25/08/2013 HINOS SUGERIDOS 60,
77, 107.
TEXTO ÁUREO
Prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus ” (Fp
3.14).
VERDADE PRÁTICA
A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.
VERDADE PRÁTICA
A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 3.12-14. Prosseguindo para o alvo
Terça - Fp 3-17. Um exemplo a ser seguido
Quarta - Os 6.1-6. Prossigamos em conhecer ao Senhor
Quinta - Mt 5.48. Sejamos perfeitos
Sexta - Jo 17.17. A Palavra de Deus leva à maturidade
Sábado - 1 Co 9.24-26. O prêmio do verdadeiro
crente
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Filipenses
3.12-17
12
- Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
13
- Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é
que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão
diante de mim,
14
- prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus.
15
-Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis
alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará.
16
- Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo
i
a mesma regra e sintamos o mesmo.
17-
Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que
tendes em nós, pelos que assim andam.
12 Not that I have already obtained this or am already perfect; but I
press on to make it my own, because Christ Jesus has made me his own.
13 Brethren, l do not consider that I have made it my own; but one thing
I do, forgetting what lies behind and straining forward to what lies ahead,
14 I press on toward the goal for the prize of the upward call of God in
Christ Jesus.
15 Let those of us who are mature be thus minded; and if in anything you
are otherwise minded, God will reveal that also to you.
16 Only let us hold true to what we have attained.
17 Brethren, join in imitating me, and mark those who so live as you
have an example in us
INTERAÇÃO
Temos
visto, na sociedade atual, muitos cristãos lutando arduamente pela conquista de
bens materiais, fama, prestígio e poder. As pessoas querem, a todo o custo,
serem VIPs. Logo, é urgente que venhamos refletira respeito da verdadeira
ambição do cristão. Cremos que o desejo maior do crente deve ser a conquista do
prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. De que adianta ter todos os bens
nesta terra, ser VIP, ter prestígio e no fim de tudo não desfrutar da vida
eterna com Cristo? O que é mais precioso para
o
cristão7 Sigamos o exemplo de vida do apóstolo Pauto. Seu alvo era a pessoa de
Jesus Cristo. Seu ideal e sua aspiração consistiam em conhecer mais do Mestre.
Que Jesus Cristo seja o nosso maior alvo até que venhamos ouvir: "Bem
está, servo bom e fiel”
OBJETIVOS
Após
a aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender qual era a
verdadeira aspiração do apóstolo Paulo.
Analisar a maturidade
espiritual dos filipenses.
Conscientizar-se a respeito da
verdadeira aspiração cristã.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
para introduzir a lição faça a seguinte indagação: “Qual deve ser a maior
aspiração do crente?” Incentive a participação de todos e ouça os alunos com
atenção. Em seguida leia o texto áureo e explique que como cristãos o nosso alvo
maior deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus, a
nossa salvação. Precisamos nos esforçar para conhecer mais de Cristo e em tudo
agradá-lo. Conclua enfatizando que à medida que passamos a ter um
relacionamento maior com Jesus, somos aperfeiçoados e nos tornamos aptos para
realizarmos as boas obras.
PALAVRA-CHAVE
Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual;
sonho, ambição.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era somente
um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp 3.8,1 0).
Semelhante
a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este objetivo, pois era
consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de jesus exige labor e
disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os filipenses a imitá-lo,
despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma recompensa (Fp 3.14-17).
I - A
ASPIRAÇÃO PAULINA
1 - “Prossigo para o
alvo”. Para
participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço,
dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo utiliza neste texto a
analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua
caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a Cristo, deixando de
lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em Jesus. Quando o
crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco de tropeçar e
cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o tempo, na
dependência do Senhor.
2. O sentimento de
incompletude de Paulo. Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida.
Por isso, nunca corria sem meta (1 Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o
apóstolo declara estar disposto a avançar para as coisas que estavam diante
dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que confiava em Deus. E, assim, seguia
confiante, pois no Senhor ainda teria grandes desafios em seu ministério. Sua
força estava em Deus. Eis porque venceu grandes lutas e foi fiei até o fim.
Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer das coisas que
atrás ficam” (v. 1 3).
3. O engano da
presunção espiritual.
Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os
mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim,
reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que
desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando
que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar
a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou
meio (1 Co 9.24; Gl 6.9).
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
O
crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de Cristo,
deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em Jesus.
II - A
MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3,15,16)
1. Somos perfeitos
(3.15)? O
vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial,
pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do benefício
da obra perfeita de Cristo no Calvário, todos nós já alcançamos tal
“perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o
Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses
tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no
Espírito, isto é, não confiando na carne (3.3).
2. O cristão deve
andar conforme a maturidade alcançada (3-16) Quando Paulo diz, “andemos segundo a
mesma regra”, não significa caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica,
tão requerida pelos judeus convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a
doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse
“andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e
comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve
seguir. Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente
desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos
preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).
3. Exemplo a ser
imitado (3-17)
Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da
Igreja de Cristo (Fp 2.1 7). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o
imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.1 7). Como obreiro de Deus,
Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a
seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos
seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
Não
basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã,
devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus
Cristo (Fp 1.6).
III - A
ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do
desejo paulino.
O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de
instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de
empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores.
Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima
comunhão com Deus (Fp 3.12).
2. O cristão deve
almejar a maturidade espiritual. Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos
que ainda precisamos alcançar a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes,
reconhecendo também o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior
conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
3. Rejeitando a
fantasia da falsa vida cristã. Paulo era um sofredor consciente, um homem
que sabia o quanto é difícil ser fiel a Deus. Ele porém, suportava tudo por
causa da obra de Deus (Fp 2.17). Quem quiser viver assim nos dias atuais,
precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias (2 Tm 3.1 2). Semelhante ao
apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o “prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Ainda
não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e vigilantes,
reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior
conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Toda
a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo fazia para
agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da Galileia. Por
isso, o apóstolo podia declarar: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na
fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Cl
2.20).
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Teológico
“[...]
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”
(3.14). Prossigo é tradução da mesma palavra grega que ocorre no versículo 12
(‘prossigo’) e no versículo 6 ("perseguidor”). Significa literalmente
‘perseguir', ‘ir ao encalço de’. Paulo está perseguindo o prêmio em Cristo com
a mesma determinação, liberdade de pesos estorvadores e empenho incessante, com
que ele perseguira a igreja anteriormente O significado de alvo (skopon) é
incerto. Pode indicar a linha de chegada para qual o corredor corre, ou
propósito definido com o que ele corre. De acordo com a última opção,
supunha-se que o corredor seguisse uma linha branca que indicava a trajetória
da corrida do ponto de partida à meta. Se pisasse fora da linha, ele não
estaria correndo de acordo com as regras, não sendo coroado mesmo que chegasse
em primeiro lugar. Prêmio sugere a coroa ou troféu (1 Co 9.24). Soberana
vocação é, literalmente, 'chamado superior. O cristão é chamado ‘do alto’ ou de
cima (Hb 12.2). Este chamado é de Deus em Cristo Jesus, que ao término da
corrida dirá: ‘Bem está, servo bom e fiel” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.
277).
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Teológico
“A
Santa Ambição
Ganhar
a Cristo. Paulo considera os seus privilégios anteriores como refugo, ou lixo.
Todas as coisas juntas são lixo e escórias comparadas com o único desejo de
Paulo: ganhar o próprio Cristo.
O
que significa ganhar a Cristo? Significa estar em comunhão com Ele e ter a sua
presença na alma. Significa ser vinculado a Ele como nossa Cabeça, ser enxertado
nEle como nossa Videira Jo 15.1), ser casado com Ele como nosso Noivo (2 Co 1 1
.2), ser edificado sobre Ele como nossa Pedra Fundamental. Ser achado ‘em
Cristo’ é estar sob o seu controle, cuidado e proteção.
Possuir
a retidão de Deus. Quando Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para
Damasco, ficou convicto de que era um pecador e que a sua justiça própria não
passava de trapos imundos (Is 64.6), insuficiente para vestir a aima diante do
olhar de Deus, que a tudo perscruta. O Senhor, porém, lhe deu uma justiça que
aguentaria o teste da eternidade — a justiça de Deus imputada à pessoa que
realmente confia em Cristo para a salvação. Somos considerados justos porque o
nosso Representante é justo.
Conhecer
a Cristo. ‘Para conhecê-lo’. Paulo não fala aqui de conhecimento intelectual,
mas sim, em conhecimento baseado na experiência. Há uma grande diferença entre
realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle. Assim como se sabe o
gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a Cristo ao recebê-lo”
(PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas: Semeando
as Doutrinas Cristãs, 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p. 138).
EXERCÍCIOS
1.Que
analogia o apóstolo Paulo usa para ilustrar que o crente precisa se esforçar
para conhecer mais a Jesus Cristo?
R:
Paulo utiliza a analogia do atletismo.
2.
O que reivindicavam os mestres do gnosticismo?
R:
Os mestres do gnosticismo reivindicavam serem iluminados e não terem mais nada
a aprender ou que desenvolver.
3.
Qual o sentido do vocábulo “perfeito" empregado por Paulo?
R:
O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo tem um sentido especial, pois se
refere à “maturidade espiritual”.
4.
O que significa a expressão "andemos segundo a mesma regra”?
R:
Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já
recebemos do Senhor. Assim, esse "andemos segundo a mesma regra” denota
modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes
aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir.
5.
Qual o alvo da sua vida?
5.
Resposta pessoal.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1, ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN,
Myer. Epístolas Paulinas: Semeando as
Doutrinas Cristãs. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 54, p.40.
O
apóstolo Paulo toma emprestado da cultura grega a figura do atleta. Este para
alcançar o prêmio final de uma maratona se esforça, dedica-se e trabalha com
todo o esmero. Paulo não havia se enganado com a falsa ideia de que a perfeição
plena era já uma realidade em sua vida. Pelo contrário, como um atleta que se
prepara à exaustão, o discípulo de Cristo deve deixar os entraves desta vida e
manter o foco na pessoa de Jesus, o nosso Senhor. Para alcançar a verdadeira
maturidade espiritual o crente não pode enganar a si mesmo. Ele precisa
reconhecer a verdade existencial dele mesmo. O seu estado real.
Apesar
de todas as suas experiências, desde o seu encontro com o Ressuscitado no
caminho para Damasco, o apóstolo dos gentios não considerava ter alcançado a
perfeição, mas também não transigia em afirmar: "esquecendo-me das coisas
que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o
alvo". Com estas palavras Paulo demonstra que o discípulo de Cristo sempre
deve encarar a sua peregrinação cristã como um caminho inacabado. A vida que
Deus dá ao discípulo é uma caminhada de construções e crescimentos. Uma hora
ele pode cair, mas o Senhor o acolhe e levanta. Outra vez, ele pode se sentir
imaturo, mas o Senhor o ensina. A vida do discípulo de Cristo está em constante
desenvolvimento.
Por
isso, aqui, cabe uma pergunta para a classe: Qual a sua aspiração cristã hoje?
Será
que os seus alunos sabem que a vida cristã não é um mundo de fantasia? Não é a
falsa ideia de ter Deus na perspectiva de um papai Noel. Ou de um garçom que
está disponível a servir o próprio capricho. Explique aos seus alunos que a
vida de Paulo nos mostra uma verdade inevitável. A de quem quiser viver uma
vida de fidelidade a Deus e de intensa busca pela maturidade espiritual precisa
reconhecer que padecerá as mesmas angústias que o apóstolo padecia.
Você
ama ao Senhor? Deseja estar com Ele por onde quer que você ande? Então, o
caminho é desembaraçar-se com as coisas deste mundo, pois mesmo em angústias,
receberemos "o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus".
Ter uma vida centrada na pessoa de Jesus Cristo é saber que apesar das
angústias dessa vida, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam
ao Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nos versículos 1 a
11, o apóstolo Paulo faz um retrospecto de sua vida e a analisa à luz da
experiência pessoal com Cristo. Depois de contabilizar sua vida e abrir mão de
seus valores do passado, ele assume no presente uma postura de atleta que corre
celeremente para chegar à meta final de sua carreira cristã. Nos versículos 7 a
11 desse mesmo capítulo, Paulo diz que todas as conquistas feitas no passado
sem Cristo são consideradas como perda por causa do evangelho. O alvo maior da
sua vida estava em conquistar a excelência do conhecimento de Cristo Jesus
(3.8). O alvo sublime está à frente. A ambição maior que dominava o seu coração
seria partilhar o poder da ressurreição de Cristo, e, para experimentar esse
poder, ele teria que partilhar dos seus sofrimentos. Paulo entendeu que essa
carreira tem no caminho os obstáculos, mas o segredo da vitória está na persistência
em correr até alcançar o prêmio que todo atleta vencedor deseja receber. O
verdadeiro cristianismo não se restringe a um triunfalismo sem a experiência de
participar da comunhão dos seus sofrimentos. Há algo que vai além do natural, e
o prêmio por essa conquista será conferido na vitória final.
A Ambição Maior de
Paulo (3.12)
Warren W. Wiersbe, em
seu Comentário Bíblico Expositivo, ao ilustrar esta escritura bíblica fez uma
comparação do cristão ao atleta. Ele escreveu assim:
Os estudiosos da
Bíblia não apresentam um consenso quanto ao esporte específico descrito pelo
apóstolo - se é uma corrida a pé ou uma corrida de carros. Na verdade, não faz
diferença, mas prefiro a imagem da corrida de carros. O carro grego usado nos
Jogos Olímpicos e em outros eventos era, na verdade, uma pequena plataforma com
um roda de cada lado. O condutor não tinha muitos lugares onde se segurar
durante o percurso na pista. Precisava inclinar-se para a frente e retesar
todos os nervos e músculos, a fim de manter o equilíbrio e controlar os
cavalos. O verbo “avançar”, em Filipenses 3.13, significa, literalmente, “se
esticar como quem está em uma corrida”, (vol. 2, p. 114)
1. Paulo utiliza a
linguagem do atleta: “Não que já a tenha alcançado”
Na linguagem
metafórica que Paulo utiliza sobre essa carreira, ele reconhece que precisa
aperfeiçoar-se como atleta. A expressão inicial do versículo 12 indica que
Paulo tinha consciência de suas limitações. Por isso, ele se vê num estádio
correndo com tantos outros corredores, mas tem convicção de que somente um
receberá o prêmio (1 Co 9.24). Não se trata de uma competição individualista
quando diz que somente um leva o prêmio. Significa que esse “um” inclui todos
aqueles que servem a Deus. Todo atleta quando está numa maratona corre para
poder alcançar o prêmio final. O apóstolo declara que neste mundo o crente é
alguém que procura avançar com denodo na carreira cristã. Paulo declara que
havia sido alcançado por Cristo e, portanto, agora procura conquistá-lo. A
busca da perfeição era a razão principal de sua vida. Os falsos obreiros
pregavam ter alcançado a perfeição e, por isso, não tinham muito que se
preocupar. Paulo refuta essa ideia afirmando que “prosseguia para o alvo”
(3.14). A doutrina de que “uma vez salvo, salvo para sempre” não encontra
respaldo no ensino de Paulo. Muito do comodismo de alguns crentes se baseia
nessa falsa ideia de “salvação perfeita”. Sabemos que a obra expiatória de
Cristo foi perfeita em relação à pena do pecado. Mas sabemos também que
precisamos cuidar da nossa salvação em relação ao poder do pecado na vida
cotidiana. Ora, isso faz com que entendamos que até a morte teremos que
continuar correndo nesta carreira.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 103-104.
