário, porque permiti-lo
trará um efeito danoso sobre os demais crentes (5.6).
I Cor 5.5
- Entregar tal homem a Satanás significava excluí-lo da comunhão. Sem o apoio
espiritual dos cristãos, esse homem seria abandonado a seu pecado e a Satanás.
Talvez isso o levasse ao arrependimento. A expressão “para destruição da
carne" [ou natureza pecaminosa] se refere à esperança de que a experiência
o levaria a Deus que destruiria sua natureza pecaminosa pelo seu afastamento do
pecado. A natureza pecaminosa poderia significar tanto seu coroo como sua
carne. Essa tradução alternativa supõe que Satanás afligiria o pecador
fisicamente, e isso o levaria a Deus. Expulsar alguém da igreja deve ser o
último recurso de uma ação disciplinar. Não deve ser um ato de vingança, mas de
amor, da mesma maneira que os pais castigam os filhos para corrigi-los e
restaurá-los. O papel da igreja deve ser o de ajudar, nao magoando nem
ofendendo, motivando as pessoas a se arrependerem de seus pecados e retornarem
à comunhão.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 1588.
No cap
5, Paulo fala sobre a doutrina da disciplina na igreja. Esse nao é um assunto
fácil nem popular, mas é necessário. Onde não há correção nem disciplina, não
há amor responsável.
O
fracasso da disciplina hoje pode ser explicado em parte porque estamos ligando o
alarme contra o incêndio depois que o fogo já se alastrou. Lembra-se do sacerdote
Eli, que julgou Israel quarenta anos? Ele é denunciado por honrar mais seus
filhos do que a Deus (ISm 2.29). O amor de Eli por Hofni e Finéias, seus filhos,
foi, talvez, um amor intenso, mas não responsável. Por isso, seus filhos se perderam.
Lembra-se
de Davi? Ele amava os seus filhos. Ele foi capaz de chorar amargamente com a
morte de Absalão, mas nao tinha disposição de discipliná-lo de maneira correta.
Somos informados que Davi nunca contrariou o seu filho Adonias (lRs 1.6).
João
Calvino chegou a dizer que uma das marcas da verdadeira igreja é a correta
aplicação da disciplina bíblica. Precisamos olhar para esse assunto com muito
cuidado e zelo, porque, via de regra, a questão da disciplina tem sido mal
empregada na Igreja de Deus. Há dois extremos perigosos quanto à questão da
disciplina na igreja: Ela é aplicada com displicência ou com rigor desmesurado.
Em alguns lugares os líderes fazem vista grossa ao pecado, tolerando-o ou
passando por cima de situações que trazem desonra ao nome de Deus e escândalo
aos olhos do mundo. Esse foi o erro da igreja de Corinto. Mas existe também o
risco de se aplicar a disciplina sem amor e com rigor excessivo, proibindo até
mesmo aquilo que a Palavra de Deus não condena. Muito da disciplina que é
aplicada nas igrejas, hoje, é aplicada em cima de usos e costumes, e não em
questões vitais de desobediência, de rebeldia e de pecado. O uso da disciplina
não pode ser abusivo. Ricardo Gondim, no seu livro E proibido, narra uma
história muito triste de um pastor que tinha um ministério reconhecido e tomava
conta de várias igrejas. Certo dia recebeu em sua casa vários obreiros para uma
reunião de liderança. Enquanto conversava animadamente com os líderes, sua
esposa chegou e interrompeu a reunião, sussurrando em seu ouvido algumas palavras:
“A nossa filha cortou o cabelo”. O pastor, imediatamente, deixou os obreiros na
sala, dirigiu-se ao quarto da filha tomado por fúria. Sua filha, de dezoito
anos havia tosado as pontas do cabelo. O pastor, irado, e sem qualquer controle
emocional, vociferou para a filha assustada: “O que é que você quer fazer
comigo, menina? Você quer destruir meu ministério?” Bruscamente arrancou o
cinto da calça e começou a bater na filha descontroladamente, deixando vergões ensanguentados no corpo dela. Após castigá-la com os açoites, olhou para ela e
disse: “Enquanto você estiver debaixo do meu teto, eu nao tolero tamanho insulto
e tão grave pecado”. Depois dessa vergonhosa cena, deixou a filha machucada no
quarto e voltou para a reunião para tratar dos assuntos da igreja. Quinze
minutos mais tarde sua esposa voltou, novamente, agora, desesperada para lhe
dar outra notícia. A moça de dezoito anos havia jogado álcool em si mesma e
incendiado o próprio corpo. Para espanto do pastor, meia hora depois, sua filha
estava morrendo em um pronto-socorro de um hospital. Esse é o tipo de
disciplina que não tem base na Bíblia. Muitas vezes, se aplica uma disciplina
rigorosa, sem amor, condenando uma prática que não passa de usos e costumes.
