UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA
Data: 15/09/2013 HINOS
SUGERIDOS 210, 244, 299
TEXTO ÁUREO
“Quanto
ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Fp 4.8).
VERDADE PRATICA
A
fim de termos uma vida cristã equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a
nossa mente com tudo àquilo que é agradável a Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 8.10-15 Cultivando a Palavra
Terça - Tt 1.13-16 A verdade produz fé saudável
Quarta - SI 86.11-13 Verdade e misericórdia
Quinta - 1 Jo 3.1 5-18 Quem odeia anda em trevas
Sexta - Ec 7.10 14 O melhor tesouro do homem
Sábado - SI 50.14-23 Quem anda em retidão será salvo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Filipenses
4.5-9
5
- Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6
- Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em
tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7
- E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações
e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
8
- Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9
- O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso
fazei; e o Deus de paz será convosco.
PHILLIPPIANS Chapter 4. 5-9.
5 Let all men know your forbearance. The Lord is at hand.
6 Have no anxiety about anything, but in everything by prayer and supplication
with thanksgiving let your requests be made known to God.
7 And the peace of God, which passes all understanding, will keep your hearts
and your minds in Christ Jesus.
8 Finally, brethren, whatever is true, whatever is honorable, whatever
is just, whatever is pure, whatever is lovely, whatever is gracious, if there is
any excellence, if there is anything worthy of praise, think about these things.
9 What you have learned and received and heard and seen in me, do; and the
God of peace will be with you.
INTERAÇÃO
Professor,
na lição de hoje estudaremos a respeito das virtudes que acompanham aqueles que
já experimentaram o novo nascimento. A vida do cidadão do Reino dos Céus é
regida por alguns princípios e valores que transcendem a vida terrena. A
salvação em Jesus não somente nos garante a vida eterna, ela também nos
proporciona um novo caráter, uma nova forma de pensar e agir. O crente deve ter
os seus pensamentos e ações pautados segundo os valores do Reino. Na epístola
aos Filipenses, Paulo exorta os crentes de Filipos a respeito do cuidado que
eles deveriam ter com aquilo que iria ocupar suas mentes. O apóstolo apresenta
no capítulo quatro, versículo oito, uma relação do que deve preencher o
pensamento do cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama’.
Tais coisas devem orientar os nossos pensamentos.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se a respeito da
excelência da mente cristã.
Compreender o que deve ocupar a
mente do cristão.
Analisar a conduta de Paulo
como modelo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor
para introduzir o tópico I da lição escreva no quadro de giz a seguinte
afirmação de Myer Pearlman: “O pensamento é o pai da ação”. Discuta com seus
alunos o significado desta afirmação. Explique que o cérebro é o quartel
general do nosso corpo, por isso temos que ter muito cuidado com a nossa mente,
com os nossos pensamentos, pois eles antecedem as nossas ações. Em seguida,
peça que os alunos leiam Romanos 12.2 e discuta com eles os efeitos que os
pensamentos têm sobre o nosso caráter e as nossas ações. Conclua lendo com toda
a classe o texto áureo da lição.
PALAVRA-CHAVE
Mente: Parte incorpórea, inteligente ou sensível do ser humano;
pensamento, entendimento.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje, veremos algumas virtudes que acompanham aqueles cujas vidas
foram transformadas pelo Evangelho de Jesus. O Evangelho não apenas proporciona
salvação à humanidade, mas também um conjunto de princípios de vida para cada
crente, seja na igreja, na família, na sociedade ou com Deus. Não são meras
prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas valores que
transcendem a vida terrena.
Veremos
que o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de uma pessoa e torná-la apta a
tomar para si o “jugo suave” e o “fardo leve” de Cristo Jesus (Mt 11.30).
I - A
EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. Nossos
pensamentos.
O versículo oito da leitura bíblica em classe na versão ARA diz: “seja isso o
que ocupe o vosso pensamento”.
O
apóstolo quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo, produz uma
mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades
mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus. Paulo exorta-nos a
preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual,
pois “nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16).
Aqui
surge uma pergunta inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo de
hoje?” Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do
consumismo e do materialismo, onde o ter é mais importante do que o ser. Tal
postura anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em
termos de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são
descartados. Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos
distancia das coisas do Alto.
2. Pensando nas
coisas eternas.
Além da epístola aos Filipenses, o tema do processo j de pensar é tratado por
Paulo em muitas outras ocasiões (Rm 1 2.2; Cl 3.2). Pensar nas coisas que são
de cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma espiritualidade irreal,
e sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir dos valores espirituais
na vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1 Co 5.9,10).
Os
maus pensamentos são % frutos da inclinação humana para o mal. Daí a
recomendação de que a 1 nossa mente deve ocupar-se com a Palavra de Deus, com
os princípios eternos do reino divino, “levando cativo todo entendimento à
obediência de Cristo" (2 Co 1 0.5).
3. Agindo sabiamente. Sabemos que a
sociedade atual é dominada por ideologias contrárias ao Evangelho. Eé
exatamente a esse mundo que o Senhor Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo
17.18; cf. Mt 28.19). Temos de atender o seu chamado! Não com medo, mas com
coragem; não com ignorância, mas sabiamente; não como quem impõe uma verdade
particular, mas como quem expõe e testemunha verdades eternas. À luz do exemplo
de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas
fogo no coração”.
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A
Palavra de Deus exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera
vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16).
II - O
QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. “Tudo o que é
verdadeiro e honesto”. O apóstolo Paulo inicia a sua reflexão com a verdade.
Percebemos que, com essa P virtude, o apóstolo entende tudo o que é reto e se
opõe ao falso. É tudo aquilo que é autêntico, não baseado em meras suposições,
ou em algo que não possa ser comprovado. Lamentavelmente, o espírito da mentira
entrou até mesmo entre os crentes e vem produzindo grandes males. Difamações e
rumores negativos acabam sendo comuns entre nós. E isso desagrada profundamente
a Deus. Quando o apóstolo dos gentios afirma que devemos pensar “em tudo o que
é honesto”, de fato, está nos exortando a desenvolvermos uma conduta
transparente e decorosa, digna de alguém que age bem à luz do dia (Rm 13.13). O
mundo não pode ver em nós um comportamento que contradiga os conceitos éticos e
bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente aos princípios
cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade. Ele não
mente nem calunia seu irmão.
2. “Tudo o que é
justo”.
Aqui, de acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), as “coisas que são
‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus” para desenvolvermos uma
relação positiva com os que nos rodeiam.
O
padrão de justiça divina deve nortear o nosso comportamento moral em relação a
Deus e às pessoas. O verdadeiro cristão deve pautar a sua conduta pela defesa
de tudo o que é justo (Mt 5.6), agindo contra tudo aquilo que promove injustiça
e gera opressão.
3. “Tudo o que é puro
e amável”.
Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade em relação a algo não
contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma mente casta. A ideia de
“ser puro” é defendia por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e
os pensamentos dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros.
A
fim de que toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente tem de dar lugar
para que o Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef
5.3). Assim, estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal.
Desse modo, “tudo o que é amável” é aquilo que edifica os relacionamentos entre
irmãos.
4. “Tudo o que é de
boa fama”.
O sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao
cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então,
podemos afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça.
Algumas versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome. Tal se refere
ao que uma pessoa é, pois possuir um bom nome é o mesmo que ter um bom caráter.
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
O
crente não deve ter um comportamento que contradiga os conceitos éticos e
bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente com os princípios
cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade.
III - A
CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a
ser imitada.
No versículo nove, o apóstolo dos gentios utiliza cinco verbos que denotam
ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer. Paulo utilizou tais recursos para
que os irmãos filipenses percebessem que poderiam viver as I virtudes da
Palavra de Deus.
Ele,
inclusive, assume um papel referencial a ser imitado. Paulo não tem a presunção
de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses a serem uma
carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam, pois, ser um
modelo tanto aos crentes como aos descrentes.
2. Paulo, exemplo de
ministro.
Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo
ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça chamou os
fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para
administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1 Pe 5.2,3).
Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos
líderes cristãos nos dias de hoje.
3. O Deus de paz. Se buscarmos tudo o
que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama, teremos uma
preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A presença do “Deus de paz”
descreve uma segurança inabalável para aqueles que confiam no seu nome.
Ele
nos orienta, guarda e protege. Por isso, devemos experimentar da constante e
doce presença do “Deus de paz”, e manter uma vida irrepreensível diante dEle,
pois nas circunstâncias mais adversas lembraremos estas palavras: “E o Deus de
paz será conosco”.
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Se
buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama
“o Deus de paz será convosco”.
CONCLUSÃO
Disse
alguém, certa vez, que “o homem é aquilo que pensa”. Devemos, portanto, guardar
a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral. Só
desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a nossa
mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de Deus.
Apesar
de a verdade, a honestidade, a pureza, ajustiça, o amor e a boa fama parecerem
estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da sociedade, para o
Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores do seu Reino. E
nós, os que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt 5.13-1 6).
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Teológico
assuntos
do pensar
Meus
pensamentos produzem maus modos de viver; por outro lado, o pensar correto
levará a uma vida correta. Paulo faz uma lista de assuntos que devem alimentar
os pensamentos do cristão. ‘Nisso pensai’. (1) ‘Tudo o que é verdadeiro’. As
coisas verdadeiras se opõem à falsidade em palavras e conduta. (2) ‘Tudo o que
é honesto’. ‘Honesto aqui significa literalmente o que é honroso ou reverente.
Refere-se às coisas consistentes com santa dignidade e respeito e corresponde
àquele amor que ‘não se conduz inconvenientemente’. (3) ‘Tudo o que é justo’. O
trato justo em todos os nossos relacionamentos. O cristão auferirá todos os
seus pensamentos com a Regra Áurea. (4) ‘Tudo que é puro’ refere-se à pureza no
seu sentido mais lato — pensamentos, motivos, palavras e ações livres de
elementos que rebaixam e maculam. ‘Bem-aventurados os limpos de coração’. (5)
‘Tudo que é amável se refere à delicadeza, humildade e caridade que atraem o
amor e tornam amáveis as pessoas. (6) ‘Tudo que é de boa fama’ se refere às
coisas que todos concordemente recomendam: a cortesia, agradabilidade, justiça,
temperança, verdade e respeito pelos pais. É impossível realizar coisas boas
com modos tais que lancem opróbrio sobre a causa de Deus. ‘Não seja, pois
blasfemado o vosso bem’ (Rm 14.1 6). [...] ‘Se há alguma virtude, [...] nisso
pensai”’ (PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1
.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, pp. 1 51-52).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Teológico
As
epístolas escritas na prisão refletem o casamento da profunda teologia de Paulo
com as preocupações pastorais. Deus triunfa na cruz e na ressurreição de Jesus.
Assim, o Pai estendeu sua libertação àqueles que vão a Ele pela fé. Isso quer
dizer que os crentes fazem parte do que Deus usa para refletir a redenção de
toda a criação. Essa esperança suprema quer dizer que a vida neste mundo também
é transformada. Vida, quer dizer servir a Deus (não a si mesmo), refletindo a
cidadania celestial (não a terrena), valendo-se da capacitação concedida por Deus
para conquistar o pecado e para resplandecer como luz em um mundo necessitado.
É estar disposto a sofrer e a permanecer unidos diante de um mundo de trevas em
necessidade, ao mesmo tempo em que revelamos o evangelho, a bondade e o caráter
de Deus na forma como nos relacionamentos uns com os outros e com os que
precisam da obra redentora de Deus.
Paulo
foi um teólogo profundo que escreveu sobre temas de dimensões cósmicas, mas ele
não estava tão voltado para o céu a ponto de não ser um bem terreno. Ele era um
pastor que guiava os santos em seu chamado. O desejo de Paulo para os crentes é
simples: seja um bom cidadão do céu e tenha a mente tão voltada para o céu de
forma a ser bom para a terra. Ele também lembra aos crentes que Deus os
capacita para realizar a tarefa e que, à medida que eles mantêm o foco em
Jesus, podem ir, unidos em seu serviço a Ele, no encalço desse objetivo. Eles
nunca devem esquecer que, nEle, são uma nova comunidade. No contexto da obra
soberana de Deus e à luz da vitória e capacitação dEle, os crentes devem
refletir a presença, o amor e o caráter dEle até que Ele traga esperança da
realização e todas as coisas que sejam sintetizadas na restauração que, por
fim, Cristo trará ” (ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1 .ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008. p.367).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento, l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas:
Semeando as Doutrinas Cristãs. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
EXERCÍCIOS
1.
Segundo a lição, o que a experiência de salvação em Cristo produz?
R:
A experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança contínua em nossa
forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas que ocupam a mente das
pessoas sem Deus.
2.
O que deve ocupar a mente do cristão?
R:
A nossa mente deve ser preenchida com aquilo que gera vida e maturidade
espiritual.
3.
De acordo com a lição, o que significa uma mente pura?
R:
Uma mente pura significa uma mente casta.
4.
Qual é a verdade pastoral que os obreiros do Senhor devem aprender de Paulo?
4.
Todo o ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça
chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou
para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa
vontade
(1 Pe 5.2,3).
5.
O que você tem feito para manter a sua mente pura?
R:
Resposta pessoal.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 54, p.41.
É
notório que o sistema de pensamento do mundo se volta contra tudo o que tem haver
com Deus. Panoramicamente, três são os pensamentos predominantes na sociedade
atual: Materialismo, Hedonismo e Relativismo.
O
materialismo, ou naturalismo, é um sistema de pensamento que trabalha com a
hipótese de que não há Deus, não há mundo espiritual, nem muito menos juízo
final. A ideia central deste sistema é que não há nada transcendente além da
matéria, do físico. As pessoas que adotam esse pensamento vivem a vida aqui e
agora sem se preocuparem com o além.
O
hedonismo é caracterizado por uma busca intensa e transloucada pelo prazer. E
um ponto de vista utilitário da vida. Os detentores desse sistema dizem:
"Se me dá prazer, eu faço; se me dá prazer, eu compro; se me dá prazer, eu
quero".
O
relativismo é uma concepção filosófica de meias verdade. Tudo é relativo. Não
há verdade absoluta. O absoluto se relativiza. O que é verdade para mim, pode
não ser para você. Cada um tem a sua própria verdade.
A
mensagem do apóstolo para os filipenses é bem atual para a igreja
contemporânea. Ela não nega que a fé cristã tem uma dimensão naturalista,
hedonista e até relativista. Naturalista porque Deus encarnou na matéria.
