Data: 14/07/ 2013. Hinos sugeridos:131,
404,422.
TEXTO ÁUREO
“Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”.
VERDADE PRÁTICA
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Atos 16. 23-25 O louvor
supera os açoites.
Terça - 1 Pedro 1. 3-9 Guardados
pela fé.
Quarta - Gálatas 5. 16-21 Guiados pelo Espirito no
conflito.
Quinta - Gálatas 5. 22-26 O fruto do Espírito garante
vitória.
Sexta - Filipenses 1.12-14. A alegria na defesa do evangelho.
Sábado - Filipenses 1.15-21. A motivação correta do anúncio.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Filipenses
1.12-21.
12
- E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram
para maior proveito do evangelho.
13
- De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda
pretoriana e por todos os demais lugares;
14
- e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam
falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
15
- Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros
de boa mente;
16
- uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho;
17
- mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente,
julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
18
- Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com
fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda.
19
- Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro
do Espírito de Jesus Cristo,
20
- segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei
confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre,
engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
21
- Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
PHILLIPPIANS FILIPENSES
Chapter 1. 12-21.
12 I want you to know, brethren, that what has happened to me has really
served to advance the gospel,
13 so that it has become known throughout the whole praetorian guard and
to all the rest that my imprisonment is for Christ;
14 and most of the brethren have been made confident in the Lord because
of my imprisonment, and are much more bold to speak the word of God without
fear.
15 Some indeed preach Christ from envy and rivalry, but others from good
will.
16 The latter do it out of love, knowing that I am put here for the
defense of the gospel;
17 the former proclaim Christ out of partisanship, not sincerely but
thinking to afflict me in my imprisonment.
18 What then? Only that in every way, whether in pretense or in truth, Christ
is proclaimed; and in that I rejoice.
19 Yes, and I shall rejoice. For I know that through your prayers and
the help of the Spirit of Jesus Christ this will turn out for my deliverance,
20 as it is my eager expectation and hope that I shall not be at all ashamed,
but that with full courage now as always Christ will be honored in my body,
whether by life or by death.
21 For to me to live is Christ, and to die is gain.
Bíblia
Sagrada Novo Testamento, Aprendendo inglês lendo a Palavra de Deus. pag. 206.
INTERAÇÃO
A
prisão do apóstolo Paulo em Roma foi crucial para a propagação do Evangelho na
região de Fiiipos. A partir de uma experiência de sofrimento, Deus usou pessoas
para propagar a mensagem das Boas Novas. É verdade que alguns pregadores usavam
o sofrimento do apóstolo para proclamar Cristo de boa consciência. Outros
utilizavam-se do sofrimento alheio para obterem vantagens pessoais. Cristo não
era o centro das suas preleções. Infelizmente, na atualidade, algumas pessoas
perderam o temor de Deus. A exemplo daqueles pregadores de Fiiipos, elas
exploram as tragédias pessoais, pois veem nelas a oportunidade de se
locupletarem com as feridas alheias (elas sabem que o sofrimento humano pode
ser muito rentável). Cristo não se acha mais no centro de suas vidas.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as adversidades
podem contribuir para a expansão do Evangelho.
Explicar as motivações de
Paulo para a pregação do Evangelho.
Compreender que o significado da
vida consiste em vivermos para o Evangelho.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, para concluir a lição sugerimos a seguinte atividade: (1) Pesquise
ao menos três países cujo índice de perseguição religiosa é grande, (2)
identifique missionários que atuam nesses locais (a pesquisa pode ser feita
peias agências missionárias, secretaria de missões de sua igreja ou internet).
(3) Em seguida, pesquise o crescimento de cristãos nesses países visando
identificar como o trabalho missionário tem sido realizado. Conclua dizendo
que, a exemplo do que ocorreu a Paulo, o Evangelho continua a ser propagado no
mundo através do sofrimento de muitas pessoas que se dispõem a propagá-lo com
ousadia.
PALAVRA-CHAVE
Adversidade: Infelicidade, infortúnio, revés. Qualidade ou
caráter de adverso.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos como a paixão pelas almas consumia o coração de Paulo. Embora
preso em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho. E, tendo
como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina aos filipenses que
nenhuma adversidade será capaz de arrefecer lhes a fé em Cristo. Ao contrário,
ele demonstra o quanto as suas adversidades foram positivas ao progresso do
Reino de Deus.
I -
ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1. Paulo na prisão. Paulo estava preso
em Roma, aguardando julgamento. Ele sabia que tanto poderia ser absolvido como
executado.
Todavia,
não se achava ansioso. O que mais desejava era, com toda ousadia, anunciar a
Cristo ate mesmo no tribunal. Paulo não era um preso qualquer; sua segurança
estava sob os cuidados da guarda pretoriana (1.13). Constituída de 10 mil
soldados, esta guarda encarregava-se de proteger os representantes do Império
Romano em qualquer lugar do mundo. Sua principal tarefa era a proteção do
imperador.
2. Uma porta se abre
através da adversidade. Uma das principais contribuições da prisão de Paulo foi
a livre comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo. Os cristãos
estavam espalhados por toda a cidade de Roma e adjacências. Definitivamente a
prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho e o promoveu universalmente.
Deus usou o sofrimento do apóstolo para ; que o Evangelho fosse anunciado de
Roma para o mundo (v. 13).
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A
prisão de Paulo foi uma porta aberta para a proclamação do Evangelho.
II - O
TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE (1.12,1 3)
1. O poder do
Evangelho.
De modo objetivo, Paulo diz aos filipenses que nenhuma cadeia será capaz de
impor limites ao Evangelho de Cristo.
Esse
sentimento superava todas as expectativas do apóstolo concernentes ao
crescimento do Reino de Deus. O seu propósito era ver as Boas Novas prosperando
entre os gentios. Portanto, nenhum poder humano conterá a força do Evangelho,
pois este é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1,16).
2. A preocupação dos
filipenses com Paulo.
Está implícita a preocupação dos filipenses com o bem-estar de Paulo. Eles o
amavam e sabiam do seu ardor em proclamar o Evangelho. Todavia, achavam que a
sua prisão prejudicaria a causa cristã.
O
versículo 12 traz exatamente essa conotação: E quero, irmãos, que saibais as
coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho”. Para
o apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda mais para o progresso da
mensagem evangélica (v.13).
3. Paulo rejeita a
auto piedade.
Paulo era um missionário consciente da sua missão. Para ele, o sofrimento no
exercício do santo ministério era circunstancial e estava sob os cuidados de
Deus (v.19). Por isso, não manifestava auto piedade; não precisava disso para
conquistar a compaixão das pessoas. Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do
sofrimento algo passageiro, pois os infortúnios servem para encher- nos de
esperança, conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de “que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
O
testemunho de Paulo na adversidade pode ser observado pela sua rejeição a auto piedade
e a sua fé no poder do Evangelho,
III -
MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18)
Duas
motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava.
São elas:
1. A motivação
positiva. “E
muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a
palavra mais confiadamente, sem temor” (v.14). Estava claro para os cristãos
romanos, bem como para a guarda pretoriana, que o processo judicial contra
Paulo era injusto, porque ele não havia cometido crime algum. Além de saberem
da inocência do apóstolo, os pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem
do Evangelho (v.13). O resultado não poderia ser outro. Os cristãos filipenses
foram estimulados a anunciar o Evangelho com total destemor e coragem.
2. A motivação
negativa.
A prisão de Paulo motivou os cristãos a proclamar o Evangelho de “boa mente” e
“por amor”. Mas havia aqueles que usavam a prisão do apóstolo para garantir
vantagens pessoais. Dominados pela inveja e pela teimosia, agiam por motivos
errados. Mas pelo Espírito, o apóstolo entendeu que o mais importante era
anunciar Cristo ao mundo “de toda a maneira”. Isto não significa que Paulo
aprovava quem procedia dessa forma, porque um dia todo mau obreiro terá de dar
contas de seus atos ao Senhor (Mt 7.21-23).
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Infelizmente
eram duas as motivações que predominavam na igreja de Filipos: (1) a positiva
(pregação com destemor e coragem) e (2) a negativa (pregação pelo interesse
pessoal).
IV - O
DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1. Viver para Cristo. “Nisto me regozijo e
me regozijarei ainda” (v.18). Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre
o avanço do Evangelho no mundo. Viver, para o apóstolo, só se justifica se a
razão for o ministério cristão: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é
ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o
que deva escolher" (vv.21,22).
A
morte para ele era um evento natural, mas glorioso. Significava estar
imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo para Paulo, o princípio, a essência
e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus.
Por isso, podia dizer: “E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim” (GI 2.20).
2. Paulo supera o
dilema.
“Estar com Cristo” e “viver na carne”. Este era o dilema do apóstolo
(vv.23,24). Ele desejava estar na plenitude com o Senhor. Todavia, o amor dele
pelos gentios era igualmente intenso. “Ficar na carne” (v.24), aqui, refere-se
à vida física. Isto é: viver para disseminar o Evangelho pelo mundo. Mais do
que escolha pessoal, estar vivo justifica-se apenas para proclamar o Evangelho
e fortalecer a Igreja. Este era o pensamento paulino. Nos versículos 25 e 26,
ele entende que, se fosse posto em liberdade, poderia rever os irmãos de
Filipos, e viver o amor fraterno pela providência do Espírito Santo.
SINOPSE
DO TÓPICO (4)
O
dilema de Paulo era, imediatamente, “estar com Cristo” ou “viver na carne” para
edificar os filipenses.
CONCLUSÃO
Pauto
resolveu o seu dilema em relação à igreja, declarando que o seu desejo de estar
com Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv.24-26).
Ele
nos ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo que
isso signifique enfrentar oposição dos falsos crentes e até privações
materiais. O que deve nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento
da Igreja de Cristo (vv.25,26).
VOCABULÁRIO
Locupletarem: Enriquecerem; encherem em demasia; fartarem.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Teológico
‘Alguns
pregam Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente (1.15).
Posteriormente Paulo voltará sua atenção aos judaizantes, que distorcem o
evangelho insistindo nas obras como algo essencial para a salvação (3.2-11).
Aqui a tensão é pessoal em vez de doutrinária. Alguns se tornam evangelistas
mais ativos por um espírito competitivo, tendo um prazer perverso no pensamento
de que Paulo está atado e incapaz de tentar alcançámos. Outros se tornam
evangelistas mais ativos por amor, um esforço de aliviar Paulo da preocupação
de que expansão do evangelho retrair-se-á devido à sua inatividade forçada.
É
fascinante ver como Paulo recusa-se a julgar as motivações, e está encantado
com o fato de que, seja pela razão que for, o evangelho está sendo pregado.
Poucos de nós têm essa maturidade. Os críticos de Paulo poderão ficar
amargamente ressentidos com o seu sucesso, mas o apóstolo não ficará ressentido
com eles! Em vez disso ele se regozijará por Cristo estar sendo pregado, e
deixará a questão dos motivos para o Senhor.
Porque
sei que disto me resultará salvação (1.19). Paulo não se refere aqui à sua
libertação da prisão. O maior perigo que qualquer um de nós enfrenta é o
desânimo que as dificuldades frequentemente criam” (RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, l .ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2007, p,437).
EXERCÍCIOS
1.
De acordo com a lição, qual foi a principal contribuição da prisão de Paulo
para o Evangelho?
R:
Foi a livre comunicação do Evangelho na capitai do mundo antigo.
2.
Como Paulo via o sofrimento?
R:
Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo passageiro, pois os
infortúnios servem para encher-nos de esperança, conduzindo- -nos numa
bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas contribuem juntamente para o
bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).
3.
Cite e explique as motivações que predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o
apóstolo Paulo atuava.
R:
A primeira motivação era positiva, caracterizada pela disposição dos fiiipenses
pregarem o Evangelho com destemor e coragem. A segunda era negativa, pois a sua
principal característica era os pregadores que usavam a prisão do apóstolo para
garantir vantagens pessoais.
4.
Qual era o maior dilema de Paulo apontado na lição?
R:
“Estar com Cristo” ou “viver na carne”.
5.
Você está pronto a trabalhar na causa do Senhor; mesmo que isso signifique
enfrentar oposições de falsos crentes, além das privações materiais ou físicas?
5.
Resposta pessoal.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PEARLMAN,
Myer. Epístolas Paulinas: Semeando as
Doutrinas Cristãs. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1 998,
ZUCK,
Roy B (Ed.), Teologia do Novo
Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
Revista Ensinador Cristão CPAD,
n° 55, p.37.
É
possível ter esperança em meio à adversidade? Esta pergunta pode parecer mera
retórica, pois uma vez proposta àquele que sofre, mas alienada da sua
realidade, ela ignora o sofrimento e as circunstâncias existenciais que a
maioria dos seres humanos enfrenta no mundo. A consequência não poderia ser
outra: a dissimulação de quem pergunta.
Porém,
esta acusação não se pode fazer ao apóstolo Paulo. A sua esperança na
adversidade está latente quando ele comunica aos seus irmãos: "As coisas
que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho" (1.12).
Aqui, quem fala não é uma pessoa que se acampa e um escritório opulento e
distante do sofrimento alheio, mas um ser humano que redige uma mensagem de
esperança em um lugar contrário a qualquer esperança: a prisão. Mas
resolutamente encarcerado. Como alguém como Paulo poderia estar resoluto numa
prisão do primeiro século da era cristã?
A
fé na soberania divina é a chave para entender a tranquilidade do apóstolo. A
partir dela, ele estava convencido de que o seu sofrimento serviria para
expandir o Evangelho entre os gentios. E os filipenses deveriam estar
conscientizados disso também.
O
olhar do apóstolo agora se volta para a necessidade da igreja de Filipos. Paulo
sabe que a igreja é perseguida e sofredora. Embora o apóstolo estivesse cheio
da graça de Deus desejando imediatamente estar com Cristo, ao voltar sua
atenção para a necessidade da comunidade de Filipos ele entra num dilema.
O
dilema paulino é este: "Desejo partir e estar com Cristo", mas
"julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne". Aqui,
descobrimos qual a esperança gloriosa do apóstolo em meio à adversidade: Estar
com Cristo. Esta esperança deve ser a da Igreja também. Mas, em meio ao
sofrimento, e após olhar para o sofrimento alheio, o apóstolo não se julga no
direito de partir com Cristo sabendo que poderia ser um instrumento de Deus
para encorajar irmãos na fé, edificá-los, e encorajá-los a proclamar o
Evangelho ao mundo. A lição apostólica não poderia ser outra: quando olhamos
para o sofrimento alheio e decidimos aliviá-lo brota em nós a esperança de
sermos salvos das nossas adversidades. Estar com Cristo deve ser o nosso
anseio, mas enquanto Ele não vem estaremos com Cristo juntamente com o próximo
sofredor. O nosso sofrimento deve impulsionar-nos a proclamar ao outro aquilo
que nos dá esperança: o Evangelho.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste capítulo, a
Carta de Paulo segue o padrão comum adotado por ele para escrever suas cartas.
Ele dá uma descrição detalhada das suas necessidades, mas destaca, acima de
tudo, a paixão que o consumia: a pregação do evangelho acima de qualquer
adversidade. O texto está adaptado ao assunto deste capítulo. Paulo estava
preso em Roma, mas as suas cadeias não o impediam de proclamar o evangelho. Ele
fala de seu sofrimento de forma exemplar, com o objetivo de levar os filipenses
a uma reação cristã à perseguição. Ele queria que os filipenses entendessem que
nada poderia diminuir a fé recebida. Pelo contrário, as coisas que lhe haviam
acontecido em sua viagem missionária não eram um entrave para o progresso do
evangelho. Os filipenses estavam profundamente preocupados com o estado físico
de Paulo na prisão. Nutriam por ele um grande afeto. Sabiam que ele estava
preso, aguardando o julgamento, e que não demoraria o seu julgamento perante o
supremo tribunal do Império. Por causa dessa situação, a igreja se preocupava
em saber como ele estava se sentindo. Na verdade, a preocupação maior dos
filipenses estava em saber o que aconteceria com a igreja plantada por todo o mundo
romano se Paulo fosse condenado à morte.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag.
A medida mas segura
para determina a maturidade espiritual de um cristão é saber que nada pode
roubar-lhe a alegria que lhe foi concedida pelo Espírito . Maturidade de Paulo
é evidente no presente texto no qual ele deixa claro que nem circunstancias
difíceis, desagradáveis, dolorosas, e até mesmo fatais não poderia roubar-lhe a
alegria, e em vez disso ela aumentaram ainda mais sua alegria.
Embora seja um dom de
Deus para cada crente e administrado pelo Espírito Santo (Gl 5:22), a alegria
não é sempre constante e plena (cf. 1 João 1:4). A única causa certa para a
perda de alegria na vida do crente é o pecado, que corrompe a sua comunhão com
o Senhor, que é a fonte de alegria. Tais atitudes pecaminosas como a
insatisfação, amargura, mau humor, dúvida, medo e alegria causa negativismo
para ser executada. Consequentemente, a única maneira de restaurar a alegria
perdida é de se arrepender e voltar a adoração adequada e obediência a Deus.
Outra coisa que não
importa o pecado não como não é difícil, doloroso, ou decepcionante, precisa
tirar a alegria do crente. No entanto, mesmo as coisas pequenas podem fazê-lo
se os crentes reagem pecaminosamente para eles. A mudança para pior na saúde,
trabalho, finanças, relacionamentos pessoais, ou outras áreas importantes da
vida pode facilmente causar crentes a questionar o Senhor, a Sua soberana
sabedoria, e Sua provisão graciosa. Quando isso acontece, a alegria é uma das
primeiras vítimas. Os crentes são especialmente vulneráveis quando essas coisas
acontecem de repente, levando-os desprevenidos. Sua resposta é muitas vezes de
raiva, dúvida, desconfiança, medo, auto-piedade, a ingratidão, ou reclamando.
