ADVERTÊNCIAS CONTRA O ADULTÉRIO
Data
13 de Outubro de 2013 Hinos
Sugeridos 75, 386, 388.
TEXTO ÁUREO
“Bebe
a água da tua cisterna e das correntes do teu poço. [...] Seja bendito o teu
manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.1 5,18).
VERDADE PRÁTICA
A
melhor prevenção contra o adultério é temer ao Senhor e estreitar os laços do
amor conjugal.
Segunda - Pv 5. 3-4. A ilusão do adultério
Terça - Pv 5.7,8. Prevenção contra o
adultério
Quarta - Pv 5.9-12. As consequências do adultério
Quinta - Pv 7.13. A falsa delicadeza
da adúltera
Sexta - Pv 5.1; 6.20; 7.1. O conselho previne o adultério
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Provérbios
5.1-6
1
- Filho meu, atende à minha sabedoria: à minha razão inclina o teu ouvido;
2
- para que conserves os meus avisos, e os teus lábios guardem o conhecimento.
3
- Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é
mais macio do que o azeite;
4
- mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios.
5
- Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno.
6
- Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as
conhece.
INTERAÇÃO
O
livro dos Provérbios, talvez, seja o principal dos livros bíblicos a falar
sobre o adultério, os seus caminhos e suas artimanhas destruidoras. O sábio não
economiza palavras e ironias ao denunciar a pessoa que adere essa prática como
um estilo de vida: ela não passa de um jovem displicente (Pv 7). Displicência,
imaturidade e fraqueza são palavras que denotam o perfil do homem que,
inexplicavelmente, deixa a casa da sua esposa a fim de unir-se com uma
estranha. Esta não é a mãe dos seus filhos, a mulher que, juntamente com ele,
conquistou tudo o que tem. Não! A estranha é a mulher que deseja tirar tudo o
quanto ele construiu: a sua família e a sua vida.
OBJETIVOS
Após
a aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer os conselhos do
sábio sobre a sexualidade humana.
Identificar as causas da
infidelidade conjugal e suas consequências.
Previnir-se da infidelidade
conjugal.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, é importante relembrar as características literárias apresentadas no
livro dos Provérbios. Por isso, para introduzir a aula desta semana sugerimos
que você utilize o quadro de Orientação Pedagógica da lição anterior. Em
seguida, utilize o esquema da página seguinte (reproduza-o de acordo com as
suas possibilidades). A partir dele, a classe conhecerá o esboço ternário de
Provérbios. O objetivo é fazer com que os alunos apreciem o panorama do livro,
facilitando assim, a assimilação do assunto da aula de hoje.
PALAVRA-CHAVE: Adultério;
Violação, transgressão da regra de fidelidade conjugal impostas aos cônjuges pelo
contrato matrimonial.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O
advento das mídias eletrônicas, e de forma mais específica as redes sociais,
facilitou muito para a possibilidade de alguém vir a ter um “caso”
extraconjugal. As estatísticas demonstram essa triste realidade. A cada dia,
cresce o número de lares desfeitos e, juntamente com este fenômeno, as
consequências nefastas para a sociedade. E as igrejas? Estas também têm sofrido
o efeito de tais males.
Apesar
de a infidelidade conjugal ser uma prática pecaminosa antiga, é preciso
entender que a sexualidade é algo intrínseco ao ser humano. Logo, o desejo por
satisfação sexual acompanha tanto o homem como a mulher desde sempre. O
problema está na forma de expressão do desejo e cm como é satisfeito. Segundo o
entendimento mundano, não há regras para o homem e a mulher viverem a sua
sexualidade. No entanto, as Escrituras demarcam um limite bem preciso: o
casamento legitimamente instituído por Deus. Aqui, encontraremos os conselhos
da sabedoria bíblica para orientar-nos contra as ilusões e as artimanhas do
adultério.
I -
CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA
1. Uma dádiva divina. Boa parte dos
conselhos de Salomão diz respeito à sexualidade humana. Ele dedicou quase três
capítulos do livro de Provérbios para falar sobre o sexo e seus desvios (Pv
5.1-23; 6.20-35; 7.1-27). Nesses provérbios, há dezenas de máximas que nos
ensinam muito sobre como estabelecer o parâmetro de um relacionamento saudável.
Quando
ainda discorria sobre os perigos da infidelidade conjugal, o sábio advertiu:
“Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele aplana
todas as suas carreiras” (Pv 5.21). Isto é, Deus considera os caminhos do homem
e a forma deste conduzir até mesmo a sua sexualidade, pois se trata de uma
criação divina e como tal é uma dádiva do Criador à humanidade. Se o Senhor
“aplana todas as nossas carreiras”, demonstrando cuidado pelo exercício correto
da sexualidade, concluímos não ser o sexo algo mau ou maligno, mas algo honroso
e nobre (Hb 13.4; 1 Pe 3.7).
2. Uma predisposição
humana.
Ao iniciar a sua coletânea de conselhos sobre como evitar os laços do
adultério, Salomão chama a atenção do seu “filho” para que ouças os seus
conselhos e aja em conformidade com estes (Pv 5.1,2).
O
texto hebraico de Provérbios, nesse versículo, apresenta a palavra ben
traduzida em nossas Bíblias como “filho”. O mesmo termo ocorre também nas
advertências contra o adultério em Provérbios 6.20 e 7.1. A palavra ben pode se
referir tanto a um filho biológico quanto a um discípulo. Em todos os casos, a
admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à
tentação! Portanto, a fim de vivermos o gozo da nossa sexualidade nos
parâmetros estabelecidos pelo Criador, que é o casamento, ouçamos o conselho do
sábio. O sexo, portanto, foi criado por Deus para ser praticado entre um homem
e uma mulher, mas somente no casamento. Antes do casamento e fora do casamento
é pecado.
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A
sexualidade humana é uma dádiva de Deus ao ser humano. Ela j se manifesta na
predisposição do indivíduo em vivê-la no parâmetro do casamento.
II - AS
CAUSAS DA INFIDELIDADE
1. Concupiscência. Um fato interessante
salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em
Provérbios: não há referência ao Diabo em suas advertências! O sábio não
responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza
aquele a quem chama de “filho meu”. Somos agentes morais livres e temos a
liberdade de escolher entre o bem ou o mal. Desejos bons e } ruins são
inerentes ao ser humano. Não os subestimemos! Por isso, o sábio aconselha: “Não
cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos” (Pv
6.25; cf. Gl 5.16).
2. Carências. Em Provérbios 5.15-17,
o sábio lança mão de algumas metáforas para aconselhar como deve ser a vida
íntima do casal.
A
frase “bebe a água da tua própria cisterna” mostra que o sexo não deve ser
praticado apenas como um dever de um cônjuge para com o outro (1 Co 7.3), mas
como algo prazeroso, assim como o é beber água! Se esse princípio não for
observado, um dos cônjuges ficará com a sensação de que lhe falta alguma coisa!
Desgraçadamente, muitos vão saciar-se noutra fonte (Pv 7.18), daí o desastre em
muitas famílias.
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
A
concupiscência e as carências não supridas na vida do ser humano são algumas
das muitas causas da infidelidade conjugal.
III -
AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE
1. Perda da comunhão
familiar.
Uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal é a desonra da
família. O sábio avisa que o “seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a
espada de dois fios” (Pv 5.4). Esse fim amargo respingará nas famílias
envolvidas (Pv 6.33). O sentimento de vingança estará presente na consciência
do cônjuge traído (Pv 6.34). Se pensássemos na mancha que a infidelidade
conjugal produz teríamos mais cuidado quando lidássemos com o sexo oposto. A
pergunta inevitável é: "Deus perdoa quem cometeu tal ato?” Não há dúvida
que perdoa. Mas apesar do perdão divino, as consequências ficam (Pv 5.9-14).
2. Perda da comunhão
com Deus.
É trágico quando alguém perde a comunhão familiar por conta de um
relacionamento extraconjugal. Todavia, mais trágico ainda é perder a comunhão com
Deus. Salomão sabia desse fato e por isso advertiu: “Mas não sabem que ali
estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno” (Pv
9.18). A palavra hebraica usada aqui para inferno é sheol, e esta designa o
mundo dos mortos. De fato a expressão “ali estão os mortos”, no hebraico,
significa: espíritos dos mortos ou região das sombras. O Novo Testamento alerta
que os adúlteros ficarão de fora do Reino de Deus (1 Co 6.10). O que tudo isso
quer dizer? Que essa é a consequência de quem cometeu esse pecado, mas não se
arrependeu! Por isso, não flerte com a (o) adúltera (o). Seu caminho pode até
parecer prazeroso, mas inevitavelmente o levará à morte (Pv 9.17,18).
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Além
de perder a comunhão da família, o cônjuge adúltero quebra a sua comunhão com
Deus.
IV -
CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE
1. Sexo com
intimidade.
A intimidade sexual (ou a falta dela) é um dos fatores que influenciam a vida
conjugal. Há casais na igreja que tem relações sexuais com relativa frequência,
mas sem intimidade! Há sexo na relação, mas não há amor nem intimidade! Observe
o conselho de Salomão: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher
da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios
em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. E por que, filho
meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira?” (Pv
5.18-20).
Há
maridos que não demonstram o mínimo afeto à esposa e o oposto também é
verdadeiro. Mas Deus criou o sexo para ser desfrutado com afeto, amor e
intimidade. Do contrário, o relacionamento sexual não atenderá aos propósitos
divinos e nem às expectativas do cônjuge.
2. Apego à Palavra de
Deus e à disciplina.
Como antídoto e forma de prevenção contra a infidelidade, Salomão aconselha o
apego à Palavra de Deus e à disciplina. Para não cairmos na cilada da
infidelidade conjugal, devemos guardar a instrução do Senhor, guardando-a em
nosso coração. A Palavra do Senhor é luz que ilumina a nossa vida (Pv 6.20-24).
O homem e a mulher só estarão livres do perigo da infidelidade conjugal quando
a Palavra estiver impregnada em suas mentes e corações. Para isto, o crente
deve meditar nela dia e noite. Por isso, seja disciplinado.
SINOPSE
DO TÓPICO (4)
Um
conselho importante para prevenir-se contra a infidelidade conjugal é apegar-se
a Palavra de Deus, à disciplina e relacionar-se intimamente com o cônjuge.
CONCLUSÃO
A
fidelidade conjugal é o que Deus idealizou aos seus filhos. Sabemos que a
tentação é uma realidade, que vem acompanhada da natureza adâmica que herdamos,
e ambas pressionam-nos a desprezar o santo ideal da fidelidade. Todavia, o
Senhor deixou-nos a sua Palavra com dezenas de conselhos, a fim de prevenir-nos
quanto ao abismo chamado adultério.
ESBOÇO DO LIVRO DOS
PROVÉRBIOS
I.
Prólogo: Propósito e Temas de Provérbios (1.17)
II.
Treze Discursos à Juventude sobre a sabedoria (1.8-9.18)
A)
Obedece a Teus Pais e Segue Seus Conselhos (1.8,9)
B)
Recuse Todas as Tentações dos incrédulos (1.10-19)
C)
Submeta-se à Sabedoria e ao Temor do Senhor (1.20-33)
D)
Busque a sabedoria e Seu Discernimento e Virtude (2.1-22)
E)
Características e Benefícios da Verdadeira Sabedoria (3.1-35)
F)
A Sabedoria Como Tesouro da Família (4.?- 13,20-27)
C)
A Sabedoria e os Dois Caminhos da Vida (4.14-19)
H)
A Tentação e Loucura da Impureza Sexual (5.1-14)
I)
Exortação à Fidelidade Conjugal (5.1 5-23)
J)
Evite Ser Fiador, Preguiçoso e Enganador (6.1-19)
K)
A Loucura Inominável da Impureza Sexual a Qualquer Pretexto (6.20-7.27)
L)
O Convite da Sabedoria (8.1-36)
M)
Contraste entre a Sabedoria e a insensatez (9.1-18)
III.
A Compilação Principal dos Provérbios de Salomão (10.1-22.16)
A)
Provérbios Contrastantes sobre o Justo e o ímpio (10.1-15.33)
B)
Provérbios de Incentivo à Vida de Retidão (16.1-22.16)
IV.
Outros Provérbios dos Sábios (22.17-24.34)
V.
Provérbios de Salomão Registrados pelos homens de Ezequias (25.1-29.27)
A)
Provérbios sobre Vários Tipos de Pessoas (25.1-26.28)
B)
Provérbios sobre Vários Tipos de Procedimentos (27.1-29.27)
VI.
Palavras Finais de Sabedoria (30.1- 31.31)
A)
De Agur (30.1-33)
B)
De Lemuel (31.1 -9)
C)
Acerca da Esposa sábia (31.10-31)
Texto
extraído da '“Bíblia de Estudo Pentecostal”, editada pela CPAD.
VOCABULÁRIO
Nefasta: Nociva, danosa,
prejudicial.
Coletânea: Conjunto de várias
obras ou coisas.
Flerte: Relação amorosa
mais ou menos casta, leve e inconsequente, geralmente, destituída de
sentimentos profundos.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Vida Cristã
“Sexo
promove comunhão
A
Bíblia afirma que ser dois é melhor do que ser um, e que onde estiverem dois ou
três reunidos, Deus ali estaria (Ec 4.9-12; Mt 18.20).
E
em 1 Pedro lemos que quando um casal precisa coabitar (verbo que significa
relacionar-se sexualmente) com entendimento para que as suas orações sejam
respondidas. Ora, isto significa que sexo tem a ver com vida espiritual, e que
o casal, sendo dois, têm a possibilidade de serem mais fortes quando unidos,
além da promessa da presença de Deus com eles no cotidiano da vida e na oração
conjunta.
Não
tenho medo de afirmar que muitos casais estão com problemas pessoais,
financeiros, profissionais, de saúde, e até ministeriais, porque não estão se
entendendo na vida sexual. Por mais que orem suas orações estão impedidas
[...]. Ou- j tros há que até se acertam na cama, mas vivem às turras e perdem a
J bênção de Deus pois se magoam mutuamente. Sem falar em casais que não oram
juntos, que não fazem cultos domésticos, e que não dividem o sacerdócio do lar.
Estes perdem a chance de serem dois, e de vivenciarem uma vida conjugal,
profissional, financeira, familiar, ministerial e sexual prazerosa e sadia”
(CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. l. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.241).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Vida Cristã
“FUGIRÁS DA TENTAÇÃO
— ON LINE E DE OUTRAS FORMAS CORRA DA TENTAÇÃO
O
Antigo Testamento não é o único que trata do assunto ‘fugir da tentação
sexual’. Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo chama nossos corpos de
templos do Espírito Santo. Qualquer outro pecado, ele diz, cometemos contra
Deus, mas a imoralidade sexual é um pecado tanto contra Deus quanto contra
nossos próprios corpos. O povo de Corinto conhecia bem a imoralidade sexual;
muitos juntavam-se a ela em vez de fugir dela. Mas Paulo os instruiu a fugir (1
Co 16.18).
O
apóstolo repetiu essa ordem ao jovem pastor chamado Timóteo. Como a maioria dos
jovens, Timóteo lutava com os desejos. Então Paulo instruiu a seu jovem amigo a
‘fugir das paixões da mocidade’ (2 Tm 2.22). Essa instrução reporta-se não
apenas a maridos e esposas, mas também àqueles que estão para se casar. A
Bíblia ensina que nossos corpos são presentes reservados para nossos futuros
cônjuges. Que presente de casamento maravilhoso para se trazer ao seu próprio
casamento!
A
Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, nunca nos encoraja a tentar
enfrentar a tentação sexual. Mas insiste em que saiamos completamente do
caminho dela.
TRATE A TENTAÇÃO
SEXUAL COMO UMA DOENÇA MORTAL
Imagine
que você tenha ouvido a respeito de um surto de uma doença mortal em uma área
remota. Apenas profissionais médicos treinados ousaram viajar até a área onde
houve o surto, e você ficou sabendo que se contrair a doença provavelmente
morrerá. Você também sabe que apenas aqueles que viajam para o loca! da
epidemia estão vulneráveis à doença.
Seria
um ato de bravura ou de plena estupidez viajar até a área afetada apenas para
provar quão ‘resistente’ à bactéria mortal você é? Nenhuma pessoa em sã
consciência se poria em tamanho perigo sem uma boa razão. Mas é exatamente isso
que muitos cristãos fazem em relação à tentação sexual. Antes e depois do
casamento, dedicam-se a ela, flertam com ela e entretêm-se com ela —
acreditando que no último instante serão capazes de pisar nos freios e evitar a
colisão.
Isso
não funciona desse jeito. Deus nos conhece. Ele nos criou, então sabe o quanto
a tentação sexual pode arrastar seus filhos. É por isso que Ele nos instrui a
fugir. Se tratássemos a tentação sexual como uma doença mortal e altamente
contagiosa, entenderíamos melhor e obedeceríamos à admoestação da Bíblia a
fugir” (YOUNG, ED. Os Dez Mandamentos do Casamento, l. ed. Rio de Janeiro:
CPAD, pp.123-24).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CRUZ,
Elaine, Sócios, Amigos & Amados.
Os três pilares do Casamento. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
MILLER,
Molly Ann. Meu Marido Tem Um Segredo.
Encontrando a libertação para o vicio sexual. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
PARROT,
Leslie. A batalha pela sua mente. Entendendo
a Personalidade Santificada. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1.
A quem é dirigida a admoestação contra o adultério no livro de Provérbios?
R:
A admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à
tentação.
2.
Qual fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de Salomão
contra a mulher adúltera $1 em Provérbios?
R:
Que não há referência ao Diabo em suas advertências contra a mulher adúltera. O
sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas
responsabiliza aquele a quem chama de “filho meu”.
3.0
que a frase ‘‘bebe a água da tua f própria cisterna” mostra?
R:
Ela mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge
para com o outro (1 Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber
água!
4.
Qual é uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal?
R:
A desonra da família.
5.
Com suas próprias palavras, liste outras consequências igualmente destruidoras
para a família vítima da infidelidade conjugal.
R:
Resposta pessoal.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 56, p.37.
ADVERTÊNCIAS CONTRA O
ADULTÉRIO
Em
Provérbios, encontramos uma série de exortações quanto à infidelidade conjugal
(Pv 5.7-15). A infidelidade é tida como falta de sabedoria (Pv 6.32). Sabemos
que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria. Quando se perde a reverência
a Deus, a insensatez toma conta do coração do homem.
Atualmente,
muitos veem a infidelidade conjugal como uma prática normal, porém os
princípios de Deus são eternos e imutáveis. Na Bíblia, o adultério é, e
continuará sendo, pecado. Encontramos tanto no Antigo quanto no Novo
Testamentos sérias advertências contra a infidelidade conjugal (Êx 20.14; Dt
5.18; Rm 13.9; Gl 5.19).
Como
servos de Deus, precisamos estar atentos, pois "os lábios da mulher
estranha destilam favos de mel". A princípio, a infidelidade pode parecer
doce e prazerosa, mas o seu fim é amargoso como o absinto (Pv 5.4). Com a
infidelidade, vem a disfunção familiar. Ela é perigosa, é destrutiva para toda
família, para a Igreja do Senhor e para a sociedade de um modo geral.
Uma
vida conjugal feliz
O
capítulo 5 de Provérbios tem início com uma série de conselhos contra o sexo
ilícito. A partir do versículo 15, o autor inicia uma seção para falar a
respeito do relacionamento íntimo entre marido e mulher. "Bebe a água da
sua cisterna" (Pv 5.15). Água é símbolo de vida. O ser humano não pode
viver sem ela. Assim também é o relacionamento sexual no casamento. Ele é
importante e traz vida aos cônjuges. Um casamento não pode subsistir sem ele.
"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn
1.31). Tudo que o Pai criou é bom e isso inclui a sexualidade. E importante
ressaltar que o sexo nunca foi, em si mesmo, pecaminoso. Deus o estabeleceu
para ser desfrutado no casamento antes que o pecado entrasse no mundo (Gn
2.21-25).
Ao
nascer, fomos dotados de instintos (tendência natural) específicos sem os quais
nossa sobrevivência seria impossível. O impulso sexual caracteriza o instinto
de preservação da espécie. Depois da Queda, no Jardim do Éden, o homem pecador
passou a deturpar esse impulso divino, gerando as muitas aberrações que sabemos
existir hoje, mas isso não invalida a intenção de Deus de abençoar o homem e
perpetuar a espécie através da relação sexual sadia. Provérbio 5.18 diz:
"Bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade".
A vida sexual saudável dentro do casamento tem a bênção de Deus, além de dar
alegria e prazer ao homem (Hb 13.4).
CHAMO A ATENÇÃO DOS IRMÃOS A UM CONTEÚDO SOBRE INFIDELIDADE
CONJUGAL, LOCALIZADO NA 6° LIÇÃO DO 2° TRIMESTRE DE 2013. NÃO QUERO FAZER REPETIÇÕES SOBRE O ASSUNTO A NÃO SER QUE SEJA NECESSÁRIO.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O sexo se tornou o
deus desta era! Escândalos sexuais envolvendo pastores, padres ou líderes religiosos
sempre aconteceram na história das religiões. Isso, portanto, não é nenhuma
novidade nem tampouco motivo para admiração. Todavia não podemos negar que
relatos em que são denunciados o envolvimento de religiosos, inclusive
pastores, em práticas sexuais ilícitas, têm aumentado em escala geométrica. As
cifras já alcançam proporções assustadoras. Agora mesmo quando escrevo este
capítulo um famoso blogueiro está expondo na sua página a prisão de um pastor
acusado de pedofilia. Ele faz questão de mostrar que se trata de um “pastor da
Assembleia de Deus”. Isso é uma observação desnecessária, bairrista e tola,
pois batistas, presbiterianos, metodistas e todos os ramos do protestantismo e
também do catolicismo, inclusive da confissão de fé desse blogueiro, tem
experimentado o gosto amargo advindo com a queda de seus clérigos.
