O SACRIFÍCIO QUE AGRADA A DEUS
29/09/2013 HINOS SUGERIDOS 400, 432, 546.
TEXTO AUREO
“Eu te
oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é
bom” (SI 54.6).
VERDADE PRATICA
Ajudando
os nossos irmãos, contribuímos para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a
mais pura ação de graças.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 4. 1-7 Os primeiros sacrifícios
Terça - SI 50.7-23 Os sacrifícios que Deus quer
Quarta - SI 51.17 Sacrifícios para Deus
Quinta - Hb 13.15 Sacrifício de louvor
Sexta - Is 58.1-12 O sacrifício do jejum
Sábado - Fp 4.14-18 O auxílio como oferta a Deus
LEITURA
BÍBLICA EIVI CLASSE
Filipenses
4.14-23
14
- Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15
- E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando
parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a
receber, senão vós somente.
16
- Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.
17
- Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18
- Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que
recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de
suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19
– O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em
glória, por Cristo Jesus.
20
- Ora, a nosso Deus e Pai seja dada a glória para todo o sempre. Amém.
21
- Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22
- Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23
- A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!
14 Yet it was kind of you to share my trouble.
15 And you Philippians yourselves know that in the beginning of the
gospel, when I left Macedo'nia, no church entered into partnership with me in giving
and receiving except you only;
16 for even in Thessaloni'ca you sent me help once and again.
17 Not that I seek the gift; but I seek the fruit which increases to
your credit.
18 I have received full payment, and more; I am filled, having received
from Epaphrodi'tus the gifts you sent, a fragrant offering, a sacrifice acceptable
and pleasing to God.
19 And my God will supply every need of yours according to his riches in
glory in Christ Jesus.
20 To our God and Father be glory for ever and ever. Amen.
21 Greet every saint in Christ Jesus. The brethren who are with me greet
you.
22 All the saints greet you, especially those of Caesar's household.
23 The grace of the Lord Jesus Christ be with your spirit.
INTERAÇÃO
Professor,
com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os
encontros dominicais você e seus alunos, com certeza foram edificados,
exortados e consolados por intermédio da Epístola aos Filipenses. Paulo foi um
homem que colocou sua vida a disposição do Mestre. Seu ministério esteve sempre
em primeiro lugar. Muitos foram os sacrifícios que este abnegado servo de Deus
teve que fazer para que o Evangelho chegasse até aos confins da terra. Nem
mesmo a prisão foi capaz de impedi-lo de levar as boas novas aos perdidos. Ele
pregou, ensinou e fez muitos discípulos, mesmo estando no cárcere. Paulo
padeceu muito, todavia ele ensinou os crentes de Filipos e a nós também a
termos uma vida cristã feliz. Sigamos o seu exemplo!
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender como foi a
participação da igreja de Filipos nas tribulações de Paulo.
Explicar o ato de
reminiscência entre Paulo e os filipenses.
Analisar a oblação e a
generosidade dos filipenses.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para
o encerramento do trimestre reproduza o quadro da página seguinte conforme as
suas possibilidades. Utilize-o ao concluir a lição. Apresente aos seus alunos
alguns temas importantes que encontramos na Epístola aos Filipenses. Conclua
perguntando à classe o que eles aprenderam de mais significativo durante o
trimestre e o que gostariam de relatar para toda a classe.
PALAVRAS-CHAVE
Oblação: Oferta sacrifical comestível; na lição é a oferta que
os filipenses entregaram ao apóstolo Pauto.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Além
de apresentar assuntos de ordem doutrinária, a Epístola aos Filipenses destaca
a gratidão e a alegria do apóstolo Paulo. Nela, temos uma das mais belas
expressões de amor, confiança e contentamento de toda a Bíblia. Na última lição
deste trimestre, veremos Paulo apresentando a assistência que recebera dos
filipenses como oferta de amor e sacrifício agradável a Deus.
O
apóstolo descreve o quanto o seu coração se aqueceu com a
demonstração
de amor e carinho dos filipenses. No final da epístola, ele revela a sua total
confiança na suficiência de Cristo, pois esta lhe concedeu força para
desenvolver o seu ardoroso ministério.
I - A
PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO (4.14)
1. Os filipenses
tomam parte nas aflições do apóstolo. Paulo via a participação dos filipenses em
suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração. A expressão
“tomar parte” (v.14) sugere a ideia de “partilhar com, ou coparticipar de”. A
igreja de Filipos estava participando das aflições e tribulações com o
apóstolo. Ela sentia as agrura de sua prisão. Por outro lado, o apóstolo
sentia-se abençoado por Deus pelo fato de ser lembrado com tamanho amor e
ternura pela comunidade cristã filipense.
2. O exemplo da
igreja após o Pentecostes. A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da
comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes (At 2.45-47). Com o seu
exemplo, os filipenses nos ensinam que “tomar parte”, ou “associar-se”, nas
tribulações de nossos irmãos é mostrar-se amorosamente recíproco. Ou seja:
devemos nos amar uns aos outros, pois assim também Cristo nos amou.
3. O padrão de amor
para a Igreja.
O amor dos filipenses para com o apóstolo Paulo mostramos que esse deve ser o
padrão de nosso cotidiano: a generosidade no repartir constitui-se em
“sacrifícios que agradam a Deus” (Hb 13.16).
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A
igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da comunidade de Jerusalém
nos dias de Pentecostes.
II -
REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER (4,15-17)
1. Paulo relembra o
apoio dos filipenses.
O versículo 15 destaca a generosidade dos crentes filipenses em relação a
Paulo. Mesmo sendo uma igreja iniciante e pobre, assim que tomou conhecimento
das necessidades do apóstolo, a comunidade de fé de Filipos o apoiou
integralmente (v. 16). Com isso, os filipenses tornaram-se cooperadores do
apóstolo na expansão do Reino de Deus até aos confins da terra. É por isso que
Paulo não podia esquecer do amor que lhe demonstraram os crentes daquela igreja.
2. O necessário para
viver. O
versículo 16 revela-nos outro grande fato. Enquanto o apóstolo estava em
Tessalônica, a igreja em Filipos continuava a enviar-lhe “o necessário” à sua
subsistência. No ato de “dar e receber”, os filipenses participavam do
ministério de Paulo, pois não tinham em mente os seus interesses, mas as
urgências do Reino de Deus.
Por
outro lado, Paulo não se deixava cair na tentação do dinheiro. As ofertas que
ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária. O apóstolo bem
sabia da relação perigosa que há entre o dinheiro e a religião (1 Tm 6.10,11).
Tal atitude leva-nos a desenvolver uma consciência mais nítida quanto às
demandas do Reino. Fujamos, pois, das armadilhas das riquezas deste mundo,
pois, como disse o sábio Salomão, “quem ama o dinheiro, jamais dele se farta”
(Ec 5.1 0).
3. “Não procuro
dádivas”. Para
o apóstolo, a oferta que lhe enviara a igreja em Filipos tinha um caráter
espiritual, pois ele não andava a procura de “dádivas” (v.17). Quem vive do
ministério deve aprender este princípio áureo: o ministro de Deus não pode e
não deve permitir que o dinheiro o escravize. No final de tudo, o autêntico
despenseiro de Cristo deve falar com verdade: “Não procuro dádivas”! Sua real
motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo. Assim agia Paulo. Ele
dava oportunidade aos filipenses, a fim de que exercessem a generosidade,
tornando-os seus cooperadores na expansão do Reino de Deus (v.17 cf. Hb 13.16).
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
Paulo
não caiu na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas
integralmente na Obra Missionária.
III - A
OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS (4.18-23)
1. A oblação no
Antigo Testamento.
A palavra “oblação” está relacionada à linguagem proveniente do sistema
sacrifical levítico. O termo remete-nos a estas expressões: “cheiro de
suavidade” e “sacrifício agradável e aprazível” (v. 18). E estas, por sua vez,
estão relacionadas às “ofertas de consagração” a Deus identificadas como
“holocaustos” (Lv 1.3-17), “oferta de manjares” (Lv 2; 6.14-23), oferta de
libação e oferta pacífica (Nm 15.1-10).
Portanto,
quando falamos de oblação, referimo-nos a uma oferta sacrifical comestível —
azeite, flor de farinha etc. Uma parte era queimada para memorial e a outra
direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv 2.1-3).
2. A oblação e a
generosidade dos filipenses. Paulo encara como verdadeira oblação a
assistência que lhe ofereciam os filipenses. Tais ofertas eram-lhe como um
“cheiro suave, como sacrifício agradável a Deus” (v. 1 8). Assim, tendo em
vista a generosidade praticada pelos filipenses, Paulo declara com plena
convicção: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas
necessidades em glória, por Cristo Jesus” (v.19).
A
expressão “o meu Deus” aponta para aquEle que haveria de suprir não somente as
suas necessidades, como também as dos filipenses e também as nossas. Aleluia!
3. Doxologia. Os versículos 20 a
23 trazem a saudação final do apóstolo à igreja em Filipos. E, como podemos
observar, Paulo não poderia concluir a sua carta de forma mais adequada: “A
graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (v.23).
Ele
denota, assim, que todo o enfoque da carta é Cristo, e que nós, seus
seguidores, temos de nos lembrar e viver por sua graça, pois “Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co
5.19).
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
O
ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize, pois
sua real motivação tem de ser o benefício da í, igreja de Cristo.
CONCLUSÃO
Após
estudarmos esta tão rica epístola, o nosso desejo é que você ame cada vez mais
o Senhor Jesus, e dedique-se a ser uma “oblação de amor” a Ele. O Senhor é o
meio providenciado pelo Pai, a fim de reconciliar o mundo com Deus. Exalte o
Eterno, pois você foi reconciliado com Ele em Cristo Jesus. A exemplo da igreja
em Filipos, não esqueça: "a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).
TEMAS
IMPORTANTES ENCONTRADOS NA EPÍSTOLA AOS FILIPENSES TEMA EXPLICAÇÃO IMPORTÂNCIA
Autossacrifício
Cristo sofreu e morreu para que
pudéssemos ganhar a vida eterna. Com coragem e vigor, Paulo se sacrificou por
seu ministério.
Cristo nos dá poder para deixar de
lado as nossas necessidades e preocupações pessoais. Não devemos nos atrever a
ser egoístas.
Unidade
Em cada igreja, em cada geração, aparecem
influências decisivas (questões de lealdade e conflitos). Paulo encorajou os
filipenses a se entenderem, a deixarem de se queixar e a trabalharem em
conjunto.
Sendo crentes, não devemos discutir com
nossos companheiros, mas nos unir contra nosso inimigo comum. Quando estamos
unidos pelo amor, a força de Cristo se torna mais abundante.
Vida
Cristã
Paulo nos mostra como viver uma vida
cristã feliz. Cristo é, ao mesmo tempo, nossa fonte de poder e o nosso guia.
O desenvolvimento do nosso caráter
começa com a obra que Deus realiza em nós. Mas o crescimento também exige
autodisciplina, obediência à Palavra de Deus e concentração de nossa parte.
Alegria
Não importa o que venha a acontecer, os
crentes podem ter profunda alegria, serenidade e paz. Essa alegria vem do
conhecimento pessoal de Cristo e da dependência de sua força, em vez da nossa.
Podemos sentir alegria mesmo nos infortúnios.
A alegria não se origina de circunstâncias exteriores, mas da força interior.
Sendo cristãos, não devemos confiar no que temos ou experimentamos, mas no
Cristo que está dentro de nós.
Adaptado
da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1659.
VOCABULÁRIO
Doxologia: Manifestação de
louvor e enaltecimento à divindade através de expressões de exaltamentos (Deus
seja louvado!) e hinos.
Graça vicária: O sacrifício de
Cristo que nos substituiu.
Reminiscência: Lembrança.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Teológico
“Saudações
Finais de Paulo (4.21-23)
Considerando
que as cartas seculares eram frequentemente concluídas com um desejo de boa
sorte ou boa saúde, do autor, para o destinatário, Paulo concluiu tipicamente
suas cartas oferecendo palavras de saudação (por exemplo, Rm 6.3; 1 Co 16.19; 1
Ts 5.26). A epístola aos filipenses reflete este estilo, pelo fato de o
apóstolo concluir esta carta com algumas saudações finais. Esta parte final da
carta pode ter sido uma observação realmente escrita pelo próprio Paulo, após
seu escriba ter concluído a parte mais formal da carta. Esta parte é destinada
a várias pessoas dentro da igreja— possivelmente os líderes mencionados no
capítulo 1.1 (daí o uso do plural imperativo: 'Saudai a todos os santos em
Cristo Jesus’).
No
verso 21, Paulo não está somente trazendo uma saudação coletiva à Igreja em
Filipos, no mesmo sentido em que uma pessoa hoje pede a alguém que ‘cumprimente
a todos’ em seu nome. Mantendo seu relacionamento afetuoso e sincero com os
filipenses, está pedindo que cada um, e todos os cristãos da congregação,
recebam a sua saudação. As palavras finais de bênçãos proferidas por Paulo
repercutem suas palavras de saudação. Seus seguidores são lembrados da‘graça’
que lhes foi estendida, pela obra vicária realizada em seu favor pelo Senhor
exaltado (2.6-11)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 4.ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. p.511).
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Teológico
‘A
Origem dos Sacrifícios
Em
relação à origem dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm sua
origem nos homens, e que Israel apenas reorganizou e adaptou os costumes de
outras religiões, quando inaugurou, seu sistema sacrificial; e (2) que os
sacrifícios foram instituídos por Adão e seus descendentes em resposta a uma
revelação de Deus.
É
possível que o primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha ocorrido quando Deus
vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O segundo
sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta do ‘fruto da
terra’, isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua satisfação e
orgulho. Entretanto, seu irmão Abel ‘trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e
da sua gordura’ como forma de expressar a contrição de seu coração, o
arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn 4.3,4). [Também
é possível que a razão do sacrifício de Abel ter sido agradável a Deus, em
contraste com sua rejeição ao sacrifício de Caim, tenha sido o fato de Abel ter
trazido o que tinha de melhor (‘primogênitos’ e ‘sua gordura’) enquanto Caim
simplesmente obedeceu aos procedimentos estabelecidos - Ed.
Em
Romanos 1.21, Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os
patriarcas tinham a respeito de Deus, e explica a apostasia e o pecado dos
homens do seguinte modo: ‘Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus,
nem lhe deram graças’.
Depois
do Dilúvio, ‘edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de
toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar’ (Gn 8.20). Muito tempo
antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn 12.8; 13.18; 15.9-17; 22.2ss), Isaque
(Gn 26.2 5), e Jacó (Gn 33.20; 35,3) também ofereceram verdadeiros sacrifícios.
Um
grande avanço na organização e na diferenciação dos sacrifícios ocorreu com a
entrega da lei no Monte Sinai. Um estudo dos diferentes sacrifícios indicados revela
seu desenvolvimento final, visando atender às necessidades do indivíduo e da
comunidade” (Dicionário Bíblico Wydiffe.
1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1723).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento, l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas:
Semeando as Doutrinas Cristãs, l. ed. Rio de janeiro: CPAD, 1998.
EXERCÍCIOS
1.
Como o apóstolo Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações?
R:
Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus
para fortalecer o seu coração.
2.0
que sugere a expressão “toma parte?
R:
A expressão “tomar parte” (v. 14) sugere a ideia de “partilhar com, ou coparticipar
de”.
3.
Qual o conselho do sábio Salomão em relação ao dinheiro?
R:
“Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta” (Ec 5.10).
4.
O que são ofertas de oblação?
R:
Oferta sacrifical comestível — azeite, flor de farinha etc. Uma parte era
queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv
2.1-3).
5.
Como Paulo conclui a Carta aos Filipenses?
R:
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (v.23).
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 54, p.42.
Chegamos
ao fim da Epístola do apóstolo Paulo aos Filipenses. É importante recordar que
o tema geral deste trimestre objetivou aprendermos a humildade de Jesus como
exemplo para a igreja contemporânea. Em cada lição víamos a humildade do Meigo
Nazareno desdobrando-se na comunidade cristã antiga. À luz da relação do apóstolo
Paulo com a igreja filipense ao longo da epístola, pode-se destacar três lições
maravilhosas para vida eclesiástica contemporânea:
Uma
igreja participante das aflições alheias. Quando estudamos a Epístola aos
Filipenses percebemos que a igreja não se fechava em si mesma. Incentivada pelo
apóstolo, os membros daquela comunidade eram incansáveis no amor mútuo. Sua
preocupação em repartir o que tinham com o apóstolo preso denota a
predisposição que os cristãos devem ter em repartir generosamente com o outro
aquilo que tem. Este é o sacrifício que agrada a Deus: "E não vos
esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se
agrada" (Hb 13.16).
Dar
e receber: um ato amoroso. O apóstolo mantém o tom de gratidão pelo carinho
dispensado dos crentes de Filipos ao longo de toda a Epístola. Era uma
recíproca permanente. Paulo tinha as suas necessidades materiais supridas pelos
filipenses, enquanto estes achavam-se espiritualmente sanados pelo apóstolo dos
gentios. Uma relação como esta é o que Deus requer para sua igreja. Um
relacionamento baseado no amor, sem interesse egoísta, mas pelo fato de
estarmos ligados com o outro irmão pelo amor do Pai.
O
verdadeiro sacrifício. Se tiver uma igreja que sabia adequadamente o
significado da palavra sacrifício ou oblação era a de Filipos. Ela encarnou
exatamente o que o apóstolo escreveu para os crentes romanos: "Rogo-vos,
pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus" (Rm 12.1). Os filipenses
encarnaram isso até a última consequência. Mente, coração e corpo estavam em
plena sintonia para fazer o bem, pois quem faz o bem em Deus, ama, e "quem
ama aos outros cumpriu a lei" (Rm 13.8). Aqui, não há sacrifício maior que
amar. Deus não o rejeita.
Que
a igreja de Filipos nos ensine o verdadeiro significado de humildade, serviço e
amor. Uma comunidade simples que nasceu a partir de uma simples mensagem do
Evangelho, mas que tem o poder de, com simplicidade, mudar o mais duro dos
corações. Ouçamos o que o Espírito diz através da comunidade de Filipos!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A palavra oblação, na
cultura religiosa judaica, faz parte dos vários tipos de ofertas que existiam
em alguns atos rituais e litúrgicos na relação do povo de Israel com o próprio
Deus. Cada oferta tinha sua finalidade e a sua importância na liturgia judaica.
Havia dois tipos de ofertas: as ofertas expiatórias e as ofertas de
consagração. As ofertas expiatórias eram identificadas como a oferta pelo
pecado (Lv 4.1-35; 6.24-30) e a oferta pela culpa (Lv 5.14-16; 7.1-7). As
ofertas de consagração eram identificadas como holocaustos — “aquilo que sobe”
— (Lv 1.3-17; 6.8-13) e as ofertas de manjares (oblação), feitas com cereais,
animais e elementos que podiam ser comidos, especialmente, pelos sacerdotes e
levitas (Gn 4.3-5; Jz 6.18; 1 Sm 2.17).
Esta Carta contém
assuntos doutrinários e assuntos de caráter pessoal da parte de Paulo, além do
preito de gratidão e da alegria do Senhor que enchia o seu coração. No texto de
4.10-13 temos uma das mais bonitas expressões de confiança e contentamento que
se acha em toda a Bíblia. Paulo revela, neste final de carta, sua vida de
confiança em Cristo lhe dando força interior para continuar a cumprir o seu
ministério. No versículo 13 ele declara que Cristo é a razão de sua fortaleza
moral e espiritual. Não é a sua idade, o seu conhecimento, a sua influência,
nem os seus talentos, mas Cristo. Neste final de carta, em especial, Paulo fala
da oferta dos filipenses como uma oblação, como um sacrifício agradável a Deus.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 152.
A vertente final da
tapeçaria tecida de contentamento por Paulo é preocupação para os outros.