Quando
o pecado invade a igreja (5.1)
Deus
chamou a igreja do mundo para influenciar o mundo e ser luz no mundo. O grande
problema é quando a igreja é seduzida e influenciada pelo mundo a ponto de
perder sua influência e seus valores. Era isso que estava acontecendo na igreja
de Corinto. Vejamos alguns pontos: Em primeiro lugar, Paulo denuncia o pecado
do incesto (5.1). O incesto é condenado pela lei de Deus (Lv 18.5). Um homem
estava tendo relações sexuais com a mulher do seu pai e a igreja em vez de
disciplinar esse faltoso se orgulhava dessa loucura. Não podemos saber à luz
desse texto se essa mulher ainda estava casada com o pai desse rapaz ou se já o
havia deixado ou mesmo se era a viúva do seu pai. De qualquer maneira havia um
preceito na lei de Moisés, que um homem não podia se deitar com a mulher de seu
pai; fosse ela sua mãe ou madrasta. Tanto a lei rabínica quanto a lei romana
também proibiam tais casamentos. Isso era abominável aos olhos de Deus. O tempo
presente do verbo “possuir” enfatiza a possessão contínua. Eles estavam vivendo
como marido e mulher sem estarem casados. Em segundo lugar, o incesto violava
os próprios princípios do mundo (5.1). A imoralidade, pornéia, denunciada por Paulo
nesse versículo 1, não é apenas o adultério, mas, sobretudo, o incesto. Paulo
recrimina a igreja e denuncia o pecado de incesto desse jovem, dizendo que nem
os pagãos ousavam cometer tamanha torpeza. Paulo diz que o incesto é condenável
não apenas pela lei de Deus, mas também, pelos princípios do mundo. Diz o
apóstolo: “Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal,
como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a
mulher de seu próprio pai” (5.1). Nem mesmo a sociedade frouxa e permissiva de
Corinto aprovava esse pecado de incesto. Nem mesmo a sociedade permissiva e promíscua
de Corinto estava acostumada com esse tipo de pecado de um homem chegar a
possuir a mulher de seu próprio pai.
Por
que é que Paulo denuncia o homem e não a mulher? Embora o texto não nos deixe
claro isso, mas, todos os intérpretes praticamente aceitam o fato de que Paulo
não está censurando essa mulher porque ela não era membro da igreja. Ainda era
uma paga e não fazia parte da família da fé. A disciplina eclesiástica não é
para os de fora da igreja.
A igreja
não tem jurisdição sobre aqueles que não fazem parte da família da fé
Disciplina é para os membros da igreja.
Paulo
diz: “Os de fora, porém, Deus os julgará” (5.13).
Cabe-nos
julgar aqueles que estão dentro da igreja, e são membros da igreja. O que Paulo
mostra nesse versículo é que o crente quando peca, peca contra uma luz maior. O
pecado do crente é um pecado mais hipócrita, mais danoso, e mais condenável. Quando
um crente peca, está pecando contra o conhecimento. O crente sabe que o pecado
é errado, reprovado por Deus e danoso à saúde espiritual da igreja. Portanto, quando
um crente se entrega ao pecado, o julgamento sobre ele será mais severo.
A
atitude errada da igreja em relação ao pecado (5.1,2,6)
Paulo
destaca quatro atitudes erradas em relação ao pecado.
Em
primeiro lugar, fazer concessão ao pecado (5.1). Duas coisas estão provocando
tristeza no apóstolo Paulo. Primeiro é o fato da concessão ao pecado. Um membro
da igreja chegou a ponto de cometer um pecado pior do que o pecado cometido no
mundo. No entanto, a maior tristeza de Paulo foi a reação e a atitude da igreja
em relação ao pecado do jovem incestuoso. Diz Paulo: “E, contudo, andais vós
ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio
quem tamanho ultraje praticou?” (5.2).
Em
segundo lugar, não lamentar nem chorar pelo pecado (5.2). O grande problema que
Paulo viu na igreja foi que os crentes não lamentaram o grave pecado de incesto
cometido por esse moço. A palavra grega penthein, “lamentar” aqui é a palavra
chorar o choro amargo de um funeral.87 Paulo está dizendo: Como vocês choram
nos funerais, deveriam também chorar pelo pecado. Esse pecado deveria provocar em
vocês uma dor tão aguda e tão forte quanto a dor que vocês enfrentam na hora do
luto. Porém, em vez de chorar, a igreja estava ensoberbecida. Ela se avaliava e
dava nota máxima a si mesma. Julgava-se uma igreja de mente aberta, onde as
pessoas tinham plena liberdade e nenhuma espécie de restrição. Nada de
imposições, nada de regras, nada de princípios e nada de fiscalizar a vida
alheia, diziam eles.Hoje, também, nós só choramos nos funerais, mas não derramamos
nenhuma lágrima pelos escândalos e estragos que o pecado faz no meio da igreja.
Em
terceiro lugar, ficar ensoberbecido pelo pecado (5.2,6).
O que
estava acontecendo é que a igreja não apenas tolerava o pecado, mas, também estava vaidosa por causa dele. Paulo reprova a igreja, dizendo: “Não é boa a
vossa jactância” (5.6). Que coisa estranha nessa igreja! Ela não estava neutra nem
indiferente em relação ao pecado, mas ensoberbecida e jactando-se por causa
dele.
A
nossa sociedade, de modo semelhante à sociedade de Corinto, não tolera
absolutos. Cada um quer viver a sua vida. Cada um é dono das suas decisões.
Cada um faz suas escolhas. O mundo é plural. Nesse mundo, a disciplina está
cada vez mais difícil. Você chama a atenção de um membro faltoso da igreja e
ele diz: “Eu não quero que ninguém me incomode. Sou dono da minha vida e não
permito que ninguém interfira nas minhas escolhas. Se vocês não estão
satisfeitos com minha conduta aqui, eu vou para outra igreja”. E o pior, na
outra igreja, esse membro faltoso, sem nenhum sinal de arrependimento, é recebido
com festa!