Paulo, o atleta
(3.12-16)
O apóstolo usa neste
parágrafo a figura do atletismo para descrever a sua vida cristã. Ele é um
homem que tem olhos abertos para ver o mundo ao seu redor e tirar ricas lições espirituais.
Para um atleta participar dos jogos olímpicos em Atenas, precisava primeiro ser
cidadão grego. Ele não competia para ganhar a cidadania. Assim, também, nós não
corremos a carreira cristã para ganhar o céu, mas porque já somos cidadãos do
céu (3.20).
Warren Wiersbe
compreendeu bem o ensino de Paulo neste texto e nos fala sobre os elementos
essenciais para se ganhar a corrida e receber a recompensa.
Em primeiro lugar,
insatisfação (3.12-13a). O apóstolo veterano e prisioneiro de Cristo afirma:
“... não julgo havê-lo alcançado” (3.13). Em matéria de progresso rumo à perfeição,
Paulo é um irmão entre irmãos, diz J. A. Motyer.
Por ser líder, não
deixa de ser um cristão que luta como os demais para alcançar o que Deus
preparou para os Seus filhos. Paulo participa de uma corrida; ainda que não envergue
a faixa de campeão e tampouco empunhe a taça, mas deve continuar correndo, até
que esses prêmios lhe sejam atribuídos.
Embora tenha sido um
homem de Deus, um vaso de honra, um servo fiel, um instrumento valoroso na
pregação do evangelho e no plantio de igrejas, Paulo nunca ficou satisfeito com
suas vitórias espirituais. A semelhança de Moisés, ele sempre queria mais (Ex
33.18). Uma “insatisfação santa” é o primeiro elemento essencial para avançar
na corrida cristã.
Muitos cristãos estão
satisfeitos consigo mesmos ao se compararem àqueles que já estão trôpegos e
parados. Paulo não se comparava com outros, mas com Cristo. Ele ainda não chegou à perfeição (3.12), muito embora
seja perfeito, ou seja, amadurecido na fé (3.15). Uma das características dessa
maturidade é a consciência da própria imperfeição! O cristão maduro faz uma
auto-avaliaçao honesta e se esforça para melhorar.357 A luta contra o pecado
ainda não terminou, pois essa perfeição não se alcança na presente vida (Rm
7.14-24; Tg 3.2; ljo 1.8).
William Barclay nos
ajuda a entender esta palavra grega teleios, “perfeito”. Ela era empregada não
apenas para a absoluta perfeição, mas também para certo tipo de perfeição, por
exemplo: 1) significa desenvolvido plenamente em contraposição ao não desenvolvido;
um homem maduro em contraposição a um jovem; 2) usa-se para descrever o homem de
mente madura em oposição a um principiante em algum estudo; 3) quando se trata
de oferendas, significa sem mácula e adequado para o sacrifício a Deus; 4)
aplicado aos cristãos, com frequência designa os batizados como membros plenos da
igreja em oposição aos que estão sendo instruídos para serem recebidos na
igreja. J. A. Motyer, citando Bengel, diz que o termo “maduro” foi tirado dos
jogos atléticos, cujo significado é “coroado como vencedor”.
Ralph M artin diz que
esse termo “perfeição” era muito usado pelos falsos mestres. Os judaizantes se
vangloriavam de sua “perfeição”, quer fosse como judeus que professavam guardar
a lei em sua inteireza, quer como judeus cristãos que se “gloriavam” da
circuncisão. Os cristãos gnósticos, por sua vez, reivindicavam serem
iluminados, como homens do Espírito. Paulo, porém, explicitamente negou aquilo
que eles afirmavam ter obtido, isto é, a “perfeição”.
A presunção
espiritual é um engano e um sinal evidente de imaturidade espiritual. A igreja
de Sardes julgava a si mesma uma igreja viva, mas na avaliação de Jesus estava morta
(Ap 3.1). A igreja de Laodicéia se considerava rica e abastada, mas Jesus a
considerou uma igrej a pobre, cega e nua (Ap 3.17). Sansão pensou que ainda
tinha força quando, na realidade, a perdera (Jz 16.20). O despertamento
espiritual de uma igreja começa não pela empáfia espiritual, mas pela humildade
e o reconhecimento de que ainda precisa buscar mais a Deus (SI 42.1,2).
Em segundo lugar,
dedicação (3.13b). O apóstolo Paulo diz: “... uma coisa faço...”. O apóstolo
Paulo tinha seus olhos fixos na meta e não se desviava de seu objetivo. Ele era
um homem dedicado exclusivamente à causa do evangelho.
Não se deixava
distrair por outros interesses. Sua mente estava voltada inteira e
exclusivamente para fazer a vontade de Deus.
A Bíblia diz que
aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus
(Lc 9.62). Marta ficou distraída com muitas coisas, mas Jesus lhe disse que uma
só era necessária (Lc 10.42). Há crentes que dividem a sua atenção com muitas
coisas. São como a semente lançada no espinheiro. Há muitos concorrentes que sufocam
a semente, e ela não frutifica (Mc 4.7,18,19).
Antes do incêndio
trágico de Chicago, em 1871, Dwight L. Moody estava envolvido com a divulgação
da Escola Bíblica Dominical, com a Associação Cristã de Moços, com encontros
evangelísticos e com várias atividades, mas, depois do incêndio, tomou o
propósito de se dedicar exclusivamente ao evangelismo. O princípio ensinado por
Paulo de “... uma coisa faço...” tornou-se realidade para ele. O resultado foi
que centenas de milhares de pessoas se renderam a Cristo.
Devemos nos
concentrar na obra de Deus como Neemias, o governador que restaurou a cidade de
Jerusalém depois do cativeiro babilônico Quando seus opositores tentaram desviar
sua atenção da obra de reconstrução, ele respondeu: “Estou fazendo grande obra,
de modo que não poderei descer...” (Ne 6.3).
Em terceiro lugar,
direção (3.13c). O apóstolo Paulo mostra a necessidade imperativa de termos
direção clara e segura nessa corrida da carreira cristã, quando diz: “... esquecendo-me
das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão”
(3.13). Quem corre em uma competição, não olha para trás, por cima do ombro, a
fim de calcular que distância já percorreu, nem como vão os concorrentes: quem
corre, fixa os olhos na meta de chegada.
O cristão não pode
ser distraído pela preocupação quanto ao passado (3.13) nem quanto ao futuro
(4.6,7).
Se Paulo não
esquecesse o passado, sua vida seria um inferno (lTm 1.12-17). Se Paulo não
abandonasse os seus pretensos méritos, não descansaria na graça de Deus (3.7). O
corredor que olha para trás, perde a velocidade, a direção e a corrida. Aquele
que lança a mão no arado e olha para trás, não é apto para o reino (Lc 9.62).
Olhar para trás num
saudosismo do passado é perigoso. A mulher de Ló, por ter olhado para trás
quando a cidade de Sodoma estava sendo destruída, desobedecendo, assim, à
orientação divina, foi transformada numa estátua de sal (Gn 19.26). O povo de
Israel, por influência dos dez espias incrédulos, quis voltar para o Egito e
pereceu no deserto.
José do Egito,
maltratado pelos seus irmãos, não guardou ressentimento; antes, quando lhe
nasceu o filho primogênito, deu-lhe o nome de Manassés, que significa “perdão”
(Gn 41.51).
Em quarto lugar,
determinação (3.14). O apóstolo Paulo ensina outro princípio para o sucesso
nessa corrida, quando diz: "... prossigo para o alvo...” (3.14). Esse
verbo usado aqui e no versículo 12 tem o sentido de esforço intenso. Os gregos
costumavam usar esse termo para descrever um caçador perseguindo avidamente a
presa. Um indivíduo não se torna um atleta vencedor ouvindo palestras, lendo livros
ou torcendo nos jogos. Antes, o atleta bem-sucedido entra no jogo e se mostra
determinado a vencer!
Ralph Martin diz que
antigamente Paulo perseguia os crentes; agora, ele persegue (como caçador) a
vocação de uma vida em Cristo. Paulo diz: “... prossigo para o alvo...”. A
palavra grega skopos, “alvo”, é encontrada somente aqui em todas as cartas
paulinas. Significa a fita diante da meta, no final da pista, à qual o atleta
dirige seu olhar. Werner de Boor diz que, embora Paulo esteja nessa corrida de forma
voluntária, ele empenha toda a sua força. Ele não é instigado nem atiçado por
trás, com ordens; mas atraído pelo alvo, pelo prêmio da vitória. Assim é o
cristão!366 Paulo era um homem determinado no que fazia: na perseguição à
Igreja, antes de conhecer a Cristo (3.6); agora, em seguir a Cristo (3.14). Se
os crentes tivessem a mesma determinação para lutar pela Igreja e pelo Reino de
Deus que têm pelos estudos, trabalho, esporte, dinheiro, haveria uma revolução
no mundo.
O que Paulo busca com
tanta determinação? O prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
William Hendriksen diz que, no final da corrida, o vencedor era convocado, da
pista ao estádio, a comparecer diante do banco do juiz a fim de receber o
prêmio. Esse prêmio consistia em uma coroa de louros. Em Atenas, desde o tempo
de Sólon, o vencedor olímpico recebia também a soma de 500 drachmai. Além de
tudo, era-lhe permitido comer a expensas do erário público, e era-lhe concedido
sentar-se no teatro em lugares de primeira classe. Na corrida terrena, o prêmio
é perecível; na celestial, o prêmio é imperecível (IC o 9.25). Na primeira,
apenas um pode vencer (IC o 9.24); na última, todos os que amam a vinda de Cristo
são vencedores (2Tm 4.8). Paulo não corre por causa de prosperidade, saúde,
sucesso ou fama. Sua ardente aspiração é Jesus. Os atletas olímpicos corriam
por uma coroa de louros, mas os cristãos correm por uma coroa imarcescível.
Muito embora a
salvação seja gratuita, somente aqueles que se esforçam entram no Reino. Werner
de Boor afirma acertadamente que o prêmio da vitória é pura dádiva. Nenhum de
nós se coloca por si mesmo em movimento rumo a Deus. Ninguém confecciona
pessoalmente o prêmio da vitória. Contudo, não obteremos esse prêmio da vitória
se permanecermos sentados à beira do estádio e refletirmos sobre ele, nem se
fizermos declarações corretas acerca dele. Tampouco somos levados até ele em um
automóvel da graça. Temos de “caçá-lo” com o empenho de todas as nossas forças.
Em quinto lugar,
disciplina (3.15,16). Paulo conclui seu pensamento, dizendo: “Todos, pois, que
somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro
modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já
alcançamos” (3.15,16).
Ralph Martin
corretamente diz que Paulo não está dizendo que a concordância com, ou a
discordância do, seu ensino seria assunto indiferente, e que aqueles que
discutiam seu ensino teriam direito às suas opiniões próprias. Paulo está ainda
utilizando a figura da corrida. A palavra grega stochein, “andemos” (3.16), é
um termo militar que significa “permanecer em linha”.
Não basta correr com
disposição e vencer a corrida; o corredor também deve obedecer às regras. Nos
jogos gregos, os juízes eram extremamente rígidos com respeito aos
regulamentos, e o atleta que cometesse qualquer infração era desqualificado.
Não perdia a cidadania (apesar de desonrá-la), mas perdia o privilégio de
participar e de ganhar um prêmio. Em Filipenses 3.15,16, Paulo enfatiza a importância
de os cristãos lembrarem as “regras espirituais” que se encontram na Palavra,
diz Warren Wiersbe.
Mais tarde, o
apóstolo Paulo ensinou esse mesmo princípio a Timóteo: “Igualmente, o atleta
não é coroado se não lutar segundo as normas” (2Tm 2.5). Um dia, todo cristão vai
se encontrar diante do tribunal de Cristo (Rm 14.10-12). O termo grego para
“tribunal” é bema, a mesma palavra usada para descrever o lugar onde os juízes
olímpicos entregavam os prêmios. Se nos disciplinarmos a obedecer às regras,
receberemos o prêmio. Cada atleta é julgado pelo júri. Um dia compareceremos
diante do tribunal de Cristo para sermos julgados.
Ben Johnson, na
Olimpíada de Barcelona, perdeu a medalha de ouro na corrida dos cem metros após
constatarem que ele violara as regras. Teve de devolver a medalha e perdeu a
posição.
A Bíblia está cheia
de exemplos de pessoas que começaram em a corrida, mas não chegaram ao fim por
não levarem as regras de Deus a sério. Devemos correr sem carregar pesos inúteis
do pecado e olhar firmemente para Jesus, o nosso alvo.
LOPES,
Hernandes Dias. Filipenses: a alegria
triunfante no meio das provas. Editora Hagnos. pag. 204-210.
A julgar pelo uso
frequente de metáforas esportivas em seus escritos, o apóstolo Paulo deve ter
sido um fã de esportes. Falando de seu desejo de ser eficaz em sua vida cristã,
Paulo escreveu: "Eu caixa de tal forma, não como batendo no ar" (1
Cor. 9:26 b). Ele descreveu a vida cristã aos Efésios como uma luta
"[pálido, um combate de wrestling ou luta] ... não é contra carne e sangue,
mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do maldade nas regiões celestes "(Efésios
6:12). No que pode ser considerado o seu epitáfio, Paulo declarou, triunfante,
"Combati o bom combate" (2 Tm 4:7;... Cf 1 Tm 6:12). Em uma alusão
aos Jogos Ístmicos (realizada em Corinto e em segundo em importância apenas
para os Jogos Olímpicos), ele lembrou aos Coríntios:
"Todos os que
competem nos jogos de exercícios auto-controle em todas as coisas. Eles, então,
fazê-lo para receber uma coroa corruptível, mas nós uma incorruptível "(1
Cor. 9:25).