Nesses casos, os eventos que não são pecaminosas em si levar a respostas
pecaminosas que roubam a alegria.
A Palavra de Deus
deixa claro que os problemas nesta vida é certo para vir (cf. Jó 5:7; 14:1;. Ecl
2:23; João 16:33). Os crentes não estão isentos dos problemas comuns e todas as
pessoas enfrentam dificuldades. Eles também enfrentam perseguição por sua fé a
partir do sistema mundo hostil. "Lembrai-vos da palavra que eu disse a
você:" Jesus disse: "Um escravo não é maior do que seu mestre."
Se me perseguiram, também vos perseguirão a vós "(João 15:20). Um pouco
mais tarde acrescentou: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu
venci o mundo" (João 16:33). Para os cristãos judeus espalhados na igreja
primitiva que estavam sofrendo grande perseguição, Tiago escreveu:
"Considere que toda a alegria, meus irmãos, quando passardes por várias
provações, sabendo que a provação da vossa fé produz perseverança. E a
perseverança deve ter a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e
completos, não faltando em coisa alguma "(Tiago 1:2-4).
Mas Deus pode usar
até mesmo os testes mais difíceis para o nosso bem e para Sua glória.
Nenhum escritor do
Novo Testamento entendido que a verdade melhor do que Paulo fez. Ele era um
modelo maior que a vida de um homem de Deus, cuja alegria nunca vacilou. Ele
resistiu qualquer coisa que ameaçou se colocar entre ele e sua comunhão íntima
com e confiar no Senhor. Paulo certamente experimentou tristeza e as lágrimas,
sofreu tristeza e decepção, e perturbou-se por crentes pecadores, fracos, e
contenciosa. No entanto, nunca parece ter havido um momento na sua vida como um
crente, quando as circunstâncias diminuiu sua alegria. Na verdade, parece que o
pior aflição só aumentou a pressão sobre a alegria da salvação (Fp 4:4, 10-13).
Até o momento ele
escreveu Filipenses, Paulo tinha dificuldades sérias experientes de todo tipo.
Quando escreveu esta epístola, ele era um prisioneiro em Roma. Ele havia muito
tempo desejava pregar naquela grande cidade, tendo apenas alguns anos antes
escrita para a igreja lá:
Para Deus, a quem
sirvo em meu espírito, a pregação do evangelho do Seu Filho, é minha
testemunha de como incessantemente faço menção de vós, sempre em minhas orações
que fazem pedido, se talvez agora, finalmente, pela vontade de Deus eu pode ter
sucesso em chegar a você .... Eu não quero que ignoreis, irmãos, que muitas
vezes eu tenho planejado para chegar até você (e ter sido impedido até agora)
para que eu possa obter algum fruto entre vós também, como também entre o
restante dos gentios "(Rom. 1:9-10, 13;. cf v. 15).
O apóstolo estava
expressando mais do que um desejo pessoal de ministro em um lugar novo e
desafiador. Ele estava convencido da importância de trazer o evangelho naquela
cidadela do paganismo e usando Roma como um trampolim para o ministério ainda
mais (mesmo para a Espanha, Rom. 15:24). Parece duvidoso que ele tinha em mente
a ministrar em Roma como prisioneiro. Nem ele provavelmente encaramos chegando
lá só depois de enfrentar uma tempestade tempestuosa que resultou em um naufrágio
desastroso (cf. Atos 21:33-28:31). Mas no entanto ele chegou lá ou sejam quais
forem as circunstâncias Depois que ele chegou, Paulo intensamente queria pregar
o evangelho lá "pela vontade de Deus" (Rom. 1:10).
Embora ele não estava
a escrever esta carta de uma masmorra, mas uma residência privada (Atos 28:16,
30), Paulo estava acorrentado noite e dia para um soldado romano. Ele não tinha
nenhuma privacidade quando ele comeu, quando ele dormia, quando escreveu,
quando orava, ou quando ele pregou, ensinou, ou conversava com algumas amigas
(vv. 17-31). No entanto, para um período de dois anos esta falta de privacidade
tornou impossível para os soldados romanos que guardavam-lhe para evitar ouvir
o evangelho e testemunhar a semelhança de Cristo notável Paulo. Como os
próximos versículos sugere, este, aparentemente, levou alguns deles para a
salvação (Filipenses 1:13-14;. Cf 4:22). Paulo regozijou-se por causa do
ministério para o qual o Senhor o tinha chamado e por causa do fruto espiritual
que o ministério produziu, mesmo enquanto ele estava em cadeias.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
Referências pessoais
de Paulo - seus grilhões, obra, rivais, dilema e convicções (1.12-26) As
palavras introdutórias desta passagem têm por alvo acalmar os corações dos
filipenses quanto à aparente calamidade de seu aprisionamento em Roma. Paulo
lhes assegura que essas circunstâncias até contribuíram para a extensão do
Evangelho (v. 12). Explica-lhes que “suas prisões em Cristo” se tornaram bem
conhecidas, sendo comentadas em todo o palácio (literalmente: “por toda a guarda
pretoriana”), incluindo César e sua corte, além dos romanos em geral (v. 13). A prisão de Paulo é digna de nota num pleito
judicial dessa natureza, devido ao seu testemunho da gloriosa pessoa de Cristo,
realçado por sua constância e firmeza. Embora preso a grilhões por causa do
Mestre, seu encarceramento acabou inspirando os irmãos em Roma a testificar com
coragem de Cristo. Outros, provavelmente judaizantes agregados à igreja em
Roma, embora invejosos e facciosos, também ajudariam a promover a proclamação de
Cristo, por estranho que pareça. O nome de Cristo, fosse de boa vontade ou
contrariando a simplicidade do Evangelho, estava nos lábios de muitos (vv.
14-18).
Paulo crê que mesmo
na difícil circunstância em que se encontrava, de provas e sofrimentos,
compartilhada pelos filipenses em oração inspirada pelo Espírito Santo, tudo
resultaria na salvação de muita gente (v. 19). Esperava e desejava que Cristo
fosse engrandecido por meio dele, não importando se para isso devesse continuar
vivo ou morrer. Para Paulo, a vida resumia-se a Cristo – ele era tudo -, e a
morte podia ser computada por lucro, pois significava estar com Cristo (v.
20,21).
De certa maneira, ele
estava num dilema, perplexo, sabendo que sua “partida” (no grego, literalmente:
“desatamento”) significaria estar na presença do Senhor, sem ignorar que sua
presença no corpo se fazia necessária, a fim de poder acompanhar-lhes o
progresso espiritual.
Se fosse solto da
prisão e pudesse reunir-se com os irmãos, seria “para proveito vosso e gozo da
fé” (vv. 22- 26).
Boyd. Frank M. Comentário Bíblico. Gálatas. Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses,
Hebreus. Editora CPAD. pag.
62-63.
Procuram-se Pioneiros.
Filipenses 1 :12-26
Mais do que qualquer
outra coisa, o de sejo de Paulo como missionário era pregar o evangelho em
Roma. Centro de um império grandioso, Roma era a principal cidade daquela
época. Se Paulo a conquistasse para Cristo, milhões de pessoas seriam alcançadas
pela mensagem da salvação. Essa oportunidade era uma das prioridades críticas do
apóstolo, pois ele diz: "Depois de haver estado ali [Jerusalém],
importa-me ver também Roma" (At 19:21). Quando estava em Corinto,
escreveu: "Por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o
evangelho também a vós outros, em Roma" (Rm 1:15).
Paulo desejava ir a
Roma como evangelista, mas, em vez disso, foi como prisioneiro! Poderia ter
escrito uma longa epístola só sobre essa experiência. Em vez disso, porém, ele
a resume como "as coisas que me aconteceram" (Fp 1:12). O relato
dessas "coisas" encontra-se em Atos 21:17 - 28:31 e começa com a
prisão ilegal de Paulo no templo em Jerusalém. Os judeus pensaram que ele havia
profanado o templo permitindo a entrada de gentios nos átrios sagrados e os
romanos pensaram que o apóstolo era um renegado egípcio que fazia parte da
lista de homens mais procurados pela lei. Paulo tornou-se o centro de tramas
políticas e religiosas e permaneceu preso em Cesaréia por dois anos. Quando,
finalmente, apelou para César (o que era um privilégio de todo cidadão romano),
foi enviado para Roma. A caminho da capital, seu navio naufragou. O relato
dessa tempestade e da fé e coragem de Paulo é uma das narrativas mais
dramáticas da Bíblia (At 27). Depois de três meses de espera na ilha de Malta,
Paulo finalmente embarcou para Roma, a fim de comparecer à audiência perante
César.
Para muitos, todos
esses acontecimentos poderiam parecer uma sucessão de fracassos, mas não para
um homem determinado e preocupado em falar de Cristo e do evangelho. A alegria
de Paulo não era decorrente de circunstâncias ideais; ele se alegrava em ganhar
outros para Cristo. E se as circunstâncias favoreciam o progresso do evangelho,
era só o que importava para ele!
O termo progresso
significa "avanço pioneiro".
E um termo militar
grego que se referia aos engenheiros do exército que avançavam à frente das
tropas para abrir caminho em novos territórios. Paulo descobriu que, na realidade,
não se encontrava confinado numa prisão, pois sua situação havia lhe aberto
novos campos de ministério.
Muitos já ouviram
falar de Charles Haddon Spurgeon, o famoso pregador ingiês, mas poucos conhecem
a história de sua esposa, Susannah. Quando ainda eram recém-casados, a Sra.
Spurgeon desenvolveu uma enfermidade crônica e, ao que tudo indicava, seu único
ministério seria o de encorajar o marido e orar por seu trabalho. Mas Deus colocou
em seu coração o desejo de compartilhar os livros de seu marido com pastores que
não tinham recursos para comprar esse material. Em pouco tempo, tal desejo levou
à criação do Fundo para Livros. Essa obra de fé equipou milhares de pastores
com instrumentos importantes para seu trabalho. Mesmo sem poder sair de casa, a
Sra. Spurgeon supervisionou pessoalmente todo esse ministério pioneiro.
Deus ainda deseja que
seus filhos levem o evangelho a novos campos. Deseja que sejamos pioneiros e,
por vezes, cria situações em que não podemos ser outra coisa senão pioneiros.
Na verdade, foi assim que o evangelho chegou pela primeira vez a Filipos! Paulo
havia tentado entrar em outra região, mas Deus repetidamente havia fechado as
portas (At 16:6-10). Paulo desejava levar a mensagem para o Oriente, às regiões
da Ásia, mas Deus o dirigiu a pregar no Ocidente, em regiões da Europa. A
história da
humanidade teria sido muito diferente se Deus houvesse permitido que Paulo
seguisse os próprios planos!
Por vezes, Deus usa
instrumentos estranhos para nos ajudar a ser pioneiros do evangelho. No caso de
Paulo, três instrumentos o ajudaram a levar o evangelho aos pretorianos, a
guarda de elite de César: suas cadeias (Fp 1:12-14), seus críticos (Fp 1:15-19)
e sua crise (Fp 1:20-26).
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 85-86.
I -
ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1. Paulo na prisão.
« ...minhas
cadeias...» Inácio (ver Smry. xv) escreveu: «Sendo um prisioneiro em cadeias,
que são ornamentos divinos, saúdo a todos os homens». Essa expressão de Paulo
poderia referir-se a algemas literais ou ao seu aprisionamento, de acordo com o
grego posterior, embora usualmente o neutro, tal como neste caso, indicasse as
próprias algemas, ao passo que o género masculino da palavra indicava o
aprisionamento.
«...em Cristo...» Em
certo sentido espiritual, por causa da «união mística» com Cristo, em comunhão
vital com ele, conforme se lê em I Cor. 1:4. Essa expressão é utilizada por Paulo
por nada menos de cento e sessenta e quatro vezes em seus escritos. Ou então,
no presente contexto, pode significar «por causa da minha lealdade a Cristo», o
que somente ofende aos homens e os impele a me tornarem prisioneiro ou a me
afligirem de outras maneiras.
Também se pode
compreender essas palavras como «suporto tudo por amor a Cristo». (C om p ara r
com o trecho de Efé. 4:1, onde se lê sobre «o prisioneiro de Cristo Jesus»,
referindo-se ao apóstolo dos gentios). «...tornaram conhecidas...» Dois elementos
precisam ser reconhecidos aqui, a saber:
1. O fato do
aprisionamento de Paulo se tornou largamente conhecido, visto tratar-se de um
caso incomum. Isso ilustra até que ponto a reputação de Paulo havia penetrado
por todo o mundo antigo. Seu encarceramento tornou-se motivo de interesse
público, tal como no caso de alguns criminosos hoje em dia, ou tal como certos
casos sensacionais, que são publicados pelos meios de comunicação.
2. Paulo, na
qualidade de embaixador de Cristo, devido à notoriedade do seu caso, publicava
assim o evangelho de Cristo. Paulo não era apenas um prisioneiro a mais, era o
prisioneiro de Cristo, pois era mantido em custódia devido à sua lealdade a
Cristo,, e todos sabiam disso. Seu próprio encarceramento se tornou um meio de
chamar a atenção dos homens para Cristo e seu evangelho. Portanto, ao invés
disso fazer cessar seu testemunho, suas tribulações que sofria eram um meio de
mais ainda propagar-se a sua mensagem.
«...de toda a guarda
pretoriana...» Algumas traduções dizem neste ponto, «...em todo o palácio...»,
querendo dar a entender que o apóstolo estava detido na cidade de Roma. Mas
outros eruditos, tal como a tradução aqui usada, preferem a tradução de
«...guarda pretoriana... * Mas, no grego original, o termo usado pode assumir
um ou outro desses dois sentidos.
Além disso, pode
significar «o palácio do governador», tal como havia tais palácios em todas as
províncias romanas, e não apenas na capital do império. Por igual modo, pode
significar «barracas militares», ou distrito militar de qualquer acampamento do
exército romano. Originalmente, esse termo indicava a «tenda» do general de uma
legião. Portanto, essa palavra, por si mesma, nada prova quanto à localização
do aprisionamento de Paulo. (Ver igualmente a «casa de César», em Fil. 4:22,
que não alude necessariamente a membros da família imperial, porquanto se tem demonstrado,
na arqueologia e na pesquisa moderna, que essa palavra não indica
necessariamente mais do que «aqueles que trabalham a serviço do governo», sendo
esse o seu significado normal. Qualquer localidade do império romano poderia
estar em vista.
Muitos indivíduos
pertencentes à «guarda pretoriana» eram escravos ou outros oficiais inferiores
de administrações civis ou militares. Portanto, Paulo poderia estar falando
facilmente de circunstâncias em Éfeso, em Cesaréia, e não apenas em Roma; pelo
que também o local de onde ele escreveu esta epístola deve permanecer na
dúvida. A maioria dos eruditos, porém, mormente no caso desta epístola aos
Filipenses (em contraste com as epístolas aos Efésios, aos Colossenses, a
Filemom e as chamadas «epístolas-da prisão»), pensa que Roma foi a localidade
onde ela foi escrita.
Mas Éfeso parece ser
a localidade favorita no tocante às outras três epístolas citadas, conforme conjecturam
os estudiosos; mas isso faria com que tivessem sido escritas consideravelmente
mais cedo, na carreira paulina, do que a presente epístola aos Filipenses.
As palavras
«...guarda pretoriana...», com a adição de «...e de todos os demais...», no presente
texto, provavelmente leva o termo a referir-se a um grupo de homens, e não a
uma localidade qualquer. Estariam em foco os soldados encarregados de tomar
conta de Paulo, os quais seriam constantemente substituídos por outros. Assim,
gradualmente, através da notícia passada de boca em boca, o caso de Paulo se
tornou bem conhecido entre aquele grupo militar. Essas palavras, «... e de
todos os demais...», mui provavelmente se referem ao fato que muitos, além dos
componentes daquela guarda, como os oficiais civis e o povo comum, também se
tinham interessado no caso de Paulo, à proporção em que sua fama foi crescendo.
O que era a guarda pretoriana
? Era aguarda imperial, guardas do «praetor», título de certo oficial romano,
abaixo da categoria dos cônsules.
Originalmente esse
título era dado exclusivamente a italianos de nascimento, embora mais tarde
essa restrição tenha sido afrouxada. Essa guarda foi instituída por Augusto,
por quem foi denominada de «coortes pretorianas». Augusto postou três mil deles
na cidade de Roma, e os demais foram espalhados pelas cidades italianas
adjacentes. Sob o imperador Tibério, todos foram trazidos de volta a Roma,
tendo ficado alojados em um acampamento fortificado. Esse grupo, devido às
qualificações e ao serviço superior que prestavam, recebia pagamento duplo,
além de outros favores especiais. Seu tempo de serviço era de doze anos, o qual
mais tarde foi ampliado para dezesseis anos; e grande soma em dinheiro (ao fim
desse período), era dada a cada um de seus componentes. Parece que sua patente como
um corpo militar, equivalia a centuriões, e com o tempo obtiveram tanto poder
que até mesmo imperadores tiveram de cortejar o seu favor. No ano de 193 d.C.,
a guarda pretoriana foi dispensada, quando Severo subiu ao trono. Seus membros
foram banidos. Todavia, alguns anos mais tarde, o grupo foi reorganizado, e seu
número se quadruplicou. Mas finalmente foram suprimidos por Constantino
(306-337 d.C., o primeiro imperador cristão de Roma). (Ver o trecho de Efé.
6:20, onde Paulo é descrito como acorrentado a um membro da guarda pretoriana).