Aqueles que vivem só para si nunca vai estar contente, porque contentamento
para eles só pode vir quando as circunstâncias são exatamente como eles querem
ser. E isso nunca vai acontecer. Somente aqueles que, desinteressadamente,
colocar os outros "bem-estar acima de sua própria encontrará
contentamento. Paulo orou para que os filipenses "amor cresça ainda mais e
mais" (1:9), uma das qualidades do verdadeiro amor bíblico é a
generosidade (1 Coríntios 13:5.). Ele também exortou, "Nada façais por
partidarismo ou vanglória, mas com a humildade de respeito mente um do outro como
mais importante do que vós; não se limitam a olhar para seus próprios
interesses pessoais, mas também para os interesses dos outros" (2: 3-4).
Essa é a atitude "que houve também em Cristo Jesus" (2:5); Se ele
tivesse olhado para fora apenas para seus próprios interesses, ele nunca teria
deixado o céu a sacrificar-se para os pecadores, pessoas caídas.
No entanto introduz
uma importante transição no pensamento de Paulo. O que ele tinha escrito em
versos 10-13 poderia facilmente ter enviado a mensagem errada aos Filipenses.
Apesar da sua pobreza (cf. 2 Coríntios. 8:1-2), que tinha enviado um presente
de sacrifício para Paulo através de Epafrodito (4:18). Depois de ficar em Roma
por um tempo e ministrando ao apóstolo, Epafrodito voltou para Filipos,
trazendo essa carta de Paulo com ele. Em que a igreja dizia: "Não digo
isto por falta, porque já aprendi a viver contente em qualquer circunstância eu
sou"; "Aprendi o segredo de ser preenchido e passando fome, tanto de
ter abundância e sofrer necessidade" e "Posso todas as coisas naquele
que me fortalece" (4:11-13). Se a letra tinha terminado naquele momento,
Filipenses teria concluído que Paulo não precisava nem apreciado seu presente
sacrificial para ele. Para ter certeza de que os filipenses não entenda mal a
ele, Paulo apressou-se a assegurar-lhes que eles tinham feito bem (kalos, algo
nobre ou bela personagem) para compartilhar com ele em sua aflição. Mas então
ele precisava explicar para eles como o presente poderia ter sido um ato nobre,
se não precisar dele.
Paul começou por
tirar os leitores de volta dez anos de sua primeira pregação do Evangelho em
Filipos. Durante esse tempo, e mesmo depois que ele deixou Macedónia para as
cidades Achaian de Atenas e Corinto, nenhuma outra igreja compartilhou com ele
na questão de dar e receber. Essa frase reflete terminologia de negócios. A
matéria palavra traduzida às vezes é traduzida "Contas" (Mateus
18:23; 25:19) ou "contabilidade" (Lucas 16:2) e os termos dar e
receber pode significar "crédito" e, evidentemente, Paul foi "débito".
um gestor cuidadoso de seus recursos e manteve um relato de suas receitas e
despesas. Mesmo antes de deixar Macedónia Filipenses apoiou, durante o seu
ministério em Tessalônica, eles mandaram um presente mais de uma vez para as
suas necessidades. A sua generosidade, junto com o trabalho do próprio Paulo
rígido, permitiu-lhe ministro gratuitamente em Tessalônica (1 Tessalonicenses
2:9;.. 2 Tessalonicenses 3:8) e Corinto (Atos 18:5; 2 Coríntios. 11:8).
Paulo pôde alegrar-se
em seu dom ainda assim ser o conteúdo da provisão soberana de Deus para ele
porque ele era altruísta. Esse desprendimento levou a escrever, não que eu
procurar o presente em si, mas procuro o lucro que aumenta a sua conta (cf. Mt
6:19-20;. 1. Tim 6:17-19). Seu dom trouxe Paulo alegria não por causa de seu
benefício material pessoal para ele, mas por causa de seu benefício espiritual
para eles. O princípio de que aqueles que dão generosamente será abençoado é
ensinada repetidamente nas Escrituras.
Salomão escreveu:
"Não é aquele que espalha, e ainda aumenta ainda mais, e há um que retém o
que é justamente devido, e ainda resulta apenas na miséria.
O homem generoso será
próspero, e quem águas vão-se ser regado "(Prov. 11:24-25). Mais tarde, em
Provérbios, ele acrescentou: "Aquele que é a graça de um homem pobre
empresta ao Senhor, e Ele irá recompensá-lo por sua boa ação" (Prov.
19:17), "Quem é generoso será abençoado" (Prov. 22:9), e "Quem
dá aos pobres nunca mais vai querer" (Provérbios 28:27). Em Lucas 6:38
Jesus disse: "Dai, e será dado a você. Eles vão deitar em seu colo uma boa
medida, recalcada, sacudida, e atropelamento. Pelo seu padrão de medida que
será usada para medir vocês em troca. "Aos Coríntios, Paulo
escreveu:" E agora digo isto, aquele que semeia pouco, pouco também
ceifará, e aquele que semeia em abundância também ceifará "(2 Cor . 9:6).
O próprio Paulo foi um exemplo de alguém que generosamente aos pobres, como ele
lembrou os anciãos de Éfeso: "Em tudo o que eu mostrei que, trabalhando
duro desta maneira você deve ajudar os fracos e lembrar as palavras do Senhor
Jesus, que Ele mesmo disse: 'Há mais felicidade em dar que em receber
"(Atos 20:35).
Três declarações
resumir a alegria de Paulo e gratidão. O verbo grego na frase que recebi tudo
em plena era comumente usado em um sentido comercial extra-bíblica grega para
designar o pagamento integral. Esta afirmação é no recebimento efeito de Paulo
aos Filipenses para seu presente.
Já possui uma abundância
traduz um verbo grego que significa "a transbordar", "ter um
excesso", ou "ter mais do que suficiente." O verbo grego na
declaração final de Paulo Estou amplamente suprido fala de ser cheio
completamente. Em conjunto essas três frases mostram que Paulo, tendo recebido
de Epafrodito o que tinha enviado para ele, foi esmagada pela Filipenses
'generosidade.
Usando uma linguagem
sacrificial do Antigo Testamento, Paulo descreveu a filipenses presente como um
aroma perfumado (cf. Gn 8:20-21;. Ex 29:18; Lev 1:9, 13, 17,.. Num 15:03 ), um
sacrifício aceitável (cf. Lv 19:5;. 22:29;. Isa 56:7), bem agradável a Deus
(cf. Sl 51:19).. Paul viu o filipenses presente como um ato de sacrifício de
adoração a Deus. Tais sacrifícios espirituais são necessários de crentes da
Nova Aliança, em vez dos sacrifícios de animais da Antiga Aliança. Em Romanos
12:1 comandos crentes Paulo: "Apresentei os vossos corpos em sacrifício
vivo e santo e agradável a Deus, que é o vosso culto espiritual de
adoração." O autor de Hebreus exorta: "Por Ele, então, vamos
continuar a oferecer um sacrifício de louvor a Deus, isto é, o fruto dos lábios
que dão graças ao Seu nome. E não se esqueçam de fazer o bem e de partilha,
porque com tais sacrifícios Deus se agrada "(Hebreus 13:15-16). Pedro
lembra aos crentes que eles são um "sacerdócio santo, para oferecer
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (1 Pedro 2:5).
A alegria de Paulo aos filipenses que faria tal sacrifício aceitável a Deus
ultrapassou em muito a sua alegria ao receber seu presente.
Paulo sabia que os
filipenses não só receber as bênçãos espirituais nos céus pela sua
generosidade, mas também que Deus iria suprir todas as suas necessidades
físicas nesta vida. Os filipenses tinham sacrificialmente (cf. 2 Coríntios.
8:1-3) dada de suas posses terrenas para apoiar o servo de Deus, Paul. Em
troca, Deus seria amplamente suprir suas necessidades, Ele não estaria em sua
dívida. Tendo semeado em abundância, eles ceifará (2 Cor 9:6.); Ter "honra
[va] o Senhor a partir de [sua] riqueza e do primeiro de todos os [seus]
produzir ... celeiros [sua] será preenchido com bastante e cubas de [sua]
transbordarão de vinho novo "(Provérbios 3:9-10). Eles descobrem que é
impossível dar mais do que Deus.
A frase de acordo com
Suas riquezas na glória em Cristo Jesus revela na medida em que Deus iria
suprir as necessidades dos filipenses. Ele iria fazê-lo segundo as suas
riquezas, e não fora deles; Seu dando a eles seria em relação à imensidão de
sua riqueza eterna, isto é, tão generosamente quanto é consistente com suas
riquezas na glória em Cristo Jesus. O Novo Testamento repetidamente apresenta
Cristo Jesus como a fonte de todas as riquezas de Deus. Nele "estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento" (Cl 2:3),
para o Paul Colossenses escreveu: "Pois foi bom prazer do Pai por toda a
plenitude a habitar nele .... Porque nele todos os plenitude da divindade
habita em forma corpórea "(Col. 1:19; 2:9). "O Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo ... nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual
nas regiões celestiais em Cristo" (Ef 1:3). Em Efésios 1:23 o apóstolo
descreveu Jesus como "Aquele que preenche tudo em todos", e lembrou o
Corinthians de "a graça de Deus que foi dada [eles] em Cristo Jesus, que
em tudo [que] foram enriquecidos nEle "(1 Cor. 1:4-5). Repetindo esse
pensamento, Pedro escreveu: "Seu divino poder concedido a tudo nos diz respeito
à vida e à piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por Sua própria
glória e virtude" (2 Pedro 1:3).
As lições cruciais na
contentamento ilustrados aqui na vida de Paulo pode ser resumida em cinco
palavras: fé, humildade, submissão, dependência, altruísmo e. Essas virtudes
caracterizam todos os que já aprendi a contentar.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
I - A
PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO (4.14)
1. Os filipenses
tomam parte nas aflições do apóstolo.
No versículo 13,
Paulo diz que podia fazer, ou suportar todas as coisas com a força de Cristo
Jesus. Com esta declaração ele não estava depreciando as ofertas recebidas dos
filipenses. Ele estava, na realidade, removendo toda e qualquer possibilidade
de má interpretação de suas palavras, uma vez que preferia sustentar-se com o
seu trabalho manual. Mas ele assegura aos filipenses que estava agradecido
pelas ofertas dos irmãos que demonstravam uma atitude de oblação a Deus.
1. O amor dos
filipenses era um consolo nas tribulações de Paulo
Paulo disse aos
filipenses: “fizestes bem” (v. 14). Ele estava não só elogiando, mas
interpretando o gesto amoroso dos filipenses como participação nas aflições do
apóstolo. No texto grego, a expressão é kalos poiein, que significa “vós
agistes bem”. A participação dos filipenses nas suas tribulações, segundo o
sentimento do coração de Paulo, era um dos modos de Deus agir em seu favor para
torná-lo forte. Era, também, uma demonstração da obra regeneradora do Espírito
na vida desses irmãos.
O que Paulo queria
passar para a igreja em Filipos era que, em sua penúria material, ele não se
sentia pobre, e na abundância, ele usufruía daquilo que Deus dava, de
consciência tranquila. Paulo não apenas aprendeu a não levar em conta as
circunstâncias adversas, os apetites e desejos naturais, porque podia dizer:
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (4.13).
No versículo 15,
Paulo declara que, provavelmente, doze anos atrás, no início da obra em Filipos
e em toda a Ásia Menor, nenhuma igreja da Macedônia o ajudou com qualquer
donativo para sustentá-lo. Somente a igreja de Filipos teve a iniciativa de
ajudá-lo e, por isso, ele era agradecido a Deus e aos filipenses.
2. “Tomar parte na
minha aflição (tribulação)” (v. 14)
A comunhão fraternal
vivida entre Paulo e a igreja de Filipos o fez alegrar-se. Essa comunhão era
demonstrada na participação das suas aflições. A expressão “tomar parte” sugere
a ideia de “compartilhar com, ou coparticipar de”, e Paulo se sente abençoado
pelo Senhor pelo fato de a igreja de Filipos coparticipar da sua aflição
(material e física) com aquele gesto de amor enviando o donativo.
O compartilhamento da
igreja no sustento de seus obreiros implica contribuir para a causa de Cristo.
Era uma demonstração de maturidade espiritual da igreja, e não uma imposição
para que as pessoas o sustentassem. Paulo sabia que havia entre os irmãos os
recalcitrantes e fracos na fé que sempre interpretavam e julgavam seu
ministério de forma maldosa. Entretanto, ele não levava em conta essas oposições,
uma vez que tantos outros eram fiéis, leais e entendiam seu ministério. Os
filipenses viam o ministério de Paulo como uma santa oblação para suas vidas;
por isso, cooperavam em tudo que podiam. Era, de fato, uma prática demonstrada
desde os dias da igreja pós-Pentecostes e, agora, a igreja de Filipos fazia o
mesmo com muito amor e consideração ao apóstolo.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 152-154.
Tudo quanto Paulo
dissera acerca de sua «auto-suficiência» (ver o décimo primeiro versículo) e de
sua atitude indiferente para com as coisas materiais (ver o décimo segundo
versículo), e também de sua «iniciação» na vida de contentamento e de poder
(ver novamente esses dois versículos), não foi dito para deixar entendida
qualquer atitude de indiferença para com o ato de bondade dos crentes
filipenses; antes, Paulo assegurou-lhes que a doação que tinham feito aliviaria
parte de sua miséria presente. Em bora ele estivesse livre das contingências
terrenas e das inquirições terrenas comuns, não haveria ele de deixar de
reconhecer a bondade deles, e nem haveria de ignorar qualquer expressão de
amor, de onde quer que ela partisse.
«...fizestes bem
...», palavras que também podem ser traduzidas por «agistes com nobreza». Paulo
mostrou-se generoso aqui em seu louvor, não se contentando apenas em mencionar
de passagem o que tinham feito, como se isso nada representasse. Antes,
reconheceu ter sido um a ação bela e nobre, de acordo com as exigências do evangelho,
como demonstração do amor cristão. (Quanto à expressão «fazer bem», ver também
os trechos de M arc. 7:37; Luc. 6:27 e I Cor. 7:37).
«...associando-vos na
minha tribulação...» Conforme diz
Lightfoot (in loc.)·. «Compartilhastes
com a minha aflição». E Vincent (in loc.) diz: «Fizestes causa comum com as
minhas aflições». Sim, os crentes filipenses sentiam «comunhão» com Paulo, em
um a aflição comum. Sentiam a tensão da situação do apóstolo e fizeram o que
estava ao alcance deles, como se eles mesmos estivessem afligidos. Essa é a
indicação do verbo aqui usado, «sunkoinoneo», que quer dizer «associar-se com»,
«compartilhar», «ser sócio em». Na forma nominal, essa palavra era usada para
indicar os «colegas obreiros» nas lides do evangelho. Aqueles crentes
filipenses haviam demonstrado a regra da preocupação fraternal, a lei do amor,
o princípio normativo da família de Deus.
Não há nenhum a
apologia nessas palavras, conforme alguns estudiosos pensam erradamente,
porquanto o apóstolo não havia repreendido àqueles crentes. Tão-somente havia
posto em sua perspectiva apropriada a questão das riquezas materiais, ao mesmo
tempo que se mostrara agradecido por tudo quanto Deus dá, o que é um a atitude
cristã típica. Ao mesmo tempo, Paulo reconhecia que Deus usa instrumentos em
suas bênçãos, e esses instrumentos merecem o crédito que lhes cabe.
«Essa simpatia, por
parte dos crentes filipenses com os sofrimentos representativos de Cristo e de
sua causa, é a própria característica de caráter que o Juiz seleciona para ser
elogiada no último dia. (Ver Mat. 25:25 e ss.)». (Hackett, no Comentário de
Lange).
A importância de
nossas doações não pode ser superestimada. Esse é o sinal da verdadeira
religiosidade, porquanto se origina em um coração amoroso, que foi tornado tal
por operação do Espírito Santo (ver Gál. 5:22), e, por isso mesmo, é sinal de
crescimento e maturidade espirituais. (Ver o trecho de Atos 3:2 e as notas
expositivas ali existentes, a cerca da «importância das esmolas», pois apesar
desse não ser o tema diretamente aqui abordado, contudo, juntam ente com outras
dádivas gentis, ilustra a disposição do amor cristão, que realmente consiste da
participação no amor cristão e no desenvolvimento espiritual).
As ofertas às missões
deveriam ser encaradas sob esse prisma; e é um a afirmativa geral verdadeira
que quando Deus toma conta de nossos corações, também conquista nosso bolso.
Aqueles que assim contribuem «fazem bem»; e nenhum a dádiva dessa natureza
deixará de ser reconhecida e recompensada por Deus, porquanto até mesmo um copo
de água fria, dado em seu nome, não deixará de receber galardão, segundo se
aprende em Mat. 10:42. Paulo muito se alegrou ao receber aquela dádiva dos filipenses,
porque isso servia de prova do amor Cristão deles. E isso lhe era mais importante
do que a própria dádiva.
«...tribulação...» No
original grego temos o vocábulo «thlipsis», palavra que usualmente significava
«sofrimento», «aflição», «perseguição» de qualquer forma; derivava-se de
«thlibo», que quer dizer «pressionar», «restringir», «oprimir». Mui
provavelmente Paulo sofreu pressões tanto financeiras quanto mentais, o que
servia tão-somente para aumentar ainda mais suas aflições; e por essa razão,
aquela demonstração de simpatia da parte dos crentes filipenses muito o ajudou
naquele momento, em mais de um sentido.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 67.
V 14. Paulo é
cuidadoso para não deixar a impressão de que o donativo tinha sido supérfluo e
que não tinha sido apreciado. Ao contrário, ele declara que ele [o donativo]
lhe foi sobejamente agradável. Porquanto, ele diz: Não obstante, fizeram bem
partilhando de minhas aflições. Isso foi, no dizer de Paulo, uma bela e nobre
ação, como a de Maria de Betânia (Mc 14.6). Se os filipenses não sentissem
verdadeira simpatia por Paulo, de forma que fizessem suas as aflições dele,
jamais teriam levado a bom termo tão generosa ação. O donativo era sinal de que
haviam feito causa comum com as tribulações do apóstolo, participando realmente
delas. Que bela manifestação de verdadeira comunhão (Ver sobre Fp 1.5)!
HENDRIKSEN. William. Exposição de Filipenses. Editora Cultura Cristã. pag. 595-596.
4.14 - Os filipenses
cooperaram financeiramente com Paulo enquanto ele estava na prisão.
Nota do Tradutor:
Naquela época, as prisões não eram como as de nossos dias. Os presos eram
responsáveis por seu próprio sustento dentro das prisões. Aqueles que não
tivessem o apoio de familiares ou amigos estavam sujeitos a morrer de fome ou por
enfermidades, pois os cuidados médicos também não eram fornecidos.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 1669.
O VALOR DO DONATIVO
Filipenses 4:14-20
A generosidade para
com Paulo da Igreja filipense tinha já uma longa trajetória. Em Atos 16 e 17
lemos como Paulo pregou o Evangelho em Filipos e partiu dali a Tessalônica e
Beréia. Desde essa época a Igreja filipense demonstrou virtualmente seu grande
amor ao apóstolo. A relação de Paulo com os filipenses era única. De nenhuma
outra Igreja tinha aceito jamais algum donativo ou ajuda. Esta era precisamente
a circunstância que irritava e zangava aos coríntios (2 Coríntios 11:7-12). O
laço entre Paulo e os filipenses não se dava com nenhuma outra Igreja.
Paulo diz logo algo
muito delicado. Diz: "Não é que deseje um donativo ou um presente de sua
parte por mim, ainda que seus dons toquem meu coração e me deem muita alegria.