Mas metáfora favorita
de Paulo atlético é o de uma corrida. Ele declarou aos anciãos de Éfeso:
"Mas eu não considero a minha vida de qualquer conta como preciosa para
mim, para que eu possa terminar minha carreira e o ministério que recebi do
Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus "(Atos
20:24). Para os romanos, ele escreveu:
"Assim, pois,
não depende do que quer, ou o homem que corre, mas em Deus que tenha
misericórdia" (Rm 9:16). Lembrando aos Coríntios dos atletas dedicados que
competiram nos Jogos Ístmicos, o apóstolo escreveu: "Não sabeis que
aqueles que correm no estádio, todos correm, mas só um ganha o prêmio? Correi
de tal maneira que você pode ganhar .... Por isso eu corro de tal forma, como
não sem objetivo "(1 Cor. 9:24, 26). Em Gálatas 2:02 Paulo expressou seu
"medo de que [ele] pode ser executado, ou não tivesse corrido em
vão", enquanto em Gálatas 5:07, lamentou aos Gálatas: "Você estava correndo
bem, quem vos impediu de obedecer a verdade? "No fim de sua vida, Paul
poderia declarar:" Eu terminei o curso, eu guardei a fé "(2 Tm. 4:7).
É que a metáfora da vida cristã como uma corrida, expressa no verso familiarizado
XIV ("Eu prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em
Cristo Jesus"), que é o tema de Filipenses 3:12 -21. A passagem revela
interesse apaixonado de Paulo para o crescimento espiritual.
A passagem anterior
(3:4-11) descreveu a transformação de Paulo quando ele encontrou Cristo
ressuscitado no caminho de Damasco e compreendeu o evangelho. Nessa passagem,
poderosa e comovente, o apóstolo recitou suas impressionantes credenciais
religiosas. Então, dramaticamente, ele declarou que, em comparação com o valor
eminente ciência de Jesus Cristo, com as realizações foram apenas lixo. Paul
trocaram seus inúteis realizações humanas para o conhecimento, poder, justiça, fraternidade,
e a glória do Senhor Jesus Cristo.
Alguns em Filipos
poderia ter assumido erroneamente que, tendo ganho os benefícios maravilhosos,
Paulo havia atingido a perfeição espiritual.
Os judaizantes também
pode ter ensinado aos Filipenses que a perfeição espiritual foi possível por
ser circuncidados e guardar a lei. Havia também os hereges (precursores dos
gnósticos do século II), que ensinou que a perfeição espiritual aguardava
aqueles que atingiram um certo nível de conhecimento.
Para combater essas
ideias falsas, Paulo rapidamente acrescenta essa passagem, que é uma declaração
forte de perfeição espiritual. Embora fosse uma nova criatura (2 Coríntios
5:17.), Com um novo coração (Ez 36:26), uma nova disposição que a santidade
fortemente desejado (Rom. 7:22, 2 Coríntios 4:16;. Ef. 3:16), foi unido com
Cristo (Gl 2:20), possuía uma mente renovada (Rm 12:2;. Ef 4:23), tinha a mente
de Cristo (1 Co 2:16), tinha. pé direito diante de Deus (Rm 8:1), havia sido
justificado (Rm 5:1), haviam sido perdoados (Efésios 1:7), teve a justiça de
Cristo imputada a ele (2 Coríntios.
5:21), e foi habitado
pelo Espírito Santo (Rm 8:9, 11, 1 Coríntios 3:16,.. 2 Tm 1:14), Paulo não era
perfeito. Ele ainda estava sujeito à tentação, ainda possuía sua carne não
redimida, e ainda era um pecador (cf. Rm 7:14-25; 1.Tim 1:15.). Longe de ter
obtido a perfeição, ele estava perseguindo-o com toda a força. Como Pedro,
Paulo compreendeu que a vida cristã é um processo ao longo da vida de
"crescer [ndo] na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo" (2 Pedro 3:18;. Cf 1 Pedro 2:1-2).
Esta passagem é um
golpe devastador para a falsa doutrina do perfeccionismo que ainda prevalece em
algumas denominações e igrejas.
Perfeccionismo é o
ensinamento que os crentes podem chegar a um lugar de perfeição espiritual e
moral nesta vida. Os perfeccionistas ensina que em uma segunda obra da graça,
os crentes podem instantaneamente ser feita sem pecado. Alguns vão mesmo ao
ponto de ensinar a erradicação da natureza pecaminosa. Mas o apóstolo Paulo,
sem dúvida, o mais empenhado, dedicado, cristão espiritualmente maduro que já
viveu, confessou prazer que ele falhou em alcançar a perfeição espiritual de
trinta anos após sua conversão. E que a confissão era uma evidência clara de
sua verdadeira espiritualidade e madura. Quem, então, poderia fazer uma
reivindicação legítima de ter feito isso? Para manter a ficção de que eles
tenham alcançado a perfeição sem pecado, os perfeccionistas são forçados a
fazer uma distinção bíblica entre o pecado intencional e "erros." Mas
a Escritura ensina que qualquer violação da lei de Deus, qualquer que seja a
intenção é pecado. Nenhum cristão nunca vai se tornar perfeito nesta vida, que
espera a redenção do corpo (Romanos 8:23). A perfeição nesta vida será sempre
uma meta, nunca uma conquista. Se dissermos que não pecamos, fazemos de Deus um
mentiroso, porque Ele diz o que fazemos (1 João 1:7-9).
Alguns podem
questionar por que eles deveriam se preocupar em buscar o crescimento
espiritual. Afinal, os crentes são prometeu "uma herança que é imperecível
e imaculado e não vai desaparecer, reservada nos céus para [eles]" (1
Pedro 1:4). Mas essa questão é um ponto discutível. Filhos espirituais, como as
crianças físicos, não pode deixar de crescer (cf. 1 Pedro 2:1-2), pois eles têm
um desejo interno e unidade para o crescimento.
Além disso, existem várias
razões que os cristãos devem crescer espiritualmente. Primeiro, ele glorifica a
Deus. Em segundo lugar, fornece evidências de que sua salvação é genuína. Em
terceiro lugar, adorna e faz com que a verdade visível de Deus aos outros (cf.
Tito 2:10). Em quarto lugar, ele traz a certeza da salvação. Em quinto lugar,
ele preserva os crentes da tristeza e do sofrimento associado com imaturidade
espiritual. Sexta, protege a causa de Cristo de reprovação. Sétimo, que produz
alegria na vida dos crentes. Em oitavo lugar, que os prepare para o ministério
aos outros no corpo de Cristo. Finalmente, realça o seu testemunho ao mundo
perdido.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
I - A
ASPIRAÇÃO PAULINA
1. “Prossigo para o alvo”.
Determinação (Fp 3
:14)
"Prossigo!"
O mesmo verbo é usado em Filipenses 3:12, e tem o sentido de esforço intenso.
Os gregos costumavam usar esse termo para descrever um caçador perseguindo avidamente
a presa. Um indivíduo não se torna um atleta vencedor ouvindo palestras, lendo
livros ou torcendo em jogos. Antes, o atleta bem-sucedido entra no jogo e se
mostra determinado a vencer! O mesmo zelo que Paulo manifestava ao perseguir a Igreja
(Fp 3:6) pode ser observado em seu serviço a Cristo. Aliás, não seria
maravilhoso se os cristãos demonstrassem tanta determinação em sua vida
espiritual quanto demonstram quando vão à academia ou jogam futebol no fim de
semana?
Vemos aqui dois
extremos a serem evitados: (1) "eu devo fazer tudo!"; e (2)
"Deus deve fazer tudo!" O primeiro descreve o ativista; o segundo, o
quietista, e os dois estão condenados a fracassar. "Deus cuidará de
tudo!" pode ser um lema de efeito, mas não descreve inteiramente o
processo da vida cristã. Que capitão diria a seu time:
- Muito bem, pessoal,
vamos deixar o técnico cuidar de tudo!
No entanto, nenhum
capitão diria aos demais jogadores:
- Ouçam apenas o que
eu digo e esqueçam o técnico!
Os dois extremos
estão errados.
O corredor cristão
com disposição espiritual sabe que Deus deve operar nele e capacitá-lo para
vencer a corrida (Fp 2:12,
3). "Porque sem
mim nada podeis fazer" (Jo 15:5). Deus opera em nós para que possa operar
por meio de nós. Quando o indivíduo dedica-se às coisas da vida espiritual, Deus
lhe dá maturidade e o fortalece para a corrida. "Exercita-te,
pessoalmente, na piedade" (1 Tm 4:7, 8). Alguns cristãos ficam tão
ocupados "morrendo para si mesmos" que não voltam à vida para
completar a carreira! Outros estão tão certos de que podem se dar bem sozinhos
que nunca fazem uma pausa para ler a Palavra, orar nem pedir o poder do Senhor.
Que alvo é esse rumo
ao qual o corredor prossegue com tanta determinação espiritual?
"O prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3:14). Quando alcançar o
alvo, receberá a recompensa!
Mais uma vez, Paulo
não está sugerindo que o céu se alcança pelo esforço próprio, mas apenas que,
assim como o atleta é recompensado por seu desempenho, o cristão fiel também
será coroado quando Jesus Cristo voltar. (Ver 1 Co 9:24-27, um texto paralelo, e
observar que, ao contrário da corrida em que somente um atleta recebe o prêmio,
todos os cristãos podem receber a recompensa.
Além disso, a coroa
de louros dos Jogos Olímpicos murchava, mas a coroa que Cristo dá é
imarcescível.) O mais importante é alcançar o objetivo que Deus estabeleceu para
cada um. Não importa qual seja o sucesso aos olhos dos homens, não haverá recompensa
se não "[conquistar] aquilo para o que também [foi] conquistado por Cristo
Jesus" (Fp 3:12).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 107.
14. O alvo (skopos,
de skopeo, "olhar fixamente para"). Aquilo em que os olhos estiveram
fixos. Distração seria fatal. (Alguns sugerem que a metáfora se refere a uma
corrida de carros.) Se a perfeição final é o alvo do corredor (aquilo que evita
que se desvie do seu curso), é também o seu prêmio. O prêmio pertence àqueles
que correspondem de todo o coração à soberana vocação de Deus (afastando-se do
ego na direção de novas alturas de realizações espirituais) em Cristo Jesus.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 24.
Como observado
anteriormente, este versículo é o coração da passagem. O verbo tempo presente
traduzido prossigo esforço contínuo denota Paulo para perseguir o "sonho
impossível" e derrotar o "inimigo do imbatível." O significado
da raiz da preposição kata (direção) é "para baixo".
Paulo expressou
novamente seu foco single-minded , dizendo: "Eu sempre carregar para baixo
na meta (skopos;" uma marca em que para fixar os olhos ")."
Esse prêmio foi o que
o motivou a correr para vencer (1 Cor. 9:24). Os crentes não receberá o prêmio
(a semelhança de Cristo, com todos os seus benefícios eternos), até a chamada
(lit. "acima", denotando tanto a origem da chamada e para onde ele
leva) para cima de Deus em Cristo Jesus inaugura-los em gloriosa presença de
Deus no céu. Como mencionado acima, a perfeição não é atingível nesta vida. A
linha de chegada é o limiar do céu, onde as recompensas serão entregues (cf. Mt
5:12;. Lucas 6:23;. 1 Coríntios 3:12-15). Não é até que Cristo "aparece,
[que] nós seremos semelhantes a Ele, porque nós vamos vê-Lo como Ele é" (1
João 3:2).
Como um corredor
triunfante bombeamento seu punho no ar, como ele se aproxima da linha de
chegada, Paulo declarou, no final de sua vida, "Combati o bom combate,
terminei o curso, eu guardei a fé;, no futuro, é reservada para mim a coroa da
justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia "(2 Tm. 4:7-8).
Apenas "no futuro" no céu que Paulo receberá "a coroa da
justiça" (a justiça de Cristo aperfeiçoados nele), e somente então ele iria
receber o prêmio que ele tão diligentemente perseguido.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
2. O sentimento de
incompletude de Paulo.
Paulo diz
literalmente: “não julgo havê-lo alcançado”. Expressão típica de quem não se dá
por satisfeito com o que já tem feito. Sua satisfação era completa em relação
ao Senhor Jesus, que era a razão de sua vida e ministério. Mesmo com toda a
convicção de vitória e de conquista obtidos ao longo da vida cristã, Paulo não
se deixava enganar com uma falsa segurança. Ele entendia que não há completude
no meio da carreira. É preciso ir até o final. O galardão está guardado para o
final mediante a vitória final.
Note o que o texto
diz: “Não que eu o tenha já recebido” (v. 12a, ARA). Ora, o que isso quer
dizer? Significa que nesta vida terrena ninguém alcançará o prêmio. O alvo do
evangelho é o prêmio final, depois da morte e no Tribunal de Cristo (2 Co
5.10). Por isso, quem está na carreira não deve parar no meio do caminho, nem
deve acomodar-se à ideia de contentar-se com o que já tem recebido. Esse
comodismo produz letargia e negligência. Paulo sabia que havia muita coisa a
ser conquistada, por isso deixou bem claro que não corria sem meta. Aos
coríntios, Paulo disse: “... luto, não como desferindo golpes no ar” (1 Co
9.26, ARA). A vida de comunhão com o Senhor promove o desejo de querer mais e
mais no campo da vida espiritual. A despeito de estar preso, Paulo ansiava por
alcançar o alvo, no sentido de conhecer mais e mais ao Senhor.
“Não que [...] tenha
já obtido a perfeição” (v. 12, ARA). Na realidade, ninguém alcança a perfeição
nesta vida, mas a exortação é para que busquemos ser perfeitos. Paulo estava
afirmando aos fili- penses que ele não tinha a presunção de se apresentar como
alguém que já tivesse alcançado a perfeição. O prêmio para o apóstolo Paulo era
Cristo. Não se tratava de qualquer outro coisa ou beneficio espiritual. Sua
ambição maior era conquistar a Cristo. Essa expressão paulina quebra a ideia
equivocada de “uma vez salvo, salvo para sempre” em que o cristão não tem mais
com que se preocupar, porque já alcançou o prêmio. Entendemos que a salvação é
dinâmica e que, em relação à pena do pecado, ela é perfeita e realizada; em
relação ao presente, a salvação é progressiva e requer que o cristão seja fiel
até a morte para conquistar o prêmio final (Ap 2.10).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 104-105.