Em
quarto lugar, não aplicar a disciplina (5.2).
Paulo mostra
à igreja que a concessão ao pecado é uma atitude errada. Em vez de estarem
chorando e lamentando pelo pecado, eles estavam ensoberbecidos. Por causa da
atitude errada da igreja, ela deixou de aplicar a disciplina ao membro faltoso.
“[...] e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem
tamanho ultraje praticou?” (5.2). Sempre que a igreja tem uma visão equivocada
do pecado, ela falha na aplicação da disciplina.
LOPES, Hernandes Dias. I
Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 87-94.
3.
BESTIALIDADE.
Um vocábulo
que indica a prática de contato sexual entre seres humanos e outras formas de
vida animal. O Antigo Testamento condena a prática, chamando-a de «abominação.
(Lev. 18:23; Deu. 27:21). O épico de Gilgamés retrata Enkidu, o caçador de
feras, a praticar atos sexuais com as feras. t;: possível que a expressão usada
por Paulo em Rom. 1: 18-27, «imundícia», inclua tais práticas antinaturais,
1.
Práticas Modernas. O famoso relatório Kinsey, que estudou estatisticamente o
comportamento sexual do povo norte-americano, afirma que entre quarenta e cinqüenta
por cento dos varões daquele pais, que residem em áreas rurais, têm contatos
sexuais ocasionais, não-habituaís, com animais das fazendas.
Entre
as mulheres. a porcentagem é menor que dois por cento. Nas cidades, a
porcentagem de varões envolvidos na prática cai para cerca de quatro por cento.
Tal prática é proibida por lei em 49 dos 50 estados norte-americanos. Se
fôssemos fazer um estudo semelhante no Brasil, provavelmente as taxas encontradas
não seriam muito diferentes disso. 2. A Moralidade Cristã. A Igreja cristã
sempre assumiu a posição do Antigo Testamento, condenando tal prática. Os
psicólogos afirmam que o senso de culpa que os culpados adquirem é algo muito injurioso
ao bem-estar e a tranqüilidade deles.
3. Um
uso sinônimo do termo «bestialidade» indica qualquer ato cruel, degradante e
vil, ,praticado por indivíduos que agem como se fossem irracionais. (H PRI WA)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 514-515.
A
punição para quem praticasse sexo com animais era a execução capital. Ver Lev. 20.15,16
e Êxo. 22.19.0 método de execução mais provável era por apedrejamento, quer o
culpado fosse homem, quer fosse mulher. Esse pecado repelente é chamado aqui de
confusão, ou seja, uma desordem na natureza. Hilchot issure Biah, c. 1 see. 16
da Mishnah comenta sobre esse preceito bíblico. John Gill adjetivou esse ato
por uma série de descrições negativas: detestável, chocante, horrível,
espantoso.
A
despeito da repulsa que esse ato provoca na maioria das pessoas, sempre foi uma
prática popular.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 548.
Os
desejos anormais de sodomia e bestialidade (pecados que não devem ser
mencionados sem horror) deviam ser punidos com a morte, assim como o são hoje,
segundo a lei da nossa nação, v. 13,15,16. Até mesmo o animal que fosse
maltratado com este pecado devia ser morto com o pecador, ao qual
conseqüentemente cabia a maior vergonha. E a infâmia era assim representada no
grau mais execrável e abominável, devendo ser eliminadas todas as oportunidades
para que ela fosse lembrada ou mencionada.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 416.
IV, O ENSINO DE JESUS
1.
O SÉTIMO MANDAMENTO NOS EVANGELHOS.
O
Senhor Jesus, no Sermão do Monte, depois de falar sobre o sexto mandamento,
seguiu a mesma ordem do Decálogo, mencionando a proteção da vida e a
preservação da família. Ele reiterou o que Deus disse no princípio da criação
sobre o casamento, que se trata de uma instituição divina, uma união
estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6).
"Não
adulterarás" é citado no Sermão do Monte e para o moço rico (Mt 5.27;
19.18; Mc 10.19; Lc 18.20). Jesus corrigiu com autoridade e muita propriedade o
pensamento equivocado dos líderes religiosos dos seus dias. Os escribas e
fariseus haviam reduzido o mandamento "Não adulterarás” ao próprio ato
físico e, desconhecendo o espírito da lei, apegavam-se à letra da lei (2 Co
3.6). Assim, como é possível cometer assassinato sem o ato concreto, mas apenas
com a cólera ou palavras insultuosas, da mesma forma é possível cometer
adultério só no pensamento. Parece que os rabis daquela época não davam a
devida atenção ao décimo mandamento que ordena não cobiçar a mulher do próximo.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 106-107.
O
mandamento é apresentado aqui (v. 27): “Não cometerás adultério”, o que inclui
uma proibição de todos os outros atos de impureza, e o desejo deles; mas os fariseus,
em suas interpretações deste mandamento, tornaram a sua abrangência limitada
somente ao ato do adultério, sugerindo que se o pecado somente fosse
considerado no coração, e não passasse disso, Deus não o ouviria, não o
consideraria (SI 66.18), e, portanto, eles pensavam que isto era suficiente
para que pudessem dizer que não èram adúlteros (í.c 18,11).
Aqui
está explicada a severidade, em três aspectos, que agora podem parecer novos e
estranhos àqueles que sempre foram governados pela tradição dos anciãos e que
assumiam o que eles ensinavam como sendo palavras de oráculo.