Depois que escrevi em
2006 o livro: Por que Caem os Valentes?, tenho recebido dezenas de e-mails de
crentes, muitos deles pastores, contando suas tentações ou narrando alguma
aventura sexual que tiveram. Não estou aqui me referindo a uma simples tentação
sexual, pois acredito que todos nós estamos sujeitos a ser tentados. Refiro-me
a algumas práticas que são chocantes e que de tão sórdidas que são, fica
difícil de acreditar que os envolvidos nesses relatos sejam de fato crentes
nascidos de novo. As histórias incluem desde a existência de um “simples caso”
até mesmo a prática de pedofilia. Em uma delas, o amado irmão que me escreveu
detalhou a sua odisseia. Narrou que logo após seu casamento envolveu-se com uma
antiga namorada e também com a esposa de um parente próximo. Chegou ao fundo do
poço quando se deu conta de que estava assediando uma menina de onze anos.
Arrependeu-se, mas as suas palavras demonstram que continua com feridas profundas
na alma!
O que então está
havendo de errado com a sexualidade dos evangélicos hoje? De início podemos
afirmar, sem medo de errar, que é muito mais fácil pecar hoje do que ontem. É
mais fácil cometer algum pecado sexual hoje do que há vinte anos. Quando me
converti ao evangelho, por exemplo, no início dos anos oitenta, o acesso a uma
revista masculina era muito mais difícil para quem era menor de idade. Além da
embalagem plástica que protegia o periódico, havia também uma tarjeta onde se
lia: proibido para menores de dezoito anos! Com o advento da Internet esse
fraco muro de proteção foi implodido e o acesso ao caudaloso rio da pornografia
está à disposição de crianças, adultos e velhos. Evidentemente que as mídias
sociais — Orkut, Facebook, e outros — potencializaram em muito a possibilidade
de alguém se prender nas teias da tentação sexual. Não é mais novidade alguma
que a Internet se tornou a grande confidente de homens e mulheres que estão
vivendo alguma desilusão nos seus casamentos. A porta está escancarada para uma
aventura sexual.
Foi isso que ouvi de
um colega pastor quando preguei em sua igreja, só para citar um dos casos, pois
ouvi algo incrivelmente semelhante em outros lugares. Contou-me que acabara de
ver um lar sendo desfeito por conta de um caso extraconjugal envolvendo membros
de sua igreja. Segundo me disse, o esposo o procurou para relatar o que havia
descoberto no histórico das redes sociais visitadas por sua esposa. Desconfiado
do comportamento dela, aquele irmão contratou um hacker para instalar um
programa espião em seu computador e assim acompanhar as páginas que a sua
esposa visitava na Internet. Foi aí que descobriu que a ela havia se envolvido
com um homem, inclusive se despindo em frente à sua webcam para o seu amante
virtual. O amante virtual se tornou real e o casamento, que começou como um
ideal, desabou!
No excelente livro
Seu Casamento e a Internet, os escritores Thomas Whiteman e Randy Petersen
observam:
“Os computadores não
passam de máquinas, e não fazem qualquer tipo de juízo de valores. A Internet é
uma ferramenta que pode ser utilizada tanto para o bem quanto para o mal,
dependendo de quem faz uso dela. Não iremos amaldiçoá-la como um todo por causa
dos possíveis descaminhos no seu uso. Não culpamos Gutemberg pelas revistas
pornográficas. Será que os automóveis também são uma invenção ruim porque
algumas pessoas provocam acidentes?
Entretanto, já vimos
uma grande quantidade de casamentos destruídos pela Internet, em função do
fácil acesso proporcionado à pornografia e à tentação oferecida em salas de
bate-papo. E claro que, talvez, não possamos colocar toda a culpa por esses
rompimentos na Internet. Afinal de contas, a rede não passa de um instrumento.
As pessoas envolvidas precisam arcar com a responsabilidade pelas suas ações.
Contudo, a Internet tem desempenhado um papel-chave no fracasso de muitos
casamentos. Mas por que isso acontece? Haveria alguma coisa na natureza da rede
que a tornaria especialmente tentadora? Sim. Há diversos fatores que contribuem
para uma sedução vinda da Internet que poderia ser potencialmente devastadora
para os casamentos.”
No final deste
capítulo destaco alguns cuidados que devem ser tomados para evitar a
pornografia virtual e consequentemente as suas danosas consequências nos
relacionamentos. Aqui cabe destacar os elementos facilitadores da traição
virtual. Primeiramente há uma falsa privacidade e um falso anonimato que todo
navegante do universo virtual pensa dispor. De fato um computador em uma sala
de escritório ou em um quarto de uma residência parece favorecer esse “clima”
privado e anônimo. Mas o fato é que toda privacidade virtual se tornará pública
com o tempo e todo anonimato receberá uma identidade. As estatísticas mostram
que por trás de uma grande quantidade de pedófilos, estupradores ou até mesmo
clérigos envolvidos em escândalos sexuais, e que tiveram suas vidas expostas na
mídia, havia a prática de sexo virtual supostamente secreto. Por que o privado
se tornou público e o anônimo foi identificado?
Isso acontece porque
nenhuma prática sexual exercida de forma ilegítima produz satisfação plena.
Quem se envolve com pornografia vive sempre a busca de mais satisfação sexual.
É um desejo que nunca se satisfaz. A porta para os desvios da sexualidade e
para a prática de perversões sexuais fica escancarada. É aí que muitos tentam
viver essa “adrenalina” provocada pela concupiscência de uma forma ilegítima.
Devemos sempre lembrar de que aquilo que a Escritura considera como pecado
jamais vai ter aprovação divina. Não adianta racionalizar.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 20-24.
ADULTÉRIO. O termo
adultério é empregado nas Escrituras para designar relação sexual, com
consentimento mútuo, entre um homem, casado ou solteiro, e a esposa de outro
homem. Semelhantemente, o termo é usado para descrever o relação sexual, com
consentimento mútuo, entre uma mulher casada e um homem que não seja seu
marido.
O termo é usado no NT
para descrever o conceito expresso pelo termo nã’aph, ou “adultério” no AT. No
antigo Israel, o significado primário do termo era o ato físico de infidelidade
conjugal. Entretanto, gradualmente o termo foi empregado para designar adoração
idólatra e falta de fidelidade para com Deus. O significado do ato e as
conotações do termo parecem ter-se aprofundado e ampliado com o tempo.
No antigo Israel, o
adultério era expressamente proibido (Ex 20.14; Dt 5.18) e era punível com a
morte (Lv 18.20; 20.20; Dt 22.22-24). Em poucas nações, tais como a França, a
legislação, mesmo no século 20, prescreve que o adultério seja considerado
crime. Em 1955, o Instituto Americano de Leis decidiu não incluir a
infidelidade conjugal em seu modelo de código penal.
Nos primórdios da
história de Israel, o ato físico do adultério era severamente condenado. A
morte, aparentemente por apedrejamento, era a punição prescrita, tanto para
homens como para mulheres apanhados em adultério. A pena de morte era aplicada
no caso de adultério cometido não somente pelas mulheres casadas, mas também as
que fossem noivas ou comprometidas (Lv 20.10; Dt 22.22-25).
A legislação judaica
requeria que o adultério fosse claramente comprovado (Jo 8.4 e a Mishna Sota I,
4; V, 1 e VI, 1 e 25). Se uma esposa fosse acusada de adultério, tinha de
provar sua inocência, mediante o ritual da “água amarga” (Nm 5.11-30 e Mishna
Sota I, 4 e VI, 25). Esse ritual não era prescrito para todas as mulheres
acusadas de adultério em Israel, mas somente para as israelitas legítimas (e
algumas delas, ao que parece, eram isentas desse processo). No ritual, a mulher
tinha de beber uma porção inócua de água purificada, misturada com o pó do chão
do Templo (ou tabernáculo) e com a tinta usada para escrever o juramento
recitado pela mulher durante o ritual. Se a acusada fosse inocente,
supostamente a ingestão da poção não lhe causaria nenhum dano. Este processo
era realizado diante do Sinédrio (Sotah I, 4); exigia-se a presença de duas
testemunhas do suposto ato de adultério, antes da mulher ser convocada. Se a
mulher fosse considerada culpada com base em provas circunstanciais, o marido
era compelido a se divorciar e a acusada perdia todos os direitos provenientes
do casamento. Além do mais, a adúltera não tinha permissão de casar com o
amante {Sotah, V, 1). Originalmente, esse tipo de julgamento era destinado a
mulheres culpadas, mas aos poucos foi sendo abolido devido ao relaxamento moral
entre a população masculina de Israel. Por volta do ano 30 d.C., a pena de
morte por adultério caiu em Israel, juntamente com outras formas de pena
capital.
Além disso, o
primeiro significado do termo adultério foi usado no AT para descrever o culto
idólatra e apostasia da religião (Is 57.3; Jr 3.8,9; Ez 23.43). Oséias
descreveu Israel como a mulher adúltera de Yahweh, devido à sua apostasia
religiosa (Os 2.2).
No NT, Cristo
enfatizou o ensino de que o pensamento pecaminoso ou adúltero era equivalente
ao ato do adultério. Alguns acreditam que esses ensinos, e outros similares,
mostravam que ele concordava com a interpretação mais estrita da lei, corrente
em seus dias (Mt 5.17). Cristo também ensinou que, sob certas circunstâncias, o
casamento dissolvido pelo divórcio culminava em adultério (5.27-32). O
adultério é mencionado
no NT como um dentre
vários pecados, que, na falta de arrependimento, excluiriam o indivíduo do
Reino de Deus (ICo 6.9; G1 5.19-21). O adultério foi proibido por Cristo (Mt
19.3-12; Jo 8.4) e pela Igreja Primitiva. Advertências severas eram feitas aos
ofensores, para que tais práticas não se repetissem (ICo 5.6). Além disso, o
adultério espiritual, ou a conformação do cristão com o sistema do mundo, ou de
religiões não cristãs, é claramente proibido no NT (Tg 4.4; Ap 2.20-23).
Tanto no Antigo, como
no Novo Testamento, o adultério é expressamente proibido, no sentido físico e
espiritual. Veja Casamento.
G. Lambert
MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia.
Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 132-133.
É notável que quando
o homem se torna mais depravado, ele começa a criar sua própria linguagem ou gíria.
Palavras que são comuns e que condenam suas ações são trocadas por outras ou,
às vezes, o sentido do termo é mudado. A definição, o sentido original fica
esquecido.
Para escapar da
realidade, as palavras da gíria expressam atos, mas não indicam os sentidos
morais desses atos.
Assim o homem
esconde-se em suas mentiras e palavras mascaradas. Os termos seguintes mostram
essa realidade:
Homossexual Gay
Adulterar Fazer Amor
Fornicar Transar
Bastardo Fruto do amor
Beijo Francês Beijinho
Lascívia Sensualidade, admiração
Sodomia Sexo anal e oral
Criança não nascida Feto
Devemos fundamentar
nossa vida na verdadeira realidade e não termos medo de sermos condenados. Isso
é melhor do que ocultar e mentir sobre nossos pecados e conduta. George Oswell
em Política e Linguagem Inglesa diz que há uma ligação entre destruição
política e corrupção da linguagem. Como nossa linguagem fica corrompida debaixo
da necessidade de defender nossas ações e condições perversas, ela chega a ser
mais inexpressível e mais perversa, criando piores condições e um outro tipo de
linguagem, ainda mais perverso e indefinido, gerando uma decadência constante.
Foi Deus quem colocou
as palavras em nossa linguagem e elas expressam exatamente o que Ele pensava sobre
certos atos. Quando o homem muda o sentido ou não usa mais essas palavras, ele
corrompe a linguagem ordenada por Deus.
Essa cegueira que
cria cretinos mente o resultado de terem rejeitado única autoridade sobre moral
e ética.
“Porquanto, tendo
conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram, graças, antes
se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se lhes o coração insensato.
Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos...”, Romanos 1: 21-22.
A Bíblia diz que por
não querer nada de Deus, o homem está entregue ao sexo perverso, a uma
mentalidade perversa, que produz palavras pervertidas que não têm sentido
moral.
O leitor
possivelmente vai achar dificuldade em acreditar que você mesmo, a humanidade e
muitos na Igreja organizada estão longe do caminho de Deus e morais é inevitável
dá Deus, que é a constantemente praticam coisas que são totalmente inaceitáveis
a Ele. Mas isto é exatamente o que elevemos esperar quando o sentido das
definições das palavras, que são guias morais, estão ignorados e esquecidos.
Nunca teremos um
avivamento moral ou uma mudança em nossa conduta até que comecemos a entender e
a usar as palavras que descrevem a má conduta.
Se o leitor duvida da
existência de tanta corrupção, é bom considerar as palavras de Deus falando
sobre o povo antes do dilúvio. Deus, que sabia todos os pensamentos, imaginações
de todas as crianças, adolescentes, homens e mulheres na face da terra, disse:
“E viu o Senhor que a
maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos
pensamentos de seu coração era só má continuam ente”, Gênesis 6 :5.
Gostaríamos de pensar
que aquela geração era mais corrompida que a nossa, mas Deus indicou que a mesma
mentalidade perversa iria continuar.
“E o Senhor cheirou o
suave cheiro, e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a
terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a
sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz ”, Gênesis 8:
21.
Para entender o que
os vícios sexuais são e como eles estão sendo praticados, precisamos entender o
que a Palavra de Deus diz e o que as palavras querem dizer ao descreverem estes
vícios. Jesus diz em João 13: 3: “Vós estais limpos pelas palavras que vos
tenho falado”. Jesus diz que sua palavra limpa, lava, mas se as palavras da Bíblia
não são entendidas e recebidas, a limpeza é impossível.
“Porque as obras da
carne são manifestas as quais são: prostituição, impureza, lascívia, etc”, Gálatas
5:19.
“Acerca das quais vos
declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o
reino de Deus”, Gálatas 5: 21b.
“Fazei, poik, morrer
a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno,
e a avareza, que é idolatria: por estas cousas é que vem a ira de Deus sobre os
filhos da desobediência”, Colossenses 3: 5,6.
É muito evidente que
as pessoas que praticam lascívia, impureza e avareza não herdarão o reino de
Deus.
A Bíblia simplesmente
diz que a pessoa que pratica lascívia está perdida. Este estudo vai analisar
estas palavras:
a) Lascívia
Esta palavra, que é
raramente usada, é pouco entendida e pouco explicada. Isso porque o homem quer escapar
à condenação do que essa palavra expressa. Veja os sentidos do termo:
Lascívia: Aquilo que
produz inclinação à luxúria; o que é desregradamente sensual; libidinagem
(definição da Biblioteca do amor e sexo).
Luxúria: Desejos
sexuais ilícitos e maus; libertinagem, sensualidade. Lascívia: A tendência de
excitar desejos sexuais fortes ou avareza imoral, fora do contexto do
casamento.
Atos de
exibicionismos obscenos e sensuais, sujos e eróticos (Webster New Universal
Dictionary).
Lascívia:
Caracterizada como cobiça, desejos sexuais.
A maioria das
literaturas populares consiste em contos ou narrativas lascivas. Significa
falta de controle e disciplina, não se domina sexualmente. Excitam-se a si ou a
outra pessoa. (Heritage Dictionary Edition).
Em poucas palavras,
lascívia são atitudes, atos, procedimentos e imaginações que estimulam e
excitam a si ou a outras pessoas séxualmente, fora do casamento; também inclui
atos obscenos de gestos imorais.
Observe uma breve
lista das maneiras pelas quais uma pessoa pode praticar lascívia:
• Beijos e abraços
ardentes entre os que namoram são uma forma de lascívia.
• Imaginações e
fantasias eróticas, manipulação da vagina e do pênis para excitar-se a si ou a
outras pessoas.
• Músicas como rock
and roll, cujo ritmo sugere o ato sexual; exibir-se numa maneira que cria
desejos sexuais numa outra pessoa.
• Nudez pública é
lascívia; uso de minissaias, roupas de banho (biquinis) são procedimentos
escandalosos em público.
• Gestos e movimentos
do corpo semelhantes às relações sexuais entre homens e mulheres.
• O homem ao imitar
os gestos ou modos de falar e andar de um efeminado está cometendo lascívia. Os
beijos ardentes e abraços frenéticos dados por casais em público, sejam casados
ou não, são considerados lascívia.
• Sinais que sugerem
interesses sexuais para com outras pessoas fora do casamento é lascívia.
• Danças que sugerem
o ato sexual e outros contatos físicos que excitam é lascívia.
• Gestos indecentes
que homens ou rapazes fazem para mulheres, quando passam, é lascívia.
• O uso de
pornografias indecentes, imorais e maliciosas sobre sexo e seu uso é lascívia.
• Gracejos e piadas
que fazem menção ao sexo ilícito é lascívia.
• A onda de
pornografia que invade o mundo é lascívia.
• A avalanche de
livros e revistas pornográficas que infestam o mundo é lascívia.
Há inúmeras maneiras
de se praticar a lascívia. Ela coloca a
humanidade e muitos na Igreja em estado de condenação, do qual somente o
arrependimento verdadeiro poderá libertar e salvar da perdição.
Possivelmente, o
leitor, agora, pode entender melhor porque Deus, olhando a humanidade, disse:
“E viu o Senhor que a
maldade do homem se multiplicava sobre a terra, e que toda a imaginação dos
pensamentos de seu coração era só má continuamente”, Génesis 6 :5 .
Imaginações eróticas
têm ocupado uma grande parte do pensamento do homem e da mulher. Deus não teria
dito isso sobre o povo antes do dilúvio, se estas imaginações eróticas não
fossem erradas e condenáveis.
Esta realidade será
mais evidente na continuação deste estudo.
A tristeza e
frustração de Paulo é muito evidente na seguinte passagem, e qualquer pessoa
que já tenha ensinado nesta área tem enfrentado a mesma frustração e tristeza
por causa da incredulidade do povo e da Igreja.
Esta é uma das
escrituras bíblicas mais importantes que falam contra o pecado do vicio sexual.
Paulo repetiu três vezes, em poucas palavras, a triste realidade de que aqueles
que praticam impureza, lascívia e avareza estarão perdidos eternamente se não
abandonarem seus pecados.
Quando Deus, pelas
suas palavras, repete por três vezes o mesmo aviso, o leitor deve acatar.
“Mas a impudicícia e
toda sorte de impurezas, ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém
a santos; ( i) nem conversação torpe, nem palavras vãs, ou chocarrices, cousas essas
inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graça. (2) Sabei, pois, isto:
nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no
reino de Cristo e de Deus. (3) Ninguém. vos engane com palavras vãs; porque por
estas cousas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. (4) Portanto
não sejais participantes com eles”, Efésios 5: 3-7.
O vocábulo grego
"pornos" está traduzido neste texto pelas palavras impudicícia e
incontinência. Esses termos englobam todos os vícios sexuais bem conhecidos e
nominados, como prostituição, adultério, homossexualismo, etc.
Mas impureza engloba
todos os tipos de emissões sexuais, até entre os casais. Mas quase sempre o
tipo de emissões sexuais está identificado pelas palavras cobiça e idolatria,
que censura ou condena.
O apóstolo Paulo está
falando, no texto acima, sobre pecados nomeados, como a prostituição, que é bem
conhecida, mas também está falando sobre vícios sexuais que não são nomeados,
mas são reconhecidos e identificados pelas transgressões de cobiça, lascívia e
impureza.
Este grupo é chamado
de idólatra. O texto fala sobre “toda sorte de impureza”, mostrando que toda sorte
de pecados sexuais está categorizado na palavra impureza, Efésios 4: 19. As
palavras “toda sorte de impureza” também.
Provavelmente não
fosse necessário para Paulo usar as palavras cobiça e idolatria, para descrever
vícios como fornicação e adultério, que são nomeados na Bíblia e bem conhecidos
e condenados. Mas era muito importante usar cobiça, lascívia e impureza para
identificar pecados ou vícios sexuais não nomeados nem designados. Vemos novamente
esta divisão em:
“Fazei, pois, morrer
a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo
maligno e avareza que é a idolatria”, Colossenses 3: 5.
Mais uma vez temos um
grupo de pecados designados por cobiça e idolatria. Este grupo também é chamado
de impureza. Novamente vemos esta classificação em: “Não sabeis que os injustos
não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis, nem os impuros, nem os
idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas etc., herdarão o reino
de Deus”, I Coríntios 6 :9 .
Paulo colocou os
impuros e idólatras juntos novamente, o que indica que há uma classe de pecados
que está separada daqueles que já foram nomeados e são melhor conhecidos. A
impureza está colocada em primeiro lugar e todos os pecados nomeados depois são
diferentes formas de impureza.
O maior problema dos
líderes das Igrejas não é o de convencer o povo de que adultério, fornicação, prostituição,
homossexualismo são condenados, mas sim de que os pecados não nomeados são
condenados pelas transgressões de cobiça e idolatria. Todos os dicionários concordam
que as palavras lascívia e cobiça são palavras sinônimas.
b) Impureza
Para entender melhor
a palavra impureza do ponto de vista dos judeus vê-se que emissões dos órgãos sexuais
tornavam o homem e a mulher impuros. Os escritores do Novo Testamento eram
judeus e para eles, quando um homem tinha um orgasmo, então ele tornava-se impuro
e deveria ficar fora do acampamento e tomar um banho. Qualquer orgasmo
voluntário ou involuntário colocava um homem em estado de impureza.
Mas há uma impureza
composta totalmente de cobiça, que é idolatria. Quando uma pessoa pratica a cobiça,
que é a idolatria, orgasmos (impureza) são inevitáveis, voluntários ou
involuntários. Pelo processo de eliminação, não temos outra definição, mas a
impureza é uma palavra que engloba todos os vícios sexuais. E todos os vícios
sexuais são diferentes maneiras de provocar orgasmos. Cobiça e impureza são
inseparáveis. O Novo Testamento sugere que os orgasmos noturnos não são totalmente
inocentes e fazem o homem impuro fisicamente, senão também moralmente. Orgasmos
noturnos são evidentemente censurados aqui. São considerados involuntários. A
pergunta que o leitor deve fazer a si mesmo é a seguinte: O que Deus deve
pensar sobre orgasmos voluntários, provocados de propósito pelos desejos malignos
e paixões lascivas?
“E contudo, também
estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne...”, Judas 1:8.
Até os orgasmos
noturnos são em muitos casos ligados com sonhos eróticos de cobiça e lascívia.
Há muitas maneiras de
praticar impureza, ou provocar orgasmos, mas nem um deixa de ser fruto dar cobiça
ou de desejos malignos, se fora do contexto do casamento praticados.