A Magnífica Obsessão
De Paulo
1. Todos os seus
esforços concentravam-se nessa «única coisa»: conquistar o «prêmio» (vs. 14).
2. Isso ele tentava
fazer através da absoluta dedicação pessoal à corrida. Desvencilhara-se de
todas as cargas, e estava pronto e ansioso por saltar por cima de quaisquer
obstáculos. Sua m ente concentrava-se exclusivamente na sua tarefa. Não olhava
para trás, porquanto se esquecera das «coisas passadas».
3. Seus olhos estavam
fixos no prêmio celeste, e cada músculo estava retesado ao máximo, a fim de que
pudesse ser um vencedor. Paulo entrara na corrida a fim de vencer.
Essa atitude de Paulo
pode ser equiparada com a de Agostinho. Quando lhe perguntaram : «O que mais queres
saber?», ele retrucou: «Deus e a alma». «Somente isso?», veio a pergunta admirada.
«Somente isso!» foi a resposta pronta de Agostinho. E todos os escritos de
Agostinho, tanto os filosóficos como os teológicos, salientam a sua convicção.
Uma dedicação total·.
Conta-se a história de um homem, que vivia nos países frios do hemisfério
norte, o qual, em tempo de inverno, ao chegar à beira de um rio gelado, não
tinha maneira de saber qual a espessura do gelo. Tem ia que se começasse a
andar por cima do gelo, este se partiria e ele seria engolido pelas águas
gélidas do rio. Assim, para distribuir melhor o seu peso, deitou-se de bruços
sobre 0 gelo e foi-se arrastando lentamente na direção do centro do rio.
Repentinamente, por detrás, ouviu um barulho terrífico, e, levantando a vista, viu
um idoso homem negro, com um a parelha de cavalos, que puxavam um vagão
carregado de mercadorias, e que estava chegando à beira do rio. Lá se foi o
homem por sobre o rio gelado, com os cavalos e o vagão sobrecarregado, sem a menor
hesitação.
Ao ver isso,
lentamente, ressabiado, o homem se levantou e atravessou por sobre o gelo, em
passadas firmes, o que restava para chegar ao outro lado.
Paulo se assemelhava
ao homem que chegou à beira do rio com os cavalos, e o vagão carregada e que
começou a cruzar o rio gelado sem a menor hesitação, deixando-nos o exemplo.
Ele mostrou-nos total dedicação e não uma atitude tímida, encorajando-nos com o
seu exemplo a fazermos o mesmo.
A maioria das pessoas
se dedica parcialmente ao Senhor, por causa de seus outros motivos, como o
dinheiro, a ambição, a emulação e o senso de segurança carnal, que são coisas
que as atraem. Mas, que segurança temos na vida presente, afinal de contas?
Esse é um alvo elevadíssimo: conhecer a Cristo e obter o alvo para o qual fomos
conquistados por Cristo. Se eu o conheço em minha experiência, então o meu
grande motivo será o alvo que ele tem para mim, não servindo eu de alvo para
mim mesmo.
«... não julgo
havê-lo alcançado...» são palavras que reiteram a ideia do versículo anterior.
Todavia, devemos dar atenção ao enfático «eu» (no grego, «ego») e «...a mim...»
(no grego, «emauton», isto é, «eu mesmo»). Isso assinala a avaliação fixa que
Paulo fazia de si mesmo. Era assim que ele se estimava, não havendo qualquer esperança
de vir ele a avaliar-se de outra maneira.
«...julgo...» No
original grego é «logidzomai», que significa «considero-me », «reputo-me»,
palavra usada com frequência nos escritos de Paulo, expressando o poder e
o processo do raciocínio que subjaz tudo quanto está sendo «avaliado» ou
«aquilatado», conforme essa palavra também pode significar.
«.. .esquecendo-me
das cousas que para trás ficam...» Isso é, tudo quanto ficava no passado, em
sua experiência cristã, ou em qualquer porção de sua experiência, incluindo a
sua vida passada , quando ainda estava no farisaísmo. Paulo passara por
sucessos e fracassos, por alegrias e desapontamentos, por tristezas e consolos;
mas agora, tudo isso era passado. Na qualidade de fundista cristão, ele não se
conservava olhando para trás, porquanto isso só serviria para tornar mais lento
o seu progresso espiritual; antes, olhava constantemente para a frente, mirando
o alvo e o prêmio. Não considerava ele a velocidade e a facilidade com que
chegara até aquele ponto, como se isso fosse algo significativo; somente ao
atingir o alvo e o sucesso final é que um homem realmente p ode considerar-se bem-sucedido.
Ter alguém começado
bem também não é o bastante; aquele que chega primeiro ao fim da pista é que é
declarado vencedor, e esse é quem recebe o prêmio. Não é que Paulo se
envergonhasse do que acontecera antes, e nem se orgulhava ele de suas
realizações passadas, mas é que não desejava ter qualquer senso de autossatisfação
que pudesse enfraquecer a sua determinação de atingir o alvo final.
«.. .avançado. ..»
Essa tradução não consegue reter a metáfora que aparece no original grego. O grego
diz, literalmente, «esticando-me», dando a entender um violento esforço para a
frente. No grego temos o vocábulo «epekteinomai», que quer dizer «esticar-se».
A postura inclinada para a frente, de todos os corredores, está aqui em foco. E
é com essa metáfora que Paulo nos dá a entender o seu tremendo esforço.
«...para as que
diante de mim estão...» As «coisas à frente» serviam para aumentar o seu
conhecimento de Cristo e a sua estatura em Cristo. Isso permitia que ele fizesse
aquilo que servia para fomentar a causa do Senhor e do evangelho, ao mesmo
tempo que permitia que ele mesmo—Paulo—, fosse sendo transformado segundo a
imagem de Cristo, podendo assim atingir a mesma herança que Cristo tem (ver
Rom. 8:17,29). Ele corria «...olhando firmemente para o Autor e Consumador da
fé, Jesus...» (Heb. 12:2).
«O corpo do corredor
se inclina para a frente, sua mão se estende na direção do alvo, e seus olhos
se fixam no mesmo». (Vincent, in loc.).
«O olhar vai adiante
e puxa a mão, e a mão atrai o pé». (Bengel, in loc.).
A expressão aqui
utilizada por Paulo foi utilizada pela linguagem dos desportistas, porquanto
chamamos a porção final de um a pista decorridas, imediatamente antes do alvo
final, de «home-stretch» (no inglês), ou «reta de chegada».
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 52-53.
13. Os versículos 13,
14 alargam o pensamento de 3:12. O estado do "não ainda" da perfeição
cristã destrói a complacência e exige uma busca esforçada. Quanto a mim pode
implicar em um contraste com a auto-apreciação dos outros. A metáfora é sobre
uma corrida. A expressão concisa, mas uma coisa, expressa "singeleza de
propósito e concentração de esforços" (Michael, pág. 160).
Esquecendo-me das
coisas que para trás ficam. As realizações do passado de sua carreira cristã,
que poderiam provocar a auto-satisfação e uma redução no ritmo da marcha.
Avançando descreve
pitorescamente o corredor que apela para todas as forças que ainda lhe restam e
inclina-se na direção do alvo (assim, nossa reta de chegada).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 24.
3. O engano da
presunção espiritual.
A presunção refere-se
à ideia de ter alcançado a perfeição e não se faz necessário mais qualquer
outro esforço. Ê presunção acreditar que a obra de salvação não requer mais
nada do crente.
Quanto ao que Cristo
fez, foi perfeito e completo. Quanto ao que temos que fazer, refere-se à
manutenção da obra salvadora. Por isso, o verbo “prosseguir” implica ação
contínua e estimula a lutar pelo prêmio final.
Paulo não se deixou
enganar com a ideia de ter alcançado a perfeição, mas ele prosseguia na
conquista. Os falsos mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado a
perfeição, por isso, reivindicavam ser iluminados e que não tinham mais nada a
fazer. Paulo refutou essa ideia demonstrando que a conquista da perfeição será
para aquele que chegar ao alvo.
“Prossigo” (v. 14) é
forma verbal que implica determinação da parte do apóstolo. Uma determinação
pessoal com o sentido de esforço intenso de não desistir mesmo enfrentando
obstáculos e dificuldades na carreira. Esse verbo lembra uma lenda acerca das
maratonas gregas. Um jovem sonhava em correr numa daquelas famosas maratonas,
mas a participação requeria que ele pagasse um preço alto que somente
corredores de elite podiam participar. Mas o jovem não desistiu do sonho. Seu
pai vendeu tudo o que tinha para pagar o ingresso entre os corredores. O jovem,
então, preparou-se fora das pistas de corrida, correndo pelos montes e vales
até chegar o dia da maratona. Apresentou-se como corredor, pagou o ingresso e
se pôs a correr entre os demais corredores. Esse jovem era desconhecido. Seu
nome era desconhecido e ninguém imaginava que aquele jovem faria a diferença na
maratona. Com a força nas pernas e uma capacidade enorme de respiração, o jovem
corredor ultrapassou a todos os corredores. O povo começou a aclamar o nome do
novo corredor e lançar flores, palmas e pepitas de ouro aos seus pés. O jovem
ao ver as pepitas de ouro lançadas aos seus pés começou a abaixar-se para pegar
as pepitas de ouro e, então, caiu em velocidade e os demais corredores
começaram a aproximar-se dele, quase o alcançando. Seu pai, desesperado,
começou a gritar pelo nome do filho e pedir que ele prosseguisse na carreira e
se esquecesse das pepitas de ouro. O velho pai, para chamar a atenção do filho,
tomou de uma adaga e cortou o pulso para escorrer sangue para que o filho visse
e não parasse, mas prosseguisse até o final. Por fim, o filho entendeu a
mensagem do pai que deveria prosseguir sem parar, porque o que importava era o
prêmio no final da carreira. Portanto, na carreira cristã devemos prosseguir
até o fim.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 105-107.
Em suas epístolas,
Paulo usa várias ilustrações para comunicar a verdade acerca da vida cristã.
Quatro tipos de imagens destacam-se em particular: a militar ("Revesti-vos
de toda a armadura"), a arquitetônica 8 ("Fiabitação de Deus"),
a agrícola ("Aquilo que o homem semear, isso também ceifará") e a
atlética. Neste parágrafo, Paulo é o atleta. Os estudiosos da Bíblia não
apresentam um consenso quanto ao esporte específico descrito pelo apóstolo - se
é uma corrida a pé ou uma corrida de carros. Na verdade, não faz diferença, mas
prefiro a imagem da corrida de carros. O carro grego usado nos Jogos Olímpicos
e em outros eventos era, na verdade, uma pequena plataforma com uma roda de
cada lado. O condutor não tinha muitos lugares onde se segurar durante o
percurso na pista. Precisava inclinar-se para frente e retesar todos os nervos
e músculos, a fim de manter o equilíbrio e controlar os cavalos. O verbo "avançar",
em Filipenses 3:13, significa, literalmente, "se esticar como quem está em
uma corrida".
É importante observar
que Paulo não diz como alcançar a salvação. Se fosse o caso, o apóstolo estaria
descrevendo a salvação pelas obras ou por esforço próprio, o que seria uma
contradição com as palavras dos onze primeiros versículos de Filipenses 3. A fim
de participar das competições na Grécia, o atleta deveria ser cidadão grego.
Não competia para obter a cidadania. Em Filipenses 3:20, Paulo lembra seus
leitores de que "nossa pátria está nos céus". Uma vez que já somos
filho de Deus por meio da fé em Cristo, temos a responsabilidade de
"completar a carreira" e de alcançar os objetivos que Deus estipulou
para nós. Trata-se de uma ilustração clara de Filipenses 2:12, 13:
"desenvolvei a vossa salvação [...] porque'' Deus é quem efetua em vós
tanto o querer como o realizar". Cada cristão está em uma pista de corrida;
cada um tem uma raia específica, dentro da qual deve correr, e cada um tem um
objetivo a alcançar. Quem alcançar o objetivo que Deus planejou será
recompensado.
Quem falhar, perderá
a recompensa, mas não a cidadania (ver 1 Co 3:11-15, em que a mesma ideia é
apresentada usando uma imagem arquitetônica). Todos desejamos ser
"cristãos vitoriosos" e cumprir os propósitos para os quais fomos salvos.
Quais são os elementos essenciais para vencer a corrida e, um dia, receber a recompensa
prometida?
1. Insatisfação (Fp 3
:12, 13 a)
"Não julgo
havê-lo alcançado." Essa é uma declaração de um cristão consagrado que nunca
se deu por satisfeito com suas realizações espirituais. É evidente que Paulo estava
satisfeito com Jesus Cristo (Fp 3:10), mas não com a própria vida cristã. Uma
"insatisfação santa" é o primeiro elemento essencial para avançar na
corrida cristã.
Harry saiu do
escritório do gerente com uma expressão tão desconsolada que, por pouco, não
fez murchar as rosas na mesa da secretária.
- O que aconteceu?
Você foi demitido?
- perguntou ela.
- Não. Mas ele
arrasou comigo por causa de minhas vendas. Não consigo entender; no último mês
recebi uma porção de pedidos e pensei que ele me elogiaria. Em vez disso,
mandou que eu melhorasse meu desempenho.
Mais tarde, a
secretária conversou com o chefe sobre Harry. O chefe riu e disse: - O Harry é
um dos nossos melhores vendedores e não gostaria de perdê-lo. Mas ele tem a
tendência de descansar em seus louros e de se contentar com seu desempenho.
Se eu não o deixasse
irritado comigo uma vez por mês, não venderia tanto. Muitos cristãos
contentam-se com a própria situação, pois comparam sua "carreira" com
a de outros cristãos, normalmente com a dos que não fazem grande progresso. Se Paulo
tivesse se comparado com outros, seria tentado a se orgulhar e, talvez, a
relaxar um pouco. Afinal, eram poucos os cristãos de seu tempo que haviam tido
experiências como as dele! Mas Paulo não se comparou com outros; antes, se
comparou consigo mesmo e com Jesus Cristo! O uso dos termos perfeição e
perfeitos, em Filipenses 3:12 e 15, explica seu raciocínio. Ainda não alcançou
a perfeição (Fp 3:12), mas já é "perfeito" [maduro] (Fp 3:15), e uma
das características dessa maturidade é a consciência da própria imperfeição! O
cristão maduro faz uma auto avaliação honesta e se esforça para melhorar.