Fez-se carne num tempo, numa história e numa região geográfica. Hedonista
porque a fé cristã possui uma dimensão de prazer em Deus. É o prazer oriundo de
uma vida com Deus, onde o crente se sente preenchido por Ele. E tem uma
dimensão relativista porque o Evangelho relativiza a visão de mundo que
tínhamos antes de nos encontrarmos com Jesus. O Evangelho relativizou a
tradição da lei e a tradição gentílica, trazendo uma novidade de vida
indescritível para todo aquele que crê.
Por
isso o apóstolo propõe aos crentes de Filipos a pensar aquilo que é do alto,
pois o que vem de Deus gera vida. O que vem de Deus é verdadeiro, honesto,
justo, puro, amável, de boa fama. Mas o que oriunda de um sistema filosófico
mundano é irremediavelmente oposto. E falso, desonesto, injusto, impuro,
odioso, de má fama.
Uma
pergunta que cabe a classe, prezado professor, é que tipo de pensamento os
alunos tem cultivado nas mentes. E pensamento eterno ou efêmero? Não deixe de
esclarecer que o que preencher a nossa mente determinará a nossa a ação. Deus
chama os seus servos a relativizar o relativismo mundano.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na escritura dos
versículos 8 a 10 temos, na verdade, um complemento da Carta, uma vez que no
versículo 7 ele dá a impressão de estar concluindo. A mente de Paulo foi
despertada por alguns pensamentos que não podia deixar de comunicar com a
igreja de Filipos.
Não eram pensamentos
comuns, mas pensamentos que tiveram a contribuição e inspiração do Espírito
Santo. O autor Lindolfo Weingartner, teólogo luterano, escreveu sobre esse
texto o seguinte: “Ele não prega nenhum ‘poder da mente’, pois ele sabia que a
mente humana é tão somente um campo de batalha no qual Cristo obteve a vitória
e no qual agora reina a paz”. Precisamos saber que a vida em Cristo significa
mudança de pensamento. Antes, sob a égide da carne, mas agora, sob o domínio do
Espírito.
O cristianismo é uma
religião de princípios que regem os cristãos no comportamento cotidiano, em
relação às pessoas, na igreja, na família, na sociedade e em relação a Deus.
Paulo apresenta uma lista de virtudes que deixam de ser meras prescrições e
exigências que emanam de um código de leis, mas são virtudes que surgem
espontaneamente numa vida transformada pelo evangelho. O evangelho tem o poder
de mudar a vida de uma pessoa e torná-la apta para obedecer aos princípios
cristãos. Na Carta aos Romanos 1.16, Paulo escreveu que o evangelho “é o poder
de Deus para salvação de todo aquele que crê”.
Mediante a
compreensão sobre mente e fé, podemos saber que o cristianismo é não só
espiritual, mas também racional.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como exemplo
para a Igreja. Editora CPAD. pag.
Vv. 2-9. Os crentes
devem ser unânimes e estarem dispostos a ajudarem-se mutuamente. Assim como o
apóstolo havia encontrado o benefício da assistência deles, sabia o quão
consolador seria para os seus colaboradores terem a ajuda de outros. Procuremos
nos assegurar de que os nossos nomes estejam escritos no livro da vida.
O gozo em Deus é de
grande importância na vida cristã; é necessário incentivar os cristãos
continuamente a que o tenham em sua vida. A alegria supera amplamente todos os
motivos que teríamos para estar tristes. Os inimigos deveriam perceber o quão
moderados eram em relação às coisas exteriores, e com quanta moderação sofriam
as perdas e as dificuldades. O dia de juízo em breve chegará, com a plena redenção
dos crentes e a destruição dos ímpios.
É nosso dever
demonstrar cuidadosa diligência, em harmonia com uma sábia previsão e com a
devida preocupação; porém, há um afã de temor e desconfiança, que é pecado e
uma atitude néscia, e que somente confunde e distrai a mente. Como remédio
contra a preocupação, recomenda-se a constância em oração. Não somente os
tempos estabelecidos de oração, mas constância em tudo por meio da oração.
Devemos unir as ações
de graças com as orações e as súplicas; não somente buscarmos provisões daquilo
que é bom, mas reconhecermos as misericórdias que recebemos. Deus não precisa
que lhe contemos as nossas necessidades ou desejos, porque os conhece melhor do
que nós mesmos; mas deseja que valorizemos a sua misericórdia, e que sintamos que
dependemos dEle. A paz com Deus, esta sensação consoladora de estarmos
reconciliados com Ele, e de termos parte em seu favor e a esperança da bênção
celestial, são um bem muito maior do que poderíamos expressar plenamente. Esta
paz manterá o nosso coração e a nossa mente em Jesus Cristo; nos impedirá de
pecarmos quando estivermos submetidos a tribulações e naufragarmos sob estas;
nos manterá calmos e desfrutando de uma satisfação interior.
Os crentes têm que
alcançar e manter um bom nome; um nome para todas as coisas com Deus e com os
homens bons.
Devemos em tudo
percorrer os caminhos da virtude e permanecer neles; então, quer tenhamos ou
não o louvor por parte dos homens, certamente o teremos por parte de Deus. O
próprio apóstolo é um exemplo. A sua doutrina estava em harmonia com a sua
vida. A maneira de termos o Deus de paz conosco é mantermo-nos dedicados ao
nosso dever. Todos os nossos privilégios e a salvação procedem da misericórdia
gratuita de Deus; porém, gozar deles depende de nossa conduta santa e sincera.
Estas são obras de Deus, pertencentes a Deus, e somente a Ele devem ser
atribuídas, e a ninguém mais; nem a homens, nem a palavras e nem a obras.
HENRY.
Matthew. Comentário Bíblico Matthehw
Henry. Editora CPAD. pag. 10-12.
A mente humana posa
sempre em algum objeto; Paulo queria assegurar-se de que os filipenses
colocassem suas mentes nas coisas devidas. Isto é de suma importância. É uma
lei da vida que se um homem pensar em algo com frequência ou persistência
chegará um momento em que não poderá deixar de pensar nisso; seus pensamentos
correrão como sobre trilhos. Por esta razão é da máxima importância que o homem
pense em coisas dignas.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. FILIPENSES. pag.
93.
I - A
EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. Nossos
pensamentos.
O que Deve Controlar
a Mente do Cristão
1. O que é a mente de
um ser humano?
Para sabermos como
controlar a nossa mente, precisamos conhecer o que contém a mente humana. Por
trás da mente de cada pessoa está o cérebro, que é o mecanismo mais complexo do
mundo e o órgão do corpo que mais influência exerce sobre a vida da pessoa.
Nossa mente, dentro do cérebro, pensa, recorda, ama, odeia, sente, raciocina,
imagina e analisa. Nosso cérebro, através da mente, supervisiona tudo o que
fazemos. Controla nossa audição, visão, olfato, a fala, o alimentar, o
descanso, a capacidade de aprender. Nossa mente controla e determina a função
de outros órgãos e sistemas no corpo humano. Nossos hábitos individuais, nosso
temperamento, personalidade, caráter, tudo é controlado pela mente. Nossa forma
de pensar resulta do poder da mente (intelecto) sobre o que herdamos de nossos
pais, da escola, da igreja, através do ouvimos, o que lemos e o que vemos. O
autor de Provérbios há muito tempo disse: “Porque, como imaginou na sua alma,
assim é” (Pv 23.7). A alma é um elemento moral representada pela mente
(intelecto), pelas emoções e pela vontade. O coração é, figuradamente, o centro
das emoções do ser humano. Não se refere a um órgão físico, visível ou
palpável. Trata-se de algo que não tem forma e neurologicamente está unido a
todos os órgãos do corpo. Não se pode dimensionar, nem ser detectado em algum
lugar do corpo. E a mesma coisa em relação à vontade, que faz com que o homem
seja único entre os seres vivos criados por Deus. E com a mente que o homem
escolhe o bem ou o mal. Mediante essa realidade, o apóstolo Paulo, inspirado
pelo Espírito Santo, apela e diz: “Nisso pensai” (4.8).
2. A batalha da mente
Na batalha da mente,
o ser humano recebe muitas impressões exteriores, tanto do campo científico
quanto do campo espiritual. O cristão, na sua conversão, recebe uma limpeza
total dos antigos pensamentos do homem natural e carnal. O Espírito entra em
sua vida operando uma limpeza total, mas o cristão regenerado não está imune
aos ataques do mundo espiritual na sua mente (2 Co 5.17). Satanás procura
romper a proteção de nossas mentes com pensamentos fúteis e carnais para que
não pensemos nas coisas que são de cima, isto é, do céu. Paulo exortou os
colossenses: “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl
3.2).
Nossa mente absorve
muitas coisas do que se vê, se ouve e do que se faz no dia a dia. Por isso,
precisamos ter controle sobre a nossa mente. Mentes ocupadas por pensamentos
maus produzem coisas más. Porém, mente ocupada com coisas boas produz coisas
boas.
3. O que é que ocupa
a nossa mente? (Fp 4.8)
Antes de considerar o
versículo 8, precisamos entender a expressão do versículo 7 quando diz:
“guardará os vossos corações” .
No contexto dessa expressão,
a palavra “coração” é a figura da alma humana. E uma palavra que representa o
“homem verdadeiramente”, não apenas o seu intelecto, sentimentos e volição.
Quando Paulo fala da paz com poder de guardar os corações, está se referindo
àquela virtude poderosa da paz de Deus que age com poder protetor e
pacificador. O coração, nesse contexto, representa o homem interior, e a guarda
do coração tem a ver com a proteção divina daquilo que somos interiormente. Por
isso, uma vez guardado o nosso coração das coisas más, podemos pensar, agir,
fazer boas coisas. Entretanto, o versículo 8 nos ajuda a colocar nosso homem
interior sob a custódia do Espírito Santo para sentir e pensar positivamente.
4. Esvaziando a mente
de coisas fúteis
A grande lição desse
texto é que devemos esvaziar nossa mente de pensamentos fúteis e enchê-la com
pensamentos que se harmonizem com o evangelho. Devemos, em todo o tempo, fazer
uma triagem constante dos conceitos e ideias manifestos no nosso dia a dia e
dos quais tiramos conclusões e decisões. Então, a pergunta é: O que é que ocupa
a nossa mente?
A tradução da ARA
enfatiza e exorta dizendo: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. A
experiência de salvação em Cristo significa mudança de pensamento contínuo, no
sentido de que passamos a evitar as futilidades que ocupam tantas cabeças no
mundo secular e passamos a ocupar a mente com coisas úteis e maduras. O
apóstolo Paulo disse aos coríntios: “Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co
2.16). O que é que ocupa a nossa mente nos tempos atuais? Neste novo século nos
deparamos com uma geração magnetizada pela vida secular quando as coisas da
vida moderna ocupam o seu pensamento. A Bíblia fala dos “amantes do século
presente” e a palavra “século” é ayon no grego bíblico, e refere-se ao “pensamento
do mundo presente”. Como evitar que nossas mentes sejam invadidas pelo
pensamento do século presente? A resposta está no conselho do apóstolo Paulo
quanto ao que pensar hoje (Fp 4.8).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 131-133.
Uma vez tratado o problema imediato (a
possível contenda por questões pessoais), Paulo segue ministrando exortações
práticas. Que os filipenses possam alcançar uma vida de constante regozijo no
Senhor (v. 4); que manifestem “moderação” (ternura, bondade, submissão, paciência
e espírito tratável para com todos), à luz da iminente segunda vinda de Cristo
(v. 5). Exorta-os também a não se deixarem oprimir pela ansiedade, já que o “Trono
da Graça” está sempre acessível às nossas súplicas. Deus “guardará
[literalmente: “colocará uma guarnição militar”] os vossos corações e os vossos
sentimentos” , outorgando-lhes a sua própria paz, que resultará na maior calma
e quietude reparadoras (vv. 6,7).
O Dr. Walker comenta: “O apóstolo mostra que
o coração e os pensamentos do cristão, enquanto guardados em Cristo Jesus por
sua paz, ainda têm bastante campo para sua plena expressão. Ante seus olhos,
estendem-se relvados verdejantes, cheios de belas flores, a serem apreciados
pelo servo de Deus. É verdade que existem fronteiras que não devem ser
ultrapassadas. Mas tudo que é bom está dentro daquilo que Deus preparou para
nós. Além de suas fronteiras é perigoso aventurar-se. Nem em pensamento deve o
cristão atravessar seus limites. Este versículo, então, serve de orientação
para quem deseja viver de modo consciencioso, debaixo do favor divino e no gozo
de sua paz. Fica claro que tal experiência é circunscrita por oito marcos,
dentro dos quais há segurança: o que é verdadeiro, honesto, justo, puro,
amável, de boa fama, virtude e louvor” (v. 8).
Já que o testemunho de Paulo pautava-se pela
coerência e integridade, nada havendo em sua conduta digno de censura, ele
podia muito bem concitá-los a seguir seu exemplo: “O que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será
convosco” (v. 9).
Boyd. Frank M. Comentário Bíblico. Gálatas. Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses,
Hebreus. Editora CPAD. pag.
75-76.
«...seja isso o que
ocupe o vosso pensamento...» Que essas coisas dignas de louvor, essas virtudes,
sejam as razões de nossa meditação e consideração, para que sejam inclusas em
nossa conduta diária. Devem ser substituídos os vãos pensamentos da
sensualidade, o lucro e a fama mundanos, buscando cuidadosamente aquelas coisas
que contribuem para o bem de nossas almas imortais, o que transcende a qualquer
bem terreno que os homens busquem mediante suas mentalidades carnais.
«O que me amedronta é
a míngua de ideal que nos abate. Sem ideal, não há nobreza de alma; sem nobreza
de alma, não há desinteresse ; sem desinteresse, não há coesão; sem coesão, não
há pátria». (Olavo Bilac, discurso).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 64.
A citação aqui
apresentada por Paulo foi extraída do trecho de Isa. 40:13, com báse na versão
da Septuaginta, mas com algumas modificações, para que ele obtivesse os seus
propósitos. A passagem de Rom. 11:34 exibe a primeira parte dessa citação:
«Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?»
E ali há comentários
completos a respeito. Contudo, nessa passagem de Romanos é omitida a segunda
cláusula: .. .que o possa instruir"!