Não necessito nada porque tenho mais que suficiente. Mas me alegro por vocês
mesmos por seu donativo porque sua bondade, solicitude e generosidade pesarão
enormemente a seu favor na presença de Deus". A generosidade dos
filipenses alegra a Paulo não por razão de si mesmo, mas por motivo deles. Logo
o apóstolo usa palavras que fazem do dom dos filipenses não um presente para
Paulo, mas sim um sacrifício para Deus. Chama-o "aroma fragrante".
Esta frase era comum no Antigo Testamento para um sacrifício aceito e bem visto
por Deus. É como se o aroma do sacrifício fosse agradável ao olfato de Deus
(Gênesis 8:21; Levítico 1:9,13,17). A alegria de Paulo no dom não está no que
este significava para ele, mas no que significava para eles. Não é que não
apreciasse o valor do dom a seu favor, nem desprezasse o que eles tinham feito
por ele; citava sua maior alegria em que o dom da Igreja dos filipenses e o
amor que o tinha inspirado eram agradáveis a Deus.
Na última sentença
Paulo diz que nenhuma dádiva faz mais pobre ao doador. A riqueza divina está
aberta para os que amam a Deus e ao próximo. O doador não se faz mais pobre,
mas sim mais rico, porque seu próprio dom o abre aos dons e às riquezas de
Deus.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
100.
2. O exemplo da
igreja após o Pentecostes.
O melhor exemplo foi
relatado por Lucas em Atos 2.42-47:
E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em
cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades
e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E,
perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam
juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de
todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar” (At 2.42-47).
O ato de “tomar
parte” ou “associar-se” na tribulação de Paulo implicava uma reciprocidade
entre ele e os irmãos na fé.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 154.
A ICREJA CAMINHANDO
NO ESPÍRITO (AT 2:42-47)
Os cristãos
continuaram a usar o templo como lugar de reunião e de ministério, mas também
passaram a encontrar-se nos lares de várias pessoas. Os três mil novos
convertidos precisavam ser instruídos na Palavra e ter comunhão com o povo de
Deus, a fim de crescer e de se tornar testemunhas eficazes.
A Igreja primitiva
não se ateve a converter pessoas, também as discípulou (Mt 28:19, 20).
Convém explicar duas
frases de Atos 2:42. "Partir do pão", provavelmente, é uma referência
às refeições regulares, mas, no final de cada refeição, é bem possível que fizessem
uma pausa para se lembrar do Senhor celebrando o que chamamos de "Ceia do
Senhor" ou "Santa Ceia". O pão e o vinho eram elementos comuns
sempre presentes na mesa dos judeus. O termo comunhão não significa apenas
"estar juntos". Quer dizer "ter em comum", podendo ser uma
referência ao compartilhamento de bens materiais praticado na Igreja primitiva.
Por certo, não se
tratava de uma forma de comunismo, pois foi um programa inteiramente voluntário,
temporário (At 11 :27-30) e motivado pelo amor.
A igreja foi
unificada (At 2:44), exaltada (At 2:47a) e multiplicada (At 2:47b). Seu testemunho
entre os judeus era poderoso, não apenas em função dos milagres realizados pelos
apóstolos (At 2:43), mas também pelo amor que os membros da comunidade tinham
uns pelos outros e por seu serviço ao Senhor. O Senhor ressurreto continuou a
operar por meio deles (Mc 16:20), e o povo continuou a ser salvo. Uma igreja e tanto.
Os cristãos que vemos no Livro de Atos não se contentavam em se encontrar uma vez
por semana para "o culto habitual". Encontravam-se diariamente (At
2:46), cuidavam uns dos outros diariamente (At 6:1), ganhavam almas diariamente
(At 2:47), examinavam as Escrituras diariamente (At 17:11) e cresciam em número
diariamente (At 16:5). A fé cristã era uma realidade diária, não uma rotina
semanal. Isso porque o Cristo ressurreto era uma verdade viva para eles, e seu poder
de ressurreição operava na vida deles por meio do Espírito.
A promessa ainda vale
para nós hoje: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo"
(At 2:21; Rm 10:13). Você já invocou o nome do Senhor? Já creu em Jesus Cristo
como seu Salvador?
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 531.
Vv. 42-47. Nestes
versículos encontramos a história da Igreja verdadeiramente primitiva, de seus
primeiros tempos; seu estado de verdadeira infância, e, como tal, o seu estado
de maior inocência.
Mantiveram-se
próximos às santas ordenanças e abundaram em piedade e devoção; o cristianismo,
uma vez que admite alguém em seu poder, dispõe a alma à comunhão com Deus em
todas estas formas estabelecidas, para que nos encontremos com Ele, e em que
Ele tem prometido reunir-se conosco.
A grandeza deste
acontecimento os colocou em uma posição mais elevada que o mundo, e o Espírito
Santo os encheu com tal amor, que cada um era para o outro como para si mesmo.
E deste modo, fez com que todas as coisas fossem comuns, sem destruir a
propriedade, mas suprimindo o egoísmo e incentivando o amor. Deus, que moveu-os
a isto, sabia que eles seriam rapidamente expulsos de suas propriedades na Judéia.
O Senhor, dia após dia, inclinava mais os corações a abraçarem o Evangelho; não
os simples professos, mas os que eram realmente levados a um estado de
aceitação diante de Deus, sendo participantes da graça regeneradora. Aqueles
que Deus tem designado para a salvação eterna serão eficazmente levados a
Cristo até que a terra seja cheia do conhecimento de sua glória.
HENRY.
Matthew. Comentário Bíblico Matthehw
Henry. Editora CPAD. Atos. pag. 6-7.
Agora Lucas traça um
quadro da primeira congregação cristão de Jerusalém, tendo como núcleo os
apóstolos e os cento e vinte discípulos, e como corpo os três mil convertidos
de pentecostes. O crescimento da igreja não foi só em número, mas também na fé
e na caridade. Os membros da congregação continuaram, perseveraram, com grande
fidelidade e devoção, nos ensinos, na doutrina dos apóstolos. Estes homens, por
Cristo estabelecidos e ordenados como os mestres de toda a cristandade, foram
naquela ocasião os mestres da congregação de Jerusalém. E a doutrina deles foi
a doutrina de Cristo; eles ensinaram o que havia ouvido de Cristo; a palavra
deles foi a palavra de Deus. Os discípulos, permanecendo firmemente nesta palavra,
também conservaram a comunhão. Estiveram unidos na mesma fé e no mesmo amor ao seu
Senhor e Mestre; estiveram em comunhão um com o outro, e em união com Cristo e
o Pai, que foi uma intimidade maravilhosa e abençoada, pela qual estiveram mais
unidos entre si do que irmãos e irmãs de sangue. Cada um sentia o interesse
mais solícito pelas alegrias e tristezas do outro. Sua comunhão estreita era
expressa no partir do pão. Caso esta expressão não se referir só à celebração
da Santa Comunhão, ela certamente não exclui o sacramento. Cf. 1. Co. 10. 16.
Ela, claramente, não se refere a uma refeição regular, e provavelmente foi
usada por Lucas para descrever resumidamente a refeição em comum que os
cristãos, nos primeiros tempos da igreja, ligaram à celebração da Ceia do
Senhor. E da mesma maneira como os cristãos ouviram a palavra, da mesma forma
como observaram a Eucaristia, assim também foram diligentes, assíduos, na
oração pública. Os discípulos de Jerusalém manifestaram, por meio de oração,
louvor e agradecimento comum, sua comunhão fraterna e sua unidade de espírito.
Todos estes fatos, com certeza, não podiam ficar sem o conhecimento do povo da cidade,
nem mesmo se os membros da congregação assim o tivessem desejado. O modo cristão
no viver foi uma confissão constante e uma admoestação a todos os habitantes da
idade. O resultado foi, que muitos dos
judeus, tantos quantos entraram em contato com os cristãos, foram tomados de
grande temor; o espanto solene que os milagres e sinais operados pelos apóstolos
inspiraram, aumentou pela veneração requerida pelo seu viver sem dolo. A
presença de Deus e do Cisto exaltado, por meio da manifesta operação do
Espírito, em meio à congregação, precisou ser admitida por todos os que
entraram em contato com eles. E este temor também serviu para a difusão do
evangelho; serviu como freio sobre o ódio dos judeus, impedindo-os de qualquer
manifestação pública de sua inimizade. Foi intenção de Deus, que a plantinha
jovem de sua igreja devia gozar por algum tempo dum crescimento em paz.
Enquanto isto o amor
fraterno dos discípulos mostrou seu poder na vida e nos atos deles. Estiveram
juntos; seus corações e suas mentes estiveram direcionados a sua causa comum, o
fato que naturalmente os levou a se reunirem tantas vezes quantas possíveis,
fosse no tempo ou em casas particulares, e isto não só para os cultos públicos,
mas também para o trato social no verdadeiro espírito cristão. E eles tiveram
tudo em comum; não praticaram o comunismo e não ab-rogaram o direito da
propriedade particular. Não a posse, mas o uso e o benefício dos bens foi
comum. Cf. cap. 4. 32. Cada membro da congregação considerava sua propriedade
como um talento do Senhor, com o qual devia servir seu próximo. Este amor fraterno
em muitos casos realizou ainda mais. Venderam suas posses e bens, toda sua propriedade,
e dividiram o produto entre os irmãos, tal como as necessidades o exigiam. Esta
não foi uma lei proposta ou reforçada pelos apóstolos, mas foi uma livre
manifestação de verdadeira caridade. Os cristãos abastados estiveram dispostos
e desejosos para realizar estes sacrifícios, sempre que era evidente que esta
era a única maneira pela qual as necessidades dos irmãos podiam ser supridas. Não
qualquer sinal da arrogante indiferença que agora caracteriza o intercurso dos
ricos com os pobres. Expressões de amor como esse poucas vezes, ou jamais, haviam
sido vistas anteriormente na terra. E tudo isto foi feito sem qualquer
tentativa de ostentação. Como era de se esperar, os cristãos, de comum acordo e
em plena unidade de espírito, tinham suas reuniões públicas no templo, onde
tinham oportunidade para testificar aos outros de sua nação a respeito da
esperança que os animava. E não somente no templo eram feitas reuniões diárias,
mas também se encontravam de casa em casa, principalmente para a celebração da
Santa Comunhão e da ceia comum conhecida como ágape, onde juntos tomavam a
refeição com grande alegria e exultação e também com toda a simplicidade de
coração. Os membros mais ricos não se indignavam sobre o fato que os irmãos
mais pobres compartilhavam do alimento que de sua abastança haviam provido, nem
julgavam ser-lhes algo indigno sentar-se à mesma mesa. E os membros pobres nada
possuíam da ridícula vaidade da pobreza de serem obrigados a aceitar a
generosidade de outros. Todos estavam unidos nesta uma obra sublime, de dar
louvor a Deus por todos os dons que ele derramara sobre eles. Não é de admirar
que acharam as boas graças de todo povo. Cada judeu honesto e sincero
naturalmente estimava os cristãos pela simplicidade, pureza e caridade de suas
vidas. E, sendo a confissão da boca apoiada e confirmada pela evidência das
obras, o resultado foi que diariamente se registravam adesões ao número dos
cristãos. Mas Lucas afirma expressamente que o Senhor juntava à congregação
aqueles que deviam ser salvos. A conversão de cada pessoa é somente um ato do Senhor,
e é o resultado de sua vontade graciosa e boa pela salvação dos pecadores.
Notemos: A congregação de Jerusalém é em tudo um exemplo luzente para as
congregações cristãs e para os cristãos de todos os tempos. Se o mesmo amor à
palavra de Deus, ao uso do sacramento, se esta mesma caridade desinteressada
aos irmãos fosse evidente em nossos dias, então cada congregação também se
sobressairia da mesma forma. E esta é a vontade de Cristo, o Cabeça da igreja.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo
Testamento Volume 1. Editora
Concordia Publishing House.
3. O padrão de amor
para a Igreja.
O crente tem a
efetuar sacrifícios de adoração e certo serviço a prestar; mas isso transcende
ao que é meramente terreno, simbólico, típico. O versículo anterior mostra que
os sacrifícios de ações de graças e de vida diária devem ser continuamente
prestados pelo crente. E esses sacrifícios devem visar a pessoa de Deus, como
expressão da alma, e não apenas como parte de uma adoração formal, em momentos
determinados. Os sacrifícios de serviço do crente também devem beneficiar ao
próximo, por meio de provas de amor e generosidade, na prática do bem, na
comunhão com os outros, em suas necessidades físicas e espirituais. Com tais
sacrifícios é que Deus se agrada, ao passo que nos antigos sacrifícios de
animais o Senhor não tinha qualquer prazer. (Ver Osé. 6:6; I Sam. 15:22 e Sal.
40:6). Até os judeus tinham um ditado que dizia: «Maior é aquele que dá esmolas
do que aquele que oferece todos os sacrifícios». (Talmude Bab. Succa., foi.
49:2).
(Ver João 14:21 e
15:10 quanto ao «amor» como princípio normativo da vida, na família cristã).
O amor é um dos
aspectos do fruto do Espírito Santo, sendo o alicerce básico de todas as
virtudes. Surge devido à comunhão com o Espírito, como resultante do
desenvolvimento e do aperfeiçoamento espirituais. Todo o amor se baseia sobre o
amor divino. (Ver acerca do «amor de Deus», nas notas expositivas sobre João
3:16; e ver acerca de «Deus é amor», em I João 4:8). Quando entramos na natureza
moral de Deus, amando como ele ama, começamos a ser transformados segundo a
imagem de Cristo, através do que chegamos a participar de sua própria natureza;
e assim nos tornamos filhos de Deus, semelhantes ao Filho de Deus. O autor
agora nos conclama a perceber a importância da vida diária que expresse
continuamente o amor de Deus, em que a natureza moral de Cristo vá sendo
realmente formada em nós, mediante a atividade do Espírito. Esse é um tipo de
sacrifício que nunca pode tornar-se obsoleto, e nem nunca poderá perder seu
valor diante de Deus.
«O indivíduo sem
compaixão, que reputa a vida como um cacho de uvas que devem ser espremidas em
sua própria taça e sorvidas para seu próprio prazer, nega a Deus. Se nossa fé
cristã é autêntica, então somos apenas mordomos, e não proprietários dos bons
dotes de Deus. Para expressar a fé, precisamos ‘transmiti-la’. ‘Ora, aquele que
possuir recursos deste mundo e vera seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe
o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?’ (I João 3:17)».
(Cotton, in loc.).
«...prática do
bem...» Isso significa todas as formas de boas obras, em público ou particularmente,
em vinculação com a igreja local ou individualmente. Jesus é descrito como
homem que saiu fazendo o bem» (ver Atos 110:38). Ele ensinava, encorajava,
curava, repreendia—tudo em benefício daqueles que o ouviam e o seguiam.
«...mútua
cooperação...» No grego temos a palavra «koinonia», que significa «associação»,
«comunhão», «companheirismo», «generosidade», «altruísmo», «participação». É o
último desses sentidos que se aplica ao presente texto. A mesma verdade é
destacada em I João 3:17; generosidade para com os outros, suprindo suas
necessidades físicas. Um bom crente estará disposto a compartilhar de suas
possessões e de seus recursos financeiros, a fim de ajudar a outros. O judaísmo
antigo salientava grandemente a importância das esmolas, e o cristianismo
primitivo compartilhava dessa virtude moral. (Quanto a notas expositivas
completas sobre essa questão, que ajudam a ilustrar o presente texto, ver Heb.
3:2). É levando as cargas uns dos outros que cumprimos a lei de Cristo (ver
Gál. 6:2), eminentemente caracterizada pelo amor. Uma das poucas declarações de
Jesus, que não aparecem nos evangelhos, é a que figura em Atos 20:35: «Mais
bem-aventurado é dar que receber». Essas palavras foram ditas pelo
Apóstolo Paulo este
último, em seu ministério, jamais cobiçou as riquezas alheias. aos trabalhava
para ganhar a própria vida, e até chegava a sustentar aos que viajavam em sua
companhia (ver Atos 20:34), embora pudesse com toda a razão ter exigido
dinheiro das igrejas. Mas os crentes filipenses, que o ajudaram financeiramente
por várias vezes, foram altamente elogiados peto apóstolo dos gentios. (Ver
Fil. 4:14.17,18). Paulo chamou os donativos de «sacrifício aceitável e
agradável a Deus»; e assim via esses donativos como uma espécie de sacrifício
de «aroma suave» (conforme algumas ofertas do A .T. eram classificadas), o que
também é o conceito dos versículos quinze e dezesseis do presente capítulo.
Tais «sacrifícios» jamais poderão ser reputados obsoletos e sem importância; nunca
poderão ser abandonados, conforme foram descontinuados os ritos levíticos.
Alguns compreende as palavras sobre a «partilha» em sentido mais lato, isto é,
como se fosse qualquer atividade mutuamente benéfica, para quem pratica e para
quem a recebe. Porém, está em foco, principalmente, a questão da generosidade,
embora a outra ideia também possa estar implícita.
«...Deus se compraz...»
A apreciação divina por aqueles crentes perduraria para sempre, porquanto
tinham expressado seu amor para com outros seres humanos- Era contraste com
isso, os sacrifícios vetotestamentários, até mesmo nos dias do A.T., eram
reconhecidos como tipos de coisas que, na realidade, não podem agradar ao
Senhor. (Ver Osé. 6:6; I Sam. 15:22 e Sal. 40:6).
Com tais vidas Deus
se agrada—com aqueles que o louvam e vivem na atmosfera da gratidão, e com
aqueles que são bondosos e generosos. São esses que prosseguem até ao fim com
uma oração de ações de graça, cujas vidas são uma bênção e um sucesso. John
Inskip, cuja vida foi assim uma bênção para outros, ao falecer, proferiu as
suas últimas palavras: Vitória!
Triunfo! Triunfo! E
diz-se acerca de Susana Wesley, mãe de João e Carlos Wesley, que seu último
pedido foi: «Filhos, asam que eu for liberta, entoai um salmo de louvor a
Deus».
«As três grandes
definições de adoração ou de culto religioso no N.T., se acham em Heb.
13:15,16; Rom. 12:1,2 e Tia. 1:27». (Moffatt, in loc.). Sucesso. «Obteve
sucesso quem viveu bem, riu com frequência e amou muito; quem obteve o respeito
de homens inteligentes e o amor das criancinhas; quem preencheu o seu lugar e
cumpriu a sua tarefa, sem importar se foi uma papoula melhorada, um poema
perfeito ou uma alma salva; a quem nunca faltou apreciação pelas belezas
terrenas e nem deixou de expressá-las; quem buscou o melhor nos outros, e deu
do melhor-que tinha; cuja vida foi uma inspiração, e cuja memória é uma
bênção». (Robert Louis Stevenson).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 664-665.
Hb 13. 10-17. Não
temos nenhum sacrifício a fazer; em Cristo já foi feito um sacrifício por nós;
por isso possuímos um altar. As ordenanças do V.T, conforme aqui descritas já
não têm mais valor. Quando Cristo sofreu a morte fora do arraial sobre a cruz,
uma das coisas realizadas foi o descartar-se dos costumes levíticos. Agora eles
são supérfluos. A identificação do crente é com Cristo fora do arraial. Isto
significa rejeição do Judaísmo de um lado e rejeição pelos judeus do outro.
Para esses cristãos hebreus, esse era o vitupério que tinham de levar.
Tendo Cristo morrido
como oferta pelos pecados, os crentes deviam demonstrar, por meio de Jesus, uma
conduta adequada aos redimidos (vs. 14-17). 1) Deviam fixar sua esperança não
nas ordenanças do V.T., mas na cidade celestial e na perspectiva celestial; 2)
deviam louvar e agradecer a Deus, uma vez que o fruto dos lábios devia ser o
transbordamento de um coração cheio; 3) deviam mostrar benevolência de todo o
tipo, pois Deus não se esquece disto; e 4) deviam ser obedientes e submissos.