Em várias ocasiões, a
Bíblia adverte sobre o perigo de iludir-se quanto à própria condição
espiritual. É dito da igreja de Sardes:
"tens nome de
que vives e estás morto" (Ap 3:1). Sua reputação não correspondia à realidade.
A igreja de Laodicéia vangloriava-se de sua riqueza, mas aos olhos de Deus era
"infeliz [...] miserável, pobre, [cega] e [nua]" (Ap 3:17). Ao
contrário da igreja de Laodicéia, os cristãos de Esmirna consideravam- se
pobres, quando, na verdade, eram ricos! (Ap 2:9). Sansão pensou que ainda tinha
força quando, na realidade, a havia perdido (Jz 16:20).
Mas, ao realizar essa
auto-avaliação, corre-se o risco de cair em dois extremos: (1) considerar-se
melhor do que é; ou (2) considerar-se pior do que é. Paulo não se enganava a
respeito de si mesmo; ainda precisava "prosseguir" a fim de
"conquistar aquilo para o que também [foi] conquistado por Cristo
Jesus". Uma insatisfação divina é essencial para o progresso espiritual.
"Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma.
A minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?" (SI
42:1, 2).
2. Dedicação (Fp 3
:13 b)
"Uma coisa"
- essa é uma expressão importante para a vida cristã. "Só uma coisa te falta",
disse Jesus para o jovem rico que se considerava justo (Mc 10:21). "Pouco
é necessário, ou mesmo uma só coisa", explicou para Marta quando ela
criticou sua irmã (Lc 10:42). "Um a coisa sei", exclamou o homem que
passou a ver pelo poder de Cristo (Jo 9:25). "Uma coisa peço ao Senhor, e
a buscarei", testemunhou o salmista (SI 27:4).
Muitos cristãos estão
envolvidos demais com "várias coisas", quando, na verdade, o segredo do
progresso é concentrar-se em "uma coisa". Foi a partir dessa decisão
que a vida de D. L. Moody mudou. Antes do incêndio trágico de Chicago, em 1871,
Moody estava envolvido com a divulgação da Escola Bíblica Dominical, com a
Associação Cristã de Moços, com encontros evangelísticos e com várias outras
atividades, mas, depois do incêndio, tomou o propósito de se dedicar exclusivamente
ao evangelismo. A declaração "Mas uma coisa faço" tornou-se realidade
para ele e, como resultado, milhões de pessoas ouviram o evangelho.
O cristão deve
dedicar-se a "correr a carreira cristã". Nenhum atleta é bem-sucedido
ao fazer de tudo; seu sucesso deve-se a sua especialização. Existem uns poucos
atletas proficientes em vários esportes, mas constituem uma exceção. Os
vencedores são os que se concentram e mantêm os olhos fixos em seu objetivo,
sem deixar que coisa alguma os distraia. Dedicam-se inteiramente a seu chamado.
Como Neemias, o governador que reconstruiu os muros de Jerusalém, respondem aos
convites que podem distraí-los dizendo: "Estou fazendo grande obra, de modo
que não poderei descer" (Ne 6:3). Um "homem de ânimo dobre [é]
inconstante em todos os seus caminhos" (Tg 1:8). A concentração é o
segredo do poder. Se um rio transborda além de suas margens, a região ao redor
transforma-se em um pântano, mas se esse rio é represado e controlado, torna-se
fonte de energia. Trata-se única e exclusivamente de uma questão de valores e
de prioridades, de viver em função do que é mais importante.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 114-116.
Para não dar a
impressão de que ele já tivesse chegado, Paulo indica cuidadosamente que ele
ainda estava muito envolvido na corrida da vida. Essa advertência contra a má
interpretação foi causada pela influência dos perfeccionistas complacentes que
se propagava grandemente na igreja.
12. Aquilo que Paulo
não tinha ainda recebido era a experiência do conhecimento final e completo do
seu Senhor (vs. 8-11). Perfeição define melhor o seu alvo. A perfeição aqui
seria o pleno conhecimento e a conformidade perfeita. O versículo 12b pode ser
assina parafraseado, "mas eu prossigo esforçadamente para ver se de algum
modo poderei conquistar e tomar a posse (katalumbano é usado nos papiros
tratando-se de colonizadores tomando posse de terras) daquilo para o que fui
conquistado (o mesmo verbo acima) por Cristo Jesus na estrada de Damasco".
Deus tinha um propósito na conversão de Paulo, e Paulo desejava intensamente
que esse propósito pudesse ser inteiramente realizado em sua experiência. Muitos
comentadores consideram eph'ho como significando "porque", o que
acentuaria então o motivo (não o alvo) do esforço de Paulo (cons. C.F.D. Moule, Idiom Book, pág. 132).
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 23.
II - A
MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3,15,16)
1. Somos perfeitos
(3.15)?
Em que sentido somos
perfeitos? (3.15)
Quando o apóstolo
disse “todos quantos já somos perfeitos” estava, de fato, fazendo distinção com
os falsos cristãos influenciados pelo gnosticismo que se vangloriavam de sua
“perfeição”, tanto judeus como gentios. Os judeus se vangloriavam da circuncisão.
Os gentios cristãos se vangloriavam de ter alcançado a perfeição e, por isso,
se sentiam completos e mais iluminados no conhecimento espiritual. Os gnósticos
entendiam que haviam alcançado um estado de perfeição, mediante a sua
filosofia, e por isso, não precisavam exercer qualquer esforço para obter a
perfeição.
Por outro lado, Paulo
— que havia acabado de negar a ideia de perfeição alcançada (v. 12) —, explica
o termo “perfeito”, o qual ganha um sentido especial no contexto das palavras
do apóstolo para referir-se à ’’maturidade”.
Num sentido especial,
todos alcançamos a perfeição mediante a obra perfeita de Cristo no Calvário.
Nesse sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Porém, o contexto do
ensino de Paulo indica que o vocábulo “perfeito” refere-se à maturidade
espiritual. A vida cristã tem um caráter progressivo e requer que “andemos de
acordo com o que já alcançamos” (3.16, ARA).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 107.
A palavra «...perfeitos...»
se deriva da mesma palavra básica que, no décimo segundo versículo, aparece
como aquela perfeição de Deus que devem os procurar. Quanto a isso, consideremos
os pontos abaixo discriminados:
1. É possível que
Paulo tenha usado esse termo, «perfeitos», ironicamente, neste versículo, como
um a espécie de repreensão contra aqueles que supunham que já haviam atingido a
perfeição. Nesse caso, é como se Paulo tivesse dito: «Se realmente sois
perfeitos, então demonstrai-o com a mesma dedicação intensa que aqui descrevo».
2. É mais provável,
entretanto, que esse termo tenha sido usado pelo apóstolo com o sentido
secundário de «maturidade». Aqueles que têm crescido em Jesus Cristo deveriam
sempre ser caracterizados por um elevado esforço espiritual, conforme Paulo
acabara de descrever.
3. Talvez haja aqui a
sugestão que a única perfeição possível, nesta esfera terrena, seja a
«dedicação intensa» aqui descrita. Aqueles que demonstram essa forma de
perfeição e maturidade mostram que se acham bem avançados, na estrada da
obtenção da perfeição celestial. Seja como for, Paulo dizia claramente aos
filipenses que «ficar parado» e imaginar que já se chegou ao alvo, é um a
ilusão da natureza mais estúpida. '
« ...tenhamos este
sentimento...» , isto é, esse desejo de intensa consagração, sempre
pressionando na direção do alvo, imitando ao apóstolo Paulo conforme ele
imitava a Cristo. (Ver o trecho de I Cor. 11:1 quanto a notas expositivas
acerca do valor do «exemplo). Paulo se utilizou aqui da primeira pessoa do plural,
«nós» (subentendido no verbo «tenhamos»), a fim de não ofender a seus leitores,
como se quisesse elevar-se acima deles.
1. Compartilhe a
intensidade de espírito de Paulo. 2. Lute para alcançar sua suprema dedicação.
3. Sacrifique tudo como ele o fez. 4. Deixe de guardar para si isto ou aquilo.
Tome agora a sua cruz e siga à frente. 5. Você não irá à parte-alguma sem
renunciar ao mais baixo e ao inferior. Você não irá à parte alguma se guarda
ainda um vicio. 6. Devote o seu intelecto a Cristo, em estudo espiritual
intenso. 7. Faça da oração um companheiro de sua vida diária. 8. Aprenda a
meditar. 9. Siga fazendo o bem como Cristo o fez. Não enalteça virtudes
enclausuradas. 10. Procure os dons espirituais e use-os para o bem dos outros.
11. Veja o mundo como é; abandone-o e com ele os seus valores. 12. Procure o
país celestial. Procurando e seguindo, há um a recompensa? os profetas,
mártires e apóstolos respondem, sim!
«...se porventura
pensais doutro modo...» Não nos é dito, especificamente, qual ou quais seriam
os pensamentos diferentes dos pontos de vista do apóstolo dos gentios. Por conseguinte,
muitas conjecturas têm sido apresentadas pelos eruditos, conforme se vê nos
pontos abaixo:
1. O pensamento
diferente seria deixar-se arrastar por falsas doutrinas, que afetam a vida
diária piedosa, conforme pensam alguns estudiosos.
2. Outros pensam que
está aqui em foco, especificamente, o erro dos legalistas, os quais teriam um
alvo diferente para a sua religiosidade e para seus esforços.
3. Ainda outros
intérpretes julgam que se trata do erro concernente às doutrinas da
justificação pela fé, da retidão que temos em Deus, e não no próprio «eu», ou
então do erro concernente à posição e proeminência de Jesus Cristo, com a consequente
abolição da lei como motivo de justificação e santificação.
4. Os três pontos de
vista acima, a julgar pelo contexto (ver o nono versículo deste capítulo), são
possíveis; mas o mais provável é que Paulo se tivesse referido mais
especificamente à compreensão que tinha da vida ética e suas exigências, à
inquirição espiritual, tudo com base na união mística com Jesus Cristo. É
possível que os crentes filipenses muito soubessem sobre a justificação pela
fé, mas que fossem fracos quanto ao conhecimento sobre a comunhão mística com
Cristo, através da presença residente do Espírito Santo, o que é fator
essencial para essa forma de inquirição intensa, que o apóstolo descreve nesta
secção de sua epístola.
«...também isto Deus
vos esclarecerá...» A declaração é vaga. O que é que Deus revelará? Procuramos
dar resposta nos pontos abaixo:
1. Alguns estudiosos
pensam que é como se Paulo tivesse dito aqui: «Estais em erro, e precisais de
correção».
2. Outros pensam que
ele quis dizer: «Estou com a razão naquilo que asseverei; portanto, vossa outra
maneira de pensar será corrigida por Deus».
3. Ou ainda: «Vós
estais errados, e eu estou certo; e Deus mostrará isso quando vos corrigir,
para que possais entender a verdadeira natureza da inquirição espiritual.
4. Ou ainda: «Deus
revelará quem está certo: vós ou eu».
5. Ou em termos bem
gerais: Se estiverdes em erro sobre qualquer assunto, Deus também vos revelará
isso, enquanto fordes intensos em vossa busca espiritual. A suposição daqueles
que tomam esta posição é que se alguém mostrar-se intenso em sua inquirição,
ainda que esteja equivocado, eventualmente Deus lhe revelará maiores verdades
sobre ele.
6. O sentido básico
dessas palavras, pois, parece ser que: «Se vos mostrardes dedicados em vossa
busca, mas houver falhas em vossas atitudes no que diz respeito às questões
éticas e espirituais relativas ao conhecer a Cristo. Deus vos revelará
exatamente qual deve ser a inquirição espiritual.
Portanto, a doutrina
como tal não estava na mente do apóstolo, e nem ele se preocupava aqui com a
correção de pontos doutrinários, para que ficasse provado estar ele com a
razão. Antes, preocupava-se tão-somente que aos crentes filipenses fosse
revelada toda a verdade no que tange a como buscar a Cristo e ao bem eterno,
confiando que Deus revelaria qual deve ser a autêntica inquirição espiritual,
para aqueles que se mostram intensos nessa inquirição.
Não parece haver
qualquer pensamento acerca de alguma forma de revelação que ultrapasse aquilo
que Paulo escrevera, concernente à natureza dessa busca espiritual, embora isso
também seja possível, pois há muitas verdades que ainda precisam ser
aprendidas, e visto que Paulo não compreendia todas elas. Este versículo,
reputado como um todo indica que alguns dos crentes filipenses eram por demais
confiantes em sua própria perfeição, como se já se encontrassem em elevadíssimo
nível espiritual e que não mais precisavam da instrução por parte do Espírito
em nós residente, acerca da verdadeira natureza da inquirição espiritual, totalmente
centralizada em Cristo, mais ou menos em consonância com o que Paulo dizia
sobre essa busca intensa.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 54.
15. Sermos perfeitos.
Sermos amadurecidos. Nas religiões pagãs indicava aqueles que estavam de posse
dos mistérios opondo-se aos noviços. Não há aqui nenhuma indicação de
"ironia reprovada" (de acordo com Lightfoot).
Tenhamos este
sentimento. Tenhamos esta atitude básica de disposição, isto é, os sucessos do
passado não devem remover a necessidade de lutas futuras. Se porventura pensais
doutro modo, Paulo acrescenta a título de encorajamento. "Se vocês não se
sentem suficientemente convencidos que este ponto de vista deve ser aplicado a
todos os setores da vida, Deus há de revelar isto também".
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 24.
2. O cristão deve
andar conforme a maturidade alcançada (3-16)
Entendemos que não
basta correr com disposição e vencer a corrida. O corredor precisa correr com
atitude de respeito às regras estabelecidas. Nos jogos gregos e também nos
jogos romanos, havia muita rigidez da parte dos juízes que faziam valer as
regras estabelecidas. O atleta não podia cometer qualquer erro ou infração para
não ser desqualificado dos jogos. O que Paulo queria que os filipenses
entendessem era que na carreira cristã existem regras para serem obedecidas.
Essas regras estão na Palavra de Deus. Na Carta a Timóteo, Paulo escreveu:
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).