"Paulo deixa
entendido, portanto, que a fim de alguém julgar a um homem verdadeiramente
espiritual, precisa poder discernir a mente do Senhor de uma maneira
simplesmente impossível para a capacidade humana, porque essa citação
subentende que ninguém conhece a mente do Senhor. O julgamento contra o homem
espiritual ideal, por conseguinte, é algo que está fora das possibilidades do
homem carnal; e isso faz parte integrante da apologia paulina contra aqueles
que o criticavam, aqueles que tinham procurado solapar a confiança de outros em
sua chamada apostólica, no seio da igreja cristã de Corinto. Paulo dizia,
portanto, que nenhum dos seus detratores era capaz de julgá-lo, pois somente o
Senhor podia fazer isso realmente. Ninguém possui da «mente» do Senhor em dose
suficiente para substituí-lo nesse mister. (Com isso se pode comparar o trecho
de I Cor. 4:3-5, que é paralelo a esta passagem). Paulo afirma que para ele era
questão de pouca monta o ser «julgado» pelos seus detratores de Corinto, pois
nem ele mesmo podia avaliar-se devidamente. Toda a avaliação semelhante deve
proceder da parte do Senhor. Por conseguinte, diz ele, «...nada julgueis antes
de tempo...», pois haverá ocasião em que Deus trará todas as coisas à luz,
estabelecendo o julgamento apropriado acerca de todos os homens e suas ações.
Possuidores Da Mente
De Cristo
Quais são os significados
vinculados a essa expressão?
1. A mente espiritual
(possuída por Cristo), não julga nem censura.
Indiretamente, pois,
Paulo desfecha um golpe contra a atitude censuradora de seus oponentes.
2. Mais
particularmente, o argumento afirma: «Nenhum homem pode julgar-me com retidão.
Isso porque ninguém pode instruir ao Senhor, e eu possuo a sua mente». Foi uma
ousadíssima assertiva da parte de Paulo.
Portanto, o vs. 15
afirma que o homem espiritual julga a todas as coisas, mas que ele mesmo por
ninguém é julgado. Tudo isso é argumento polêmico, naturalmente. Paulo havia
sido severamente censurado pelos seus críticos gratuitos, especialmente pelos
do partido intelectualizado em Corinto. Estes promoviam um evangelho alicerçado
sobre a sabedoria humana; mas ele pregava o evangelho alicerçado sobre a
revelação divina da salvação, por meio de Cristo e sua cruz. Essa é a
demonstração da sabedoria divina. «Ninguém pode censurar-me», diz Paulo,
«porque tenho a mente de Cristo».
3. Popularmente, essa
afirmativa de Paulo é usada para apoiar a ideia de que o indivíduo espiritual
desenvolve em si mesmo a «mentalidade de Cristo», as suas atitudes,
discernimentos e pontos de vista sobre as coisas.
Naturalmente, há
nisso uma certa verdade, embora não seja o que está aqui em vista,
especificamente.
«A ‘mente de Cristo’
é correlativa ao seu Espírito, que é o Espírito de Deus (ver Rom. 8:9 e Gál.
4:6), e essa mente pertence àqueles que estão com ele, em virtude da união
vital que desfrutam com ele (ver Gál. 2:20,21; 3:27; Fil. 1:8 e Rom. 13:14). O
pensamento é o mesmo que foi expresso no décimo segundo versículo, embora
vazado de outra maneira». (Robertson e Plummer, in loc.).
A palavra
«...Nós...», neste caso, é enfática. (Ver esse uso por toda a porção inicial
desta epístola, em I Cor. 1:18,23,30 e 2:10,12). Paulo quis apontar para o
homem «espiritual», contrastando-o tanto com o homem «natural» (ver I Cor.
2:14) como com o homem «carnal» (ver I Cor. 3:1). Todos os crentes possuem o
Espírito Santo, mas nem todos eles são indivíduos suficientemente espirituais
para reivindicarem a posse da mente ou consciência de Cristo, o que fica
claramente demonstrado na experiência humana diária.
A declaração que o
apóstolo dos gentios faz aqui é muito forte. Suas palavras equivalem dizer que
aqueles que pretendem julgar ao homem espiritual e avaliar o seu caráter, na
realidade estão procurando «instruir ao Senhor», o que, como é óbvio, é um
grande absurdo; pois é tão presunçoso esse indivíduo que tenta ocupar uma
função que somente o Senhor Jesus pode ocupar, dando a entender que o Senhor
não se desincumbiu corretamente dessa missão, necessitando assim da ajuda
humana.
«Declarado de forma
silogística, esse argumento diria mais ou menos como segue: Ninguém pode
instruir ao Senhor. Temos a mente do Senhor.
Portanto, ninguém nos
pode instruir ou julgar». (Hodge, in loc.).
A palavra
«...Senhor...», neste caso, mui provavelmente é uma referência a Jesus Cristo,
o que é comum nos escritos do N.T., até mesmo quando o termo «Senhor» se refere
obviamente ao Deus dos judeus, isto é, Yahweh.
(Ver as notas
expositivas sobre o emprego do termo «Senhor», com referência a Cristo, em Rom.
1:4, que também expõe o tema do «senhorio de Jesus Cristo». Quanto a notas
expositivas sobre a propriedade do uso desse termo para com Cristo, ver I Cor.
1:31).
«Tais intercâmbios
deixam entrever a sua ‘convicção mais íntima sobre a deidade de Cristo’».
(Findlay, in loc.).
Variante Textual·. Ao
invés das palavras «...mente de Cristo...», alguns manuscritos dizem «mente do
Senhor». Assim dizem os mss BD(1)FG; e os pais da igreja Agostinho e
Ambrosiaster assim citam essa passagem em seus escritos. As palavras «...de
Cristo...» aparecem nos mss P (46), Aleph, ACD(3)ELP, nas versões da Vulgata
latina, bem como no Si, no Cóp e no Arm, sendo assim também citado este texto
por Orígenes. Mui provavelmente esse é o texto correto. A modificação para
«Senhor» deve ter ocorrido por atração da mesma palavra, usada neste versículo.
(Ver o artigo referente ao estudo dos manuscritos do N.T., na introdução ao
comentário).
Espírito Santo, todo
divino,
Habita neste meu
coração;
Derruba todo o trono
idólatra,
Reina supremo e reina
sozinho.
(A.Reed).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 37-38.
A palavra,
finalmente, indica que Paulo chegou ao clímax de seu ensinamento sobre a
estabilidade espiritual. O princípio de que ele está prestes a se relacionar é
tanto o somatório de todos os outros e a chave para implementá-las. A frase me
debruçar sobre essas coisas introduz uma importante verdade: a estabilidade
espiritual é o resultado de como uma pessoa pensa. A forma imperativa de
logizomai (morar em) o torna um comando; pensamento correto não é opcional na
vida cristã. Logizomai significa mais do que apenas entreter pensamentos, o que
significa "avaliar", "considerar", ou "calcular"
Os crentes devem considerar as listas de qualidades de Paulo neste versículo e
meditar sobre as suas implicações.. A forma verbal exige disciplina habitual da
mente para definir todos os pensamentos sobre essas virtudes espirituais.
A Bíblia não deixa
dúvida de que a vida das pessoas são o produto de seus pensamentos. Provérbios
23:7 declara: "Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim ele é." O
equivalente moderno a que provérbio é o computador sigla GIGO (Garbage In,
Garbage Out). Assim como a saída de um computador é dependente da informação
que é a entrada, por isso as ações das pessoas são o resultado de seu pensamento.
Jesus expressou essa verdade em Marcos 7:20-23: "O que sai do homem, que é
o que contamina o homem.
Porque de dentro, do
coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, roubos,
homicídios, adultérios, atos de cobiça e impiedade, bem como o engano, a
sensualidade, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todos estes males procedem
de dentro e contaminam o homem. "
Chamada de Paulo para
o pensamento bíblico é especialmente relevante em nossa cultura. O foco hoje é
na emoção e pragmatismo, e da importância de uma reflexão séria sobre a verdade
bíblica é minimizada. As pessoas já não perguntam "É verdade?", Mas
"Será que funciona?" E "Como é que vai me fazer sentir?"
Essas duas últimas perguntas servir como uma definição de trabalho de verdade
em nossa sociedade que rejeita o conceito da verdade divina absoluta. A verdade
é que funciona e produz emoções positivas. Infelizmente, tal pragmatismo e
emocionalismo tem havido até mesmo em teologia. A igreja é muitas vezes mais
preocupados em se algo vai ser divisionista ou ofensivo do que se é
biblicamente verdadeira.
Tal perspectiva é
muito diferente da bereanos nobre, que pesquisaram as Escrituras para ver se o
que Paulo dizia era verdade, não se era divisionista ou prático (Atos 17:11).
Muitas pessoas vão à igreja não pensar ou raciocinar sobre as verdades da
Escritura, mas para obter a sua espiritual semanal elevada; a sentir que Deus
está com eles. Tais pessoas são espiritualmente instável porque baseiam suas
vidas em sentir, em vez de pensar. Bill Casco escreve, O que me assusta é a
filosofia anti-intelectual, anti-pensamento crítico, que tenha derramado sobre
a Igreja. Esta filosofia tende a romantizar a fé, tornando a igreja local em um
centro de experiência .... O conceito de "igreja" é que eles são
consumidores espirituais e que o trabalho da igreja é para satisfazer as suas
necessidades sentidas. (Pensando Direito [Colorado Springs, Colo: NavPress,
1985], 66) John Stott também alertou para o perigo de cristãos que vivem em seus
sentimentos: "De fato, o pecado tem efeitos mais perigosos para a nossa faculdade
de sentir do que na nossa faculdade de pensar, porque nossas opiniões são mais
facilmente controlados e regulados pela verdade revelada do que nossas
experiências" (Matéria sua mente [Downers Grove, Illinois: Inter Varsity,
1972], 16).
O povo de Deus
comandos para pensar. Ele disse a Israel rebelde, "Vinde então, e argui-me"
(Is 1:18). Jesus repreendeu os fariseus e saduceus incrédulos para exigir um
milagre Dele. Em vez disso, Ele desafiou-os a pensar e tirar conclusões a
partir das evidências que eles tinham, assim como eles fizeram para prever o
tempo (Mateus 16:1-3). Em Lucas 12:57 Ele disse à multidão: "E por que não
você mesmo na sua juiz iniciativa própria o que é certo?" Deus deu Sua
revelação em um livro, a Bíblia, e espera que as pessoas usam suas mentes para
entender suas verdades .
Pensamento cuidadoso
é a marca distintiva da fé cristã. James Orr expressa essa realidade de forma
clara:
Se existe uma
religião no mundo que exalta o ofício de ensinar, é seguro dizer que é a
religião de Jesus Cristo. Tem sido frequentemente observado que nas religiões
pagãs o elemento doutrinário é no mínimo uma coisa, o chefe não é o desempenho
de um ritual. Mas isso é precisamente onde o cristianismo se distingue de
outras religiões, ele contém doutrina. Se trata de homens com ensino, de forma
positiva, que afirma ser a verdade; baseia no conhecimento da religião, apesar
de um conhecimento que só é possível em condições morais. Não vejo como alguém
pode tratar de forma justa com os fatos como eles estão diante de nós, nos
Evangelhos e nas Epístolas, sem chegar à conclusão de que o Novo Testamento
está cheio de doutrina .... Uma religião divorciada do pensamento diligente e
elevado tem sempre, para baixo toda a história da Igreja, tendem a se tornar desinteressante,
fraco e insalubre, enquanto o intelecto, privado dos seus direitos dentro da
religião, tem procurado sua satisfação fora, e desenvolveu-se racionalismo
ateu. (A visão cristã de Deus e do Mundo [New York: Scribner, 1897], 20-21)
Escritura descreve a
mente não salvos como depravado (Rm 1:28; 1. Tim 6:5;. 2 Tm 3:8), focado na
carne (Rm 8:5), o que leva à morte espiritual (Rm 8 :. 6), hostil a Deus (Rm
8:7; Col. 1:21), tola (1 Coríntios 2:14), endureceu a verdade espiritual (2 Co
3:14), cegado por Satanás (2 Coríntios. 4:4), inútil (Ef 4:17), ignorante (Ef
4:18), e contaminada (Tito 1:15).
Por isso, o primeiro
elemento a salvação é uma boa compreensão mental da verdade do evangelho. Jesus
disse em Mateus 13:19: "Quando alguém ouve a palavra do reino e não a
entende, o Maligno vem e lhe arranca o que foi semeado no seu coração."
Romanos 10:17 poderia ser traduzida, "A fé vem de ouvir um discurso sobre
Cristo ", enfatizando novamente que a fé envolve o pensamento (cf. Isa.
1:18). É por isso que os crentes Peter comandos para sempre "pronto para
fazer uma defesa a todo aquele que pede para você dar uma conta da esperança
que há em vós" (1 Pedro 3:15). J. Gresham Machen observou: "O que o
Espírito Santo faz no novo nascimento não é para fazer um homem cristão,
independentemente das provas, mas, pelo contrário, para limpar as névoas de
seus olhos e permitir-lhe assistir à prova" (A Fé Cristã no Mundo Moderno
[Grand Rapids: Eerdmans, 1965], 63).
Deus salva as pessoas
a serem adoradores, e "os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade" (João 4:24). Por isso, é impossível adorar a Deus para além da
verdade. Quando Paulo visitou Atenas, a capital cultural do mundo antigo
", seu espírito estava sendo provocado dentro dele enquanto ele estava
observando a cidade cheia de ídolos" (Atos 17:16). Mas o que o perturbou
tanto como a idolatria flagrante foi que ele "encontrou um altar com esta
inscrição:" AO DEUS DESCONHECIDO "(Atos 17:23). Mentes naturais pode
ver o mundo e concluímos que existe um Deus. Mas pela razão humana só pode ser
conhecido que Ele existe, e não quem Ele é. Para a razão natural Ele é o
"desconhecido" e o Deus incognoscível. Ele só pode ser verdadeiramente
conhecido pela teologia sobrenatural, a revelação das Escrituras. Deus não
aceita adoração baseado na ignorância. Paulo, portanto, começou a explicar aos
filósofos atenienses que Deus revelou a Si mesmo (Atos 17:24-31).
Em nítido contraste
com a definição contemporânea da fé, a fé bíblica não é um "salto no
escuro." Irracional Não é um encontro místico com o "totalmente
outro" ou o "fundamento do ser." Também não é auto otimismo, psicológico
-hipnose, ou wishful thinking. A verdadeira fé é uma resposta fundamentada a
verdade revelada na Bíblia, e salvação resulta de uma resposta inteligente,
inspirado pelo Espírito Santo, para que a verdade.