O contacto do
apóstolo dos gentios com a guarda pretoriana fez com que a sua fama se
espalhasse paralelamente à fama de seu Senhor e do evangelho. Se porventura
temos aqui alusão ao aprisionamento de Paulo em Roma, então o apóstolo estaria
sob vigilância dessa guarda em sua própria casa alugada. (Ver Atos 28:31 acerca
de detalhes dessa questão). Essa forma de encarceramento era intitulada
«custódia militar». Sendo cidadão romano, Paulo foi alvo de algumas
demonstrações de consideração, que outros cristãos primitivos não desfrutaram;
mas isso não diminuiu em coisa alguma a ameaça de morte que ele enfrentava,
sendo bem provável que após um segundo período de aprisionamento, que ele
sofreu, foi martirizado.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 14.
PRETORIANA, GUARDA.
A guarda pretoriana
nunca é mencionada no Novo Testamento, embora a palavra grega praitôrion, em Fil.
1:13; talvez aluda a essa força armada (o que explica a tradução que aparece em
nossa versão portuguesa, «guarda pretoriana..). Naturalmente, os prisioneiros
políticos eram mantidos sob vigilância de uma guarda, mesmo quando estivessem
sob prisão domiciliar.
Originalmente, um
pretor (vide) era um alto magistrado romano. Com a passagem do tempo, esse oficio
Passou. a ser chamado oficio dos cônsules.
Porém. a forma
adjetivada continuou a ser usada em vários contextos, como a cohors praetoria,
«guarda pretoriana.., que formava a guarda pessoal de um general. Mais tarde
ainda, desenvolveu-se a Guarda Pretoriana do Império, formada originalmente por
nove coortes, e que foi constituída por Augusto, em 27 A.C .. Essa era uma
espécie de corpo de elite, que provia uma proteção especial e uma força
ostensiva, a fim de ajudar a manter a boa ordem.
Esse grupo tornou-se
tão poderoso que chegou a derrubar e levantar imperadores. Os membros da guarda
pretoriana recebiam um salário três vezes maior que o soldo dos soldados
ordinários, além de benefícios extras especiais. Caligula aumentou a guarda
pretoriana para doze coortes; e Vitélio (em 69 D.C.), para dezesseis.
Domiciano, entretanto, reduziu esse número para dez coortes. Constantino desativou
a instituição em 312 D.C. Uma coorte usualmente consistia em quinhentos
soldados. Os militares desse grupo seleto serviam somente durante dezesseis
anos; e então recebiam uma aposentadoria especial.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 376-377.
1.13 - As minhas
prisões em Cristo. A expressão em Cristo mostra que Paulo considerava sua
prisão como o resultado da vontade soberana de Deus, pois promoveu o evangelho
de duas formas. Primeiro, a guarda do palácio o ouviu enquanto Paulo pregava no
cárcere. A guarda pretoriana era composta de milhares de soldados de elite
altamente treinados do império romano cujo quartel-general ficava em Roma.
Durante os dois
primeiros anos em que Paulo ficou em prisão domiciliar em Roma, diferentes soldados
se revezaram para vigiá-lo. Uma vez que permaneciam acorrentados a Paulo, eles
não tinham outra opção senão ouvi-lo proclamar o evangelho; não podiam bater
nele para que ficasse em silêncio porque ele era um cidadão romano (At
16.37,38). Apesar de Paulo não poder sair para pregar ao mundo, Deus levou o
mundo a Paulo. Em uma inversão irónica, os soldados ficavam cativos e Paulo
ficava livre para pregar. Segundo, todos os demais lugares - os que visitavam Paulo
- ouviram o evangelho. Alguns dos visitantes eram líderes dos judeus em Roma
(At 28.17).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 523.
Evidências da carta
aos filipenses
Nossa incerteza
quanto a Roma, como destino de alguns documentos do Novo Testamento, anda junto
com nossa incerteza quanto a Roma como local de origem de outros. As
"cartas da prisão" de Paulo tradicionalmente têm sido datadas durante
seu cativeiro em Roma, mas vimos que, pelo menos para algumas, foi defendida
uma origem em Efeso ou Cesaréia.
Se os "santos da
casa de César" cujas saudações são enviadas à igreja de Filipos eram
cristãos de Roma, como parece mais provável, então também é em Roma que podemos
procurar mais naturalmente opraetorium no qual, segundo Filipenses 1.13, era do
conhecimento de todos que Paulo estava na prisão por causa de Cristo. (Tem sido
dito por alguns estudiosos que a carta aos Filipenses, como a temos, engloba
mais de uma carta enviada por Paulo aos seus amigos em Filipos, e essa
possibilidade deve ser mantida em mente, mesmo se vai contra a "probabilidade
bibliográfica".) De todos os sentidos possíveis de praetorium, o mais
apropriado nesse contexto é "guarda pretoriana". A guarda pretoriana
era a força de segurança do próprio imperador, e como Paulo, com seu apelo, se
colocara à disposição do imperador, era natural que os soldados encarregados
dele em seu alojamento, em turnos, fossem da guarda pretoriana. Poucos desses
soldados já tinham encontrado um homem como Paulo, e todos logo ficavam sabendo
o que o trouxera a Roma.
Não só a guarda
pretoriana, mas "todos os demais", diz Paulo, tinham vindo a saber a
razão da sua prisão — "todos os demais" significando, provavelmente,
todos os que tinham alguma ligação com os preparativos para o seu
interrogatório.
Além disso, o fato de
Paulo, apesar das restrições da sua prisão domiciliar, poder pregar o evangelho
livremente a todos os que vinham vê-lo, encorajou muitos outros cristãos em Roma
a dar testemunho com mais ousadia do que tinham feito antes, de modo que a
vinda de Paulo a Roma tinha, de todas as maneiras, promovido a difusão do
evangelho na cidade. Não que essa expansão foi promovida sempre em um espírito
de cooperação com Paulo; as diferenças entre os vários grupos de cristãos em
Roma significavam que alguns grupos tinham menos simpatias por Paulo que
outros; alguns, por sinal, lhe eram claramente opostos. Podemos deduzir das
palavras de Paulo que, enquanto alguns pregavam Cristo com um espírito de boa
vontade, contando-se como seus amigos e parceiros, outros o faziam com um
espírito de inveja e rivalidade, com nenhum motivo mais digno do que esfregar
sal em suas feridas, para aumentar o senso de frustração que ele pode ter tido,
em sua situação limitada. Mas Paulo reage com um espírito de tranquilidade e
contentamento: o que importa é que Cristo está sendo proclamado, seja por
motivos dignos seja indignos — "com isto", diz ele, "me
regozijo" (Fp 1.15-18).
Isso está muito
distante do anátema que ele invocou sobre os que lhe causaram problemas muitos
anos antes, invadindo seu campo missionário na Galácia e ensinando um
"evangelho diferente" aos seus convertidos ali. Certo é que os que
lhe desejavam o mal em Roma, não estavam se imiscuindo no que não lhes dizia
respeito, e não é sugerido que havia alguma coisa deficiente ou subversiva no
conteúdo da sua pregação; mesmo assim, pode-se reconhecer que Paulo se tornou
mais brando e manifesta mais da "mansidão e benignidade de Cristo" do
que conseguiu, quando invocou essas qualidades ao altercar com membros desafetos
da igreja de Corinto. Talvez seus dois anos de prisão em Cesaréia, seguidos da
sua prisão domiciliar em Roma no momento, lhe tivessem ensinado novas lições de
paciência.
Não havia como saber
por quanto tempo ele ficaria em prisão domiciliar, nem quando seria chamado
para comparecer perante César. Sua tendência era esperar por um resultado
favorável do interrogatório; muitos amigos, em Roma, Filipos e outros lugares,
estavam orando por isso, e ele estava convicto de que, pelo bem dos seus
convertidos e a promoção do evangelho, sua absolvição e soltura seriam
desejáveis. Se fosse seguir apenas sua preferência, ele não tinha tanta
certeza: seria "incomparavelmente melhor" para ele partir para sua
última viagem e estar em casa "com Cristo" (Fp 1.23). Era-lhe difícil
escolher entre os dois; felizmente não cabia a ele a escolha, e sua oração era
que, de um modo ou outro, Cristo fosse glorificado.
BRUCE.
F. F. Paulo, o apóstolo da graça, sua
vida, cartas e teologia. Editora Sheed. pag. 377-378.
2. Uma porta se abre através da adversidade.
As CADEIAS de Paulo
(Fp 1:12-14)
O mesmo Deus que usou
o bordão de Moisés, os jarros de Gideão e a funda de Davi usou as cadeias de
Paulo. Os romanos sequer suspeitavam que as correntes que colocaram nos punhos
do apóstolos o libertariam ao invés de prendê-lo\ Como o próprio apóstolo escreveu
em uma ocasião posterior em que também estava preso: "estou sofrendo até
algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada" (2
Tm 2:9).
Em lugar de se
queixar das suas cadeias, Paulo consagrou-as a Deus e pediu que as usasse para
o avanço pioneiro do evangelho. E Deus respondeu a suas orações.
Em primeiro lugar,
essas cadeias deram a Paulo a oportunidade de ter contato com os perdidos. Ele
permanecia acorrentado a um soldado romano vinte e quatro horas por dia! Cada
soldado cumpria um turno de seis horas, o que significava que Paulo poderia testemunhar
a pelo menos quatro homens todos os dias! É possível imaginar a situação desses
soldados, presos a um homem que orava "sem cessar", que sempre
conversava com outros sobre a vida espiritual e que escrevia constantemente
para igrejas espalhadas por todo o império. Em pouco tempo, alguns desses
soldados também aceitaram a Cristo. Paulo pôde levar o evangelho à guarda de
elite pretoriana, algo que teria sido impossível se estivesse livre.
Mas as cadeias
permitiram que Paulo tivesse contato com outro grupo de pessoas: os oficiais do
tribunal de César. O apóstolo encontrava-se em Roma como prisioneiro do Estado,
e seu caso era importante. O governo romano estava prestes a determinar a
situação oficial da "seita cristã". Era apenas mais uma seita do
judaísmo ou algo novo e possivelmente perigoso? Deve ter sido uma satisfação
enorme para Paulo saber que os oficiais de César eram obrigados a estudar as
doutrinas da fé cristã!
Às vezes, Deus
precisa colocar "cadeias" em seu povo para que realizem um avanço pioneiro
que não poderia se dar de outra maneira. Algumas mães talvez se sintam presas ao
lar enquanto cuidam dos filhos, mas Deus pode usar essas "cadeias"
para alcançar pessoas com a mensagem da salvação. Susannah Wesley criou
dezenove filhos numa época em que não havia eletrodomésticos nem fraldas
descartáveis! Dessa família numerosa vieram John e Charles Wesley, cujos ministérios
estremeceram as ilhas britânicas.
Fanny Crosby ficou
cega quando tinha um mês e meio de idade, mas já em sua infância mostrou-se
determinada a não permitir que as cadeias da escuridão a prendessem. Os hinos e
cânticos que ela escreveu ao longo da vida foram usados por Deus de maneira poderosa.
Eis o segredo: quando
existe determinação, olha-se para as circunstâncias como oportunidades de Deus para
o avanço do evangelho, e há regozijo com aquilo que Deus fará em vez de queixas
por aquilo que Deus não fez.
As cadeias de Paulo
não apenas o colocaram em contato com os perdidos, mas também serviram para
encorajar os salvos. Ao verem a fé e a determinação de Paulo, muitos cristãos
de Roma tiveram sua coragem renovada (Fp 1:14) e "[ousaram] falar com mais
desassombro a palavra de Deus". Aqui, o verbo falar não se refere às
"pregações", mas sim às conversas diárias. Sem dúvida, muitos romanos
comentavam o caso de Paulo, pois questões legais desse tipo eram de grande
interesse para essa nação de legisladores. Os cristãos de Roma, solidários a
Paulo, aproveitavam essas conversas para falar de Jesus Cristo. O desânimo costuma
espalhar-se, mas o bom ânimo também!
Por causa da atitude
alegre de Paulo, os cristãos de Roma foram encorajados novamente a testemunhar
de Cristo com grande ousadia.
Enquanto convalescia
no hospital depois de um acidente grave de carro, recebi uma carta de um homem
que eu não conhecia, mas que parecia ter as palavras certas para tornar meu dia
mais alegre. Recebi várias cartas dele, cada uma melhor do que a anterior.
Depois de me
recuperar, me encontrei com ele pessoalmente. Qual não foi minha surpresa ao
descobrir que o homem era diabético, cego e perdera uma das pernas (posteriormente,
sua outra perna também teve de ser amputada); vivia com a mãe idosa e cuidava
dela! Era, sem dúvida alguma, um indivíduo preso pelas cadeias de suas circunstâncias,
mas, ao mesmo tempo, inteiramente livre para ser um pioneiro do evangelho! Teve
oportunidade de falar de Cristo em escolas, agremiações, na Associação Cristã
de Moços e em reuniões de profissionais que jamais convidariam um pastor como palestrante.
Meu amigo era determinado e vivia para Cristo e para o evangelho. Por isso, experimentou
a alegria de contribuir para o progresso do evangelho.
Talvez nossas cadeias
não sejam tão dramáticas ou difíceis, mas, sem dúvida, Deus pode usá-las da
mesma forma.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 86-87.
Fp 1. 13 Como isso é
possível?! Além dos filipenses, também nós lhe damos ouvidos atentamente.
Porque essa “situação” de Paulo já não é para nós hoje uma questão curiosa e
distante que tentamos penosamente tornar palpável por ter havido certa vez no
passado algo desse tipo. Pessoas dos dias de hoje, irmãos e irmãs de nosso
meio, sofreram “situações” semelhantes e também continuarão a sofrê-las. Como
lidamos no íntimo com essa situação, o que ela significa para o evangelho? Por
que o Senhor permite que seus mensageiros enfrentem tais dificuldades? Essas
perguntas são atuais. Paulo não se eleva simplesmente acima das dificuldades e
não faz de conta que tudo é aprazível e belo. Notamos isso na expressão “mais”
ou “antes”. No entanto, pode constatar agora com gratidão que tudo conduziu
“mais”, “antes” para o progresso da mensagem, pois uma nova e inesperada
possibilidade missionária se abriu, precisamente no quartel. A este respeito
Paulo não fala na voz ativa: “Aqui pude falar acerca de Jesus aos soldados.”
Afinal, era óbvio que ele não se calava acerca de Jesus. Paulo nunca teria
silenciado acerca de Jesus em qualquer lugar que estivesse! Mas, por mais
incondicionalmente necessário que seja nosso testemunho, sobre a trajetória do
evangelho paira sempre o mistério da condução e eficácia divinas. A “porta da
palavra” não é aberta por nós, mas por Deus (Cl 4.3). Por isso Paulo declara
que “suas algemas se tornaram manifestas em Cristo em todo o pretório”. Afinal,
para Paulo tudo acontece “em Cristo”. Por isto aconteceu “em Cristo” (ou “por
Cristo”, como também é possível traduzir aqui a preposição grega en) que em
todo o quartel se falasse do estranho prisioneiro que se diferenciava tanto de
todos os outros prisioneiros que normalmente se via dentro do quartel. “Que
razão haveria para encarcerar um homem desses?” Ora, quase que automaticamente
surgia assim a oportunidade de anunciar, como resposta a tais perguntas, a
mensagem de Jesus, que ia sendo transmitida por todas dependências do quartel.
Contudo ela também se difundiu para além do quartel, para “todos os demais”.
Não sabemos de quem exatamente Paulo fala. De qualquer maneira, porém, os
soldados informam a outros acerca do prisioneiro de que estão cuidando agora e
o que ele tem para dizer. Portanto é justamente assim que o evangelho alcança
pessoas das quais do contrário jamais se teria aproximado. O que primeiro
parecia ser um terrível impedimento, não obstante acaba servindo ao progresso
da causa.
Werner
de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses.
Editora
Evangélica Esperança.
II - O
TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE (1.12,1 3)
1. O poder do Evangelho.
A prisão de Paulo, do
ponto de vista humano, poderia ter sido um revés para o evangelho. Entretanto,
Paulo garante que nada, absolutamente nada, poderia frear a força do evangelho
de Cristo. Nenhuma circunstância, política, material ou espiritual impediria o
testemunho do evangelho.
O fato de o apóstolo
estar preso poderia afetar o avanço do evangelho no mundo. Sua prisão era
considerada um golpe contra a igreja de Cristo. Porém, o apóstolo transmite na
sua carta a ideia de que nenhum poder físico ou material poderá conter a força
do evangelho. O que Paulo, de modo simples e objetivo, diz para os filipenses é
que cadeias não limitam o movimento dinâmico do evangelho que pode ser
disseminado de boca em boca. Mais importante que as suas cadeias era a
proclamação do evangelho, não importava como. Para o apóstolo em prisão, as
notícias dos sucessos de conquista do evangelho na vida das pessoas lhe serviam
de consolo para suportar os sofrimentos que padecia nas suas prisões. Saber que
o testemunho das suas prisões produzia fruto positivo na vida dos cristãos,
especialmente os romanos, dava-lhe uma alegria e um sentimento de vitória que
superava todos os sofrimentos da prisão.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 35.
Até o momento ele
escreveu Filipenses, Paulo tinha dificuldades sérias experientes de todo tipo.
Quando escreveu esta epístola, ele era um prisioneiro em Roma. Ele havia muito
tempo desejava pregar naquela grande cidade, tendo apenas alguns anos antes
escrita para a igreja lá:
Para Deus, a quem
sirvo em meu espírito, a pregação do evangelho do Seu Filho, é minha testemunha
de como incessantemente faço menção de vós, sempre em minhas orações que fazem
pedido, se talvez agora, finalmente, pela vontade de Deus eu pode ter sucesso
em chegar a você .... Eu não quero que ignoreis, irmãos, que muitas vezes eu
tenho planejado para chegar até você (e ter sido impedido até agora) para que
eu possa obter algum fruto entre vós também, como também entre o restante dos
gentios "(Rom. 1:9-10, 13;. Cf v. 15).