Quando analisamos bem
a palavra impureza nós não achamos outra definição alternativa. Por isso os judeus
ultra ortodoxos consideram masturbação um dos pecados mais graves.
O texto de Efésios 5:
3-7 fala sobre “toda sorte de impureza”, mostrando que todos os tipos de
pecados sexuais estão caracterizados na palavra impureza. Efésios 4: 19 também
usa a expressão “toda sorte de impureza”.
Outros textos das
Escrituras, igualmente, afirmam que a cobiça produz impureza.
Paulo admoestou seus
leitores a deixarem a impureza, Romanos 6: 19, que fora provocada pela cobiça,
Romanos 1: 1. O texto de II Pedro 2: 10, no grego, fala sobre a cobiça que
contamina, polui, suja.
Efésios 4: 19 diz:
“os quais, tendo se tornado insensíveis, se entregaram a dissolução para, com
avidez, cometerem toda sorte de impureza”.
A palavra impureza
fala de impureza física (emissões), mas também impureza espiritual e moral
estão incluídas. Paulo nos diz que há dois tipos de impureza:
física e espiritual.
“Tendo, pois, á
amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como
do espirito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”, II Co. 7 :1 .
Não importa como a
palavra impureza seja interpretada, quer seja física, quer espiritual. Nenhuma
das emissões sexuais fora do contexto do casamento escapa às duas definições de
impureza. E o pecado de cobiça, que é idolatria, acompanha a impureza:
“Fugi da impureza!
Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que
pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo”, I Co. 6:18.
c) Cobiça
A palavra cobiça já
tem sido bastante usada neste estudo, mas também não é bem entendida. Por isso muitos
erram. Para entender por que masturbação e outros vícios são frutos da cobiça é
necessário entender bem o que cobiça quer dizer.
“Deus disse: não
cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma do seu próximo”, Êxodo 20: 17.
A definição de cobiça
é a seguinte:
1. desejar o que é da
outra pessoa;
2. querer
excessivamente, culpadamente;
3. desejar fortemente
(The American Heritage Dictionary da Linguagem Inglesa).
A Bíblia diz que não
devemos desejar fortemente coisas que pertençam a outra pessoa. Então, melhor dizendo,
temos mais um princípio que nós não devemos desejar o que é ilícito, ilegal,
imoral, sujo, perverso, inaceitável e vergonhoso. Essas coisas não pertencem ao homem
bom e reto. Elas são do diabo e pertencem ao reino da maldade. Sexo não
pertence de qualquer forma aos solteiros, separados, divorciados, e desejar
sexo é paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria. Nós temos
exemplos claros de cobiça na Bíblia, que mostram todos estes princípios:
“Que te guiou por
aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes e escorpiões e de secura,
em que não havia água; e tirou água para ti da rocha do seixo; que no deserto
te sustentou com maná, que teus pais não conheceram: para te humilhar, e para
te provar para no fim te fazer bem ”, Deuteronômio 8: 15-16.
Em todos os passos o
povo de Israel era guiado por Deus. O povo sabia disso. Fie sabia que Deus
tinha um plano para sua vida, como Ele tem um plano para todas as vidas dos que
se entregam a Ele.
Quando nossos desejos
não estão cm harmonia e conformidade com os desejos, leis e lideranças de Deus,
nós estamos cobiçando coisas más e somos avarentos. Cobiçar a ponto de ficar
excitado é cobiça c lascívia e inevitavelmente leva ao orgasmo voluntário ou
involuntário, que é impureza.
Mas o povo em geral
reage de uma maneira perversa ao amor e cuidado de Deus.
“II o povo falou
contra Deus e contra Moisés: por que nos fizestes subir do Egito, para que morrêssemos
neste deserto? Pois que nem pão nem água há; e nossa alma tem fastio deste pão tão
vil. Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o
povo; e morreu muito povo de Israel”, Números 21: 5-6.
Neste caso o povo
estava cobiçando coisas que não eram más. Comida boa não é pecado, se
providenciada por Deus, mas neste caso eles sabiam que não era a vontade de
Deus que tivessem a comida cobiçada. Sexo é bom, mas só no contexto do
casamento. F, totalmente proibido para solteiros, separados e divorciados;
todos sabem disso.
O que não se pode
conseguir legalmente não deve ser desejado.
Uma coisa deve ser
bem entendida: cobiçar não quer dizer que a pessoa que está cobiçando irá
praticar o que está desejando. Quando se pratica o adultério ou fornicação já
se passou da cobiça para a concretização do ato. Há pessoas que vivem
praticando cobiça, mas acham que se não praticam o que estão desejando não são culpados
desses atos. F, possível que a pessoa, quando está cobiçando, ache errado,
perigoso e que não é a vontade de Deus praticar essas coisas. Porém o fato de
que eles estão desejando ou que não estão em conformidade com os desejos de
Deus no seu estado de solteiro, coloca-os em oposição e conflito com as leis e
desejos de Deus. O povo de Israel não voltou para o Egito porque na realidade
não queria ser escravo de novo, c tinha medo de desobedecer a Deus. Assim vivem
muitos crentes. O Egito sempre foi um símbolo de pecado.
Cobiça c sempre
misturada com murmuração.
Uma pessoa que
pratica masturbação e outros vícios sexuais sente vergonha e remorso, mas
geralmente quer justificar-se. Uma pessoa que justifica a sua maldade condena a
Deus. O povo de Israel condenava a Deus por seu estado de insatisfação. O homem
e a mulher viciados dizem: Por que Deus me criou assim? Ninguém aguenta tantos
desejos sexuais. Por que Deus deu tanto desejo sexual para uma pessoa que é
nova demais para casar-se?
Por que há tantos demônios que me tentam? etc. Não têm fim os argumentos usados pelo homem para
se auto-justificar, mas que culpam e condenam a Deus.
Agora é possível
entendermos as palavras de Jesus que falam sobre a cobiça.
“Ouviste o que foi
dito aos antigos, não cometerás adultério. l:u, porém, vos digo que qualquer
que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com
ela”, Mateus 5: 27 e 28.
Jesus nos disse que
cobiça é um ato de adultério mental. Deve ser repetido que cobiça não quer
dizer que a pessoa, desejando sexo com uma mulher, adulteraria com ela ou que
uma pessoa que está desejando uma coisa iria roubar aquilo. Há muitas pessoas
que acham errado adulterar, mas praticam todas as coisas iniciais ao adultério.
Na realidade já cobiçaram e estão gozando de todos os prazeres preliminares do
adultério ou fornicação física. E a cada momento eles ficam se beijando e se abraçando,
se excitam mais e cobiçam mais, numa orgia de lascívia. Jesus não estava
falando simplesmente de olhar de perto, mas de levar a mulher para o quarto,
nas imaginações, para ter sexo com ela.
É muito difícil para
as pessoas que estão constantemente praticando cobiça acreditar que estão
transgredindo as leis de Deus e que são adúlteros e idólatras. Mas nós vimos
este princípio claramente ensinado em uma outra situação. Por exemplo: uma
pessoa é assassina se desejar atos de vingança contra outra. A vingança pertence
a Deus e está proibida aos homens. O Senhor exige que se peça perdão.
“Qualquer que
aborrecer o seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem nele vida
eterna”, I João 3: 15.
Uma vez o autor
perguntou a um grupo de mocidade da Igreja se eles acreditavam nas palavras de Jesus
neste texto. Todos disseram que sim. Fu lhes disse:
“Vocês não acreditam
no que Fie disse. Vocês já passaram este ponto muitas vezes e não estão só
olhando e desejando, mas já estão gozando o prazer do corpo dela.
Estão excitando-se a
si mesmos e a ela. Estão a cada momento que passa cobiçando mais e mais”. A
mocidade da Igreja em geral está escravizada nos pecados sexuais.
Os jovens na sua
maioria, não ficam juntos cinco minutos sozinhos e já se agarram e o maior
divertimento deles é a cobiça, lascívia, impureza e masturbação.
Nossas tradições e
nossos maus costumes por muitas gerações têm anulado a Palavra de Deus.
Chegamos a ser totalmente cegos. O que os pais fizeram os filhos fazem; e o que
os pastores fizerem as suas congregações também o farão; e o que não c
controlado é legalizado. A Bíblia não perde tempo ou espaço em descrever as
inúmeras maneiras pelas quais uma pessoa pode praticar impureza e provocar um
orgasmo ou lascívia e cobiça. A lista com detalhes seria mais um livro de pornografia.
Por isso o Espírito Santo colocou masturbação e outros vícios sexuais na
categoria de impureza, paixão lasciva, desejos malignos e avareza, que é a idolatria.
E não há dúvida de que há uma infinidade de maneiras de praticar impureza.
O leitor acha que
Deus vai dizer que não se deverá provocar o orgasmo dançando, lendo
pornografias, pelas intimidades criadas pelos dois quando ficam sozinhos, etc.
A palavra impureza engloba todos os pecados sexuais que o homem ou a mulher
podem cometer. Às vezes a palavra prostituição deve ser traduzida como
impureza.
Por exemplo pomeia é
às vezes traduzida como prostituição (às vezes), mas engloba também qualquer desregramento
sexual e não somente prostituição. Com nosso melhor conhecimento das palavras
que descrevem os vícios sexuais, temos condições de entender melhor esta
afirmação bíblica.
“Adas por causa da
impureza cada um tenha a sua própria mulher e cada uma tenha o seu próprio
marido. ( 1 ) 0 marido pague à mulher a devida benevolência, da mesma sorte a
mulher para o marido. (2) A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas
tem-no o marido. E também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o
próprio corpo, mas tem-no a mulher”, I Coríntios 7: 2-4.
Se confrontarmos esta
passagem com as outras escrituras com a qual está ligada, somos obrigados a aceitar
esta interpretação. Por causa de impurezas e vícios sexuais o marido e a esposa
devem cumprir as suas obrigações sexuais um para com o outro. Porque nenhum deles
tem o direito ou a autoridade de excitar-se e praticar a impureza para procurar
obter prazer só para si.
Todas as atividades
sexuais que não sejam com seu cônjuge são chamadas de impurezas.
Um dia uma senhora
queria conversar comigo. Eu vi que ela estava muito perturbada e triste. Ela me
disse que o marido (um crente) não queria ter relações sexuais com ela;
disse-me que a casa dela estava cheia de livros pornográficos e que seu marido
foi achado masturbando-se e por isso ela se julgava muito rejeitada. Ela queria
saber o que deveria fazer. A preocupação dela era tão grande que foi
aconselhar-se com vários pastores. E possível duvidar que o marido dela vivia
constantemente cobiçando mulheres das suas fantasias, as mulheres de revistas
pornográficas? Pela informação que já temos acerca da cobiça, lascívia,
impureza, é impossível duvidar que este homem vivia constantemente no estado de
adultério mental e que vivia cobiçando mulheres da sua fantasia e ignorando e
rejeitando a sua própria esposa? Essas fantasias são uma forma de loucura que
vêm diretamente do inferno. E cada geração faz o mesmo.
“Este é o mal que há
entre tudo o que se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo; que também
o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; que há desvarios no seu coração,
na sua vida e que depois se vão aos mortos”, Eclesiastes 9: 3.
E quase toda a
mocidade vive esta loucura. Há homens e mulheres que imaginam outros parceiros quando
tem relações sexuais com seu cônjuge. E outras pessoas leem revistas de
pornografias antes de ter sexo com seu companheiro e, na realidade, estão
cobiçando essas mulheres c estão se excitando ao desejá-las. Isto é adultério
mental.
John Wenkley, o homem
que tentou matar o presidente Reagan, ficou apaixonado pela foto de Jodie Foster
seminua. Os desejos sexuais tornaram-se uma obsessão e a cobiça por ela crescia
tanto que ele faria qualquer coisa para impressioná-la, ate o assassinato. Foi fantasia
de loucura que levou-o a fazer um absurdo desses.
E deve ser dito que o
marido não deve cobiçar a sua própria esposa quando ela não está ou não tem condições
de manter relações sexuais. A cobiça pela esposa pode levar a tantos desejos
sexuais que conduzem uma pessoa à masturbação e a procurar outras mulheres.
Sem dúvida isso tem
acontecido milhares de vezes.
E quantas vezes essas
fantasias eróticas têm levado um homem ou uma mulher a uma loucura de
masturbação, fornicação, estupro, assassinatos e até a se suicidar.
Por isso Deus diz:
“Não cobiçarás”. Abandone o que não pertence a você moral e livremente 1 1 0
seu estado como solteiro, divorciado, separado.
Prezado leitor, esses
pecados não são brincadeiras, mas pecados tão sérios que não há nada demais que
um homem ou uma mulher podem fazer para evitá-los e possam ser libertos deles.
Jesus, continuando a orientar sobre cobiça, diz:
“Portanto, se o teu
olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te è melhor
que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no
inferno. E se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe
de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o
teu corpo lançado no inferno”, Mateus 5: 29-30.
Jesus disse que é
melhor arrancar os olhos que . provocam cobiça, se não se pode dominá-los, e
até mesmo cortar o braço direito.
“A candeia do corpo
são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá
luz; se, porém, os teus olhos forem maus o teu corpo será tenebroso. Se,
portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”,
Mateus 6: 2,2-23.
Jesus nos diz que os
olhos são a candeia do corpo e a luz da candeia ilumina; mostra e chama a
atenção. A luz neste caso, como qualquer luz, pode ser boa ou ruim.
A luz má pode iluminar
pornografia, áreas eróticas das moças que passam e todos os tipos de maldade.
Se existe esta luz nos seus olhos, que constantemente iluminam estas coisas no
seu corpo ou moradia, você está em perigo de escuridão total.
O versículo diz: “se
portanto a luz que em ti há são trevas, quão grandes trevas serão ”y Se os
olhos são levados a olhar e desejar coisas más, evidência existe de que o seu
olhar está sendo influenciado pelo maligno. Os demónios manifestam, iluminam
coisas más e eróticas, e uma pessoa pode sentir esta influência maligna, e deve
fazer tudo para resistir a luz que ilumina a tentação má e erótica. Lúcifer
quer dizer “portador de luz”. Esta luz originalmente dada por Deus é agora
iluminadora da maldade.
O autor sentia esta
força maligna, experimentando levar os seus olhos a olhar as moças e coisas que
não prestam muitas vezes. Ele também era diretor de uma casa de recuperação e
ensinava frequentemente sobre estes assuntos. Depois os recuperandos foram
informados sobre esta realidade e todos reconheceram a influência do maligno
nos olhos, experimentando focalizá-los nas pessoas e coisas que tentam. Esta
cobiça que pode ser criada nos olhos pelos demónios é uma parte da
concupiscência mencionada em Romanos, nos capítulos 6-7.
A Bíblia fala sobre olhos
de adultério em II Pedro 2: 14:
“Tendo os olhos
cheios de adultério, e não cessando de pecar, engordando as almas inconstantes,
e tendo o coração exercitado na avareza, filhos da maldição”.
Jesus nos diz não há
nada demais que possamos fazer para escapar às influências do maligno.
A Bíblia indica que a
maldade que passa pelos olhos do homem é como o inferno. Os olhos do homem nunca
estão repletos de maldade mas sempre têm mais um lugar quando os iluminadores
dos olhos são os demônios. Não há maldade que chega.
“O inferno e a
perdição nunca se fartam, e os olhos dos homens nunca se satisfazem”,
Provérbios 27: 20.
O demônio apresenta
ao homem e à mulher visualizações mentais ou possivelmente espirituais. Por exemplo
uma pessoa pensa em outra do sexo oposto e, sem querer, numa visualização,
apresenta-se uma cena erótica. Essas visualizações vêm do maligno e podem criar
na pessoa uma corrente de imaginações eróticas que são imaginações de cobiças e
lascívia.
As visualizações são
dirigidas aos olhos das pessoas.
O autor leu uma vez
que a mocidade pensa em sexo oposto quarenta ou cinquenta por cento do seu tempo
(como eles sabem disto não sei). Um moço contou quantas vezes a mente dele foi
levada a imaginações eróticas. Ele disse 600 vezes em um dia (provavelmente isto
seja um exagero). Mas a pergunta que podemos fazer é quanto tempo a mocidade
pensa sobre o sexo. A resposta é bastante evidente. Se esses pensamentos e imaginações
não fossem errados (repetimos), Deus não teria dito, falando ao povo antes do
dilúvio, que todas as imaginações do coração do homem eram más continuamente.
Jó reconheceu esta
força maligna e disse: “Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria
numa virgem ?”, Jó 31: 1.
Todos nós devemos
fazer o mesmo concerto com os nossos olhos como Jó fez e resistiremos a todo
apelo de sexualidade, erotismo e pornografias que tentam invadir-nos.
O leitor sem dúvida
está perplexo, um pouco confuso, e provavelmente sente dor e tristeza sobre sua
vida e pode perguntar-se: F, possível que muitos na Igreja estejam tão errados?
A resposta é muito simples: somente oito pessoas foram salvas do dilúvio, onde
milhões de pessoas morreram.
Mais do que dois
milhões de israelitas saíram do Egito, porém poucos entraram na Terra Santa. “(1)
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são
os que a encontram. (2) Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até
vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores... (3)
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E
em teu nome não expulsamos demónios, e em teu nome não fizemos muitas
maravilhas? E então lhes direi abertamente: (4) Nunca vos conheci; apartai-vos
de mim, vós que praticais a iniquidade. (5) Todo aquele, pois, que escuta estas
minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a
sua casa sobre a rocha”, Mateus 7: 14-23. “Porque vos digo que, se a vossa
justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
reino dos céus”.
JOHNSON.
Charles Lee,. Escravos do Sexo. pag.
6-29.
I -
CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA
1. Uma dádiva divina.
Porque os caminhos do
homem estão perante os olhos do Senhor. Aqui aprendemos que os caminhos de um
homem não são, meramente, o interesse do mestre. Foi o Senhor quem deu a lei de
Moisés e igualmente quem inspirou as declarações de sabedoria. Por conseguinte,
Ele vive supremamente preocupado sobre como um homem, que afirma ser Seu
discípulo, se conduz ao longo da vereda reta. A lei de Moisés é o guia de um
homem (Deu. 6.4 ss.). Ver Pro. 4.10- 19 quanto aos caminhos do homem sábio e do
homem insensato comparados e contrastados. Apresento no Dicionário um detalhado
artigo chamado Caminho. O homem sábio continua a olhar para cima, sabendo que
Deus está ponderando o seu caminho e a sua conduta em geral. Em Pro. 4.26
encontramos a mesma palavra, mas ali aplicada ao ponderar do estudante sobre o
seu próprio caminho.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2562.
A NATUREZA DO
CASAMENTO
“Digno de honra entre
todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula...” Hebreus 13.4
O casamento foi
instituído por Deus para a felicidade do ser humano. Está escrito na Palavra de
Deus: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne” (Gn 2.24). Há aqui três princípios sobre o casamento.
Primeiro, o casamento é heterossexual. O texto fala de um homem unindo-se à sua
mulher. A relação homossexual está em desacordo com o propósito de Deus.
Segundo, o casamento
é monogâmico. O homem deve deixar pai e mãe para unir-se à sua mulher e não às
suas mulheres. Tanto a poligenia (um homem ter várias mulheres) como a
poliandria (uma mulher ter vários homens) está em desacordo com o propósito de
Deus. Terceiro, o casamento é monossomático, pois os dois tornam-se uma só
carne, ou seja, podem desfrutar da relação sexual com alegria, santidade e
fidelidade.
O sexo antes do
casamento é fornicação. Aqueles que praticam tais coisas estão sob o desgosto
de Deus. O sexo fora do casamento é adultério e só aqueles que querem se
destruir cometem tal loucura. O sexo no casamento, porém, é ordenança divina e
deve ser desfrutado com alegria.
A SANTIDADE DO SEXO
‘‘Que cada um de vós
saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra.” 1 Tessalonicenses 4.4
O sexo é bom, santo,
puro e deleitoso. Deus criou o homem e a mulher e criou-os com desejos sexuais
legítimos e com a capacidade de dar e receber prazer. O prazer sexual não é pecado;
é santo. O casamento é a forma segura e deleitosa de se desfrutar o sexo. O
sexo antes do casamento é fornicação e aqueles que se entregam a essa prática
estão debaixo da ira de Deus.
O sexo fora do
casamento é adultério e somente aqueles que querem se destruir cometem tal
loucura. O sexo é proibido por Deus antes e fora do casamento; mas ordenado por
Deus no casamento. Mesmo no casamento, porém, o sexo precisa ser puro. A Bíblia
diz que digno de honra entre todos é o casamento e o leito sem mácula. A palavra
“leito” significa relacionamento sexual. A pornografia é um pecado. Vicia e
adoece a relação.
As pessoas mais
felizes na vida sexual são aquelas que usufruem desse banquete do amor com
santidade e pureza. São aquelas que bebem as águas de seu próprio manancial. A
fidelidade conjugal é vital para um relacionamento sexual saudável. O cônjuge
precisa ser um jardim fechado, uma fonte selada.
Senhor, eu não vou
ceder aos caminhos da minha cultura, que grita por prazer a todo custo. Eu me
comprometo a tratar a minha sexualidade conforme a tua vontade. Em nome de
Jesus. Amém.
Hernandes
Dias Lopes. CADA DIA, volume 33, n.
5, Especial Família. Copyright © LPC
5.21
O Mestre insiste em
que os caminhos do homem estão descobertos à vista de Deus (v. 21). Nada está
oculto a seus olhos e deverá ser com profunda tristeza que Deus contempla um
homem, moço ou velho, meter-se com mulheres estranhas. Deus é uma pessoa santa
e perfeita, e seus sentimentos são santos e perfeitos. Portanto, deve ser uma
tristeza para Deus contemplar o desvario de qualquer neste terreno. . . Ele
considera todas as suas veredas (v. 21). Deus considera, toma conhecimento.
analisa todos os nossos caminhos, e como se sentirá? Se tomarmos o verbo
considerar no sentido de pesquisar, que é o que alguns comentadores entendem,
então Deus pesquisa o nosso caminho e verifica todo desvio nas devidas medidas.
Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão o com as cordas do seu
pecado será detido (v. 22). O homem que se desvia do caminho é considerado
perverso, destituído de senso normal, é um réprobo. Com as mesmas cordas com
que tece o seu pecado será amarrado. Isso é o que acontece ao homem que se mete
com pecadores, sejam elas ou eles. Afasta-te do caminho, pois doutra maneira
morrerás. O rebelde apressadamente se torna vítima da sua loucura,, porque
desprezou a advertência (5:1) (Será bom comparar Os. 4:6 e Ef. 4:17-19).
Concluímos este Capítulo com as devidas tintas que o próprio texto oferece. O
modo como os antigos descreviam as coisas não tem compadecimento com o costume
moderno de amaciar, de contornar, de dizer uma coisa por outra, de usar
eufemismos. Era no duro: A alma que pecar essa morrerá (Ez. 18:4 e 20).
Antônio
Neves de Mesquita. Provérbios.
Os v. 21-23 ligam
essas considerações
prudentes com o fato
de que o Senhor vê os caminhos do homem. Ele examina todos os seus passos: o
verbo sugere avaliação, pesagem. Muitas vezes, o texto bíblico se refere ao
governo moral de Deus dessa forma, como se ele estivesse observando a
realização inexorável das cordas do [...] pecado do ímpio (v. 15.3; lRs 16.7
etc.; 2Cr 16.9; SI 34.15).
CHARLES
G. MARTIN. Comentário Bíblico NVI. Editora
Vida. Livro de Provérbios. pag. 914.
Hb 13:4: Honrado seja
entre todos o matrimonio e o leito som mácula; pois aos devassos e adúlteros.
Deus os julgará.
Certamente não existe
problema, na sociedade ou na própria igreja, mais (Difícil e generalizado do
que a questão da impureza sexual. Surpreendente porção do N.T. se devota a
denunciar os vícios sexuais. (Ver I Cor. 6:15 e ss.). Ali, o argumento contra
as práticas sexuais ilícitas é que somos o «corpo de Cristo»; e nenhum membro
desse corpo pode unir-se impunemente a uma pessoa sexualmente impura; a
formicação é um pecado contra o corpo; o corpo do crente é o templo do Espírito
Santo, pelo que dificilmente pode ser usado para práticas sexuais degradantes.
Não temos corpos para usá-los de maneira errada, porquanto pertencem a Deus, juntamente
com nossos espíritos.
Os gnósticos
imaginavam que devemos cooperar com o sistema mundano, que está destinado a
finalmente ser destruído, com todas as coisas materiais. Criam que a própria
matéria é o princípio do mal. Assim, poderíamos abusar do corpo, ou mediante o
ascetismo ou mediante a autoindulgência; e, ao assim fazermos, estaríamos cooperando
com a destruição do corpo, sem que isso trouxesse qualquer dano ao espírito.
Porém, o cristianismo
nunca visou o corpo ou a matéria como coisas más por si mesmas, embora o sexto
capítulo da epístola aos Romanos nos mostre claramente que Paulo reputava o
corpo humano uma presa fácil do pecado, instrumento mui frequentemente usado
para o mal. E a experiência humana também nos ensina tal, o que indica que isso
é uma verdade indiscutível. (Ver I Tes. 4:3 quanto a notas expositivas acerca
dos pecados sexuais).
Na sociedade judaica
sempre foi tolerada a poligamia. O N.T. não condena tal prática, mas exibe um
ideal superior. O Senhor Jesus, em Mat. 19:5, ensinou o princípio de «uma
mulher para cada homem», porquanto somente um casal pode formar, realmente, o
ideal de «tornar-se-ão ambos uma só carne». As epístolas pastorais proíbem a
poligamia no caso dos líderes das igrejas (ver I Tim. 3:2,12, embora esses
versículos, quase certamente, também proíbam até mesmo novo casamento de um
ministro da Palavra, em caso da morte de sua esposa, o que é uma posição
extrema.
O sexo está limitado
ao matrimônio·. Não há qualquer exceção a isso, em todo ο N.T., embora o A.T.
reconhecesse o concubinato, o contrato de mulheres para um breve período. Nossa
lealdade como crentes, entretanto, deve ser aos princípios mais elevados do
N.T., e não aos ensinamentos relativamente inferiores do A.T.
«...o leito sem
mácula...» Essas palavras têm sido exageradas para que signifique que enquanto
as práticas sexuais sejam dentro das relações matrimoniais, pode-se incluir
aberrações e práticas duvidosas. Mas o autor sagrado sem dúvida não tencionou
dizer isso. Mui provavelmente ele subentende que deve haver moderação em tudo,
já que o cristianismo em todos os aspectos da vida ensina e exige a
normalidade, e não extremismos.
«...impuros...» é
tradução do vocábulo grego «pomos», termo geral que indica «sexo ilícito», e
cuja forma feminina significa «prostituta». O termo é mais geral do que
«fornicação», ou seja, as práticas sexuais ilícitas anteriores ao matrimônio.
Tal palavra pode indicar qualquer ato sexual condenável.
«...adúlteros...» No
grego é usado o termo «moichos», relações sexuais ilícita s que envolvem
pessoas casadas, com pessoas que não são seus cônjuges.
A condenação imposta
pelo N.T. (em Gál. 5:19-21), mostra-nos que os vícios sexuais estão incluídos
entre os pecados que impedem a pessoa de herdar o reino dos céus. O trecho de
Efé. 5:6 ensina-nos a mesma coisa.
Todo o indivíduo
dominado por algum vício sexual não pode ter-se convertido em verdade, e nem
pode esperar, com razão, a salvação de sua alma. O presente versículo promete o
juízo de Deus contra a pessoa que pratica vícios sexuais, ainda que, entre os
homens, tais vícios jamais venham a ser julgados.
Há certas
interpretações implícitas, que estão vinculadas ao presente texto, a saber:
1. O matrimônio
precisava ser defendido dos assédios dos ascetas, que negavam a legitimidade do
casamento, pelo menos no caso dos que buscam a sério as verdades espirituais,
embora perfeitamente legítimo para as massas. Não há qualquer evidência que o
autor sagrado estivesse defendendo o matrimônio como modo de vida, em contraste
com o celibato.
Tal problema
simplesmente não estava sendo focalizado.
2. A prática do
celibato é uma questão pessoal, que só pode ser resolvida entre Deus e o
indivíduo, não podendo ser ditada por qualquer autoridade religiosa, sob a
alegação que é mais conveniente que os ministros vivam solteiros. Apesar do
autor sagrado não abordar a questão, pois tal ideia só surgiu como dogma muitos
séculos mais tarde, não sendo prática observada nos próprios tempos
neotestamentários, contudo, o matrimônio é declarado honroso para todos; e isso
comprova que, naqueles dias, não havia ministros, como uma classe, que tivessem
de viver no celibato.
3. Certamente o texto
combate, ainda que indiretamente, a suposição que o matrimônio é estado
«inferior» (ainda que legítimo), em relação ao estado de solteiro. Os
preconceitos em favor do celibato é que têm produzido a supressão das palavras «...entre
todos...» Assim é que os mss 38, 460, 623, 1836 e 1912, além dos escritos dos
pais da igreja Dídimo e Cirilo de Jerusalém, Eusébio, Atanásio, Epifânio e
Teodoreto, omitem tais palavras.
« ...Entre todos...»
Essas palavras podem significar «em todos os respeitos», se forem consideradas
como neutras, ou então como diz aqui, «entre todos», ou seja, um costume de
todos, se tais palavras estiverem no gênero masculino. E ambas as
possibilidades estariam de acordo com os fatos. Entretanto, o termo não admite
práticas sexuais anormais, nem mesmo dentro das relações do casamento, conforme
alguns têm dito que o versículo permite.
Alguns estudiosos
pensam que o versículo deve ser compreendido no imperativo: «Que o matrimônio
seja digno de honra entre todos, e que o leito seja sem mácula», etc. Isso é
gramaticalmente possível.
«A maioria dos
indivíduos imorais escapa aos tribunais humanos; mas Deus tem conhecimento daqueles
que os homens não castigam. As imoralidades joviais serão reputadas mui diferentemente
do que são consideradas agora». (Faucett, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 658.
13.4 — Venerado seja
entre todos o matrimônio.
O autor agora se
volta para alguns problemas relacionados ao amor humano. Para determinar a
intenção completa deste versículo, um ponto gramatical deve ser resolvido. Na
original, em grego, o verbo é omitido e deve ser fornecido pelo leitor, como é
comum no hebraico e no grego.
Pode-se fornecer um
verbo no subjuntivo, seja o matrimónio, e transformar a frase em uma exortação.
Ou pode-se usar um
verbo no indicativo. O casamento deve, e passar a ter um imperativo, como
ocorre, aliás, em algumas versões e traduções das Escrituras. O primeiro caso parece
ser o mais adequado, uma vez que o contexto é de admoestação e o autor está
levantando novo tópico de exortação. Além disso, sendo a primeira metade do
versículo uma exortação, a segunda metade se adapta melhor. È este, assim, um
mandamento de purificação, em vez de ser uma declaração contra o ensino
ascético, que considerava as relações matrimoniais como sendo prejudiciais. O
ensino ascético era um sério problema naquela época (compare com 1 Tm 4.3); mas
não parece ser a intenção do autor. O casamento, para ele, é nobre, e o leito
matrimonial, imaculado. Deve ser mantido assim.
Porém (gr. gar)
poderia ser traduzido pela conjunção porque. Manter o relacionamento
matrimonial, porque Deus julgará os que assim não o fizerem.
Os que se dão à
prostituição são aqueles que fazem concessões, geralmente de modo excessivo e
sem controle, aos desejos sexuais, sejam heterossexuais ou homossexuais, fora
dos laços do matrimônio Adúlteros são os infiéis aos seus votos matrimoniais.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 665-666.
3.7 — Os maridos
cristãos devem cuidar de suas esposas com o mesmo espírito altruísta que
os cristãos
cidadãos (1 Pe 2.13' 17), os cristãos subalternos (1 Pe 2.18-25) e as esposas
cristãs (v. 1-6).
Com entendimento. O
marido cristão deve ser sensível às necessidades de sua esposa, a suas forças e
fraquezas, e seus objetivos e desejos. Ele tem de conhecê-la o máximo que
puder, para fazer com que ela se sinta plenamente realizada.
Dando honra. O marido
cristão tem de honrar sua esposa porque ela merece ser honrada (v. 1-6).
Vaso mais fraco. Esta
fraqueza diz respeito à física, pois o termo vaso aqui se refere ao corpo humano.
Sendo vós seus
co-herdeiros. O relacionamento descrito aqui é entre o marido e a esposa
cristãos, já que todos os cristãos, e somente eles, são os herdeiros da graça
da vida (Rm 8.17).
Para que não sejam
impedidas as vossas orações.
O relacionamento
espiritual do marido cristão com Deus é diretamente influenciado pelo modo como
ele trata sua esposa.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 697-698.
2. Uma predisposição
humana.
O Valor da Sabedoria
para Evitar o Adultério (5.1-23)
Este é o décimo entre
dezesseis discursos que compõem o primeiro livro de Provérbios, constituído na
passagem de Pro. 1.8 - 9.18. Havia considerável liberdade sexual para os
varões, em Israel, mas não para as mulheres. A poligamia era uma maneira de
viver, e então, em contraste, um homem podia tomar uma concubina por períodos
maiores ou menores, e até por um único dia. Mas uma coisa definitivamente
proibida era o adultério, o contato sexual ilegítimo com a esposa ou o esposo
de outro cônjuge. As mulheres compartilhavam os homens, mas sempre dentro dos
limites da lei, os quais eram, afinal de contas, muito liberais. Ver, no
Dicionário, o verbete denominado Adultério. Fazer essa seção à nossa frente
ensinar a monogamia é um anacronismo.
O texto diante de nós
fornece instruções específicas concernentes aos perigos do adultério,
enfatizando como mulheres impudicas provocavam isso (vss. 1-6); o preço a ser
pago pelo adultério (vss. 7-14); os deleites do amor casado (vss. 15-20); e,
finalmente, um lembrete de que o pecado é algo praticado, em última análise,
contra Deus, e não contra o homem (vss. 21-23, completo com instruções).
“Tal como em Pro.
1.14-19, este quinto capítulo do livro manifesta-se contra os prazeres
imediatos do pecado e destaca suas consequências a longo prazo. O sábio toma o
ponto de vista mais prolongado da questão” (Sid S. Buzzell, in loc.).
Advertência contra a
Licenciosidade (5.1-14)
Mulheres impudicas
Tentam ao Adultério (5.1-6)
Filho meu, atende à
minha sabedoria. O primeiro versículo deste capítulo chama nossa atenção
novamente, pois um novo assunto está começando. Já apresentei uma nota de
sumário sobre essas urgentes exortações do pai (mestre) a seu filho espiritual
(o estudante), em Pro. 4.20. Lemos aqui que o estudante tem a obrigação de
prestar atenção à sabedoria de seu mestre. Ver Pro. 1.2 quanto à sabedoria, e
ver também, no Dicionário, o verbete intitulado Sabedoria, que fornece detalhes
sobre o assunto. Quanto à palavra “atende”, Cf. Pro. 4.1,20; 5.1 e 7.24. A
sabedoria mostrar-se-á suficiente para salvar do adultério.
Inteligência. Ver a
respeito em Pro. 1.2,5; 2.2,3,6,11; 3.4; 4.1; 5.1; 6.32; 9.4; 10.13 e 21.6.
Existem cerca de cinquenta e cinco exortações no livro de Provérbios acerca da
inteligência ou compreensão, além de outras exortações em que as palavras
“inteligência” ou “compreensão" não são empregadas diretamente. E há dez
usos da ordem para que se “compreenda”.
Para que conserves a
discrição. Ver sobre Pro. 1.4. Os lábios que proferem o conhecimento também
devem conservá-lo, como se fosse uma casa de tesouro, sendo essa uma metáfora
desajeitada, mas perfeitamente compreensível. Usualmente são os lábios que
proferem as palavras, mas é o coração que conserva a sabedoria como se fosse um
tesouro. Esse santo tesouro dos lábios é contrastado com a fala maliciosa da
adúltera potencial, que tenta o estudante e procura desviá-lo da vereda da
sabedoria (vss. 3 ss.). Os lábios do mestre falam contra o que a mulher diz, e
o estudante tem de fazer sua escolha quanto a que voz ele escutará. O versículo
parece estar exortando o aprendiz a falar como o seu mestre, e parece também
estar repreendendo a mulher, que diz palavras suaves como o azeite. Já vimos a
ênfase que recai sobre o uso próprio e impróprio da linguagem, em Pro. 4.24. A
mulher sensual quer incendiar o coração do jovem com suas palavras bonitas e
lascivas; mas o estudante esperto será capaz de atalhá-la com suas palavras e,
assim, escapar à tentação. Lábios que falam sabedoria, tanto do estudante
quanto de seu mestre, resguardam o aprendiz de cair em pecado grave. Podemos
até subentender aqui que o aprendiz falará palavras de sabedoria, ajudando
outros estudantes a obedecer aos ditames da sabedoria.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2558.
A nona lição (5.1-23)
O tema é a sabedoria
aplicada às relações entre os sexos. Após um apelo inicial, para que se preste
atenção (1-2), o mestre prossegue para fazer uma descrição da mulher estranha e
suas atrações (3-6), uma injunção para evitá-la (7-8), uma advertência sobre o
que sucede às suas vítimas (9-14), um apelo para que se aprecie o santo amor
(15-19), e um lembrete que Deus está a observar tudo continuamente (20-23).
Essa mulher estranha
é uma figura que freqüentemente aparece no livro de Provérbios (cf. 2.16; 6.24;
7.5; 20.16; 23.27; 27.13). Falando em termos gerais, existem quatro pontos de
vista diferentes sobre o significado dessa frase: primeiro que ela representa
meretrizes ou adúlteras israelitas, que são descritas como
"estranhas" porque não têm direito à relação com o povo de Israel; o
segundo diz que a mulher é estranha por ser "estrangeira", e que aqui
são aludidas mulheres cananeias ou fenícias (sabemos que a prostituição
religiosa era praticada na religião dos cananeus); o terceiro é que isso se
refere a um culto estrangeiro, talvez de Astarte, a deusa do amor, com forte
elemento sexual, e que tinha relações comerciais com países circunvizinhos; o
quarto ponto de vista afirma que toda a passagem é alegórica e se refere às
seduções da filosofia ou religião grega. Desses, o primeiro é o que apresenta
uma explicação mais simples, mais natural, e a que melhor se coaduna com as
declarações em 2.17 e 7.19 e segs.
Fim (4), muito
naturalmente, se refere ao julgamento daqueles que têm relações com ela.
Absinto (4) é usado
no Antigo Testamento como símbolo de sofrimento (ver, por exemplo, Dt 29.18; Jr
9.15).
Inferno (5)
representa o Seol, "a sepultura" ou habitação dos depravados. O verso
6 é difícil e obscuro; todavia, recentes descobertas filológicas têm lançado
alguma luz sobre ele. Se seguirmos o prof. G. R. Driver, vendo a verdadeira
significação da palavra aqui traduzida como pondera, como se fosse
"examinar, pesquisar", ou se seguirmos o prof. D. Winton Thomas, em
sua demonstração que o termo hebraico yada', usualmente traduzido como
"conhece", como nesta versão, algumas vezes tem o sentido de
"estar quieto", então poderemos traduzir: "Para que ela não
venha a examinar o caminho da vida; seus caminhos são instáveis e ela não
sossega". A Septuaginta e outras versões, como esta, entretanto, em lugar
de "para que" leem "não", no começo do versículo, o que
também torna o sentido mais claro.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag. 24-25.
Vv. 1-14. Salomão
adverte a todos os jovens, como se fossem seus filhos, a que se abstenham dos
desejos carnais. Alguns entendem aqui por mulher adultera, a idolatria, a falsa
doutrina, que tende a desviar as mentes e o comportamento dos homens; porém, o
critério direto é advertir dos pecados contra o sétimo mandamento. Este tem
sido frequentemente o método usado por Satanás para distanciar os homens da
adoração a Deus, e assim levá-los a uma falsa religião.
Considere como são
fatais as consequências; quão amargo o fruto! Elimine-o, porque fere e conduz
aos sofrimentos do inferno. A tendência direta deste pecado é a destruição do
corpo e da alma. Devemos evitar cuidadosamente tudo o que signifique dar um passo
nesta direção. Os que querem ser resguardados do dano devem se manter fora do
caminho do prejuízo. se nos envolvemos em tentações, zombamos de Deus.
Senhor, não nos deixe
cair em tentação. Quantos males acompanham este pecado! Ele destrói a reputação,
desperdiça o tempo, arruína o património, é nocivo para a saúde e enche a mente
de horror. Ainda que em um dê a sensação de felicidade, cedo ou tarde trará
dor.
HENRY.
Matthew. Comentário Bíblico Matthehw
Henry. Provérbios. Editora CPAD. pag. 8-9.
Pv. 6.20. Filho meu,
guarda o mandamento de teu pai. O mestre (o pai espiritual do estudante)
relembrou o filho espiritual sobre como sua mãe e seu pai biológicos lhe tinham
dado certos ensinamentos vitais, incluindo os que dizem respeito aos pecados
sexuais. Portanto, raramente essas instruções resultam em grande bem. Elas não
podem impedir as tentações, e poucos filhos tentam fazer as tentações cessar,
quando elas, finalmente, aparecem. Isso, entretanto, não isenta mães e pais de
falarem as palavras certas sobre a questão, na esperança de que suas palavras
surtam um bom efeito. Quanto às cinco passagens que falam dos pecados sexuais
no primeiro livro de Provérbios, ver as notas de introdução à presente seção. O
mestre tentou reforçar os próprios ensinos, lembrando ao seu estudante que seu
pai e sua mãe já lhe haviam dito coisas semelhantes. Por conseguinte, a atenção
do aluno foi chamada, de maneira especial, para esses ensinos. Cf. Pv. 1.8,
onde o mesmo método de instrução é empregado. O estudante já havia sido treinado
em casa, antes de chegar à escola do mestre.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2567-2568.
O tema é o sétimo
mandamento. O exórdio trata da orientação oferecida pelo ensino são (20-23); e
solenes advertências são proferidas contra o pecado específico do adultério
(24-35).
Mandamento e lei, no
vers. 20, se referem ao ensino dos pais: no vers. 23 essas palavras parecem
referir-se à lei da aliança. Era essa lei, contudo (cf. Dt 6.6-7), que era o
conteúdo do ensino doméstico dado ao israelita piedoso. A lei divina, ensinada
e exposta, provê uma clara orientação para a vida. Oesterley faz uma distinção
entre mandamento como a lâmpada e a lei como a fonte da luz e compara o modo
pelo qual João Batista é chamado de lâmpada (Jo 5.35) enquanto Jesus Cristo é a
Luz (Jo 1.8 e segs.). De qualquer maneira, a lei de Deus deve ser internamente
entesourada e externamente manifestada (21), guiando e controlando todas as
atividades (22).
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag. 28-29.
A Sabedoria e o
Adultério, 6.20—7.27
Após o interlúdio
composto de quatro breves advertências, o autor retorna ao perigo do adultério
em forma semelhante à de 2.16-19; 5.3-11; 9.13-18. Depois de um parágrafo
introdutório acerca da importância da obediência à autoridade dos pais (20-23),
o mestre destaca o perigo do adultério (24-35). O capítulo 7 é uma continuação
de 6.20-35. Este novo discurso contém uma advertência adicional contra a
loucura de se envolver com uma prostituta. Também destaca a sabedoria como
resposta à tentação e como a única orientação segura nas lutas da vida. Toda
esta seção (6.20—7.27) é o discurso mais longo em Provérbios tratando do pecado
do adultério.
1. Um Apelo à
Obediência (6.20-23)
Nestes versículos, o
autor aponta novamente para o valor da instrução dos pais (veja comentários de
1.8 e 4.1-9). Para uma explanação acerca das expressões ata-os e' pendura-os
(21) veja comentário de 1.8 e 3.2. No versículo 22, temos um belo tributo à
fidelidade das orientações divinas que servem para nos abençoar. Estas
instruções da lei: (torá) eram ensinadas ao jovem estudante pelos seus pais (Dt
6.6-7). Há duas afirmações significativas no versículo 23. O mandamento é uma
lâmpada para lançar luz sobre os caminhos traiçoeiros da vida (SI 19.8;
119.105). Como fonte do ensino dos pais, a lei é uma luz; por isso, “o homem
que rejeitar esses mandamentos, é como se a sua lamparina fosse apagada”.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 3. pag. 373.