I
Aprendemos que existe ó adultério no eòràçâó, os pensamentos e tendências
adúlteros, que nunea dão origem ao ato do adultério ou da fornicação; e talvez
a impureza que eles causam à alma, que aqui está tão claramente declarada, não
estivesse incluída no sétimo mandamento, mas tinha sentido e objetivo em muitas
das profanações cerimoniais sujeitas à lei, pelas quais eles deviam lavar as
roupas e a sua carne na água. Qualquer pessoa que olhasse para uma mulher (não
somente a esposa de outro homem, como alguns interpretam, mas qualquer mulher)
para cobiçá-la, teria cometido adultério com ela em seu coração (v. 28). Este
mandamento proíbe não apenas os atos de fornicação e adultério, mas: (1) Todos
os apetites impuros, toda a cobiça do objeto proibido. Este é o início do
pecado, a concepção da concupiscência (Tg 1.15); é um mal passo em direção ao
pecado. E onde se aprova e se lida eom a cobiça, e o desejo devasso é tratado
pela língua como algo doce, ali está a comissão do pecado, até onde o coração
pode tê-la – não faltando nada - a não ser uma oportunidade conveniente para o
próprio pecado. Adtdtera mens est - A mente ê corrupta, Ovídio. A cobiça é
frustrada ou influenciada pela consciência: influenciada, se ela não diz nada
sobre o pecado; frustrada, se ela não comanda o que diz. (2) Todas as
abordagens deste caso. Alimentar os olhos com a visão do fruto proibido; não
apenas procurando este fira, que eu possa cobiçar, mas olhando até que eu
cobice realmente, ou procurando gratificar a cobiça, onde nenhuma satisfação
adicional possa ser obtida.. Os olhos são, ao mesmo tempo, a entrada e a saída
de uma grande quantidade de pecados deste tipo, como testemunham a mulher que
tentou José (Gn 39.7), a mulher que se entregou a Sansão (Jz 16.1), e a amante
de Davi (2 Sm 11.2). Há olhos cheios de adultério que não cessam de pecar (2 Pe
2.14). Que necessidade temos nós. portanto, como o santo Jó, de fazer um
concerto com os nossos olhos, de fazer este acordo com eles, para que tenham o
prazer de contemplar a luz do sol e as obras de Deus, com a condição de que
nunca se fixem ou residam sobre qualquer coisa que possa provocar imaginações
ou desejos impuros. E, sob esta penalidade, pelo que eles fizessem, precisariam
sofrer com lágrimas penitentes! (Jó 31.1). Para que temos a pálpebra sobre os
olhos, a não ser para restringir os olhares corruptos e para evitar as
impressões que possam nos contaminar? Aqui também se proíbe o uso de qualquer
outro dos nossos sentidos para provocar a cobiça.
Se os
olhares sedutores são frutos proibidos, muito mais o são as palavras impuras e
os galanteios devassos, o combustível e o fole deste fogo infernal. Estes
preceitos são limites sobre a lei da pureza do coração (v. 8). E se olhar é
cobiçar, aqueles que se vestem e se enfeitam, e se exibem, com o desejo de
serem vistos e desejados (como Jezabel, que pintou o rosto, enfeitou a cabeça,
e olhou pela janela) não são menos culpados. Os homens pecam, mas os demônios
tentam ao pecado.
2.
Tais olhares e tais galanteios são tão perigosos e destrutivos para a alma, que
é melhor perder o olho e a mão que assim pecam do que abrir caminho ao pecado e
perecer eternamente nele. Isto nos é ensinado aqui (w. 29,30), A natureza
corrupta logo objetaria contra, a proibição do adultério no coração, dizendo
que ela é algo impossível de se controlar: “São palavras duras, quem pode
suportá-las? A carne e o sangue não podem evitar olhar com prazer para uma
mulher bonita, e é impossível se abster de cobiçar e flertar com algo assim”.
Desculpas como estas dificilmente serão vencidas pela razão, e, portanto, devem
ser atacadas com os terrores do Senhor; e é assim que são atacadas aqui. (1)
Aqui é descrita uma operação severa para a prevenção desses desejos carnais. Se
o teu olho direito te escandalizar, ou ofender outra pessoa, com olhares
devassos a coisas proibidas; se a tua mão direita te escandalizar, ou ofender
outra pessoa com flertes devassos; e se for realmente impossível, como se diz,
controlar o olho e a mão, e eles estiverem tão acostumados a estes procedimentos
pecaminosos, a ponto de não poder evitá-los; se não existir outra maneira de
restringi-los (o que, bendito seja Deus, por meio da sua graça, existe), é melhor
para nós arrancar o olho e cortar a mão (ainda que sejam o olho direito e a mão
direita, os mais dignos de honra e os mais úteis) do que tolerar que eles
pequem para a ruína da alma. E se isto tiver que ser contido – diante desta ideia, a natureza estremece - devemos nos determinar ainda mais a controlar o
corpo e a conter estas coisas. Viver uma vida de mortificação e de autonegação;
manter constante vigilância sobre os nossos próprios corações; suprimir o
surgimento de qualquer desejo e corrupção ali; evitar as oportunidades de
pecados, resistir aos seus estímulos e recusar a companhia daqueles que são uma
armadilha para nós, ainda que sejam muito agradáveis; ficar afastados do
caminho do mal e reduzir o uso das coisas lícitas, quando descobrirmos que são
tentações para nós; buscar a Deus, buscar a sua graça: confiar diariamente na
sua graça, e desta maneira andar no Espírito, para não satisfazermos os desejos
da carne - isto será tão eficiente quanto cortar a mão direita ou arrancar o
olho direito; e talvez igualmente eficiente em oposição à carne e ao sangue;
esta é a destruição do velho homem.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 54-55.