O apóstolo estava
expressando mais do que um desejo pessoal de ministro em um lugar novo e
desafiador. Ele estava convencido da importância de trazer o evangelho naquela
cidadela do paganismo e usando Roma como um trampolim para o ministério ainda
mais (mesmo para a Espanha, Rom. 15:24). Parece duvidoso que ele tinha em mente
a ministrar em Roma como prisioneiro. Nem ele provavelmente encaramos chegando
lá só depois de enfrentar uma tempestade tempestuosa que resultou em um naufrágio
desastroso (cf. Atos 21:33-28:31). Mas no entanto ele chegou lá ou sejam quais
forem as circunstâncias Depois que ele chegou, Paulo intensamente queria pregar
o evangelho lá "pela vontade de Deus" (Rom. 1:10).
Embora ele não estava
a escrever esta carta de uma masmorra, mas uma residência privada (Atos 28:16,
30), Paulo estava acorrentado noite e dia para um soldado romano. Ele não tinha
nenhuma privacidade quando ele comeu, quando ele dormia, quando escreveu,
quando orava, ou quando ele pregou, ensinou, ou conversava com algumas amigas
(vv. 17-31). No entanto, para um período de dois anos esta falta de privacidade
tornou impossível para os soldados romanos que guardavam-lhe para evitar ouvir
o evangelho e testemunhar a semelhança de Cristo notável Paulo. Como os
próximos versículos sugere, este, aparentemente, levou alguns deles para a
salvação (Filipenses 1:13-14;. Cf 4:22). Paulo regozijou-se por causa do
ministério para o qual o Senhor o tinha chamado e por causa do fruto espiritual
que o ministério produziu, mesmo enquanto ele estava em cadeias.
Os versos 12-26 do
capítulo um revelam quatro elementos da alegria de Paulo no ministério. Ele era
alegre, apesar de problemas, desde que a causa de Cristo progrediu (vv. 12-14);
apesar dos detratores, contanto que o nome de Cristo foi proclamada (vv.
15-18), a despeito da morte, enquanto o Senhor foi glorificado (vv. 19-21), e
apesar de estar na carne, enquanto a igreja foi beneficiada (vv. 22-26).
A expressão “Quero
que Saibam” se traduz de uma expressão comum em grego, que e frequentemente
encontrada em cartas antigas. Expressões similares, tais como "eu quero
que você entenda isso" ou "Eu quero que você saiba isso" hoje,
são usados para chamar a atenção para um ponto importante, especialmente um que
pode ser facilmente perdida, mal interpretado, ou difícil de aceitar. Por outro
lado, Paul muitas vezes declarou que não queria que seus leitores sejam
desinformados (cf. Rm 1:13;. 11:25, 1 Coríntios 10:1;. 2:01, 2 Coríntios 1:8;.
1 Tessalonicenses 4. : 13). No versículo presente que ele queria que seus
amados irmãos a entendessem que ele queria dizer exatamente o que ele disse.
Apesar de suas circunstâncias, Paulo não era amargo ou desanimado, mas tinha
grande motivo para se alegrar.
“Aquilo que me
aconteceu” se traduz “ta kata eme”, que significa literalmente "as coisas
pertencentes ou relacionados a mim." Ela é traduzida como "as minhas
circunstâncias" em Efésios 6:21. Em Colossenses 4:7 é traduzido como
"meus negócios." As circunstâncias de Paulo, explica ele, terrível
como eles parecem ser de uma perspectiva humana, concentraram-se para o maior
progresso do evangelho. Ele não ignorar ou fazer pouco caso da sua prisão (cf.
1:7, 14, 17; Col. 4:3, 18;. Flm 9, 13), mas foi incidental ao seu estado
dispostos, alegres, e imensamente privilegiada como um servo de Jesus Cristo
(1:1). Mallon (maior) é melhor traduzida como "sim" (KJV), "na verdade"
(NVI), ou "realmente" (NVI). Em vez de dificultar e restringir o seu ministério,
circunstâncias difíceis de Paulo tinha feito exatamente o contrário (cf. 2 Cor.
12:9-10).
Era o progresso do
evangelho para o qual Paulo viveu tão apaixonadamente. Para os anciãos de Éfeso
ele declarou: "Eu não considero a minha vida de qualquer conta como
preciosa para mim, para que eu possa terminar minha carreira eo ministério que
recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus
"(Atos 20:24). Tudo o resto na vida de Paulo teve uma importância apenas
na medida em que isso afetou o progresso do evangelho.
Paul não só se
considerava a obrigação de o Senhor, mas também "tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes .... Porque não me envergonho do
evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê,
primeiro do judeu e também do grego "(Rm 1:14, 16).
Tão forte era a
obrigação que Paulo declarou-se "sob compulsão, pois ai de mim",
disse ele, "se eu não anunciar o evangelho" (1 Coríntios 9:16.).
"Eu faço tudo por causa do evangelho", explicou alguns versículos
mais adiante (v. 23). Seu ministério e sua vida terrena, eram inseparáveis. Sua
vida terrena não seria concluído até o seu ministério estava concluído, e
quando o seu ministério estava concluído, sua vida terrena, não teria outra
finalidade (cf. Fl 1:21-26;.. 2 Tm 4:6-8).
Prokopē (progresso)
descreve não apenas avançar mas fazê-lo contra os obstáculos. O verbo
relacionado foi usado por um explorador ou de uma equipe de avanço do exército
cortando um caminho através de árvores e arbustos densos, avançando lentamente
e com esforço considerável. A resistência é, portanto, inerente a esse tipo de
progresso, e ninguém sabia melhor do que Paul como inevitável a resistência de
Satanás (1 Ts. 2:18) e o mundo (1 João 2:15-16) é para o progresso do evangelho
. Resistência por Roma pagã havia colocado em sua prisão de dois anos presente,
e resistência por líderes judeus incrédulos tinha prenderam em Cesaréia por
dois anos antes que (Atos 24:27). Ele explicou aos coríntios que, embora
"uma larga porta para o serviço eficaz se me abriu, ... há muitos
adversários" (1 Cor. 16:9). Aos tessalonicenses, ele escreveu:
"Depois que já havia sofrido e sido maltratados em Filipos, como sabeis,
tivemos a ousadia de nosso Deus falar-lhe o evangelho de Deus em meio a muita
oposição" (1 Tessalonicenses 2:2.).
Ele encorajou
Timóteo, Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os descendentes, morto de
Davi, segundo o meu evangelho, pelo qual sofro mesmo a prisão como um criminoso,
mas a palavra de Deus não está preso. Por esta razão, tudo suporto por causa
daqueles que são escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está
em Cristo Jesus e com ele a glória eterna "(2 Tm. 2:8-10).
Longe de lamentar,
ressentindo-se, ou reclamando de suas dificuldades, Paul reconheceu-os como um
elemento inevitável do ministério. Em seus próprios olhos, no entanto, eles
eram apenas um pequeno custo que ele era mais do que dispostos a pagar, porque
Deus usou esses estudos como um meio de promover o progresso do evangelho.
Paulo próxima focada
em duas importantes conquistas de seu ministério, em primeiro lugar sobre o
progresso do evangelho fora da igreja (v. 13) e, em seguida, em seu progresso
dentro da igreja (v. 14). Primeiro, ele se alegrou de que sua prisão na causa
de Cristo tornou-se conhecido por toda a guarda pretoriana todo e para todos os
outros. Prisão é de desmon, que literalmente refere-se a uma ligação, como o
que fez com uma corrente ou cabo. Por extensão, o termo passou a ser usado de
qualquer restrição ou confinamento forçado, em particular a de um prisioneiro.
Falando a um grupo de líderes judeus em Roma, durante o tempo que ele escreveu
Filipenses, Paulo menciona "vestindo esta cadeia por causa da esperança de
Israel" (Atos 28:20), e em Efésios ele falou de ser "um embaixador em
cadeias "(Ef. 6:20).
Paulo
"cadeias" (de halusis) eram um pouco mais de uma algema moderna, cerca
de 18 centímetros de comprimento. Uma extremidade foi anexado ao pulso do
prisioneiro, o outro para o guarda. A cadeia não foi removido do prisioneiro
enquanto estava sob custódia, fazendo ambos fuga e privacidade impossível.
Embora o apóstolo foi autorizado a viver em quartos privados (Atos 28:30), ele
foi acorrentado desta maneira a uma série de soldados por um período de dois
anos. Ao longo desses anos, é possível que várias dezenas de soldados
diferentes foram atribuídos a guarda de Paulo, cada um tornando-se seu público
cativo. Se eles já não estivessem conscientes disso, os soldados logo veio a
perceber que esse homem extraordinário, não foi preso por cometer um crime, mas
para pregar o evangelho. Sua fidelidade à causa de Cristo logo se tornou
conhecido por toda a guarda pretoriana todo e para todos os outros. Os crentes
fiéis na igreja de Roma não tinha dúvida de longo orou para que o Senhor
abrisse uma forma de testemunhar a guarda pretoriana e influente elite. Em Sua
sabedoria soberana, ele respondeu que a oração, fazendo os membros da guarda
para que cativa Paulo por dois anos.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
2. A preocupação dos filipenses com Paulo.
O seu sofrimento
propiciou um canal de abertura para se pregar o Evangelho.
Warren Wiersbe, em
seu comentário sobre a Carta aos Filipenses, diz “que o mesmo Deus que usou o
bordão de Moisés, os jarros de Gideão e a funda de Davi usou as cadeias de
Paulo” para a proclamação do evangelho. Os cristãos romanos espalhados por toda
a Roma, inclusive nas cidades adjacentes, começaram a falar mais livremente
sobre o evangelho na capital do Império.
A prisão de Paulo, em
vez de reter a força do evangelho, promoveu ainda mais a sua disseminação. O
Espírito Santo usou a prisão de Paulo para tornar o evangelho ainda mais
dinâmico e poderoso no seu avanço no mundo.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 38-39.
Fp 1.13 minhas
cadeias em Cristo... conhecidas. As pessoas ao redor dele reconheciam que Paulo
não era um criminoso, mas havia sido preso por pregar a Jesus Cristo e o
evangelho (cf. Ef 6.20).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1616.
Fp 1.12-14 O fato de
estar em uma prisão leva muitas pessoas a se entristecerem e a desistirem, mas
Paulo considerava essa situação como mais uma oportunidade de divulgar as Boas
Novas de Cristo. Ele entendia que a atual circunstância não era tão importante quanto
tudo aquilo que poderia fazer através dela. Transformando uma situação adversa
em vantagem, estendeu a mão aos soldados que formavam a guarda do palácio e
encorajou os cristãos que temiam a perseguição. Podemos não estar em uma
prisão, mas ainda assim muitas vezes temos motivos para nos sentir desanimados
— momentos de indecisão, responsabilidades financeiras, conflitos familiares ou
na igreja, ou a perda do trabalho. A maneira como agimos nessas situações
refletirá a nossa fé. Procure formas, assim como Paulo, de demonstrar sua fé.
mesmo nas situações mais adversas. Quer tais situações melhorem ou não, a sua
fé será fortalecida.
Fp 1.13 - Como Paulo
acabou sendo encarcerado em uma prisão romana? Enquanto estava visitando
Jerusalém, alguns judeus pediram sua prisão por estar pregando as Boas Novas,
mas Paulo apelou para que César julgasse o seu caso (At 21.15—25.12). Foi então
escoltado por soldados até Roma, onde ficou numa prisão domiciliar enquanto
esperava o julgamento — não seria um julgamento por ter infringido qualquer lei
civil, mas por estar divulgando o evangelho de Cristo. Nessa época, essa
acusação não era considerada uma falta grave pelas autoridades romanas. Alguns
anos mais tarde. entretanto, Roma adotaria um ponto de vista diferente sobre o
cristianismo e faria todos os esforços para bani-lo. A prisão domiciliar de
Paulo permita-lhe uma certa liberdade. Ele podia receber visitas, continuar a
pregar e escrever cartas, como esta epístola aos filipenses. Um resumo da
permanência de Paulo em Roma pode ser encontrado em Atos 28. 1-31. A “guarda
pretoriana” se refere à tropa de elite que se alojava no palácio do imperador.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
1661.
3. Paulo rejeita a auto piedade.
Paulo começa
referindo-se às “coisas que me aconteceram” (v. 12), ou seja, como está no
grego do Novo Testamento “ta kat'eme” que diz respeito a “minhas coisas, meus
assuntos” ou “coisas que dizem respeito a mim”. Ora, Paulo estava falando dos
seus sofrimentos, mas sua avaliação sobre esses sofrimentos era que eles não
deviam ser a razão de compaixão dos filipenses. Ele queria que os filipenses
entendessem que o foco, o vértice de tudo e a pessoa para quem deviam olhar era
Jesus. Ele era o eixo central da sua vida, e seus sofrimentos físicos e
materiais contribuíam para o avanço da igreja no mundo. Paulo não se fazia de
vítima do evangelho nem da igreja, mas entendia que tudo quanto acontecia na
sua vida era para a glória de Cristo na sua igreja no mundo.
Paulo avalia seus
sofrimentos com uma visão positiva. Ele era um missionário que tinha
consciência da importância da sua missão. Na sua mente, todo e qualquer
sofrimento infringido contra a sua pessoa no exercício do ministério cristão
era circunstancial e estava sob os cuidados de Deus. A soberania de Deus
equivale à consciência de que o sofrimento é temporal e que a superação sobre
ele produz um sentimento de vitória e aponta para um futuro eterno de gozo na
presença de Deus. Por isso, Paulo não agia com auto piedade para conquistar a
compaixão das pessoas. Ao falar e escrever de seus sofrimentos, não esperava
que os filipenses e todas as demais igrejas entendessem que ele não estava
esperando dos cristãos atitudes de compaixão, de pena pelos maus tratos
recebidos. Paulo queria que a igreja de Filipos e as demais igrejas do seu
campo missionário percebessem que sua prisão contribuiria ainda mais para que o
evangelho alcançasse muitas pessoas. Paulo não estava interessado em chamar a
atenção para si, mas queria que a igreja não desanimasse em momento algum, mas
desse prosseguimento ao objetivo da proclamação do evangelho em todo o mundo.
Que coisas eram essas
vividas e experimentadas por Paulo? Ele podia lembrar-se de duras experiências
que o acometeram e o deixaram, às vezes, com fome, com privação de roupas, com
enfermidades regionais. Seu corpo tinha as marcas dos açoites que deixaram
vergas em seus lombos; as marcas das correntes nos tornozelos e braços; os
naufrágios; os apedrejamentos; os perigos em travessias de rios; os pés
calejados em viagens a pés, e perigos de assaltos e ladrões. Todas essas
experiências contribuíram para que o evangelho que não ficasse engessado em
poucos lugares. Tudo isso contribuiu para que Paulo e seus companheiros de missões
amadurecessem na fé e na convicção do galardão de Cristo ao final da jornada
cristã (2 Co 5.10). Paulo entendia que fora chamado para compartilhar de um
projeto divino e que os sofrimentos infligidos durante a execução desse projeto
divino em favor do evangelho culminariam com a vitória de Cristo sobre as
forças do mal. Por isso, Paulo se regozijava em Cristo. Ele se regozijava então
nos seus sofrimentos. Aos colossenses, ele repetiu a mesma mensagem quando
disse: “Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o
resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). Ele
reagia aos sofrimentos com atitude de aceitação positiva e não permitia que a
amargura dos sofrimentos ou qualquer resquício de auto piedade o impedisse de
fazer a obra de Deus. Esse sentimento de sacrifício e paixão pela obra de
Cristo está em crise nos tempos atuais. Os adeptos da pseudoteológica da
prosperidade, que não admitem o sofrimento, desconhecem o privilégio de sofrer
por Cristo.
No versículo 12,
quando Paulo fala de “proveito” (ARC) ou “progresso” (ARA), está falando, de
fato, de um termo militar que se referia aos trabalhadores que abriam caminho
através de uma floresta utilizando ferramentas como manchetes, machados e
foices a fim de facilitar a caminhada de soldados para o alvo de sua batalha. O
termo grego para “progresso” é prokopê que significa, essencialmente, “avanço a
despeito de obstruções e perigos que bloqueiam o caminho do viandante”. Na
verdade, Paulo estava declarando que a obra do evangelho estava rompendo com
obstruções e progredindo, a despeito da terrível oposição externa. Paulo estava
dizendo, na realidade, que na batalha espiritual é preciso abrir caminho para
chegar a um fim proveitoso. Nesse sentido, os sofrimentos do apóstolo
contribuíam para maior proveito do evangelho.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 35-37.
Paulo tem a convicção
de que toda a situação em que se encontra redundará em seu libertação. Até sua
prisão e a prédica hostil de seus inimigos pessoais contribuirão no final para
sua libertação. O que é o que quer dizer por libertação? O termo é soteria, e
aqui tem três significados possíveis.
(1) Pode significar
segurança. Neste caso Paulo diria que está quase seguro de que toda a situação
concluirá com seu libertação. Mas dificilmente pode ser este o significado
porque Paulo continua afirmando que não está seguro se viverá ou morrerá.
(2) Pode significar
sua salvação nos céus. Neste caso Paulo diria que sua conduta nessa situação o
fará testemunha no dia do juízo. Aqui há uma grande verdade. Em toda situação
de oportunidade ou desafio o homem opera não só para o tempo, mas também para a
eternidade. Em cada situação não só ganha o veredicto dos homens, mas também o
de Deus. A reação do homem a cada situação, decisão, oportunidade e desafio do
tempo é um testemunho em favor ou contra si na eternidade.