Agradar a Deus poderia finalmente ser reduzido a três práticas ou atitudes
fundamentais, todas mencionadas nesta passagem – louvor, obediência e
submissão. Isto, pouco comentário exige à luz da verdade neotestamentária. A
benevolência é o que se segue naturalmente. No versículo 17 a submissão se
relaciona praticamente à atitude dos crentes para com os seus próprios líderes.
Com estas palavras de responsabilidade colocada sobre ambos, discípulos e
líderes, o escritor encerra a composição prática e exortatória que começou com
10:19. O restante é pessoal.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 61-62.
O SACRIFÍCIO FALSO E
O VERDADEIRO
Hebreus 13:9-16
Pode ser que ninguém
chegue a descobrir jamais o significado preciso desta passagem. Certamente
existia alguma doutrina falsa que se estava difundindo na Igreja e a que se
refere esta Carta. O autor não precisa descrevê-la para o povo ao qual se
dirige, porque era bem conhecida, até alguns tinham caído em suas redes e todos
estavam sob sua ameaça. Quanto a no que consistia, só possuímos algumas
indicações e podemos fazer deduções e conjeturas.
Começaremos com um
fato básico. O autor está convencido de que a verdadeira fortaleza do homem só
provém da graça divina e que o que o povo come e bebe não tem nada a ver com
sua força espiritual. Assim, pois, na Igreja a qual se dirige a Carta havia
alguns que davam muita importância às leis alimentares. Eis aqui algumas
observações.
(1) Os judeus tinham
suas leis rígidas sobre mantimentos, estabelecidas por extenso em Levítico 11.
Todo mundo sabe que nenhum judeu come carne de porco. O judeu cria que podia
servir e agradar a Deus comendo ou não comendo certos mantimentos.
Possivelmente haveria nesta Igreja cristãos dispostos a abandonar a liberdade
cristã para voltar de novo ao jugo das leis e prescrições judias sobre
mantimentos, pensando que agindo dessa maneira adicionariam vigor à sua vida
espiritual e às suas almas.
(2) Havia alguns
gregos que tinham ideias muito definidas sobre os mantimentos. Já Pitágoras
pensava algo pelo estilo; cria na reencarnação; em que a alma do homem passava
de corpo em corpo até merecer finalmente a libertação. Essa libertação podia
apressar-se pela oração, a meditação, a disciplina e o ascetismo. Por esta
razão os pitagóricos eram vegetarianos e se abstinham de carne. Os chamados
gnósticos formavam
um grupo com as
mesmas características. Pensavam que a matéria era completamente má e que o
homem devia concentrar-se no espírito, que era inteiramente bom. Portanto criam
que o corpo era inteiramente mau e que o homem devia castigá-lo e tratá-lo com
o maior rigor e austeridade. Reduziam a alimentação ao mínimo possível e se
abstinham também da carne. Eram muitos os gregos que pensavam que pelo que
comiam ou deixavam de comer se fortaleciam espiritualmente e libertavam suas
almas.
(3) Mas nada de tudo
isto parece ter tido a ver no caso. Aqui o comer e o beber têm algo que ver com
o corpo de Cristo. O autor de Hebreus se remonta às prescrições do Dia da
Expiação. Agora, segundo essas prescrições, os corpos do bezerro devotado pelos
pecados do sumo sacerdote e do bode emissário devotado pelos pecados do povo,
deviam ser consumidos inteiramente pelo fogo num lugar fora do acampamento
(Levítico 16:27). Eram ofertas pelo pecado e ainda que os que rendiam o culto
tivessem desejado comer essa carne não podiam fazê-lo.
O autor considera
Jesus como o sacrifício perfeito. O paralelismo é completo porque, além disso,
Jesus foi sacrificado fora da porta; efetivamente, o Calvário estava fora dos
muros de Jerusalém. As crucificações sempre se levavam a cabo fora de uma
população. Jesus também foi a oferta pelo pecado em favor dos homens. Em consequência,
assim como ninguém podia comer a carne da oferta do pecado no Dia da Expiação
tampouco ninguém pode comer a carne de Cristo. Pode ser que aqui tenhamos a
chave; é possível que existisse nessa Igreja um pequeno grupo que, seja no
sacramento, seja em alguma comida comum, consagrassem seus mantimentos a Jesus
e pretendessem de fato e verdadeiramente comer o corpo de Cristo. Poderiam
ter-se convencido a si mesmos de que pelo fato de consagrar seus mantimentos a
Cristo, o corpo dEle entrava neles. Isto era efetivamente o que as religiões
gregas pensavam de seus próprios deuses.
Quando um grego
sacrificava recebia parte da carne. Com frequência fazia uma festa para si
mesmo e seus amigos dentro do
templo, onde teve
lugar o sacrifício, crendo que quando ingeria a carne do sacrifício, o deus que
estava na carne sacrificada entrava em sua pessoa. Com a carne a vida do deus
entrava em seu corpo e em seu coração. Bem pode ser que alguns gregos tivessem
introduzido no cristianismo suas próprias ideias e falassem de comer o corpo de
Cristo.
O autor cria com toda
a força de seu ser que nenhuma comida podia introduzir a Jesus Cristo no
interior do homem; que Cristo jamais pode entrar num homem a não ser pela
graça. É muito provável que tenhamos aqui uma reação contra a demasiada ênfase
nos sacramentos. É notável que o autor jamais menciona os sacramentos, que não
parecem entrar absolutamente dentro de sua colocação. É provável que até
naquela época tão primitiva existissem os que tinham uma concepção muito
mecânica dos sacramentos e esqueciam que nenhum sacramento do mundo é útil por
si mesmo; o único proveito está na graça de Deus acolhida pela fé do homem. Não
é a carne, mas sim a fé e a graça o que importa.
Mas esta colocação
estranha dava o que pensar a nosso autor. Cristo tinha sido crucificado fora da
porta como proscrito e expulso pelos homens; foi acusado de ser um criminoso;
foi contado entre os transgressores. Aqui o autor descobre uma imagem: também
nós devemos nos separar da vida do mundo, nos submeter a sair fora das portas
do mundo, carregar sobre nós a mesma recriminação que Cristo carregou. A
separação, o isolamento e a humilhação podem sobrevir sobre o cristão como
sobrevieram sobre Cristo. Os cristãos devem estar preparados para suportar o
mesmo tratamento do mundo que suportou seu Mestre.
Mas o autor vai mais
além. Se no sacramento o cristão não pode oferecer de novo o sacrifício de
Cristo, qual é o sacrifício que pode oferecer? O autor diz que várias coisas.
(1) Pode oferecer a
Deus seu contínuo louvor e ação de graças. Os povos antigos sustentavam às
vezes que uma oferta de gratidão era mais aceita a Deus que uma oferta pelo pecado,
porque quando um homem a oferecia, buscava obter algo de Deus, o perdão de seus
pecados, enquanto que uma oferta de gratidão era uma oferta incondicional de
seu coração agradecido. O sacrifício de ação de graças é aquele que todos podem
oferecer e ao qual devem sentir-se obrigados.
(2) Pode oferecer uma
profissão pública e prazerosa de sua fé em Cristo. Esta é uma oferenda de
lealdade. O cristão sempre pode oferecer a Deus uma vida que não se envergonha
de mostrar de quem é e a quem serve. Não envergonhar-se jamais do Evangelho de
Jesus Cristo é também uma oferta.
(3) O cristão pode
oferecer a Deus como sacrifício obras de amor e o compartilhar com seu próximo.
De fato isto era algo que o judeu sabia muito bem. Depois do ano 70 de nossa
era os sacrifícios do templo chegaram a seu fim. Já não eram possíveis, porque
nesse ano o templo tinha sido destruído. O que ficou? Os rabinos ensinavam que
nesses dias tardios em que o ritual do templo tinha concluído, a teologia, a
oração, a penitência, o estudo da Lei e a caridade eram ainda sacrifícios
equivalentes aos do antigo ritual.
O rabino Jônatas Ben
Zakkai se consolava nesses tristes dias crendo que "com a prática da
caridade ainda possuía um sacrifício válido pelo pecado".
Um escritor cristão
antigo diz: "Espero que seu coração renda frutos: que dê culto ao Deus
Criador de tudo, e que lhe ofereça continuamente suas orações por meio da
compaixão porque a compaixão que os homens mostram pelos homens é um sacrifício
incruento e santo a Deus."
Finalmente, Jesus
mesmo disse: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes” (Mateus 25:40). E o melhor sacrifício de todos é ajudar a um dos
filhos de Deus que padece necessidade.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
205-208.
II -
REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER (4,15-17)
1. Paulo relembra o
apoio dos filipenses.
O verbo «...sabeis...»
exibe um apelo do apóstolo ao conhecimento que os crentes de Filipos tinham do
fato que somente eles vinham contribuindo com o apóstolo dos gentios,
financeiramente falando. Mas isso não visou deixar as demais comunidades cristã
sem posição desfavorável, mas simplesmente serviu para enfatizar a posição ímpar
dos crentes filipenses sobre aquela questão, a qual fazia parte do louvor que
Paulo lhes faz, sem com isso querer diminuir a qualquer outra igreja local
cristã. Essa questão de conhecimento, no que tange à ajuda financeira, tem por
intuito incluir outras ações passa das de benevolência, e não apenas a ação presente
daqueles crentes. As palavras «...também vós...» significam que, além do apóstolo
dos gentios, os próprios crentes filipenses tinham «conhecimento» desse fato.
«...ó filipenses...»
Usualmente o apóstolo dos gentios não se dirigia a seus leitores originais,
chamando-os pelo nome. Mas outros exemplos dessa prática que aqui vemos
aparecem em II Cor. 6:11 e Gál. 3:1. Isso acrescenta certo toque pessoal às
palavras de Paulo, expressando sua afeição profunda e intensa. Sabe-se bem que
o uso do nome de alguém é agradável para a pessoa assim chamada, e isso muito
aumenta o interesse pessoal no diálogo.
«...no início do
evangelho...» Os versículos que se seguem mostram-nos que Paulo indicava «a primeira
vez em que o evangelho fora pregado na Macedônia», isto é, o «início do
ministério do evangelho» naquela região.
Paulo faz aqui alusão
ao dinheiro que eles lhe tinham enviado mais ou menos ao tempo de sua partida
da Macedônia. (Ver Atos 17:14). Contudo, alguns estudiosos supõem que essa
expressão não indica algum ponto do tempo, mas de «importância», como se para
Paulo o evangelho então tivesse começado realmente a prosperar, na missão europeia,
embora ele ainda estivesse em meio à sua carreira, no tocante ao tempo. Assim
pensa também Lightfoot (in loc.): «A fé de Cristo, por assim dizer, tivera um
novo começo». Mas isso é ornar desnecessariamente e complicar demais o sentido simples
das palavras de Paulo. O décimo sexto versículo menciona uma dádiva anterior
àquela que é aqui mencionada, quando Paulo ainda se encontrava em Tessalônica.
É perfeitamente possível que tenha havido outras ofertas semelhantes, que não
são aqui aludidas. No presente versículo, pois, Paulo se refere a uma ocasião
cerca de dez anos antes de haver ele escrito estas palavras.
«...Macedônia...»
(Quanto a notas expositivas completas sobre essa província, ver Atos 16:9. Quanto
a «Filipos», cidade pertencente àquela província, ver Atos 16:12). Paulo
costumava referir-se, em suas cartas, a distritos ou províncias por onde
passara em suas viagens, ao invés de mencionar cidades. (Com parar isso com os
trechos de Rom. 16:5; I Cor. 16:15; II Cor. 2:13; 7:5; 8:1 9:2).
«...se associou
comigo...» No original grego temos o verbo «koinoneo», que significa
«compartilhar», «fazer parte», «participar», «contribuir com uma porção».
Nenhuma outra comunidade cristã, exceto a de Filipos, se associara a Paulo no
tocante a participar de sua conta de débito e crédito.
Nenhuma outra igreja
cristã local entrara em «sociedade» com ele nesse particular. Somente os
crentes filipenses se tinham tornado seus sócios no evangelho, enquanto ele se
encontrava distante deles, compartilhando de seu trabalho; e isso através de
meios financeiros.
«...dar e receber...»
Paulo emprega aqui a terminologia das finanças, talvez de modo brincalhão, ou
seja, «crédito» e «débito». No décimo sétimo versículo ele usa a expressão
«...vosso crédito...», dando assim prosseguimento à metáfora mercantil.
Conforme comenta Robertson (in loc.): «Paulo não precisava manter conta
corrente com nenhum a outra igreja local, embora, mais tarde, Tessalônica e
Beréia se tenham unido àquele em apoio ao trabalho de Paulo em Corinto (ver II
Cor. 11:8 e ss.)».
Depois disso, várias
outras igrejas locais gentílicas contribuíram para a oferta que foi enviada aos
santos pobres de Jerusalém; mas isso não foi uma dádiva pessoal a Paulo. (Ver
Rom. 15:25 sobre essa questão, bem como notas expositivas adicionais em II Cor.
9:2, acerca das áreas específicas que participaram dessa citada coleta).
Os intérpretes têm
elaborado sobre a metáfora mercantil, vendo nela os significados possíveis
seguintes:
1. Talvez Paulo se
estivesse referindo a uma conta de «dois lados»: Paulo lhes dera realidades
espirituais e recebera coisas materiais; os crentes filipenses tinham
recebido realidades espirituais e haviam dado coisas materiais.
2. Ou o lado devedor
talvez esteja em branco nessa conta corrente, do lado dos crentes filipenses,
ao passo que o lado «credor» estivesse vago do lado do apóstolo, embora tudo
ainda fosse um a questão de «dar e receber».
No dizer de Vincent
(in loc.). «A dádiva dos filipenses e o recebimento por parte de Paulo formam
os' dois lados da conta corrente».
3. Naturalmente, não
há aqui qualquer indicação de «dádiva mútua», como se Paulo houvesse enviado
dádivas em dinheiro para o trabalho evangelístico em Filipos.
4. Mui provavelmente,
nada de especial e particular está em foco, com o uso dessa expressão, quanto a
quem teria dado e quem teria recebido, ou quanto ao que teria sido dado; mas
está em pauta apenas a ideia bem geral de alguma forma de transação financeira
entre Paulo e os filipenses, o que provocou o uso de um a terminologia
financeira.
«...igreja...» (Quanto
a notas expositivas completas sobre a «igreja», em seu aspecto universal e
local, ver o trecho de Efé. 3:10).
«...unicamente vós
outros...» Neste ponto Paulo se refere a doações voluntárias, que podem ser
incluídas ou separadas da remuneração que os ministros do evangelho merecem.
Sobre essa questão, ver os trechos de I Cor. 9:6-18; II Cor. 11:7-10 e I Tes.
2:9. D ar «ofertas», em adição ao que era requerido (o dízimo), é algo
firmemente baseado nos preceitos do antigo pacto. Naturalmente, Paulo em parte
alguma ensina que se pague o dízimo; mas a experiência mostra-nos que essa é um
a quantia prática, nada havendo, em todo o N.T., contrário a essa prática,
embora não existam ali ensinamentos específicos que o recomendem. Não há que
duvidar que os crentes filipenses sustentavam seus ministros locais. Mas, além
disso, davam ofertas a Paulo, para a sua missão no estrangeiro, que para eles importava
em autêntico sacrifício. Isso serve de bom exemplo para a igreja cristã de
qualquer época. Um crente sincero contribuirá com pelo menos a décima parte do
que ele ganha, para o trabalho do evangelho; e talvez mais ainda. Nossa
preocupação não deve ser quão pouco podemos dar, a fim de cumprir um a
«obrigação», mas antes, quanto podemos dar, ainda que isso envolva em
sacrifício, para garantir a abundância do sucesso no trabalho.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 67-68.
Paulo reconhece com
gratidão o fato de que o presente donativo era o segmento de uma série de
donativos. Ele menciona algo que tanto os filipenses quanto ele mesmo sabiam
muito bem, a saber, que quando a igreja filipense estava em seus primórdios,
recém-fundada – isso aconteceu há uma década pelo menos –, então já naqueles
primeiros dias da proclamação do evangelho naquela região, eles, e somente
eles, partilharam com ele no tocante (e seguem alguns termos comerciais) a
despesas e receitas, isto é, uma conta em que os filipenses eram os doadores e
Paulo o recipiente. Determinando a ocasião mais precisamente quanto ao tempo, o
apóstolo diz que essa generosidade foi demonstrada em conexão com sua partida
da Macedônia (onde se localizavam Filipos e a vizinha Tessalônica), partida um
tanto precipitada, como temos indicado em Atos 17.14. Os amigos filipenses
ouviram das tribulações de Paulo em Tessalônica, e imediatamente correram em
seu auxílio em termos materiais, permitindo-lhe continuar seu trabalho em outros
lugares (em Acaia, Atenas e Corinto; cf. 2Co 11.8,9).
HENDRIKSEN. William. Exposição de Filipenses. Editora Cultura Cristã. pag. 596.
4.15 - Dar e receber.
Paulo considerava a relação entre ele e os filipenses como uma via de mão
dupla, com ambas as partes ativamente envolvidas no sentido de partilhar tanto
dádivas materiais como espirituais.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 536.
15. No início do
evangelho. Quando o Evangelho foi proclamado pela primeira vez na Macedônia.
Quando parti provavelmente se refere à oferta feita por ocasião da partida
(cons. Atos 17:14), e não posteriormente (cons. lI Co. 11:9). A dar e receber.
A primeira das diversas alusões feitas a transações financeiras. Talvez fosse
um gentil lembrete de que o pagamento em troca de bens espirituais não era de
todo descabido (cons. I Co. 9:11).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 29-30.
4.15 no início do
evangelho. Quando Paulo pregou o evangelho em Filipos pela. primeira vez (At
16.13). quando parti. Quando Paulo deixou Filipos pela primeira vez,
aproximadamente dez anos antes (Al 16.40). Macedônia. Além de Filipos, Paulo
também ministrou em duas outras cidades na Macedônia: Tessalônica e Bereia (Al
17.1-14). no tocante a dar e receber. Paulo utilizou três termos empresariais.
"No tocante" pode ser traduzido por "compulando".
"Dar e
receber" diz respeito a despesas e receitas. Paulo era um fiel mordomo dos
recursos de Deus e registrava cuidadosamente tudo o que recebia e gastava,
senão unicamente vós. Somente os filipenses enviaram provisões para Paulo a fim
de suprir suas necessidades.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1624.
2. O necessário para
viver.
Agora Paulo se lembra
de duas outras ocasiões, anteriores, em que recebera dinheiro da parte dos
crentes filipenses. Após a sua primeira visita a Filipos, Paulo se dirigiu
diretamente a Tessalônica, um porto de mar da Macedônia, evidentemente tendo
ficado em dificuldades financeiras de alguma sorte, sobre o que o livro de Atos
nada nos informa. Mas os crentes filipenses o ajudaram naquele momento de
crise; e assim o seu trabalho pôde continuar. Paulo lhes devia grande gratidão,
portanto; e aqui tece apreciações sobre o espírito fraternal que haviam
demonstrado, até mesmo mais que sobre a própria ajuda financeira, porquanto aquela
atitude amorosa era evidência de que Cristo operava neles, tornando-os segundo
a sua própria imagem.
Em Tessalônica, Paulo
viveu principalmente através do seu próprio labor manual (ver I Tes. 2:9 e II
Tes. 3:8). Mas talvez tenha havido alguma suavização dessa situação, ou talvez
ele não ganhasse o bastante para viver decentemente. Porém, os crentes
filipenses se prontificaram a ajudá-lo naquela questão, a fim de que ele
pudesse continuar devotado ao seu trabalho de evangelismo; e isso, afinal de
contas, é o motivo mesmo pelo qual contribuímos para os obreiros cristãos.
Essas contribuições liberam-nos para o trabalho do evangelho.