Pv 7.1 Filho meu,
guarda as minhas palavras. Esta é uma frase frequentemente usada no livro de
Provérbios, que comento em 6.1.0 mestre (o pai espiritual) dirigiu- se a um
estudante de sua escola de sabedoria (um filho espiritual) e lembrou-o de seus
deveres e privilégios. As “palavras”, declarações sábias (todas elas baseadas
sobre a lei de Moisés, como guia; ver Deu. 6.4. ss.), revestem-se de grande
valor, e devem ser consideradas um tesouro, constituído pelos mandamentos (ver
Pro. 2.1). Essas palavras transmitem vida e bem-estar, bem como prosperidade,
se forem seguidas com diligência. Quanto a guardar as palavras, ver Pro. 3.1;
4.4,21; 6.20. Quanto a guardá-las como um tesouro, ver Pro. 2.1 e 10.14. Quanto
a conservá-las, ver Pro. 3.18; 4.4; 8.35. Cf. o tesouro escondido em um campo
(ver Mat. 13.44), bem como a pérola de grande preço (ver Mat. 13.46); e cf.
Cristo como Aquele em quem estão ocultos todos os tesouros espirituais (ver
Col. 2.3).
Todo escriba versado
no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito
cousas novas e cousas velhas. (Mateus 13.52)
Guardo no coração as
tuas palavras, para não pecar contra ti. (Salmo 119.11)
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2570.
Pv 7.1-5 — O problema
da imoralidade (Pv 2.16-19; 5.1-23; 6.20-35) tem solução: Guarda os meus mandamentos
[...] como a menina dos teus olhos. As pessoas devem guardar as palavras sábias
como protegem a pupila dos seus olhos.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 955.
O tema, tal como o da
seção anterior, é o perigo do adultério. Em primeiro lugar há a costumeira
exortação para que o aluno observe e nunca se esqueça do ensino paterno, que é
o caminho da vida, e serve particularmente de defesa contra a mulher estranha
(1-5). As relações mencionadas no verso 4 pintam o íntimo conhecimento pessoal
da sabedoria que o mestre deseja da parte dos seus alunos: parenta implica em
intimidade familiar (cf. Mt 12.50).
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag. 30.
O PERIGO DO ADULTÉRIO
(7:1-27)
Este é o penúltimo
conselho que a Sabedoria dá aos homens e às mulheres desviadas do bom caminho.
Estes provérbios deveriam ser publicados em folhetos e distribuídos nas
igrejas, se bem que pareça jamais alguém ter pensado nisso. As igrejas, de modo
geral, não cuidam muito desses problemas sociais, a não ser em estudos
específicos, como Institutos Bíblicos. Os moços vão crescendo sob as
influências de fora, nas escolas, onde até professores inculcam a necessidade
de relações sexuais por motivos de saúde, e as conversas de companheiros vão
solapando as boas normas, insistidas nos púlpitos e em casa. O resultado é que
atualmente muitos moços entendem que contatos sexuais, de qualquer forma, não
são pecado, como se a Bíblia tivesse de ser reformulada nos seus ensinos. O que
a Bíblia ensinou há 4.000 anos vale hoje como então. O Mandamento que diz: NÃO
ADULTERARAS (Êx. 20:14) é tão urgente hoje como era então, pois as exigências
sociais daquele tempo eram bem mais frouxas. A não ser em algumas sociedades
desenvolvidas, como o Egito e a Babilônia, o pecado sexual era comum em todas
as religiões.
Antônio
Neves de Mesquita. Provérbios
II - AS
CAUSAS DA INFIDELIDADE
1. Concupiscência.
Infelizmente há até
mesmo crentes que descem nessa enxurrada e acabam por macular seus leitos. Por
diversas vezes fui indagado sobre o que eu achava de casais crentes
frequentarem um motel. A minha resposta tem sido sempre a mesma — “Motel” é um
nome moderno para as antigas casas de prostituição. Quais são as consequências
espirituais para um casal crente frequentar uma casa dedicada à prostituição?
Não tenho dúvidas de que esses locais estão impregnados de demônios. Não há
oração no mundo que santifique um ambiente desses pela simples razão de que o
Senhor não santifica o pecado! O meu conselho é que se fuja de ambientes assim.
Por outro lado, como
bem observou o psiquiatra cristão John White em seu livro O Eros Redimido, há
também forças espirituais do mal por trás de todo sexo virtual. Satanás e seus
demônios não estão interessados em manter o escravo do vício sexual no
anonimato. O alvo é conduzi-lo cada vez mais a diversas formas de perversão
sexual até que estas se transformem em alguma forma de crime, quer seja
pedofilia, estupro ou adultério. Depois que isso se tornou uma prática
dominante, então o alvo dos anjos caídos é levá-lo à escravidão e
posteriormente à exposição pública. É por isso que o livro de Provérbios nos
exorta a exercermos a nossa sexualidade dentro dos parâmetros do casamento (Pv
5.18-20).
Ao escrever sobre a
natureza da concupiscência, John White afirmou: “O desejo legítimo dado por
Deus se transforma em luxúria no momento em que fizermos dele um deus. Adorar a
comida é luxúria. A preocupação neurótica em dormir também. A escravidão às
sensações eróticas representa a luxúria sexual”.
Ainda segundo White,
“o sexo pode ser um anseio quando o amor e o desejo sexual estão separados. Faz
pouca diferença a forma da atividade — sexo heterossexual dentro do casamento,
ou qualquer outro prazer erótico. Quando amor e desejo sexual não estão juntos
(situação extremamente comum), o erotismo assemelha-se ao manjar turco mágico
de Edmundo. Ao final, o anseio leva a formas de sexo ilícitas ou patológicas. O
mal atinge seu objetivo. Caímos em desejos que nos deixam viciados em
pornografia, masturbação, necessidade excessiva de relações sexuais (hetero ou
homossexuais), molestamento de crianças e todas as formas de perversão. Ponto
comum em tudo isso é uma fome que nunca se aplaca, que deixa o indivíduo mais
vazio do que antes”.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 24-25.
CONCUPISCÊNCIA A
palavra luxúria, empregada em várias versões da Bíblia Sagrada, abrange uma
grande variedade de desejos. Em 1611 d.C. ela não estava restrita ao sentido
moderno de paixão sexual.
1. Forte desejo. Pode
ser um desejo ardente (heb. nephesh), como o do exército egípcio para alcançar
e destruir Israel no Mar Vermelho (Êx 15.9); ou dos negociantes ansiosos
(epithumias) para auferir os lucros de seus empreendimentos comerciais (Ap
18.14); ou simplesmente um desejo (gr. epithumia) ou uma ambição por outras
coisas (Mc 4.19).
2. Desejo excessivo,
forte anseio, luxúria no sentido de excesso (heb. ta'awa, Nm 11.4,34;
SI 78.30). Muitas
coisas boas quando feitas em excesso para a autogratificação se tornam luxúria,
como por exemplo, comer demais, gastar tempo demais com o prazer (Rm 13.14).
3. Um desejo
consumidor pelo que é bom, isto é, zelo pelo que é correto. O termo gr.
epithumia, quando usado para o que é verdadeiramente um zelo piedoso, foi
traduzido como "desejo" em Lucas 22.15; Filipenses 1.23; 1
Tessalonicenses 2.17. Este uso do termo grego mostra claramente que é o objeto
de desejo de uma pessoa ou sua motivação (e não sua intensidade), que torna
esse desejo certo ou errado.
4. A luxúria como um
anseio por aquilo que é proibido. Esse é o uso mais comum do termo. Paulo
revela que Deus entregou o homem caído às suas próprias concupiscências
(epithumiais, Rm 1.24). Ele cita o mandamento do AT, "Não cobiçarás"
(Êx 20.17; Dt 5.21), em Romanos 7.7, mostrando que cobiçar aquilo que não é seu
é uma forma de luxúria. Aparentemente, esse era o próprio pecado costumeiro de
Paulo com o qual ele teve que lutar mais vigorosamente após sua conversão (Rm
7.7-25).
A concupiscência
{epithumia), Tiago declara, é uma causa raiz do pecado (Tg 1.14,15), que por
sua vez leva à morte. O caminho de derrocada da luxúria é retratado em Romanos
1.24-32. Tiago também usa um outro termo, o gr. hedone, em 4.1,3 para explicar
que as discussões e conflitos entre os crentes resultam da luxúria e dos
prazeres que combatem nos próprios membros de seus corpos. A palavra também
ocorre como "deleites da vida" em Lucas 8.14 e como "escravos de
toda sorte de paixões [epithumiais] e prazeres" ou "servindo a várias
concupiscências [epithumiais] e deleites" em Tito 3.3. Veja Cobiça;
Pecado.
Bibliografia.
Friedrich Búchsel, "Thumos, Epithumia etc", TDNT, III, 167-172.
Gustav Stahlin, "Hedone", TDNT, II, 909-926.
R. A. K.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 441-442.
Pv 6.25 Não cobices
no teu coração a sua formosura. Vamos encarar de frente a questão — os homens
se sentem tremendamente atraídos pela beleza das mulheres; e enfrentemos a
questão diretamente: apreciar essa beleza (que é real!) já é um ato sexual,
porquanto é difícil, se não mesmo impossível, separar os pensamentos sexuais da
apreciação da beleza feminina. Jesus recomendou que não desejássemos as
mulheres (ver Mat. 5.28), e presumimos que isso é possível, mas não parece
haver exemplos vivos ao derredor, para o qual possamos apontar e dizer: “Ele
conseguiu!” — isto é, ele chegou ao ponto de olhar para mulheres bonitas e não
desejá-las. Certa ocasião, ouvi um sermão no qual o pastor presumia que o
primeiro olhar é inevitável. Mas um homem tem em seu poder não olhar segunda
vez!
Tendo olhos cheios de
adultério e insaciáveis no pecado.
(II Pedro 2.14)
Além de ser bonita, a
jovem descrita neste versículo era sedutora e cheia de truques, e entre esses
truques estava o que ela fazia com a língua, usando palavras suaves e de
lisonja (vs. 24), bem como olhares de conquista que ela podia lançar,
movimentando as pálpebras. As mulheres costumavam pintar as pálpebras e abaixo
das sobrancelhas, que sempre estiveram entre as decorações femininas, e
empregavam essas pinturas no jogo da sedução. Cf. II Reis 9.30 e Eze. 23.40.
Adam Clarke [in loc.)
mencionou alguém que havia dito: “Os olhos delas parecem estar nadando na
bem-aventurança”. E, naturalmente, elas anelavam por compartilhar suas bênçãos
com homens amigos.
Nem te deixes prender
com as suas olhadelas. A jovem mulher preparava uma armadilha, e com que
facilidade ela captura a sua presa! A imagem da armadilha significa,
naturalmente, que a vítima morre no fim. A aranha viúva- negra encoraja o macho
a ocupar-se no ato sexual, que a fertiliza para toda a vida, e então o mata e o
come; mas, presumivelmente, ele morre feliz.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2568.
Pv 6.25. No teu
coração. Observe bem que os mandamentos do V.T. tratam das atitudes internas do
homem. Quando Cristo dizia que a concupiscência já era adultério (Mt. 5:28) não
estava desenvolvendo a doutrina do V.T. na intenção de livrá-la dos
tradicionais comentários farisaicos (cons. R. Laird Harris, Inspiration and Canonicity of the Bible, pág. 53).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 26.
Seus olhos (25) eram
provavelmente pintados (cf. 2Rs 9.30). Não é claro se, no vers. 26, o mestre
distingue entre dois tipos de mulheres imorais. Se assim for, o versículo diz
que um homem pode ser reduzido à pobreza (um bocado de pão) por causa de uma
prostituta (como diz aqui), mas corre o risco de perder a vida (por ação social
ou legal) por ajuntar-se a uma mulher adúltera (lit. "esposa de um
homem"). Ao contrário desta versão, entretanto, provavelmente seja
preferível traduzir como a mesma mulher em ambas as porções do versículo.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag.29.
Gl 5.16 — A única
maneira consistente de vencermos os desejos pecaminosos de nossa natureza humana
(a carne) é vivermos dia após dia no poder do Espírito Santo enquanto Ele opera
por meio de nosso espírito (Gl 5.25). A forma futura na negativa (não
cumprireis) é uma notável promessa. Andar a cada momento pela fé na palavra de
Deus sob o controle do Espírito é garantia de vitória absoluta sobre os desejos
de nossa natureza pecaminosa.
EM FOCO
Carne (gr. sarx)
(Gl 5.19,24;
6.8,12,13; Rm 7.18; 8.3,13)
Na literatura grega,
a palavra sara normalmente não significava nada mais que o corpo humano. Também
foi usada d essa forma no Novo Testamento (Jo 1.14; Ap 17.16; 19.18,21). No
entanto, Paulo muitas vezes usou a palavra para representar todo o ser humano
corrompido — não somente o corpo pecaminoso, mas todo o ser, incluindo a alma e
a m ente, com o elementos afetados pelo pecado.
Portanto, Paulo
muitas vezes opôs a carne ao Espírito, considerando-os forças diametralmente
opostas. O incrédulo só pode viver na carne, mas o cristão pode viver na carne
ou no Espírito. Paulo repetidamente encoraja o cristão a vencer as obras da
carne ao viver no Espírito.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 495-496.
Gl 5.16 Já deve ter
sido familiar aos gálatas, por meio da tradição sobre Jesus, que o amor é o
cumprimento da lei (v. 14). Paulo lhes dera essa tradição ao ser fundada a
igreja (cf. o exposto sobre Gl 1.9). Por isso Paulo também podia ser tão
sucinto. Quando intercala agora: Digo, porém, ele profere as palavras seguintes
em alta voz, com ênfase e enfoque especiais. Considera que, para seus leitores,
o que se segue constitui uma questão extremamente necessária.
A norma do amor
precisa ser combinada com a força do Espírito Santo. Andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência (―o desejar‖ [cf. nota quanto à tradução]) da
carne. Todos os povos conhecem bem a idéia de que a vida é como um caminho que
precisa ser caminhado. No NT esse ―andar‖ aparece em quase todos os escritos
(exceção: carta de Judas). O movimento básico da vida humana, portanto, é o
passo da caminhada. Trata-se de mais do que um mecânico ―esquerda-direita,
esquerda-direita‖. Todo caminho inclui um ―de onde‖ e um ―para onde‖. Podemos
nos desviar do caminho. Assim o ―andar‖ constitui um movimento com sentido,
direção e, por conseguinte, com qualidade. Da parte da carne surgem pressões
transversais. Contra elas Paulo faz valer, agora, forças pneumáticas: Andem no
Espírito.
A unidade Gl 3.1-5
mostrou-nos com que naturalidade saudável os gálatas eram espirituais (sem o
exagero dos coríntios!). Isso valia primeiramente acerca do modo como há alguns
anos se tornaram cristãos: ―tendo começado no Espírito‖ (Gl 3.3; cf. 4.6), e agora
também vale para a atualidade. O apóstolo lhes atesta que possuem experiências
carismáticas válidas: ―que vos concede (sempre de novo) o Espírito e que opera
milagres entre vós…‖ (Gl 3.5). Apesar disso existia entre eles o rombo de um
déficit pneumático. De fato ainda não se revelara a eles o alcance pleno das
bênçãos espirituais. Este precisamente não consiste somente de pontos iniciais
de espiritualidade, de pontos de virada e de pontos altos. Pelo contrário, das
experiências pontuais deve formar-se uma caminhada contínua ―no Espírito‖,
atravessando todas as sinuosidades e baixadas do cotidiano. Essa é a nova lição
dessa aula de recuperação para pneumáticos (No presente capítulo ocorre oito
vezes ―Espírito‖!): O Espírito é companheiro de caminhada, que qualifica o
nosso agir, ou: o Espírito como sujeito ético.
Apenas a menor parte
da vida é feita de reuniões cristãs, às quais se referem predominantemente as
conhecidas listas de carismas. Bem maiores são os trechos entre essas reuniões.
Neles somos confrontados pela seriedade da vida, com seus altos e baixos. Para
esses trechos intermediários temos as assim chamadas listas de perístases de
Paulo (gr: peristaseis, ―circunstâncias‖). De modo sintético elas arrolam
realisticamente as condições do seu dia-a-dia, sem omitir suas experiências de
impotência. Nelas expande-se o campo clássico da ética, e Paulo é capaz de
testemunhar que pelo Espírito exerce o controle sobre o seu cotidiano: ―E
temos, portanto, o mesmo espírito de fé‖ (2Co 4.13 [RC]), ou: ―mostramos que
somos servos de Deus… por meio do Espírito Santo‖ (2Co 6.4-6 [BLH]), ou: ―tudo
posso naquele que me fortalece‖; ele me torna forte, ele me ―dinamiza‖ pelo seu
Espírito, para conduzir a minha vida como Deus o deseja (gr: endynamoun, Fp
4.13). Nesse contexto
cumpre citar também
Rm 8.4: ―a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito‖.
Para esse ―andar no
Espírito‖ encontra-se em Gl 6.8 a figura do ―semear para o Espírito‖. Lá como
aqui, Paulo anuncia uma promessa irrestrita a esse cotidiano com o Espírito.
Ela é formulada assim: jamais satisfareis à concupiscência (o desejar) da
carne. Conforme BDR § 365 é essa a forma mais determinada da declaração
negativa. O desejar carnal é pressuposto como dado circunstancial permanente
(cf. v. 17). Ele bate à porta, contudo não recebe acolhida. Não pode jorrar
para dentro dessa vida, porque falta o vácuo. Tudo é tomado pelo crescimento do
fruto do Espírito, o serviço em favor do próximo (v. 22,23). Visto
isoladamente, o crente não é propriamente forte, mas na verdade está ocupado.
Não é uma massa de músculos éticos, mas a força reside no Espírito, porque o
Espírito é o Senhor. ―Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade‖, ―o
pecado não terá domínio sobre vós‖ (2Co 3.17; Rm 6.14).
Adolf
Pohl. Comentário Esperança Cartas aos Galatas. Editora Evangélica
Esperança.
Gálatas 5:16-21
Ninguém era mais
consciente das tensões da natureza humana que Paulo. Para ele era essencial que
a fé e a liberdade cristãs não significassem liberdade para satisfazer o
aspecto mais baixo da natureza humana, mas sim liberdade para viver a vida do
Espírito. Aqui o apóstolo nos oferece um catálogo de coisas que são más. Atrás
de cada palavra há todo um quadro, por isso que se têm que considerar
separadamente.
Fornicação: tem-se
dito com verdade que a única virtude completamente nova que o cristianismo
ofereceu ao mundo foi a castidade. O cristianismo veio a um mundo em que a
imoralidade sexual não só se perdoava, mas também que se considerava como
normal e essencial à atividade ordinária da vida.
Impureza: a palavra
que usa Paulo (akatharsia) é de muito interesse. Pode empregar-se para o pus de
uma ferida não desinfetada, para uma árvore que nunca foi podada e para um
material que nunca foi peneirado. Em seu forma positiva (katharos, adjetivo que
significa puro) usa-se ordinariamente nos contratos de aluguel para descrever
uma casa que se deixa limpa e em boas condições. Mas o uso mais sugestivo do
adjetivo katharos tem que ver com a purificação cerimonial que autoriza o homem
a aproximar-se dos seus deuses. A impureza é então o que torna um homem inepto
para apresentar-se perante Deus. É precisamente o contrário dessa pureza que
pode ver a Deus. É o manchar a vida com aquelas coisas que nos separam de Deus.
Lascívia: esta
palavra (aselgeia), foi bem definida como "disposição para todo
prazer". O homem entregue a ela não conhece freio algum, ao contrário faz
tudo o que o capricho e a insolência luxuriosa sugerem. Josefo a atribui a Jezabel
quando construiu em Jerusalém, a cidade Santa, um templo a Baal. A idéia geral
é a de alguém que chegou a tal extremo no gozo de seus prazeres e desejos que
já não se preocupa do que as pessoas digam ou pensem.
Idolatria: esta
palavra refere-se à adoração de deuses feitos pela mão do homem. É o pecado no
qual as coisas materiais chegam a ocupar o lugar de Deus.
Feitiçarias: esta
palavra significa literalmente o uso de drogas. Este uso pode ser benéfico,
como no caso da medicina; mas pode também significar envenenamento, e veio a
estar muito especialmente relacionada com o emprego de drogas nas bruxarias e
sortilégios que enchiam o mundo antigo.
Inimizades: a ideia é
a do homem que se caracteriza pela hostilidade para com seus semelhantes;
trata-se precisamente do oposto à virtude cristã do amor aos irmãos e a todo
homem.
Contendas:
originariamente esta palavra tinha que ver principalmente com a rivalidade pela
recompensa. Até com relação a isto também podia ter um bom sentido, mas de fato
significava com mais frequência a rivalidade que encontra desafogo em
contendas, rixas e discussões.
Ciúmes: esta palavra
(zelos, de onde se origina a nossa), tinha originariamente um bom sentido:
significava emulação, o elevado desejo de participar do nobre e de obtê-lo uma
vez descoberto. Mas degenerou, e chegou a significar o desejo de possuir algo
que outro tem; o mau desejo do que não é nosso.
Iras: o termo que
Paulo usa significa estalos e arrebatamentos do temperamento. Não descreve uma
irritação que perdura, mas sim a cólera que se inflama e morre no momento.
Discórdias (TB:
"facções"): esta palavra tem uma história muito ilustrativa. É a
palavra eritheia, que significava nas origens o trabalho de um operário
contratado (erithos). Chegou a significar o trabalho remunerado. Logo passou a
significar lutar por obter votos para uma acusação pública ou política, e
descreve o homem que busca a acusação não por motivos de serviço, mas pelo
proveito que pode lhe tirar. É a qualidade do homem essencialmente egoísta e
que não tem nenhum conceito ou ideia de servir a seus semelhantes.
Dissensões:
literalmente a palavra significa manter-se separados. Nelson atribuía uma de
suas grandes vitórias à felicidade de ter estado à frente de um grupo de
irmãos. A dissensão descreve uma sociedade em que acontece justamente o
contrário, onde seus membros se fogem mutuamente em vez de partir ao uníssono.