(3) Mas soteria pode
ter um significado mais amplo que os dois anteriores. Pode significar saúde,
bem-estar geral. Paulo bem pode estar dizendo que tudo o que lhe acontece nessa
difícil situação é o melhor para ele, tanto no tempo como na eternidade. A
afirmação significaria: "Deus me põe nesta situação que são todos os seus
problemas e dificuldades — é um meio para minha felicidade e utilidade no
tempo, e para minha alegria e paz na eternidade. Isto está previsto para meu
bem-estar neste mundo e no vindouro." Lembremos que todo desafio da vida
vem de Deus para nos tonificar e nos fortalecer.
Nesta situação Paulo
reconhece dois grandes apoios.
(1) O apoio das
orações de seus amigos. Uma das coisas mais belas nas cartas de Paulo é a
insistência em pedir as orações de seus amigos. “Irmãos”, escreve aos
Tessalonicenses, “orai por nós”; “Finalmente, irmãos, orai por nós, para que a
palavra do Senhor se propague” (1 Tessalonicenses 5:25; 2 Tessalonicenses
3:1-2). Dos coríntios fala da seguinte maneira: “Ajudando-nos também vós, com
as vossas orações a nosso favor” (2 Coríntios 1:11). Escreve a Filemom que está
seguro de que por suas orações será entregue de volta a seus amigos (Filemom
22). Antes de empreender sua perigosa viagem a Jerusalém escreve à Igreja de
Roma pedindo suas orações (Rom. 15:30-32).
Paulo jamais se fez
tão grande que não lembrasse a necessidade da oração de seus amigos. Jamais se
colocou no alto para olhar para baixo; jamais falou como aquele que é capaz de
tudo enquanto o povo não pode nada; lembrou sempre que, tanto ele como os seus,
nada podiam sem a graça de Deus.
Lembremos que quando
a pessoa está aflita e com o coração desfeito um consolo dos maiores é saber
que há outros que o encomendam perante o trono da graça. Quando alguém está
perante um esforço que o prostra ou uma decisão que o entristece recupera as
forças quando lembra que outros o encomendam a Deus. Quando alguém vai a
lugares desconhecidos e se encontra longe de sua casa se consola ao saber que a
oração dos que ama atravessa os mares e os continentes e o apresenta perante o
trono da graça. Não podemos chamar a ninguém amigo — nem nós mesmos podemos nos
considerar amigos – de alguém por quem nunca oramos.
(2) Paulo sabe que
conta com o sustento do Espírito Santo. A presença do Espírito Santo é o
cumprimento da promessa de Jesus de estar conosco até o fim dos tempos.
Em toda esta situação
Paulo tem uma esperança. A palavra que usa para esperança é muito gráfica; é um
termo inusitado; ninguém o usou antes e bem pode ser que o mesmo o tenha
cunhado. Trata-se de apokaradokia. Apo significa fora de; kara, cabeça; dokein,
olhar. Apokaradokia significa o olhar ardente, concentrada e persistente que se
separa de qualquer outra coisa, para fixar-se só no objeto de seu desejo. A
esperança de Paulo é que nunca se veja reduzido ao silêncio por vergonha. Duas
coisas poderiam reduzi-lo ao silêncio por vergonha. A covardia poderia fazê-lo
calar quando deveria ter falado; e a ineficácia e a inutilidade de sua obra
poderia privá-lo do direito de falar. Paulo tem a segurança de que em Cristo
encontrará a valentia para nunca envergonhar-se do evangelho; que por meio de
Cristo suas fadigas contribuirão ao bem de todos os homens. Espera a graça de
ser intrépido ao falar.
J. B. Lightfoot
escreve: "O direito de falar livremente é a insígnia e o privilégio dos
servos de Cristo." Para o servo de Cristo, falar a verdade com intrepidez
não é só um privilégio, é também seu dever.
Se Paulo assumir
desta maneira com coragem e efetividade sua própria oportunidade, obterá como
resultado que Cristo será glorificado nele. Não interessa o que ocorra com ele.
Se morrer, terá a coroa do martírio. Se viver, terá o privilégio de pregar
ainda e de dar testemunho de Cristo.
Como Ellicott o
expressa belamente, Paulo diz: "Meu corpo será o teatro em que se
manifestará a glória de Cristo." Eis aqui a tremenda responsabilidade do
cristão. Uma vez que escolhemos a Cristo e nos tornamos membros de sua Igreja
estamos na alternativa de conduzir glória ou vergonha a Cristo por nossa vida e
conduta. Um líder é julgado sempre pelo que são seus seguidores. Cristo é
julgado através de nós.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
33-35.
8 .27 ,28 — Como filhos de Deus, nós nem sempre
sabemos pelo que orar, ou como podemos orar melhor (v. 26). Podemos saber,
porém, que quando oramos, por desígnio do próprio Deus, o Espírito aperfeiçoa o
que falamos em oração. Todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus. A referência feita primeiramente a todas as coisas
diz respeito às aflições deste tempo presente (v. 18). Todas as circunstâncias trabalharão
juntas e cooperarão para o bem do cristão; ou seja, o cristão será moldado, no
presente momento, por Jesus Cristo e, no porvir, reinará com Ele.
Daqueles que amam a Deus. E uma referência àqueles
que são chamados por seu decreto. Nosso amor é a nossa resposta à operação do
Espírito Santo em nossa vida. Nós somos chamados de acordo com o seu propósito
(NVI). Tudo o que Deus faz, inclusive a redenção, é para realizar Seu plano.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 385.
A SOBERANA VONTADE DE DEUS GARANTE A GRAÇA
(8.28-30) – O espírito humano e o divino Espírito, harmonizados numa vontade,
estão de fato - afirma-o Paulo neste parágrafo - realizando a vontade de Deus
que abrange todas as coisas. Em vista dessa divina operação em nós e em nosso
favor, somos advertidos de que para os que amam a Deus tudo lhes coopera para o
bem, isto é, os que são eficazmente chamados segundo o seu propósito (28). A
divina vontade está por trás dos chamados, que, não somente ouvem o chamamento,
mas lhe obedecem. O que ficou estabelecido na presciência e na predestinação
divinas, atinge inevitavelmente o alvo divino para a glória divina, que inclui
o bem-aventurado estado dos eleitos.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Romanos. pag. 48
III -
MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18)
Duas motivações que
estavam na mente e no coração dos cristãos espalhados em toda a Ásia Menor, que
era o campo missionário do apóstolo, além da Europa. Podemos perceber nessas
duas motivações que moviam as igrejas como sendo uma positiva e a outra
negativa. A positiva dizia respeito ao estímulo dos filipenses quanto às
notícias da simpatia da guarda pretoriana à situação prisional de Paulo (1.13).
Essa motivação produziu no coração e na mente dos cristãos filipenses a
renovação de entusiasmo e disposição para continuar fiel ao propósito da
propagação do evangelho.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 39.
1. A motivação positiva.
Uma nova fonte de
energia (v.14)
O texto diz que
“muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões” descobriram
uma nova fonte de energia para continuar a fazer a obra de Deus. O texto diz
que “muitos dos irmãos” (1.14) foram estimulados pela repercussão positiva
entre os cristãos de Roma de que o processo contra Paulo era injusto e não
havia nenhuma ação criminosa, senão pelo fato de pregar a Cristo Jesus. Ora,
visto que Paulo estava preso por causa de Cristo, a guarda pretoriana bem como
as autoridades romanas passaram a entender que se tratava de um equívoco e que
Paulo não era nenhum criminoso. Paulo, pelo Espírito, entendeu que essa situação
de dúvida das autoridades romanas contribuiria para a disseminação do
evangelho. Por isso, Paulo regozijava-se pela oportunidade de participar dos
padecimentos de Cristo Jesus (G1 2.20). Aqueles irmãos poderiam agora anunciar
a palavra de Deus com maior determinação e destemor.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 39.
Fp 1.14 - Muitos dos
irmãos no Senhor [...] ousam falar a palavra. Muitos cristãos que viram Paulo algemado
em Roma foram incentivados a pregar o evangelho com ousadia, enfatizando a
demonstração audaz exterior de um caráter interior e o sentimento de coragem.
Embora também pudessem ser presos, eles foram impulsionados pela intrepidez de
Paulo e proclamaram a mensagem sobre Jesus Cristo sem temor.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 523.
Quem eram esses
irmãos? Indubitavelmente, os crentes de Roma.
Há anos que aqui se
estabelecera uma congregação, à qual o apóstolo endereçara sua famosa Epístola
aos Romanos. Essa congregação consistia, em sua maioria, de conversos do mundo
gentílico. Entretanto, quando Paulo chegou a Roma como prisioneiro,
imediatamente proclamou o evangelho aos judeus, com o resultado de que “uns
creram ... e outros se mantiveram incrédulos” (At 28.24). Os judeus que creram
fundaram suas próprias igrejas em Roma. Não obstante, podemos estar certos de
que entre os membros do primeiro grupo, os crentes gentios, e o segundo, os
crentes judeus, existia um laço de comunhão cristã, de forma tal que, quando
Paulo fala dos irmãos, faz referência a membros de ambos os grupos, isto é,
àqueles que não abandonaram Roma. Semelhantemente lemos em Atos 28.30 que, durante
seus dois anos de encarceramento em Roma, Paulo recebia a todos os que a ele
vinham, proclamando o reino de Deus e ensinando sobre o Senhor Jesus Cristo abertamente
e livre de embaraços (At 28.30,31).
Ora, pois, qual foi a
atitude dos irmãos para com Paulo e sua mensagem?
E qual foi a atitude
de seus líderes? Assim que souberam que Paulo fora submetido a julgamento, lhe
ofereceram seus préstimos? Permaneceram firmes na divulgação da salvação, das
boas-novas? Aqui no versículo 14 parece estar implícito que a princípio não
demonstraram um grau muito recomendável de coragem. Alguma coragem aqui e ali,
sim, porém não muita. Ao contrário, pareciam estar “apavorados ante os
adversários” (v. 28), indubitavelmente precisavam da advertência de que cada
homem procurasse não somente seus próprios interesses, mas também os interesses
de outros (2.4). Todos estavam correndo após seus próprios negócios (cf. 2.21).
Em sua defesa, ninguém se encontrava ao lado de Paulo; ao contrário,
desertaram-se todos.
As coisas, porém,
estavam mudando. Tenha-se em mente que, quando esta carta foi escrita, o autor
fala como um homem que esperava um veredicto, não um julgamento. O julgamento
chegara a seu término; o caso estava a ponto de encerrar-se (Fp 2.19,23,24).
Todos tiveram a chance de assistir à intrepidez de Paulo, bem como sua coragem
em meio ao “fogo do inimigo”. O Senhor o sustentara de forma mui maravilhosa (Fp
4.13), e isso não apenas durante seu julgamento, mas desde o início, quando ele
se dirigia a Roma como prisioneiro (At 23.11; 27.23). Assim, pois, finalmente,
como resultado de perceber o que a graça de Deus é capaz de efetuar no coração
de seu apóstolo “prisioneiro”, a maioria dos irmãos (não apenas “muitos”, A.V.)
tomou alento, o alento que é “no Senhor”, comunicado e reavivado por ele. Não só
foi proclamada oficialmente “a mensagem de Deus”, isto é, o evangelho, mas essa
mensagem se tornou ainda mais o tema para discussão aberta, o assunto da
conversão ordinária ou coloquial, e isso agora muito mais do que antes. Todavia,
esse não era o caso entre todos, mas somente entre a maioria dos irmãos. O fato
de que, mesmo agora, as condições não eram exatamente ideais, mesmo entre os
pregadores em Roma, pelo que veremos a seguir, contudo serve para demonstrar o extraordinário
otimismo de Paulo:
HENDRIKSEN. William. Exposição de Filipenses. Editora Cultura Cristã. pag. 435-437.
2. A motivação negativa.
O sentimento de
pessimismo de alguns cristãos (1.15-17)
Paulo estava
imobilizado para fazer a obra livremente, pois sua prisão o impedia de
movimentar-se para fora da prisão. Alguns cristãos, principalmente, que eram
mestres judaizantes, insistiam que era necessário unir os ritos mosaicos com as
instituições cristãs. Paulo os combatia porque entendia que eram duas coisas
completamente distintas. Entretanto, esses judeus cristãos tomavam essas
posturas de Paulo e o acusavam de ser inimigo da Lei e dos Profetas,
principalmente porque ensinava contra a necessidade da circuncisão para o
cristão. Por esse modo, esses inimigos gratuitos de Paulo incitavam os romanos
contra o apóstolo para o indispor contra os romanos. Essa situação despertou
motivação errada em alguns dos cristãos de Filipos. Era um sentimento de pessimismo
no sentido de que Paulo estaria prejudicando o crescimento do cristianismo.
Esse sentimento
desenvolveu-se motivado por falsos obreiros existentes no seio da igreja de
Filipos. Alguns cristãos mais afoitos aproveitaram-se da ausência do apóstolo
para agir de modo discordante de tudo quanto haviam aprendido anteriormente,
conforme está descrito nos versículos 15 ao 17. Sem dúvida alguma, o Diabo se
aproveitou da fragilidade daqueles irmãos para plantar em seus corações
sentimentos de mesquinhez, de inveja, porfias, discórdia e atitudes rebeldes
(1.15,17). Ao ter notícias dessa situação e sabendo que a liderança local não
estava conseguindo impedir essa situação, Paulo entendeu pelo Espírito Santo
que o que importava, de fato, era que Cristo fosse pregado “de toda a maneira”,
“quer por pretexto, quer por verdade”(1.18, ARA). O segmento hostil que se
levantou na igreja criou uma situação que tinha por objetivo, acima de tudo,
atingi-lo e tratá-lo como um desconhecido e sem reputação, ou mesmo como se fosse
um falso apóstolo. Ele sabia que essa situação seria dissipada e o que
importava mesmo era que o evangelho fosse pregado a todas as gentes até a vinda
do Senhor.
“ Verdade é que
também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia' (1.15). A despeito de Paulo
estar preso naquela ocasião, ele faz entender que a obra da igreja de Cristo
não perderia espaço no mundo por sua incapacidade de se movimentar. A obra não
sofreria por sua ausência física. Porém, aqueles opositores tinham propósitos
diferentes dos propósitos de Paulo. O apóstolo os denomina de eritheia porque
pregavam por outros interesses e com atitudes de inveja e porfia. O interesse
maior era trabalhar mercenariamente. A atitude dos caluniadores de Paulo era
mercenária, pois trabalhavam com segundas intenções. Invejavam a autoridade e o
poder apostólico que Paulo tinha. A palavra “porfia” indica contenda,
rivalidade e conflito que os opositores de Paulo faziam para denegrir a imagem
do apóstolo perante os irmãos.
“... mas outros de
boa mente’’ (1.15), isto é, de boa vontade, que denota satisfação e
contentamento daqueles que trabalham por amor ao Senhor. Os opositores de Paulo
tinham motivação errada porque eram impulsionados por um espírito faccioso,
partidário, de intriga, e valiam-se de meios inescrupulosos para alcançar seus
objetivos perniciosos. No versículo 16 está escrito que alguns trabalham por
amor porque foram alcançados pelo amor imenso do Senhor.
“mas outros, na
verdade, anunciam a Cristo por contenção ’ (1.17). A palavra que melhor explica
“contenção” é “discórdia”, que descreve aqueles estavam interessados apenas nos
seus próprios interesses. Eles não tinham motivos puros, e por isso caluniavam
a Paulo, querendo diminuir sua autoridade para com os filipenses.
“Mas que importa?”
(1.18). Paulo estava afirmando que se aqueles falsos irmãos pregavam por
porfia, fingimento ou por pretexto, o que importava, de fato, era que o
evangelho estava sendo pregado. Não significa pregar erroneamente alguma
doutrina, mas significa que se a mensagem for preservada, independentemente do
comportamento daquelas pessoas, o que importa é que o evangelho seja pregado.
Ele ainda diz: “nisto me regozijo e me regozijarei ainda”.
Ora, sua alegria não
se prendia às circunstâncias ruins ou daqueles que o criticavam, porque a
essência de tudo era a certeza da proclamação do senhorio de Cristo. Paulo
preferia saber que os seus opositores pregavam o evangelho com fingida piedade,
mas pregavam. Para ele, isso era razão de regozijo em sua alma.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 40-42.
15-17 Obviamente o
testemunho público de Jesus – para o qual Paulo também gosta de empregar, além
da expressão “proclamar”, a palavra “ser arauto”, a fim de dizer com toda a
clareza que não se trata de uma “devoção” intimista da alma, mas de uma
“mensagem de vitória” (“evangelho”) que abrange o mundo todo – não acontece em
todos de “modo puro” e “em verdade”. Uma série de irmãos, no entanto, empreende
a obra com nova seriedade “por amor, porque sabem que fui destinado à defesa do
evangelho”. São arautos do Cristo “de boa vontade” ou, como talvez devamos
traduzir mais precisamente, “ao agrado de Deus”. Ao lado deles, porém, há
outros servindo à proclamação, mas que levam “segundas intenções” e motivos
obscuros. Aqui Paulo traz à tona com muita franqueza uma dificuldade que
constantemente transparece ao longo da história da igreja. Para nós é tanto
assustador quanto consolador que ela já existisse em tal medida naquele tempo.
A “inveja” se intromete – entre pregadores do evangelho. Com quanta
profundidade ela está arraigada em nosso coração, mais profundamente que muitos
pecados rudes. Nem mesmo uma conversão autêntica simplesmente arranca a inveja.