Em confronto com a
cronologia do livro de Atos, Paulo se refere aqui a eventos registrados no
décimo sétimo capítulo desse citado livro. Mais tarde, quando estava ele a
caminho de Corinto (ver o décimo oitavo capítulo do livro de Atos), Paulo
recebeu novamente dádivas, trazidas por Timóteo e Silas (aquelas mencionadas no
décimo quinto versículo deste capítulo). Ambas as instâncias representam
estágios de sua «partida da Macedônia», em que a primeira dessas instâncias
ocorreu antes de haver ele realmente abandonado esse território.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 68.
A gora Paulo se lembra
de duas outras ocasiões, anteriores, em que recebera dinheiro da parte dos
crentes filipenses. Após a sua primeira visita a Filipos, Paulo se dirigiu diretamente
a Tessalônica, um porto de mar da Macedônia, evidentemente tendo ficado em
dificuldades financeiras de alguma sorte, sobre o que o livro de Atos nada nos
informa. Mas os crentes filipenses o ajudaram naquele momento de crise; e assim
o seu trabalho pôde continuar. Paulo lhes devia grande gratidão, portanto; e
aqui tece apreciações sobre o espírito fraternal que haviam demonstrado, até
mesmo mais que sobre a própria ajuda financeira, porquanto aquela atitude amorosa
era evidência de que Cristo operava neles, tornando-os segundo a sua própria
imagem.
Em Tessalônica, Paulo
viveu principalmente através do seu próprio labor manual (ver I Tes. 2:9 e II
Tes. 3:8). Mas talvez tenha havido alguma suavização dessa situação, ou talvez
ele não ganhasse o bastante para viver decentemente. Porém, os crentes
filipenses se prontificaram a ajudá-lo naquela questão, a fim de que ele pudesse
continuar devotado ao seu trabalho de evangelismo; e isso, afinal de contas, é o
motivo mesmo pelo qual contribuímos para os obreiros cristãos. Essas contribuições
liberam-nos para o trabalho do evangelho.
Em confronto com a
cronologia do livro de Atos, Paulo se refere aqui a eventos registrados no
décimo sétimo capítulo desse citado livro. Mais tarde, quando estava ele a
caminho de Corinto (ver o décimo oitavo capítulo do livro de Atos), Paulo
recebeu novamente dádivas, trazidas por Timóteo e Silas (aquelas mencionadas no
décimo quinto versículo deste capítulo). Ambas as instâncias representam
estágios de sua «partida da Macedônia», em que a primeira dessas instâncias
ocorreu antes de haver ele realmente abandonado esse território.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 68.
16. De Filipos, os
missionários apostólicos vieram a Tessalônica (At 17:19). Até lá os filipenses
enviaram ajuda. As melhores tradições textuais (Sinaítica, Vaticanus, etc.)
acrescentam “para as minhas necessidades”, como na ARA. Há várias questões
levantadas por esta referência à ajuda recebida durante o ministério de Paulo
em Tessalônica; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas
duas, o bastante para as minhas necessidades.
Paulo se refere a seu
“labor e fadiga” (1 Ts 2:9; 2 Ts 3:8), durante este período, e pode-se presumir
que, numa época de crise econômica, aliviada parcialmente pelo seu trabalho
manual, as dádivas de Filipos chegaram em boa hora. Que tais donativos se
repetiram, se deduz de não somente uma vez, mas duas (veja-se L. Morris quanto
a esta frase, NovT
I (1956), pp. 203-8;
B. Rigaux, Les építres aux Thessaloniciens, Paris, 1956, p. 461). Se a primeira
palavra da sentença kai hapax kai dis não fizer parte da expressão, mas, serve
apenas de conetivo, então o sentido será: “tanto quando eu estava em Tessalônica,
e mais de uma vez quando eu estava em outros lugares” (de acordo com Morris,
loc. cit., p. 208). Esta frase implica em que houve frequente remessa de
donativos a Paulo, provavelmente enquanto estava em Tessalônica, durante um
período mais longo do que Atos 17 dá a entender. (Veja-se E. Haenchen, The Acts of the Apostles, pp. 51 ls. Assim pensam Gnilka,
Michaelis e Collange).
Ralph
P. Martin, Ph. D.. Filipenses Introdução
e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 181.
1 Tm 6.10 — O
dinheiro em si não é um problema, mas o amor do dinheiro é. O amor ao dinheiro
é a raiz dos males. O amor ao dinheiro pode levar uma pessoa a todo tipo de
males. A cobiça pode levar um cristão até a desviar-se da fé. A ganância e o materialismo
podem cegar o cristão a ponto de ele se distanciar de sua fé. Muitas dores. Uma
vida centrada em coisas materiais produz somente dor.
1 Tm 6.11 — Paulo faz
uma séria advertência contra o materialismo. Foge é uma ordem firme. Segue é determinação
para perseguir ou ir atrás de algo ou alguém. A justiça, a piedade e a fé são
qualidades de caráter. A caridade, a paciência e a mansidão são frutos da vida
controlada pelo Espírito (Gl 5.22). Homens e mulheres de Deus devem, com todo o
seu ser, seguir a piedade, não objetivos puramente materiais.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 601.
O apóstolo afirma que
o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males (v. 10). Tendo o amor do
dinheiro, por quais pecados o homem não será atraído? Particularmente, isto
estava na base da apostasia de muitos da fé cristã; enquanto cobiçavam
dinheiro, eles se desviavam da fé, abandonavam o cristianismo e traspassavam a
si mesmos com muitas dores. Observe: [1] Qual é a raiz de toda espécie de
males? O amor ao dinheiro. As pessoas podem ter dinheiro, e mesmo assim não amá-lo.
Mas, se o amarem imoderadamente, ele as levará para toda espécie de males. [2]
Pessoas cobiçosas renunciarão a sua fé, se isso as levar a ganhar dinheiro: Nessa
cobiça alguns se desviaram da fé. D emas me desamparou, amando o presente
século (2 Tm 4.10). O mundo era mais precioso para ele do que o cristianismo.
Observe: Aqueles que
se afastam da fé, se traspassam com muitas dores. Aqueles que se afastam de
Deus, apenas acumulam dores para si mesmos.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 702.
O motivo de seus
ensinamentos (w. 5b-10). Esses falsos mestres imaginavam que a "piedade é
fonte de lucro". Aqui (1 Tm 6:5), o termo "piedade" refere-se à
"profissão da fé cristã" e não à vida autêntica de santidade pelo
poder do Espírito. Usavam sua profissão religiosa como um meio de ganhar dinheiro.
O que faziam não era um ministério real, mas apenas um negócio religioso.
Paulo sempre tinha o
cuidado de não usar seu chamado e ministério como um meio de ganhar dinheiro.
Chegou até a recusar o sustento da igreja de Corinto para que ninguém o
acusasse de ganância (1 Co 9:15-19). Em momento algum usou sua pregação com
"intuitos gananciosos" (1 Ts 2:5). Como é triste ver os charlatães
religiosos de hoje se aproveitarem de pessoas ingênuas, prometendo-lhes ajuda
enquanto tomam seu dinheiro.
A fim de advertir
Timóteo - e de nos advertir - sobre os perigos da ganância, Paulo apresenta
quatro fatos: A riqueza não traz contentamento (v. 6). O termo
"contentamento" significa "uma suficiência interior que nos
mantém em paz apesar das circunstâncias exteriores". Paulo usa a mesma
palavra quando diz: "Porque aprendi a viver contente em toda e qualquer
situação"
(Fp 4:11). O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração, não do dinheiro
na mão. A pessoa que depende de bens materiais para ter paz e segurança nunca ficará
satisfeita, pois as coisas sempre acabam perdendo seu atrativo. São os ricos, não
os pobres, que consultam os psiquiatras e que se mostram mais propensos a cometer
suicídio.
A riqueza não é
duradoura (v. 7). Gosto de traduzir esse versículo com as palavras de Jó:
"Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele"
(ver Jó 1:21). Quando uma pessoa morre e o espírito deixa o corpo, não pode levar
coisa alguma consigo, pois ao vir ao mundo não trouxe coisa alguma. Todos os seus
bens vão para o governo, para seus herdeiros ou, talvez, para organizações
filantrópicas e para a igreja. A resposta à pergunta:
"quanto ele
deixou?" é de conhecimento geral: tudo!
Nossas necessidades
físicas podem ser supridas com facilidade (v. 8). O alimento e a
"cobertura" (roupas e abrigo) são necessidades básicas; se as
perdemos, ficamos desprovidos da capacidade de obter outras coisas. Um avarento
sem comida pode morrer de fome contando seu dinheiro. Isso me lembra a história
de um quacre que levava uma vida muito simples observando seu vizinho novo se
mudar com todos os apetrechos e "brinquedos" que as "pessoas de sucesso"
acumulam. Por fim, o quacre foi até a casa do vizinho e disse: - Senhor, se
precisares de alguma coisa, avisa-me, e eu te direi como poderás viver sem ela.
Henry David Thoreau,
naturalista do século XIX, dizia que a riqueza de um homem é diretamente
proporcional ao número de coisas sem as quais ele é capaz de viver.
As crises que o mundo
enfrenta na economia e energia provavelmente serão usadas por Deus para
estimular as pessoas a simplificar seu modo de viver. Muita gente "sabe o
preço de tudo, mas não sabe o valor de coisa alguma". Estamos tão
saturados de luxos que nos esquecemos de como desfrutar as coisas mais
essenciais.
O desejo de riqueza
conduz ao pecado (w. 9, 10). A tradução exata é: "os que ficarão ricos"
e descreve pessoas que precisam de cada vez mais coisas para ser felizes e se sentirem
bem-sucedidas. Mas as riquezas são uma armadilha; conduzem à escravidão, não à
liberdade. Em vez de saciar, as riquezas criam outras concupiscências (desejos)
a serem satisfeitas. Paulo dá uma descrição vívida dos resultados: "muitas
concupiscências insensatas e perniciosas [...] afogam os homens na ruína e
perdição" (1 Tm 6:9). Vemos aqui a imagem de um homem se afogando! Ele
confiava em suas riquezas e navegava tranquilamente pela vida, quando veio a
tempestade e o afundou.
É perigoso usar a
religião como fachada para obter riquezas. Por certo, o obreiro de Deus é digno
de seu salário (1 Tm 5:1 7, 18), mas sua motivação para trabalhar não é o dinheiro.
Se fosse, ele seria apenas um "mercenário", não um verdadeiro pastor
(Jo 10:11-14). Não devemos perguntar: "Quanto vou ganhar com isso?",
mas sim: "Quanto posso dar?"
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 305-306.
Atitudes Corretas dos
Verdadeiros Mestres. 6:6-10.
6. Grande fonte de
lucro. Esta palavra parece ter o significado uniforme de "causa de
ganho", "meio de vida", o que lhe dá um sentido melhor aqui. Paulo
quer dizer: "A fé cristã com suficiência nesta vida é um grandioso meio de
vida". Ele já disse (em 4:8, que é paralela e um bom comentário) que a
piedade é proveitosa sob todos os aspectos, dando a promessa não apenas para
esta vida mas também para a vida futura. É esta ênfase escatológica que Paulo
pretende destacar no restante da epístola. Nos versículos 7, 8 o apóstolo
mostra a loucura de se colocar as esperanças e os desejos neste mundo, que é
temporário. É preciso contentar-se com o alimento e abrigo.
9,10. Nestes
versículos ele desenvolve a ideia da loucura de se concentrar na acumulação de
riqueza como um fim em si mesmo. A tradução de Hendriksen (op. cit.) parece a
preferível: Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Nessa cobiça
(referindo-se ao dinheiro) alguns se desviaram da fé. Amor ao dinheiro é
idolatria (Cl. 3:5; Ef. 5:5; I Jo. 2:15) e afasta da verdadeira esperança o
cristão.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 31-32.
3. “Não procuro
dádivas”.
Paulo reitera aqui o
seu desinteresse pelas coisas materiais, conforme se vê nos versículos onze a
treze deste capítulo, pela primeira vez. Porém, apesar de declarar-se assim
desinteressado, reconheceu que o que os crentes filipenses tinham feito era um
a coisa boa, em favor de um seu irmão na fé; e ele pôde apreciar como tal a
ação. E aqui declara que isso seria lançado no «crédito» deles, ou seja,
receberiam a recompensa da parte do Senhor.
Haveriam de ganhar
uma bênção por terem dado, sendo isso um resultado natural da lei da colheita
de conformidade com a semeadura, conforme se aprende no trecho de Gál. 6:7,8,
onde o leitor pode examinar as respectivas notas expositivas.
«...que eu
procure...» No tempo presente, no original grego, a fim de assinalar um a ação
habitual do apóstolo. Paulo não cobiçava o dinheiro de quem quer que fosse (ver
Atos 20:33), mas labutava com as suas próprias mãos a fim de suprir as suas
necessidades pessoais.
«...donativo...» No
grego temos o vocábulo «doma», usado somente aqui e em Efé. 4:8, em todo o N.T.
Paulo não procurava tal ·donativo, e nem qualquer outra forma de dádiva, mas estava
antes interessado no «fruto espiritual», produzido pelas vidas de seus
convertidos. Paulo reitera aqui o verbo «procurar», para dar maior força à sua
asseveração. Ele não procurava uma coisa, mas procurava a outra (embora nossa
versão, na segunda ocorrência desse verbo, traduza-o por «...o que realmente me
interessa...»).
« ...fruto...» Essa palavra
era frequentemente usada para indicar o «incremento» produzido pelo dinheiro
aplicado. Portanto, Paulo continuava empregando a metáfora mercantil, iniciada
no versículo décimo quinto deste capítulo. Os crentes filipenses poderiam estar
certos de que tinham feito um excelente investimento, porquanto o Senhor da
ceifa, que mantém o registro de todas as contas correntes, providenciaria para
que não somente outras almas fossem trazidas aos pés de Cristo, através daquele
donativo, mas também que os próprios doadores seriam enriquecidos, depois de
terem tido suas almas salvas do julgamento, assim aumentando a glória de
Cristo, que é o Salvador. O galardão da parte do Senhor está aqui em foco. (Ver
o trecho de II Cor. 5:10 quanto a notas expositivas sobre o «tribunal de
Cristo»; e ver I Cor. 3:8,14, onde também são discutidos os «galardões» que
serão conferidos aos crentes). Os crentes filipenses seriam enriquecidos
eternam ente em troca de um serviço temporal que haviam emprestado, feito
mediante o impulso do Espírito Santo.
« ...aumente ...» No
grego, «pleonadzo», que quer dizer «abundar», «tornar-se mais», «estar presente
em abundância». O investimento dos filipenses produziria ·dividendos
abundantes, enriquecendo-os espiritualmente.
A ênfase recai sobre
a ideia de abundância. É como se Paulo estivesse dizendo: «Não quero o capital,
e, sim, os juros; e isso para ser lançado em vossa conta, e não na minha».
(Scott, in loc.). Por essa mesma razão é que o Senhor Jesus disse: «Mais
bem-aventurado é dar que receber» (Atos 20:35). E essa é a maior das razões por
que assim são as coisas, embora não se trate da única razão. Nenhuma dádiva,
conferida com sinceridade de coração, poderá jamais perder-se. Deve trazer com
isso suas recompensas. Ora, tudo isso serve de grande motivo para contribuirmos
financeiramente para o trabalho do evangelho, particularmente para as missões
no estrangeiro.
«...vosso crédito...»
Tem continuação, com essas palavras, a metáfora mercantil. Os crentes
filipenses são pintados como quem tem uma conta corrente com o Senhor; mas,
tendo feito um donativo a Paulo, o Senhor assinalou o aumento correspondente ao
crédito deles, nos livros de contabilidade dos céus. A recompensa ainda será
futura, eterna; mas não há que duvidar que também alguma coisa lhes seria dada
até mesmo nesta vida terrena, por haverem sido generosos para com alguém. Isso
se dá com todos quantos se mostram generosos, sobre tudo com os ministros e missionários
do evangelho. Os que assim agirem estarão aumentando o seu crédito, o seu
investimento. Poderão fazer retiradas agora, desse crédito, mas, no «dia de
Cristo», todas as contas serão acertadas. Paulo promete a Cristo um a grande
vantagem nessa questão, por causa do serviço fiel que lhe tinham prestado; e
isso é que realmente o interessava, por ser ele um bom pastor, interessado no
bem-estar eterno de suas ovelhas.
O sentimento deste
versículo pode ser comparado com o trecho de Pro. 19:17, que diz: «Quem se
compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício».
Paulo ansiava por
livrar-se da possibilidade de ser acusado de desejar receber sempre donativos,
ao mesmo tempo que situava na sua respectiva apropriada a questão inteira das
doações cristãs. Conforme comenta Adam Clarke (in loc.) ׳. «Não vos falo assim
para incitar-vos a enviar-me mais donativos; mas falo acerca do tema em geral,
porque quero que produzais tal fruto que seja lançado em vossa conta no dia do
Senhor».
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 68-69.
...maior interesse no
bem espiritual dos crentes do que no dinheiro deles (4.17). A maior alegria de Paulo
não era receber o donativo enviado pela igreja, mas saber que os dividendos
espirituais da igreja aumentaram por conta da sua generosidade. Paulo manteve a
tônica dessa carta: os interesses do outro vêm antes dos interesses do eu.
F. F. Bruce
corretamente afirma que o apóstolo enfatiza que sente gratidão não apenas
porque eles lhe enviaram uma oferta, mas, também, porque esse enviar serviu de sinal
da graça celestial na vida deles. Usando uma figura de linguagem, seria um
depósito que efetuaram no banco celeste, que se multiplicaria a juros
compostos, para benefício deles mesmos. O objetivo dos filipenses fora que sua
generosidade tivesse Paulo como alvo, e isso, de fato, aconteceu; todavia, no
âmbito espiritual, o lucro permanente pertence aos filipenses. Ralph Martin, na
mesma linha de raciocínio, diz que esse versículo está cheio de termos
comerciais, “...procure o donativo” talvez seja um termo técnico para a
exigência de pagamento de juros. Já a palavra “fruto” é lucro ou juros. A
expressão grega pleonazein, “que aumente”, é um termo bancário regular para
crescimento financeiro; “vosso crédito” significa conta. Assim, a sentença toda
é um jogo de palavras que procura exprimir a esperança de Paulo, num jargão
comercial: “aguardo os juros que serão creditados em vossa conta”, de tal forma
que Paulo, no último dia, estará satisfeito com os seus investimentos em
Filipos.
Quando ofertamos, nos
beneficiamos a nós mesmos na mesma medida em que socorremos os necessitados
(2Co 9.10-15). Quem dá ao pobre, a Deus empresta. Quem semeia com abundância,
com abundância também ceifará (2Co 9.7). O texto bíblico de Hebreus 6.10 diz:
“Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que
evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos”. O
doador enriquece as duas pessoas: a que recebe e a si próprio. Nessa mesma
trilha de pensamento, William Hendriksen diz que o donativo era realmente um
investimento que entrava como crédito na conta dos filipenses, um investimento
que lhes acresce paulatinamente ricos dividendos.457 A Palavra de Deus é enfática
em afirmar que um donativo feito de modo correto sempre enriquece o doador. “A
alma generosa prosperará” (Pv 11.25). “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta”
(Pv 19.17). “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35). Hoje, muitos
obreiros, pastores e missionários estão atrás do dinheiro do povo, e não
interessados na alma do povo (2Co 12.14-18). São obreiros fraudulentos e ganancioso.
que usam toda sorte
de esperteza para explorar o povo, em vez de apascentar o povo. São pastores de
si mesmos, e não do rebanho de Deus. São exploradores das ovelhas, e não
pastores das ovelhas. São mercenários, e não missionários.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 250-252.