Em Mateus 6:25-34,
Jesus repreendeu os discípulos para o pecado da preocupação. Em uma seção
notável de seus estudos clássicos de trabalho no Sermão do Monte, D. Martyn
Lloyd-Jones destaca que o problema dos discípulos era que eles não conseguiram
pensar. Em vez disso, permitiu-se a ser controlado por suas circunstâncias.
Fé, segundo o
ensinamento de nosso Senhor neste parágrafo, é principalmente pensar, e todo o
problema com um homem de pouca fé é que ele não pensa. Ele permite que as
circunstâncias para cacete dele. Que é a dificuldade na vida real. A vida vem a
nós com um clube em sua mão e parece-nos sobre a cabeça, e nos tornamos
incapazes de pensamento, impotente e derrotado. A maneira de evitar que, de
acordo com nosso Senhor, é para pensar. Temos de passar mais tempo em estudar
as lições de nosso Senhor em observação e dedução. A Bíblia está cheia de
lógica, e nunca devemos pensar em fé como algo puramente mística. Nós não
apenas sentar em uma poltrona e esperar que as coisas maravilhosas que
acontecem conosco. Isso não é fé cristã. A fé cristã é essencialmente
pensamento. Olhai para as aves, pensar sobre eles, e tirar suas deduções. Olhe
para a grama, olhar os lírios do campo, considerá-los.
O problema com a
maioria das pessoas, no entanto, é que eles não vão pensar. Em vez de fazer
isso, eles se sentam e perguntam: O que vai acontecer comigo? O que posso
fazer? Essa é a ausência de pensamento, que é entregar, é derrota. Nosso
Senhor, aqui, está incitando-nos a pensar, e pensar de maneira cristã. Essa é a
essência da fé. A fé, se quiser, pode ser definida assim: É um homem insistir
em pensar quando tudo parece estar determinado a cacete e derrubá-lo em um
sentido intelectual. O problema com a pessoa de pouca fé é que, em vez de
controlar seu próprio pensamento, seu pensamento está sendo controlada por
outra coisa, e, como vamos colocála, ele vai girando e girando em círculos.
Essa é a essência de se preocupar .... Isso não é pensado, que é a ausência de
pensamento, uma falha de pensar.
(Grand Rapids:
Eerdmans, 1971, 2:129-30) O pensamento é essencial para a poupança fé, bem como
para santificante fé.
Salvação envolve a
transformação da mente. Em Romanos 8:5 Paulo escreve: "Aqueles que são
segundo a carne cogitam das coisas da carne."
Não-salvos, pessoas
carnais têm um incrédulo, carnal mentalidade. Eles pensam como caídas, as
pessoas não resgatados. Por outro lado, "aqueles que estão de acordo com o
Espírito [definir as suas mentes sobre] as coisas do Espírito." Suas
mentes renovadas estão focados em verdade espiritual.
Consequentemente,
"a mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e
paz" (Rm 8:6). O Espírito Santo passou a controlar a mente que antes de
salvação era depravado, ignorante e cego por Satanás (2 Coríntios. 4:4). A
mente resgatados já não pensa no nível carnal, mas no nível espiritual.
Em 1 Coríntios 1:30
Paulo descreve uma das realidades mais incríveis da salvação: "Cristo
Jesus ... se tornou para nós sabedoria de Deus". Mentes dos crentes
renovados pode mergulhar os pensamentos profundos do Deus eterno (cf. Sl 92.:
5) e nunca atingir o fundo. Em 1 Coríntios 2:11-16 Paulo ampliou esse
pensamento:
Para quem conhece os
pensamentos do homem, senão o espírito do homem que nele está? Mesmo assim os
pensamentos de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Agora nós não
temos recebido o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que
possamos conhecer as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus, que as
coisas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas em
ensinadas pelo Espírito, combinando pensamentos espirituais com palavras espirituais.
Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas
quem é espiritual avalia todas as coisas, mas ele próprio é avaliado por
ninguém. Para quem conheceu a mente do Senhor, que ele irá instruí-lo? Mas nós
temos a mente de Cristo.
Em contraste com o
"homem natural [que] não aceita as coisas do Espírito de Deus," as
subvenções Espírito Santo aos crentes a capacidade de "saber as coisas que
nos foram dadas gratuitamente por Deus." Na verdade, "nós temos a
mente de Cristo ", através do Espírito, os crentes têm conhecimento de
Deus, que de outra maneira nunca ter tido. Assim como ato inicial dos crentes
da fé salvadora leva a uma vida de fé, assim também a transformação da mente à salvação
inicia um longo processo de renovação da mente. Em Romanos 12:2 Paulo escreveu:
"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente". Aos efésios ele escreveu, "vos renoveis no espírito da vossa mente"
(Ef. 4:23 ). Jesus, respondendo à pergunta sobre qual era o maior mandamento da
Lei, disse: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a
tua alma e com toda tua mente" (Mateus 22:37) . Pedro também falou da
renovação da mente, quando ele ordenou: "Prepare sua mente para a
ação" (1 Pedro 1:13). Paulo chamou os crentes para "definir a [sua]
mente [s] sobre as coisas do alto, não nas coisas que estão na terra" (Cl 3:2).
Mais de uma dúzia de vezes em suas epístolas Paul perguntou a seus leitores:
"Você não sabe?" O apóstolo espera os crentes a pensar e avaliar. E isso
não é uma perspectiva exclusivamente do Novo Testamento. Em Provérbios 2:1-6
Salomão aconselhou: Meu filho, se você vai receber as minhas palavras e meus mandamentos
tesouro dentro de você, faça o seu ouvido atento à sabedoria, inclina o teu
coração ao entendimento, pois se você chorar para o discernimento, levante sua
voz para a compreensão, se você procurá-la como a prata e pesquisa para ela
como a tesouros escondidos; então você vai perceber o temor do Senhor e
descobrir o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca
procedem o conhecimento e o entendimento.
O salmista clamou:
"Dá-me entendimento, para que eu observe a tua lei e mantê-lo com todo meu
coração" (Sl 119:34).
Os crentes devem
disciplinar os seus entendimentos espiritualmente sensíveis a pensar sobre
certas realidades espirituais. Neste breve lista, catálogos Paul oito virtudes
divinas para se concentrar.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
2. Pensando nas
coisas eternas.
A concentração dos
nossos pensamentos nas coisas espirituais
Na Carta aos
Colossenses, Paulo foi enfático quando escreveu à igreja, dizendo: “Pensai nas
coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl 3.2). Naturalmente, essa
expressão não significa deixar de viver uma vida cristã racional. Também não
significa ter a mente livre ou ser bitolado por pensamentos impostos pelo
cristianismo. Não! Significa, sim, dominar a própria mente e selecionar o que é
melhor para uma vida feliz e equilibrada. Aprendemos nessa escritura que o modo
mais equilibrado de viver uma vida vitoriosa em Cristo Jesus é equilibrar
coração e mente, priorizando as coisas espirituais. Os maus pensamentos são
frutos de uma vida não regenerada. Ser cristão é uma questão de inteligência,
porque aprendemos a pensar e ter domínio sobre as coisas do século. Mente e
sentimento interagem, ajudados pelo Espírito Santo, para uma vida cristã feliz
e vitoriosa.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 138.
«...pela renovação da
vossa mente...» Essa «renovação» é de caráter espiritual, assumindo o aspecto
de «reforma», em que as faculdades mentais e espirituais—as faculdades
imateriais do indivíduo—são afetadas para melhor. Isso é mais do que a
renovação «intelectual», porquanto também deve ser ação da própria alma ou
espírito, a verdadeira essência intelectual do ser humano.
«A mente é renovada
pela novidade do Espírito, e do íntimo o impulso transformador passa a
transfigurar a totalidade da vida». (Philip Schaff, no Comentário de Lange).
Deus é intelecto
puro, o «nous» dos gregos (que significava a «mente», para eles), o «nous» do
universo, o grande ser imaterial. O homem também possui intelecto, cuja
espiritualidade é derivada da espiritualidade infinita de Deus. A
«...mente...», palavra empregada neste texto e usada constantemente no
vocabulário da filosofia grega, a começar por Anaxágoras, reveste-se da ideia
de «espiritualidade», e não apenas da ideia de «intelectualidade». Portanto
supomos, paralelamente a vários intérpretes, que 0 presente versículo fala mais
do que sobre as qualidades intelectuais, dando a entender que mais do que essas
faculdades ainda precisam ser transformadas pelo poder de Deus. Na realidade, é
a própria alma ou espírito que terá de passar por essa renovação do Espírito, o
que, naturalmente, incluirá o processo e as qualidades intelectuais. E assim o
«intelecto» humano não mais será escravo ante as influências de um mundo ímpio,
embora o sentido da passagem seja mais profundo que esse.
Os Elementos Dessa
Renovação
1. Quando do
arrependimento, o homem é libertado do domínio do pecado, passando a ter uma
nova concepção da vida e seu significado (ver as notas sobre o
«arrependimento», em João 3:3).
2. Na santificação, o
homem não somente se vai despindo do poder do pecado, mas também vai adquirindo
as virtudes espirituais positivas de Deus. Tal homem vai caminhando pelo novo
caminho, compartilhando da mente de Cristo, ao invés de ser dominado pela mente
carnal. (Ver as notas sobre a «santificação», em I Tes. 4:3; e sobre a «mente
de Cristo», em I Cor. 2:16).
3. Essa operação
renovadora, naturalmente, é realização do Espírito (ver II Cor. 3:18 e Gál.
5:22), pois é algo divino, e não alguma operação humana. O caminho de Deus é
místico, e não legal ou sacramental. Noutras palavras, tal obra é realizada
através de um contato com o sobre-humano, conforme a definição básica do
misticismo.
4. Essa renovação é
fomentada pelo emprego dos meios de desenvolvimento espiritual·. O estudo da
Bíblia; a dedicação da mente às questões espirituais através do uso das
Escrituras, e outros livros espirituais; a oração, que é a comunhão direta com Deus
(ver as notas em Efé. 6:18); a meditação (que é quando Deus fala intuitivamente
com os homens); a santificação (pois sem santidade não pode haver qualquer
desenvolvimento cristão); a prática da lei do amor (as boas obras), pois o amor
é a comprovação da espiritualidade e se deriva do próprio novo nascimento (ver
João 4:7,8); e 0 uso dos dons espirituais, que tende por conduzir-nos na
direção de nossa perfeição (ver Efé. 4:11 e ss.).
«...para que
experimenteis...» A palavra aqui traduzida por «....expertmenteis...» tem sido
traduzida também por «proveis», «façais real», «conheçais certamente» ou
«tenhais um conhecimento fidedigno de»; porém, a verdade é que deve mesmo
significar conhecimento experimental, e não apenas a consciência intelectual.
Significa por à prova. E, apesar do conhecimento fazer parte integrante, a
experiência faz parte integrante do que aqui é dito, pois faz parte inerente
deste pensamento. Mediante a renovação do ser espiritual inteiro do homem,
podemos provar e pôr a teste a boa, aceitável e perfeita vontade de Deus.
Somente desse modo, através da renovação do íntimo, segundo foi esclarecido
mais acima, é que podemos realmente experimentar a «vontade» de Deus na
presente existência.
«O indivíduo
regenerado prova, mediante o veredicto de sua consciência, a vontade de Deus,
por haver sido despertado e iluminado pelo Espírito Santo». (Meyer, in loc.).
«...vontade de
Deus...» Não o atributo divino da vontade, que controla a todas as coisas, a
parte volitiva de Deus; mas antes, a «coisa desejada», o «curso correto da
conduta», conforme Deus vê as coisas. Esse correto curso de ação deve ser de
qualidade «...boa...», como também «...agradável...» e «...perfeita...»
Trata-se de um alvo elevadíssimo que é posto à nossa frente. Nenhum homem
mortal, entretanto, pode jamais atingi-lo, embora alguns tenham chegado mais
perto do grande alvo do que outros.
Alguns intérpretes
pensam que os adjetivos «boa», «agradável» e «perfeita», modificam diretamente
o substantivo «vontade». Isso é possível, embora a maioria dos estudiosos
prefira pensar que a construção da frase deve ser: «...para que experimenteis a
vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito». Mas, mesmo fazendo desses
adjetivos outros substantivos de oposição, esses três vocábulos devem ser
compreendidos como qualificações da vontade de Deus, ou seja, aquilo que o
Senhor deseja que os homens sejam e façam. Assim o significado da frase redunda
na mesma coisa, ainda que, gramaticalmente, seja expressa de forma levemente
diferente.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 810.
Rm 12.2 — Conformeis
significa formar ou moldar.
Mundo é a palavra
normalmente utilizada para era. Em vez de ser moldado pelos valores do mundo, aos
cristão é dito transformai vos, ou seja, eles devem mudar pela renovação do
entendimento.
A transformação
espiritual começa na mente e no coração. Uma mente dedicada às coisas do mundo
e às suas preocupações produzirá uma vida lançada de um lado para o outro pelas
tendências da cultura. Mas uma mente dedicada à verdade de Deus produzirá uma
vida que não se limitará ao tempo. Nós podemos resistir às tentações da nossa
cultura meditando na verdade de Deus e deixando que o Espírito Santo guie e molde
nossos pensamentos e comportamentos.
Transformar ( gr.
metamorphoõ)
(Rm 12.2; Mt 17.2; 2
Co 3.18)
A palavra grega para
transformar significa mudar a forma, o mesmo sentido do termo metamorfose da
língua portuguesa. No Novo Testamento, essa palavra é usada para descrever uma
renovação dentro de nossa mente, através da qual nosso espírito interior é
mudado para que assuma a semelhança de Cristo. Paulo recomendou aos cristãos
romanos o seguinte: transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (Rm
12.2).
Nossa vida cristã
deve estar sempre em progresso. A cada dia, devemos procurar viver uma vida
segundo a vontade de Deus. A transformação não acontece da noite para o dia.
Nossa regeneração é instantânea, mas a nossa transformação é contínua. Quanto
mais tempo passamos em intimidade com Cristo, mais som os conformados
gradualmente à Sua imagem (2 Co 3.18).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 393-394.
«...Pensai...» No
grego é «phroneo», «pensar», «considerar», «fixar a mente sobre», e que
certamente é usada enfaticamente aqui no seu sentido de «fixar a mente sobre».