Quando Paulo diz:
“andemos segundo a mesma regra”, não está se referindo à lei. Andar segundo a
regra não consiste de regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus
convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo. Esse
comportamento demonstra a maturidade do crente que anda segundo aquilo que já
recebeu de Cristo. Não basta correr e vencer a corrida. O corredor precisa
obedecer às regras da carreira cristã.
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 107-108.
Disciplina (F p 3 :15,
16)
Não basta correr com
disposição e vencer a corrida; o corredor também deve obedecer às regras. Nos
jogos gregos, os juízes eram extremamente rígidos com respeito aos
regulamentos, e o atleta que cometesse qualquer infração era desqualificado.
Não perdia a cidadania (apesar de desonrá-la), mas perdia o privilégio de
participar e de ganhar um prêmio. Em Filipenses 3:15, 16, Paulo enfatiza a
importância de os cristãos lembrarem as "regras espirituais" que se
encontram na Palavra.
Um dos maiores
atletas norte-americanos foi Jim Thorpe. Em 1912, nas Olimpíadas de Estocolmo,
ele venceu o pentatlo e o decatlo e foi considerado, inquestionavelmente, o herói
dos jogos. Mas, no ano seguinte, os oficiais descobriram que Thorpe havia
jogado em um time de basquete semi profissional, tendo perdido, portanto, sua
condição de amador. Por causa disso, teve de devolver suas medalhas de ouro e
seu troféu, e seus recordes olímpicos foram removidos dos registros. Thorpe
pagou um alto preço por infringir as regras (o Comitê Olímpico lhe reoutorgou
as medalhas em 1985).
Era esse tipo de
situação que Paulo tinha em mente em 1 Coríntios 9:24-27: "Todo atleta em
tudo se domina" (1 Co 9:25). O atleta que se recusa a treinar é
desqualificado, como também o é o atleta que transgride as regras do jogo.
"Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas" {2
Tm 2:5). Não se trata da opinião dele nem da dos espectadores, mas sim do que os
juízes decidem. Um dia, todo cristão vai se encontrar diante do tribunal de
Cristo (Rm 14:10-12). O termo grego para "tribunal" é bema, a mesma
palavra usada para descrever o lugar onde os juízes olímpicos entregavam os
prêmios! Se nos disciplinarmos a obedecer às regras, receberemos o prêmio.
O relato bíblico é
repleto de gente que começou a corrida com grande sucesso, mas que fracassou no
final por não atentar para as regras de Deus. Não perderam a salvação, mas
perderam a recompensa (1 Co 3:1 5). Foi o que aconteceu com Ló (Gn 19), Sansão
(Jz 16), Saul (1 Sm 28; 31), Ananias e Safira (At 5). E pode acontecer conosco!
É empolgante participar diariamente da corrida "olhando firmemente para
[...] Jesus" (Hb 12:1, 2). Será ainda mais emocionante ouvir o chamado lá
do alto e Jesus voltar para nos levar ao céu! Então, nos veremos diante do bema
para receber nossa recompensa! Era essa perspectiva futura que motivava Paulo e
que também pode servir de motivação para nós.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo.
N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 117-118.
Embora não houvesse
recebido qualquer elevada revelação da parte de Deus, quanto à natureza da
inquirição, imediatamente, não poderiam ficar equivocados se continuassem a
seguir aquilo que sempre tinham seguido, e que os trouxera ao estado de maturidade
em Cristo, a que já tinham atingido. Se fossem fiéis à luz que já possuíam,
Deus haveria de revelar-lhes mais ainda; e isso representa um a regra
espiritual básica.
«Embora haja coisas
sobre as quais precisais de maior revelação, contudo, a condição do recebimento
da mesma é que andeis de acordo com vossa presente compreensão sobre a luz e o
conhecimento». (Vincent, in loc.).
O fato de alguém ter
essa mentalidade—a intensidade paulina sobre a inquirição espiritual—e de
seguir ao apóstolo como exemplo, já é um fator decisivo no andar cristão que se
espera dele. Qualquer outra informação posterior só poderia ser dada se
cumprissem intensamente aquilo do que já tinham conhecimento.
»...andemos...» O ato
de «andar» é um a metáfora comum para a conduta «ética» e «espiritual», para a
maneira da vida diária. Era usada largamente, tanto pelos autores sagrados com
o pelos seculares. Mas o termo aqui traduzido por «andar» não é o verbo comum,
e, sim, «stoichein», derivado de «stoichos», que significa «fileira», «linha»,
dando a entender «andar em fila», ou seja, com um padrão definido, com uma
norma em mira. Em Xen. Cyr. vi. 3,34 esse verbo é usado para indicar a ideia de
«marchar em ordem de batalha». As letras do alfabeto grego também eram chamadas
«stoiceia» (derivada essa palavra da mesma raiz), por serem elementos de um
sistema; e os elementos de quais quer outros sistemas eram assim chamados, igualmente.
O infinitivo, no original grego, tem a força do imperativo. (No que concerne a
outros empregos dessa palavra, para indicar a conduta cristã, ver os trechos de
Rom. 4:12; Gál. 5:25; 6:16). No trecho de Atos 21:24 tem o sentido de « andar
em ordem ». O vocábulo grego mais comumente usado para a ideia de «andar» é
«peripateo», o qual é utilizado em muitos trechos. (Ver Rom. 4:12; 6:4; 8:1;
13:13; I Cor. 3:3 e 7:17.
Quanto a notas expositivas
completas sobre a metáfora do «andar», ver Gál. 5:16,25. Ver igualmente os
trechos de Col. 1:10; 2:6 e 4:5).
«...de acordo com o
que já alcançamos...» Se foi feito algum progresso, então o conhecimento
que possibilitou esse avanço deve ser válido, nem que seja parcialmente.
Portanto, que os crentes filipenses usassem toda a luz que possuíam, e Deus
lhes conferiria ainda mais luz. Também é verdade que Deus nos envia os mestres
corretos, quando nos dispomos a receber maior instrução e realmente queremos
fazer a vontade de Deus. Porém, a revelação divina é algo eminentemente íntimo,
através de toques do Espírito Santo, porquanto o Espírito de Deus é o nosso
principal mestre.
Variante Textual:
Alguns manuscritos posteriores dizem aqui «...andar segundo a mesma regra...»,
porquanto ali é adicionado o termo grego «kanon», que significa regra, padrão
.*Assim dizem os mss DEFKL e a tradição «koiné» em geral. Porém, os msá P(16),
P(46), Aleph, AB e os escritos de vários dos pais da igreja, o que forma o
testemunho textual mais forte, omitem essa palavra. De forma geral, os m esmos
manuscritos que adicionam o termo «kanon» também acrescentam as palavras
«pensemos nas mesmas coisas», no fim do versículo, o que é apenas outra glosa
explanatória, porquanto «kanon» também foi acrescentado como tal.
No dizer de Robertson
(in loe.), este versículo encerra «...uma lição necessária para os crentes,
exaustos da monotonia da rotina da vida e do trabalho religioso».
Essa admoestação,
sobre o terreno moral, é exatamente aquilo que os cientistas seguem com tanto
êxito, quando percebem que ‘nunca poderão saber’ toda a verdade, porquanto todas
as suas opiniões são apenas tentativas. Mas mantendo-se em contato diário com
aquilo que descobriu, por mais incompleta que seja tal descoberta, os
cientistas ficam na posição em que podem ser corrigidos, recebendo novos
lampejos de discernimento.
Não há outra maneira
de um a vida incompleta aproximar-se mais da perfeição». (Wicks, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 54-55.
16. Embora o
significado preciso deste versículo resumido seja duvidoso, a ideia geral é
bastante clara: "Não nos desviemos destes princípios gerais que nos conduziram
em segurança até o presente estágio da maturidade cristã". A condição para
iluminação futura é andar de acordo com a presente luz.
Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody.
Editora Batista
Regular Filipenses. pag. 24-25.
3. Exemplo a ser imitado
(3-17)
Em nossos tempos
modernos a igreja precisa de exemplos, isto é, de referenciais aos quais a
igreja possa imitar. A ousadia de Paulo não tinha qualquer resquício de
presunção. Pelo contrário, havia na atitude de Paulo em apelar aos filipenses
que imitassem a Ele a convicção de uma vida limpa com uma conduta que imitava a
Cristo. Mais do que os seus escritos, Paulo era um exemplo vivo de como viver a
vida cristã. Seu comportamento manifestado em ações era mais forte do que
palavras. Por isso, ele podia se arriscar a dizer às igrejas sob sua liderança
espiritual que o imitassem. Aos coríntios ele escreveu: “Portai-vos de modo que
não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como
também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de
muitos, para que assim se possam salvar. Sede meus imitadores, como também eu,
de Cristo” (1 Co 10. 32, 33; 11.1). Ninguém no Novo Testamento ensinou sobre
ética como Paulo. Ele era, de fato, um paradigma para as igrejas gentias. Sua
doutrina revelava seu caráter e comportamento entre todos.
Toda a vida de Paulo
era concentrada na pessoa de Cristo Jesus. Ele tudo fazia para agradá-lo. Sua
aspiração era totalmente canalizada para Cristo. Por isso, ele podia declarar: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim” (G12.20).
CABRAL. Elienai. FlLIPENSES A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Editora CPAD. pag. 108-109.
«...Irmãos, sede
imitadores meus, e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós...»
Isso pode ser comparado com o trecho de I Cor. 11:1, que é passagem muito
similar a esta, e onde se desenvolve o tema da importância e do poder do
exemplo.
«...imitadores...»
Temos aqui um a correta tradução do vocábulo grego «sumimetai», que é melhor do
que «seguidores», embora qualquer pessoa que imite a outrem seja
necessariamente seu seguidor, quanto ao padrão de vida em geral. O trecho de I
Cor. 11:1 dá a entender que quando alguém imitava a Paulo, imitava, ao mesmo
tempo, o Ideal maior, o próprio Senhor Jesus.
«...observai os que
andam segundo o modelo...» Temos aqui um duplo mandamento, a saber: 1. Observai
a minha conduta e imitai-me; e 2. Há outros cuja conduta também serve de
modelo, aos quais deveis imitar.
Portanto , é com o se
Paulo houvesse escrito : «Andai como eu ando, imitando-me, e andai de modo a
serdes imitadores de outros que andam como também eu ando».
A palavra «...nós...»
pode referir-se diretamente a Paulo e a seus associados, como Timóteo e
Epafrodito, e talvez também a outros líderes cristãos conhecidos pelos crentes
filipenses. Paulo haveria de m andar Epafrodito quase imediatamente, com esta
epistola aos Filipenses (ver Fil. 2:25); e Timóteo seguiria pouco mais tarde.
Os filipenses, pois, deveriam dar atenção a esses dois obreiros do evangelho,
desviando-se dos legalistas para que pudessem continuar seguindo a Cristo, para
que pudessem mostrar-se intensos em sua inquirição espiritual. E havia outros
crentes exemplares que poderiam ser imitados, conforme Paulo aqui exorta.
«...andam...» Desta
feita temos o termo grego mais comum, «peripateo», embora uma vez mais seja
indicada simbolicamente a conduta geral e o padrão de vida seguidos. (Ver as
notas expositivas a respeito disso, no versículo anterior).
«...modelo...» No
grego se lê a palavra «tupos», que quer dizer «impressão visível», «cópia»,
«imagem», «padrão», «modelo». Paulo dava a outros o modelo da vida moral a ser
seguida, da inquirição espiritual intensa exigida dos crentes, por ser ele
mesmo um «modelo» desse exemplo, incorporando os elementos essenciais do que
significa alguém ser discípulo de Cristo, posto que o próprio Cristo é o
«modelo perfeito». (Esse vocábulo grego também é usado nos trechos de Rom.
5:14; 6:17; I Cor. 10:11 e I Tes. 1:7).Originalmente, esse termo significa
«impressão deixada por um a ‘pancada’» (verbo, «tuptein»). Daí passou a indicar
qualquer forma de imagem, cópia ou modelo. A impressão da imagem de Cristo fora
deixada na vida de Paulo pelo ‘golpe’ da influência de Cristo. Em Paulo, por conseguinte,
podia ser visto aquilo que Cristo espera de um homem remido.
(Quanto à frase
«...imitadores meus...» ver igualmente I Cor. 4:16; 11:1; I Tes. 1:6 e II Tes.
3:9).
«...observai...» A
ideia deste vocábulo é o de manter os olhos fixos em alguma coisa, com
cuidadosa observação. No grego é «skopeo», derivado do termo básico «skopos»,
um alvo ou m arca. Talvez Paulo tivesse querido preservar a metáfora da
carreira, que já havia em pregado no quarto versículo deste capítulo, para
indicar a ideia de «pressionar em direção ao alvo». Que os crentes filipenses
vissem Paulo correndo bem na direção da «meta», que lhe imitassem o exemplo, a
fim de que, juntam ente com ele, pudessem atingir o alvo final, a saber, a
herança da salvação.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 55.
Pela terceira vez
neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses, como a irmãos (cf.
vv. 1, 13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo literalmente lê no texto
grego "ser imitadores companheiros comigo." Paulo exortou os
Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não estava se colocando em um
pedestal de perfeição espiritual (cf. a discussão de vv. 12-16 no capítulo
anterior deste volume). Em vez disso, ele estava encorajando os filipenses a
segui-lo, um pecador imperfeito, como ele perseguiu o objetivo de Cristo.
Falhas do Novo
Testamento registros de Paulo, bem como seus triunfos. Indignado com o
tratamento abusivo nas mãos do sumo sacerdote, ele gritou: "Deus vai
golpear, parede branqueada! Você senta para tentar me de acordo com a Lei, e em
violação da ordem Lei que eu seja ferido? "(Atos 23:3)-uma explosão para
que ele prontamente pediu desculpas (Atos 23:5).
Por causa de sua luta
com orgulho, o Senhor deu a Paulo um espinho na carne (2 Coríntios. 12:7). Três
décadas depois de sua conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal
dos pecadores (1 Tm 1:15.).
Se ele tivesse sido
perfeito, Paulo não teria sido um exemplo crentes poderia seguir. Precisamos
seguir alguém que não é perfeito para que possamos ver como superar as nossas imperfeições,
alguém que pode nos mostrar como lidar com as lutas da vida, suas decepções e
seus ensaios, alguém que pode nos mostrar como lidar com o orgulho, a resistir
tentação, e colocar pecado para a morte. Cristo é o padrão perfeito, modelo e
padrão para os crentes para emular. Mas Cristo nunca perseguiu a perfeição; Ele
sempre foi perfeito. Paul era um companheiro de viagem no caminho para a
perfeição inatingível espiritual, e, portanto, um modelo para os fiéis a
seguir. Ele modelou moralidade virtude, superando a carne, a vitória sobre a
tentação, a adoração, o serviço de Deus, paciência do sofrimento, lidar com
posses, e das relações de manipulação.