Facções (RC:
“heresias”; TB: “partidos”): poderiam descrever-se como dissensões
cristalizadas. O termo é hairesis de onde provém heresia. Hairesis
originalmente não era um termo pejorativo. Provém de uma raiz que significa
escolher e se aplicava a uma escola de seguidores de um filósofo ou a algum
grupo ou banda de pessoas que participavam de uma crença comum. Mas o trágico
da vida está em que a pessoa que mantém diferentes pontos de vista termina com
muita frequência aborrecendo não os pontos de vista dos outros, mas sim às
próprias pessoas. Deveria ser possível dissentir com alguém, sem deixar por
isso de ser amigos.
Invejas: esta palavra
(fthónos) é uma palavra ruim. Eurípides a chamou: "a maior das
enfermidades entre os homens". Em essência não descreve o espírito que
deseja — com nobreza ou sem ela — possuir algo que outro possui; descreve o
espírito que não suporta absolutamente o fato de que outro possua essas coisas.
Não é tanto que queira as coisas em si; simplesmente quer tirar do outro. Os
estóicos a definiam como "tristeza por motivo de algum bem alheio".
Basílio a chamava "tristeza pela boa sorte do próximo". Trata-se da
condição nem tanto do ciumento quanto do amargurado.
Bebedices: no mundo
antigo não se tratava de um vício comum. Os gregos bebiam mais vinho que leite.
Até os meninos bebiam vinho. Mas a proporção era de três partes de água com
duas de vinho. Tanto gregos como cristãos condenavam a embriaguez como algo que
reduzia o homem à condição de animal.
Glutonarias (TB:
“orgias”): esta palavra (komos) tem uma história interessante. O komos era um
grupo de amigos que acompanhavam o vencedor nos jogos depois de sua vitória.
Dançavam, riam e cantavam seus louvores. Também descreve os grupos de devotos
de Baco, o deus do vinho. O termo significa rebeldia não refreada e
incontrolada; diversão que degenera em libertinagem.
Quando chegamos
realmente à raiz destas palavras nos damos conta que a vida não mudou tanto.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. Galatas. pag.
50-53.
2. Carências.
Como já observei, o
Sábio nos aconselha a vivermos a nossa sexualidade com intensidade, mas sempre
dentro dos parâmetros do casamento: “Bebe a água da tua própria cisterna e das
correntes do teu poço. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas
praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos
contigo” (Pv 5.15-17).
Esse texto toca em um
ponto nevrálgico dos relacionamentos: a carência. Muitos casamentos fracassam
porque são carentes de afeto e amor. O escritor Harry W. Schaumburg, observa
que o sexo sem amor, além de gerar um vício sexual, acaba por criar uma falsa
intimidade: 'Isso é essencialmente uma ilusão criada pela própria pessoa para
ajudá-la a evitar a dor inerente à intimidade real. A falsa intimidade pode ser
tão superficial quanto um marido olhar a esposa e imaginá-la como tendo longos
e lindos cabelos castanhos. Algo muito mais profundo encontra-se refletido em
sua imaginação. Simplificando, ele deseja mais do que tem e demonstra perceber
a falta de algo. A falsa intimidade está sempre presente no vício sexual. A
pessoa que é sexualmente revoltada tem um estilo próprio de aversão sexual. O
sexo, para ela, é consumidor, pois precisa ser evitado a todo custo. A pessoa
que é sexualmente obcecada, por outro lado, vive para o prazer sexual. O sexo
também aqui é consumidor, pois precisa ser obtido de qualquer modo”.
A intimidade sexual
permite que os cônjuges vivam um relacionamento sadio, conforme o plano
idealizado por Deus para eles. “Esta é intimidade sexual e relacional que dois
cônjuges compartilham dentro de seu matrimônio comprometido e amoroso. As
dúvidas sobre si mesmos existem, mas o casal se comunica e se deleita um no
outro relacional e sexualmente. Considerando a realidade de um mundo de
relacionamentos imperfeitos, ambos os cônjuges enfrentam decepções. Dentro do
gozo da intimidade real, experimentam o temor de se exporem, o medo de
abandono, o medo da perda de controle e o medo de seus respectivos desejos
sexuais. Em sua expressão sexual, ambos são dependentes do que o outro cônjuge
fará e ficam abertos a isso.”
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 25-26.
Exortação à Fidelidade Marital (5.15-23)
Pv 5.15 Bebe a água
da tua própria cisterna. Em contraste com as desastrosas consequências dos
lapsos morais que o texto bíblico está descrevendo, existem galardões pela
castidade que encorajam a pureza moral, incluindo aquela dentro do
relacionamento do casamento. Não é mister supormos aqui a monogamia, mas
esperava-se que os israelitas observassem uma vida sexual dentro dos limites
especificados
pela legislação mosaica. Mulheres casadas e prostitutas estavam fora do meio
ambiente dos homens, mas a poligamia e o concubinato forneciam ampla variedade,
pelo que qualquer homem prudente não teria dificuldade em obedecer a essa
legislação. Alguns intérpretes, entretanto, supõem aqui que o autor estava
exaltando o ideal da monogamia, mesmo que essa não fosse a prática do povo de
Israel. Se esse era o caso, então a seção à nossa frente aproxima-se do que se
tornou o padrão do Novo Testamento — um homem, uma mulher. Ver Mat. 19.8 e o artigo
detalhado do Dicionário, chamado Monogamia. Ver também os verbetes denominados
Poligamia e Concubina.
Água da tua própria
cisterna. Temos aqui o simbolismo oriental de uma esposa, a qual é comparada a
uma fonte de águas, ao passo que os prazeres sexuais são comparados ao beber
dessa "própria cisterna”, Como é óbvio, a cisterna é pintada como sendo da
propriedade do homem, ou seja, servia somente para seu próprio uso. Não era uma
fonte pública de águas. Uma cisterna era uma fonte, e não meramente um depósito
de águas paradas, porquanto de uma cisterna manavam águas continuamente. É uma
fonte de águas vivas e produz águas deliciosas em abundância. Portanto,
esperava-se que um homem permanecesse em sua casa, a desfrutar de sua fonte de
águas (sua esposa), em vez de viver correndo para o terreno de seus vizinhos a
fim de testar outra fonte, e certamente não procurar a multidão enlouquecida,
onde encontraria prostitutas, que são fontes públicas de águas poluídas. Águas
roubadas podem ser doces (Pro. 9.17), mas não seguras. Em Jer. 2.13, o próprio
Deus aparece como fonte de águas vivas. Metaforicamente, o versículo presente é
interpretado como as águas vivas do Espirito, que visam o aprazimento e o
proveito do indivíduo; mas essa não é uma aplicação muito boa do versículo,
pois nos desvia um tanto do centro das considerações. “Assim como todo homem
tinha sua própria cisterna para o suprimento das águas necessárias (ver II Reis
18.31), também cada homem deve ter a sua própria esposa, mas apenas uma"
(John Gill, in loc.). Nessas palavras, os intérpretes veem o livro de
Provérbios aproximar-se do ideal do Novo Testamento, e isso de modo contrário à
prática do período no qual esse livro foi escrito.
Pv 5.16 Derramar-se-iam
por fora as tuas fontes. Lemos aqui que as águas da fonte devem (ou não devem)
ser dispersas ao redor. O original hebraico diz simplesmente: “Tuas fontes
serão dispersas ao redor". Mas alguns intérpretes pensam que isso deve ser
entendido como uma indagação. As duas interpretações do versículo são as
seguintes:
1. A boa esposa, a
fonte de águas, através de sua posteridade, espalhar-se-á ao redor, da mesma
forma que uma fonte de águas pode transformar-se em um pequeno riacho,
transportando assim o que é bom para outros lugares. Nesse caso, uma posteridade
numerosa é encarada como a recompensa pela castidade marital. A esposa é a
fonte de águas; seus filhos são os riachos de água que saem da fonte.
2. Ou então podemos
ler a declaração como se fosse uma pergunta, que parafraseei como segue: “Devem
essas fontes de água espalhar-se ao redor, ou seja, deve a esposa fiel ser dada
a outros que não têm direito a ela?”. A expressão “pelas praças” poderia ser
uma alusão às prostitutas que caminham pelas praças para atrair as suas
vítimas. Nesse caso, a propagação das águas da fonte seria como prostituir a
esposa. A Septuaginta não lê a declaração desse versículo como uma pergunta,
mas a traduz como uma negação: “As águas da fonte não devem ser espalhadas
pelas praças”.
Este versículo tem
sido espiritualizado (como o foi por Jarchi) para indicar a multiplicação dos
discípulos através do ensino.
Pv 5.17 Sejam para ti
somente e não para os estranhos contigo. Que o leitor acompanhe os três pontos
seguintes:
1. Este versículo
reforça a segunda das interpretações anteriores. Tal como um homem tem sua
própria fonte de águas, e tal como os vizinhos não podem entrar em seu terreno,
a fim de roubar suas águas, assim também é a sua esposa, sua fonte de águas
metafórica. Ela está reservada somente para ele, e ele deveria ficar satisfeito
com ela, resguardando-a dos lobos. Se este versículo não elimina outras
esposas, fontes de água de sua própria propriedade, parece que o ideal da
monogamia está sendo promovido. Cf. Pro. 31.10.
2. Alguns veem as
fontes de água como as águas deste versículo. Neste caso, o apelo é para evitar
a parentela confusa envolvida no adultério e na poligamia. Que todos os filhos
de um casal pertençam ao mesmo pai e à mesma mãe.
3. Ainda outros
eruditos veem os riachos de água referindo-se aos desejos sexuais. Esses
riachos devem ser resguardados dentro dos limites do lar. A primeira das três
interpretações parece ser a que melhor se ajusta ao contexto, especialmente o
vs. 16.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2561.
Pv 5.15 — Em um país
árido como Israel, um poço era um bem valioso e um privilégio a ser
resguardado. O cônjuge também era (e é). A expressão bebe a água é uma
referência oblíqua à conjunção sexual (Pv 9.17), e da tua cisterna é um claro apelo
à fidelidade conjugal — um homem e uma mulher juntos pelo matrimônio Os
autores da Bíblia às vezes falam da salvação como uma fonte (Is 12.3); chamar o
cônjuge de fonte d’água era um gesto afetivo (Ct 4.15).
Pv 5.16,17 — Nestes
dois versículos, há uma pequena “virada de mesa”. Como seria, pergunta o
professor, se sua própria esposa se tornasse a mulher estranha de outros
homens? Por acaso sua “fonte d 'água” deveria correr pelas mas? Ou “sua água”
estar em praça pública? “Não!”, diz o professor. Faça com que estas águas sejam
só suas, e não algo que partilha com estranhos (v. 17).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 954.
I Cor 7:3: 0 marido
pague à mulher o que lhe έ devido, e do mesmo modo a mulher ao marido.
• Deveres sexuais no
casamento. O contexto desta declaração (versículos quarto em diante) mostra-nos
que aquilo que é «... devido...» ao marido pela mulher, e vice-versa, é, principalmente,
uma razoável e satisfatória relação sexual, porquanto assim a «fornicação» é
evitada. A «tentativa» de obter a compatibilidade nas questões sexuais faz
parte, portanto, dos «deveres» das pessoas casadas. As mulheres inclinam-se
mais por errar nesse sentido do que os homens, pois as mulheres, por natureza,
geralmente são muito menos intensas do que os homens quanto a essa questão. Não
obstante, deve procurar a mulher ser uma companheira satisfatória para o seu marido.
Em caso contrário, estará convidando dificuldades, conforme fica comprovado
pela grande maioria dos casos de casamentos malsucedidos.
«Esta declaração
defende as relações sexuais entre os casados, contra os rigoristas, tal como a
declaração do primeiro versículo recomenda o celibato, contra os sensualistas».
(Findlay, in loc.).
«...o que lhe ê
devido...» são palavras que representam um eufemismo para «relações conjugais»,
e que Paulo usou para suavizar o sentido, embora o significado da frase seja
perfeitamente claro. Algumas traduções dizem «...a devida benevolência...», mas
é melhor a tradução que diz «direitos conjugais», ou, melhor ainda, a tradução
literal do texto grego, conforme temos na versão portuguesa que serve de base
textual para este comentário.
Variante Textual:
Alguns manuscritos dizem «devida benevolência» ou «devida bondade», como KL e
as versões siríacas, além da maioria dos manuscritos gregos posteriores. Porém,
o simples «o que lhe é devido» aparece nos mss P(46), Aleph, ABCDEFGPQ, 17, na
Vulgata latina e nas versões cópticas, armênias e etíope, o que serve de
evidência textual esmagadora em favor do texto mais simples. Crisóstomo citou
este texto sob a forma de «honra devida». Tais alterações, incluindo aquela que
diz «devida benevolência», são apenas eufemismos para esconder a alusão direta
ao «sexo», que há neste versículo. Mas tais eufemismos têm apenas obscurecido o
texto, ao invés de
melhorá-lo.
Naturalmente que as relações matrimoniais requerem a devida benevolência e
honra, a fim de que possa haver harmonia no casal. Contudo, essa não é a
principal interpretação deste versículo, embora possamos compreender tal
verdade como implicação secundária do versículo.
• O «contrato»
matrimonial dá direito ao homem ou mulher de obter satisfação sexual. Se essa
verdade fosse regularmente observada, isso ajudaria a diminuir a incidência de várias
formas de imoralidade, comuns neste mundo. Isso é o que Paulo queria dizer,
afinal.
John Gill, um dos
principais eruditos no campo dos estudos sobre os costumes judaicos, em sua época,
informa-nos que os rabinos judeus, conforme se aprende no Talmude e em outros
escritos literários antigos, eram muito exigentes quanto à realização correta
da dívida conjugal. A esposa que não fosse cuidadosa nesse ponto era
considerada rebelde. Consideremos a seguinte citação, extraída de escritos
judaicos antigos: «A mulher que restringe o seu marido no uso do leito é
chamada ‘rebelde’. E quando lhe perguntarem por que ela se rebela, se ela
responder: Porque isso me repele, e não posso deitar-me com ele. Então
forçam-no a desfazer-se dela diretamente, e sem qualquer direito a dote; e ela
não pode levar consigo qualquer coisa de seu marido, nem mesmo as correias das sandálias,
e nem um laço de cabelo. Porém o que seu marido não lhe deu, isso ela pode
levar consigo. E se ela se rebelar contra o seu marido propositadamente, a fim
de afligi-lo, e age com a finalidade de desprezá-lo, enviam uma comissão do
Sinédrio, a qual lhe diz: Sabes que se continuares em tua rebelião, não
prosperarás? E depois disso publicam o seu caso nas sinagogas e nas escolas por
quatro semanas, uma após outra, e dizem que tal mulher se rebelou contra o seu
marido. E após tal publicação, mandam-lhe dizer: Se continuares em tua
rebelião, perderás o teu dote. E lhe dão o prazo de doze meses, durante os
quais não recebe sustento de seu marido. E ela será despedida, no fim dos doze
meses, sem dote algum, devolvendo ao seu marido tudo quanto pertence a ele».
(Mosis Kotsehsis Mitzvot Tora, pr. neg. 81; e, similarmente, Hilch. Ishot., cap.
14, secções 8-10. Mishnah Cetubot, cap. 5, secção 7; e Maimonides e Bartenora
em ib.).
Paulo refletia aqui a
atitude judaica sobre a questão, aplicando-a tanto ao marido como à mulher,
embora se tenha de admitir que usualmente é a mulher que causa perturbações,
nesse aspecto do matrimônio.
Este versículo, a
despeito de mostrar os deveres de ambos os cônjuges, no que concerne às suas
obrigações sexuais, também mostra que nada existe de pecaminoso, nem no sexo e
nem nas relações matrimoniais em si, o que sem dúvida era o ponto sobre o qual
insistiam erroneamente os ascetas, em seu zelo distorcido em prol do celibato.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 95.
1 Coríntios 7:1-2
Já vimos que no
pensamento grego havia uma forte tendência a desprezar o corpo e as coisas do
corpo. Essa tendência podia dar lugar a uma posição em que os homens dissessem:
"O corpo não tem importância absolutamente; portanto podemos fazer o que
quisermos com ele; pelo qual dá no mesmo deixar que ajam livremente seus
instintos e apetites." Mas essa mesma tendência podia dar lugar a uma
perspectiva totalmente oposta. Podia fazer com que o homem dissesse: "O
corpo é pecaminoso, portanto devemos sujeitá-lo; devemos destruir, e se isso
não é possível, negar completamente, todos os instintos e desejos naturais do
corpo."
Paulo se refere a
esta outra forma de ver as coisas nesta passagem. Os coríntios, ou ao menos
alguns deles, tinham sugerido que se um homem queria ser cristão no sentido
mais completo da palavra, devia rechaçar todo o físico, e negar-se a contrair
casamento.
A resposta de Paulo
foi muito prática. Com efeito disse: "Lembrem o lugar em que estão
vivendo; lembrem que vivem em Corinto onde não se pode andar pelas ruas sem ser
tentado. Lembrem que contam com uma constituição física e instintos sãos que a
natureza lhes outorgou. Farão muito melhor em se casar que em cair no
pecado."
Esta pareceria uma
pobre consideração do casamento. Era como se Paulo aconselhasse o casamento
para evitar um destino pior. Em realidade está enfrentando os atos de maneira
severa e honesta. Está estabelecendo uma lei que é universalmente certa.
Ninguém teria que tentar levar uma vida para a qual a natureza não o preparou,
ninguém teria que empreender um caminho no qual se rodeou deliberadamente de
tentações. Paulo sabia muito bem que nem todos os homens estavam feitos da
mesma maneira. Disse: "Examinem-se a si mesmos e escolham o modo de vida
em que considerem que poderão viver melhor como cristãos, e não tentem obter um
nível antinatural impossível e até equivocado sendo tais como são ".
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Coríntios. pag.
64-65.
Pv 7.18 Vem,
embriaguemo-nos com as delícias do amor. Ver Pro. 5.18 e Can. 4.12,15, onde
beber de uma fonte (a mulher) é uma figura da experiência sexual. Seria uma
sessão de amores de noite inteira. Há um toque de hipérbole oriental aqui.
Haveria aprazimento sob a forma de delícias (nossa versão portuguesa) e
deleites (Revised Standard Version).
Embriaguemo-nos. No
hebraico temos “festejar nos seios”. Cf. Pro. 5.19, onde o homem se encanta com
os seios femininos. Os hebreus também tinham fixação pelos seios femininos, tal
como acontece aos homens modernos, e certamente não eram pudicos quando falavam
de sexo. Adam Clarke (in ioc.) informa- nos que o original hebraico aqui diz
muito mais do que ele ou outros intérpretes gostariam de comentar.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2572.
Pv 7.14-21 — Tudo o
que a adúltera faz é perverso.
Ela procura seduzir e
mostrar suas ações supostamente boas, fazendo um convite ao jovem que ele
não consegue
recusar. Uma das estratégias dela é convidá-lo para um banquete, que teria como
cardápio parte da oferta que ela apresentara ao Senhor como sacrifícios
pacíficos [de comunhão, na NVI]. Afinal, este tipo de oferta era realizado para
agradecer por uma misericórdia alcançada, e a carne do sacrifício tinha de ser
comida no mesmo dia. Estes preparativos e convite seriam aceitáveis entre uma
esposa e seu marido; seriam honrados por Deus. Porém, no caso da mulher imoral,
é nada menos do que pura perversidade.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 955.
III -
AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE
1. Perda da comunhão
familiar.
Definição
A comunhão consiste
em um acordo em que diversas pessoas unem-se e chegam a participar juntas de
uma determinada coisa (11 Cor. 6:14 e 1 João 1:3). A união de propósitos e
interesses em tomo da Ceia do Senhor é um exemplo disso; e, por essa razão, a Eucaristia
(que vide) é também chamada de comunhão. Também há a comunhão geral dos santos,
acerca da qual há. um artigo separado nesta enciclopédia. O termo grego
koinonla envolve as ideias de participação. comunhão. companheirismo e contribuição,
pois essa é uma maneira de compartilharmos com outras pessoas de nossas posses materiais.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 821
Pv 5.4 Mas o fim dela
é amargoso como o absinto. O autor sagrado estava pintando um “quadro doce”
sobre o jogo do sexo. De súbito, porém, começa a advertir-nos sobre os
tremendos resultados de continuar esse jogo. Uma mulher sedutora é extremamente
doce no começo da conquista amorosa, mas, no fim, a coisa toda torna-se em um
absinto amargoso. Presumivelmente, ele está dando a entender alguma espécie de
julgamento, interno e externo, resultante do ato de adultério. Principalmente,
porém, o autor sacro temia que um bom aprendiz, que estivesse progredindo em
seus estudos, seria desviado do reto caminho, abandonando a vereda da
sabedoria, que o mestre, tão laboriosamente, havia conseguido fazer o aluno
seguir. O versículo que se segue nos dá a advertência mais urgente sobre essa
questão toda.
Absinto. Antigamente
era o elemento mais amargo conhecido pelos homens. Isso posto, o jogo da
sedução começa como a coisa mais doce possível (o mel), porém termina como a
coisa mais amarga possível (o absinto).
Agudo como a espada
de dois gumes. Esta metáfora fala do poder destruidor do sexo ilícito. A espada
de dois gumes matou muitos homens, e era um mui temido instrumento de matar. O
versículo seguinte (vs. 5) intensifica a questão, trazendo ao quadro o sheol.
Uma espada de dois gumes podia cortar em duas direções ao mesmo tempo; e, por
igual modo, a prostituta podia prejudicar o corpo e a alma. “Esse é o contrário
de sua fala suave e doce” (John Gill, in ioc).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2559.
Pv 5:3. Os lábios.
Como um favo goteja mel, assim a mulher estranha diz palavras melosas; sua fala
(lit. paladar, como o órgão da fala) é, nós diríamos, "manhosa".
Mulher adúltera. Veja comentário sobre 2:16.
4. Abismo. O grego
traduz para fel como sendo o máximo da amargura. O hebraico la'anâ parece que
se refere a um arbusto amargo usado na preparação do absinto e tradicionalmente
usado como medicamento para combater vermos.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Provérbios. pag. 21.