A lei
judaica restringia o termo «adultério» às relações sexuais com a esposa ou
noiva de um judeu. O uso de Jesus é mais lato, e provavelmente inclui as
relações sexuais ilícitas de qualquer sorte, e certamente Paulo fala sobre isso
com linguagem clara (I Ts. 4:3). No vs. 28 vemos que o adultério pode ser
mental, e há paralelos disso nos escritos do filósofo estóico Epicteto
(Discursos Lc18.15) e também em vários escritos rabínicos, embora isso talvez não represente a maioria da opinião do judaísmo. Cobiçar a mulher do próximo é
explicitamente proibido pelo décimo mandamento(Ex. 20:17 e Deut. 5:21). Os
rabinos geralmente criam que as boas intenções de um homem lhe eram lançadas na
conta como se as tivesse realizado, mas que suas—más intenções—só seriam
lança;das em seu débito se chegasse a cumpri-las.
Olhar...com
intenção impura». Quem olha é casado. A mulher a quem olha é casada, mas não
com ele, ou é solteira. O olhar não é casual, mas persistente, motivado por
desejo ilegítimo (assim diz a maior parte dos intérpretes^ Mas Lutero insiste
que o impulso momentâneo do desejo (mesmo que não seja persistente), também é
adultério no coração. Os que preferem a interpretação mais suave mostram que o
trecho de 6:1 traz a mesma expressão, «com o fim de serdes vistos» (equivalente
a «com intenção»—a expressão tem a mesma forma no grego, a despeito da tradução
nâo indicar isso). O que a expressão indica é o intento da vontade, e não o
desejo involuntário, passageiro. Se esse fosse o caso, ainda assim náo ficaria
provado que o desejo passageiro também não é pecado.
Naturalmente
desejaríamos saber a opinião de Jesus. Conhecendo sua moral estrita, quase
podemos dizer que ele concordaria com a interpretação mais severa, como Lutero.
Luterô fazia distinção entre a culpa inerente no ólhar com desejo persistente e
o desejo involuntário. Provavelmente Jesus também faria tal diferença.
«Já
adulterou». O sétimo mandamento indica mais do que o ato manifesto; mostra a
intenção do coração—se houver intenção de cometer adultério, é adultério.
Alguns rabinos, é claro, ensinavam a mesma coisa, percebendo o espírito da lei,
mas a maior parte das autoridades religiosas dos judeus não sentiu o sentido
mais profundo deste e de outros mandamentos. Quando a lei fala em não matar,
subentende mais do que o homicídio literal; assim também, adulterar é mais do
que praticar o ato. Ambos assumem a forma de meras atitudes, de condições do
coração. Esse é o espirito da lei.
Alguns
intérpretes indicam que o sétimo mandamento inclui qualquer tipo de formicação',
entre solteiros ou casados, porque o sexo ilegítimo, por sua própria natureza,
é adultério ante a lei de Deus. Provavelmente Jesus concordaria com essa
opinião, apesar do fato de que o texto fala principalmente, ou mesmo
exclusivamente, da relação que um homem casado possa ter com mulher que não
seja sua esposa;. Paulo escreveu: «Esta é a vontade de Deus, a vossa
santificação: que vos abstenhais da prostituição» (I Tes. 4:3). Nesta citação
as Escrituras se referem a qualquer pecado de ordem sexual, entre casados ou
solteiros.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 312.
Os
homens de outrora, como também os escribas e fariseus dos dias de Jesus,
certamente estavam corretos em citar o sétimo mandamento na forma como o faziam.
Porém, novamente aqui, como já mostramos ao tratar do sexto mandamento, eles
não conseguiam dar uma exposição satisfatória do assunto. Como no caso
anterior, não era a lei, e, sim, a exposição dos rabinos que era defeituosa.
O
sétimo mandamento deveria ter sido explicado à luz do décimo: “Não cobice a
mulher do seu próximo” (Ex 20.17; Dt 5.18). Caso tivessem feito isso, teria
ficado plenamente claro que é “do coração que vêm as más deliberações, os
homicídios, os adultérios, as imoralidades...” (Mt 15.19). Os inimigos de Cristo
condenavam os atos exteriores. Pelo menos era isso que enfatizavam. Quando
convinha aos seus propósitos, eles podiam ser muitíssimo severos para com
aqueles que cometiam um adultério literal ou concreto (Jo 8.1-11). Entretanto,
Jesus considera que os maus desejos do coração já constituem adultério, assim como
considera que o ódio do coração já é homicídio.
Só é
necessário acrescentar que o que é dito ao homem casado, também se aplica à
mulher casada. A infidelidade no vínculo matrimonial é sempre errada.