Paulo exorta aqui aos crentes que dediquem a Cristo todas as faculdades
intelectuais e contemplativas da alma, do homem essencial. Ele esperava a
intensidade da concentração no bem, no que é belo, no que é celestial. Ora,
isso é impossível se a alma não consagrar-se ao Espírito, o qual pode arranjar
e determinar a natureza do processo de raciocínio. Até mesmo isso exige
cultivo, pois não se trata de algo automático. Aquele que invade sua mente com
coisas mundanas, como se vê nos filmes, na televisão, na literatura detrimente
e amoral, etc., ou mesmo aquele que se preocupa exclusivamente com coisas
terrenas, embora estas não sejam prejudiciais por si mesmas, dificilmente será
capaz de fixar sua mente sobre as realidades do alto, sobre as coisas hígidas e
espiritualmente benéficas. Notemos como, em Rom. 12:1,2, a suprema dedicação
requerida dos homens se verifica mediante a «renovação da vossa mente». De
fato, a dedicação a Cristo é impossível para a mente carnal. Da mente
espiritual é que se originam todas as questões da vida eterna; mas da mente
carnal só pode provir água pútrida e estagnada.
Minha mente para mim
é um reino,
Tantas alegrias
presentes ali encontro
Que ultrapassam toda
outra felicidade
Que a terra dê ou
medre dessa espécie:
Embora muito eu
queira do que a maioria desejaria ter,
Contudo, minha mente
me proíbe de cobiçar.
(Sir Edward Dyer)
Notemos, no primeiro
versículo deste capítulo, a palavra «buscai», e, aqui, o termo «pensai», ambas
as quais são imperativos presentes. E como se Paulo tivesse dito: Que vosso
hábito seja essa busca e essa fixação da mente em vosso bem-estar espiritual.
Convém que sejamos transferidos para as regiões celestiais para estarmos com
Cristo; mas isso será impossível se não cedermos ao poder do Espírito mediante
o qual somos transformados segundo a sua imagem. Que ninguém se engane acerca
disso: sem a santificação, é impossível a alguém ver a Deus (ver Heb. 12:14). O
indivíduo colhe aquilo que tiver semeado, a saber, a vida eterna ou seu
contrário, que é a corrupção (ver Gál. 6:7,8); e recebemos o que tivermos
semeado, de bom ou de mau (ver II Cor. 5:10). Nos escritos de Paulo não há a
crença fácil, já que ele requer que a santificação se siga à conversão, porque
é mister ligar a corrente de ouro, elo com elo, até que sejamos levados à
glorificação. A conversão, a santificação e a glorificação são estágios da
salvação. (Ver as notas expositivas em Heb. 2:3, acerca da «salvação»).
Poderíamos comparar a salvação a uma corrente de ouro, com vários elos. Essa corrente
se estende desde o mais profundo abismo de degradação até ao mais elevado lugar
de glória, nos altos céus. Sua extremidade inferior nos encontra onde estivermos,
não havendo lugar tão baixo onde ela não nos possa achar.
Podemos agarrar-nos a
ela, sem importar onde nos achemos. Ao nos agarrarmos a ela, somos elevados
para fora do abismo, e se continuarmos a subir por ela, seremos eventualmente
conduzidos à glória, compartilhando da própria glorificação de Cristo. Ora, a
santificação é um dos elos dessa
corrente, essencial à
salvação, conforme se vê em II Tes. 2:13.
Notemos, quanto a
isso, a passagem de Fil. 3:19. Aqueles que só «pensam» nas coisas terrenas, são
aqueles que terminam na perdição, pois seu ventre é o seu deus, e se vangloriam
em sua vergonha.
Referências e ideias.
As afeições:
1. As afeições devem
ser supremamente fixadas em Deus (ver Deut. 6:5 e Marc. 13:20). 2. As afeições
devem ser fixadas sobre os mandamentos de Deus (ver Sal. 19:8-10; Sal.
119:20,97,103,167). 3. Sobre a casa de Deus e a adoração a ele (ver I Crô.
29:3; Sal. 26:8; 27:4; 84:1,2). 4. Sobre o povo de Deus (ver Sal. 16:3; Rom.
12:10; II Cor. 7:13-15 e I Tes. 2:8). 5. Sobre as realidades celestiais (ver
Col. 3:1,2). 6. As afeições devem ser zelosamente concentradas em favor de Deus
(ver Sal. 69:9; 119:139 e Gál. 4:18). 7. Cristo reivindica o primeiro lugar em
nossas afeições (ver Mat. 10:37 e Luc. 14:26).
«Está em pauta a
tendência prática do pensamento e das disposições» (Meyer, in loc.).
Algumas traduções
dizem aqui «afeições»; e apesar de não tratar-se de uma tradução correta, é ideia
que pode ser inferida, pois a mente determina aquilo que amamos. Paulo nos
exorta aos mais elevados pensamentos e intuitos, pois Cristo está não somente
nos céus, mas também está à direita de Deus; e ele é o alvo de todo o nosso
pensamento, como também é o seu regulador.
«Antecipamos assim
aos céus, não somente na nossa esperança, mas também em nossos afetos e em
nosso temperamento, ,vendo as coisas como Deus as vê, e encarando tudo em relação
a ele... pois onde estiver o vosso tesouro, aí também estará o vosso coração!»
(Barry, in loc.).
Alguns pensam que
Paulo continuava repreendendo à ética rudimentar dos mestres gnósticos, que
promoviam uma adoração meramente cerimonial, sacramental e ritualista , de mistura
com o ascetismo. Certamente Paulo queria incluir aquele sistema que encoraja o
tipo de temperamento e de mentalidade terrenas que deve ser evitado, ainda que,
provavelmente, essa não seja a sua referência primária. O que é apenas terreno,
deverá perecer (ver Col. 2:22). O povo celestial deve ser dono de uma mentalidade
superior a isso, porquanto a mentalidade carnal se concentra no que é
perecível.
«Ninguém anela pela
vida eterna, incorruptível e imortal, a menos que esteja cansado de sua vida
temporal, corruptível e mortal» (Agostinho).
«Estai tão empenhados
pelas coisas eternas e celestiais, como antes estáveis por aquilo que é terreno
e perecível». (Adam Clarke, in loc.).
Referindo-se ao
Cristo, escreveu certo autor: «Ele cria profundamente no fato da ‘conversão’,
quando voltamos o rosto para uma nova vereda. Mas o primeiro passo, uma vez
dado, segundo ele insistia, é mister insistir sobre a peregrinação extremamente
árdua, bem como sobre seus momentos de visão elevada e sua recompensa final.
Sua religião era terna e humana, mas também era bem armada. Não tinha amor para
os comodistas de Sião».
(John Buchan).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 134.
3. Agindo sabiamente.
SÁBIO (PROFICIÊNCIA)
Um sábio é
tão-somente um homem venerável, de grande sabedoria. A raiz latina desse
adjetivo é sapiens, «sábio». Por outro lado, trata-se de alguém que obteve um desenvolvimento
espiritual incomum, o que distingue dos demais homens. Toda a fé religiosa dá
lugar à proficiência, à sabedoria, que é exaltada como um alvo a ser atingido pelos
homens. Mas nem todas as religiões creem que todos os seres humanos são capazes
de atingir essa meta.
Doutrinas como a da
predestinação e a da depravação dos homens impedem a ideia de a graça
iluminadora de Deus ser administrada à todos os homens, sem distinção; os dogmas
limitam.
Apesar disso, o alvo
da vida, segundo o neoconfucionismo, é que todos os homens venham a tomar-se
sábios. Chou Tun-I afirmava que um sábio dirige de tal maneira a sua vida que
obedece à regra áurea; e que o resultado disso é que ele vem a tomar-se sábio,
atingindo aquele elevado alvo. A doutrina do meio-termo requer sinceridade e persistência.
Por outro lado, You Yen acreditava que o verdadeiro sábio e a sua condição
estão acima de nossas categorias, às quais nomeamos.
No cristianismo,
Jesus Cristo é a nossa sabedoria, é o modelo segundo o qual nossa transformação
metafísica e moral terá lugar (ver I Cor. 1:30; 11 Cor. 3:18). E, ainda segundo
os ensinos bíblicos, o ministério do Espírito deve ser atuante sobre uma vida
humana para que aquela pessoa venha a tornar-se um verdadeiro sábio. Não
podemos esquecer, por igual modo, o estudo das Sagradas Escrituras, com a absorção
de seus princípios espirituais. Diz Paulo a Timóteo: «... desde a infância
sabes as sagradas letras, que podem tomar-te sábio para a salvação, pela fé em
Cristo Jesus» (11 Tim. 3: 15).A mensagem universal do evangelho de Cristo abriu
as portas da proficiência espiritual a todos os homens, posto que nem todos
valer-se-ão dessa oportunidade, preferindo permanecer no estado de ignorância
espiritual, aquilo que a Bíblia chama de «nesciedade», A participação na
própria natureza divina, incluindo a sabedoria divina, é o alvo final dos
remidos (ver Col. 9, 10; Efé. 3: 19; 11 Ped. 1:4).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 12-13.
Fp 4.8 Aquilo que
colocamos em nossa mente determina o que falamos e fazemos. Paulo nos aconselha
a programar nossa mente com pensamentos que sejam verdadeiros, honestos,
justos, puros, amáveis, de boa fama, virtuosos e louváveis. Você tem algum problema
com pensamentos impuros ou com devaneios?
Examine o que está
colocando em sua mente por meio da televisão.
dos livros, das
conversas, dos filmes ou das revistas. Substitua toda informação perniciosa por
material de valor. Acima de tudo. leia a Palavra de Deus e ore. Peça a Deus
para ajudá-lo a direcionar sua mente para aquilo que é bom e puro. Essa atitude
requer alguma prática e disciplina, e você certamente é capaz de fazê-lo.
BÍBLIA APLICAÇÃO
PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Editora CPAD. pag. 1668.
II - O
QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
Uma atitude que
reflita o pensar positivo e correto
Norman Vincente Peale
não foi o primeiro homem a tirar proveito da lei do "pensamento
positivo". Paulo já aplicava esta verdade no primeiro século. Nesta carta ele
usou uma variedade de palavras para descrever as coisas que são excelentes ou dignas
de louvor e nas quais os crentes devem pensar.
Esta lista não é
completa, antes, sugestiva e ilustrativa. Também, as palavras são um pouco
difíceis de definir isoladamente. Juntas, porém, formam um perfil positivo para
o pensamento e ação.
Notem, também, que
Paulo não determinou um "conteúdo" específico sobre o qual pensar.
Antes, ele deu uma relação das qualidades que podiam ser usadas como critérios
em cada cultura e em certo momento da história, assim transformando estas virtudes
supraculturais e imemoriais. Paulo perguntou:
a. É verdadeiro? Isto
é, é verdadeiro no sentido mais amplo da palavra?
b. E nobre? Isto é. é
digno de reverência?
c. É certo? Moral,
reto, justo?
d. É puro? Casto,
caracterizado pela pureza?
e. É amável?
Atraente, agradável, amistoso?
f. E de boa fama?
Cativante, amável?
Depois de relacionar
estas qualidades, Paulo parece dar a entender: "Vocês podem acrescentar
mais coisas a esta relação, se o desejarem, mas certifiquem-se de que suas
adições representem a excelência do que é digno de louvor. É este o critério supremo!
Seja lá o que for que vocês acrescentarem, meditem cuidadosamente e pensem em
coisas que refletem estas virtudes."
Paulo concluiu este
parágrafo referindo-se novamente a seu próprio exemplo: "O que também
aprendestes, e recebestes, ouvistes e vistes em mim, isso praticai." Paulo
arriscou sua própria reputação. Essencialmente ele disse aos Filipenses o que
já havia dito aos coríntios: "Sede meus imitadores, como também eu sou de
Cristo" (1 Coríntios 11:1).
Isto não era um
sermão pio, mas uma exortação que podia ser verificada por qualquer pessoa que
realmente conhecia a Paulo. Os que o conheciam bem receberam a mensagem pelo
que ela significava: uma afirmativa de humildade, refletindo um coração que
ansiava por Deus e pela santificação suprema.
Finalmente, Paulo
ligou a exortação quanto ao pensar em coisas excelentes e dignas à sua
exortação prévia de orar por todas as coisas. "Quando fizerem estas coisas",
deixou ele subentendido "isto é, se vocês confiarem em Deus e orarem a respeito
de tudo, e se pensarem positivamente sobre coisas excelentes e dignas,
experimentarão a presença e a paz de Deus" (4:9).
GETZ. Gene A. A Estatura de um Cristão, Estudos em Filipenses. Editora Vida. pag. 93.
1. “Tudo o que é
verdadeiro e honesto”.
Podemos inverter a
posição da frase “nisso pensai” (ARC) que está no final do texto (v. 8).
Prefiro a tradução da ARA, que diz: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
Ralph P. Martin, em Filipenses: Introdução e Comentário, escreveu: “Este
versículo é governado pelos verbos seja isso o que ocupe o vosso pensamento, em
grego, um único verbo ‘logizesthe’, que significa mais que ‘ter em mente’. O
sentido é: ‘levar em consideração’ (logos), ou mesmo ‘fazei destas coisas o
logos de seu universo pessoal’, isto é, ‘refleti nessas qualidades da vida e
permiti que as mesmas modelem a vossa conduta”’ (p. 172). Na verdade, Paulo
deseja que os filipenses tenham em mente as melhores coisas que contribuam para
o crescimento moral e espiritual da vida de cada um.
A expressão “tudo o
que é verdadeiro” tem na palavra “verdadeiro”, conforme está no grego bíblico
como “alethe” que significa “verdade” e refere-se àquilo que opõe ao que é
falso, que é irreal e ao que não contém substância. Vivemos em um mundo de
mentiras que influencia a vida da humanidade. O papel do cristão é não só
proclamar a verdade, mas viver a verdade no seu comportamento cotidiano.
Lamentavelmente, a mentira está presente na vida de cristãos e líderes
cristãos, e vem maquiada de falsa imagem da verdade, escondendo a realidade
moral e espiritual por baixo dessa maquiagem. Deus sempre abominou a mentira. A
igreja de Jesus Cristo não pode e não deve permitir que o espírito de mentira
domine sua mente (Cl 3.9). Mentes dominadas por sentimentos carnais fantasiam
seus pensamentos com mentiras. Deus abomina a mentira e a sua Palavra diz em
Salmos 119.163: “Abomino e aborreço a falsidade”.