Ela também se manifesta em pessoas que prestam um serviço tão sério a Jesus que
nem mesmo se calam em situação de perigo. Em Roma talvez fossem pessoas que
antes detinham posição de destaque na vida da igreja e cuja palavra era alvo de
atenção especial. Agora era possível perceber a poderosa influência de alguém
como Paulo em Roma. Sentiram-se relegados a segundo plano e privados de sua
importância anterior. Então surgiu a inveja. Onde, porém, opera a inveja
aparecem necessariamente ciumeiras e “discórdia”. Da inveja brota o prazer
malicioso. No fundo tais pessoas se alegram pelo fato de Paulo ser neutralizado
pela transferência para o quartel. Agora já não os estorva, já podem recuperar
sua posição. Consequentemente também eles se tornam zelosos, mas “por interesse
próprio”. Apesar do ativo e corajoso trabalho em última análise pensam em si
mesmos, em ter influência sobre a igreja. Sim, chegam ao nefasto pensamento:
que Paulo fique bastante irritado agora, já que suas algemas o tornam impotente
e ele é obrigado a ver como nós ganhamos terreno e readquirimos o controle
sobre tudo! Afinal, cada indivíduo tira conclusões a respeito do próximo a
partir de si mesmo. O ambicioso projeta a ambição também no coração daquele a
quem inveja. Provavelmente afirmações deste tipo devem ter sido expressas e
difundidas, de modo que chegassem até Paulo. Com toda a certeza alguém como Paulo
não dava atenção a meras suspeitas.
18 Como Paulo lida
com aquilo que é levado a experimentar? Muitas vezes repetiu-se sua palavra:
“Desde que Cristo seja anunciado”, e isso com freqüência se deu de forma muito
errônea e equivocada, de acordo com nossa superficialidade. Paulo não se
defronta com uma deturpação ou com um esvaziamento da mensagem em si. Não
escreveu: “Desde que algo seja dito sobre Jesus, é isso o que importa. O que se
afirma sobre Jesus não será tão relevante.” Em Gl 1.8s ele formula de forma
bastante nítida e incisiva o que pensa sobre a violação do conteúdo da
mensagem! Jamais teria se alegrado com heresias nem tampouco teria tentado
superá-las com o consolo barato de que “de qualquer modo” Cristo ainda seria
mencionado nelas. Aqui não está em jogo o conteúdo da mensagem, mas meramente a
motivação de sua proclamação. Mesmo pessoas que realizam o trabalho sob a
influência da inveja e do interesse próprio são de fato “arautos do Cristo”. E
somente por ser verdadeiro o evangelho que estas pessoas anunciam Paulo
consegue desconsiderar a motivação insincera: “Afinal, de todas as maneiras,
seja com segundas intenções, seja em verdade, é proclamado Cristo, e disso me
regozijo.” Ainda que aquelas pessoas quisessem feri-lo pessoalmente, “que
importa”? Também eles certamente colaboram para que a obra do Cristo se torne
conhecida de outros.
Aqui e acolá também
nós somos confrontados com o fato de constatarmos inveja e ambição por trás do
zelo de colaboradores de nossa denominação ou igreja. Talvez também vejamos
outros se alegrando quando nossa atividade é tolhida por circunstâncias
exteriores, enquanto eles ganham terreno. Então também nós temos o privilégio
de tão ficar cheios e movidos pela causa do evangelho que saibamos suportá-lo
sem melindres, desde que a límpida mensagem de Cristo alcance as pessoas.
Werner
de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses.
Editora
Evangélica Esperança.
Fp 1.15 - Os que
pregavam por inveja e porfia não eram hereges, uma vez que pregavam acerca de Cristo.
Mas, ao que parece, tinham ciúmes da atenção que Paulo recebia e decidiram
plantar sementes de dissensão, a fim de causar problemas ao apóstolo. Outros cristãos,
de boa mente, anunciavam a mensagem a respeito de Jesus com bons motivos. Eles
admiravam Paulo e o evangelho, e dedicavam-se a servir a Deus com fidelidade.
Fp 1.16,17 - Alguns
manuscritos invertem a ordem dos versículos 16 e 17. Os motivos dos cristãos
que anunciavam Cristo por contenção podiam ser considerados qualquer coisa,
exceto bons. O termo contenção significa que eles não pregavam para honrar a
Deus ou ajudar Paulo, mas para ganhar aplausos e seguidores para si mesmos (Fp
2.3). A expressão não puramente enfatiza o modo como esses cristãos estavam agindo.
Em julgando acrescentar aflição às minhas prisões, o significado literal do
verbo acrescentar é levantar ou causar. Em outras palavras, Paulo acreditava
que esses pregadores, na verdade, desejavam causar-lhe mais problemas enquanto ele
estivesse na prisão.
Fp 1.18 — Com o
questionamento Mas que importa, Paulo, em essência, estava dizendo: “Os motivos
dos que anunciam a Cristo por contenção estão entre eles e Deus”. Independente
de as pregações serem feitas com fingimento ou em verdade, por aparência ou
pelo que era correto, Paulo se satisfazia com o fato de que o evangelho estava
sendo propagado. Observe que o apóstolo não estava fechando os olhos para o
erro. Ele amaldiçoou aqueles que corrompiam o evangelho (Gl 1.6-9). O problema tinha
a ver com motivo e atitude, não com doutrina.
Quanto à expressão me
regozijo, significa simplesmente alegrar-se. Como o espírito nobre e magnânimo de Paulo
era diferente! Em vez de irritar-se e ser vingativo, ele se regozijou. Isso aconteceu
porque seu foco estava em Jesus Cristo (Hb 12.2,3).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 524.
Os críticos de Paulo
(Fp 1:15-19)
É difícil imaginar
que alguém se opusesse a Paulo, mas era exatamente isso o que alguns cristãos
de Roma faziam. As igrejas da capital estavam divididas. Alguns grupos pregavam
a Cristo com sinceridade, visando a salvação dos perdidos. Outros, porém,
pregavam a Cristo por motivos escusos, procurando dificultar ainda mais a
situação de Paulo. Estes últimos usavam o evangelho como um meio de alcançar
propósitos egoístas.
É possível que tais
indivíduos fizessem parte da ala "legalista" da igreja, contrária ao ministério
de Paulo aos gentios e a sua ênfase sobre a graça de Deus em vez de na obediência
à Lei judaica. A inveja e a contenda andam juntas, da mesma forma que o amor e
a unidade são inseparáveis.
Paulo usa em
Filipenses 1:15 um termo interessante: porfia, palavra que dá a ideia de
"polêmica, rivalidade, competição para receber o apoio de outros". O
objetivo de Paulo era glorificar a Cristo e levar as pessoas a seguir ao
Senhor; o objetivo de seus críticos era promover a si mesmos e granjear seguidores
para si. Em vez de perguntarem:
"você já aceitou
a Cristo?", perguntavam: "de que lado você está, do nosso ou do de
Paulo?" Infelizmente, esse tipo de "politicagem religiosa" ainda
existe hoje, e quem a pratica precisa conscientizar-se de que apenas faz mal a
si mesmo.
Quem tem a mente
determinada vê os críticos como mais uma oportunidade de contribuir para o
progresso do evangelho.
Como soldado fiel,
Paulo sabia que estava "incumbido da defesa do evangelho" (Fp 1:16).
Era capaz de regozijar-se, não com os críticos egoístas, mas com o fato de que
pregavam a Cristo! Não havia inveja alguma no coração de Paulo. Ele não se
importava se alguns eram a favor dele e outros contra.
Para ele, o mais
importante era a pregação do evangelho de Jesus Cristo! Sabe-se, pelos
registros históricos, que dois grandes evangelistas ingleses, John Wesley e George
Whrtefield, discordavam sobre questões doutrinárias. Os dois tiveram um ministério
bem-sucedido, pregando para milhares de pessoas e vendo multidões se entregarem
a Cristo. Diz-se que alguém perguntou a Wesley se ele esperava ver Whitefield no
céu, ao que o evangelista respondeu:
- Creio que não o
verei no céu.
- Então você não
acredita que ele seja convertido?
- Claro que ele é
convertido! – exclamou Wesley -, mas não espero vê-lo no céu porque ele estará
tão próximo do trono de Deus e eu estarei tão longe que não conseguirei enxergá-lo!
Apesar de discordar
de seu irmão em Cristo sobre algumas questões, Wesley não tinha inveja alguma
em seu coração e não tentou opor-se ao ministério de Whitefield. Em geral, é
difícil aceitar críticas, especialmente quando passamos por
situações difíceis, como era o caso de Paulo. De que maneira o apóstolo
conseguiu regozijar-se mesmo em meio a tanta reprovação? Ele era determinado!
Filipenses 1:19 indica que Paulo esperava que sua causa fosse vitoriosa
("me redundará
em libertação") por causa das orações de seus amigos e da provisão do
Espírito Santo de Deus. O termo grego traduzido por provisão dá origem à
palavra "coral".
Sempre que uma cidade
grega organizava alguma festa especial, alguém precisava bancar cantores e dançarinos.
A doação precisava ser generosa, de modo que o termo adquiriu a conotação de
"suprir com generosidade e abundância". Paulo não estava dependendo
dos próprios recursos escassos, mas sim dos recursos generosos de Deus, ministrados
peio Espírito Santo. Além de participar do avanço pioneiro do evangelho em Roma
por meio de suas cadeias e de seus críticos, Paulo usou, ainda, um terceiro
meio.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 87-88.
IV - O DILEMA
DE PAULO (1.19-22ss.)
1. Viver para Cristo.
Os versículos 19 a 26
apresentam o exemplo de uma vida consagrada ao Senhor, revelando ser a mais
profunda e sincera consagração que um homem seja capaz de fazer a Deus. Jesus
Cristo é engrandecido como objeto maior da vida do crente, porque a graça
demonstrada de Cristo é o seu princípio de vida e a palavra dEle é a sua regra
cotidiana. A frase “nisto me regozijo e me regozijarei ainda”, dita por Paulo
do versículo 18, demonstra o sentimento que dominava a sua alma de que nada
afetaria sua alegria em Cristo. Não se tratava de uma alegria efêmera ou
passageira, mas de uma alegria produzida pelo Espírito Santo na sua vida
interior. Em seguida, ele diz que tinha em seu coração uma “intensa
expectação”. Que expectação era essa? Não se referia à sua própria segurança,
mas ao fato de que sua prisão e privação promoviam ainda mais o progresso do
evangelho.
O que é que Paulo
esperava? Qual era a sua expectativa acerca dos seus sofrimentos e da
continuidade da expansão da igreja? No versículo 18, Paulo diz: “Mas que
importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira”. Essa atitude
revelava o anseio do apóstolo pelo crescimento da igreja, sem se importar por
quais meios, visto que o poder do evangelho superaria os problemas humanos.
Porém, no versículo
19, Paulo estava certo de que Deus era poderoso para tirar bem do mal, fazendo
que o mal, ou seja, a oposição feita contra ele, redundaria na salvação de
muitas pessoas. Nesse mesmo versículo, o apóstolo estava confiante na provisão
(“socorro”) do Espírito de Jesus Cristo. Ora, o Espírito de Jesus não era outro
senão a terceira pessoa da Trindade, enviado por Cristo para suprir todas as
necessidades da sua igreja na terra (G1 3.5). A presença do Espírito Santo na
vida pessoal do crente e na igreja de Cristo é uma garantia de resultados
positivos.
"... intensa
expectação' (1.20). Qual era a expectativa de Paulo quanto à sua vida? Na mente
do apóstolo, estar motivado por uma “intensa expectação” ou “ardente expectativa”
significa alguém que estica o pescoço para ver o que há adiante. Paulo tinha
esperança e estava seguro da promessa de Cristo de que em breve ele estaria em
sua presença. Ora, o que esperava Paulo? Ele esperava não ser envergonhado ou
“confundido” (v. 20). Sua vida dedicada ao Senhor lhe dava a garantia de que
seus inimigos é que seriam envergonhados, pois ele estava dando a sua vida em
libação ao Senhor. Ele esperava engrandecer a Cristo no “seu corpo físico” (v.
20), isto é, os sofrimentos físicos que padecia lhe davam a sensação de
participar dos sofrimentos do Senhor Jesus.
Como Paulo vê a morte
e a vida em sua experiência pessoal (1.21,22)
A expressão “porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (v. 21) revela o sentimento que
dominava coração e mente do apóstolo. Viver, para ele, era a vida que agora
tinha. O seu passado não era vida, mas era morte. Porém, ao encontrar a Cristo,
recebeu vida e vida abundante. Essa declaração não significa apenas viver para
servir a Cristo, para fazer o melhor que possa no Reino de Cristo na terra, ou
para agradá-lo, fazer sua vontade, ou para ganhar almas para Cristo. E muito
mais que isso. Significa uma total identificação com Cristo, no sentido de que
“o viver é ter Cristo em sua própria vida”. Em Gálatas 2.20, ele disse: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim”. Paulo se via identificado com Cristo com tal
comunhão, como a união do tronco com os ramos, o corpo com a cabeça. Nesse
sentido, as coisas do mundo não podiam afetá-lo, porque ele podia dizer: “Estou
crucificado com Cristo”.
Na sua mente,
continuar vivo fisicamente significaria continuar fazendo o seu trabalho
missionário. Porém, ele via o seu sofrimento físico como um modo de glorificar
a Cristo no seu corpo. Paulo colocava o seu ideal acima de qualquer
adversidade. A morte traria lucro pessoal porque poderia estar para sempre com
o Senhor. Porém, o que importava era a pregação do evangelho. Por vida ou por
morte tudo o que Paulo queria era que Cristo fosse engrandecido no mundo
(1.21). Ele queria viver para servir a Cristo, para agradar-lhe e fazer sua
vontade, mas entendia, também, que o que importava era Cristo, não ele
propriamente. Por isso, declarou aos gálatas: “E vivo, não mais eu; mas Cristo
vive em mim” (G1 2.20). Sua consagração a Cristo era total e completa. Cristo
era o principio, a essência e o fim na sua vida pessoal. NEle vivia e se movia
para a sua glória, por isso, podia dizer: “Para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho” (1.21).
Nos versículos 19 a
21, Paulo expõe suas emoções revelando um dilema interior que era o desejo de
estar com Cristo e o estar vivo na carne para continuar fazendo a obra de Deus.
Pela morte ou pela vida, Paulo queria e desejava que Cristo fosse engrandecido
na sua vida. Ele apela para as orações da igreja para que o socorro divino
fosse concedido a ele naquela hora difícil.
1.22 — O “viver na
carne” era uma declaração de que continuar a viver fisicamente poderia
representar sua total devoção a Cristo. O que importava para ele era que seu
trabalho em favor de Cristo produziria resultados eternos, e não meramente
temporais. Essa expressão não tinha um caráter moral, mas referia- se a viver
na carne para continuar a dar fruto no seu trabalho de disseminação do
evangelho. Quando fala do “fruto da minha obra”, referia-se ao fato de que se sua
existência física podia lhe dar a oportunidade de continuar dando fruto, então
valia a pena estar vivo. Mais do que sua escolha pessoal entre viver e morrer,
valia o fato de que estar vivo, contribuiria para a proclamação do evangelho e
o fortalecimento da igreja. Na verdade, o seu futuro não dependia da sua
escolha pessoal, porque estava sob o poder do Império Romano. Independentemente
de qualquer ação drástica do império contra a sua vida, ele não tinha nada a
temer pela certeza de que seu destino estava na mão de Deus.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 42-45.
18s “Mas também me
regozijarei!” Os filipenses ficam atentos: será que o processo dele de fato
está melhor do que temiam? Porventura ele tem uma boa notícia a comunicar?
Prestam mais atenção ainda: “Pois na verdade sei que „isso me redundará em
salvação‟ através da vossa oração e pelo apoio do Espírito de Jesus Cristo
segundo minha ardente expectativa e esperança.” Ou seja, Paulo, estás contando
com uma sentença de libertação porque nós aqui em Filipos e tantos outros em
todos os lugares oram por ti e porque o Espírito de Deus na verdade também é
capaz de guiar como rios de água o
coração de alguém como Nero? Não é, Paulo, que tua “ardente expectativa e
esperança” naturalmente também espera que não tenhas de morrer, que mais uma
vez fiques livre de todo esse longo período de sofrimento, retornando à
liberdade?!
Não foi em vão que
Paulo não revestiu sua certeza com palavras próprias, mas recorreu a Jó 13.16,
na forma que conhecia da tradução grega do AT. É como se esta citação visasse
dizer aos filipenses: em relação ao futuro só sei aquilo que todas as pessoas
sabem de Deus, até mesmo Jó. No final tudo desemboca em salvação. Também o
filho amado de Deus não sabia, no tocante ao curso terreno das coisas, como
continuaria. Também o filho amado de Deus eventualmente precisou entrar em toda
espécie de aflições e dores. Exteriormente o futuro é tão incerto e inseguro
para o crente como para qualquer outra pessoa. Sobre o processo de Paulo não
paira a garantia de que para um mensageiro de Jesus rodeado de orações sempre
haverá um bom desfecho. Da mesma forma não está escrito sobre o leito de
enfermidade do devoto que ele recuperará a saúde. O crente só sabe o que todos
os demais não têm como saber: o desfecho será para a salvação!