O pai mais uma vez
exorta o filho quanto à sedução da mulher imoral (v. 3) e sua voz suave e
atraente (v. 2.16 e comentário), v. 4. mas no final leva a uma reflexão
fundamental. O prazer e a fascinação instantânea cegam o incauto para a dura
realidade. A sabedoria não pesa somente o ganho imediato, mas o final (Nm
23.10; SI 37.37,38; 73.17; Pv 5.11; 14.12 etc.). v. 5. os seus passos conduzem
diretamente para a sepultura (ou “Sheol”): é a antítese veterotestamentária da
vida, não necessariamente com a ideia de tormento, como o “geena” do N T, mas
de futilidade, inatividade, morte (cf. 1.12; 7.27; 9.18; 15.11,24; 23.14;
27.20; 30.16).
CHARLES
G. MARTIN. Comentário Bíblico NVI. Editora
Vida. Livro de Provérrbios. pag. 914.
Pv 6.32 O que
adultera com uma mulher está fora de si. Os vss. 32-35 subentendem que o
adúltero certamente morrerá por seu crime. Se a lei não cuidasse do caso, o marido
irado certamente o faria. Talvez ele pudesse conseguir um acordo, oferecendo
dinheiro, mas o mestre duvidava que se pudesse chegar a um entendimento pelo
oferta de compensação. Visto que as conseqüências seriam tão drásticas, o
adúltero mostrou que a ele faltava o bom senso. Os poucos momentos de prazer
custariam a própria vida. Esse homem não tinha entendimento — literalmente,
coração, a sede da compreensão. Ele se viu arrebatado e, apesar de sua
erudição, não fora capaz de resistir à beleza e aos namoricos da mulher (vs.
25). O ladrão escapara com vida, pagando uma pesada compensação, mas a
compensação que o adúltero deu foi a sua própria vida. Seja como for, existem
crimes que só podem ser pagos mediante a própria vida, embora muitos de nossos
sistemas judiciais tenham perdido esse fato de vista. Não há, nesta passagem,
nenhuma ideia de retribuição no além- túmulo, o que seria anacrônico neste
texto. Embora nossa versão portuguesa não use a palavra “alma”, ou “vida” —
pois prefere dizer “arruinar-se”, há um problema relativo à palavra hebraica
nephesh (“sua própria alma”, no dizer da King James Version). No judaísmo
posterior, a palavra veio a significar a alma imaterial e imortal, mas isso
ainda não tinha acontecido quando o livro de Provérbios foi escrito. Seja como
for, o “adultério é uma espécie de suicídio” (Sid S. Buzzell, in loc).
Cf. o famoso caso do
Novo Testamento, historiado no capítulo 8 do evangelho de João, quando Jesus
salvou a vida de uma mulher adúltera, com base no fato de que nenhum homem era
inocente o bastante para atirar a primeira pedra. Naturalmente, nesse caso, a
graça entrou e anulou a usual penalidade imposta pela lei. Naturalmente, para
estender tai graça, Jesus requeria o arrependimento. A graça estava começando a
substituir a lei, e isso significa vida para o mundo inteiro.
Pv 6.33 Achará
açoites e infâmia. Enquanto aquele que furtara o fizera por motivo de fome, o
adúltero sofreria ferimentos e desgraças, e sua reprimenda nunca passaria. A
lei requeria a sua morte (ver Deu. 22.22-24; Lev. 20.10), mas o texto nada diz
sobre a antiga lei. É provável que o povo judeu tenha chegado a encarar a
punição capital como severa demais para essa infração, ou então a aplicação da
lei tivesse reduzido de tai modo a população masculina que uma legislação menos
severa teve de ser decretada. Se a lei permitia que o homem fosse libertado,
sendo castigado somente com uma pena mais leve (embora não especificada no
texto), ainda assim ele teria de preocupar-se com o marido ultrajado, que
estaria olhando para ele o tempo todo. O texto supõe que o homem fora apanhado,
o que deve ter ocorrido com pequena porcentagem dos casos de adultério. Em
alguns países o adultério termina em divórcio, mas em outros países, até hoje,
espera-se que um homem praticamente mate seu desafeto, se sua honra tiver sido
tão severamente ferida como um homem adulterar com a sua esposa; e o texto
presente parece estar dizendo que assim acontecia no Israel pós-exílico.
Adam Clarke,
usualmente bastante pudico quando comentava sobre textos como este, fez uma
exceção e contou sobre certo costume romano. Se um homem fosse surpreendido em
ato de adultério, um grande rabanete era enfiado em seu ânus e ali mantido. Sem
dúvida, isso lhe causava grande desconforto, e talvez o homem chegasse a morrer
devido à situação. Assim sendo, o homem sofria desgraça e até sofrimentos
físicos, se não mesmo a morte. E também temos o caso do rei Davi. A Bíblia não
permitiu que o mundo esquecesse sua desgraça, quando ele cometeu o sério crime
com a mulher de Urias.
Pv 6.34 Porque o
ciúme excita o furor do marido. O marido, ao ouvir sobre o caso, talvez por
meio da confissão da mulher (conforme com frequência acontece), por causa de
seu louco ciúmes, caiu em estado de fúria, apanhou a espada e em breve estava
batendo na porta do ofensor. Soube pessoalmente de um caso desses, exceto pelo
fato de que o marido enganado tomou um revólver e estava pronto a matar o
ofensor. E note que o marido ofendido era um pastor. Outro pastor convenceu-o a
esquecer o assassinato. Mas o pastor ofendido (que era um bom pastor) desistiu
do ministério e nunca mais voltou a pastorear.
Um marido ultrajado
haveria de vingar-se do acontecido e não iria para a prisão por essa causa,
pelo menos em Israel. Porém, assassinato é assassinato, e assim o marido
ofendido acaba pior do que o homem a quem matou.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2569.
v. 32. Mas o homem
que comete adultério não tem juízo resume a torrente de analogias de
advertência nos v. 27-35. Como em 5.10-14, o prazer momentâneo não pode ser
comparado com a desgraça permanente (v. 30,33), a fúria e a possível vingança
do marido indignado (v. 34,35) nem com o castigo, a si mesmo se destrói, talvez
seja uma referência
à pena de morte (Dt 22.22), embora não haja evidência de que isso fosse
praticado com frequência, se é que foi alguma vez. si mesmo: hebraico nepes\
cf. 1.18 (“alma”, ARG), uma palavra inclusiva, não um espírito destacável, mas
antes “força da vida”, “o que torna o homem uma pessoa”. V. Mc 8.36, 37 acerca
de dificuldades de tradução semelhantes no NT.
CHARLES
G. MARTIN. Comentário Bíblico NVI. Editora
Vida. Livro de Provérbios. pag. 915-916.
Pv 5.9 Para que não
dês a outrem a tua honra. As privações que um jovem pode ter incluem a perda da
honra, a morte prematura ou a enfermidade, e também a perda do dinheiro (vss.
9-10). O-estudante vinha obtendo honra entre os homens e perante Deus.
Tornava-se cada vez mais sábio e inclinava-se por obedecer à lei de Moisés. Mas
então entrou na casa de uma prostituta e deitou tudo isso a perder. Ele
quebrara um mandamento importante, a saber, o sétimo. E assim sofreu um grande
recuo. Não tinha vivido à altura de seu conhecimento.
Nem os teus anos a
cruéis. Que o leitor nos acompanhe nos cinco pontos a seguir:
1. O sentido pode ser
que o jovem trabalhara arduamente para ganhar o seu dinheiro, e passara um
longo tempo juntando o que tinha, para então, precipitadamente, jogar tudo aos
pés dos cruéis, ou seja, entregar esse dinheiro aos que viviam no negócio do
sexo. Se essa, realmente, for a interpretação, temos de supor que o ofensor
continuou ofendendo e gastando seu dinheiro inutilmente com as prostitutas, tal
como fez o filho pródigo (ver Luc. 15.11 ss.).
2. Ou então a perda
da vida deve ser entendida literalmente, sendo esse o resultado que a vida
pecaminosa eventualmente produz. Isso repetiria a essência do vs. 5.
3. Ou então o homem
foi julgado por Deus e sofreu morte prematura ou contraiu alguma enfermidade e
morreu em resultado, provavelmente de alguma doença venérea (conforme diria o
vs. 11, de acordo com certa interpretação).
4. Ou então aquele
jovem, mantendo o seu jogo do sexo com as prostitutas, se misturara com o tipo
de gente da laia dela, em que ladrões e assassinos formam multidão, e, um dia,
um dos companheiros traidores da mulher acaba matando-o. O fato é que algumas
prostitutas servem de chamariz para levar os homens a armadilhas de ladrões e
assassinos.
5. Este versículo tem
sido espiritualizado, de forma que a pessoa cruel, aqui mencionada, é o diabo,
o príncipe do inferno, ou então o anjo da morte, que finalmente recebe o pobre
jovem (conforme opinou Jarchi, in loc.).
Pv 5.10 Para que dos
teus bens não se fartem os estranhos. Perda geral de dinheiro e propriedades. O
jovem agora está bem mais velho do que no princípio. Ele vinha levando uma vida
dissoluta. Não ouvira a chamada do mestre (vss. 1 e 7) e se imiscuíra com
prostitutas e seu bando de rufiões. Eles acabaram arrebatando o dinheiro dele
e, mediante ameaças de morte, também ficaram com suas propriedades. Portanto,
estranhos se tornaram seus companheiros, e desconhecidos ficaram com todo o seu
dinheiro e todos os seus bens materiais. Todo o seu labor para juntar algo foi
dilapidado, e ele ficou de bolsos vazios. Ele esbanjou as suas energias em
troca de nada.
Pois este, quando
encontrado, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa. (Provérbios
6.31)
Pv 5.11 E gemas no
fim de tua vida. Considere o leitor estes dois pontos:
1. Poderiam estar em
pauta as dores da dissolução e do remorso, que desgastam a alma e o corpo de um
homem. Tal homem rejeitara todas as instruções que havia recebido. Ele caiu no
pecado com olhos bem abertos e foi apanhado no vórtice da transgressão. Ali
ficou por muito tempo. Acabou perdendo seu dinheiro e suas propriedades (vs.
10). Finalmente, porém, percebeu o que havia feito. Seu corpo estava mais velho
e alquebrado, e ele tinha perdido sua juventude brincando com o diabo. Sua vida
dissoluta havia desgastado prematuramente seu corpo.
2. Ou então, no meio
do bando de precipitados aos quais estivera associado, ele tinha apanhado
doenças venéreas e outras enfermidades. Sabemos que entre os hebreus havia
doenças venéreas, pelo menos a gonorréia; mas o texto sagrado parece apontar
para algo mais destrutivo que a gonorréia. A sífilis é uma doença venérea que
ataca todos os órgãos internos, sendo uma doença do sangue, e pode causar os
tipos de debilitação física mencionados neste trecho. Trata-se de uma
enfermidade muito antiga, e poderia estar em pauta (entre outras coisas) neste
versículo.
No fim de tua vida.
Ou seja, perto de sua morte.
O que adultera com
uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal
cousa. (Provérbios 6.32)
Pv 5.12 E digas: Como
aborreci o ensino! Um pouco mais tarde, o antes bom estudante reconheceu que
seu mestre estava com a razão. Ele tinha dado avisos corretos com grande
sabedoria, mas o estudante fora atraído por uma vida de pecado, com muito
vinho, mulheres e canções. Ele continuou escorregando, até perder todo o
dinheiro, as propriedades e, finalmente, a saúde. E o último estágio de seus
deslizes foi o remorso, que chegou tarde demais e não produziu efeito algum
sobre a sua vida. Cf. Mat. 25.30.
“O pecador, finalmente,
maravilhar-se-á de sua própria insensatez em tempos passados; mas seu remorso
veio tarde demais” (Fausset, in loc.).
Então me invocarão,
mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar.
(Provérbios 1.28) Quanto
à instrução e à disciplina, ver Pro. 1.2. Quanto à repreensão, ver Pro. 1.23.
Porquanto aborreceram
o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor.
(Provérbios 1.29) Ver
também Pro. 1.25 e 12.1. “Por que rejeitei uma vida caracterizada pela virtude,
seguindo mulheres adúlteras?” Isso ele perguntou, admirado diante de sua
estupidez, insensatez e loucura” (John Gill, in loc.).
Este versículo tem
sido cristianizado para referir-se à rejeição do evangelho, a despeito de todos
os indicadores de seu poder e excelência, com um remorso resultante no
julgamento.
Pv 5.13 E não escutei a voz
dos que me ensinavam. Prossegue aqui o lamento do antigo estudante. Ele teve
ampla oportunidade e privilégios, mas jogou tudo fora em troca da
concupiscência sexual e, naturalmente, achara mais excitante correr juntamente
com o bando de rufiões do que frequentar a escola do mestre. Ele acabara
enfadando-se com todo aquele estudo sobre a lei de Moisés.
Meus mestres. No
hebraico, “mestres” é moray, que vem da mesma raiz que a palavra hebraica torah
(lei, instrução). Ver Pro. 1.8. Estão em vista os sábios que encabeçavam as
escolas estabelecidas para dar instruções na lei mosaica, bem como o corpo de
sábios ensinamentos que acumulavam interpretações e aplicações da Fonte. Os
bons país do estudante podem ser incluídos nesta referência, pois foram os seus
primeiros mestres.
O mau estudante nem
ao menos inclinara os ouvidos para os seus possíveis instrutores. Ele
simplesmente não os ouvira. Ver a nota de sumário sobre o ouvir piedoso, em
Pro. 4.20.
Pv 5.14 Quase me
achei em todo mal. Os resultados maléficos de uma série de más escolhas foram
que o homem quase alcançou a ruina total, embora tivesse desfrutado de todas as
suas oportunidades, bem no meio da congregação de Israel, onde a lei reinava
suprema como guia (ver Deu. 6.4 ss.). Quanto à congregação de Israel, ver Êxo.
16.1. Alguns estudiosos supõem aqui que a congregação se refere a assembleias
especialmente convocadas para tratar de casos de renegados, como o do mau
estudante. Algo tinha de ser feito com tão flagrantes infratores como ele era.
Talvez “todo o mal” se refira à punição capital por causa do adultério, em
obediência à legislação mosaica original. Nesse caso, o homem quase fora
executado, mas escapara disso, tendo apenas recebido punições menores, mas
mesmo assim severas, às mãos dos juízes. O original hebraico é difícil, o que
deixa os intérpretes reduzidos a conjecturas. Alguns deles pensam no “todo
mal" em que o homem quase caiu como todo tipo de pecado. Ele se tornara
tão corrompido que experimentou quase todas as formas de males. “Os vícios,
como os redemoinhos, varrem tudo para o centro de seu vórtice” (Adam Clarke, in
loc.). “Dificilmente houve um pecado do qual ele não tivesse sido culpado”
(John Gill, in loc.).
“A experiência do
sexo ilícito foi considerado uma insensatez, visto que conduziu a algumas consequências
realmente indesejáveis. Em vez de apontar para fatores morais, bem como para os
erros praticados contra o próximo, o livro de Provérbios apela para o auto
interesse do mau estudante. O homem terminou pagando um preço muito alto pela
sua vida de prazeres... A vida dissoluta tem o seu preço... A lei acabava
apanhando os ofensores. No vs. 14 encontramos um homem que por pouco escapou da
ira da assembleia... o auto interesse somente deveria ter restringido o nosso
homem” (Rolland W. Schloerb, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2560.
5.7-14 — A Bíblia
ensina em várias partes que a tentação como um todo é inevitável, mas algumas devem
ser evitadas a qualquer preço. A pessoa ajuizada sabe disso e não se aproxima
da mulher
estranha [imoral]. As instruções do apóstolo Paulo a Timóteo para fugir dos
desejos da mocidade (2 Tm 2.22) ensinam o mesmo tema. Envolver-se com tal
pecado desonra e consome aqueles que tombam nele.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 953-954.
2. Perda da comunhão
com Deus.
Pv 9.17 As águas
roubadas são doces. Os prazeres sexuais são equiparados a beber de uma fonte
(ver Pro. 5.15). Um homem pode invadir a casa de outro homem e beber da fonte
(esposa) daquele homem. Isso é o pecado de adultério. Mas o pecado da
prostituição é pintado da mesma maneira, pelo que o sexo ilícito é retratado
como “águas roubadas”. O pão roubado tem o mesmo simbolismo relativo ao prazer,
sendo também comparado a um banquete. Naturalmente, este versículo é geralmente
interpretado para falar de qualquer tipo de pecado que oferece fruto proibido
ou vantagem de qualquer espécie.
Pão comido às
ocultas. A noite é o tempo propício para vários tipos de pecados e deboches. Os
ladrões geralmente atacam à noite; o assassino mata nas esquinas escurecidas da
noite; o adúltero ou fornicador encontra sua companheira de pecados à noite; os
clubes noturnos operam à noite. As pessoas, seguindo cursos normais na vida, já
estão dormindo quando muitas corrupções são praticadas “lá fora".
Aquele que pratica o
mal, aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as
suas obras. (João 3.20)
Pão. Cf. os vss. 2 e
5 com esta passagem, quanto à figura da festa que a Senhora Sabedoria prepara.
A mesma ideia se encontra neste versículo. A Senhora Insensatez também arma a
sua mesa com uma refeição suntuosa, e seu salão de banquete fica repleto de
gente. O prazer é uma das principais buscas de todo homem, embora talvez não
seja a principal busca de alguns homens. Ver na Enciclopédia de Bíblia,
Teologia e Filosofia o artigo chamado Hedonismo. Existem prazeres físicos, mas
também há prazeres superiores: os prazeres mentais e os prazeres espirituais.
Os pecadores não buscam ansiosamente esses prazeres superiores, ao passo que os
homens espirituais se especializam nos prazeres mentais e espirituais.
Pv 9.18 Ele, porém,
não sabe que ali estão os mortos. As escolhas perfazem um destino.
Semeai um hábito, e
colhereis um caráter.
Semeai um caráter, e
colhereis um destino.
Semeai um destino, e
colhereis... Deus.
(Professor Huston Smith)
No salão do banquete
da Senhora Insensatez há muito barulho e folguedos, mas, se olharmos
cuidadosamente, veremos uma congregação de homens mortos. Esses homens já estão
com um pé no sheol, o sepulcro, porquanto a conduta deles os conduz à morte
prematura. Metaforicamente falando, eles já estão nas “profundezas do sheol”, o
lugar da morte. Este versículo não está falando sobre algum tipo de julgamento
no pós-vida, o que é ensinado pelo judaismo posterior e pelo cristianismo. Ver
Dan. 12.2 quanto ao começo dessa doutrina, nas páginas do Antigo Testamento.
Mas ver isso neste versículo é um anacronismo. Existem algumas poucas
referências, nos livros de Salmos e de Provérbios, em que o sheol, na qualidade
somente de morte física, parece ter ficado para trás em algum grau. Ver as
notas expositivas em Sal. 88.10; 139.8; 148.7 e Pro. 2.18 e 5.5. A doutrina do
sheol passou por um desenvolvimento que ilustro naquelas notas expositivas, e,
por esse motivo, não as repito aqui. Ver no Dicionário os verbetes Sheol e Hades.
“As duas veredas da Sabedoria e da insensatez, que resultam na vida ou na
morte, atingem um vívido clímax no capítulo 9 do livro de Provérbios. Quase
cada versículo, no restante do livro, aponta para uma ou para ambas essas
veredas e/ou suas consequências” (Sid S. Buzzell, in loc.). Cf. Pro. 2.18-22,
onde temos algo similar ao que se lê nesta passagem. Ver também Pro.
7.21,23,26,27. As
versões da Septuaginta, do siríaco e do árabe adicionam um versículo
moralizador no fim deste capítulo, repetindo exortações contra a insensatez dos
pecados de natureza sexual, tomando por empréstimo do capítulo 7 e deste
capítulo.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2582-2583.
O Convite da Mulher
Louca (9.13-18)
Em contraste com o
convite para o banquete da vida, temos agora o convite para a festa da loucura.
A mulher louca é alvoroçadora (13; “barulhenta e sedutora”, Moffatt). Ela não
sabe coisa alguma, ou “não tem senso de vergonha” (Moffatt) nos seus esforços
de seduzir os homens. Ela não tem respeito por valores eternos. O seu convite
tem sido comparado ao apelo da serpente no Éden (Gn 3.4). Na expressão águas
roubadas são doces (17; cf. 20.17; Is 5.20), Rylaarsdam vê “um convite ao
adultério (veja 5.15), embora este pecado particular seja simbólico de todo o
mal e, de maneira mais direta, do convite satânico que está em todo lugar
desafiando o chamado de Deus na sabedoria”.58
Os loucos ou
pecadores parecem ter prazer na vida (17), mas o resultado do seu caminho é
morte (18). Dessa forma, esta seção de Provérbios conclui com um apelo
dramático, lembrando-nos de que a única escolha satisfatória e completamente
adequada é escolher o caminho de Deus. A alternativa é frustrante no final —
sempre o caminho da morte.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 380.
A loucura é aqui
representada como uma meretriz, sem vergonha, sem brio e sem vislumbre de
caráter. É uma vadia impudica, que já perdeu todo o verniz moral, e se
apresenta aos simples, diríamos, aos bobos, e os tenta a irem ao seu banquete.
O texto diz: A loucura é mulher apaixonada, é Ignorante, o não sabe coisa
alguma (v. 13). Aí está. Comparemos essa breve descrição com que a Sabedoria
faz no capítulo 8, e então temos a diferença, o contraste. De um lado, a
Sabedoria, que leva à vida; do outro, a loucura, que conduz à morte. Uma
constrói e dá vida; a outra destrói e leva à morte e ao inferno (v. 18).
Assenta-se à porte de
sua casa, nas alturas da cidade, toma uma cadeira para dizer aos que passam...
(vv. 14 e 15). Essa forma de descrição é sintomática, em comparação com a
elevação e nobreza da Sabedoria. Enquanto esta é ativa, trabalhadora, arquiteta
do universo, aquela é uma vadia, sem ocupação, posta à porta de sua casa, convidando
os tolos para irem visitá-la. A Sabedoria preparou um banquete por suas
criadas, e ela mesma saiu a convidar os que desejavam ser inteligentes .(v. 4).