É verdadeiro aquilo
que é autêntico e não se baseia em suposições, boatos, mentiras e coisas sem
comprovação. O espírito de mentira tem entrado no seio da igreja e produzido
grandes males. E triste quando percebemos a malícia de alguns cristãos que
difamam e espalham rumores negativos de outros irmãos, com a intenção de
prejudicar alguém que se constitui um estorvo no seu caminho. Atitudes
verdadeiras têm a ver com o caráter de quem as pratica. Paulo começa sua lista
com o que é verdadeiro. Na mente judaica, a verdade é aquilo que se opõe à
falsidade e à mentira. No pensamento grego da época (Platão), a verdade é
aquilo que se opõe ao que é aparente ou passageiro. No pensamento do apóstolo
Paulo, naquele contexto, “aquilo que é verdadeiro” era aquilo que era reto e
fazia oposição ao que era irreal, falso e que não tinha substância.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 135-136.
As virtudes aqui
alistadas fazem todas parte do «fruto do Espírito» (ver Gál. 5:22,23), devendo
ser consideradas como algo que surge mediante o cultivo e o desenvolvimento
espirituais. Essas virtudes é que devem ocupar as nossas mentes, devendo sempre
ser «levadas em conta» por nós, em nossa inquirição espiritual. Deus nos guarda
e nos dá paz como um dom; mas também temos obrigações e precisamos cultivar as
virtudes espirituais. Sem essas virtudes, o ideal cristão não pode
concretizar-se na vida de um a pessoa. Comenta Robertson (in loc.), acerca
dessas diversas virtudes: «Elas são pertinentes agora, quando tanta imundícia é
exposta perante o mundo, em livros, revistas e filmes, sob o nome de realismo,
a fossa mesma das piores iniquidades». Se Robertson tivesse vivido em nossos
dias, mui provavelmente ,teria adicionado a «televisão» à lista daquelas coisas
que servem de elementos corruptores dos homens.
«...verdadeiro...» No
original grego temos o termo «alethe».Deus é a norma de toda a verdade, como
também seu padrão e fonte originária. Nas páginas do N.T., a «verdade» é frequentemente
sinônimo do «evangelho», a verdade conforme ela é revelada em Cristo ; e Cristo
é a verdade personificada (ver João 14:6). Aquelas coisas que concordam com a natureza
de Deus, na pessoa de Cristo, são «verdadeiras», em contraste com a falsidade e
a hipocrisia. Aquilo que não se assemelha inerentemente a Deus, necessariamente
é falso. O oposto de Deus são as coisas «insinceras»,
«hipócritas»,
«pretenciosas» ou «falsas» (não podendo elas representar a verdade objetiva de
Deus em qualquer sentido, espiritual ou não).
« ...respeitável...»
No grego é «semna», que significa «honroso», «reverenciável», «venerável». A
forma verbal é «sebo», que quer dizer «adorar» ou «reverenciar». Dos diáconos
se pede que tenham essa qualidade (ver I Tim. 3:8); mas aqui essa mesma virtude
é requerida de todos os crentes. Os crentes devem «exibir um a dignidade que se
deriva da salvação moral, assim convidando o respeito. Nos escritos clássicos,
esse é um dos epítetos dos deuses» (Vincent, in loc.).
«Nobres e sérios, em
oposição da kouphos, que significa a quem falta seriedade intelectual» (Matthew
Arnold, in loc.).
«Há muita coisa nos
códigos de honra que é estúpido e artificial; mas existem modos de agir que
sabemos ser corretos, segundo nossos mais profundos instintos. ·Agir contrariam
ente a isso é ofender a Deus». (Scott, in loc.). Essa palavra se encontra no
N.T., somente aqui e nos trechos de I Tim. 3:8,11 e Tito 2:2.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 63.
4.8 - O termo honesto
se refere àquilo que tem caráter honroso. A palavra puro está intrinsecamente ligada
ao vocábulo grego usado para santo e, portanto, significa sagrado ou imaculado.
Com o verbo pensai, Paulo ordena aos filipenses que deliberem, avaliem,
considerem repetidas vezes o que é bom e puro. Desse modo, os cristãos podem renovar
sua mente para que não se conformem com os maus hábitos deste mundo (Rm 12.2).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central
Gospel. pag. 535.
Fp 4.8 verdadeiro.
Tudo o que é verdadeiro se encontra em Deus (2Tm 2.25), em Cristo (Eí 20.21),
no Espírito Santo (Jo 16.13) e na Palavra de Deus (Jo 17.17). respeitável. O
termo grego significa "digno de respeito". Os cristãos devem meditar
cm tudo aquilo que é digno de respeito e adoração, ou seja, o sagrado em
oposição ao profano.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1623.
Esses conselhos se
integram no cômputo dos verdadeiros valores da vida. Pensai nessas coisas
significa «tomai essas coisas na devida conta». Tem a força de um apelo ao
julgamento moral. Que valores são esses? O apóstolo dá uma lista de sete: real
(verdadeiro), venerável (honesto), direito (justo), puro, amável (tudo o que é
de boa fama), respeitável (tudo o que for de valor moral digno de louvor). Tais
virtudes, na acepção de Paulo, eram mais excelentes que todas as demais, por
isso ele exorta os crentes a ocuparem seus pensamentos com elas e a fazerem
norma prática de seu modo de viver. Isso porque a mera contemplação daquelas
coisas não é suficiente. O pensamento deve ser traduzido por ação, de acordo
com o próprio ensinamento e exemplo de Paulo (9). Se deste modo andarem, o Deus
de paz será com eles (cf. verso 7).
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Filipenses. pag. 35.
2. “Tudo o que é
justo”.
Na língua grega, a
palavra “justo” é dikaios, que implica praticar as coisas certas e retas.
Significa fazer tudo aquilo que não prejudique o seu irmão, o seu próximo.
Significa não buscar atalhos nem ter atitudes iníquas para fazer e proceder o
que é correto. A Bíblia diz que o homem iníquo maquina o mal na sua cama
durante a noite para fazer o mal durante o dia. O profeta Amós profetizou a
esse respeito e aclara a nossa mente sobre o pensar justo. Ele disse:
Ouvi isto, vós que
anelais o abatimento do necessitado e destruís os miseráveis da terra, dizendo:
Quando passará a lua nova, para vendermos o grão? E o sábado, para abrirmos os
celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo
dolosamente com balanças enganadoras, para comprarmos os pobres por dinheiro e
os necessitados por um par de sapatos? E, depois, vendermos as cascas do trigo.
(Am 8.4-6)
Esse é o retrato do
pensar e do agir injustamente. Pensar e ocupar a mente em tudo o que é justo
significa desenvolver uma relação positiva com Deus e com os homens. Os padrões
de justiça de Deus norteiam o comportamento moral em relação a Deus e às
pessoas. O cristão verdadeiro cumpre as leis de justiça e equidade na vida da
família, da sociedade e da espiritualidade. Temos uma história bíblica acerca
de Acabe, rei de Israel, que se deitou com a ideia fixa e má de adquirir a
vinha de Nabote, porque este havia se recusado a negociar sua vinha com o rei.
Em vez de pensar com atitude de justiça e respeitar o seu semelhante, mesmo
sendo um súdito do seu reino, ele deu vazão aos maus pensamentos. A mulher de
Acabe, Jezabel, tão má quanto ele, planejou e ordenou a morte de Nabote e tomou
posse da sua vinha, apenas para satisfazer um desejo egoístico do coração
injusto de Acabe. Porém, a justiça de Deus não os deixou impunes e pagaram caro
pelo ato de injustiça que nasceu de pensamentos maus (1 Rs 21.17-26).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 137-138.
<...justo...>
No original grego temos a palavra «dikaia», que significa «equitativo»,
satisfatório em todas as obrigações para com Deus, para com nossos semelhantes e
para conosco mesmos. Essa é a forma adjetivada da «retidão salvadora», que nos
é dada pela fé, a saber, a própria retidão de Deus (ver Rom. 3:21),a qual é
lançada na conta dos homens, e realmente é também formada pelo Espírito Santo
no homem interior. Todas as nossas ações devem concordar com essa nossa
natureza inata.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 63-64.
Tudo o que é justo. A
palavra grega dikaios enfatiza aqui uma correta relação com Deus e com os homens.
Tendo recebido de Deus tanto a justiça imputada quanto a comunicada, os crentes
devem pensar com retidão, diz Hendriksen. William Barclay diz que essa é a
palavra do dever assumido e do dever cumprido. O reverso disso encontramos no
homem iníquo que “maquina o mal na sua cama”, a fim de executá-lo depois, à luz
do dia (Am 8.4-6).
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 236.
Tudo o que é
respeitável e justo. Ou seja, tudo o que é "digno de respeito e
correto". Muitas coisas não são respeitáveis, e os cristãos não devem
pensar nelas. Isso não significa enterrar a cabeça na areia e evitar tudo o que
é desagradável, mas sim não dedicar atenção a coisas desonrosas nem permitir que
elas controlem os pensamentos.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 125.
3. “Tudo o que é puro
e amável”.
Pureza implica
limpeza, algo não contaminado ou poluído. Na língua grega do Novo Testamento, a
palavra “puro” advém de hagnos. Essa palavra grega sugere e descreve aquilo que
é moralmente puro e livre de sujeiras, de manchas, assim como os sacrifícios de
gratidão que faziam parte dos rituais sacerdotais do povo de Israel tinham que
ser limpos, perfeitos e puros de qualquer impureza, antes de serem colocados
sobre o altar. Desta forma, também, tudo que fazemos para Deus e tudo quanto
oferecemos a Deus precisa ser puro. Uma mente pura significa uma mente casta. A
primeira ideia de “ser puro” é ser inocente em relação a ter pensamentos,
palavras e ação puros. O crente deve permitir ao Espírito a limpeza contínua no
coração, na consciência, nas afeições e nos motivos da vida. Toda sorte de
impureza deve ser eliminada no meio do povo de Deus (Ef 5.3). Ora, a que se
refere a expressão “tudo o que for puro?”. Refere-se a ter pureza na vida
pessoal: coração purificado, consciência pura, pensamentos puros, afeições
puras, possessões puras, sem motivos impuros. Precisamos ser puros na palavra e
nas ações cotidianas para termos uma vida equilibrada em Cristo Jesus.
“Tudo o que é amável”
Ora, tudo o que é
amável é tudo aquilo que se pode amar para sermos dignos de sermos amados por
aquEle que nos amou com amor profundo (Jo 3.16; Rm 5.8). As coisas amáveis são
coisas que atraem e causam prazer a todas as pessoas. Significa pensar naquilo
que promove o amor fraternal e à amizade.
Amizade representa o
que mais valorizamos na vida, por isso, “tudo o que é amável” é tudo quanto
constrói emocional e espiritualmente nas relações entre os irmãos. Aquilo que é
amável não é aquilo que desmerece os outros, que desqualifica os irmãos ou
aquilo que faz discriminação.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 138-139.
«...puro...» No grego
é «agna», que significa «puro», em sentido moral. A pureza de motivos e nas
ações está aqui em foco. Originalmente, a raiz era «agos», palavra que indicava
qualquer questão que envolve «respeito» religioso. E essa palavra veio
eventualmente a significar, especificamente, um «sacrifício expiatório» a ser
oferecido aos deuses. Daí o termo veio indicar «algo separado para os deuses». Então
, visto que os deuses supostamente seriam santos, surgiu a ideia de
«santidade», de «pureza».
Assim, pois, aquilo
que é «puro» é aquilo que foi consagrado a Deus, que não está maculado pelo
pecado. Tal palavra também significava, frequentemente, «castidade» ou
«inculpabilidade moral». (Ver Fil. 1:17, onde a forma adverbial é usada para
indicar a pregação do evangelho, por motivos sinceros e incorruptos. Na
Septuaginta (tradução do original hebraico do A.T. para o grego) essa palavra
indicava pureza «cerimonial», com a ideia de purificação. E esse sentido também
é preservado nas páginas do N .T. (ver João 11:55; Atos 21:24,26 e 24:18). Nas
passagens de Tia. 4:8; I Ped. 1:22 e I João 3:3, o termo indica a purificação
espiritual do coração e da alma. Pensamentos puros, palavras e ações puras,
provenientes de um a alma pura, são aqui indicados.
«...amável...» No
grego temos o vocábulo «prosphile», que significa «digno de amor», indicando
aquilo para o que somos atraídos, devido à sua beleza de caráter. Esse termo é
usado exclusivamente aqui, em todo ο N.T., indicando aquilo que, por sua
própria beleza, atrai o amor e se tom a caro para alguém. Deus é o grande
magneto da bondade, que atrai o amor; por conseguinte, essa qualidade realmente
é algo de Deus, insuflado em algo ou em alguém, para que esse algo ou esse
alguém possua encantamento. Mas essa palavra também era usada como sentido de
«amigável», de «agradável». Platão, em seu diálogo Simpósio, assevera que
aquilo que nos atrai, nas pessoas ou nas coisas, é a «beleza», porquanto amamos
ao belo; mas que, em última análise, esse amor à beleza é, realmente, amor a
Deus, pois ele é o clímax de toda a beleza, como seu grande modelo e fonte originária.
Por isso mesmo é que o Senhor Jesus disse que se ele fosse levantado da terra,
atrairia a si mesmo todos os homens; e isso mostra até que ponto ele possuía a
beleza divina. Ver o trecho de João 12:32 e as notas expositivas a respeito,
onde se explica como isso pode tornar-se realmente verdade, e não apenas em parte.
Trata-se de uma feliz condição a do homem para quem são atraídos outros homens,
por ter ele, em si mesmo, algo da beleza de Deus, o que merece amor.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 64.
...tudo o que é puro.
A palavra grega hagnos descreve o que é moralmente puro e livre de manchas.
Ritualmente descreve
algo purificado de tal maneira que se faz apto para ser oferecido a Deus e
usado em seu serviço.
Pureza de pensamento e
de propósito é condição preliminar indispensável para a pureza na palavra e na
ação, diz E F. Bruce.
....tudo o que é
amável. A palavra grega prosphiles traz o significado de agradável, aquilo que
suscita amor. Trata-se de algo que se auto-recomenda pela atração e encanto
intrínsecos. São aquelas coisas que proporcionam prazer a todos, não causando
dissabor a ninguém, à semelhança de uma fragrância preciosa, diz F. F. Bruce.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 236.
Tudo o que é puro,
amável e de boa fama. "Puro" refere-se, provavelmente, à pureza moral,
uma vez que as pessoas daquela época, como as de hoje, eram constantemente tentadas
pela impureza sexual (Ef 4:17-24; 5:8-12). "Amável" significa
"belo, atraente".