Naturalmente, isso significa que qualquer tendência que suscite tal
infidelidade — por exemplo, a intenção de uma pessoa solteira de romper um
matrimônio — é igualmente um pecado contra o sétimo mandamento. Depois de um
exame mais detido notamos que nada há de inocente com referência ao homem
descrito no v.28. Ele não é alguém que, sem quaisquer más intenções, vê alguém
do sexo oposto. Não. Ele está olhando, observando, examinando uma mulher com o
fim de cobiçá-la, para em seguida possuí-la e dominá-la completamente, de
usá-la para o seu próprio prazer. A expressão verbal “qualquer que olha”,
tomada isoladamente, é inteiramente neutra. A forma verbal usada original é
muito geral em seu uso. Porém, o que temos aqui no v.28 é um olhar para
cobiçar. Não há nada de inocente nisso. É egoísmo. Ver Mt 7.12. Em seu cenário
apropriado, o sexo é um maravilhoso dom de Deus. Entretanto, não há desculpas
para a luxúria e a vulgaridade. Isso é errôneo sempre e em qualquer lugar, seja
para os solteiros ou para os casados.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Mateus I. Editora Cultura Cristã.
pag. 423-424.
2. O
PROBLEMA DOS ESCRIBAS E FARISEUS.
O
adultério começa na mente contaminada pela cobiça e termina no corpo pela
prática física (Mt 15.34; Tg 1.15). O ensino de Jesus é mais profundo e vai à
raiz do problema. Ele disse que nem é preciso o homem se deitar com uma mulher
para cometer adultério; basta olhar e cobiçar uma mulher que não seja sua
esposa, e já cometeu adultério com ela (Mt 5.28). É o adultério da mente que é
consumado no corpo; não se restringe somente à prática do ato, mas também ao
pensamento. E a sanção contra o referido pecado é de caráter espiritual e se
distingue do sistema mosaico.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 107.
Mt 5:27-30 / O sétimo
mandamento é: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14; Deuteronômio 5:18). Agora Jesus
nos ensina que um olhar lascivo é uma forma de adultério. Ao identificar a
lascívia com a ação, Cristo rejeita “a distinção muito bem desenvolvida pelos
escribas entre intenção e ação” (Stendhal, p. 776). Embora o ato de adultério
possa produzir conseqüências sociais muito mais sérias (a penalidade de acordo
com a lei, em Levítico 20:10 era a morte para ambos os infratores), o desejo
intencional de despertar a luxúria é igualmente pecaminoso aos olhos de Deus.
Não existem limites bem definidos entre o desejo e a ação.
Robert
H. Mounce. Comentário Bíblico
Contemporâneo. Editora Vida. pag. 57.
27-30. Segunda
ilustração: adultério. Jesus indica que o pecado descrito em Êx. 20:14 tem
raízes mais profundas que o ato declarado. Qualquer que olhar caracteriza o
homem cujo olhar não está controlado por uma santa reserva e que forma o desejo
impuro de concupiscência por determinada mulher. O ato será consumado quando
houver oportunidade.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular. Mateus. pag. 24.
3.
A CONCUPISCÊNCIA.
Não é
proibido olhar para uma mulher e vice-versa, pois há diferença entre olhar e
cobiçar. O pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus,
desde que dentro do casamento, nunca fora dele. A Palavra de Deus ressalta:
"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula" (Hb
13.4). O termo grego para "venerado" é tímios,112
"honrado". A Versão Almeida Atualizada traduz por: "Digno de
honra"; e a Tradução Brasileira por: "Seja honrado". Que os
votos de fidelidade do casamento sejam mantidos e da mesma
maneira seja puro o relacionamento matrimonial. O livro de Cantares de Salomão
mostra que o sexo não é apenas para procriação, mas também para o prazer e a
felicidade dos seres humanos. Jesus não está tratando disso, não está
questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e o sexo ilícito, a
prostituição. O ensino dele é que qualquer prática imoral no ato é igualmente
condenada no olhar, no pensamento e na imaginação (Mt 5.27). Jesus disse que os
adultérios procedem do coração humano (Mt 15.19).
Cabe
aqui uma breve reflexão sobre o divórcio. Trata-se de um dos temas mais
polêmicos da Igreja. Essas controvérsias já existiam mesmo antes do nascimento
de Jesus. O divórcio na lei de Moisés previa novas núpcias, e a base para a sua
legitimidade nunca ficou clara no Antigo Testamento:
Quando
um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar
graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio,
e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se ela, pois, saindo da sua
casa, for e se casar com outro homem... (Dt 24.1,2).
O
"escrito de repúdio" significa "termo de divórcio" (ARA). A
mulher não era considerada adúltera se contraísse novo casamento, mesmo tendo o
seu primeiro marido encontrado nela "coisa feia". Não se sabia o que
a lei queria dizer com tal expressão "coisa feia" ou
"indecente" (ARA). Havia muita discussão entre as principais escolas
rabínicas no período de Herodes, o Grande, Hillel e Shammai. O primeiro era
liberal, e o segundo, conservador. Para Hillel e seus seguidores, "coisa
feia" era qualquer coisa que o marido considerasse como tal. Mas, para
Shammai e seus discípulos, o termo se referia aos pecados sexuais.