Uma festa sui generis. A loucura postou-se à porta da sua casa, a convidar os
que não tinham juízo (v. 15). A linguagem da loucura é realidade que não pode
passar sem um comentário acre. Ela diz aos seus convidados: Águas roubadas são
doces, e o pão comido às ocultas é agradável (v. 17), linguagem obscena e
sedutora, ensinando a cometer loucuras. É isso mesmo que acontece aos que andam
distantes da Sabedoria. O mais grave, porém, não diz, isto é, que a sua casa é
o lugar dos mortos, e seus convidados estão nas profundezas do inferno (v. 18).
Enquanto os convidados ao banquete da Sabedoria estão alegres e felizes, os que
vão à casa da Loucura estão mortos e sepultados no inferno. Tudo quanto se
poderia dizer, num comentário simples, está explícito neste último verso (v.
18). Nada se pode adicionar.
O retrato do pecador
aqui está com todos os retoques da arte do Diabo; e quantos se podem mirar
nesse espelho? Quem quer que tenha sido o autor dessa seção de Provérbios, nós
não temos senão de admirar a sua capacidade de síntese, quando compara a vida
com a Sabedoria e a vida com o pecado. O que se disse num simples capítulo de
36 versículos é tudo que se pode dizer dos dramas de consciência e da vida em
geral. Quantas famílias destruídas, quantos filhos sem pai, quantas dores e
quantos ais, por causa da visita à casa da loucura! Como já ficou dito, esta
palavra é sinônimo de mulher perdida, tendo como profissão perder a vida de
outras pessoas. Não desejamos acrescentar mais palavras; estas bastam.
Antônio
Neves de Mesquita. Provérbios.
IV -
CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE
1. Sexo com intimidade.
A Santidade do Sexo
O ato conjugal é essa
bela relação íntima de que partilham marido e mulher, na sedução de seu amor —
e ela é sagrada.
Na verdade, Deus
determinou para eles esse relacionamento.
Prova disso é o fato
de que Deus tenha apresentado esta experiência sagrada em seu primeiro
mandamento para o homem: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a
terra." (Gn 1.28.) Esse encargo foi dado ao homem antes de o pecado entrar
no mundo; portanto, o sexo e a reprodução foram ordenados por Deus, e o homem
experimentou-o ainda quando se achava em seu estado original de inocência.
Isso inclui o forte e
belo impulso sexual, que marido e mulher sentem um pelo outro. Sem dúvida, Adão
e Eva o sentiram no Jardim do Éden, como fora intenção de Deus, embora não haja
um registro ou prova escrita de que tal tenha acontecido, mas é razoável
supormos que Adão e Eva tenham tido relações sexuais antes de o pecado entrar
no jardim. (Ver Gênesis 2.25.)
A ideia de que Deus
criou os órgãos sexuais para nosso prazer parece surpreender algumas pessoas.
Mas o Dr. Henry Brandt, um psicólogo cristão, nos relembra que: "Deus
criou todas as partes do corpo humano. E não criou algumas boas e outras más;
ele criou todas boas, pois quando terminou a obra da criação, ele olhou para tudo
e disse: 'Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom." (Gn
1.31.) E outra vez lembramos que isso ocorreu antes de o pecado macular a perfeição
do Paraíso.
Após vinte e sete
anos de ministério e o aconselhamento de centenas de casais com problemas
pertinentes à intimidade conjugai, estamos convencidos de que muitos abrigam,
escondida em algum canto da mente, a ideia de que há algo errado com o ato
sexual. Temos que reconhecer que a má vontade dos líderes cristãos, através dos
anos, em abordar abertamente este assunto, tem lançado dúvidas sobre a beleza
desse tão necessário aspecto da vida conjugai; mas a distorção dos desígnios de
Deus, feita pelo homem, é sempre posta a descoberto, quando recorremos às
Escrituras.
Para desfazer essa
noção falsa, ressaltamos que há registros na Bíblia de que os três membros da
Santíssima Trindade apoiaram esse relacionamento. Já citamos o selo aprobatório
de Deus, o Pai, em Gênesis 1.28. Todas as pessoas que assistem a um casamento
evangélico provavelmente ouvem o oficiante relembrar que o Senhor Jesus
escolheu um casamento para ser o cenário de seu primeiro milagre; os pastores, quase
que universalmente, interpretam isso como um sinal divino de aprovação. Além
disso, Cristo afirma claramente em Mateus 19.5, o seguinte: "E serão os
dois uma só carne."
A cerimônia nupcial
em si não é o ato que realmente une o casal em santo matrimônio aos olhos de
Deus; ela simplesmente concede, publicamente, a permissão para que eles se retirem
para um local isolado, e realizem o ato pelo qual se tornam uma só carne, e que
realmente os transforma em marido e mulher.
Tampouco o Espírito
se manteve em silêncio com relação à questão, pois ele apoia esta experiência
sagrada em muitos textos das Escrituras. Nos capítulos subsequentes consideraremos
a maioria deles, mas citaremos um logo aqui, para exemplificar sua aprovação.
Em Hebreus 13.4, ele inspirou o autor a escrever o seguinte princípio:
"Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem
mácula."
Nada poderia ser mais
claro do que esta declaração. Qualquer pessoa que sugerir que pode haver algo
de errado com o ato sexual entre marido e mulher simplesmente não entende as Escrituras.
O autor do livro poderia ter afirmado apenas: "Digno de honra entre todos
seja o matrimônio", o que já teria sido suficiente. Mas, para ter a
certeza de que todos entendessem bem o que queria dizer, ampliou a mensagem com
a declaração: "bem como o leito sem mácula". Ele é "sem mácula"
porque constitui uma experiência sagrada.
Até recentemente, eu
estava relutante em empregar a palavra coito para designar o ato sexual, embora
sabendo que se trata de um termo legítimo. Essa situação mudou quando descobri
que a palavra que o Espírito Santo usou em Hebreus 13.4 foi o grego koite, que
significa: "coabitar; implantar o erpermatozóide masculino."1 O
vocábulo koite deriva de Keimai, que significa "deitar", e que é
relativo a koimao, que significa "fazer dormir".2 Embora a palavra
coito derive do latim coitu, o termo grego koite tem o mesmo significado: a união
que o casal realiza na cama;, coabitar. Baseados neste significado da palavra,
poderíamos traduzir assim o verso de Hebreus 13.4: "O coito no casamento é
honroso e sem mácula." O casal que pratica o coito, está fazendo uso de
uma possibilidade e privilégio, dados por Deus, de criarem uma nova vida, um
outro ser humano, como resultado da expressão de seu amor.
O QUE A BÍBLIA FALA
SOBRE SEXO
Como a Bíblia, clara
e reiteradamente, condena o abuso sexual, taxando-o de adultério e fornicação,
muitas pessoas — ou por ignorância ou como um meio de justificar seus atos de
imoralidade — interpretam erradamente estes conceitos, e dizem que Deus
condenou toda e qualquer manifestação sexual. Mas a verdade é exatamente o
contrário. A Bíblia sempre fala dessa relação aprovativamente — desde que seja limitada
a casais casados. A única proibição da Bíblia diz respeito a atos sexuais extra
ou pré-conjugais. A Bíblia é inquestionavelmente clara a esse respeito,
condenando esse tipo de conduta.
Foi Deus quem criou o
sexo. Ele formou os instintos humanos, não com o fim de torturar homens e
mulheres, mas para proporcionar-lhes satisfação e senso de realização pessoal.
Conservemos sempre em
mente como foi que isto se deu. O homem sentia-se irrealizado no Jardim do
Éden. Embora vivesse no mais belo ambiente do mundo, cercado de animais mansos
de toda sorte, ele não tinha uma companhia que fosse de sua espécie. Então,
Deus retirou de Adão um pedaço de seu corpo, e realizou outro milagre da
criação — a mulher — semelhante ao homem sob todos os aspectos, com exceção do aparelho
reprodutor. Ao invés de serem opostos, eles se completavam mutuamente. Que Deus
iria ter o trabalho de preparar suas criaturas, dando-lhes a capacidade de
realizar determinada atividade, para depois proibi-los de realizá-la? Certamente,
não seria o Deus de amor tão claramente descrito na Bíblia. O verso de Romanos
8.32 afiança-nos que "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas
as cousas?" Examinando os fatos objetivamente, temos que concluir que o
sexo foi dado ao homem, pelo menos em parte, para sua satisfação conjugai.
Para termos outras
evidências de que Deus aprova o ato sexual entre casais, consideremos a bela
narrativa que explica sua origem. De todas as criaturas de Deus, apenas o homem
foi criado "à imagem de Deus" (Gn 1.27). Isso torna a humanidade uma
criação singular dentre as criaturas da terra. O verso seguinte explica:
"E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos."
(Gn 1.28.) A seguir, ele faz um comentário pessoal acerca de sua criação.
"Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom." (Gn 1.31.)
O capítulo 2 de
Gênesis apresenta uma descrição mais detalhada da criação de Adão e Eva,
incluindo a informação de que o próprio Deus conduziu Eva até Adão (v. 22), e, evidentemente,
apresentou-os um ao outro, e deu-lhes ordem para serem fecundos. Em seguida o
texto descreve a inocência deles com as seguintes palavras: "Ora, um e
outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam." (V. 25.)
Adão e Eva não sentiram nenhum constrangimento, nem ficaram envergonhados nessa
ocasião, por três razões: haviam sido apresentados um ao outro por um Deus
santo e reto, que lhes ordenara que se amassem; sua mente não estava
preconcebida quanto à culpa, pois ainda não havia sido feita nenhuma proibição
relativa ao ato sexual; e não havia outras pessoas por ali, para observarem
suas relações íntimas.
Tim
e Beverly LaHaye. O Ato Conjugal
Orientação
sexual equilibrada, clara e sem rodeios. Editora CPAD. pag. 15-19.
Pv 5.18 Seja bendito
o teu manancial. O manancial é a esposa (vs. 15). Ela, como a esposa da
juventude (o casal estava junto desde longa data), deve ser altamente honrada.
Seu esposo deve regozijar-se nela, e não em outras mulheres, que estejam “lá
fora”. Os vss. 18-20 dão aqui, em uma linguagem não- metafórica, o que acaba de
ser dito mediante metáforas vívidas. A expressão “esposa da juventude" tem
sido entendida como dando a entender que outras mulheres, na vida mais
avançada, tornaram-se também esposas de um mesmo homem. Nesse caso, no meio
dessa poligamia, a esposa original, que vivera por tanto tempo com o homem,
deveria receber honras especiais como esposa principal. Essa interpretação se
ajusta ao que realmente ocorria na sociedade judaica, mas os versículos diante
de nós parecem estar promovendo um ideal, e não meramente tentando regulamentar
a poligamia. O islamismo permite que cada homem tenha cinco esposas, mas o
homem que se aproveitar dessa licença supostamente deve tratar todas elas com
igualdade, o que é um ideal quase impossível de ser praticado.
A esposa ideal
tornou-se a mãe de muitos filhos, e isso era considerado de grande valor para
os hebreus. Cf. Sal. 128.3, onde a esposa aparece como “videira frutífera”, de
quem se esperava a geração de muitos filhos. Naqueles dias de guerras e nos
quais eram necessários trabalhadores nos campos, a sociedade em geral precisava
que as mulheres produzissem muitos filhos. De que outra maneira poderia haver
soldados para ir à guerra e agricultores para cuidar das plantações? Os filhos
eram a principal vantagem de um homem. De que adiantaria uma videira sem cachos
de uvas? De que adiantaria uma oliveira sem azeitonas abundantes? Cada homem
teria seu próprio “projeto agrícola” no lar, pelo que seus projetos agrícolas
nos campos seriam bem-sucedidos. Mas se as terras de um homem (sua esposa)
fossem estéreis, outro tanto aconteceria às terras literais fora de sua casa,
nos campos.
Pv 5.19 Corça de
amores, e gazela graciosa. Os hebreus não eram excessivamente pudicos, pelo
que, ocasionalmente, ouvimos uma afirmação que choca ouvidos cristãos piedosos.
Encontramos aqui um trio de declarações que descreve os prazeres sensuais que
um homem obtém de sua esposa. Vemos o quadro de um “amor bastante selvagem”
praticado nos dormitórios dos hebreus. Se esse amor fosse selvagem o bastante,
isso seria satisfatório para o homem, impedindo que ele recorresse a outras
fontes de prazer, ou, pelo menos, era isso que o mestre esperava que
acontecesse. Considere o leitor estes três pontos:
1. Uma boa esposa
deve ser como os animais brincalhões, graciosos e amoráveis do campo, que
desconhecem qualquer coisa sobre inibições e para os quais todos os prazeres
sensuais são legítimos. Todas as culturas têm comparado as mulheres a certos
animais graciosos dos campos. A corça é conhecida por sua graça e beleza e
também pelo grande amor que devota aos filhotes. O nome Dorcas (Atos 9.36)
significa gazela, um tipo de antílope, e serve de exemplo do que foi dito aqui.
2. Os homens têm uma
fixação pelos seios femininos, que provavelmente depende de algo genético
decorrente do fato de que essa glândula é o suprimento alimentar do infante. Os
seios da esposa de um homem são suaves ao toque e graciosos em aparência, como
os filhotes de uma gazela (Can. 4.5; 7.3). Portanto, um homem deve ser cativado
pelos seios femininos (vs. 20)” (Sid S. Buzzell, in loc.). “Como um infante
fica satisfeito com os seios de sua mãe, assim um homem deve ficar com os seios
de sua esposa” (Adam Clarke, in loc., dizendo palavras um tanto quanto
atrevidas). Por outra parte, nestes dias de sexo explícito, até mesmo para
vender certas mercadorias inúteis, como cigarros, descrições como essas nem ao
menos fariam nossas avós corar de vergonha. Ellicott, sentindo pejo, não
comentou sobre o trio de que fala este texto exceto para referir-se à graça da
gazela! John Gill, neste ponto, exagera em suas cristianizações e
espiritualizações, fazendo os seios femininos simbolizar as ministrações do
evangelho!
3. Um homem bom, para
evitar sair de seu lar, supostamente deve ficar “apaixonado” pelos prazeres
sensuais que sua esposa pode prover. A King James Version contém a palavra
forte ravished, “cativado”, ao passo que nossa versão portuguesa diz
“embriaga-te”, um belo termo para indicar os desejos sensuais. Por outro lado,
há uma espécie de mágica em tudo isso, e um homem fica geneticamente ligado,
tornando-se louco pelo sexo, a fim de que a raça humana não desapareça. Fausset
(in loc.) comentou: “Transportado para fora de si mesmo”, referindo-se às
atividades sensuais. Os filósofos têm observado como uma boa experiência sexual
tem certas qualidades próprias das experiências místicas. Há elementos
estranhos e transcendentais em ambas as experiências."... e se unirá à sua
mulher e se tornarão os dois uma só carne" (Efé. 5.31). Assim como Cristo
e a igreja são uma só quanto à comunhão mística, também um homem e sua esposa
idealmente o são, o que pode implicar alguma espécie de união mística mediante
a qual as energias das duas pessoas são mescladas.
Pv 5.20 Por que,
filho meu, andarias cego pela estranha... ? Visto que o homem anda apaixonado,
em casa, pela sua esposa, por que haveria de apelar para uma - prostituta a tim
de experimentar daquelas fontes? O mestre falava sobre a satisfação no sexo; o
que poucos homens têm conseguido, sem importar quão boas sejam as suas esposas.
Assim como a monogamia é um belo ideal, o mesmo se dá com a satisfação sexual.
A dama em casa deve ser suficiente, ao passo que a mulher estranha (de costumes
frouxos) não deve ser abraçada. Talvez a verdadeira ideia, expressa por alguns,
é que não exista tal coisa como a satisfação sexual. O homem bom simplesmente
tem de conformar-se a viver insatisfeito com o sexo, mas isso não é tão ruim,
afinal de contas. Existem outras coisas nas quais devemos encontrar a nossa
satisfação. Outro problema é que poucas mulheres estão equipadas, psicológica e
fisicamente, para serem as mulheres super sensuais que o autor imaginava; bem
pelo contrário. Isso posto, a tese da satisfação sexual, quer em casa quer
longe de casa, fica invalidada desde o começo. Um homem espiritual simplesmente
tem de encontrar sua satisfação em alguma outra coisa.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2561-2562.
Pv 5.15-21 - Em
contraste com muito do que lemos, vemos e ouvimos hoje. esta passagem exorta os
cônjuges a olharem um para o outro, para a satisfação e a companhia vitalícia.
Muitas tentações sobrevêm a maridos e esposas para que deixem seus companheiros
quando o casamento se torna monótono e procurem excitação e prazeres em outro
lugar. Mas Deus planejou o casamento e o santificou; somente dentro desta
aliança e possível encontrar o amor e a verdadeira realização. Não deixe que o melhor
de Deus para você seja desperdiçado pela ilusão de encontrar pastos mais verdes
em outro lugar. Antes, regozije-se com seu cônjuge. entregando-se a Deus e um
ao outro.
Pv 5.18-20 - Deus
nunca pretendeu que o casamento se tornasse enfadonho, monótono, sem prazer ou
propósito. O sexo é uma dádiva de Deus às pessoas casadas, para seu prazer
mútuo. A verdadeira felicidade vem quando decidimos encontrar prazer no cônjuge
que Deus nos deu e quando nos comprometemos a satisfazer suas necessidades. Há
um perigo real em duvidar que Deus nos conhece e cuida de nós. Aqueles que o
fazem ressentem-se do tempo escolhido por Deus e procuram negligentemente o
prazer sexual sem a sua bênção.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 840.
2. Apego à Palavra de
Deus e à disciplina.
A Sabedoria e o
Adultério, 6.20—7.27
Após o interlúdio
composto de quatro breves advertências, o autor retorna ao perigo do adultério
em forma semelhante à de 2.16-19; 5.3-11; 9.13-18. Depois de um parágrafo
introdutório acerca da importância da obediência à autoridade dos pais (20-23),
o mestre destaca o perigo do adultério (24-35). O capítulo 7 é uma continuação
de 6.20-35. Este novo discurso contém uma advertência adicional contra a
loucura de se envolver com uma prostituta. Também destaca a sabedoria como
resposta à tentação e como a única orientação segura nas lutas da vida. Toda
esta seção (6.20—7.27) é o discurso mais longo em Provérbios tratando do pecado
do adultério.
1. Um Apelo à
Obediência (6.20-23)
Nestes versículos, o
autor aponta novamente para o valor da instrução dos pais (veja comentários de
1.8 e 4.1-9). Para uma explanação acerca das expressões ata-os e' pendura-os
(21) veja comentário de 1.8 e 3.2. No versículo 22, temos um belo tributo à
fidelidade das orientações divinas que servem para nos abençoar. Estas
instruções da lei: (torá) eram ensinadas ao jovem estudante pelos seus pais (Dt
6.6-7). Há duas afirmações significativas no versículo 23. O mandamento é uma
lâmpada para lançar luz sobre os caminhos traiçoeiros da vida (SI 19.8;
119.105). Como fonte do ensino dos pais, a lei é uma luz; por isso, “o homem
que rejeitar esses mandamentos, é como se a sua lamparina fosse apagada”.
2. O Perigo do
Adultério (6.24-35)
Respeitar as
instruções dos pais é uma atitude que vai guardar (24), ou “proteger” (RSV), o
jovem das armadilhas da mulher sedutora. A expressão má mulher (“mulher
estranha” em outras ocorrências em Provérbios) “sempre significa uma que não é
a mulher do homem em questão; às vezes pode ser também uma prostituta
estrangeira, uma que é estranha também para o Deus de Israel”.32 E
significativo que a palavra hebraica usada aqui e traduzida por não cobices
(25) seja a mesma do décimo mandamento (Ex 20.17; Dt 5.21). O mestre adverte
que a adúltera está especialmente à caça de preciosa vida (26), isto é, da
pessoa jovem, inexperiente.
Com duas perguntas
retóricas nos versículos 27-28, o autor tenta mostrar o risco mortal do
adultério. A resposta às perguntas sobre fogo (27) e brasas (28) é um enfático
“Não”. O adúltero está abraçando o fogo, e o resultado danoso de um ato desses
é inescapável. Ele não ficará inocente (29); literalmente: “Ele será castigado”.
O mestre sublinha sua
lição nos versículos 30-35 por meio do artifício da comparação. O ladrão pode
estar motivado por circunstâncias atenuantes, como a fome física. Ele pode
fazer restituição pelo seu roubo, nem que isso exija todas as suas posses. Sete
vezes tanto (31) não significa necessariamente sete vezes o valor roubado, mas
uma restituição completa. Mas o adúltero não pode reparar a situação tão
rapidamente. O seu pecado inicia uma corrente de consequências desastrosas. Ele
corre o risco de destruir-se a si mesmo — a sua alma (32). Porque nenhum
resgate [...] ainda que multipliqueis] os presentes (35), irá satisfazer o
marido ofendido, que vai insistir na pena de morte (Lv 20.10; Dt 22.22-24).
Rylaarsdam diz: “Na psicologia israelita o adúltero é literalmente um assassino
e por isso digno do destino de um assassino”.
EARL
C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 373-374.
6.30-35 O adultério é
comparado a um ladrão. Diferentemente da piedade estendida ao ladrão faminto,
que, ainda que custe tudo o que tem, poderá fazer a restituição e deixar seu
crime para trás para sempre (vs. 30-31), o adúltero não terá o que restituir, pois
ele destruiu a própria alma (v. 32; cf. Dt 22.22). Se viver, ficará desgraçado
para sempre (v. 33), por causa da vergonha que jamais o abandonará.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 803.
6.25-35 - Algumas
pessoas argumentam que não ha problema em infringir a lei de Deus. cometendo
pecados de ordem sexual, uma vez que ninguém se fira. Na verdade, alguém sempre
é ferido em uma situação como esta. No caso de adultério, os cônjuges são
feridos e os filhos sofrem. Ainda que o pecado não resulte em enfermidades ou
em uma gravidez indesejada, os que são por ele afetados podem perder sua
habilidade de cumprir compromissos por causa do desejo sexual; podem confiar e se
abrir completamente para outra pessoa, perdendo a noção de si. As leis de Deus
não são arbitrárias. Elas não proíbem o bem e a diversão saudável; advertem-nos
contra a nossa destruição devido a ações impensadas ou por nos adiantarmos ao
tempo estabelecido por Deus.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 841.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva.
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