"De boa
fama" refere-se ao que é "digno de ser comentado, atraente". O
cristão deve encher a mente com os pensamentos mais nobres e elevados, não com
os pensamentos abjetos deste mundo depravado.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 125.
4. “Tudo o que é de
boa fama”.
A expressão “boa
fama” aparece no grego bíblico como euphemos, um adjetivo que sugere um sentido
ativo de “falar bem de” em vez de “ter boa reputação” como a maioria
interpreta. A tradução da NVI traduz a expressão como “aquilo que é admirável”.
O sentido é simples e objetivo porque se refere ao cuidado com as palavras e
ações em relação às pessoas do nosso convívio. Por isso, o que é de boa fama é
o que é digno de louvor, de elogio e gracioso. Algumas versões traduzem a
expressão “boa fama” por “bom nome”. Um bom nome significa a representação
daquilo que uma pessoa é. Ter um bom nome significa ter um bom caráter. Muito
mais que admirar alguém pelo seu caráter, o pensar em coisas de boa fama
significa rejeitar na mente qualquer coisa ou pensamento que desonrem ou que
tragam descrédito às outras pessoas. Devemos, sim, pensar em tudo o que é “de
boa fama”. Aquele que ocupa sua mente com coisas boas acerca de seu irmão “não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade” (1 Co 13.6). A inveja, o ciúme,
a presunção são elementos que permeiam a mente de crentes carnais que não
conseguem pensar bem acerca do seu irmão.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 139.
«...de boa fama...»
No grego é «euphema», palavra usada somente aqui em todo ο N.T., e que
significa, literalmente, «que soa bem», ou seja, «conquistador», «gracioso».
Também podia indicar aquilo que é «louvado com palavras», sendo assim que
alguns intérpretes entendem esse vocábulo.
Também pode
significar «digno de louvor», «atrativo». Assim, pois, o crente deve buscar
aquelas coisas que criam, para ele, a boa «reputação», aquilo que é «digno de
louvor» aos olhos dos outros homens e aos olhos de Deus.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 64.
...tudo o que é de
boa fama. A palavra grega euphemos significa literalmente “falar favoravelmente”.
No mundo, há demasiadas palavras torpes, falsas e impuras. Nos lábios do
cristão e em sua mente, devem existir somente palavras que são adequadas para
ser ouvidas por Deus.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 237.
III - A
CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a
ser imitada.
No texto do versículo
9, Paulo usa cinco verbos que promovem ação: aprender, receber, ouvir, ver e
fazer (4.9). Ele os utiliza como se abrisse uma janela do seu interior para que
os irmãos filipenses pudessem perceber. Ele assume o papel de referencial para
ser imitado. Ele queria que os irmãos filipenses seguissem o seu exemplo. Não
há nenhuma presunção da parte de Paulo, mas há uma transparência e exposição,
no sentido de que ele não esconde nada dos seus irmãos em Cristo. E uma
qualidade pastoral que precisa ser vivida na experiência de muitos líderes
cristãos hoje.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 140.
Neste ponto, de
maneira enfática, Paulo se oferece um a vez mais como exemplo a ser seguido.
(Ver as notas expositivas completas a esse respeito, em F il.3:17 e ICor.
11:1). Quando alguém se torna seguidor do exemplo de Paulo, torna-se também
seguidor do exemplo de Jesus Cristo, conforme se vê na passagem de I Cor. 11:1.
Isso porque o apóstolo dos gentios ensinava preceitos verazes, vivendo-os
pessoalmente, de modo que ninguém podia desculpar-se de não haver compreendido
as exigências cristãs de ordem moral, em contraste com aquilo que os cristãos primitivos
estavam acostumados a ver no paganismo.
Pode-se observar aqui
como Paulo usa quatro verbos que frisam como os discípulos deveriam seguir-lhe
o exemplo, e sobre quais bases: «aprender» e «receber» formam um par, e «ouvir»
e «ver» formam outro par. E note-se que, no original grego, todos esses verbos
estão no aoristo, assinalando que todas as experiências passadas dos crentes
são aqui vistas como um a única instância completa desse aprendizado. Os quatro
verbos demonstram quão completa fora aquela experiência dos crentes filipenses,
de modo a não terem qualquer desculpa, como se ainda não houvessem sido
informados.
Os crentes filipenses
tinham aprendido, da parte de Paulo e de outros líderes cristãos, mediante
instruções orais e escritas e mediante a força do exemplo pessoal. E haviam
recebido o que tinham aprendido, aprovado e apropriado, para efeito de aplicação
pessoal. Sim, aqueles crentes aprovavam a excelência das instruções em que
haviam sido ensinados.
Tinham ouvido a Paulo
pessoalmente, como também, mais tarde, tinham aprendido aquelas instruções
mediante cartas; e no apóstolo viam o exemplo correto.
Há não muito tempo,
ouvi falar de um pastor, que, numa reunião, declarou: «Eu não hesitaria em ter
a minha vida inteira projetada num a tela diante desta congregação». Um a
declaração surpreendente! Ou este homem era louco ou era um gigante em
espiritualidade! Mas, Paulo disse algo essencialmente igual a isto no texto
diante de nós. Imite, então, este gigante em espiritualidade, e terá Cristo
formado em você. Use os meios do desenvolvimento espiritual, tais como:
oração, meditação, treinamento do intelecto, o uso dos dons espirituais e a
prática da lei do amor, boas obras práticas.
«...em mim...», isto
é, como um exemplo vivo. «Paulo ousou apontar para a sua própria conduta
diária, em Filipos, como ilustração desse elevado pensamento. O pregador é o
intérprete da vida espiritual, devendo também ser o seu grande exemplo».
(Robertson, in loc.).
«...praticai...» Os
crentes não devem apenas fazer de suas instruções morais razão de suas
considerações; antes, que essas instruções sejam poderosa influência sobre
todas as suas ações, a base mesma de suas vidas diárias. O caráter dos crentes
deve ser repleto das virtudes enumeradas por Paulo, para que possam pôr em
prática aquilo que viam ser praticado por ele.
No original grego
encontramos o verbo «prassein», que significa «praticar», em contraste com o verbo
«poiein», que significa apenas «fazer», embora essa distinção nem sempre seja
uniformemente mantida. Não obstante, neste ponto, a prática é recomendada, não
podendo haver dúvidas sobre isso.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 64.
Warren Wiersbe diz
que não é possível separar atos exteriores de atitudes interiores.433 Há uma
íntima conexão entre “Seja isso que ocupe o vosso pensamento” (4.8) e “praticai”
(4.9). A dinâmica do cristianismo deriva-se da união desses dois imperativos.
Tais imperativos estão corporificados na coleção de qualidades éticas (4.8),
nas tradições apostólicas (4.9a) e nos ensinos exemplificados na própria vida
de Paulo (4.9b).
Paulo considera
quatro atividades: aprender, receber, ouvir e ver. Uma coisa é aprender a
verdade, e outra, bem diferente, é recebê-la e assimilá-la. Não basta ter fatos
na cabeça; é preciso ter verdade no coração. Ao longo do seu ministério, Paulo
não apenas ensinou a Palavra, mas também a viveu na prática para que os seus
ouvintes pudessem vê-la em sua vida. Há uma íntima relação entre a palavra e a pessoa
que a pronuncia.
O apóstolo Paulo
conclui esse parágrafo falando da necessidade de praticar o que se aprendeu.
Acumular conhecimento sem o exercício da vida cristã não nos torna crentes
maduros. Precisamos ter olhos abertos para ver, ouvidos atentos para aprender e
disposição para praticar o que aprendemos.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 237-238.
Fp 4.9 em mim. Os
filipenses tinham de seguir a verdade de Deus proclamada, juntamente com o
exemplo dessa verdade vivida por Paulo diante deles (veja nota em Hb 13.7).
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1623.
Fp 4.9 Em aditamento
deviam continuar praticando (praticai; o imperativo prassete está no tempo
presente) tudo aquilo que pertencia à ética e moral notadamente cristãs
conforme aprenderam com a vida e doutrina do apóstolo.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 28.
Fp 4.9 - O verbo
aprendestes expressa não só o conceito de crescer no conhecimento intelectual,
mas também a ideia de aprender por meio da prática habitual. Em algumas áreas de
seu desenvolvimento cristão, os filipenses foram excelentes discípulos de
Paulo, praticando o que ele havia ensinado. O sentido literal do verbo
recebestes (gr. paralambano) é levar consigo mesmo. Indica receber sem rejeição
ou desobediência. Ao ordenar aos filipenses fazei, Paulo os exortou a pôr em
prática ou encarregar- se de fazer tudo o que haviam obtido dele.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 535.
2. Paulo, exemplo de
ministro.
Ele diz: “O que
também aprendestes... em mim” (4.9) nos ensina que é importante termos
referenciais, modelos que podemos imitar.
No ministério
cristão, é indispensável que tenhamos esses referenciais. Quando fui para o
Instituto Bíblico de Pindamonhangaba - SP, em 1964, meu sonho de realização
focava o exemplo de homens de Deus especiais que me marcaram com o testemunho
de suas vidas. Paulo tinha a coragem moral de incentivar aos seus filhos na fé,
nas igrejas plantadas por ele, que o imitassem, em termos de vida e testemunho
cristão. Paulo envia essa carta aos filipenses e os lembra de tudo quanto
haviam aprendido com ele. Por isso, ele podia declarar com segurança: “Sede
meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1 Co 11.1).
A lição que
aprendemos com o apóstolo Paulo nessa Carta é que todo ministro de Deus deve
ser transparente. Assim como o Deus da graça o alcançou e o perdoou em Cristo
para ser um servo exemplar, assim também o mesmo Deus de paz estará com os
demais cristãos fiéis.
Devemos praticar o
que temos aprendido dos obreiros antigos e fiéis que serviram a Cristo com
fidelidade. Paulo deu o mesmo conselho aos filipenses, dizendo-lhe: “isso
praticai” (4.9, ARA). Devemos tomar posse dessas qualidades que exprimem o
comportamento que deve nortear o cristão.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 140-141.
Paulo, igualmente,
mostra que devemos ser criteriosos acerca dos nossos modelos. Não devemos
imitar os falsos mestres. Não devemos seguir as pegadas dos que vivem
desregradamente nem seguir o exemplo dos que vivem buscando os seus próprios
interesses. Ao contrário, Paulo se apresenta como exemplo para os crentes de
Filipos (3.17; 4.9). Paulo entende que o exemplo pessoal é parte essencial do
ensino. O mestre deve praticar a doutrina que professa e demonstrar em ação a
verdade que expressa em palavras.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 238.
Sede meus imitadores,
como também eu o sou de Cristo.
Quase todos os
intérpretes reconhecem que este primeiro versículo do décimo primeiro capítulo
desta epístola pertence ao parágrafo anterior, e não ao que se segue. Em outras
palavras, pertence ao décimo e não ao décimo primeiro capítulo.
Paulo havia deixado
exemplo de como se deve agir para com todos os homens (ver o versículo
anterior), visando a salvação de todos quantos fosse possível salvar. Ele se
fazia de tudo para todos, a fim de que pudesse ao menos conquistar alguns para
Cristo. (Ver I Cor. 9:21,22). Ele olhava para o benefício espiritual deles; não
agradava a si mesmo; pouco se importava com seu conforto físico e com sua
prosperidade individual. Pelo contrário desgastava as suas energias para obter
a vantagem espiritual de outros.
Ora, isso é o
cumprimento prático da lei do amor. Paulo dava porque amava; da mesma maneira
que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu próprio Filho unigênito. E
essa atitude de Paulo é digna de ser imitada e seguida, de ser considerada como
um exemplo da conduta cristã ideal. Por sua vez, o apóstolo seguia a Jesus
Cristo. Esse serviço tão destituído de egoísmo não era idéia dele, de Paulo,
não era invenção sua. O próprio Senhor Jesus é o exemplo supremo dessa atitude
e ação de que Paulo fala aqui. (Ver João 13:12-16, mormente o décimo quinto
versículo, sobre a questão do «exemplo de Cristo». Ver também os versículos
seguintes sobre o tema do exemplo·. Mat. 11:29;
16:24; 13:15; Rom. 15:5; II Cor. 10:1; Fil. 2:5; Col. 3:13; Heb. 3:1; 12:2; I
Ped. 2:21; II Tes. 3:9; I Tim. 4:12; Tiag. 5:10. Acerca dos maus exemplos que devem ser
repelidos, ver Lev. 20:23; Pro. 22:24,25; Heb. 4:11 e II Ped. 3:17. Há notas
expositivas especiais dadas sobre o «exemplo de Cristo», que precisa ser
emulado pelos crentes, em Rom. 15:3).
A.B. Davidson disse
de certa feita a seus estudantes: «Uma vida ordinária, mas bem vivida, é o
maior de todos os feitos». (Esse autor foi um célebre comentador escocês das Sagradas
Escrituras). Sim, essa forma de vida é a maior prova que existe acerca da
doutrina e da teologia moral, maior que muitos volumes escritos, melhor que os
mais hábeis argumentos.
Esse foi o grande e
real argumento daqueles pescadores simples da Galileia, como Pedro, Tiago e
João. As pessoas tinham de dar atenção a eles, quando andavam pelas ruas (ver
Atos 4:13), não porque fossem enumerados entre os eruditos rabinos, mas porque
tinham aprendido certa sabedoria secreta, tendo estado em companhia do Senhor
Jesus, e essa sabedoria havia transformado as suas vidas.
«É fato bem
reconhecido que a fé cristã depende da crença em algum guia ou conselheiro
espiritual, que se eleve com mais eficácia do que qualquer realidade meramente
religiosa. As aspirações pelas quais lutamos podem ser reforçadas, as dúvidas
vagas podem ser solucionadas, e a lealdade à causa pode ser revivificada e
purificada, na medida em que os homens forem capazes de ver seu fim almejado na
personalidade de alguém para quem possam prestar homenagens gratas». (Moffatt,
in loc.).
Não podemos deixar de
ficar impressionados com a desproporção entre a duração da vida de um homem e a
duração de sua influência nas gerações futuras.
«E, assim sendo, -a
influência de um homem se propaga, não como uma corrente, elo após elo, em uma
sucessão inquebrantável, mas antes, como um incêndio, fagulha após fagulha,
saltando de vida para vida, atravessando continentes e cruzando os séculos.
Estêvão apanhou esse fogo de seu Senhor, e passou-o para Paulo; e de Paulo se
tem espalhado entre homens e mulheres em cada recanto do mundo». (Gerald R.