Os
fariseus levaram o assunto a Jesus. Eles não perguntaram sobre o divórcio, mas
sobre as bases para a sua legitimidade: "É lícito ao homem repudiar sua
mulher por qualquer motivo?" (Mt 19.3). Essa era a escola de Hillel. Os
fariseus queriam saber qual escola Jesus apoiava. Mas o Senhor Jesus se dirigiu
à Palavra. O casamento é indissolúvel, foi a sua conclusão sobre Gênesis 2.24,
"o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.6). O que fazer com o
mandamento de Moisés?, perguntaram a Jesus (Mt 19.7). Moisés não deu esse
mandamento; era uma interpretação precipitada, pois uma leitura cuidadosa em
Deuteronômio 24.1 -4 mostra que não se trata de uma ordem. Por isso, Jesus
disse que Moisés "permitiu", e isso "por causa da dureza do
vosso coração" (Mt 19.8). Deus só permitiu o divórcio por causa do pecado
humano; portanto, trata-se de um instituto contrário à vontade de Deus. A
Bíblia não ensina, não encoraja, não aconselha nem incentiva o divórcio. É um
remédio extremamente amargo para uma solução inglória.
Quando
o Senhor Jesus fez menção do divórcio no Sermão do Monte, referia-se ao
mencionado em Moisés (Dt 24.1 -4) e deixou claro que a única base que pode
legitimar o divórcio é a infidelidade conjugal: "Eu, porém, vos digo que
qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que
ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete
adultério" (Mt 5.32) e fraseologia similar (Mt 19.9). A prostituição é a
"coisa feia" que ninguém sabia, talvez porque tal pecado podia implicar
na pena capital. Mas agora tudo se esclarece e a "coisa feia" vale
também para o homem.
O
apóstolo Paulo acrescentou mais um elemento que pode legitimar o abandono:
"Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou
irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz" (1 Co
7.15). A NTLH emprega "quiser o divórcio" no lugar de "se
apartar". A voz do verbo grego mostra que a iniciativa é da parte
incrédula que se aparta. Assim, a deserção deve ser considerada se for por
causa da fé cristã e por iniciativa do cônjuge descrente.
Entendemos,
portanto, como divórcio a dissolução do vínculo matrimonial por infidelidade
conjugal, que viola a instrução divina de "uma só carne" (Gn 2.24; Mt
19.5) ou, por deserção, que viola a instrução de "apegar-se" (Gn
2.24). Em qualquer dessas duas situações, o cônjuge inocente tem direito a
novas núpcias.
Deus é
sábio e perfeito. Ele conhece todas as coisas, pois é onisciente. "Deus é
amor" (1 Jo 4.8) e deseja o bem-estar de todas as pessoas. Somente ele
sabe o que é bom e salutar para a vida humana. É insensatez confiar o destino
eterno à lógica e à razão, pois a Bíblia é a Palavra de Deus, o manual divino
do fabricante para todos os seres humanos. A vontade de Deus resumida no sétimo
mandamento diz respeito à castidade do corpo e da mente, visando a preservação
do casamento de um só homem com uma só mulher (1 Ts 4.3-7). A felicidade humana
está em se deleitar em Deus.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 107-110.
CONCUPISCÊNCIA
Precisamos
levar em conta três palavras hebraicas e quatro palavras gregas, a saber:
1.
Nephesh, «alma», «respiração», «desejo». Essa palavra hebraica é de ocorrência
comum, mas com o sentido de «concupiscência» aparece somente por duas vezes:
Exo. 15:9; Sal. 78:18.
2.
Sheriruth, «teimosia», «inimizade», «imaginação». Palavra hebraica usada por
dez vezes, embora apenas por uma vez com o sentido de «concupiscência»: Sal.
81:12.
3.
Taavah, «objeto de desejo». Palavra hebraica usada por quinze vezes. Por
exemplo: Sal. 78:29,30; 112:10; Pro. 10:24; 21:15; Isa. 26:8.
4.
Epithumía, «desejo forte», «concupiscência». Palavra grega usada por trinta e
sete vezes. Alguns exemplos são: Mar. 4:19; Luc. 22:15; João 8:44; Rom. 1:24;
Gál. 5:16,24; Efé. 2:3; Fil. 1:23; Col.3:5.
5.
Hedoné, «prazer», «doçura». Palavra grega usada por cinco vezes: Luc. 8:14;
Tito 3:3; Tia. 4:1,3; II Ped. 2:13. E desse termo que nos vem o vocábulo
português «hedonismo» (que vide).
6.
Óreksis, «desejo ansioso». Palavra grega usada por somente uma vez: Rom. 1:27.
7.
Páthos, «sofrimento», «afeto». Palavra grega usada por três vezes: Rom. 1:26;
Col. 3:5; I Tes. 4:5.
O
pecado da concupiscência é combatido no Decálogo (que vide) de várias maneiras.
Os pecados sexuais são proibidos pelo sétimo mandamento (Exo. 20:14), e a
cobiça de todas as formas é proibida em Êxodo 20:17. Porém, nenhuma outra
atitude e ação é mais comum entre os homens do que a concupiscência e a cobiça.
Isso harmoniza-se bem com a natureza basicamente egoísta do homem. Todavia, há
palavras hebraicas e gregas que podem ser usadas em sentido negativo ou em
sentido positivo. Quanto ao termo grego epithumía, tão importante no Novo
Testamento, ele é usado em sentido positivo em Luc. 22:15 e I Tes. 2:17. Assim,
Jesus desejou comer a páscoa com os seus discípulos; e Paulo tinha o grande
desejo de visitar os crentes de Tessalônica. Mas o sentido negativo é muito
mais freqüente no Novo Testamento. Os pagãos tinham desejos impuros, que os
corrompiam (Rom. 1:24). Os jovens mostram a tendência de experimentar os
desejos pecaminosos. Por esse motivo, Timóteo foi aconselhado a evitar as
paixões da juventude (II Tim. 2:22). Paixões e maus desejos precisam ser
mortificados pelos crentes (Col. 3:5). As concupiscências carnais precisam ser
evitadas (I Ped. 2:11). Esses desejos distorcidos produzem toda a espécie de
males e corrupções neste mundo (II Ped. 1:4; 2:10) que impedem o
desenvolvimento da alma.