Movendo além de si
mesmo, Paulo ordenou aos filipenses também para observar aqueles que andam de
acordo com o padrão que você tem em nós. Skopeō (observar) é a forma verbal do
substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser
traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está em vigor, dizendo:
"Concentre-se aqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com a
-padrão correto que você tem em nós. "Isso incluiria Timóteo e Epafrodito,
a quem os filipenses sabia, assim como os bispos e diáconos em Filipos (cf.
1:1). A palavra nos, no entanto, é mais provável um plural literária, uma forma
humilde para Paulo para se referir a si mesmo.
O exemplo de Paulo
estava disponível para os Filipenses em impressão, assim como é para os crentes
hoje. Mas eles também haviam observado a sua vida em primeira mão durante a sua
estadia em Filipos. Os crentes têm sempre necessários exemplos de vida piedosa
como padrões. Esses exemplos são os pastores e presbíteros da igreja, que são
para "mostrar [próprios] exemplos daqueles que creem" (1 Tm 4:12).
Pela humildade de modelagem, serviço altruísta, disposição para sofrer, a
devoção a Cristo, coragem, e dedicação para o crescimento espiritual. Aqueles
que ensinar e pregar a Palavra deve segurá-lo com precisão. Isso é
especialmente importante hoje, quando a correta interpretação das Escrituras
tem sido irremediavelmente embaçada e, aparentemente, qualquer ponto de vista é
tolerada. Paulo exortou a Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado,
como obreiro que não precisa estar envergonhado, exatamente manipulação a
palavra da verdade" (2 Tm. 2:15). Mas o ensino precisa da verdade deve ser
apoiada por uma vida piedosa.
JOHN MACARTHUR, JR.
Novo Testamento Comentário
Filipenses Comentário Expositivo.
III - A
ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do
desejo paulino.
Consequentemente,
Paulo apressou-se a esclarecer este novo alvo de vida.
Parafraseando estes
versículos, Paulo dizia: ' 'Ainda não alcancei o alvo. Ainda não me tomei
perfeito como Cristo. Mas é meu alvo, mesmo aqui na terra, tomar-me como Cristo,
tornar-me no que ele me chamou para ser. Como disse, ainda não o atingi, mas tenho
um único desejo ardente: ser como Cristo em todos os aspectos de sua vida. Não permito
que meu passado me detenha. Pelo contrário, sigo a toda velocidade para a frente,
para o alvo. Quando Cristo me chamar para o lar no céu, receberei o prêmio: serei
como Cristo: isto é, completamente conforme ã sua semelhança" (paráfrase
de 3:12-14).
Observe o exemplo
pessoal de Paulo. Afirma-se com frequência que o "tornar-se como
Cristo" implica várias fórmulas. Dizem alguns, por exemplo, que é preciso
a "vida de fé". "Descontraiam-se!" dizem outros. Ou:
"Entregue tudo a Deus!" Ou: "Morra para o ego e viva para
Deus."
Mais frequentemente
dizem-nos que confessemos os nossos pecados e nos enchamos do Espírito. Em cada
um destes casos, espera-se que o resultado seja um nível novo e espontâneo de
vitória: o segredo do viver cristão. Não compreenda mal o que estou dizendo.
Todas estas afirmativas têm alguma validade. A vida cristã é uma vida de fé;
realmente implica a morte do ego e da velha natureza; significa realmente uma
vida vivida no relacionamento certo com o Espírito Santo. Em outras palavras, é
preciso um andar sobrenatural, retirar forças e poder do próprio Cristo. É por
este motivo que um dos alvos de Paulo era "conhecer a Cristo e o poder da
sua ressurreição", naquele mesmo instante, numa prisão romana.
Mas, note de novo, o
exemplo pessoal de Paulo. "Prossigo para conquistar aquilo para o que
também fui conquistado por Cristo Jesus", disse ele. Isso também exige que
a pessoa se esqueça "das coisas que para trás ficam" e avance
"para as que diante" de si estejam. Estas palavras são ativas e
fortes. A analogia é uma corrida. O atleta que olha diretamente para a frente,
para a linha de chegada e põe cada grama de esforço possível na competição.
Obviamente Paulo despendia energia humana para tomar-se como Cristo; era
necessário estabelecer alvos, motivação e ação. Aqui, novamente, apresenta-se o
equilíbrio entre a capacitação divina e a responsabilidade humana. Deus jamais
força alguém a conformar-se a imagem de Cristo; esta é, repito, uma
responsabilidade humana.
Este ponto está claro
na carta de Paulo aos Romanos quando Paulo "roga" aos cristãos; ele
não exige nem ordena que eles apresentem "os seus corpos por sacrifício vivo"
(12:1).
O mesmo é verdade em
sua carta aos Efésios: "Rogo-vos. . . que andeis de modo digno da vocação
a que fostes chamados" (4:1). E, mais tarde, nesta carta aos Efésios, descobrimos
que Paulo lhes disse como viver este tipo de vida. Deviam "esforçar-se diligentemente
por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz". Deviam "despojar-se
do velho homem" e "revestir-se do novo homem". Mais
especificamente, deviam "despojar-se da falsidade e falar a verdade".
Deviam livrar-se de "toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmias, e bem assim toda a malícia" (Efésios 4:3, 22-32).
Obviamente tudo isto
tem que ver com responsabilidade humana e ação pessoal, baseadas em novos alvos
de vida.
Mas Paulo culminou a
carta aos Efésios uma vez mais com aquele equilíbrio singular entre a
responsabilidade humana e a capacitação divina. Ele disse: "Sede fortalecidos
no Senhor e na força do seu poder" (6:10). Como é que o crente entra em contato
com este poder? Ele deve revestir-se "de toda a armadura de Deus"
(6:11).
Observe! A armadura
que Paulo apresentou inclui este equilíbrio. O "cinto da verdade", a
"couraça da justiça" já haviam sido definidos por Paulo na carta aos
Efésios como responsabilidade humana. A estes Paulo acrescentou os elementos
divinos, sobrenaturais: o "escudo da fé" o "capacete da
salvação", a "espada do Espírito, que é a palavra de Deus". E
deviam orar "em todo tempo no Espírito, e para isto vigiar com toda
perseverança e súplica por todos os santos" (6:14-18).
Para tomar-se
semelhante a Cristo é preciso um equilíbrio entre o esforço humano e a
confiança nos recursos divinos. Isto, Paulo exemplificou com sua própria vida:
"Meu alvo é conhecer a realidade da ressurreição e do poder de Cristo em
minha vida." Mas, em essência, o que ele estava dizendo era: "Ainda
não atingi o alvo em minha vida cristã; e não olho para trás, para minha
experiência anterior; antes, continuo a olhar para frente e a prosseguir para o
alvo da maturidade cristã."
GETZ. Gene A. A Estatura de um Cristão, Estudos em Filipenses. Editora Vida. pag. 80-82.
(1) Ele reconhece seu
estado de imperfeição e provação:
“Não que já a tenha
alcançado ou que seja perfeito” (v. 12). Observe: As melhores pessoas do mundo
vão prontamente reconhecer sua imperfeição no estado presente.
Ainda não alcançamos
a perfeição; ainda não somos perfeitos; ainda há muita deficiência em todos os nossos
deveres, graças e confortos. Se Paulo não tinha alcançado a perfeição (ele que
tinha atingido um grau tão elevado de santidade), muito menos temos nós.
Novamente:
“Irmãos, quanto a
mim, não julgo que o haja alcançado” (v. 13), ou logizomai. “Faço esse
julgamento do caso; raciocino dessa forma comigo mesmo”. Observe:
Aqueles que acham que
têm graça suficiente provam que não têm graça suficiente, ou melhor, que não
têm graça nenhuma; porque, onde há a verdadeira graça, aí há um desejo por mais
graça e uma necessidade para alcançar a perfeição da graça.
(2) As ações do
apóstolo diante dessa convicção.
Considerando que ele
ainda não tinha alcançado, ele continuava avançando: “Mas prossigo (v. 12),
dioko - continuo com vigor, como alguém que deseja ganhar o prémio. Esforço-me
para alcançar mais graça e fazer mais bem e nunca pensar que já fiz o
suficiente: para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus”.
Observe: [1] De onde vem a nossa graça? De estarmos presos por Cristo Jesus. A
nossa felicidade e salvação não estão no fato de alcançarmos a Cristo primeiro,
mas de Ele nos alcançar. “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo
4.19). A nossa segurança não está no fato de conquistarmos a Cristo, mas de Ele
nos conquistar, “...mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a
salvação” (1 Pe 1.5). Considere então:
[2] O que é a
felicidade do céu? E alcançar aquilo para o que fomos também presos por Cristo.
Quando Cristo nos alcançou, foi para nos levar ao céu; e alcançar aquilo para o
que Ele nos alcançou é obter a perfeição da nossa felicidade. Ele acrescenta
(v. 13): “...uma coisa faço (esse era seu grande cuidado e preocupação), e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante
de mim”. Existe um esquecimento pecaminoso de pecados passados ou misericórdias
passadas, que precisam ser lembrados para o exercício do arrependimento
constante e da gratidão a Deus. Mas Paulo esqueceu as coisas que estavam para trás
porque não estava contente com a medida atual da graça: ele queria mais e mais.
Assim ele epekteinomenos - estendeu-se para a frente, dirigindo-se para o seu
alvo.
Este é um indicativo
de uma preocupação intensa.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 624.
2. O cristão deve
almejar a maturidade espiritual.
MATURIDADE
Esboço:
Definição
Meios Atuais de sua Obtenção
Noções Erradas a Respeito
Definição
A maturidade é o
estado ou qualidade de quem já se desenvolveu plenamente, aproximando-se da perfeição,
que é o alvo na direção de todo e qualquer crescimento, tisico, mental, moral
ou espiritual.
Muitos tipos de
maturidade resultam do crescimento natural, como se dá nos casos dos animais e
das plantas. Outros tipos de maturidade, como o intelectual e o espiritual,
requerem um crescimento ou desenvolvimento propositalmente cultivado, que não
se concretiza sem esforço constante e consciente.
A maturidade é
contrastada com o estado dos recém-nascidos, ou com o estado dos jovens,
estados que caracterizamos não desenvolvidos ou apenas parcialmente
desenvolvidos.
Meios Atuais de sua Obtenção
Os meios da obtenção
da maturidade espiritual são os mesmos meios do crescimento espiritual,
conforme a listagem abaixo:
a. O estudo dos
Livros Sagrados, além de outros, conducentes ao nosso treinamento intelectual
quanto às coisas espirituais.
b. O uso da oração,
em bases regulares.
C. A prática da
meditação. irmã gêmea da oração.
Na oração, fazemos
nossas petições ao Pai; na meditação, esperamos pela resposta, e também contemplamos
a presença mística do Senhor. Através do que obtemos iluminação espiritual.
d. A santificação.
Apesar de ser verdade que Deus usa instrumentos para atingir os seus
propósitos, instrumentos esses aos quais faltam muitas qualidades, também é
verdade que, finalmente pouco poderemos avançar no caminho da maturidade
espiritual a
menos que passemos pelo processo santificador, mediante o qual, positivamente
falando, nos consagramos ao Senhor, e negativamente falando, vamos abandonando
nossos pr6prios pecado se defeitos de caráter tudo em busca da santidade de Deus.
e. A prática das boas
obras, no cumprimento da lei do amor. A grande comprovação de uma
espiritualidade madura é o amor cristão. Esse amor também comprova que fomos
regenerados pelo Espirito de Deus (ver I João 4:7 ss),
f. O toque místico, A
meditação pode levar à iluminação espiritual, que é um dos aspectos do toque místico.
Esse toque místico consiste na comunhão direta com o Espirito de Cristo.
Acresça-se a isso a possessão e o uso dos dons espirituais, no estilo do século
I D.C., ou em algum outro estilo, porquanto Deus não se limita a um único modus
operandi, O que realmente importa é a realidade da possessão e uso dos dons
espirituais para nosso próprio beneficio e para beneficio da nossa irmandade.
Noções Erradas a Respeito
No decorrer dos séculos,
a doutrina da maturidade cristã ou da perfeição tem sido sujeita a algumas distorções.
Parece-nos que as principais são as do perfeccionismo e dos movimentos de
restauração.
a. Perfeccionismo,
Essa foi a posição de Joio Wesley e de Finney, para exemplificar com vultos importantes
da cristandade evangélica. Os perfeccionistas aderem à ideia de que o crente,
na regeneração, passa instantaneamente da total pecaminosidade para a total
santificação. Ambas as coisas seriam atos divinos; e a santificação não seria
um processo que é mister levar avante a vida inteira, mas que o crente teria,
perfeita, a partir do momento de sua conversão.
Por isso mesmo, perfeccionismo
e impecabilidade são virtuais sinônimos. Todavia, essa noção não somente não
aparece na Bíblia, como também as Escrituras ensinam exatamente o contrário,
Citemos apenas dois trechos representativos:
Não há homem justo
sobre.. terra que faça o bem e que não peque. (Ecl. 7:20). Ver também I Reis
8:46. Essa é a voz do Antigo Testamento.
•Se dissermos que não
temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós» (I
Joio 1:8). Ver também Tia. 3:2. Essa é a voz do Novo Testamento.
A mensagem dos
perfeccionistas, porém, foi sendo suavizada passo a passo, desde .liberdade de
todo e qualquer pecado», passando por «liberdade de todo pecado conhecido», por
«total consagração», chegar a «nenhum pecado cometido voluntariamente-, Toda a
posição, entretanto, está baseada sobre falsos conceitos: acerca das exigências
da lei de Deus; acerca do poder humano de decisão contrária aos seus impulsos;
acerca da fase espiritual em que se acham os remidos neste mundo. Na glória
celeste seremos perfeitos; por enquanto somos muito imperfeitos, conforme o
testemunho bíblico sobre os santos mais consagrados ao Senhor testifica
claramente.
b, Movimentos de
Restauração. Nos primórdios do século XIX, surgiu um movimento de restauração
da Igreja, encabeçado por alguns lideres notáveis, de sobreviver, indiscutível valor
pessoal, como Walter Scott, Thomas e Alexander Campbell e Barton Stone. Eles
partiam da ideia de que era preciso voltar ao cristianismo primitivo, mediante
o abandono de credos escritos e a exclusiva retenção da Bíblia como norma de fé
e prática cristãs. Até ai tudo bem-todos os esforços semelhantes são louváveis
e podem ser emulados. No entanto, no processo, o grupo caiu em graves
distorções: exclusivismo (com o que frustraram a sua própria ideia de unidade
espiritual da Igreja) e regeneração batismal (que os fez retroceder àquele que,
talvez, foi o primeiro grande erro doutrinário da igreja antiga).