4.17 fruto. A palavra
grega pode ser traduzida por "lucro". aumente o vosso crédito. Os
filipenses estavam, de fato, armazenando para si mesmos tesouros no céu (Mt
6.20). As ofertas que eles deram para Paulo estavam acumulando dividendos para
crédito espiritual deles (Pv 11.24-25; 19.17; Lc 6.38; 2Co 9.6).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1624.
13.15,16 — Embora os
sacrifícios do Antigo Testamento houvessem se tornado, com Cristo, obsoletos
(Hb 8.13), os crentes poderiam e deveriam oferecer a Deus sacrifícios
espirituais, entre os quais seu louvor, seus bens, sua vida (Rm 12.1,2).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 667.
III - A
OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS (4.18-23)
1. A oblação no
Antigo Testamento.
1. O sentido da
palavra oblação (w. 17,18)
Explicando a palavra
“oblação” de modo mais explícito, já sabemos que se trata de uma palavra típica
da linguagem litúrgica da vida religiosa dos judeus. Vários tipos de ofertas faziam
parte do sistema sacrificial do Antigo Testamento. Essa palavra está contida No
contexto da expressão “cheiro de suavidade e sacrifício agradável” (v. 18). O
sentido da palavra é “dádiva, oferta” que se oferecia nos atos de entrega a
Deus, conforme dissemos acima, “ofertas de consagração”. Portanto, entre todos
os tipos de ofertas do sistema sacrifical, a “oblação” é a oferta de algo
comestível (“de cereais ou de animais”), fruto da gratidão pelas provisões
materiais da parte de Deus ao seu povo. Essas ofertas não eram queimadas, mas
podiam ser comidas.
2. A oblação dos
filipenses na mente de Paulo (v. 18)
Paulo usa expressões
do culto a Deus e diz que a oferta dos filipenses era “cheiro suave, como
sacrifício agradável a Deus”. A frase “cheiro suave” encontramos repetidamente
no Antigo Testamento, a começar pelo sacrifício de Noé depois que a arca pousou
num dos montes Ararat (Gn 8.20,21). O texto de Gênesis diz que “o Senhor
cheirou o suave cheiro” do sacrifício que Noé lhe ofereceu. Na mente de Paulo,
a dádiva dos filipenses exalava um aroma suave, como um sacrifício aceitável e
aprazível a Deus (Ex 29.18; Gn 4.4). Ele entendia, como uma prática de justiça
e misericórdia, como sendo um sacrifício agradável ao Senhor. No Novo
Testamento, Cristo é sacrifício pelos pecados do mundo e é “oblação de cheiro
suave” como oferta a Deus (Ef 5.2). A atitude dos filipenses era vista por
Paulo como se fosse uma oferta de manjares oferecida a Deus que exalava um
“cheiro suave” diante do Senhor.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 155-156.
OBLAÇÃO Uma oferta
voluntária a Deus. A palavra é frequentemente encontrada na versão KJV em
inglês, tanto em Levítico quanto nos profetas maiores. Ela é usada para traduzir
três palavras hebraicas: minha, a palavra geral para oferta; Fruma, que é
frequentemente traduzida como "ofertas movidas"; e qorban, usada em
relação a uma oferta de manjares. Os termos hebraicos incluem ofertas de todos
os tipos, desde a oferta pacífica até utensílios de ouro e prata ou mesmo uma
terra dedicada ao Senhor (Ez 48.12). Em Números 31.50, existe uma nota distinta
de propiciação, mas sua ênfase usual é um reconhecimento geral da elevada honra
e bondade de Deus. As vezes, a oblação pode expressar uma consciência no
ofertante de que ele pertence a Deus. Desde que o Senhor Jesus Cristo fez sua
oferta única e suficiente, o crente passou a ter a obrigação de ofertar seu
próprio corpo (um "sacrifício vivo", Rm 12.1), como um "sacrifício
de louvor" (Hb 13.15). Cada crente tem o dever de oferecer o melhor de si,
seus dons, para a obra do Senhor (Fp 4.18).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 1384.
SACRIFÍCIOS
Termos e Procedimentos
Os termos hebraicos
básicos do AT para a oferta sacrificial são: (1) minha, "presentes"
(2 Cr 32.23; Jz 6.18), "oferta" (Gn 4.3-5; Nm 5.15-26), "oblação
ou oferta de manjares" (1 Rs 18.29,36), presente oferecido à divindade;
(2) qorban, "oferta" (Lv 1.2 etc), aquilo que é trazido para perto
(cf. Mc 7.11; veja Corbã); (3) zebah, "sacrifício" (Gn 31.54; Êx
10.25; 12.27; 23.18 etc), animal morto (de zabah, "matar para o
sacrifício"), cujos restos podiam ser ingeridos pelo ofertante como um ato
de comunhão com seu deus (Dt 12;27), chamado de sacrifício como oferta pacífica
(Lv 3); (4) 'ola, "holocausto" ou "oferta queimada" (Gn
8.20; 22.2-13) que se eleva como agradável aroma, oferta queimada ao Senhor
(veja Êx 29.25), que é reduzida a cinzas (Lv 6.10) a fim de torná-la uma oferta
irrevogável e lhe dar uma forma espiritual ao elevar-se do altar como fumaça em
direção a Deus; (5) 'asham "oferta pela culpa ou expiação" (Lv 5.6),
"oferta pelo pecado", sacrifício de sangue realizado para a expiação
dos pecados, que são infrações da fé contra Deus e o homem, e resultam em uma
culpa tão grande que exige a pena de morte, usada como uma referência ao
sacrifício vicário de Cristo (Is 53.10); (6) hatta't, "sacrifício pelo
pecado" (Êx 29.14,36; Lv 4), um sacrifício de sangue feito para expiar
pecados involuntários. Em hebraico, os dois primeiros termos estão combinados
(qorban minha) para dar a ideia de uma oblação ou oferta de manjares (cereais;
Lv 2). Essa oferta geralmente assumia a forma de bolos asmos perfurados
(hallot) feitos de fina farinha misturada com azeite e temperada com sal (Veja
Alimentos: Bolo), ou de panquecas delgadas (fqiqim) cobertas com azeite. Também
podia consistir de grãos recentemente colhidos, torrados e cobertos com azeite
e incenso, e queimados no altar. A oferta de manjares era sempre acompanhada
por uma oferta líquida ou libação de vinho (Êx 29.40,41; Lv 23.13,18; Nm
15.4-10; 28.1-31). Um termo mais geral é 'isheh, "oferta no fogo",
uma oferta consumida pelo fogo que incluía o sacrifício de animais (Êx 29.18) e
de bolos assados (Lv 2.11; 24.7). A n'daba, "oferta voluntária", era
oferecida como expressão de devoção, além de ser completamente voluntária, como
seu próprio nome determina (Lv 22.18-23); como tal, o animal podia ser grande
ou pequeno (v. 23). A oferta votiva (neder) era uma espécie de oferta pacífica
(Lv 7.15,16) apresentada por quem estava fazendo o voto, ou quando o voto era
feito (Nm 15.3; Jo 1.16). O termo zebah hattoda era o "sacrifício de
louvores" ou a "oferta de ação de graças" (Lv 7.12,13; SI 50.14,23;
107.22; 116.17; Jr 17.26; Am 4.5), e uma outra forma de oferta de paz que
muitas vezes tornava-se parte de uma refeição de comunhão ingerida pelo
adorador. Veja também Primícias; Dízimos. No NT, a palavra grega mais comum
para "sacrifício" é thysia (Mt 9.13; Rm 12.1; Ef 5.2; Hb 7.27 etc), e
vem de thyo, "sacrificar" (At 14.13,18; 1 Co 5.7), "abater"
(Mt 22.4; cf. Lc
15.23,27,30),
"matar" (Jo 10.10). Com referência ao sacrifício de Cristo como o
Cordeiro de Deus, sphage foi a palavra usada para "assassinato"
(matadouro; Atos 8.32, citando Is 53.7). Um termo mais genérico para
"oferta" é prosphora (At 21.26; Rm 15.16; Ef 5.2; Hb 10.5,8,10,14,18)
significando aquele que é levado à frente. O termo doron, "dons" é
usado na epístola aos Hebreus como um termo paralelo a "sacrifícios"
(Hb 5.1; 8.3,4; 9.9). De acordo com Levítico 1 e 3, o ofertante, em primeiro
lugar, "oferecia" ou "trazia" (hiqrib, 1.3) seu animal no
sentido de fazer com que ele se aproximasse (1.2, o mesmo verbo hebraico)
trazendo-o para o lado norte (1.11) do átrio do Tabernáculo ou Templo. Em
seguida, ele estendia (samak) sua mão sobre a cabeça do animal, evidentemente
para identificar-se com a oferta que iria substituí-lo. Não se pode afirmar com
certeza que esse ato também significava uma transferência de pecado ou culpa. A
vítima era "morta" ou assassinada {shahat) pelo próprio adorador,
exceto no caso dos sacrifícios nacionais (Lv 16.15; 2 Cr 29.24). O sacerdote
recolhia o sangue em uma bacia e o espargia (zaraq), isto é, borrifava ou o
lançava com as mãos (cf. o uso desse verbo em Ex 9.8) contra o altar. A parte
que sobrava do sangue era derramada (shapak) na base do altar. Em seguida, o
ofertante esfolava ou descarnava (hiphshit) o animal e o cortava (natah) em
pedaços, isto é, dividia-o pelas juntas (Lv 1.6,12). Em todas as ocorrências,
os rins, juntamente com sua gordura, o fígado, as entranhas e toda a cauda de
um novilho/bezerro (Lv 1.8; 3.3,4,9,10; 4.8-10; cf. Gn 4.4; 1 Sm 2.16) eram
apresentados ao Senhor (em toda oferta queimada não era necessário fazer
distinções). O sacerdote "queimava" (hiqtir) e "oferecia em
fumaça" tudo isso no altar. Na oferta queimada, todas as partes do animal,
exceto a pele, eram igualmente queimadas no altar. Na oferta pelo pecado,
depois que a gordura e os rins eram removidos, toda a carcaça, incluindo o
couro, eram levados para fora do acampamento e queimados (sarap, 4.11,12). No
caso das ofertas pacíficas, as partes restantes do animal abatido eram
ingeridas pelos sacerdotes e pelos adoradores na refeição do sacrifício; essa refeição
era considerada uma forma de comunhão com o Senhor (Dt 12.6,7; Êx 18.12;
24.5,11). Em Levítico 7.28-34, porções do sacrifício das ofertas pacíficas eram
especialmente reservadas para o sacerdote e sua família, e eram chamadas de
ofertas alçadas (tenupa) e ofertas movidas (teruma). Essa última correspondia
ao peito do animal e era assim chamada porque era "movida", isto é,
movia-se para frente e para trás em direção ao altar como símbolo da
apresentação da oferta a Deus e a devolução, feita por Deus, ao sacerdote. Essa
oferta foi reconhecida no termo ugarítico snpt que ocorre no texto de um ritual
que obedece a uma relação de sacrifícios de paz - selem (BASOR #198 [1970], p.
42). A oferta alçada correspondia ao ombro ou coxa direitos (shoq), alguma coisa
que era levantada ou que se elevava (do hebraico rum; veja o substantivo e o
verbo em Números 15.20; 18.30,32) para o Senhor, e que era separada como uma
"contribuição" para Ele (Lv 7.14,32,34) para uso dos sacerdotes (Nm
18.8-19). J. R.
A Origem dos Sacrifícios
Em relação à origem
dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm sua origem nos homens,
e que Israel apenas reorganizou e adaptou os costumes de outras religiões,
quando inaugurou seu sistema sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram
instituídos por Adão e seus descendentes em resposta a uma revelação de Deus. E
possível que o primeiro ato sacrificial em Génesis tenha ocorrido quando Deus
vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O segundo
sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta do "fruto da
terra", isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua satisfação e
orgulho. Entretanto, seu irmão Abel "trouxe dos primogénitos das suas
ovelhas e da sua gordura" como forma de expressar a contrição de seu
coração, o arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn
4.3,4). [Também é possível que a razão do sacrifício de Abel ter sido agradável
a Deus, em contraste com sua rejeição ao sacrifício de Caim, tenha sido o fato
de Abel ter trazido o que tinha de melhor ("primogénitos" e "sua
gordura") enquanto Caim simplesmente obedeceu aos procedimentos
estabelecidos - Ed.]
Em Romanos 1.21,
Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os patriarcas tinham
a respeito de Deus, e explica a apostasia e o pecado dos homens do seguinte
modo: "Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças". Depois do Dilúvio, "edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou
de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o
altar" (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn
12.8; 13.18; 15.9-17; 22.2ss.), Isaque (Gn 26.25), e Jacó (Gn 33.20; 35.3)
também ofereceram verdadeiros sacrifícios.
Um grande avanço na
organização e na diferenciação dos sacrifícios ocorreu com a entrega da lei no
Monte Sinai. Um estudo dos diferentes sacrifícios indicados revela seu
desenvolvimento final, visando atender às necessidades do indivíduo e da
comunidade.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 1722- 1723.
Sacrifícios do Mundo Antigo
É inútil isolar os
sacrifícios hebraicos e suas formas de outros sistemas do mundo antigo, pois
havia um tipo de semelhança e mesmice, sugerindo que ocorreram empréstimos e
adaptações no sistema hebraico. Em outras palavras, nem toda a legislação do
Antigo Testamento era exclusiva. No mundo mesopotâmico, as ideias dominantes eram
a expiação e a provisão de alimentos para os deuses.
O deus, feliz com os
sacrifícios oferecidos, consideraria "seus adoradores" com maior
gentileza e acumularia benefícios para eles. Diziam-se que Marduque, o deus chefe
dos babilônicos, criou os homens (chamados de "aqueles de cabeças
negras") com o propósito específico de que o servissem com seus
sacrifícios e rituais religiosos.
Seus templos o
agradariam, pois ele estaria recebendo bastante atenção daqueles que os haviam
construído. Os deuses ficavam felizes com a provisão de alimentos, que, de
alguma forma misteriosa os agradava, especialmente os cheiros deliciosos
produzidos que se propagavam pelo ar, chegando às narinas dos deuses. Cf. Gên,
8.21; Exo. 29.25; Lev, 1.9, 13, 17; Núm. 15.3.
Os deuses do antigo
Sumer tinham seus próprios santuários e cidades dedicadas a seus cultos.
Orações e ritos eram realizados e incenso era queimado. O sacrifício era sempre
central. Como na cultura hebreia, ofertas de animais e vegetais faziam parte do
sistema. Gêneros alimentícios eram colocados diante dos deuses e então retirados
para serem comidos pelo rei e pela família real.
De alguma forma
misteriosa, os deuses conseguiam saciar-se com esses rituais e então retribuíam
aos homens, ajudando-os e livrando-os de perigos.
Os vizinhos de Israel
não tinham regras sobre o uso apenas de certos animais domésticos
"aprovados" para sacrifício. Sabemos que, no norte da Síria e na
Anatólia, burros eram usados em ritos sacrificiais, Um livro hitita de rituais
fala do sacrifícios de cães. Soldados no campo de batalha, na esperança de
apaziguar os deuses e conseguir sua ajuda, não hesitavam em sacrificar animais silvestres,
algo que um hebreu jamais faria.
Tabuletas ugaríticas
e fenícias informam sobre sacrifícios que nos fazem lembrar do Antigo
Testamento, no tocante tanto a sacrifícios animais como vegetais, e EI (o
poder), um nome semita comum (também usado pelos hebreus) para representar
Deus, figura com destaque no ritual. Os sacerdotes de Baal tinham terminologia
e práticas similares às dos israelitas (ver I Reis capo 18; II Reis 10.18-27).
Os gregos eram um
povo muito religioso desde os dias de Homero, até a época do Novo Testamento.
Sacrifícios aparecem com destaque em toda a sua história (ver llíada, 1.11.446-476).
Os sacrifícios envolviam animais, vegetais e a refeição sagrada da qual
compartilhavam homens e deuses. Os sacrifícios eram oferecidos tanto às
deidades do submundo como àquelas do augusto Olimpo. Além do uso do boi e do
cordeiro, os gregos empregavam cães e outros animais "sujos", da
perspectiva hebraica.
Sacrifícios no Antigo Testamento
Os sacrifícios
específicos do sistema hebraico eram os que seguem:
1. Oferta por pecados
(Lev. capo 4). Do hebraico hattath , "ofensa". Os pecados de
ignorância eram reparados através de sacrifício animal (Lev. 4.2). Pecados premeditados
não tinham reparação (Lev. 15.30). O reparo adequado resultava no perdão do
pecado cometido (Lev. 4.20,26, 31, 35; 5.10). O sangue e a gordura eram a
porção de Yahweh. Os sacerdotes ficavam com os cortes de escolha, e o povo, com
o que sobrava. Uma refeição sagrada, comunal, encerrava o rito. A gordura era queimada
no altar e o sangue era espalhado pelos lados, na direção do altar, ou
derramado na sua base. Pensava-se que a "vida" do animal estava em
seu sangue (Lev. 17.11, 14). Portanto, Yahweh recebia a "vida" do
animal, o que Lhe agradava, e por isso Ele perdoava o "dono" que
havia trazido o animal para sacrifício: em outras palavras, era realizado um
rito vicário. Os materiais usados para este tipo de sacrifício eram bois
jovens, cabritos e cabras, ovelhas, rolas e pombas (para os pobres que não possuíam
animais grandes, e para os ritos de purificação de mulheres). Ver Lev. capsa,
5, 6, 14,15 para descrições.
Ver ainda Núm. caps.
6, 8, 28.
2. Ofertas por
transgressões, para infrações específicas da Lei, do hebraico asham (falha). A
reparação era o objeto desta oferta. Fornecia-se uma recompensa para um tipo específico
de erro. A oferta pelo pecado era geral, enquanto a oferta por transgressões
era específica, mas os objetivos eram os mesmos. Um cordeiro era o animal comum
neste ritual (Lev. 4.14, 15; 6.6; 19.21). O animal usado para os leprosos e
para os nazireus era o cordeiro.
3. Ofertas queimadas,
do hebraico olah, que se refere a "fumaça ascendente". Neste
holocausto (ver), o animal inteiro era queimado até sobrar quase nada. Apenas a
pele era guardada e dada ao sacerdote que estava realizando o ritual. A oferta
era tanto reparatória como restauradora de uma comunhão e simbolizava o
compromisso de um homem com Deus. Foi uma oferta de pacto especial que vinculou
Israel a Yahweh, e essa era realizada todas as manhãs e nos finais de tarde, em
todos os sábados e em certos dias festivos.
Ofertas queimadas
especiais também estavam na ordem para a purificação de mulheres, para a
limpeza de leprosos, para a promessa dos nazireus e para ofertas voluntárias.
Os animais usados para este tipo de oferta eram bois jovens, cordeiros,
cabritos, carneiros e, no caso dos pobres, rolas ou pombas, independentemente
do sexo (Lev. 1.3, lO, 14).
4. A oferta de paz,
do hebraico skelamim, "sacrifício de paz". Havia três classificações
para este tipo de oferta: a. a oferta de graças por alguma bênção recebida (ver
Lev, 7.12, 22,29); b. uma oferta que correspondia a uma promessa específica
(ver Núm. 6.14; 15.3; 17.16);c. uma oferta de boa vontade (ver Lev. 17.16;
22.18, 21). Gado (bois e vacas) podia ser usado para esses tipos de ofertas; até
mesmo um animal defeituoso podia ser usado no caso de ofertas voluntárias (Lev.
22.23), pois esses sacrifícios iam além das exigências da Lei e, assim,
poderiam representar um gasto menor para o adorador. Os sacrifícios eram sempre
acompanhados por ofertas de cereais e derramamento de líquidos (Lev 7. 11)
Aparentemente não eram utilizadas aves nesses rituais.
5. Ofertas de cereais
e de líquidos derramados. Do hebraico minhah, ou "oferta". Essas
ofertas eram feitas em conjunção com os rituais de ofertas queimadas e de paz.