20 Trata-se na
verdade de um modo de pensar radicalmente diferente, que separa o crente de
todos os demais e distingue cabalmente os “santos em Cristo Jesus” de todas as
outras pessoas, até mesmo das muitas que apresentam apenas uma religiosidade
cristã. Também o crente não é um “estoico”, alguém cujo coração não se deixa
mais mover por anseios e esperanças. Não, uma “ardente expectativa e esperança”
vivem também no peito dele. Mas o conteúdo desta esperança não são mais o eu e
sua prosperidade. Como isso será realmente possível? Como pode haver tal
liberdade do eu? O coração inteiro perde-se de tal forma em Cristo que seu
único e ardente desejo é “que… Cristo seja engrandecido”. Isso é amor
verdadeiro a Jesus, gerado do conhecimento mostrado pelo Espírito Santo de que
esse Jesus “me amou e a si mesmo entregou por mim” (Gl 2.20). Esse amor a Jesus
não pode ser “produzido” por nós, e tampouco podemos nos “forçar” a tê-lo. Ele
é presenteado no milagre da real transformação cristã, no milagre do
renascimento. Porque tornar-se cristão significa simplesmente perder-se a si
mesmo para Cristo. Obviamente Paulo encara isso com toda a sobriedade: mesmo
quando um coração renascido se posiciona desse modo em favor de Jesus, ele
passa por lutas interiores ao trilhar a dura trajetória de sofrimento. Também como
crentes continuamos sendo “carne”, e nossa carne se defende apaixonadamente
contra todos os sofrimentos e a morte. Por isso mesmo quem verdadeiramente
renasceu pode fracassar em determinados pontos dessa trajetória e “ser
envergonhado”. Mesmo e justamente alguém como Paulo (cf. Pedro antes de seu
renascimento!) não constitui exceção disso, como se algo assim naturalmente não
pudesse acontecer com ele. Ele precisa da intercessão da igreja! Precisa do
apoio do Espírito Santo, o qual ele designa justamente aqui de “Espírito de
Jesus Cristo”, porque também Jesus glorificou o Pai no sofrimento e prometeu o
auxílio do Espírito Santo exatamente nos tempos de perseguição e julgamento (Mt
10.20). “Apoio do Espírito de Jesus Cristo” é, portanto, um genitivo do sujeito.
Mas Paulo tampouco se encaminha aflito e incerto para o futuro. A “fé” é aquela
certeza bem peculiar que está igualmente distante da “segurança” e da
“incerteza”: Porque estou certo de que isso me redundará em libertação, de que
não serei envergonhado! Até então acontecera assim na vida de Paulo. Nessa vida
e serviço “sempre” foi “engrandecido Cristo”. E precisamente “com toda a
franqueza”. Paulo emprega um termo genuinamente neotestamentário, parrhesia,
que Lutero traduz com uma expressão certeira de seu tempo, Freidigkeit
[ousadia], da qual se originou, após a perda desse termo arcaico, o conceito
bastante enganador Freudigkeit [alegria]. Neste repercute uma ênfase muito
equivocada no sentimento, totalmente distante da parrhesia do NT. Não são meus sentimentos
“alegres” que importam. Para começar, parrhesia é, de forma bem objetiva, o
“livre caráter público” de uma causa ou um discurso, e somente a partir daí
também subjetivamente a “franqueza” com que acontece esse agir ou falar
público. O primeiro significado puramente objetivo deve ser o que vigora, p.
ex., na conhecida frase final de Atos dos Apóstolos (At 28.31). Talvez o
mensageiro algemado agora também pense apenas: independentemente de como acabar
seu processo, Cristo sempre será glorificado por meio dele, com toda a
“publicidade”. Contudo, talvez seu raciocínio ainda seja determinado pelo “não
ser envergonhado”: independentemente de como continuar sua situação, ele
testemunhará de Cristo com clareza e ousadia, engrandecendo-o dessa maneira. Nosso
termo “franqueza” ainda permite expressar melhor um pouco dos dois aspectos
disso.
A glorificação de
Jesus acontece “em meu corpo”. Afinal, é seu corpo que agora traz as algemas, é
seu corpo que Nero pode mandar matar. No entanto, igualmente seria seu corpo,
em caso de soltura, que novamente teria de suportar todas as agruras das
peregrinações, do trabalho manual para o sustento da vida e do serviço de
mensageiro. Paulo não era – como a maioria de nós no cristianismo! – um
“platônico”, que somente valorizava “a alma” e desprezava o corpo como
insignificante ou até mesmo “mau”. Naturalmente também ele sabe que o pecado
deturpou justamente o corpo, podendo escravizá-lo: o corpo está “morto por
causa do pecado” (Rm 8.10). Ele é um “corpo de humilhação” (Fp 3.21). Por isso
é preciso mantê-lo de rédeas curtas (1Co 9.27), as “práticas do corpo” têm de
“ser mortificadas por meio do Espírito” (Rm 8.13). No entanto, tudo isso na
verdade ainda não significa considerar o corpo como mero “invólucro” da “alma”
que seria a única importante. Paulo pensava em termos bíblicos e via com
sobriedade e clareza o quanto nossa vida ativa está totalmente condicionada ao
corpo e carece dele. Por essa razão ele convocou os romanos a ofertar como
sacrifício certo para Deus não os “corações” ou as “almas”, mas seus “corpos”
(Rm 12.1). Da mesma forma tem consciência em sua própria vida de que a
glorificação de Jesus acontece “em” seu corpo ou, como novamente podemos
traduzir aqui o en grego, “por meio de” seu corpo. Esse corpo “insignificante”,
muitas vezes tão precário e maltratado, é o meio da glorificação de Jesus – que
verdade!
Isso ocorre
independentemente do desfecho do processo, tanto no caso de soltura como no
caso de execução, “quer pela vida, quer pela morte”! Porque o “engrandecimento
do Cristo” concede um alvo de vida que também está radicalmente acima dos
contrastes que nossa existência pode enfrentar. Todos os demais alvos de vida,
mesmo os mais intelectuais e nobres, qualquer outro sentido de vida, até mesmo
um “cristão”, depende de nossa situação. Até mesmo quando considero que o alvo
e sentido de minha vida é servir aos enfermos e miseráveis sendo diaconisa, uma
enfermidade precoce simplesmente poderá desmantelar esse sentido de vida. Há
somente um alvo que jamais me poderá ser tirado, um alvo que posso perseguir
sendo sadio ou enfermo, prisioneiro ou livre, vivente ou moribundo: “que Cristo
seja engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte”. Em vista
desse poderoso alvo a pergunta sobre o desfecho do processo perde sua
constrangedora relevância.
21 Na sequência
aparece aquela breve frase que se tornou uma das mais conhecidas de todo o NT.
Inúmeras vezes ela foi recitada, inúmeras vezes cantada: “Jesus é minha vida,
na morte hei de vencer” [HPD, nº 300, de Melchior Vulpius, 1609]. Justamente
essas frases, porém, são particularmente ameaçadas e perigosas, de forma que
devemos ouvi-las de forma completamente nova, a fim de passar por cima da
habitual meia-compreensão e dos valores meramente orientados pelo sentimento.
Nessa frase (assim como em todo o trecho) chama a atenção a marcante brevidade
da linguagem, que exclui todos as dimensões sentimentais. A complexidade da
tradução fornece uma impressão precária disso. Diversos aspectos de fato são
difíceis de traduzir. Na palavra “viver, o grego faz diferença entre o verbo
substantivado e o substantivo derivado do verbo, da mesma maneira como nós
dizemos “o correr” e “a corrida”, “o cantar” e “o cântico”. Em “viver”,
portanto, precisamos formular de forma análoga. Aqui nesta frase Paulo usa o
verbo substantivado com artigo: “o viver”, ou seja, a atividade de viver, e não
o substantivo mais abstrato “a vida” como um fenômeno existente. Por isso a
frase de Paulo deve ser entendida de forma muito mais ativa e vital do que geralmente
fazemos. Precisamos lê-la exatamente como a ouvimos, p. ex., a respeito de
outra pessoa: a vida dela foi desenhar e pintar. Por isso, “para mim” também
aparece enfaticamente na frente no texto grego. Não sei de que consiste a vida
de outros, e isto tampouco me importa agora - para mim ela é “Cristo”. A frase
tem ainda outro significado diferente do conhecido hino fúnebre. Cumpre
perguntar enfaticamente se aqueles que, assustados diante do esquife, se
refugiam no consolo “Jesus é minha vida”, na verdade também são capazes de
repetir a frase de Paulo: “Viver para mim significa Cristo”. Não obstante,
apenas quando esta primeira parte puder ser afirmada como singela realidade,
também a segunda parte se torna verdade: que “morrer” significa “lucro”. Com
que facilidade caímos no chavão devoto! Quem experimenta com o coração trêmulo
quanto “prejuízo” o morrer lhe traz talvez esteja muito mais próximo da verdade
e seja bem mais preferido por Deus! Em sua amarga aflição poderá encontrar o
verdadeiro caminho para Cristo, e também terá o privilégio de viver de tal
maneira para Cristo que o morrer se torna autêntica e sinceramente “lucro”.
Werner
de Boor. Comentário Esperança Cartas aos
Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
Enquanto Paulo estava
prisioneiro à espera do juízo devia enfrentar uma incerteza absoluta sobre seu
destino de vida ou morte. Mas era-lhe indiferente. "Para mim", diz em
sua famosa frase "o viver é Cristo". Para Paulo Cristo marcava o
começo de sua vida. Aquele dia no caminho a Damasco foi como se Paulo tivesse
nascido de novo e tivesse começado a viver uma vida inteiramente nova. Para
Paulo, Cristo tinha sido a continuação da vida, não tinha havido um só dia em
que tivesse vivido fora de sua presença e nos momentos de temor Cristo tinha estado
com ele para lhe infundir ânimo (Atos 18:9-10). E para Paulo, Cristo era o fim
da vida, pois esta o conduzia à sua presença eterna. Para Paulo Cristo era a
inspiração da vida: significava o poder dinâmico e impulsor de sua existência.
Cristo lhe tinha encomendado a tarefa de sua vida porque o tinha feito apóstolo
e o tinha enviado como evangelista aos gentios. Cristo lhe tinha infundido
fortaleza para a vida, pois a graça suficiente de Cristo era a que se
aperfeiçoava em sua fraqueza. E Cristo era para ele a recompensa da vida,
porque para Paulo a única recompensa que podia conceber era uma comunhão cada
vez mais estreita com seu Senhor. A vida desprovida de Cristo não tivesse
significado nada para Paulo. Para ele Cristo era a vida mesma.
“Para mim”, diz
Paulo, “o morrer é lucro”. A morte é só a porta de entrada a uma presença mais
próxima de Cristo. Há passagens em nas quais Paulo parece considerar a morte
como um sonho do qual os homens serão despertados em alguma ressurreição geral
futura (1 Coríntios 16:51-52; 1 Tessalonicenses 4:14, 16). Mas no momento em
que percebia o sopro da morte, Paulo pensava nela não como o pegar no sono, mas
sim como a entrada imediata à presença de seu Senhor. Se cremos em Jesus Cristo
a morte é para nós união e reunião: união com Cristo e reunião com aqueles que
amamos e dos que enquanto isso nos tínhamos separado.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
36.
Enquanto o desejo
pessoal do apóstolo era de partir para estar com Cristo, a necessidade da
igreja o convencia de que ele cedo seria libertado e continuaria trabalhando
para o progresso dela na fé.
19. Paulo cria que a
presente oposição resultaria no bem porque os cristãos estavam orando. Como
resultado, o Espírito de Jesus Cristo (o Espírito Santo, não um espírito
cristão) concederia um suprimento abundante daquilo que fosse necessário para a
emergência existente. Soteria seria melhor se tomada como libertação da prisão,
embora muitos comentadores entendem-na num sentido mais amplo. Alguns julgam
perceber uma citação de Jó 13:16 (LXX), e interpretam a esperança de vindicação
de Paulo como descansando sobre a consciência que tinha de sua integridade
(cons. Michael, in loc.)
20. Apokaradokia,
ardente expectativa, é uma palavra extraordinária, talvez cunhada pelo próprio
Paulo. Literalmente significa olhar intensamente à distância com a cabeça
estendida. A expectativa do apóstolo era dupla: para que ele não fosse
envergonhado (isto é, desapontado com o fracasso do auxílio divino), e que
Cristo fosse engrandecido (observe a substituição sensível da terceira pessoa
passiva pela primeira pessoa ativa) no seu corpo (a esfera natural para a
expressão externa do homem interior). A ênfase colocada sobre agora implica na
proximidade da hora da crise. Quer pela vida, quer pela morte, não reflete
indiferença da parte de Paulo sobre seu destino, mas a preocupação de que, em
qualquer dos casos, Cristo seja honrado.
21. A vida do próprio
Paulo foi tão completamente absorvida pela pessoa e programa do seu Senhor que
ele podia dizer, Porquanto para mim o viver é Cristo. Cristo era o resultado
total de sua existência. O morrer é lucro porque na ausência das limitações da
vida, a união com Cristo seria completamente realizada. Nenhum sentido de
cansaço do mundo deve ser entendido nessas palavras.
22. A falta de
continuidade do versículo 22 reflete a perplexidade de Paulo. Das diversas
possibilidades, a construção elítica – Se entretanto, (For-me concedido) o
viver na carne, isto (resultará em) trabalho frutífero para mim – é a preferível.
A escolha de carne em lugar de "corpo" enfatiza a natureza fraca e
transitória da vida física. Paulo não se aventura a decidir entre as duas
alternativas (neste contexto gnôrizô significa "tomar conhecidas as
decisões de alguém"), mas prefere deixar a escolha com o Senhor.
MOODY.
Comentário Bíblico Moody.
Filipenses. pag. 10-11.
Fp 1.20,21 - Para
aqueles que não creem em Deus. só resta a vida nessa terra; portanto, é natural
que lutem pelos valores terrenos — dinheiro, popularidade, poder, prazeres e
prestigio. Para Paulo, entretanto, viver significava desenvolver valores
eternos e falar aos outros a respeito de Cristo, pois somente Ele poderia fazer
com que entendessem a vida sob a perspectiva da eternidade. Todo o propósito de
Paulo nesta vida era falar corajosamente a respeito de Cristo e se tornar
semelhante a Ele. Assim Paulo poderia dizer consistentemente que morrer era
melhor do que viver, porque a morte o livraria dos problemas terrenos e ele veria
Cristo face a face (1 Jo 3.2. 3) Se você não está pronto para morrer, então não
está pronto para viver. Procure ter certeza de seu destino eterno. Só assim
será livre para servir — dedicando sua vida ao que realmente importa, sem medo
da morte.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.
1663.
2. Paulo supera o dilema.
“Mas de ambos os
lados estou em aperto” (1.23). Na ARA, a palavra traduzida para “aperto” é
“constrangido”. A palavra “aperto” dá a ideia de estreitamento de duas ideias:
viver ou morrer. Entre viver ou morrer, o apóstolo diz mais: “tendo desejo de
partir e estar com Cristo”. A esperança do crente em Cristo é que, quando
morrer fisicamente, possa estar com Cristo. Não há purgatório para o crente
fiel, nem mesmo para o infiel. Os que morrem vão para o lugar provisório (Sheol-Hades),
que é a morada das almas e espíritos dos mortos. Os justos vão para o descanso
do Paraíso, e os ímpios vão para “o Lugar de tormento”, e todos ficarão nesses
lugares até a ressurreição de seus corpos. Os justos em Cristo ressuscitarão
primeiro por ocasião do Arrebatamento da Igreja de Cristo e os ímpios só
ressuscitarão no Juízo Final.
O apóstolo Paulo
declara que estava em aperto, ou seja, pressionado por dois pensamentos em sua
mente: morrer para estar com Cristo, ou continuar vivo, para completar a obra
ainda por fazer em favor da igreja.
1.24 — Neste
versículo, Paulo entende a ideia de que “ficar na carne” seria mais necessário,
por amor da igreja, isto é, continuar vivo.
1.25,26 — Paulo
entende que se fosse libertado da prisão teria a oportunidade de rever todos os
irmãos filipenses e gozar da sua hospitalidade e amor. Tudo o que Paulo mais
desejava naquele momento era estar livre para retornar a Filipos e ver a igreja
de perto, bem como regozijar-se na fé daqueles irmãos.
Nesses versículos, o
apóstolo Paulo resolveu seu dilema em relação à igreja e declara que o seu
desejo de estar com Cristo foi superado pela obrigação e o amor de servir aos
irmãos. Paulo estava pronto para continuar trabalhando, mesmo tendo que
enfrentar oposições dos romanos, de falsos cristãos, além das privações
materiais e físicas, desde que tudo isso contribuísse para o progresso do
evangelho e do crescimento espiritual da igreja (vv. 25,26).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 45-46.
22s Como isto poderá
suceder? Não por meio de quaisquer artifícios, não por meio de um heroísmo
qualquer, de disposição pessoal para morrer. Isso sempre resultaria em lutas
que certamente falhariam no momento decisivo. É algo que só existe na forma de
um presente libertador e soberano, no exato momento em que o viver para nós
passa a ser Cristo. Porque então o morrer para nós se tornará um “partir”
que nos conduz de todas as aflições, lutas, sofrimentos da atual existência
para o “estar junto de Cristo”. É evidente que para Paulo esse “estar com
Cristo” não é o alvo último e essencial de sua expectativa de futuro! Afinal,
ele não poderia negar subitamente não apenas o que expôs tão poderosamente em
1Ts 4.13-18 e 1Co 15.35-57, mas também o que ele acaba de elaborar na presente
carta em Fp 1.6,10s e sobretudo em Fp 3.20s. A explicação eventual de que, por
causa do não retorno de Jesus e em vista da proximidade de sua própria morte, Paulo
teria sido forçado a voltar-se agora para a esperança pela imortalidade
puramente pessoal é totalmente impossível em vista de Fp 3.20s. Do mesmo modo,
porém, a presente passagem também é violada pela sistemática teológica que
considera como doutrina do NT a morte total do ser humano todo, quando leva a
supor que nas entrelinhas o texto poderia insinuar que “tenho o desejo de
partir e (mais tarde, quando da ressurreição dos mortos) estar com Cristo.”