Os
estóicos procuravam anular os desejos, mostrando que o indivíduo cai em um ciclo
louco por causa dos mesmos. Primeiramente, a pessoa deseja; então obtém aquilo
que quer; tendo obtido o que quer, deseja algo mais e quanto mais deseja, mais
obtém, e mais deseja, ad infinitum. O resultado final desse ciclo vicioso é a
frustração, porquanto tal ciclo n&o pode ser interrompido, e nem satisfaz,
realmente. O estoicismo (que vide) recomendava a apatia, a fim de substituir os
desejos. Mas o cristianismo recomenda o cultivo de desejos espirituais, em
substituição aos desejos carnais.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 838.
«A má concupiscência
é fecundada, isto é, obteve o domínio sobre a vontade do indivíduo».
(Oosterzee, in loc.). O simbolismo mostra que o pecado obteve um total domínio
sobre o homem; ele permitiu que o mesmo tivesse pleno curso; tornou-se escravo
completo do pecado.
«...gera
a morte...» A morte física se deriva do pecado, pois essa foi a maldição
proferida contra o mesmo; *mas é mais provável que o autor sagrado aluda ao
juízo, à separação entre a alma humana e Deus, que é a segunda morte. Ver as
notas expositivas em Apo. 20:14. Não está em pauta a aniquilação, e, sim, a
condição de separação de Deus, que não permite ao indivíduo participar do tipo
de vida que foi antecipado para os homens. É experimentada uma existência
inferior, à qual são aplicadas as chamadas da punição dos perdidos, bem
como tudo quanto nisso está envolvido. (Ver 1 Ped. 3:18-20 e 4:6 quanto a notas
expositivas sobre a «punição dos perdidos», e tudo quanto isso envolve. Ver
Col. 3:6 quanto à nota sobre a «ira de Deus»). A morte faz violento contraste
com a «coroa da vida», referida no décimo segundo versículo, da mesma maneira
que aqueles que são vitimados pelo pecado e experimentam toda a sua gama, fazem
vivido contraste com aqueles que resistem à tentação e são vencedores. A
«morte» é o oposto do bem-aventurado estado da «vida», que é prometido aos
vencedores.
O
versículo ensina que o pecado começa como coisa sem importância, como um
embrião. Mas se desenvolve rapidamente, pois suas células se multiplicam com
grande presteza; finalmente, vem à luz um monstro que continua a crescer
assustadoramente. Esse monstro, finalmente, mata- aquele que o concebeu.
A controvérsia
legalista. Alguns intérpretes vêem neste versículo que os judaizantes já
estavam apostatando, porque, finalmente, tinham rejeitado a Cristo; e consigo
arrastavam cristãos legalistas, que não sabiam separar-se de Moisés. Porém, é
altamente improvável que o autor sagrado tenha isso em mente. Antes, falava de
indivíduos que tinham sido vencidos pelo pecado, porquanto permitiram que o
mesmo tivesse início, sem oferecer-lhe resistência.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 24.
Tiago
vê o pecado não apenas como um ato, mas como um processo em quatro estágios: o
primeiro estágio é o desejo ou cobiça (1.14). A palavra que Tiago usou para
“desejo”, epithymia, não necessariamente tem um sentido de desejo mau e impuro.^® Podemos transformar um desejo legítimo em um desejo pecaminoso. A
cobiça é a tentativa de satisfazer um desejo fora da vontade de Deus. Comer é normal,
glutonaria é pecado. Dormir é normal, preguiça é pecado. Sexo no casamento é
normal, sexo fora do casamento é pecado.^' Os desejos devem estar sob controle,
e não no controle. Devemos controlar os desejos, não estes a nós.
O
segundo estágio é o engano (1.14). Tiago usa duas figuras para ilustrar o
engano da tentação: a figura do caçador que usa uma armadilha (atrai) e a
figura do pescador que usa o anzol com isca (seduz). Se Ló pudesse ver a ruína
que estava por trás de Sodoma, e se Davi pudesse ver a tragédia sobre a sua
casa quando se deitou com Bate-Seba, eles jamais teriam caído. Precisamos
identificar a isca e a arapuca do diabo, para não cairmos na rede de seu engano.
O
terceiro estágio é o nascimento do bebê chamado p ecado (1.15). Tiago muda a
figura da armadilha e do anzol para a figura do nascimento de um bebê maldito,
chamado PECADO.
O
quarto estágio é a morte (1.16). A cobiça, depois de haver concebido, dá à luz
o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Vemos aqui a genealogia
do pecado. A cobiça é a mãe do pecado e a avó da morte. O salário do pecado é a
morte (Rm 6.23).
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 26.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Meu prezado, que Deus abençoe teu ministério e galardoe teu feito. Por certo teu esforço tem sido grande, mas através daqui muito tem sido edificados, principalmente aqueles que não tem acesso a tantos livro, como esse que fala. Agradeço!
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