Os bolos de cereais eram assados, num total de dez, exceto no caso em que os
bolos preparados representavam todo o Israel, e então eram usados doze. Os
bolos significavam alimento para Yahweh e para os sacerdotes e pessoas.
Aplicações especiais das ofertas de cereais: a. a oferta diária do Sumo
Sacerdote (Lcv. 6.14 ss.); b. parte do ritual da consagração dos sacerdotes
(Lev. 6.20); C. substituição para uma oferta de pecado no caso de pobreza (Lev.
5.11, 12). O derramamento de vinho sempre acompanhava as ofertas de paz.
6. As ofertas de
levantamento e de acenos: levantamento (do hebraico terumah,
"levantar"), referentes a como os sacerdotes levantavam e abaixavam o
material das ofertas, isto é, as porções dos animais sacrificiais ou material
vegetal (Êxo. 25.2 ss.; 35.24; 36.3; Lev. 7.14; Núm. 15.19 ss.; 18.19). Nessas
ofertas, acenavam-se os materiais, do hebraico tenuphah, "ondear" (Lev.
2.2,9; 7.32; 10.15). Elas indicavam: "Veja, Yahweh, levanto ou aceno ante
o Senhor tudo o que tenho c sou, entregando tudo ao Ti". Presentes eram
oferecidos ao templo e ao seu ministério. Essas eram ofertas verdadeiras, em
contraste com os sacrifícios. Ofertas de graças envolviam este tipo de ritual
(Lev. 14.12; Núm. 6.20). Os sacerdotes eram consagrados por tais tipos de
ofertas, numa demonstração de entrega completa a Yahweh.
7. A oferta de cinzas
da novilha vermelha. Este animal era reduzido a cinzas, que depois eram usadas
em purificações (Núm. 19.1) e ofertas de pecados (Núm. 19.9, 17). O pecado
causa a morte; as cinzas removem a causa e limpam o adorador. As pessoas
purificavam-se de qualquer tipo de impureza através deste ritual. Os
"impuros" ficavam, assim, "limpos", de acordo com a lei de
Moisés. Ver Limpo e Imundo para detalhes sobre as coisas que deixavam o homem
impuro.
Ocasiões (Momentos)
para Ofertas
1. Diariamente (Núm.
28.3-8), pela manhã e à tarde: dois cordeiros sacrificados em uma oferta
queimada, acompanhados de uma oferta de cereal e do derramamento de líquidos.
2. Aos sábados (Núm.
28.9, 10; Lev. 24.8): as ofertas diárias regulares mais dois cordeiros para uma
oferta queimada; uma oferta de cereal com derramamento de líquidos e doze pães
novos da proposição colocados nos lugares apropriados.
3. Na lua nova (Núm.
28. 11-15): a oferta diária mais dois bois jovens, um carneiro, sete ovelhas
para ofertas queimadas; uma oferta de cercai e o derramamento de líquidos.
4. Na Festa das
Trombetas (Núm. 29.1-6): os sacrifícios diários mais as ofertas de lua nova;
sacrifícios de um boi jovem, um carneiro e sete cordeiros para uma oferta queimada;
ofertas de cereais, mais derramamentos de líquidos.
5. Na Páscoa (Êxo.
12.1 ss.): as oferta diárias, mais outra oferta de um cordeiro jovem cujo
sangue era esparramado nos batentes e nos arcos das portas.
6. Na Festa dos Pães
Asmas (Núm. 28.17-24): as ofertas diárias mais o sacrifício de um cabrito
(oferta por pecados); dois bois jovens, um carneiro e sete ovelhas jovens
(oferta queimada), acompanhados por ofertas de cereal e de líquidos derramados.
O programa todo era repetido por sete dias, com variações a cada dia.
7. No Pentecoste
(Núm. 28.27-31; Lev. 23.16-20): os sacrifícios diários mais a oferta de um
cabrito para uma oferta de pecado; dois bois jovens, um carneiro, sete cordeiros
para uma oferta queimada, acompanhados com ofertas de cereais e líquidos
derramados, além de ofertas de aceno e de paz, com diversas variações durante o
dia.
8. No Dia da Expiação
(Lev, 16.3; Núm. 29.7-11): as ofertas diárias mais um boi jovem para uma oferta
de pecado; um cordeiro para uma oferta queimada, especialmente para os
sacerdotes, dois cabritos para uma oferta de pecado, um carneiro para uma
oferta queimada, especialmente para o povo, um boi jovem, um carneiro, sete
cordeiros para uma oferta queimada, acompanhados por ofertas de cereais e
líquidos derramados. 9. Na Festa dos Tabernáculos (Núm. 29. 13 ss.): ocasião campeã
da complexidade, durava oito dias. Além dos sacrifícios diários regulares,
incluía: primeiro dia – 13 bois jovens, dois carneiros, 14 cordeiros e 1
cabrito sacrificados; segundo dia - 12 bois, dois carneiros, 14 cordeiros e I
cabrito; terceiro dia - Ii bois, 2 carneiros, 14 cordeiros e 1 cabrito; quarto
dia - 10 bois, 2 carneiros, 14 carneiros e I cabrito; quinto dia - 9 bois, 2
carneiros, 14 cordeiros e I cabrito; sexto dia - 8 bois, 2 carneiros, 14 cordeiros
e I cabrito; sétimo dia - 7 bois, dois cordeiros, 14 carneiros e I cabrito;
oitavo dia - I boi, 1 carneiro, 7 cordeiros e I cabrito. Esse emaranhado de
sacrifícios ainda era acompanhado por ofertas de cereais e derramamento de
líquidos.
O sistema sacrificial
dominou toda a história da fé religiosa hebraica, mas alguns dos profetas
posteriores começaram a sentir que o sistema não satisfazia as necessidades
mais profundas da espiritualidade humana.
A
"rejeição" do sistema estava no ar. Ver Amós 5.21-27; Isa. 1.10-20;
Sal. 51.16-17. Uma mudança total veio com o Messias, Jesus Cristo.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 27-29.
Um sacrifício (v.
18). Para o apóstolo, a oferta também é um sacrifício espiritual colocado sobre
o altar para a glória de Deus.
A vida cristã tem
certos "sacrifícios espirituais" (ver 1 Pe 2:5). Devemos entregar o nosso
corpo como sacrifício espiritual (Rm 12:1, 2) e também o louvor de nossos lábios (Hb
13:1 5). As boas obras são um sacrifício para o Senhor (Hb 13:16), como também
o são as almas perdidas que temos o privilégio de ganhar para Cristo (Rm
15:16). Aqui, Paulo vê os cristãos filipenses como sacerdotes, entregando suas
ofertas como sacrifícios ao Senhor. Lembrando das palavras de Malaquias 1:6-14,
devemos apresentar ao Senhor o que temos de melhor.
No entanto, Paulo não
considera essa oferta uma dádiva apenas dos filipenses. Para ele, é o
suprimento divino de suas necessidades.
O apóstolo depositava
sua confiança no Senhor. Há um contraste interessante entre Filipenses 4:18 e
19, e podemos parafrasear a declaração do apóstolo da seguinte maneira:
"Vocês supriram a minha necessidade, e Deus suprirá a sua necessidade.
Vocês supriram uma
das minhas necessidades, mas meu Deus proverá todas as suas necessidades. Vocês
contribuíram apesar da sua pobreza, mas Deus suprirá suas necessidades usando
das riquezas da glória dele!" Deus não prometeu suprir nossa ganância.
O filho de Deus que
vive de acordo com a vontade de Deus, servindo para a glória de Deus, tem todas
as necessidades supridas.
Hudson Taylor
costumava dizer: "Quando a obra de Deus é realizada à maneira de Deus e
para a glória de Deus, nunca falta a provisão de Deus".
Um jovem pastor
assumiu o ministério em uma igreja acostumada a levantar os fundos necessários
para as despesas anuais por meio de jantares, bazares e outros eventos do
gênero. Deixou claro para o conselho da igreja que ele não concordava com esse procedimento.
- Vamos orar e pedir
que Deus supra todas as necessidades - sugeriu. - No final do mês, paguem todas
as contas e deixem meu salário por último. Se não houver dinheiro suficiente
para me pagar, ficarei sem salário, mas a igreja não será prejudicada.
Creio, porém, que
haverá o suficiente e que ninguém passará necessidade.
O conselho imaginou
que seria o fim daquele pastor e da igreja. No entanto, todas as contas foram
pagas todos os meses e, no final do ano, pela primeira vez em muito tempo,
ainda havia dinheiro no caixa.
O contentamento é
resultante de recursos adequados. Nossos recursos são a providência de Deus, o
poder de Deus e as promessas de Deus. Esses recursos capacitaram Paulo para
lidar com tudo o que a vida exigiu dele e podem fazer o mesmo por nós.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 129-130.
2. A oblação e a
generosidade dos filipenses.
A recompensa da
generosidade dos filipenses (v. 19)
A igreja em Filipos
não tinha muitos recursos financeiros. Por isso, a sua contribuição envolvia
sacrifício e muito amor. Era uma igreja que dava, não do que sobrava, mas fazia
além do que tinha e o fazia com um sentimento de amor ao Senhor Jesus. O apóstolo
Paulo estava feliz pela generosidade dos filipenses e declara que aquela
atitude de amor da parte deles lhes seria uma porta aberta para as suas vidas
com todas as bênçãos e riquezas materiais e espirituais. Paulo lembra os
filipenses de que a sua atitude magnânima para com ele era o fruto do
verdadeiro doador de todas as coisas, que é o Senhor por quem somos abençoados
e a quem fazemos todas as coisas por gratidão. “Ele suprirá todas as vossas
necessidades” (v. 19). Sem dúvida, eles seriam amplamente recompensados pelo
Senhor. Ao falar das “riquezas” de Deus, Paulo fortalecia a fé dos filipenses
em um Deus que haveria de suprir todas as suas necessidades. De modo muito
pessoal, o apóstolo usa a expressão “o meu Deus”, dando um sentido particular
de quem tinha essa intimidade para garantir que Ele supriria todas as
necessidades dos filipenses. Quando diz ”em glória”, subentende-se que Deus
haveria de suprir as necessidades dos filipenses de maneira gloriosa. A palavra
“suprir” significa “fazer transbordar”. Os filipenses deveriam continuar a
ajudar a obra de Deus com desprendimento. As igrejas que investem na obra
missionária são abundantemente abençoadas.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 156-157.
Epafrodito fora fiel
em sua missão, evidentemente tendo adoecido ao longo do caminho, ou depois de
sua chegada; mas mesmo assim conseguira cumpri-la. (Ver Fil. 2:25-30). No
vigésimo quinto versículo do segundo capítulo desta epístola há notas expositivas
a respeito de «Epafrodito».
«...Recebi tudo...» O
grego original, «apecho», aqui usado, tem sido encontrado em vários papiros
encontrados no Egito, em recibos, para indicar «pagamento total». Portanto, parece
que aqui Paulo dá prosseguimento à sua metáfora mercantil. E como se ele
houvesse escrito: «Vós me pagastes tudo quanto me devíeis». A substância real
do donativo deles era a simpatia e o amor fraternal; e isso servia de oferta
especialmente fragrante a Deus; porquanto aquele que dessa maneira serve a seus
irmãos na fé, serve a Deus. Amamos a Deus por meio de outros homens, sendo essa
a maneira pela qual todos os homens possam demonstrar amor a Deus.
Dessa forma, pois,
Paulo assegurou-lhes que não buscava donativos da parte dos crentes filipenses,
mas antes, a vantagem espiritual deles nessas dádivas; e reforçou essa ideia
dizendo que eles tinham «pago tudo», não necessitando enviar mais qualquer
donativo.
«...tenho
abundância...» Novamente é usado o termo «perisseo», que quer dizer «ter em
excesso», «extravasar», assinalando o fato que os crentes filipenses lhe tinham
enviado uma oferta generosa, e não suficiente apenas para satisfazer algumas de
suas necessidades. Aquele que sem eia em abundância, também colherá em
abundância; e aquele que semeia com parcimônia, também colherá com parcimônia.
(Ver II Cor. 9:6).
«...estou suprido...»
No original grego é «pleroo», que significa «tornar cheio», na voz passiva, ou
«ficar cheio». Não havia mais necessidade de lhe serem enviados donativos. Isso
salienta, uma vez mais a abundância da oferta, servindo-nos de lição sobre como
devemos contribuir p ara a causa cristã. Paulo também indicava, com essa
palavra, a sua «satisfação íntima»; mas parece bem certo que ele se referia ao
donativo dos crentes filipenses como abundante. Essa segunda palavra, pois,
reitera e intensifica aquela anterior: «Recebi tudo, e tenho abundância...» «...aroma
suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus...» Trata-se de um á
expressão comum no A .T., referindo-se aos sacrifícios aceitáveis aos olhos do
Senhor Deus. O aroma das ofertas queimadas é aqui pintado como algo que ascende
até aos céus, onde Deus se encontra; o Senhor sente tal aroma, fica agradado
pelo que tem sido feito em sua honra. O incenso de aroma suave também era oferecido
naquelas ocasiões, aumentando o odor agradável. Naturalmente, as culturas pagãs
se utilizavam de práticas similares, pensando que os deuses sentiam,
literalmente, o odor de seus sacrifícios, e ficavam satisfeitos. (Ver o uso
dessa expressão nos trechos de Gên. 8:21; Lev. 1:9,13,17. Quanto a trechos do
N.T. que falam sobre isso, ver II Cor. 2:15,16 e Efé. 5:2).
O donativo que os
filipenses deram a Paulo fora um «sacrifício» para eles, porquanto tinham dado
de sua pobreza, em um ato de autonegação, pois os seus corações haviam sido
tangidos a isso pelo amor de Cristo. Dois incidentes bíblicos podem ser
relembrados como ilustração desse tipo de sacrifício. Com perigo de perderem a
própria vida, alguns dos homens de Davi foram-lhe buscar um pouco de água,
quando ele se sentiu sedento; e essa água tornou-se tão preciosa para que fosse
apenas bebida, que ele a derramou como libação a Deus. Essa água fora tirada
dos mananciais de Belém, lugar onde o Salvador nasceria mil anos mais tarde.
(Ver lI Sam. 23:16). Também temos a ilustração do oferecimento feito por Maria
de Betânia, o caríssimo unguento, um a fragrância que encheu a casa inteira. (Ver
João 12:3).
«....aceitável e
aprazível...» Estas palavras podem ser comparadas com a linguagem de Rom. 12:2,
que também falam de nosso sacrifício do próprio «eu» a Jesus Cristo, como algo
«aceitável», «bom» e «perfeito». O primeiro dos adjetivos aqui empregado é
«dektos», que significa «aceitável», «bem acolhido», «recebido favoravelmente».
Trata-se da única ocorrência desse termo nos escritos paulinos, excetuando o
trecho de II Cor. 6:2. No restante do N.T. é encontrado apenas em Luc. 4:24,
onde se lê que um profeta não é «aceito» em sua própria terra; em Atos 10:35,
onde se aprende que Deus acolhe homens de todas as nações, contanto que o temam
e façam o que é justo a seus olhos. Em II Cor. 6:2 se lê sobre o «tempo
aceitável» de se buscar a Deus.
O outro adjetivo que
aqui aparece é «euarestos», palavra comum que significava «agradável», de uso
frequente nas epístolas aos Romanos e aos Hebreus. (Ver Rom. 12:1, acerca de
nossa dedicação a Cristo; ver Rom. 14:18, acerca daqueles que são «aprovados»,
por terem o cuidado de não ofender a algum irmão, os quais servem ao reino de
Deus com retidão e paz, com alegria no Espírito Santo. Ver igualmente II Cor.
5:9. Nosso labor em prol de Cristo visa sermos «aceitos» por Cristo, tanto
agora como quando do nosso julgamento. (Ver Efé. 5:10 e Heb. 13:21).
«...a Deus...», como
um a oferenda apresentada ao Senhor, recebida e
aprovada por ele. Na
passagem de I Ped. 2:5, os crentes são apresentados como «sacerdócio santo»,
que oferecem «...sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de
Jesus Cristo». No dizer de Braune (in loc.)’. «Cada dádiva e ação de amor
deveriam ser reputa dos como uma oferta de agradecimento a Deus; pois por isso
é que se tornam aceitáveis e agradáveis a ele.»
«Ai da nossa
indolência!—a qual transparece nisto, que enquanto Deus nos convida com tanta
bondade, para a honra do sacerdócio, e até mesmo deposita sacrifícios em nossas
mãos, não obstante, nós mesmos não nos sacrificamos a ele; e aquelas coisas que
foram separadas como oblações sagradas, não apenas desviam os para usos
profanos, mas também as desperdiçamos iniquam ente nas contaminações mais poluídas.
Pois os altares, onde os sacrifícios dos nossos recursos deveriam ser
apresentados, são deficientes e pobres servos de Cristo. Negligenciando essas
coisas importantes, alguns de nós dilapidam os seus recursos em toda a forma de
luxo, ao passo que outros nos prazeres dá mesa, outros ainda em vestes sem modéstia,
e ainda outros em mansões suntuosas». (Calvino, in loc.).
« ...fazer o bem e
compartilhar do que tem os com os outros, (são) sacrifícios com os quais Deus
se agrada». (Ver Heb. 13:16).
« ...o meu Deus... »
O próprio Deus é aquele que recompensará aos dadivosos; e bastaria isso para
assegurar-nos um galardão abundante e justo, porquanto a recompensa devida jamais
poderá ser olvidada ou negligenciada pelo Senhor. Paulo não podia recompensar
pessoalmente aos crentes filipenses, mas o seu Senhor podia, pois Cristo é quem
se torna o fiador de todas essas dívidas.
«...segundo a sua
riqueza em glória...» Visto que o suprimento consiste das «riquezas divinas»,
certamente procedem de um tesouro «infinito». Os crentes filipenses deram de
sua pobreza, como um sacrifício, e estavam limitados acerca de quando e quanto
poderiam dar. Com Deus, entretanto, não há tais limitações. Se o apóstolo Paulo
ficou repleto de bens materiais, através do donativo dos filipenses (ver o
décimo oitavo versículo), então os filipenses poderiam esperar com um a
esperança bem fundada, de que haveriam de prosperar extraordinariamente, por
terem sido tão generosos com o seu dinheiro para a causa do evangelho.
«...em glória...»
Essas palavras têm sido compreendidas de diversas maneiras:
1. Alguns pensam que
estaria em foco o mundo de cumprimento, ou seja, o Senhor supriria todas as
necessidades dos crentes filipenses de maneira «gloriosa»; e assim a glória de
Deus séria revelada mediante o suprimento abundante, porquanto, nesta
explicação de Paulo, a glória é vinculada ao «suprimento».
2. Outros compreendem
a palavra «en» como instrumental, traduzindo a frase na forma «com glória». Em
outras palavras, Deus daria glória aos crentes filipenses. E alguns intérpretes
compreendem isso como um a alusão velada à «parousia» ou segundo advento de
Cristo. Quando da vinda de Cristo, os doadores fiéis seriam galardoados com
glória, recebendo glória, bênção e louvor da parte do Senhor. Conforme esta e as
interpretações que se seguem, a palavra «glória» está vinculada a «riquezas».
Por isso é que Lightfoot(in loc.) comentou: «(Isso Deus fará) pondo-vos na
glória», isto é, naquele estado de glória que haverá quando da segunda vinda de
Cristo.
Em bora Paulo visse
esse retorno como bem próximo, a sua alusão, no presente versículo, ainda que
vise especificamente a «parousia», deve incluir todo o período de tempo que se
passe até chegar aquele evento. Assim, pois, até mesmo agora os doadores fiéis
têm suas necessidades abundantemente supridas.