Cragg, comentando sobre Atos 8:3).
«Cada vida humana é
uma profissão de fé, exercendo uma propagação inevitável, embora silenciosa...
Tende por transformar o universo e a humanidade segundo a sua própria imagem...
Cada indivíduo é um centro de irradiação perpétua, semelhante a um corpo
luminoso, semelhante a um farol que atrai o navio contra os recifes, se
porventura não o guia em direção ao porto. Todo homem é um sacerdote, ainda que
involuntariamente; a sua conduta é um sermão mudo, mas que ele não cessa de
pregar a outros, mas existem sacerdotes de Baal, de Moloque e de todos os
demais deuses falsos.
Tal é a elevadíssima
importância do exemplo». (Diário de Amiel, Londres: Macmillan and Co., 1890,
págs. 24 e 25).
«...imitadores...»
Temos aqui uma correta tradução, que é melhor do que «seguidores», conforme
dizem outras traduções. Vemos aqui alguém que duplica um padrão de conduta, que
reproduz alguma coisa, que é cópia fiel de uma ideia, de uma atitude.
«...como também eu
sou de Cristo...» Nenhum espírito de arrogância levou o apóstolo dos gentios a
solicitar que outros crentes o imitassem. Antes, assim agia a fim de que a
imagem de Cristo se formasse neles, visto que era imitando a ele, o apóstolo de
Cristo, que poderiam imitar automaticamente a Jesus Cristo. Tão-somente ele
lhes mostrava um exemplo prático de como essa imitação é possível para o
crente. Note-se que Paulo nos deixou um exemplo de auto-sacrifício; porque esse
é o aspecto da imitação de Cristo que realmente impressiona os homens, como
também é comum que esse era o aspecto da vida e da personalidade de Cristo que
é exposta aos leitores do N.T. como o nosso grande exemplo. (Ver Rom. 15:2,3;
II Cor. 8:9; Efé. 5:2 e Fil. 2:4,5). A vida cristã, quando é bem vivida requer
uma dedicação suprema às realidades espirituais, com a negação de tudo quanto é
meramente material e terreno. O crente precisa reconhecer e desenvolver os
poderes de sua alma remida, para glória de Jesus Cristo. O Exemplo Do Viver Espiritual
1. Cristo deixou-nos
exemplo, na perfeição (ver Heb. 7:26), na santidade (ver I Ped. 1:15), na
pureza (ver I João 3:3), na humildade (ver Fil. 2:5,7), na obediência (ver João
15:10), na autonegação (ver Rom. 15:3), na ministração às necessidades alheias
(ver Mat. 20:28).
2. O exemplo deveria
ser dado por cada crente, para os demais crentes, nos campos da santidade (ver
Gál. 5:22,23), do zelo (ver I Cor. 15:10), e da vida segundo a lei do amor (ver
I João 5:7).
3. O exemplo supremo
se verifica no terreno do altruísmo, em imitação a Cristo. Os místicos que têm
atingido elevados níveis de desenvolvimento espiritual informam-nos que, quanto
ao lado prático da fé religiosa, ninguém pode deixar de lado a necessidade
simples de amar e ser amado.
4. Estabeleçamos o
exemplo da diligência: cada indivíduo é ímpar e se reveste de uma missão ímpar
(ver as notas em Apo. 2:17).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 166.
Este versículo introduz um elemento final que
é essencial para a estabilidade espiritual. Os últimos sete atitudes não devem
ser vistos como meros princípios abstratos; pensamento divino não pode ser
divorciado do comportamento. Quando tudo estiver dito e feito, a estabilidade
espiritual se resume a viver uma vida disciplinada de obediência a padrões de
Deus.
Pessoas em quem a Palavra de Deus ricamente
habita (Col. 3:16), e que, portanto, viver obediente, fique firme quando os ventos
da dificuldade, a tentação, e golpe compromisso em torno deles.
Prassō (prática) refere-se a repetição ou
ação contínua. A palavra Inglês pode ter a mesma conotação. Falamos de um
advogado ou um médico como tendo uma prática, porque a sua profissão mantém uma
rotina normal.
Os cristãos devem fazer a sua prática para
conduzir vidas piedosas e obedientes.
Vida santa só pode ter lugar quando as
atitudes certas e policiais pensamentos direito da carne. É por isso que Paulo
confrontou a prioridade de pensamentos (4:2-8) antes de exortar a igreja a um
comportamento justo (4:9). Compreender e abraçar a lei de Deus vem em primeiro
lugar, seguido pela conduta habitualmente controlada por essa devoção à
verdade. Ao fazê-lo, "vencer o mal com o bem" (Rm 12:21).
Antes da conclusão das Escrituras do Novo
Testamento, os apóstolos se foram a fonte da verdade divina. Após o nascimento
da igreja no Dia de Pentecostes, os crentes "E perseveravam na doutrina
dos apóstolos" (Atos 2:42). Em Efésios 4:11-13 Paulo escreveu sobre a
natureza fundamental do ministério dos apóstolos:
Ele deu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros como pastores e mestres, para o
aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo, até que todos cheguemos à a unidade da fé e do conhecimento do Filho
de Deus, para um homem adulto, à medida da estatura que pertence à plenitude de
Cristo.
Os apóstolos eram mais do que a fonte de
conhecimento doutrinário, mas também como modelo os padrões de comportamento
cristão. Por essa razão, Paulo exortou os Filipenses anteriormente nesta carta:
"Irmãos, se juntar em seguir meu exemplo, e observar aqueles que andam
segundo o modelo que tendes em nós" (3:17;.. Cf 1 Cor 4:16; 11 : 1, 1
Tessalonicenses
1:6; 1 Pedro 5:3).. Paulo repete que a
exortação aqui, exortando os Filipenses para colocar em prática as coisas que
haviam aprendido e recebido e ouvido e visto nele. Sua vida exemplifica os
deveres espirituais para que ele os chamou. Os termos aprendido, recebido,
ouvido e visto cada foco em um aspecto importante do ministério de Paulo aos
Filipenses.
Aprendidas traduz uma forma de o manthanō
verbo, que está relacionado com as mathetes substantivo (discípulo). Manthanō
refere-se ao ensino, aprendizagem, instruindo e discipulado. Paulo está se
referindo aqui à sua instrução pessoal e discipulado dos filipenses. Sua
prática onde ele ministrava era não só para ensinar "publicamente",
mas também "de casa em casa" (Atos 20:20). Paulo escreveu a seu filho
na fé, Timóteo: "Você seguiu meu ensino, conduta, propósito, fé,
paciência, amor, perseverança" (2 Tm 3:10.). Antes da conclusão do Novo
Testamento, tal ensinamento era vital.
Paralambano (recebido) às vezes é usado no
Novo Testamento como um termo técnico para a revelação de Deus (por exemplo, 1
Coríntios 11:23;. 15:1, 3; Gal 1:9, 12;.. 1 Ts 4:1-2 ; 1 Tm 6:20).. Para
tessalonicenses, Paulo escreveu: "Por esta razão, nós também sempre
agradeço a Deus que quando recebeu a palavra de Deus que de nós ouvistes, você
aceita não como palavra de homens, mas por aquilo que ele realmente é, a
palavra de Deus , que também realiza o seu trabalho em vós que credes "(1
Ts. 2:13). Paul chamou os filipenses a praticar em suas vidas as verdades da
Palavra de Deus que ele tinha entregue a eles. Eles não eram apenas para
receber essas verdades, mas também de transmiti-las. Como Paulo escreveu a
Timóteo: "As coisas que você já ouviu falar de mim na presença de muitas
testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de ensinar outros"
(2 Tm. 2:2).
A palavra ouvida acrescenta outra dimensão à
discussão de Paulo. Ele já cobriu o que ele ensinou aos filipenses como Deus
lhe revelou. Aqui Paulo fez alusão ao que os filipenses tinham ouvido falar
dele de outras pessoas.
Sua reputação foi impecável, e eles
certamente havia ouvido de outras pessoas sobre o caráter de Paulo, estilo de
vida e pregação. Eles também foram para imitar a virtude divina que o apóstolo
tinha-se tornado conhecido.
Ao lembrar os filipenses do que tinham visto
nele, Paulo apelou para a sua primeira experiência com ele. Eles haviam
observado seu personagem durante a estada do apóstolo em Filipos, e eles sabiam
que não havia falta de credibilidade entre a mensagem que ele pregou ea vida
que ele viveu. Porque ele modelou os padrões que ele pregou, Paulo podia
exortar os filipenses a padrão de suas vidas após a sua.
A promessa anexado à obediência como é que o
Deus da paz estará convosco. O Deus cujo caráter é a paz é o doador de paz. O
título de Deus da paz é um dos favoritos de Paulo (cf. Rm 15:33;. 16:20,. 2
Coríntios 13:11;. 1 Tessalonicenses 5:23). É um lembrete de que aqueles que têm
atitudes piedosas, pensamentos e ações será vigiado pela paz de Deus e pelo
Deus da paz. Sua presença é essencial para a força, tranquilidade e satisfação necessária
para a estabilidade espiritual.
Mas isso não vai acontecer para além da
auto-disciplina. D. Martyn Lloyd-Jones escreveu:
Eu desafio você a ler a vida de qualquer
santo que já adornaram a vida da Igreja, sem ver uma vez que a maior
característica na vida daquele santo era a disciplina ea ordem. Invariavelmente
é a característica universal de todos os homens e mulheres notáveis de Deus.
Leia sobre Henry Martyn, David Brainerd, Jonathan Edwards, o Wesley irmãos, e
Whitfield leitura de seus diários. Não importa o que ramo da Igreja a que
pertenciam, todos eles têm disciplinado suas vidas e têm insistido sobre a
necessidade deste, e, obviamente, é algo que é completamente bíblica e
absolutamente essencial.
(Depressão Espiritual: Suas Causas e Cura
[Grand Rapids: Eerdmans, 1965]) Os crentes devem ser disciplinados para
adicionar à sua fé, as atitudes corretas, pensamentos e ações descritas nesta
passagem. Só então eles vão desenvolver a estabilidade espiritual em suas
vidas.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
3. O Deus de paz.
«...o Deus da paz
será convosco...» (Quanto à expressão «Deus da paz», ver as notas expositivas
sobre Rom. 15!33; 16:20; I Tes. 5:23 e Heb. 13:20).
Não está em foco
apenas a calma e a tranquilidade, mas também a paz interior, devido à
reconciliação com Deus e com os outros homens, que também foram assim
reconciliados com o Senhor. Esse senso de bem-estar, baseado na realidade do
bem-estar da alma, vem da parte de Deus. Paz, neste caso, não é apenas um a
atitude emocional, e, sim, moral. Quando a correção moral lança raízes na alma
de um homem, ele sente descanso consigo mesmo e com Deus, e então com os seus
semelhantes. Por essa exata razão é que o «Deus da paz» é apresentado como o
«santificador» da personalidade inteira do crente. O Messias é chamado de «a
paz de Deus» (em Miq. 5:5), porquanto é ele quem infunde a correção moral em
seu reino, como também bênçãos pacíficas (ver Sal. 77:7 e 85:10). O evangelho é
uma boa mensagem que anuncia a paz. (Ver E fé. 2:17; 6:15 e Rom. 10:15).
Através da agência do evangelho é que Deus estabelece a paz à face da terra,
entre ele mesmo e os homens, e entre o homem e os seus semelhantes. Cristo é
também' chamado de «Senhor da paz» (ver II Tes. 3:16), porque, quando aceitamos
o seu senhorio, encontramos a paz com Deus. E a justificação pela fé é a origem
de toda a nossa paz com Deus. (Ver Rom. 5:1). «É por intermédio de Deus, como
autor e doador da paz, que o homem se vê capaz de achar a harmonia que
procurava nos elementos conflitantes de sua própria natureza, bem com o em suas
relações com o mundo, sem falarmos em suas relações com o próprio Deus».
(Westcott, comentando sobre Heb. 13:20).
Não há que duvidar
que há aqui um lançar de olhos lateral a vários problemas que haviam surgido na
igreja dos filipenses, motivados pela inveja, pelas facções e pelas contendas
(ver Fil. 1:15-17 e 4:2). Aqueles crentes que estão avançando espiritualmente
viverão muito acima dessas coisas, porquanto o seu Deus é o Deus da paz.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 64-65.
A conclusão do apóstolo
Paulo é majestosa. Além de termos a paz de Deus para nos guardar, agora temos o
Deus da paz para nos guiar. Não apenas temos uma harmonia bendita em lugar da
ansiedade, mas temos também a companhia divina na caminhada.
Corretamente Bruce
Barton diz que muitas pessoas hoje procuram ter paz com Deus sem ter um
relacionamento com Deus, que é o autor da verdadeira paz. Isso, porém, é impossível.
Para experimentar a paz, precisamos primeiro conhecer o Deus da paz.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 238.
A "paz de
Deus" é um parâmetro que nos ajuda a determinar se estamos dentro da
vontade de Deus. "Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração"
(Cl 3:15). Se estivermos andando no Senhor, a paz de Deus e o Deus da paz
exercerão sua influência sobre nosso coração. Sempre que desobedecemos, perdemos
a paz e sabemos que fizemos algo de errado. A paz de Deus é o "árbitro"
que "nos dá um cartão amarelo"! Orar corretamente, pensar
corretamente e viver corretamente: essas são as condições para ter segurança e
vitória sobre a ansiedade. Se Filipenses 4 é o "capítulo da paz" do
Novo Testamento, Tiago 4 é o "capítulo da guerra" e começa com a
seguinte pergunta: "D e onde procedem guerras e contendas que há entre
vós?". Tiago explica as causas da guerra: orações incorretas ("Pedis
e não recebeis, porque pedis mal"; Tg 4:3); pensamentos incorretos
("vós que sois de ânimo dobre, limpai o vosso coração"; Tg 4:8); e
uma vida incorreta ("não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de
Deus?"; Tg 4:4). Não há meio termo.
Ou nos entregamos
inteiramente ao Espírito de Deus e oramos, pensamos e vivemos corretamente, ou
nos entregamos à carne e ficamos divididos e ansiosos.
Não há com que se
preocupar! E a preocupação é pecado! (ver Mt 6:24-34). Com a paz de Deus para
nos guardar e o Deus da paz para nos guiar, que motivos temos para nos
preocupar?
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 125-126.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Parabéns... foi de grade utilidade!!!
ResponderExcluirDeus o abençoe.
silvio