Sistematizações precipitadas sempre são negativas diante do NT, e não competem
ao exegeta. Afinal, Paulo fala de um “lucro” trazido pelo morrer, e não apenas
pelo retorno do Senhor. O desejo por ele testemunhado une tão estreitamente o
“partir” e o “estar com Cristo” que não temos o direito de dissociá-los intercalando
um longo tempo de morte ou de sono da alma. Assim a passagem perderia seu vigor
peculiar no contexto geral das afirmações. Somente podemos constatar que a
esperança de Paulo era mais rica do que nós queremos admitir com nossa
sistemática, seja ela qual for. Com pleno vigor ele preservou a expectativa da
parusia também quando escreveu aos filipenses. Considerou como alvo pleno
somente a parusia e a perfeição da igreja que ela concretizará, inclusive
mediante a dádiva de um novo corpo. Mas ao mesmo tempo ele era tão intensamente
ligado à sua vida com Jesus que nem mesmo o morrer físico não poderia
afastá-la, tão-somente aprofundando-a. Então ele estará “com Cristo” de um modo
que até o momento ainda não era possível neste mundo, embora aqui também já
esteja “em Cristo”. Por isso o morrer é um “lucro” pessoal para ele, sério e
não-artificial, de forma que ele realmente podia ansiar de coração por essa
“partida”. É capaz de afirmar com uma sucinta e forte frase intraduzível:
“porque em muito melhor (seria isso!)”.
No entanto, Paulo não
era nenhum individualista moderno! De forma alguma partilhava da ideia: “Já que
estarei em situação tão mais favorável, posso tranquilamente deixar de lado a
expectativa de futuro para as demais coisas”. Para ele importa a igreja, a
consumação da obra de Jesus, a honra de Deus, a renovação de toda a criação! E
este alvo não será ajudado em nada se Paulo, depois de morto, tiver recebido o
presente de estar com Cristo e viver em condição muito melhor. Por isso Fp 1.21
e 3.20s permanecem consistente e claramente lado a lado, de modo que não temos
a menor razão para atenuar ou modificar uma afirmação em favor da outra.
Igualmente teremos de nos acostumar com o fato de que há etapas na ligação da
vida com Jesus que não podem ser contrapostas uma à outra, porque cada uma
possui seu próprio valor pleno. Há um “crer em Jesus”, há um “estar em Cristo”
nesta terra, há um “estar com Cristo” após a morte, e há aquele “estar com o
Senhor para todo o tempo” na consumação da igreja. Até mesmo neste ponto nosso
olhar contempla mais alguns estágios na palavra da Escritura: “herdar tudo com
Cristo”, “governar com Cristo como rei” em uma nova criação. Tudo o que Paulo
fez e vivenciou nesta carne aconteceu “em Cristo”. Mas, por mais maravilhoso
que isso seja, ainda não é “tudo”. Redimido dos labores, das dores e lutas de
sua existência terrena, ele estará “com Cristo” de modo diferente e mais
concreto. Porém nem mesmo isso ainda não é “tudo”, ainda não é o último e
supremo estágio. Junto com a igreja também ele aguarda ardentemente a vinda de
Jesus Cristo, o Senhor e Redentor, dos céus, para que transforme nosso corpo de
humilhação em corpo igual ao de sua glória segundo o poder eficaz com que ele
também é capaz de submeter o universo (Fp 3.20s).
Não precisar mais
temer a morte, ansiando coerente e livremente pela partida, diante da qual
todos em geral se assustam e atemorizam - isso é algo grandioso. Mas justamente
agora Paulo revela algo ainda maior. Sua atitude permanece totalmente livre de
qualquer anseio sentimental pela morte, como diz até mesmo o coral “Vem, doce
morte” de J. S. Bach. Se lhe for atribuído “permanecer na carne”, isso para ele
“significa fruto do trabalho”. Não sabe, agora, o que escolher, até mesmo no
aspecto concreto do desfecho de seu processo. Ambos os desejos são intensos em
seu coração, e ambos são em si puros e bons. Pode orar assim: que venha agora a
sentença de morte, conduzindo-me de todo o enorme fardo de minha vida (cf. 2Co
11.23-33) para uma unificação mais profunda com Cristo! Concedendo-me a
absolvição, pretendo produzir ainda mais frutos da obra! – Também essa prece
ele pode e tem o direito de elevar a Deus. Que oração será essa, então? Uma
coisa se torna decisiva para ele: “Permanecer na carne é mais necessário por
vossa causa” (literalmente “continuar na carne”, como nosso “continuar vivo”).
Com isso sua decisão foi tomada. Precisa acontecer aquilo que é “mais
necessário”, ou, neste caso, é preciso rogar pelo “mais necessário”.
25s Talvez a frase
subsequente “E confiando nisso estou certo…” não vise dizer mais do que
exatamente isso: agora sei o que escolher, pelo que suplicar. Assim ele afirma
tão-somente que foi libertado do dilema do quê desejar, sem gerar expectativas
específicas para o desfecho real do processo. Conforme o teor das palavras,
porém, é mais plausível supor que Paulo tinha a confiança de que também o
Senhor levaria em conta o “mais necessário” e por consequência certamente
concederia a Paulo que ele possa “permanecer”. Então “permanecerá com todos
eles”. Certamente Paulo está olhando além de Filipos para todas as igrejas que
precisam dele com tanta urgência. Mas em uma carta autêntica o autor dirige-se
inicialmente apenas aos destinatários específicos. Por isso também Paulo
continua: “Para o vosso progresso e alegria da fé, a fim de que vossa
glorificação transborde em Cristo Jesus quanto a mim, por meio de minha
presença de novo convosco.” Precisamos unir “progresso” e “alegria” a fim de
relacionar o genitivo “da fé” com ambas as expressões. Se Paulo for liberto,
não se aposentará merecidamente depois desses longos anos de sofrimento - seu
trabalho continuará! Esse trabalho possui um alvo claro: o estado vigoroso e vivo
da fé das igrejas. Paulo estava livre de qualquer falsa “humildade” que somente
lamentaria sua insuficiência e imprestabilidade. Ele sabia que também seu
trabalho “não é em vão no Senhor” (1Co 15.58). Por isso seu trabalho futuro
propiciará um novo progresso na fé das igrejas, inclusive a dos filipenses.
Como sua fé se tornará alegre quando virem o apóstolo a salvo de tais perigos!
Paulo já vê diante de si como será a visita a Filipos depois de todos esses
anos. Então haverá muito entusiasmo. As devidas ações de graça não serão
prestadas apenas com medidas litúrgicas, mas então a “glorificação em Cristo
Jesus” “transbordará” em Paulo, em tudo o que Jesus faz a Paulo e também
concedeu à igreja por meio dele. Essa jubilosa alegria de fé de uma igreja
inteira é mais importante e grandiosa do que a libertação de uma única pessoa
das aflições desta vida e sua partida para o ambiente de paz do Senhor. Paulo
tem certeza de que Deus concederá essa opção mais importante e mais grandiosa.
Werner
de Boor. Comentário Esperança Cartas aos
Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
Como resultado, Paulo
vacilava entre dois desejos. "Estou posto num estreito", diz. A
palavra que Paulo usa, senecomai, e é a que se aplicaria a um viajante que está
num desfiladeiro estreito e rochoso com um muro de rocha de um lado e outro do
outro, impossibilitado de se desviar do caminho e tendo como única alternativa
a de seguir adiante. No que respeita a si mesmo, teria desejado partir para
estar com Cristo; desejaria permanecer nesta vida somente por seus amigos e o
que pudesse significar para eles. E então repensa; a escolha não é dela mas sim
de Deus e não lhe é dado estabelecer o que fará porque só pode fazer o que Deus
quiser.
"Tendo desejo de
partir", diz Paulo numa frase muito gráfica. A palavra que usa para partir
é analyein. Atrás desta palavra se perfilam três figuras.
(1) É a palavra que
se usa para expressar a ideia de levantar acampamento, desatar as cordas das
tendas, tirar as estacas e prosseguir a marcha. A morte é um ficar em marcha.
Cada dia de marcha é uma jornada mais perto de nosso lar até que enfim se
levanta pela última vez o acampamento neste mundo e se muda pela residência
permanente no mundo da glória.
(2) É também a
palavra que se usa para soltar amarras, levantar âncoras e fazer-se ao mar.
Morrer é um fazer-se ao mar, lançar-se ao profundo, empreender essa viagem rumo
ao porto eterno e para com Deus.
(3) É a palavra que
se aplica à solução dos problemas. A morte traz as soluções da vida. Há um
lugar em que todas as perguntas da terra receberão resposta, onde os problemas
torturantes encontrarão uma solução, onde o quebrado será reparado e o perdido
achado e, finalmente, onde os que mantiveram a esperança poderão compreender.
Paulo tem a convicção
de que "ficará" e "permanecerá" com eles. Aqui, em grego,
há um trocadilho impossível de reproduzir. Para "ficar" usa-se a
palavra menein e para "permanecer" paramenein. A questão é a
seguinte. Menein significa simplesmente permanecer com; mas paramenein (para significa ao lado de) é
aguardar ao lado de uma pessoa, estando preparado para ajudar em todo momento.
Paramenein não só significa aguardar mas sim um aguardar disposto, e sempre
capaz de ajudar. Paulo deseja viver não por si mesmo, mas por aqueles aos que,
vivendo, pode continuar ajudando e servindo.
Assim, pois, se Paulo
não pode ir vê-os de novo, os filipenses terão nele razões para glorificar-se
em Jesus Cristo. Em outras palavras, poderão olhar a Paulo e ver nele o que
Cristo pode fazer por um homem que se entrega totalmente a Ele. Paulo será um
exemplo luminoso de como por meio de Cristo um homem pode enfrentar o pior e
sair ileso e impertérrito. É o dever de todo cristão confiar e viver de tal
maneira que os homens vejam o que Cristo pode fazer por aquele que lhe entrega
sua vida.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
37-38.
23. Ora, de um e
outro lado estou constrangido. Synekomai (estou em apuros) é uma expressão mais
forte significando "estar ligado". Com a adição de um e outro lado
significa "tolhido e pressionado de ambos os lados". Contemplando a
possibilidade da libertação ou da espada, Paulo sente-se tolhido de tomar
qualquer uma das direções. Seu desejo pessoal é partir (analyô descreve um
navio levantando a âncora ou um soldado saindo bruscamente do acampamento; é um
eufemismo para "morrer") e estar com Cristo. Isto seria
incomparavelmente melhor – um comparativo duplamente reforçado ("uma
ousada acumulação", Moule, op. cit.,), expressando a excelência superior
de se estar com Cristo.
Filipenses
(Comentário Bíblico Moody) 12
24. Mas a obrigação
maior é continuar prosseguindo na presente vida. A preposição composta com o
verbo simples – epi-menô, dá-lhe o pensamento especial de persistência. Desejo
pessoal dá lugar à necessidade espiritual.
25. E, convencido
disto (isto é, tudo o que foi dito nos vs, 19-24), Paulo sabe (convicção
pessoal, não visão profética) que ele permanecerá com todos vós para o vosso
progresso. O resultado será o gozo da fé (os dois substantivos dificilmente
podem ser separados). Da fé (objetivamente – o credo, e subjetivamente – a
apropriação do crente).
26. Afim de que
assinala um propósito específico – dando-lhes um abundante motivo de glória. Em
Cristo é a esfera de sua glória. Quanto a mim é o motivo, explicado pela frase
seguinte, pela minha presença de novo convosco.
MOODY. Comentário Bíblico Moody. Filipenses.
pag. 11-12.
A crise de Paulo (Fp
1:20-26)
Por causa das cadeias
de Paulo, Cristo tornou-se conhecido (Fp 1:13), e por causa dos críticos de
Paulo, Cristo foi pregado (Fp 1:18).
Mas por causa da
crise de Paulo, Cristo foi engrandecido! (Fp 1:20). Havia a possibilidade de
Paulo ser considerado traidor de Roma e de ser executado. Ao que parece, seu
julgamento preliminar fora favorável, mas o apóstolo ainda não recebera o
veredicto final. Mas o corpo de Paulo não lhe pertencia, e seu único desejo
(resultante de sua determinação) era engrandecer a Cristo em seu corpo.
Cristo precisa ser
engrandecido? Afinal o que um simples ser humano pode fazer para engrandecer o
Filho de Deus? Considere, por exemplo, as estrelas, muito maiores que o
telescópio, mas bem distantes. O telescópio as "aproxima" de nós. O
corpo do cristão deve ser um telescópio que diminui a distância entre Jesus
Cristo e as pessoas.
Para muitos, Cristo é
uma figura histórica distante e nebulosa que viveu há séculos. Mas quando os
incrédulos observam o cristão passar por uma crise, podem ver Jesus mais de
perto. Para o cristão comprometido, Cristo está conosco aqui e agora. Enquanto
o telescópio aproxima o que está distante, o microscópio amplia o que é pequeno.
Para o incrédulo, Jesus não é grande.
Outras pessoas e
coisas são muito mais importantes do que ele. Mas, ao observar o cristão passar
por uma experiência de crise, o incrédulo deve ser capaz de enxergar a verdadeira
grandeza de Jesus Cristo. O corpo do cristão é uma lente que torna o
"Cristo pequeno" dos incrédulos extremamente grande e o "Cristo
distante", extremamente próximo.
Paulo não temia a
vida nem a morte! De uma forma ou de outra, desejava engrandecer a Cristo em
seu corpo. Não é de se admirar que tivesse alegria!
Paulo confessa que se
encontra diante de uma escolha difícil. Para o bem dos cristãos em Filipos, era
necessário que ele permanecesse vivo, mas seria muito melhor partir e estar com
Cristo. O apóstolo chega à conclusão de que Cristo permitiria que ele vivesse
não apenas com o propósito de "[contribuir] para o progresso do
evangelho" (Fp 1:12), mas também "para o [...] progresso e gozo da fé
[dos filipenses]" (Fp 1:25).
Desejava que
desbravassem novas áreas de crescimento espiritual. (A propósito, Paulo admoestou
Timóteo, o jovem pastor, a ser um pioneiro em novos territórios espirituais na
própria vida e ministério. Ver 1 Tm 4:15, em que o termo "progresso"
é usado com o mesmo sentido.)
Paulo era um homem e
tanto! Dispôs-se a adiar sua ida para o céu a fim de ajudar os cristãos a
crescerem e a ir para o inferno a fim de ganhar os perdidos para Cristo! (Rm 9:1-3).
É evidente que Paulo
não tinha medo da morte, pois significava apenas "partir". Esse termo
era usado pelos soldados e se referia a "desarmar a tenda e prosseguir
viagem".
Que retrato da morte
do cristão! A "tenda" em que vivemos é desarmada pela morte, e o
espírito vai para o lar, viver com Cristo no céu (ver 2 Co 5:1-8). Os
marinheiros também usavam essa palavra com o sentido de "soltar as amarras
da embarcação e pôr-se a navegar". Lorde Tennyson usou a mesma imagem para
a morte em seu conhecido poema "Cruzando a Barra" [Crossing the Bar].
Todavia, partir
também era um termo burocrático e descrevia a libertação de um prisioneiro. O
povo de Deus encontra-se preso às limitações do corpo e às tentações da carne,
mas a morte os libertará dessa servidão.
Ou, ainda, serão
libertos quando Cristo voltar, se isso acontecer antes de morrerem (Rm
8:18-23). Por fim, partir era um termo usado pelos agricultores para se referir
ao ato de remover o jugo dos bois. Paulo havia levado o jugo de Cristo, que era
suave (Mt 11:28-30), mas também havia carregado inúmeros fardos em seu
ministério (ver alguns deles em 2 Co 11:22 -12:10). Partir e estar com Cristo
significava colocar de lado todos os fardos, pois seu trabalho na Terra estaria
consumado.
Em todos os sentidos,
não há coisa alguma que prive uma pessoa determinada de sua alegria.
"Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp
1:21). Maltbie Babcock, o conhecido músico e hinólogo do século XIX, disse:
"A vida é aquilo para que estamos vivos".
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 88-89.
Fp 1.23 - Paulo se
sentia em aperto de todos os lados, como uma cidade sitiada sem esperança de ver-se
livre de sua aflição. Ele estava dividido entre a possibilidade de encontrar-se
com o Senhor e a sua paixão por ministrar aos filipenses. Neste versículo, o
desejo significa mais do que uma vontade; indica uma forte ânsia. Em relação à
profissão de Paulo como fabricante de tendas, o termo partir quer dizer
levantar acampamento ou desfazer a tenda com o intuito de preparar-se para viajar
para outro lugar.
Paulo via a morte não
como o fim da vida, mas como um momento de transição de um lar para outro. Em
sua mente, não havia uma comparação real entre a vida e a morte porque esta era
muito melhor (literalmente, “muito mais superior”).
Jesus disse que
prepararia um lugar para nós (Jo 14). Esse lugar já está preparado na casa do
Pai.
Fp 1.24 - A palavra
grega traduzida como mais necessário contrabalança a expressão muito melhor do
versículo 23. A ideia contida no verbo ficar é permanecer completamente ou
perseverar. E uma forma intensiva do termo grego usado para permanecer no
versículo 25. O fato de que Deus queria que ele continuasse a viver era, de
acordo com Paulo, totalmente necessário para o crescimento espiritual dos
filipenses (v. 25).
Fp 1.25 - Proveito
vosso. Paulo não estava satisfeito com o fato de os cristãos filipenses serem simplesmente
salvos, mas queria que eles progredissem rumo à maturidade em Cristo. Por isso,
sentia a responsabilidade de continuar a ensinar-lhes.
Fp 1.26 - A vossa
glória [...] por mim. Paulo sabia que, uma vez que os filipenses o amavam
muito, eles ficariam contentes em ver que Deus havia preservado a vida dele na
prisão, e que o apóstolo estava certo de que o ministério com eles continuaria.
O significado literal de glória é ostentação ou exaltação. A glória dos
cristãos de Filipos aumentaria drasticamente por causa da obra do Senhor.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 525.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
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