3. Ainda outros
compreendem que devemos pensar aqui em «riquezas na glória», como se o termo
«glória» se referisse às glórias celestes, às glórias da habitação de Deus. Em
consonância com o vasto tesouro dos céus é que Deus supriria todas as nossas
necessidades. Os céus são aqui pintados como um vastíssimo depósito, de onde
nossas pequenas necessidades, comparativamente falando, recebem o seu
suprimento.
4. Também há
intérpretes que pensam estar em pauta a própria natureza gloriosa de Deus; mas,
nesse caso, o suprimento não seria apenas financeiro, mas até mesmo a
participação na natureza divina (ver II Ped. 1:4), o que serve de riquíssimo
suprimento para a alma. Em outras palavras, o galardão divino estaria ligado à
própria natureza gloriosa de Deus e à participação e manifestação dessa natureza,
ficando assim supridas tanto as necessidades materiais como as necessidades
espirituais.
É difícil sabermos
qual dessas quatro possibilidades era a que estava na mente do apóstolo, pois
nenhum a boa razão gramatical pode ser aduzida em favor desta ou daquela
posição. Talvez, de alguma maneira geral, possamos ter aqui a combinação de
todos esses significados. O suprimento de Deus é abundantemente rico e
glorioso; mas tudo também procede de seu próprio ser glorioso, bem como dos
tesouros celestes. Seja como for, essa é a verdade da questão, sem importar o
que está especificamente em pauta, nesta passagem. Podemos comparar esta
expressão com o que se lê em Rom. 8:21 e Efé. 1:18, isto é, «as riquezas da
glória» (onde, no grego original, se vê o genitivo, e não o dativo). E nisso se
deve ver um a alusão à «parousia» e ao reino messiânico, embora também esteja
em m ira um suprimento p ara as necessidades presentes. (Ver igualmente a
expressão «riquezas de sua graça», em Efé. 1:7).
«...em Cristo
Jesus...» Se no original grego tivermos o locativo, então «Cristo» é a esfera
da comunhão aqui aludida; mas, se tivermos ali o instrumental—no qual caso
deveríamos traduzir «por Cristo Jesus»—, então se deveria pensar que essas
bênçãos nos são dadas por intermédio dele, porquanto o temos como nosso Senhor.
Alguns estudiosos veem nisso o fortalecimento do sentido escatológico da
expressão anterior. Cristo é aqui assinalado como a base de todas as bênçãos
celestiais, tal como temos em Efé. 1:3, além de várias outras referências do
mesmo primeiro capítulo da epístola aos Efésios. Por estarem «em Cristo» (ou
seja), em «comunhão mística» com ele, ver I Cor. 1:4,. é que os crentes recebem
o suprimento abundante de todas as bênçãos, por intermédio dele.
Naturalmente, o
presente versículo é motivo de profundo consolo para todos nós, mais ou menos
semelhante àquele em que Davi declara: «Fui moço, e agora já sou velho, porém,
jamais vi o justo desamparado, nem sua descendência a mendigar o pão» (Sal.
37:25). Porém, se por um lado é verdade que Deus cuida daqueles que pertencem a
Cristo, notemos que o abundante suprimento prometido aqui é oferecido aos que
contribuem generosamente para a causa das missões evangelizadoras. Como
aplicação prática, podemos ter a certeza que essa promessa envolve igualmente aqueles
que contribuem financeiramente para sustento do ministério cristão em qualquer
lugar.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 69-70.
18. Com toda
probabilidade, a fraseologia comercial continua nas palavras: Mas tenho
recebido pagamento pleno e estou amplamente suprido. Segundo a evidência
fornecida pelos papiros, o termo apecho (avpe,cw) aqui empregado significa
“Tenho recebido”. O sentido técnico é: “Este é meu recibo.” A. Deismann (Light
from the Ancient East, quarta edição, pp. 111, 112, 331) também nos informa que
em recibos apecho é freqüentemente (como também aqui em Fp 4.18) combinado com
panta (pa,nta), significando tudo que era devido, pagamento total. De uma
maneira mais ou menos bem-humorada, pois, o apóstolo está dizendo aqui: “Tenho
recebido pagamento completo, e ainda mais” (ou, “e estou rico”, assim Erdman).
Ele continua: Estou amplamente suprido, tendo recebido de Epafrodito as ofertas
que (vieram) de vocês. Não temos nenhuma informação sobre o conteúdo daqueles
donativos. Eis algumas possibilidades: dinheiro para cobrir despesas, material
de leitura, roupas (cf. 2Tm 4.13 para os últimos dois itens, objetos que Paulo
pediria em outra ocasião). Sobre Epafrodito, ver sobre Filipenses 2.25-30. O
melhor que se pode dizer sobre esses donativos é o seguinte: São descritos como
um aroma suave, como sacrifício aceitável e mui agradável a Deus.
Paulo não poderia ter
tributado melhor louvor aos doadores. Os donativos são “aroma de suave
perfume”, uma oferenda apresentada a Deus, grata e muito agradável a ele. São
comparáveis à oferta de gratidão de Abel (Gn 4.4), de Noé (Gn 8.21), dos israelitas
quando no estado de ânimo correto apresentavam seus holocaustos (Lv 1.9,13,17)
e dos crentes em geral ao dedicar suas vidas a Deus (2Co 2.15,16), como fez
Cristo, ainda que de uma maneira única (Ef 5.2). Se uma oferta é ou não
realmente aceitável e agradável a Deus (cf. Rm 12.1), depende do motivo que
move o ofertante ao trazê-la (Gn 4.1-15; Hb 11.4).
“Não o que damos, mas
a intenção do coração; Pois a dádiva sem doador é vã ilusão.” (Lowel)
O apóstolo atribui
aos doadores o mérito de um espírito reto, isto é, a atitude de fé, de amor, de
gratidão. Ele reconhece que suas ações não eram meros atos de simpatia
demonstrados a um amigo em necessidade, mas uma genuína oferenda apresentada a
Deus para promover sua Causa, e assim a Paulo como representante de Deus. Esta
é a razão por que a ação era tão grande e tão bela!
HENDRIKSEN. William. Exposição de Filipenses. Editora Cultura Cristã. pag. 597-598.
4.18 - Cheiro de
suavidade. Paulo apreciou as dádivas que os filipenses lhe enviaram porque as vê
mais como uma oferta a Deus do que um presente para ele. Ao doarem a Paulo, os
cristãos de Filipos se ofereceram como sacrifício agradável ao Senhor (Rm
12.1,2).
4.19 - No versículo
18, Paulo disse que está cheio porque os filipenses lhe enviaram ofertas. Neste
versículo, ele escreveu que Deus supriria todas as necessidades deles. Os
filipenses, por sua vez, estariam cheios por causa das dádivas que o Senhor
lhes daria. Segundo as suas riquezas, Deus cuidará dos filipenses de maneira
extraordinária.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 536-537.
O apóstolo assegura
que Deus aceitou a bondade feita a ele e que a recompensará. 1. Ele a aceitou “...como
cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus”. Não um
sacrifício de expiação, porque ninguém faz expiação pelo pecado, senão Cristo; mas
um sacrifício de reconhecimento e aprazível a Deus. Esse sacrifício foi mais
agradável a Deus por ser o fruto da graça deles do que o foi a Paulo por ser o
suprimento das suas necessidades, “...com tais sacrifícios, Deus se agrada” (Hb
13.16). 2. Ele a recompensará: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá
todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (v. 19). Ele saca um
título do tesouro do céu e deixa que Deus retribua a bondade que tinham
mostrado a ele. “Ele o fará, não somente como seu Deus, mas como meu Deus, que toma
aquilo que foi feito a mim como se fosse feito a Ele mesmo. Vocês supriram
minhas necessidades, de acordo com sua pobreza; e Ele suprirá a de vocês, de
acordo com riquezas dele”. Mas esse ato ocorre por meio de Cristo Jesus; por
meio dele temos a graça de fazer aquilo que é bom, e por meio dele devemos
esperar a recompensa disso. Não como dívida, mas como graça; porque quanto mais
fazemos para Deus mais estamos em dívida com Ele, porque tanto mais recebemos
dele.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 629-630.
3. Doxologia.
Nos versículos 20 ao
23 temos uma doxologia que Paulo faz a Deus em gratidão por tudo quanto havia
recebido em sua vida. Ele saúda a todos os santos em Cristo e encerra sua carta
com a tradicional saudação: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós
todos” (v. 23). A palavra “nosso” ganha um sentido especial, porque nesse
contexto não se trata de um pronome possessivo, mas significa um pronome
fraternal de relacionamento. Deus é “nosso Pai”, e por Jesus Cristo, seu Filho
amado, somos filhos de Deus; por isso, a palavra “nosso” está em nossos
corações. A Ele prestamos nosso louvor e glória que é eterna pelos “séculos dos
séculos”.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 157.
DOXOLOGIA (do grego,
doxologia, de doxa, "glória", e logia, "palavra"). Usada no
grego eclesiástico para descrever fórmulas de expressão de louvor e glória à
Trindade. Embora a palavra em si não ocorra na Bíblia, as expressões de louvor
são frequentemente encontradas. Na adoração judaica, expressões como "para
a tua glória, para sempre", acompanham orações hebraicas. Fórmulas
semelhantes são encontradas no Novo Testamento e caracterizavam a adoração na
igreja primitiva (cf. 1 Co 14.16). Mesmo exibindo uma considerável variedade de
expressões, elas demonstram uma estrutura básica. Westcott (na obra Epistle to
the Hebrews, pp. 466-467) menciona dezesseis doxologias no Novo Testamento (Rm
11.36; 16.27; Gl 1.5; Ef 3.21; Fp 4.20; 1 Tm 1.17; 6.16; 2 Tm 4.18; Hb 13.21; 1
Pe 4.11; 5.11; 2 Pe 3.18; Jd 25; Ap 1.6; 5.13; 7.12). Estas doxologias sao
classificadas como os três grupos principais: aquelas que atribuem a glória
somente a Deus, quer esta seja diretamente direcionada a Ele, ou lhe seja dada
através do Senhor Jesus Cristo (Rm 16.27; Jd 25); e aquelas que atribuem a
glória ao Senhor Jesus Cristo (2 Tm 4.18; 2 Pe 3.18; Ap 1.6). Somente três
doxologias são encontradas no encerramento das epístolas (Rm 16.27; 2 Pe 3.18;
Jd 25). Todas as doxologias, com apenas uma exceção (2 Pe 3.18, de acordo com
os melhores manuscritos), terminam com o Amém característico. Alguns estudiosos
incluem entre as doxologias os textos que começam com a expressão
"Bem-aventurado". Na história posterior da igreja, o texto em Lucas
2.14, juntamente com outros, era chamado de "a grande doxologia"
enquanto que o "Gloria Patri" (totalmente extrabíblico) era chamado
de "a doxologia menor".
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 586.
DOXOLOGIA
Vem dos termos gregos
dou, «louvor», «honra», «glória», e logos, «palavra», ou seja, algo dito que expressa
louvor, atribuindo glória e honra a alguém, a alguma circunstância ou a algum
estado.
1. Algumas Doxologias
Bíblica. Todos os cinco livros que compõem os Salmos. terminam em doxologias. O
último salmo de cada série é uma doxologia. Ali o termo aparece por cinco
vezes. Ver Sal. 41:13; 72:18 ss; 89:52; 106:48; 150:1-6. Em Lucas 2:14 há o
registro de uma doxologia entoada pelos anjos, em celebração ao nascimento de
Jesus. O Domingo
de Ramos incluía uma doxol9Kia por parte da multidão (Luc. 19:37). A oração do Pai
Nosso termina com uma linda doxologia: c... pois teu é o reino, o poder e a
gl6ria para sempre. Amém». No entanto, essas palavras não aparecem nos
manuscritos gregos mais antigos. Era, contudo, uma doxologia comum nos tempos
pré-cristãos, tendo aparecido pela primeira vez em I Cro. 29:11, e então foi
usada tanto pelos judeus quanto pelos cristãos. Nos escritos de Paulo há várias
doxologias. Ver Rom. 11:36; 16:27; Efê. 3:21; I Tim. 1:17. Judas tem a mais
longa e abrangente de todas as doxologias do Novo Testamento, os versículos 24
e 25 de sua epistola: «Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços
e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único
Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade,
império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos.
Amém».
Uma outra notável
doxologia é a de Hebreus 13:20,21, onde se lê: -Ora, o Deus da paz, que tornou a
trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas,
pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo bem, para cumprirdes a
sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a
quem seja a glória para todo o sempre. Amém».
No Apocalipse também
encontramos doxologias celestiais. Ver Apo. 5:13 e 19:1.
2. Usos das
Doxologias, Uma doxologia, antes de tudo, é uma entusiástica e emocional
declaração de agradecimentos a Deus, com base em certo senso de admiração, em
face de sua pessoa e de suas obras. Quando lemos as doxologias, também
aprendemos que as mesmas contêm matéria). didático. Na liturgia cristã (ver o
terceiro ponto, abaixo), as doxologias são usadas como porções do culto em ocasiões
especiais a fim de enfatizar a necessidade de exaltarmos a Deus, ou como
porções divis6rias da liturgia, pondo fim a um pensamento para introduzir algum
outro. As doxologias também são usadas por indivíduos particulares.
3. Na Liturgia
Cristã. a. A Doxologia Menor. Essa pode envolver uma única sentença, como: Glória
ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo, para todo o sempre. Amém». Mais tarde,
foram acrescentadas as palavras:
Como no principio,
agora e para sempre». O quarto concilio de Toledo adicionou a palavra «honras»,
pelo que a doxologia passou a ser : «Glória e honra ao Pai... » Isso foi tomado
por empréstimo do salmo de ação de graças de Davi, em I Crê, 16:27. Não há certeza,
porém, acerca de quando isso foi inserido.
Alguns supõem que a
inserção data de antes do concilio de Nicéia. Seja como for, tornou-se comum, e
apareceu no segundo concilio de Vaison (529 D.C.).
b, A Doxologia Maior
ou hino angelical, o Gloria in Excelsis, utilizando-se das palavras da
doxologia que houve por ocasião do nascimento de Jesus (ver Luc. 2:14): c, Glória
a Deus nas maiores alturas», etc. Essa doxologia era usada principalmente no
culto de comunhão, mas também nas devoções particulares climas. Na liturgia
moçarâbica, essa doxologia é citada antes das lições sobre o dia de Natal.
Crisóstomo
informa-nos de que os ascetas que se retiravam da sociedade humana reuniam-se
diariamente para entoar esse hino. Alguns supõem que essa doxologia surgiu na
época de Luciano (começo do século 11 D.C.), mas não há certeza quanto à questão.
c. O Trisagion era
usado no século 11 D.C. Começava com as palavras: «Portanto, com os anjos e os arcanjos,
e com toda a hoste celestial, louvamos e magnificamos o Teu glorioso nome».
d. Uma doxologia comum
protestante, entoada todos os domingos em muitas igrejas, é o hino do bispo Thomas
Ken (anglicano), e que termina com as seguintes palavras:
«Louvado seja Deus,
de quem fluem todas as bênçãos;
Louvai-O. todas as
criaturas cá debaixo;
Louvai-O nas alturas,
v6s, exércitos celestiais;
Louvai ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo».
Todas as doxologias
acima são utilizadas por alguns segmentos da Igreja cristã atual, em várias adaptações
e circunstâncias. Nas igrejas protestantes, tornou-se comum ouvir o uso de
doxologias bíblicas como encerramento do culto de adoração.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.229-230.
.....reconhece que o
fim último da vida é a glória de Deus (4.20). Para Paulo, a doutrina nunca é
uma matéria árida. Sempre que ocupa a sua mente, também enche o seu coração de
louvor. Paulo é um homem da vida uma
doxologia constante. A sua teologia governa as suas atitudes. Ele prega o que
vive e vive o que prega. A sua vida está centrada em Deus, e não nele mesmo.
Não busca glória pessoal. Não constrói monumentos a si mesmo.
Não busca as luzes da
ribalta nem procura os holofotes do sucesso. Vive com os pés na terra, mas com
o coração no céu. Fecha as cortinas da sua vida proclamando a verdade central
das Escrituras: a glória de Deus é o grande vetor da vida humana.
Paulo conclui essa
carta magna da alegria, esse monumento formoso da providência divina, como um
pastor que se lembra de cada uma das suas ovelhas (4.21) e invoca sobre elas a
graça do Senhor Jesus (4.23). E, também, como um evangelista que dá relatórios
dos milagres da pregação do evangelho, cujos frutos são vistos até mesmo na
casa de César (4.22). Essa expressão não se refere necessariamente aos
familiares ou parentes do imperador, mas a todas as pessoas que estavam a seu
serviço nos departamentos domésticos e administrativos da casa imperial. Esses
membros da casa de César eram pessoas convertidas, possivelmente, por
intermédio do apóstolo durante a sua prisão em Roma.
Assim, Paulo
transformou a sua prisão em um campo missionário, e os frutos apareceram mesmo
entre algemas. Esse fato nos ensina que não é o lugar que faz a pessoa, mas é a
pessoa que faz o lugar. Ensina-nos, outrossim, que no Reino de Deus não existe
lata de lixo, ou seja, não há vida irrecuperável.
Há santos até mesmo
na casa de César. Esse era um lugar de traições, opressão e violência. Muitos
poderiam pensar que o evangelho jamais entraria nessa casa. Todavia, Paulo teve
o privilégio de ganhar pessoas para Cristo ali, mesmo estando preso e algemado.
Finalmente, nos ensina que as oportunidades estão ao nosso redor. Paulo poderia
esperar a sua liberdade para depois continuar seu trabalho missionário.
Entretanto, ele entendeu que a prisão também era um campo missionário. Ele
aproveitou as oportunidades, e os frutos surgiram mesmo na cadeia.
William Hendriksen
apresenta esta bendita verdade assim:
Ainda mais importante
é o fato de que o cristianismo penetrara até mesmo nos círculos desses
servidores palacianos. Sua posição no ambiente completamente pagão, onde muitos
adoravam o imperador como se fosse deus, não os impedia de permanecer fiéis a
seu único Senhor e Salvador, de anunciar as boas-novas a outros e de reanimar a
igreja de Filipos com suas saudações. A eternidade revelará quão grandes
bênçãos devem ter emanado das vidas daqueles que se dedicaram a Cristo no seio
de ambientes tão mundanos!
Deus abre as portas,
mas nós devemos entrar por elas.
Deus aponta o
caminho, mas nós devemos seguir por ele.
Deus põe diante de
nós oportunidades, mas nós devemos aproveitá-las.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 253-255.
4.20 - A prática
judaica de terminar orações com a palavra amém foi adotada pela Igreja cristã.
Quando encontrado no
final de uma frase, como acontece neste versículo, o termo pode ser traduzido
como que assim seja ou que isso se cumpra. No início de uma sentença, significa
sem dúvida, verdadeiramente ou em verdade.
4.21 - Irmãos. Paulo
fez com que eles se lembrassem de que faziam parte da família do Senhor Jesus
Cristo.
4.22 - Os que são da
casa de César. E possível que estes cristãos tenham sido oficiais no governo romano
(como membros da guarda pretoriana; Fp 1.13) ou servos que viveram e serviram
no palácio do imperador.
4.23 - Assim como
começou, a carta também termina com uma bênção graciosa. E uma prática própria
da vida cristã.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 537.
Saudações finais
(4.20-23)
A glória por todas as
coisas, em última análise, pertence a Deus “pelos séculos dos séculos”.
Finalizando, Paulo envia saudações pessoais a todos os santos em Filipos.
Também seus companheiros e missionários, seus colegas, bem como os santos em
Roma, alguns dos quais pertencendo ao círculo íntimo do próprio imperador,
igualmente os saudavam - não os conheciam de vista, mas pertenciam à mesma
família de Deus (vv. 21,22).
“A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém” (v. 23).
Boyd. Frank M. Comentário Bíblico. Gálatas. Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses,
Hebreus. Editora CPAD. pag. 77.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
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