Se os perfeccionistas
preocupam-se com a perfeição do crente individual, os movimentos de restauração
buscam levar a Igreja à maturidade ou perfeição. Mas, visto que um todo
compõe-se de suas partes, como é que a coletividade cristã poderá ser perfeita,
se seus membros são todos imperfeitos? Por isso mesmo, quase sempre esses
movimentos restauradores têm levado a perigosas aberrações.
Não precisamos ir longe
para encontrar provas disso. Na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, no começo da
década de 1960, surgiu um movimento de restauração encabeçado por um ex-pastor
batista, pastor Magno. Inspirado, sem dúvida, por outros movimentos similares
da América do Norte, ele criou seu próprio movimento restaurador.
Desde o começo, o
grupo mostrou-se muito ascético, mormente no tocante às vestes femininas, que
precisavam ser «no prumo e no nível», isto é, chegarem exatamente à metade das
canelas das mulheres, nem mais e nem menos. Também não se podia tomar nem
guarani, pois. alegadamente, .um prego enferruja, se posto dentro de um copo de
guaraná»! O pastor mesmo se declarava «o Elias que havia de vir». Toda a sua meteórica
carreira terminou quando se descobriu que a principal profetisa do grupo estava
gravida dele, sendo que ele tinha sua esposa, e ela tinha o seu esposo.
Querendo justificar-se, ele declarou que Deus havia ordenado a união com a
profetisa, pois o menino que então nasceria seria novamente Jesus Cristo em
carnel Felizmente, os demais pastores do grupo não aceitaram a monstruosidade.
O pastor Magno fugiu para Goiás, e ali enforcou-se Mas, muitos de seus
seguidores continuam por ai, alguns dizendo que «Elias está escondido na
cavernal Pergunto: onde ficaram a perfeição e a restauração?
Este último
parágrafo, Noções Erradas a Respeito, é de autoria do co-autor e tradutor desta
enciclopédia, que assume a responsabilidade pelo que aqui é dito.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 192-194.
Fp 3.16 andemos de acordo com o que já
alcançamos. A orientação de Paulo para os cristãos filipenses era que
permanecessem em conformidade espiritual e para continuarem a progredir em
santificação pelos mesmos princípios que os havia levado ao ponto em que se
encontravam no seu crescimento espiritual.
MAC
ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade
Bíblica do Brasil. pag. 1622.
15,16. O apelo. Os que são
"aperfeiçoados" (teleioi), i.e., adultos tanto doutrinária quanto
vivencialmente, devem ter as atitudes que Paulo acabara de expressar em seu
testemunho concernente à sua própria luta de fé.
UNGER. Merrill Frederick, Manual Bíblico Unger. Editora Vida Nova. pag. 559.
“Não percam inadvertidamente o que ganharam,
pensando já ter atingido o aluo”
No versículo 16 Paulo faz outra afirmação que
parece, à primeira vista, um tanto obscura: 'Todavia, andemos de acordo com o
que já alcançamos." Talvez ele estivesse exortando os Filipenses a não se
desviarem, a não irem ao extremo oposto e praticar a licença em vez do
legalismo. Mas parece mais lógico, pelo contexto, concluirmos que Paulo se
referia ao que freqüentemente acompanha o perfeccionismo legalista e a atitude
de "mais santo do que os outros". Os que acreditam ter um pedaço da
santidade de Deus, muitas vezes são mais causadores de divisão e altercadores.
Muitas vezes são inalcançáveis e em consequência disso, violam a própria
verdade que propagam. Em contraste, Paulo disse em outra ocasião que os crentes
maduros devem "repelir as questões insensatas". Eles sabem que este
tipo de diálogo só engendra "contendas". Pelo contrário, disse Paulo,
o crente maduro deve "ser brando para com todos, apto para instruir, paciente,
disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes
conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Timóteo
2:23-25).
GETZ. Gene A. A Estatura de um Cristão, Estudos em Filipenses. Editora Vida. pag. 83.
3. Rejeitando a
fantasia da falsa vida cristã.
Fp 2.17 - Mesmo que
tivesse de morrer. Paulo estava contente por saber que havia ajudado os
filipenses a viverem para Cristo. Quando você está totalmente comprometido a
servir a Cristo, o sacrifício necessário para edificar a fé dos semelhantes lhe
traz uma feliz recompensa.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag.1664.
Fp 2.17 - Seja
oferecido. Judeus e gregos às vezes derramavam vinho sobre um altar concernente
a sacrifícios religiosos (Nm 15.1-10). Alguns interpretam essa figura de linguagem
como uma descrição do próprio martírio de Paulo pela causa de Cristo. No
entanto, o conteúdo da carta revela, em contrapartida, que Paulo acredita que
viverá (Fp 1.25) e espera ser libertado da prisão em breve (v. 24). Portanto, é
provável que Paulo estivesse dizendo que ele estava, neste momento, sendo
oferecido como libação viva em nome da fé dos filipenses.
O termo sacrifício
significa basicamente o ato de oferecer algo a Deus. No tocante à palavra serviço,
Paulo escolhe um vocábulo grego que remete a uma pessoa que cumpre os deveres
de um cargo público à própria custa. No contexto cristão, essa palavra fala da
adoração humildemente oferecida ao Senhor.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 530.
Fp 2. 17s Ao falar de
sua trajetória e seu trabalho Paulo volta a se lembrar de que ele talvez já
tenha chegado ao fim. Aquilo que escreveu anteriormente em Fp 1.25s não passa
de uma “certeza” pessoal. Seu processo ainda não ultrapassou o ponto crítico, e
ainda pode acabar em pena de morte. Então será conduzido pelos soldados para
fora do pretório, e um dos soldados o decapitará com a espada, de modo que seu
sangue jorrará. Vendo essa possibilidade diante de si, desenvolve-se no coração
de Paulo, pela genialidade do amor e do Espírito Santo, uma imagem para esse
evento, na qual toda a sua humildade e toda a sua valorização da igreja se
tornam claras. Quando lemos os preceitos para os sacrifícios, p. ex., em Êx
29.36-41, constatamos que o sacrifício dos dois cordeiros que deviam ser
levados diariamente pela manhã e à noite ao altar vinha acompanhado de uma
“libação” de vinho derramado. Também o mundo gentio, do qual vinham os
filipenses, conhecia “libações” acrescentadas ao sacrifício principal. A igreja
de Jesus não conhece mais nenhum tipo de sacrifício, porque ele, o eterno Filho
de Deus, o grande Sumo Sacerdote, cumpriu e encerrou todos os sacrifícios em
seu auto-sacrifício. No entanto, também a igreja pode honrar a Deus com uma
oferenda: seu “sacrifício” é a fé com a qual ela se rende inteiramente a Deus.
Foi assim que Paulo viu a si mesmo como sacerdote que presta sacrifício: “como
sacerdote do Cristo Jesus perante os gentios, que exerce o serviço sacerdotal
no evangelho de Deus, para que a oferenda dos povos seja agradável, santificada
pelo Espírito Santo” (Rm 15.16). A fé dos filipenses, na qual eles desenvolvem
com temor e tremor sua salvação e se tornam filhos sem mácula, constitui o
verdadeiro grande sacrifício que Paulo pode ofertar. Se for decapitado, o
jorrar de seu sangue será como a libação que o acompanha. Paulo não conhece a
falsa modéstia – como vimos várias vezes – mas com que autenticidade e humildade
diz isso! Não é seu martírio o fato maior, o verdadeiro sacrifício, ao lado do
qual a simples fé dos filipenses desaparece, mas pelo contrário: seu sangue de
mártir é apenas um acréscimo, uma “libação”.
Se for essa a
situação, Paulo não se assustará nem lamentará. Com alegria ele está preparado
para esse caminho. Agora a razão já não é apenas porque então estará “junto com
Cristo”, o que seria tanto melhor, mas também porque desse modo poderá ofertar
ao Senhor uma oferenda completa, um sacrifício pleno. Se os filipenses
segurarem firmes a palavra da vida, se ficarem firmes na obediência completa e
não-mesclada da fé, o sacrifício de Jesus que, existindo em forma de Deus, não
obstante se transformou em nada, assumiu figura de escravo e se tornou obediência
até à morte na cruz, passará a ser a resposta verdadeira, de gratidão, à qual o
sangue de Paulo acrescenta o Amém. O que haveria a lamentar e prantear nisso?
Paulo somente consegue se alegrar, e se alegrar com os filipenses. Por isso ele
também pede aos filipenses que não fiquem perturbados e tristes se a notícia de
sua execução chegar a Filipos, mas que se alegrem com ele pelo sacrifício
consumado que tem o privilégio de glorificar o nome de Jesus.
Werner
de Boor. Comentário Esperança Cartas aos Filipenses.
Editora
Evangélica Esperança.
2 Tm 3. 12 Logo nem
1Tm 1.13 nem 2Tm 3.11 constituem mera recordação histórica de um homem idoso no
cárcere. A época de perseguição que está avançando agora, o perigo da heresia e
da apostasia, o desânimo do colaborador acossado, o iminente fim do apóstolo –
tudo isso o leva a asseverar a Timóteo: considera que Deus transforma em
bênçãos as piores perseguições. Sabes o que aconteceu comigo, testemunha ocular
do apedrejamento de Estevão. Sabes o que aconteceu contigo quando te tornaste
testemunha ocular de meu apedrejamento. Por isso não desanimes, mas conta com o
fato de que todos os que estão decididos a viver para a honra de Deus em Cristo
Jesus, serão perseguidos. Consideremos o impactante paralelo com At 14.22:
fortaleciam as almas dos discípulos (em Listra, Icônio, Antioquia),
dizendo-lhes: perseverai na fé, porque importa passar por muitas tribulações
para entrar no reino de Deus. Pessoas “decididas a viver em beatitude, i. é,
para a honra de Deus em Cristo Jesus” sofrerão oposição. Como seguidores do
Crucificado terão de carregar sua própria cruz. O contexto imediato aponta para
uma perseguição em nome de Deus que provém de pessoas religiosas. Assim como o
próprio Paulo foi um perseguidor religioso e foi apedrejado por pessoas
religiosas, Timóteo precisa contar com perseguições de grupos renitentes. Mas,
assim como Paulo também enfrentou poderes políticos que o perseguiam, assim
acontecerá com Timóteo (ele foi aprisionado!). É para isso que a igreja de Deus
precisa se preparar em todos os tempos “nos últimos dias”. Provavelmente nunca
foram perseguidos e mortos tantos cristãos como no séc. XX.
Como é equivocado
tentar descobrir nas past o avanço de uma mentalidade que se conforma com as
circunstâncias do mundo e visa uma tranquilidade burguesa! Se a devoção fosse
tão humanamente cômoda e racional, como ela provocaria oposição e perseguição
até o martírio? Somente descobrimos a tirania deste mundo e a hipocrisia da oca
empresa religiosa quando largamos seu jugo e em troca
somos perseguidos
porque não a acompanhamos. Mas cada um cuide para que de fato seja perseguido
por causa da justiça e não por causa de suas próprias transgressões ou
excentricidades.140
A primeira carta a
Timóteo possui o seguinte ponto central: grande é o mistério da beatitude (1Tm
3.16), e a segunda carta, a resposta correspondente: todos os que vivem nessa
beatitude, serão perseguidos (2Tm 3.12). Em ambas as vezes trata-se de Jesus.
Ele é o sinal de Deus no mundo, no qual se tornam manifestos os pensamentos
ocultos dos corações. Ele é a pedra preciosa para uns ou a pedra de tropeço
para os demais, que se escandalizam com ele e caem.
Hans
Bürki. Comentário Esperança Cartas aos 2 Timóteo.
Editora
Evangélica Esperança.
2 Tm 3.12 — Aqueles
que desejam levar uma vida piedosa devem estar preparados para as perseguições,
cujo significado literal é serem caçados. Deus não promete que seremos livres
da perseguição, mas promete-nos, sim, livramento em meio a ela.
A perseguição é um
dos meios que Deus usa para desenvolver nossa capacidade de reinarmos junto com
Ele em Seu futuro Reino (2 Tm 2.12; Mt 5.10-12; Ap 2.10).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 613.
2.14-16 - Estes
versículos contêm instruções específicas sobre como os filipenses deveriam fazer
todas as coisas. O apóstolo lhes mostrou em 1.27—2.13 o tipo de atitude que
deveriam desenvolver.
Os cristãos de
Filipos teriam de adotar em sua vida coletiva e individual uma conduta digna do
grande chamado de Deus para eles. Paulo usa a expressão todas as coisas para
enfatizar o caráter inclusivo dessa ordem.
2.14 - Os filipenses
não expressavam insatisfação nem murmurações (Fp 2.1-4), mas esta palavra sugere
que a escandalosa dissensão ainda não havia se manifestado.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 529.
2.14-16 Por que a
murmuração e a contenda são tão prejudiciais?
Se tudo que as
pessoas souberem a respeito da igreja ó que seus membros estão constantemente
discutindo, reclamando e bisbilhotando. cias terão uma falsa noção a respeito
de Cristo e das Boas Novas. A crença em Cristo deve unir todos aqueles que
confiam nEle. Se uma igreja estiver em constante murmuração e contenda,
significa que lhe falta o poder unificador de Jesus Cristo. Pare de discutir
com outros cristãos e de se queixar das pessoas ou das condições de sua igreja
para que o mundo conheça o verdadeiro Cristo.
2.14-16 - Nossa vida
deve se caracterizar pela pureza moral, paciência e serenidade para que
possamos "resplandecer como astros no mundo’' em um mundo pervertido e
corrupto. Uma vida transformada representa um efetivo testemunho da Palavra de
Deus. Será que a sua vida está brilhando com esplendor ou esta obscurecida por
murmurações e contendas? Brilhe para que o mundo possa ver Deus em sua vida.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD. pag. 1664.
ELABORADO: Pb
Alessandro Silva.
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